A decisão pela vida

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LAUDO: CARCINOMA. O chão desaparece. E a pergunta inevitável: Por quê? Um milhão de perguntas e a maioria delas começa com o intrínseco “Por quê?”. “Estou com câncer, e agora?” Agora você tem duas opções: se entregar ou lutar. Não é fácil, mas se você quer viver, a alternativa é uma só: “arregaçar as mangas” e ir à luta pela cura. Neste livro, Eliana Locatelli narra sua luta contra o câncer de mama desde o diagnóstico, em 2010, até as últimas etapas do tratamento, na tentativa de ajudar e incentivar as mulheres que estão passando pelo mesmo problema – e seus familiares – a enfrentar e vencerem esse mal assustador, sem ficarem abatidas e deprimidas. A autora quer mostrar que as tragédias existem sim, mas podem ser superadas, que podemos viver bem nossos dias mesmo em meio à tormenta, e que o sentimento de impotência, de que se vai morrer, precisa ser substituído pela decisão por viver.

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São Paulo, 2015

TALENTOS DA LITERATURA BRASILEIRA

a decisãopela vidaNãO SE SENTIR DOENTE fAz TODA A DIfERENçA

Eliana locatElli

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A decisão pela vida: não se sentir doente faz toda a diferençaCopyright © 2015 by Eliana Aparecida Roque LocatelliCopyright © 2015 by Novo Século Editora Ltda.

preparaçãoFernanda Guerriero AntunesrevisãoRebeca LacerdaAna Neiva

diagramaçãoRebeca LacerdacapaDimitry Uziel

novo século editora ltda.Alameda Araguaia, 2190 – Bloco A – 11o andar – Conjunto 1111 cep 06455-000 – Alphaville Industrial, Barueri – sp – Brasiltel.: (11) 3699-7107 | fax: (11) 3699-7323www.novoseculo.com.br | [email protected]

Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990), em vigor desde 10 de janeiro de 2009.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, sP, Brasil)

Locatelli, ElianaA decisão pela vida : não se sentir doente faz toda a diferença / Eliana Locatelli. -- Barueri, SP : Novo Século Editora, 2015.(Coleção talentos da literatura brasileira)

1. Câncer - Doentes - Narrativas pessoais 2. Câncer de mama - Doentes - Narrativas pessoais 3. Conduta de vida 4. Desenvolvimento pessoal 5. Experiências de vida 6. Histórias de vida 7. Superação - Histórias de vida I. Título. II. Série.

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Índice para catálogo sistemático: 1. Histórias de vida : Literatura brasileira 869.3

gerente editorialLindsay Goisauxiliar de produçãoEmilly Reisaquisições Cleber Vasconcelos

editorialJoão Paulo PutiniNair FerrazRebeca LacerdaVitor Donofrio

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Dedicatória

Dedico este livro ao meu amado esposo Kiko, compa-nheiro de todas as horas, aos meus preciosos filhos, Juliana, André e Nathalia, batalhadores e presentes sempre, aos queridos nora e genro, Carolina e Fer-nando, pelo apoio e suporte, e aos meus netinhos, Lucas, Isabella e Fernandinho, presentes lindos de Deus para minha vida.

A decisão pela vida: não se sentir doente faz toda a diferençaCopyright © 2015 by Eliana Aparecida Roque LocatelliCopyright © 2015 by Novo Século Editora Ltda.

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Gratidão. Por incrível que pareça, essa foi a palavra que definiu minha mãe durante um longo e sofrido tratamento de câncer de mama.Sempre grata por “estar viva”. Sempre grata porque “existe medicamento”. Sempre grata “porque hoje está um lindo dia”.

Enfim, é exatamente assim quem ela é e o que ela pensa, sempre olhando para o lado bom de cada si-tuação e nos recebendo com um sorriso no rosto.

Ao invés de levarmos consolo, ela é quem traz pa-lavras de alívio e esperança.

Uma grande mulher que decidiu pela VIDA! De espírito nobre e fiel ao Criador.

Mãe, obrigada por ser parte de mim e da minha fa-mília. Abençoada sou em ter você! E sortudo é você, leitor, que vai poder sentir um pouco da alegria de vi-ver dessa mulher de fé e coragem.

Com amor,Ju (Juliana, a filha mais velha).

Gratidão

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Apresentação

É com muita emoção e alegria que falo desta amiga tão querida.

Tenho certeza de que este livro será de grande ajuda a todas as mulheres que passam pela dura ex-periência de ter câncer.

A autora deste livro lutou com muita garra e fé no coração, e nunca se entregou, nem física nem espi-ritualmente. Mesmo nas horas mais difíceis, em que ficávamos sem saber o que lhe dizer, ela sempre tinha uma palavra de esperança para nós e para si.

Por isso, tenho certeza de que vocês encontrarão sempre uma palavra que as confortem.

Lutem e não se entreguem. Espelhem-se neste livro.Amiga, amo você.

Laura Klingenhoff Berno

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Prefácio

Ficamos doentes e, às vezes, começamos a achar que somos os responsáveis por nossa doença. E começam os questionamentos:

Por que estou com câncer?Por que está acontecendo isso comigo?Andei deprimida?Tive uma tristeza muito grande?Trabalhei demais?Gosto do jeito que sou?Minha alimentação é errada?

É claro que precisamos ser vigilantes em várias áreas, mas basta estar vivo, não?

Sempre procurei ter bons hábitos alimentares, mas sem ser radical, dando preferência a uma ali-mentação o mais saudável possível e evitando ali-mentos considerados nocivos (corantes, aromatizan-tes, embutidos, enlatados etc.).

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Não bebo, nunca fumei, jamais tive qualquer en-fermidade severa e raramente tomo remédios. Pri-meiro procuro alternativas como chás, massagens, uma boa noite de sono, além de olhar para o lado bom da vida, agradecendo a Deus pela minha saúde.

Isso tudo não me isentou da doença, e quando uma doença grave acontece, nossa família é sempre a primeira a receber a notícia. Sentimos tristeza, deses-pero e uma preocupação assustadora. Quando conta-mos aos nossos amigos, percebemos a surpresa deles e um sentimento de compaixão e de solidariedade.

Tenho câncer de mama. E agora, como será minha vida daqui pra frente?

Neste livro, procurei transmitir como foi minha experiência ao lutar contra esse vilão que tem ator-mentado milhares de mulheres e famílias. Meu obje-tivo é ajudá-la a não ter medo de enfrentar o câncer “cara a cara”, vivendo cada dia como um presente maravilhoso, sem deixar que os pensamentos ruins e a doença sejam maiores que você, a ponto de deixá-la prostrada em uma cama, profundamente deprimida.

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Todas as

revisões feitas

Por ter a mama densa e com muitas calcificações, passei onze anos da minha vida fazendo, anualmen-te, exames de prevenção do câncer de mama com um médico considerado “especialista” no assunto. Embora a consulta tivesse um valor alto, não me im-portava, queria estar segura de que o profissional que cuidava de mim conhecia bem o que estava fazendo.

Nesses onze anos foram muitas mamografias, ul-trassonografias, exames de toque, e a resposta era sempre a mesma: “mama densa com microcalcifi-cações benignas”. Era tão bom ouvir aquilo! Sempre saía das avaliações tranquila, tamanha era a minha confiança naquele profissional.

A última revisão havia sido em novembro de 2009. Após seis meses, em maio de 2010, senti um volume maior na mama direita, o que me trouxe certa preo-cupação. Imediatamente, fui ao “especialista”, que, depois do exame de toque, solicitou uma punção, tecnicamente chamada Punção Aspirativa Mamária. Ao fazer esse tipo de exame, a expectativa sempre é

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muito grande. Sentimos certo temor e tremor, e nos-sas emoções afloram.

Cheguei ao laboratório (procurei um bem concei-tuado), entrei naquela sala fria, cheia de expectati-vas, e não teve jeito: mesmo tentando certo domínio, o choro veio com força total.

A médica que fez a punção foi muito cuidadosa e sensível. Preocupada em me confortar, ela ia expli-cando todo o procedimento.

Exame concluído. Era só aguardar o resultado, pelo qual ficamos ansiosas e na expectativa. Depois de alguns dias, o resultado: “NEGATIVO”.

Que alegria, que alívio!Levei o resultado ao “especialista” e, diante do

diagnóstico, a orientação foi: “Vamos esperar, volte daqui a seis meses”.

Confiando plenamente no doutor, fiz o que ele me pediu e fiquei tranquila, mas mal sabia o que es-tava por vir.

Durante os seis meses de espera, até a próxima consulta, senti que o volume do possível tumor havia aumentado. Começou a ficar difícil até para deitar de bruços. Fiquei assustada.

Voltei ao “especialista”, que só então solicitou uma biópsia, exame que deveria ter sido pedido seis meses antes, uma vez que a punção, segundo a opi-nião de outros profissionais, não é muito fiel no seu

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resultado. Disso eu não sabia, mas o que se espera de um “especialista” no assunto é que ele saiba.

Já podia pressentir que algo de muito ruim estava acontecendo comigo.

Quando fiz a biópsia, numa terça-feira, fui para o trabalho com uma tristeza muito grande.

Na tarde desse dia, chegou uma cliente na loja, a Dra. Simone Duarte, ginecologista e mastologista, um desses anjos que Deus coloca em nosso caminho, verdadeira providência divina naquele momento.

Falei com ela sobre a minha tremenda preocupa-ção e aflição, e a doutora, com todo o amor e toda a atenção do mundo, me deu orientações bem claras sobre a provável doença, pedindo-me que eu levas-se o resultado da biópsia até seu consultório assim que ficasse pronto.

Após alguns dias, peguei o resultado e antes de chegar ao consultório, ansiosa do jeito que sou e ain-da no carro, abri o envelope. Embora, no fundo do meu ser, eu já sentisse que não teria boas notícias, havia uma esperança, que caiu por terra ao ler o laudo conclusivo: CARCINOMA DUCTAL INVASIVO.

Fiquei sem chão. Disse muitas coisas que não de-veria. Não entendia como podia ter acontecido isso, se sempre havia tomado todos os cuidados necessá-rios! Enfim, veio a sensação de morte.

Meu marido, que me acompanhava, ficou atôni-to, sem saber o que fazer… Choramos juntos.

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Ninguém da minha família, até então, tinha tido câncer. Nas minhas conversas com Deus, sempre falei que gostaria de morrer idosa, mas com saúde, algo do tipo dormir e morrer, como foi o caso do meu avô. No entanto, não somos nós que determinamos isso, não é mesmo?

Eu estava vivendo um pesadelo que parecia não ter solução e para mim, naquele momento, o desfe-cho seria morte e muito sofrimento.

Chegando ao consultório, abalada e triste, a Dra. Simone, uma profissional maravilhosa, sensível, cheia de amor e compaixão, tranquilizou-me e deu todas as orientações para os próximos passos.

A cirurgia era inevitável e precisava ser feita o mais rápido possível.

Fiquei revoltada e decepcionada com o “espe- cialista”.

Como eu, que há onze anos fazia acompanha-mento médico — mamografias e ultrassonografias, regularmente — fui vítima de algo tão doloroso e de-solador tardiamente?

E agora, como enfrentar os dias que viriam pela frente?

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