A Crítica Nietzschiana à Razão e à Verdade

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A CRÍTICA NIETZSCHIANA À RAZÃO E À VERDADE Para Nietzsche, o marco que tornou a razão superior e dominan instintos e sensações e o filtro pelo qual seria interpretada toda a realida força com Sócrates. Por meio da negação do mundo tal como se apresentava e d sentidos por estes serem “ilusórios, Sócrates se vale da razão para dar um ! realidade e atingir a verdade que estaria para al"m das coisas #metaf$sica & “socratismo, como denomina Nietzsche a este impulso ! razão e'acer(ada, não " nada mais que um sintoma de fraqueza e medo do devir, da f de sentido do mundo, da vida. ) razão estaria a serviço do homem para e'plic mundo e esta(elecer verdades so(re ele por mera incompet*ncia do homem em lidar com o caos que " constituinte da vida. )ssim, o homem alça valores, co verdades com pretensões universais para se ha(ituar ao mundo, negando o corp os sentidos. & conhecido, para Nietzsche, " resultado do medo do que " estra duvidoso e do que inquieta. Segundo Nietzsche, o homem tenta esta(elecer valores universais ao mund por meio de ne'os causais. ) causa e o efeito, por"m, são apenas recortes do Nietzsche chama de “continuum. & homem retira um certo acontecimen conte'to do qual faz parte e analisa+o de maneira isolada. Por meio da repet deste acontecimento, se cria uma relaçãocausal e da$ se tiram imagens e a(straçõesque são consideradasverdadeiras. as, sendo a realidade um continuum, um “constante e cont$nuo devir, um caos sem partes e sem sentido relações de causa e efeito e as imagens e a(strações que da$ se resultam são apenas criações humanas para ordenar a realidade, " um antropomorfismo. - " atrav"s da linguagem que esse antropomorfismo, a relação entre homem e mundo a razão se sustentam. & homem nomeia um o( eto e para ele o nome " o o( eto. Passa portanto, a atri(uir um valor, uma significação ! e'ist*ncia linguagem,esquecendo que" apenas uma interpretação e tomando+a como intr$nseca ao mundo/ “o homem pro eta as suas próprias categorias para a rea acreditando haver uma razão que ordene e ustifique o mundo 0 desconsiderand que essa razão na verdade " a sua própria razão.

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a crítica nietzschiana à razão e à verdade

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A CRTICA NIETZSCHIANA RAZO E VERDADE

Para Nietzsche, o marco que tornou a razo superior e dominante aos instintos e sensaes e o filtro pelo qual seria interpretada toda a realidade toma fora com Scrates. Por meio da negao do mundo tal como se apresentava e dos sentidos por estes serem ilusrios, Scrates se vale da razo para dar um sentido realidade e atingir a verdade que estaria para alm das coisas (metafsica). O socratismo, como denomina Nietzsche a este impulso razo exacerbada, no nada mais que um sintoma de fraqueza e medo do devir, da falta de sentido do mundo, da vida. A razo estaria a servio do homem para explicar o mundo e estabelecer verdades sobre ele por mera incompetncia do homem em lidar com o caos que constituinte da vida. Assim, o homem ala valores, conceitos, verdades com pretenses universais para se habituar ao mundo, negando o corpo e os sentidos. O conhecido, para Nietzsche, resultado do medo do que estranho, duvidoso e do que inquieta.Segundo Nietzsche, o homem tenta estabelecer valores universais ao mundo por meio de nexos causais. A causa e o efeito, porm, so apenas recortes do que Nietzsche chama de continuum. O homem retira um certo acontecimento do contexto do qual faz parte e analisa-o de maneira isolada. Por meio da repetio deste acontecimento, se cria uma relao causal e da se tiram imagens e abstraes que so consideradas verdadeiras. Mas, sendo a realidade um continuum, um constante e contnuo devir, um caos sem partes e sem sentido, as relaes de causa e efeito e as imagens e abstraes que da se resultam so apenas criaes humanas para ordenar a realidade, um antropomorfismo. E atravs da linguagem que esse antropomorfismo, a relao entre homem e mundo e a razo se sustentam. O homem nomeia um objeto e para ele o nome o objeto. Passa portanto, a atribuir um valor, uma significao existncia atravs da linguagem, esquecendo que apenas uma interpretao e tomando-a como intrnseca ao mundo: o homem projeta as suas prprias categorias para a realidade acreditando haver uma razo que ordene e justifique o mundo desconsiderando que essa razo na verdade a sua prpria razo.Nietzsche afirma que essa racionalidade doentia resultado de um desequilbrio dos impulsos inerentes ao homem: ao subjugar os impulsos razo, os instintos so enfraquecidos e resultam num corpo doente, inadequado para o mundo. A fraqueza do homem doente tenta negar e eliminar a dor e o sofrimento que so intrnsecos vida e a sua falta de sentido. O que Nietzsche pretende uma filosofia que afirme a vida e, desta forma, afirme tambm a dor e o sofrimento.