A Crise Ambiental

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A Crise Ambiental

Um dos principais problemas que a humanidade enfrenta hoje é a

chamada "crise ambiental". Ela surgiu em decorrência de três fatores

diretamente relacionados: o aumento populacional, o aumento da demanda de

recursos naturais e o aumento da poluição ambiental, esta muito acima da

capacidade de assimilação dos ecossistemas. Resultado disso são os

inúmeros problemas que degradam os meios aquático, terrestre e atmosférico.

Poderia-se afirmar que a crise ambiental que atualmente assola o

planeta tem sua origem no modelo capitalista de sistema produtivo, todavia,

esta é uma afirmação um tanto quanto empírica. Muitos são os fatores que dão

origem à crise ambiental, podendo-se citar o número de habitantes no planeta,

a busca do homem pela riqueza, pela apropriação impensada dos recursos

naturais, alguns aspectos culturais, como a falta de educação ambiental e

consciência ecológica, como também o próprio sistema capitalista em que

vivemos que nos induz a cada vez mais a consumir e descartar tão

rapidamente o que é comprado.

A crise é, na verdade, consequência de ações antrópicas, as quais

foram realizadas sem qualquer preocupação com a continuidade e/ou

manutenção dos recursos naturais, sem qualquer preocupação com os efeitos

na natureza e no homem. Esta forma de pensar e agir do homem é explicita na

frase filosófica de Platão, que afirmava que a “a natureza está para servir o

homem”. Além de outros pensamentos, tais quais: de que o homem é o

representante de Deus aqui na terra e que, portanto, tem o poder da

propriedade e do domínio, e a de que o homem é proprietário dos bens

existentes no planeta.

A problemática ambiental se torna cada vez mais visível a nossa volta,

pois basta observarmos os meios de comunicação que veremos tamanha

repercussão nos televisores, rádios, jornais, internet, revistas, dentre outros.

Por meio destes, vê-se freqüentemente as agressões ao meio ambiente, como

as queimadas, os lixos químicos domésticos, industriais e hospitalares, que são

diariamente depositados no solo e nos rios de forma inadequada, sem o devido

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tratamento. Presencia-se também o aumento do efeito estufa, que é causado

pelos gases provenientes da queima de combustíveis fósseis, os quais

permitem que a radiação solar penetre na atmosfera, retendo grande parte dela

e gerando aumento de temperatura; a utilização de agrotóxicos e o

desmatamento desenfreado.Estes são apenas alguns dos atos do homem para

o meio ambiente, pois se fossemos fazer uma lista de todos os atos prejudiciais

a natureza escreveríamos um livro de centenas de páginas.Em razão destes

atos prejudiciais Odum compara o homem a um parasita, dizendo que: Até a

data, e no geral, o homem atuou no seu ambiente como um parasita, tomando

o que dele deseja com pouca atenção pela saúde de seu hospedeiro, isto é, do

sistema de sustentação da sua vida(1997, p. 811)

A crise ambiental não surgiu de uma hora para outra, na verdade ela

surgiu a alguns séculos atrás. Isso mesmo, a crise ambiental é o conjunto de

ações danosas que o homem vem causando ao longo de sua existência. Para

SIRVINSKAS (2005, p. 23) a crise ambiental surge entre a Idade Média e

Moderna, especialmente no período da Revolução Industrial, pois começaram

as agressões a natureza [...].Se analisarmos bem, verificaremos que é após a

Revolução Industrial que se começou a utilização exagerada dos recursos

naturais do meio ambiente, tudo em nome do capital, ou melhor, do lucro, do

desenvolvimento.

Quando se fala em crise ambiental, não se remetem apenas aos

aspectos físicos, biológicos e químicos das alterações do meio ambiente que

vem ocorrendo no planeta. A crise ambiental é bem mais que isso: E uma crise

da civilização contemporânea; é uma crise de valores, que é cultural e

espiritual. (JUNIOR, 2004, p. 02)

Por meio de suas atitudes, o homem prejudica a si próprio, como

adverte FREITAS em uma citação de Jean Dorts:Pode-se constatar cada vez

mais nitidamente que as atitudes humanas estão prejudicando nossa própria

espécie. O homem intoxica-se envenenando, o ar que respira a água dos rios e

o solo de sua cultura com práticas agrícolas deploráveis que empobrecem a

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terra de forma por vezes irrecuperável [...] (DORTS, apud, FREITAS, 2005,

p.19).

Se o nosso modelo econômico é o grande causador da intensa

exploração de nossos recursos naturais e consequente degradação ambiental,

o primeiro passo para conseguir ser um motivador de mudança é ir contra essa

corrente consumista da economia de desperdício. O crescimento ilimitado é

justificado por diversos pontos de vista, mas é baseado no consumo. Uma

mudança de perspectiva e hábitos acabam se tornando uma ótima forma de

conseguirmos transformar o nosso ambiente aos poucos.

Para onde vai o seu lixo? Quanto de lixo que você produz? Se não

estivermos usando tanto material descartável não precisaríamos fazer essas

perguntas, mas como vivemos nesse estilo de vida que tudo virou descartável,

a conscientização que praticamente todo o plástico que jogamos fora vai para

lixões e aterros sem critérios técnicos para prevenir acidentes ambientais pode

fazer a diferença se adotada por parte da população. Além disso, reutilização,

redução e reciclagem (o famoso 3R) são mais que uma estratégica de

marketing para empresas. Elas realmente podem nortear mentalidades mais

sustentáveis de auto gerenciamento de resíduos sólidos.

Claro que essas sugestões são apenas o começo. A consciência do

nível de degradação ambiental que temos hoje em dia e a noção da

necessidade que temos dos recursos naturais e ecológicos para sobreviver

serão a base da mudança. Nesse fluxo de entendimento e compreensão das

questões pela população e consequente adoção por melhores hábitos, as

tecnologias aí sim, terão um papel crucial para conseguirmos cada vez mais

melhorar nossa qualidade de vida sem degradar nossa natureza.

Pela segunda lei da termodinâmica, o uso da energia implica

degradação de sua qualidade. Como conseqüência da lei da conservação da

massa, os resíduos energéticos (principalmente na forma de calor), somados

aos resíduos de matéria, alteram a qualidade do meio ambiente no interior da

Terra. A tendência natural de qualquer sistema, como um todo, é de aumento

de sua entropia (grau de desordem).

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Sendo assim associando à crise ambiental uma melhor maneira de

conter ou de ao menos diminuir as agressões ao meio ambiente seria a

reutilização da matéria, ou seja, uma grande reciclagem para que a matéria

não se perca ou destrua a natureza e prejudiquem a vida na terra. Vale

ressaltar que não existe a reciclagem completa da energia. Logo a energia

dispersada em qualquer transformação será perdida para sempre. E se não

forem tomadas medidas de controle ambientais eficientes, a poluição

continuará aumentando em nosso planeta.

Dentre as diversas áreas do conhecimento que têm relação com as

questões ambientais destaca-se a Engenharia, pela sua capacidade de

diagnosticar, equacionar e resolver problemas. A Engenharia Sanitária e

Ambiental trata os problemas ambientais adotando o conceito da

sustentabilidade para propor soluções.

Segundo esse conceito o aproveitamento dos recursos naturais deve

ser feito eficientemente, atendendo às demandas atuais e preservando-os para

as gerações futuras, através de empregos de tecnologia para a diminuição de

impactos negativos no meio ambiente como a implantação de redes coletoras

de esgoto e ETE’s, um gerenciamento adequado dos resíduos sólidos

produzidos numa comunidade, além do correto destino final deles e a criação

de programas para o incentivo da diminuição de sua produção e reciclagem.

Além de instalação de redes de abastecimento publico de agua tratada de boa

qualidade e redes de drenagem que evitam os alagamentos e suas devidas

manutenções.

O homem como cidadão deve reconhecer a relação existente entre as

atividades humanas e meio ambiente, aprender com as lições do passado e ser

capaz de provocar mudanças, além de realizar efetivamente a educação e a

ética ambiental.

Precisamos reduzir imediatamente o nível de consumo, de ostentação,

de achar que um ser humano é superior ao outro, que a espécie humana é feita

de raças diferentes sendo umas melhores do que a outra.

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Pode-se afirmar, por outro lado, que a tecnologia está para facilitar a

vida das pessoas, todavia, esta deve apresentar uma nova concepção de

aplicação, a de solucionar os problemas que o próprio homem criou. Estas

ações devem ser implantadas imediatamente e, paralelamente, há necessidade

de se reconstruir alguns aspectos culturais, quem sabe até o foco de uma

sociedade. 

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Referências:

BRUNELLI, M.; MEDEIROS, L. Crise Ambiental, Desenvolvimento Sustentável e Ecoeconomia. Era, 2013. Disponível em: <http://era.org.br/2012/08/crise-ambiental-desenvolvimento-sustentavel-e-ecoeconomia/> Acesso em: 20 de Mar. 2013

SILVA, C.; MAGALHÃES, S.; COSTA, P.; A Crise Ambiental. Disponível em : < http://www.webartigos.com/artigos/a-crise-ambiental/2726/> Acesso em: 19 de Mar. 2013.

SOUZA, O.; CAMARGO,  L. 7 Megassoluções Para Um Megaproblema. Veja Online, 2013. Disponível em:< http://veja.abril.com.br/301206/p_138.html> Acesso em: 20 de Mar. 2013.