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1

Fevereiro de 2007

A Determinação da Taxa de Juros no Brasil

A Determinação da Taxa de Juros no Brasil

2

I. Importância do Controle da Inflação

II. Alternativas de Regimes Monetários

III. Implementação do Regime de Metas no Brasil

IV. Trajetória das Metas de Inflação no Brasil

V. Resultados da Política Monetária

VI. Evolução Recente da Atividade Econômica e do

Mercado de Trabalho

A Determinação da Taxa de Juros no Brasil

3

I. Importância do Controle da Inflação

A Determinação da Taxa de Juros no Brasil

4

A tendência das legislações recentes é enfatizar a estabilidade de preços;

Nos casos em que existem objetivos múltiplos, os bancos centrais têm autonomia para interpreta-los (Israel) e prioriza-los (EUA);

Em outros casos de objetivos múltiplos ou mais abrangentes, os bancos centrais têm compromissos com metas para a inflação.

Mandato de Bancos Centrais

5

Experiência internacional mostra que inflação baixa e estável é pré-condição para o crescimento, isto é, países só crescem de forma sustentada com estabilidade de preços;

Brasil tem uma experiência ainda curta e recente de baixa inflação.

Importância do Combate à Inflação

6

Crescimento e Inflação

1990-2006* (variação média anual)

PIB (%)

Cingapura 1,56,6China 5,19,7

Chile 8,15,6Tailândia 4,05,1

Coréia 4,65,8

Brasil 2,2 48,4

Índia 7,36,0

México 14,23,2

Inflação (%)

Fonte: FMI *Estimativa

7

Apesar da queda do patamar inflacionário após a edição do Plano Real em 1994, observamos repiques inflacionários em 1999, 2002/2003 e, em menor escala, em 2004;

Cultura inflacionária e mecanismos de indexação (formais ou informais) persistem na economia brasileira;

Quadro de estabilidade de preços ainda precisa ser consolidado.

Importância do Combate à Inflação

8

Brasil: Inflação em 12 Meses (1998-2007)%

3,0%

0

3

6

9

12

15

18

jan

98

jan

99

jan

00

jan

01

jan

02

jan

03

jan

04

jan

05

jan

06

jan

07

9

O controle da inflação também é prioritário para a inclusão social, já que as faixas mais pobres da população sofrem relativamente mais os efeitos perversos da inflação;

O repique inflacionário no segundo semestre de 2002 e primeiro semestre de 2003, por exemplo, provocou forte erosão no poder de compra dos salários.

Importância do Combate à Inflação

10

Salário Real Médio (2003-2006)%

-0,7

2,0

4,3

-12,2-14

-12

-10

-8

-6

-4

-2

0

2

4

6

2003 2004 2005 2006

11

Salário Real x Surpresa Inflacionária m

édia

móv

el 3

mes

es, R

$

IPC

A >

exp

ecta

tivas

IPC

A <

ex

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ativ

as

Surpresa Inflacionária

Salário real

945

970

995

1020

1045

1070

jan03

jul03

jan04

jul04

jan05

jul05

jan06

dez06

-5

-3

-1

1

3

5

7

9

11

13

12

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE atestam a importância do controle da inflação para a melhora da distribuição de renda;

O único ano desde 1995 em que a parcela da renda dos 50% mais pobres não subiu foi justamente 2002, marcado por forte aceleração inflacionária.

Importância do Combate à Inflação

13

Importância do Combate à Inflação

Em resumo, além de alongar o horizonte de previsibilidade dos agentes econômicos, reduzindo a incerteza e favorecendo o investimento, a inflação baixa e controlada preserva o poder de compra dos salários e contribui para a melhora na distribuição de renda, sustentando a demanda agregada e assegurando maior crescimento ao longo do tempo.

14

II. Alternativas de Regimes Monetários

A Determinação da Taxa de Juros no Brasil

15

Entre as alternativas de regimes monetários, o controle da taxa de câmbio e a definição de metas para agregados monetários foram usados em diversos países, e gradualmente abandonados.

Alternativas de Regimes Monetários

16

Controle da taxa de câmbio:

O controle da taxa de câmbio foi utilizado diversas vezes no Brasil e em outras economias, culminando em geral com crises cambiais;

Exemplos recentes: Reino Unido (1992), México (1994), Tailândia, Coréia do Sul, Filipinas e Indonésia (1997), Rússia (1998), Argentina (2002) e Brasil em diversas ocasiões (a mais recente, em 1999).

Alternativas de Regimes Monetários

17

Metas de agregados monetários:

Evidência empírica comprova que correlação entre inflação e quantidade de moeda é instável no curto prazo;

A instabilidade da demanda por agregados monetários, a endogeneidade de sua oferta e inovações financeiras levaram ao abandono da opção de metas de agregados monetários;

Exemplos: Reino Unido nas décadas de 70 e 80, Alemanha e Suíça até a década de 90.

Alternativas de Regimes Monetários

18

Na busca de alternativas, consolidaram-se nos últimos 15 anos duas mudanças institucionais que ajudaram a reduzir a inflação em diversos países:

Adoção da política de metas de inflação;

Autonomia operacional da autoridade monetária.

Alternativas de Regimes Monetários

19

Regime de metas de inflação:

O Banco Central se compromete a atuar de forma a garantir que a taxa de inflação esteja em linha com uma meta pré-estabelecida, anunciada publicamente;

Política de metas é um mecanismo de coordenação de expectativas, tendo a vantagem de ser mais transparente e ser melhor entendido pela sociedade.

Alternativas de Regimes Monetários

20

O regime de metas de inflação foi formalmente

adotado pela primeira vez pela Nova Zelândia em

1989/1990, seguida pelo Canadá e pelo Chile em 1991

e por Israel e Reino Unido em 1992;

Atualmente, é seguido em 24 países (entre

desenvolvidos e economias emergentes).

Alternativas de Regimes Monetários

21

Países que Seguem Metas de Inflação

ano de adoção do regime de metas

infla

ção

ante

rior à

adoç

ão d

as m

etas

(%)

Peru

Chile

Israel

NovaZelândia

CanadáReino Unido Suécia

Austrália

México

Polô

nia

República Tcheca Colômbia

Coréia do Sul

Hungria

BRASILÁfricado Sul

Tailândia

IslândiaNoruega

FilipinasEslováquia

0

4

8

12

16

20

24

28

32

36

40

1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2006

Turquia

IndonésiaRomênia

22

Diversos países adotaram o regime de metas para

assegurar permanentemente os ganhos advindos da

baixa inflação (por exemplo: Reino Unido, Suécia,

Austrália e Canadá);

Outros países adotaram o regime de metas em ambiente

de inflação elevada, para conduzir à desinflação gradual

da economia (por exemplo: Chile, Israel, Colômbia e

República Tcheca, além do Brasil).

Regime de Metas de Inflação

23

Resultados mostram uma queda pronunciada da

inflação, em especial nas economias emergentes

que adotaram a política de metas para conduzir o

processo de desinflação;

Em ambos os casos, a autoridade monetária

necessita de autonomia operacional para perseguir

a meta.

Regime de Metas de Inflação

24

%

Inflação Média nos Países que Seguem Regime de Metas(desde a sua adoção)

Economias Emergentes

Países Desenvolvidos

0

4

8

12

16

20

24

1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2007*

*Projeção

Regime de Metas de Inflação

25

Alguns exemplos de sucesso:

Países desenvolvidos:

•Nova Zelândia

•Reino Unido

Economias Emergentes:

•Chile

•Israel

Regime de Metas de Inflação

26

Nova Zelândia

Pioneira na adoção do regime de metas de inflação,

implantado em 1989/90;

Contexto: Inflação alta e volátil ao longo de toda a década

de 80, chegando próximo a 20% no final da década;

Em 1989, formalizada a autonomia do Banco Central;

Resultados: a inflação convergiu rapidamente para o

objetivo, mantendo-se no intervalo das metas por quase

todo o período.

27

Nova Zelândia: Inflação e Metas%

IPC (Variação Acumulada em 4 Trimestres)

0,0

2,0

0,0

3,0

1,0

3,0

Introdução do Regime de Metas para Inflação

-202468

101214161820

4T

80

4T

82

4T

84

4T

86

4T

88

4T

90

4T

92

4T

94

4T

96

4T

98

4T

00

4T

02

4T

04

4T

06

28

Reino Unido

Contexto: adoção do regime de metas de inflação em 1992,

após o colapso e a saída da libra esterlina do Sistema

Monetário Europeu necessidade de uma nova âncora

nominal;

Em 1997, o regime é consolidado com a autonomia formal

do Banco da Inglaterra;

Resultados: inflação baixa e o mais longo ciclo de

crescimento econômico do País desde o início do século

passado.

29

Reino Unido: Inflação e Metas

*Em 2003, mudança da meta acompanhada por mudança do índice de referência

Preços ao Consumidor (Variação Acumulada em 4 Trimestres)

%

0

2

4

6

8

10

12

1T89

3T90

1T92

3T93

1T95

3T96

1T98

3T99

1T01

3T02

1T04

3T05

1,0

4,0

2,52,0

Autonomia do Banco da Inglaterra

Introdução do Regime de Metas para Inflação

4T06

30

Reino Unido: PIB20

03=1

00

50

60

70

80

90

100

110

1T74

1T77

1T80

1T83

1T86

1T89

1T92

1T95

1T98

1T01

1T04

4T06

Introdução do Regime de Metas para Inflação

+ longo período de crescimento do PIB:

57 trimestres de resultado positivo

31

Reino Unido: Crescimento do PIBAntes do Regime de

MetasNo Regime de

Metas

%

1,9

2,7

0

1

2

3

Média 1980-1991 Média 1992-2005

32

Reino Unido: Variância da Inflação e do PIB

desvio-padrão do crescimento do PIB (%)

desv

io-p

adrã

o da

infla

ção

(%)

0

1

2

3

4

5

6

0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5

1993-2006

1980-1992

1970-1979

1960-1969

1959-1959

No período de metas, volatilidade da inflação e do PIB é a menor do pós-guerra

33

Chile

Contexto: Inflação alta e ampla indexação da economia nas

décadas de 70 e 80;

Em 1989, o Banco Central ganha autonomia operacional e

financeira;

Adoção do regime de metas de inflação em 1991

1991-1998: Versão “light” (com bandas cambiais )

Desde 1999: Versão “rígida” (com câmbio flutuante);

Resultados: queda acentuada da inflação ao longo de todo o

período, com forte crescimento econômico.

34

Chile: Inflação e Metas %

IPC (Variação Acumulada em 12 Meses)

Introdução do Regime de Metas para Inflação

4,0

2,00

5

10

15

20

25

30

35

jan90

jan92

jan94

jan96

jan98

jan00

jan02

jan04

jan07

35

Chile: Crescimento do PIB%

3,4

5,7

0

1

2

3

4

5

6

Média 1980-1990 Média 1991-2005

Antes do Regime de Metas

No Regime de Metas

Fonte: FMI

36

Israel

Contexto: inflação crônica e ampla dolarização da economia

na década 80 planos heterodoxos não conseguem debelar

inflação de forma definitiva;

Banco Central autônomo desde sua fundação, em 1954;

Em 1992, adoção de metas de inflação com bandas cambiais;

Flutuação do câmbio a partir de 1997;

Queda gradual da inflação para a atual meta: 1%-3%.

37

Israel: Inflação e Metas %

IPC (Variação Acumulada em 12 Meses)

-3

Introdução do Regime de Metas para Inflação

14,5

10,08,0

7,0

2,0 1,0

11,010,0

4,0 3,53,0

3,0 2,52

7

12

17

22

jan

91

jul

93

jan

96

jul

98

jan

01

jul

03

out

06

38

Crescimento do PIB%

Fonte: FMI

Média dos 10 anos anteriores à adoção do Regime de Metas Média do Período Posterior à Introdução do Regime de Metas (até 2005)

012345678

Aus

trál

iaB

rasi

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anad

áC

hile

Col

ômbi

aR

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iaIs

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Cor

éia

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Filip

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ulSu

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Rei

no U

nido

39

III. Implementação do Regime de Metas no Brasil

A Determinação da Taxa de Juros no Brasil

40

Regime de metas instituído em junho de 1999,

complementando a transição para o câmbio flutuante;

Com o colapso do regime de câmbio fixo, era necessário

buscar uma nova âncora nominal para a economia;

Alternativas ....

Controle de agregado monetário?

Nova âncora cambial?

Dolarização?

.... não se mostravam viáveis na prática.

Implementação do Regime de Metas no Brasil

41

Definições iniciais:

Índice de referência: IPCA (mede a variação do custo da

cesta de consumo representativa da população com

renda até 40 salários mínimos em 12 regiões

metropolitanas do país);

Metas definidas para o ano-calendário, dois anos à

frente;

Metas estabelecidas com intervalo de tolerância, sem

cláusulas de escape.

Implementação do Regime de Metas no Brasil

42

No caso do Brasil, as metas são definidas pelo

Conselho Monetário Nacional (CMN);

Ao Banco Central, cabe a responsabilidade de cumprir

as metas, utilizando a taxa de juros de curtíssimo prazo

como instrumento;

Copom (Comitê de Política Monetária) é o órgão

colegiado no âmbito do Banco Central responsável pela

decisão de taxa de juros.

Implementação do Regime de Metas no Brasil

43

Nas últimas duas décadas, o estabelecimento de comitês decisórios de política monetária tornou-se uma prática comum nos bancos centrais de todo o mundo;

Os comitês reduzem a discricionariedade da decisão e permitem a criação de um ritual e calendário adequados;

Decisão colegiada tende a ser menos sujeita a erros que a decisão individual;

Seguindo essa tendência, o Copom foi criado em 1996, formado pelo Presidente e pelos diretores do Banco Central.

Implementação do Regime de Metas no Brasil

44

CMN estabelece a meta de inflação

Banco Central é responsável por seu cumprimento

Copom fixa a taxa de juros de curto prazo

Taxa de juros afeta a inflação com defasagens

Implementação do Regime de Metas no Brasil

45

Pré-condições:

Estabelecimento de uma única meta/objetivo;

Credibilidade das metas e do índice utilizado;

Autonomia operacional do Banco Central/Copom;

Regime de câmbio flutuante.

Implementação do Regime de Metas no Brasil

46

O Banco Central determina a taxa de juros de curtíssimo

prazo (taxa Selic), mas a transmissão da política monetária

se dá por meio das taxas de mercado em diferentes

horizontes, que não são controladas pela autoridade

monetária;

É possível ocorrer um descasamento entre a taxa Selic e

as taxas de mercado, se os agentes antecipam mudanças

da política monetária, ou em períodos de incerteza ou

ainda em períodos em que a política monetária perde

credibilidade.

Implementação do Regime de Metas no Brasil

47

%Selic e Taxas de Mercado (180 e 360 Dias)

* 9/fev

taxa Selic

taxa swap 180 dias

taxa swap 360 dias

12

16

20

24

28

32

jan00

jan01

jan02

jan03

jan04

jan05

jan06

fev*07

48

A eficácia da política monetária depende em grande

medida da sua credibilidade;

Uma comunicação eficaz e o compromisso com a

transparência são fundamentais na implementação da

política monetária;

Para coordenar expectativas, o banco central necessita

explicar suas decisões de forma racional e consistente.

Implementação do Regime de Metas no Brasil

49

O Banco Central do Brasil é reconhecido internacionalmente pela excelência e pioneirismo de sua política de comunicação e transparência;

Instrumentos de comunicação:

Atas das reuniões do Copom divulgadas uma semana após a reunião, explicando detidamente os condicionantes da decisão;

“Relatório de Inflação” trimestral;

“Carta Aberta” do Presidente do Banco Central ao Ministro da Fazenda, no caso da meta de inflação não ser cumprida.

Implementação do Regime de Metas no Brasil

50

Na implementação da política monetária, o Banco Central avalia detidamente uma série de indicadores, como:

Evolução da economia global;

Cenário doméstico de atividade, preços, crédito, finanças públicas e balanço de pagamentos;

Mercado de trabalho;

Mercado monetário;

Expectativas dos agentes privados;

Modelos de projeção para a inflação.

Implementação do Regime de Metas no Brasil

51

IV. Trajetória das Metas de Inflação no Brasil

A Determinação da Taxa de Juros no Brasil

52

Trajetória para as metas no Brasil foi definida pelo CMN,

tendo por fundamento a convergência gradual da taxa de

inflação da economia brasileira para níveis próximos aos

vigentes nos nossos principais parceiros comerciais;

Essa trajetória foi revista, em função de choques adversos

que atingiram a economia e alteraram a velocidade de

convergência para a meta de inflação de longo prazo.

Trajetória das Metas de Inflação no Brasil

53

Metas de Inflação

Metapara 2006

Intervalo deTolerância

Brasil 4,5 +- 2,0África do Sul 3,0 – 6,0Austrália 2,0 – 3,0Canadá 2,0 +- 1,0Chile 3,0 +- 1,0Colômbia 4,5 +- 0,5

Reino Unido 2,0 +- 1,0

Islândia 2,5 +- 1,5Israel 2,0 +- 1,0México 3,0Nova Zelândia 2,0 +- 1,0Peru 2,5 +- 1,0

República Tcheca 3,0 +- 1,0Suécia 2,0 +- 1,0Tailândia 0,0 - 3,5Turquia 5,0

--

+- 1,0

--

(meta para ano-calendário)meta de longo-prazo

(meta de longo-prazo)(meta de longo-prazo)(meta de longo-prazo)

(meta de longo-prazo)

(meta de longo-prazo)(meta de longo-prazo)(meta de longo-prazo)(meta de longo-prazo)(meta de longo-prazo)

(meta de longo-prazo)(meta de longo-prazo)

(meta para ano-calendário)

(meta para ano-calendário)

(meta para ano-calendário)

Período

54

Metas de Inflação para 2006

0123456789

10

Rei

no U

nido

Can

adá

Isra

elN

ova

Zelâ

ndia

Suéc

iaN

orue

gaA

ustr

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Islâ

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Cor

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Peru

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heca

Méx

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Hun

gria

Col

ômbi

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asÁ

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Sul

Bra

sil

Rom

ênia

Turq

uia

Indo

nési

a

Centro da Meta

% a

.a.

economias avançadas economias emergentes

55

V. Resultados da Política Monetária

A Determinação da Taxa de Juros no Brasil

56

Resultados da Política Monetária

No período de metas para a inflação, houve redução na

volatilidade da inflação, da taxa de juros e da taxa de

crescimento do PIB, em comparação com o período entre a

estabilização (Plano Real) e a implementação do regime de

metas;

A taxa média de crescimento do PIB subiu, comparativamente

ao período de câmbio fixo;

A taxa de juros caiu de forma expressiva.

57

Volatilidade de Inflação, PIB e Taxa de Juros

*todos os dados trimestrais anualizados, PIB até 3T06

Período

Inflação, PIB e Taxa SelicMédia, Desvio Padrão e Coeficiente de Variação*

Média D.P.

Taxa SelicInflação PIB

C.V. Média D.P. C.V. Média D.P. C.V.

Anterior ao Regime de Metas4T94 – 2T99

3T99 – 4T06Regime de Metas

3T99 – 4T06Regime de Metas (exclusive período de choques externos: 3T01 a 2T03)

10,4 9,9 95% 2,0 6,3 311% 35,4 14,1 40%

7,5 5,6 74% 2,5 3,5 139% 18,4 2,9 16%

6,0 3,3 55% 3,2 3,1 96% 17,5 2,2 12%

3T03 – 4T06Regime de Metas (após período de choques externos)

5,4 2,3 42% 3,3 3,0 90% 17,4 2,5 14%

58

Taxa Selic%

10

20

30

40

50

jan96

jan97

jan98

jan99

jan00

jan01

jan02

jan03

jan04

jan05

jan06

jan07

Média Anterior ao Regime de Metas

Média Regimede Metas

Média Regimede Metas

(excl jul 01 a jun 03)

59

Juros Reais (Swap 360 dias)%

Fontes: BCB and BM&F * 23/fev

%

7,95

10

15

20

25

30

35

40

jan96

jan97

jan98

jan99

jan00

jan01

jan02

jan03

jan04

jan05

jan06

fev*07

méd. 06/07:9,3%

méd. 96/99:18,5% méd. 04/05:

11,5%

méd. 00/03:15,0%

60

1999/2000: a inflação ficou dentro do intervalo de tolerância

estabelecido pelo CMN;

2001/2002: choques adversos de grande magnitude

atingiram a economia, desviando a inflação da trajetória

das metas;

2003: efeitos defasados dos choques de 2001/2002 ainda

impactaram a taxa de inflação;

2004/2007: a inflação retorna à trajetória das metas.

Inflação x Metas

61

Metas de Inflação%

metasintervalos de tolerância

IPCAIPCA (consenso)

8,9

6,0

7,7

12,5

9,3

7,6

3,1

5,7

3,9 4,0

0

2

4

6

8

10

12

14

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

62

Resultados da Política Monetária

O exame da evolução da inflação ocorrida em relação a metas

e intervalos estabelecidos em um conjunto de países que

adotam o regime de metas para a inflação indica que:

O valor central da meta raramente foi atingido com absoluta

exatidão;

A freqüência com que a inflação ficou abaixo do valor central

foi maior do que a freqüência com que ela permaneceu acima

do valor central, para países industrializados e emergentes;

Como proporção do total dos casos em que a meta foi cumprida,

os casos em que a inflação observada situou-se abaixo do valor

central foi maior no grupo de economia emergentes.

63

PaísInício do regime de

metas

π

< valor central

π

> valor central

π

= valor central

Emergentes (A + B) (C + D)África do Sul 2000 63% 38% 0%Chile 1991 48% 48% 3%Hungria 2001 35% 60% 5%México 2001 35% 65% 0%Peru 1994 69% 27% 4%Polônia 1999 64% 36% 0%média ponderada 55% 43% 3%DesenvolvidosAustrália 1993 48% 44% 8%Canadá 1991 53% 43% 3%Inglaterra 1992 75% 18% 7%Noruega 2001 80% 20% 0%Nova Zelândia 1990 23% 69% 8%Suécia 1995 77% 23% 0%média ponderada 55% 40% 5%

BRASIL 1999 12% 85% 4%

Cumprimento Trimestral das Metas de Inflação em Países Selecionados

64

Resultados da Política Monetária

Como proporção do total dos casos em que a meta

foi cumprida, os casos em que a inflação observada

situou-se abaixo do valor central foi maior no grupo

de economia emergentes.

65

PaísInício do

regime de metas

π

< piso da meta

Piso < π

<valor central

da meta

valor central < π

< teto da meta

teto da meta < π

Emergentes (A) (B) (C) (D)África do Sul 2000 31% 31% 0% 38%Chile 1991 17% 32% 38% 10%Hungria 2001 0% 35% 25% 35%México 2001 0% 35% 25% 40%Peru 1994 42% 27% 13% 15%Polônia 1999 54% 11% 4% 32%média ponderada 27% 28% 20% 22%DesenvolvidosAustrália 1993 37% 12% 17% 27%Canadá 1991 27% 27% 30% 13%Inglaterra 1992 36% 39% 14% 4%Noruega 2001 45% 35% 5% 15%Nova Zelândia 1990 5% 19% 42% 27%Suécia 1995 48% 30% 23% 0%média ponderada 29% 26% 25% 15%

BRASIL 1999 0% 12% 46% 38%

Cumprimento Trimestral das Metas de Inflação em Países Selecionados

66

Quadro Inflacionário Recente

As medidas de núcleo de inflação

acompanhadas pelo Banco Central mostram

comportamento recente mais benigno da

inflação, após a forte aceleração de 2002 e, em

menor escala, de 2004;

67

Núcleos de Inflação%

IPCA: Medidas do Núcleo (Média Móvel de 3 Meses)

com suavizaçãoexclusão

sem suavização

-0,2

0,3

0,8

1,3

1,8

jan02

jul02

jan03

jul03

jan04

jul04

jan05

jul05

jan06

jul06

jan07

68

Índice de Difusão

Linha de Tendência

%

47

57

67

77

87

jan02

jul02

jan03

jul03

jan04

jul04

jan05

jul05

jan06

jul06

jan07

69

Quadro Inflacionário Recente

Em 2006, como reflexo de fatores temporários,

tais como a forte desinflação nos alimentos in

natura, a inflação acumulada no período de um

ano situou-se abaixo do valor central do

intervalo definido pelas metas;

70

alimentos in naturaIPCA

alimentação no domicílio

Acumulado em 12 meses

-20

-16

-12

-8

-4

0

4

8

12

16

jan

04

jun

04

nov

04

abr

05

set

05

fev

06

jul

06

jan

07

IPCA x IPCA Alimentação%

71

IPA: Preços Agrícolas x Industriais%

indústria agricultura

-3,5

-2,5

-1,5

-0,5

0,5

1,5

2,5

3,5

4,5

5,5

jan03

jul03

jan04

jul04

jan05

jul05

jan06

jul06

jan07

72

Preços Livres Comercializáveis x Não-comercializáveis

acumulado em 12 meses

% %

Comercializáveis

Não-Comercializáveis

02468

10121416182022

jan02

jan03

jan04

jan05

jan06

jan07

3

4

5

6

7

8

9

10

73

A política monetária tem conseguido manter

as expectativas de inflação sob controle;

Para 2007 e 2008, expectativas dos agentes

privados estão bem ancoradas à trajetória das

metas.

Expectativas de Inflação

74

Expectativas x Metas - Final do AnoExpectativa

ano+1Meta

ano+1Expectativa

ano+2Meta

ano+2

1999 7,0 6,0 4,0 4,0

2000 4,3 4,0 3,8 3,5

2001 4,8 3,5 4,0 3,25*

2002 11,0 4,0** 8,0 3,75**

2003 6,0 5,5 5,0 4,5

2004 5,7 4,5 5,0 4,5

2005 4,5 4,5 4,5 4,5

*Meta CMN fixada em jun/2001 (Resolução nº 2,842)** Meta CMN fixada em jun/2002 (Resolução n° 2,972)

2006 4,0 4,5 4,1 4,5

75

IPCA e Expectativas de Inflação%

a.a

.

IPCA acumulado em 12 meses

expectativas12 meses à frente

(t-12)2

4

6

8

10

12

14

16

18

jan02

jul02

jan03

jul03

jan04

jul04

jan05

jul05

jan06

jul06

jan07

jul07

jan08

76

Surpresa InflacionáriaIP

CA

> e

xpec

tativ

asIP

CA

<

expe

ctat

ivas

-4

-2

0

2

46

8

10

12

14

jan03

jul03

jan04

jul04

jan05

jul05

jan06

jul06

jan07

77

VI. Evolução Recente da Atividade Econômica e do Mercado de Trabalho

A Determinação da Taxa de Juros no Brasil

78

PIB

Fontes: IBGE, Banco Central *Relatório de Inflação dez/06

Des

sazo

naliz

ado,

199

0 =

100

crescimento médio1999-2003: 1,8%

crescimento médio2004-2006: 3,4%

120

125

130

135

140

145

150

1T99

2T00

3T01

4T02

1T04

2T05

3T06

79

Crédito x Inflação

% d

o PI

B

% a

.a.

crédito total/PIB

expectativas de mercado

para a inflação12 meses à frente

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

jan

02

jul

02

jan

03

jul

03

jan

04

jul

04

jan

05

jul

05

jan

06

dez

06

22

26

30

34

% a

.a.

dias

créditoprazo médio

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

jan

02

jul

02

jan

03

jul

03

jan

04

jul

04

jan

05

jul

05

jan

06

dez

06

210

230

250

270

290

expectativas de mercado

para a inflação12 meses à frente

80

Vendas no Varejode

ssaz

onal

izad

o, 2

003

= 10

0

média móvel de 3 meses

97

102

107

112

117

122

127

jan01

jul01

jan02

jul02

jan03

jul03

jan04

jul04

jan05

jul05

jan06

jul06

dez06

81

Taxa de Juros Real x Vendas Varejo%

dess

azon

aliz

ado,

200

3 =

100

6

10

14

18

22

jan02

jan03

jan04

jan05

jan06

fev*07

98

102

106

110

114

118

122

126

taxa de juros real

vendas varejo (t+6)

dez 06

* fev 14

82Fonte: IBGE

Vendas no Varejom

édia

móv

el d

e 3-

mes

es (2

003=

100)

veículos e motocicletas móveis e eletrodomésticos

tecidos, roupas e sapatossupermercados

94

102

110

118

126

134

142

jan01

ago01

mar02

out02

mai03

dez03

jul04

fev05

set05

abr06

dez06

90

107

124

141

158

175

jan01

ago01

mar02

out02

mai03

dez03

jul04

fev05

set05

abr06

dez06

98

102

106

110

114

118

122

jan01

ago01

mar02

out02

mai03

dez03

jul04

fev05

set05

abr06

dez06

92

97

102

107

112

117

jan01

ago01

mar02

out02

mai03

dez03

jul04

fev05

set05

abr06

dez06

83

Criação de Emprego Formalm

ilhõe

s

acumulado em 12 meses

média 2003: 667 mil

média 1995-2002: 33 mil

média 2004-2006: 1.272 mil

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

jan95

mar96

mai97

jul98

set99

nov00

jan02

mar03

mai04

jul05

dez06

84

Taxa de Desemprego%%

8,2

9,2

10,2

11,2

12,2

13,2

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

2002 2003

20042005

2006

85

Salário Real e Massa SalarialR

$

Salário Real Médio Massa Salarial Real

2003

= 1

00

Médias Móveis de 3 Meses, Deflacionadas pelo INPC

950

970

990

1010

1030

1050

1070

jan04

jul04

jan05

jul05

jan05

dez06

98100102104106108110112114116118120

jan04

jul04

jan05

jul05

jan06

dez06

86

Vendas Varejistas e Massa Salarial

média móvel de 3 meses

dess

azon

aliz

ado,

200

3 =

100

2003

= 1

00vendas varejo

massa salarial

95

100

105

110

115

120

125

130

jan03

jun03

nov03

abr04

set04

fev05

jul05

dez05

mai06

dez06

98100102104106108110112114116118120

87

Confiança dos Consumidores (São Paulo)

Fonte: Fecomercio

esca

la: 0

-20

0

100

110

120

130

140

150

1T04

2T04

3T04

4T04

1T05

2T05

3T05

4T05

1T06

2T06

3T06

4T06

88

Confiança dos Consumidores (São Paulo)es

cala

: 0 -

200

Fonte: Fecomercio

Condições Atuais(barra)

Intenção Futura(linha)

70

90

110

130

150

170

1T04

2T04

3T04

4T04

1T05

2T05

3T05

4T05

1T06

2T06

3T06

4T06

89Fonte: IBGE

Produção Industrialde

ssaz

onal

izad

o, 2

002

= 10

0

média móvel de 3 meses

93

97

101

105

109

113

117

jan01

ago01

mar02

out02

mai03

dez03

jul04

fev05

set05

abr06

dez06

90

Produção e Vendas de Veículosde

ssaz

onal

izad

o, ja

n 20

3 =

100

produção vendas no mercado doméstico

80

90

100

110

120

130

140

jan03

jun03

nov03

abr04

set04

fev05

jul05

dez05

mai06

jan07

85

95

105

115

125

135

145

jan03

jun03

nov03

abr04

set04

fev05

jul05

dez05

mai06

jan07

91

Taxa de Juros Real x Produção Industrial%

dess

azon

aliz

ado,

200

2 =

100

6

10

14

18

22

jan02

jan03

jan04

jan05

jan06

fev*07

96

99

102

105

108

111

114

117

taxa de juros real

produção industrial (t+6)

Dec 06

* fev 14

92

Utilização da Capacidade

Fonte: FGV

%

85,9

95,0 93,9

8888,8

82,6

91,292,5

82,3

85,8

75

80

85

90

95

Geral Celulose, papel epapelão

Metalurgia Minerais não

metálicos

Vestuário, calçados e

produtos de tecidos

Máximo da série jan-07

93

Formação Bruta de Capital Fixo: 1999-2006

Fonte: IBGE

dess

azon

aliz

ado,

199

0=10

0

108

113

118

123

128

133

138

1T99

1T00

1T01

1T02

1T03

1T04

1T05

3T06

linha de tendência

94

Absorção Doméstica de Bens de Capital: 1999-2006

Fonte: Banco Central

média móvel de 3 meses

dess

azon

aliz

ado,

200

2=10

0

86909498

102106110114118122126130134

jan99

jan00

jan01

jan02

jan03

jan04

jan05

jan06

dez06

95

Insumos da Construção Civil: 2003-2006

Fonte: IBGE

dess

azon

aliz

ado,

jan

2003

= 1

00

90

93

96

99

102

105

108

111

jan03

jun03

nov03

abr04

set04

fev05

jul05

dez05

mai06

dez06

96

Investimento x Risco Brasil

Fontes: IBGE e JP Morgan

1990

=100

pont

os b

ásic

os

risco Brasil (T-2)

investimentos

108

113

118

123

128

133

138

1T

00

1T

01

1T

02

1T

03

1T

04

1T

05

1T

06

2T

07

200

500

800

1100

1400

1700

20003Q06

97

Confiança Empresarial

Fonte: FGV

esca

la: 0

-100

40

45

50

55

60

65

1T04

2T04

3T04

4T04

1T05

2T05

3T05

4T05

1T06

2T06

3T06

4T06

1T07

98

Fevereiro de 2007

A Determinação da Taxa de Juros no Brasil

A Determinação da Taxa de Juros no Brasil