A Cultura e o Iluminismo em Portugal Face à Europa

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Tema F: Portugal no Contexto Europeu dos Séculos XVII e XVIII

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Tema F: Portugal no Contexto Europeu dos Séculos XVII e XVIII

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A Cultura e o Iluminismo em Portugal Face à Europa

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QUESTÃO-PROBLEMA

Terá o desenvolvimento do conhecimento e do saber ocorrido em todo o espaço europeu ou houve áreas geográficas que resistiram à inovação?

Para saber responder no final:1. O que é o método experimental ou científico?2. Como se constrói o método experimental?3. Como é que o desenvolvimento da técnica contribuiu para o avanço

científico?4. Que novas áreas geográficas passaram a ser conhecidas pelo

europeu?5. O que entendes por revolução científica?6. Que limitações ou entraves surgiram ao avanço científico?7. Identificar as áreas geográficas europeias de maior resistência à

inovação.8. Identificar os grupos sociais associados ao avanço da ciência.9. Definir Iluminismo.10. Identificar as principais ideias iluministas e os seus representantes.11. Como chegaram as ideias iluministas a Portugal? Como foram

implantadas?3

A Revolução Científica na Europa e a permanência da tradição

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Rembrandt, A Lição de Anatomia do Dr. Tulp, 1632, pintura a óleo, 169,5 cm x 216,5 cm, Mauritshuis, Haia, Holanda 4

A Revolução Científica na Europa e a permanência da tradição

OBSERVA COM ATENÇÃO A PINTURA

O nascimento do método científico

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Rembrandt, A Lição de Anatomia do Dr. Tulp, 1632, pintura a óleo, 169,5 cm x 216,5 cm, Mauritshuis, Haia, Holanda

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A Revolução Científica na Europa e a permanência da tradiçãoO nascimento do método científico

1. Quem são as personagens retratadas na pintura?

2. Qual a ciência representada na pintura?3. Descreve o que é retratado na pintura.4. Que representações na pintura são condições

para o desenvolvimento da medicina?

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A Revolução Científica na Europa e a permanência da tradiçãoO nascimento do método científico

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“(…) Devemos evitar cuidadosamente a precipitação e as conclusões apressadas; apenas podemos reconhecer como autênticos os conhecimentos que se apresentam ao nosso espírito com tanta clareza que em caso de dúvida alguma os possamos pôr em dúvida.”

René Descartes, Discurso do Método, 1637

Nunca devemos admitir senão aquilo que a razão nos mostra como evidente; em caso algum podemos aceitar o que nos é imposto pela nossa imaginação ou pelos nossos sentidos.”

René Descartes, Meditações Metafísicas, 1640, 1637

1. O que considera o autor mais importante para a construção do saber?2. Que tipo de saber defende Descartes?3. Que conselhos dá Descartes quanto à procura do verdadeiro

conhecimento?4. De acordo com a opinião do autor, qual a importância da

dúvida metódica?

Cf. MAIA, Cristina; BRANDÃO, Isabel Paulos – Viva a História 8. Porto, Porto Editora, 2007, p. 94,95.

1596-1650

René Descartes

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William Harvey 1578/1657,Inglaterra

 médico britânico que pela primeira vez descreveu corretamente os detalhes do sistema circulatório do sangue ao ser bombeado por todo o corpo pelo coração

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A Revolução Científica na Europa e a permanência da tradiçãoO nascimento do método científico

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Isaac Newton, 1643/1727, Inglaterra

cientista inglês, mais reconhecido como físico e matemático, embora tenha sido também astrónomo, alquimista e teólogo

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A Revolução Científica na Europa e a permanência da tradiçãoO nascimento do método científico

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Nicolau Copérnico, 1473, 1543, Polónia

astrónomo e matemático polaco que desenvolveu a teoria heliocêntrica do Sistema Solar. Foi também cónego da Igreja Católica, governador e administrador, jurista, astrólogo e médico 9

A Revolução Científica na Europa e a permanência da tradiçãoO nascimento do método científico

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Galileu Galilei, 1543, 1564, Itália

físico, matemático, astrónomo e filósofo italiano. Galileu Galilei foi personalidade fundamental na revolução científica

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A Revolução Científica na Europa e a permanência da tradiçãoO nascimento do método científico

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A Revolução Científica na Europa e a permanência da tradiçãoDesenvolvimento tecnológico

Termómetro de álcool italiano, 1660, réplica

Microscópio inglês, 1680, Christopher Cock

Telescópio de Newton, 1668, Royal Society, London

Relógio, 1670, Victoria and Albert Museum, Londres

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A Revolução Científica na Europa e a permanência da tradiçãoO alargamento do conhecimento do mundo

Abel Tasman 1603/1659), Holanda

Tasman (holandês) explora as costas da Austrália, chega à Tasmânia e Nova Zelândia

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O Mar de Bering e a sua localização no Oceano Pacífico.

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Vitus Bering, 1681/1741, Dinamarca

A Revolução Científica na Europa e a permanência da tradiçãoO alargamento do conhecimento do mundo

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A Revolução Científica na Europa e a permanência da tradiçãoO alargamento do conhecimento do mundo

James Cook, 1724/1774, Inglaterra

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A necessidade de divulgação e discussão dos avanços técnicos e científicos leva a: Divulgação em jornais e livrosDiscussão em salões, cafés, livrarias,

bibliotecasDesenvolvimento da Maçonaria

(associações secretas de intelectuais)Criação das Academias: sociedades

científicas onde se partilhavam ideias, conhecimentos e experiência.As academias tornam-se centros de

cultura e progresso 15

A Revolução Científica na Europa e a permanência da tradiçãoA divulgação do saber científico

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A Revolução Científica na Europa e a permanência da tradiçãoResistências à inovação

“Nos exames ou lições não se ensine nem defendam opiniões de pouco valor ou inúteis (…) como são as de Descartes, Newton e outros (…)”

Edital do Colégio das Artes, Coimbra, 1746

“Lamentam os sábios, e com razão, que as luzes da ciência experimental moderna (…) sejam desconhecidas em Portugal, devido à dificuldade com que entram os livros estrangeiros, a facilidade com que se condena e proíbe a leitura e a supersticiosa e triste ignorância em que se acham os homens (…). Tem mostrado a experiência que os Portugueses têm sido obrigados a encolher os seus talentos, a esconder as suas luzes, a afogar as suas ideias, a sufocar as suas opiniões (…). Os ministros (…) deverão persuadir o seu soberano a abolir para sempre um tribunal que, implantado em Portugal, é o escândalo de todos os povos do mundo.”

Cavaleiro de Oliveira, Reflexões (publicadas em Londres), 1765

1. Qual a opinião do Colégio das Artes sobre os cientistas modernos? Que tipo de ensino defende?

2. A que tribunal se refere o Cavaleiro de Olivença?3. Segundo o Cavaleiro de Olivença, quais eram algumas das causas do

atraso em que se encontrava Portugal?

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O desenvolvimento do saber e do conhecimento não chega da mesma forma a toda a população

Existência de uma elite cultural, grupo de intelectuais com acesso ao conhecimento

Grande parte da população permaneceu analfabeta

A cultura popular continuava a ser marcada pelos conhecimentos ligados à agricultura, rituais religiosos, costumes e tradições

Crenças e práticas de magia e bruxaria pelo povo 17

A Revolução Científica na Europa e a permanência da tradiçãoResistências à inovação

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Resistência da Igreja Católica à inovação, criação da Inquisição e Companhia de Jesus (ordem religiosa que dominava o ensino em Portugal e Espanha)

As descobertas científicas eram vistas como uma ameaça aos saberes da Bíblia

Censura e repressão utilizadas pela Inquisição e o ensino tradicional dos Jesuítas foram instrumentos de controlo ideológico

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A Revolução Científica na Europa e a permanência da tradiçãoResistências à inovação

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ILUMINISMO

“O Século das Luzes”

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Movimento que surge em Inglaterra na segunda metade do século XVII

E desenvolve-se em França durante o século XVIII

O Iluminismo defendia: A ideia de progressoA valorização da razãoLiberdade, Tolerância e Igualdade de

todos perante a leiO direito à felicidade 20

O Iluminismo na Europa Crença na razão e no progresso

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PRINCIPAIS REPRESENTANTES DO

ILUMINISMO

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JONH LOCKE, 1632/1704 (Inglaterra)

Precursor do Iluminismo (considerado o “Pai” do Iluminismo).

Direitos naturais e inalienáveis dos homens: vida, liberdade e propriedade.

Os governos existem para preservar esses direitos.

LIBERALISMO POLÍTICO.Defesa da Monarquia

Parlamentar (Constitucional);.Conhecimento = experiência e

razão. 22

O Iluminismo na Europa Ideias iluministas

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“Quando na mesma pessoa ou no mesmo órgão político o poder legislativo está reunido ao poder executivo não há liberdade. Também não há liberdade se o poder judicial não estiver separado dos poderes legislativo e executivo”

O espírito das leis, 1748

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1. Que ideia defende Montesquieu?2. Consideras que o ideário político defendido por Montesquieu

põe em causa a Monarquia Absoluta? Justifica.

MONTESQUIEU1689/1755

(França)

O Iluminismo na Europa Ideias iluministas

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MONTESQUIEU

Divisão de poderes: executivo, legislativo e judiciário.Harmonia e

autonomia entre os poderes.

Submissão de TODOS perante a lei.

Montesquieu – Divisão dos Poderes24

O Iluminismo na Europa Ideias iluministas

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VOLTAIRE, 1694/1778

(França)Crítica ao clero e a

intolerância.Igualdade jurídica.Liberdade de

expressão.Monarquia

esclarecida ou iluminada

Voltaire – Liberdade de Expressão25

O Iluminismo na Europa Ideias iluministas

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ROUSSEAU, 1712/1778(França)

Defesa da soberania popular.

Poder = povo (democracia).

Teoria do bom selvagem.

Rousseau – Pai da Democracia Moderna

O Iluminismo na Europa Ideias iluministas

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“O homem nascce livre e senhor da sua própria vontade e não pode ser governado por quem quer que seja sem o seu próprio consentimento. (…)

Na sociedade, a minoria deve submeter-se à vontade da maioria (…). As decisões que devem prevalecer são aquelas que representam a vontade geral (…). É verdade que cada um, quando vota, exprime a sua própria vontade. Mas é do número total de votos que resultará a vontade geral. Se o resultado final não estiver de acordo com a minha vontade, isso significa apenas que a maioria está em desacordo comigo e que eu me devo submeter. Nem por isso deixarei de ser livre.”

Jean-Jacques Rousseau, O Contrato Social, 1762

O Iluminismo na Europa Ideias iluministas

1. Que ideias defende Rousseau?2. Consideras que o ideário político defendido por Rousseau põe

em causa a Monarquia Absoluta? Justifica.

ROUSSEAU, 1712/1778(França)

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DIDEROT, 1713/1784 D’ALEMBERT,

1717/1783(FRANÇA):

Enciclopedistas

A divulgação das ideias iluministas deu-se através da “Enciclopédia”, idealizada por Diderot e D’Alembert. 28

O Iluminismo na Europa Ideias iluministas

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O Iluminismo na Europa Ideias iluministas

EM SÍNTESE:

Filósofo Obras mais famosas

Ideias defendidas

Montesquieu(1689-1755)

O espírito das leis Separação dos poderes: legislativo (devia pertencer a uma assembleia de representantes eleita pelos cidadãos); executivo(rei e seus ministros) e judicial (exercido por juízes)

Voltaire(1694-1778)

CândidoTratado sobre a Tolerância

Justiça social, tolerância religiosa, liberdade, propriedade (critica os privilégios do clero e da nobreza)

Rousseau(1712-1778)

Do Contrato Social Soberania popular; o poder da Nação (soberania) pertencia ao povo, que elegeria os seus representantes e neles delegaria o seu poder. Igualdade de todos os cidadãos perante a lei

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As ideias iluministas chegam a Portugal em meados do século XVIII trazidas pelos Estrangeirados (intelectuais portugueses que viveram no estrangeiro e trouxeram para Portugal os ideais iluministas)

Francisco Xavier de Oliveira, diplomata Ribeiro Sanches, médico, filósofo e pedagogo Jacob de Castro Sarmento, médicoJoão Jacinto de Magalhães, físicoAvelar Brotero, botânicoLuís António Verney, pedagogo

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O Iluminismo em PortugalCrença na razão e no progresso

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Luís António Verney, 1713/1792 (pedagogo)

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Avelar Brotero, 1744/1828 (botânic0)

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Ribeiro Sanches, 1699/1783 (médico)

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Entre 1750 e 1772 o Marquês de Pombal, influenciado pelas ideias de Verney, leva a cabo uma reforma que atinge todos os níveis de ensino:

No ensino elementar: Contrata “mestres de ler, escrever e contar”

para as escolas menoresFunda escolas régias para o ensino das

Humanidades, estas serão mais tarde os liceus e hoje as escolas secundárias

Funda O Real Colégio dos Nobres para a educação da nobreza

Cria a Aula de Comércio para os burgueses34

O Iluminismo em PortugalReformas pombalinas no ensino

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No ensino universitário: Elabora novos Estatutos para a

Universidade de Coimbra Criou institutos de apoio ao ensino

superior, para fomentar o ensino prático, baseado na observação e experiência

Cria novas faculdades, como a de Matemática e filosofia Natural

O Estado português implementa desta forma a Laicização do Ensino (ensino público sem carácter religioso)

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O Iluminismo em PortugalReformas pombalinas no ensino

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Prof. Cidália Luís, Escola Básica 2,3 Alto do Moinho

Professora Cristina Barcoso Lourenç[email protected]

Agrupamento de Escolas de Montenegro, Faro2013

Agradecimentos

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DÚVIDA METÓDICA

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Quando estiveres no ensino secundário terás uma disciplina chamada Filosofia onde irás abordar o pensamento de Descartes.Se quiseres saber mais podes consultar os seguintes blogs de professores de Filosofia:http://esbclubefilosofia.blogspot.pt/2009/01/descartes-o-metodo.htmlhttp://duvida-metodica.blogspot.pt/2009/03/os-conceitos-cartesianos-de-intuicao-e.html

René Descartes, La Have en Touraine, França 1596; Estocolmo, Suécia, 1650