A Dieta das Chocólatras - Gazeta do Paraná - 06/04/2010

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TERÇA-FEIRA, 6/04/2010 [email protected] | (45) 3218-2528 LITERATURA Emoções banhadas em chocolate “A dieta das chocólatras”, romance de Carole Matthews, é leitura para fazer ao lado da caixa de doces e se deliciar “Descobri que há dois tipos de mulheres. As fis- suradas por chocolate e as nojentas. Estas são do tipo que diz: ‘Ah, imagina se eu consigo comer um tablete inteiro de ‘Mars’, é enjoativo demais!’ TRECHO DO LIVRO (...) Já nós, participantes do Clube das Chocóla- tras, somos viciadas assumidas. Adoramos o melhor alimento do mundo, em todas as suas inúmeras formas. E não temos vergonha disso”. JULLIANE BRITA REDAÇÃO CASCAVEL Você começou a ver lojas e mercados repletos de chocolate há quase um mês, é certo. Depois de todas as compras, de todas as trocas de presente e de um fim de sema- na que certamente não passou sem a marca do doce mais amado, é que vem a certeza: a dieta continua seriamente abalada, afinal, o domingo foi de receber chocolates, mas eles com certeza não terminaram e continuarão em esquema de estoque por algum tempo. Qual a solução? Para alguns é fugir rapida- mente para a academia ou para dietas ab- surdas; para outros é se entregar à dieta das chocólatras. As seguidoras da dieta, aliás, não ligam nem um pouco se há proximidade com a Páscoa ou não; para elas, o chocolate não é desculpa para a troca de presentes, é uma questão de sobrevivência. Lucy, Autumn, Nadia e Chantal, as participantes fiéis do Clube das Chocólatras, seguem à risca o se- guinte plano de sobrevivência nos momen- tos de estresse: 1) Respire fundo, 2) Conte até 10; 3) Coma chocolate; embora, na mai- oria das vezes, as duas primeiras etapas se- jam facilmente puladas e o chocolate surja como única saída. As quatro amigas chocólatras são perso- nagens da escritora inglesa Carole Matthews, especialista na criação de best-sellers cuja toada principal é uma espécie de comédia romântica adaptada aos livros. “A Dieta das Chocólatras”, sequência do livro “O Clube das Chocólatras”, não é diferente. A história de Lucy Lombard – protagonista das aventuras adocicadas – e das amigas dela é repleta de cotidiano: certamente as coisas que aconte- cem a elas já foram capí- tulos de sua vida ou de uma amiga muito próxi- ma. É identificação na certa. Além disso, a ati- tude delas com relação ao chocolate é o que a maioria de nós, princi- palmente as mulheres, faz: “Quando a barra tá pesada, elas correm para a barra de chocolate”, ou, numa frase de Lucy que representa a constante do grupo: “Não caia de amores, caia no choco- late”. A toada parece ser a de um seriado america- no – as cenas da obra, diga-se, parecem episó- dios feitos para a televi- são –, prepare-se para ler como se estivesse assistindo. Por isso o li- vro é de linguagem ágil e cada capítulo deixa sempre a vontade de chegar logo ao próximo. As emoções, então, fica- rão à flor da pele: Lucy e as amigas passarão a ser também as melhores amigas das leitoras, que vão rir, gargalhar e der- ramar algumas boas lá- grimas com situações muito comuns. O mari- do cujo vício no jogo está acabando com a paz da família, um casa- mento na corda bamba e uma gravidez inespe- rada, um irmão envolvi- do com drogas, uma família distante, o ex- namorado canalha, mas amoroso, que volta a bater na porta, os encontros e desencon- tros com o homem dos sonhos de qualquer mulher. A leitora se envolve porque é natu- ral da amiga dividir as dores. Carole Mat- thews será a melhor amiga por boas horas de descontração e total envolvimento. Apesar de a dedicação especial ser às leitoras – o público feminino tem atração especial com o chocolate, certo? –, não des- carte a leitura se você for homem. O sonho masculino não é entender a mente femini- na? Pois bem, “A dieta das chocólatras” ofe- rece dicas valiosas. Além desse investimen- to na relação, alguns gostarão de acompa- nhar as aventuras paralelas do relaciona- mento de Clive e Tristan, proprietários do lugar que o leitor vai sonhar em conhecer de verdade, o Paraíso do Chocolate, ponto de encontro das amigas nas horas emergen- ciais, em que somente uma conversa, a com- preensão das amigas e uma boa dose de chocolate podem ajudar a resolver as situa- ções mais complicadas. Àqueles que não leram a primeira obra da saga chocólatra publicada pela Editora Bertrand Brasil e por ventura tem em mãos a segunda, não se preocupem. A leitura é recomendada da mesma forma. Alguns epi- sódios do primeiro livro são retomados, mas nada que prejudique a leitura do segundo – aliás, só atiçam mais a vontade de acompa- nhar toda a saga –. Apronte-se para querer mandar um recado aos melhores amigos aos moldes do Clube – EMERGÊNCIA CHO- COLATE – e para ter vontade de comer mui- to, muito chocolate; as descrições dos do doce referem-se aos tipos mais deliciosos. Abra a caixa – e o livro – e delicie-se. A escritora Carole Matthews, responsável pelos instintos chocólatras dos leitores deste romance DIVULGAÇÃO “A dieta das chocólatras” (2010, 420 p., R$ 45), de Carole Matthews. Tradução de Flávia Anderson. Editora Bertrand Brasil DIVULGAÇÃO

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Matéria veiculada na Gazeta do Paraná no dia 06/04/2010

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Page 1: A Dieta das Chocólatras - Gazeta do Paraná - 06/04/2010

TERÇA-FEIRA, 6/04/2010

[email protected] | (45) 3218-2528

LITERATURA

Emoções banhadas em chocolate“A dieta das chocólatras”, romance de Carole Matthews, é leitura para fazer ao lado da caixa de doces e se deliciar

“Descobri que há dois tipos de mulheres. As fis-suradas por chocolate e as nojentas. Estas são dotipo que diz: ‘Ah, imagina se eu consigo comerum tablete inteiro de ‘Mars’, é enjoativo demais!’

TRECHO DO LIVRO

(...) Já nós, participantes do Clube das Chocóla-tras, somos viciadas assumidas. Adoramos omelhor alimento do mundo, em todas as suasinúmeras formas. E não temos vergonha disso”.

JULLIANE BRITA

REDAÇÃO CASCAVEL

Você começou a ver lojas e mercadosrepletos de chocolate há quase um mês, écerto. Depois de todas as compras, de todasas trocas de presente e de um fim de sema-na que certamente não passou sem a marcado doce mais amado, é que vem a certeza: adieta continua seriamente abalada, afinal, odomingo foi de receber chocolates, mas elescom certeza não terminaram e continuarãoem esquema de estoque por algum tempo.Qual a solução? Para alguns é fugir rapida-mente para a academia ou para dietas ab-surdas; para outros é se entregar à dieta daschocólatras.

As seguidoras da dieta, aliás, não ligamnem um pouco se há proximidade com aPáscoa ou não; para elas, o chocolate não édesculpa para a troca de presentes, é umaquestão de sobrevivência. Lucy, Autumn,Nadia e Chantal, as participantes fiéis doClube das Chocólatras, seguem à risca o se-guinte plano de sobrevivência nos momen-tos de estresse: 1) Respire fundo, 2) Conteaté 10; 3) Coma chocolate; embora, na mai-oria das vezes, as duas primeiras etapas se-jam facilmente puladas e o chocolate surjacomo única saída.

As quatro amigas chocólatras são perso-nagens da escritora inglesa Carole Matthews,especialista na criação de best-sellers cujatoada principal é uma espécie de comédiaromântica adaptada aos livros. “A Dieta dasChocólatras”, sequência do livro “O Clube dasChocólatras”, não é diferente. A história deLucy Lombard – protagonista das aventurasadocicadas – e das amigas dela é repleta decotidiano: certamente as coisas que aconte-cem a elas já foram capí-tulos de sua vida ou deuma amiga muito próxi-ma. É identificação nacerta. Além disso, a ati-tude delas com relaçãoao chocolate é o que amaioria de nós, princi-palmente as mulheres,faz: “Quando a barra tápesada, elas correm paraa barra de chocolate”, ou,numa frase de Lucy querepresenta a constantedo grupo: “Não caia deamores, caia no choco-late”.

A toada parece ser ade um seriado america-no – as cenas da obra,diga-se, parecem episó-dios feitos para a televi-são –, prepare-se paraler como se estivesseassistindo. Por isso o li-vro é de linguagem ágile cada capítulo deixasempre a vontade dechegar logo ao próximo.As emoções, então, fica-rão à flor da pele: Lucy eas amigas passarão a sertambém as melhoresamigas das leitoras, quevão rir, gargalhar e der-ramar algumas boas lá-grimas com situaçõesmuito comuns. O mari-do cujo vício no jogoestá acabando com a pazda família, um casa-mento na corda bambae uma gravidez inespe-rada, um irmão envolvi-

do com drogas, uma família distante, o ex-namorado canalha, mas amoroso, que voltaa bater na porta, os encontros e desencon-tros com o homem dos sonhos de qualquermulher. A leitora se envolve porque é natu-ral da amiga dividir as dores. Carole Mat-thews será a melhor amiga por boas horasde descontração e total envolvimento.

Apesar de a dedicação especial ser àsleitoras – o público feminino tem atraçãoespecial com o chocolate, certo? –, não des-carte a leitura se você for homem. O sonhomasculino não é entender a mente femini-na? Pois bem, “A dieta das chocólatras” ofe-rece dicas valiosas. Além desse investimen-to na relação, alguns gostarão de acompa-nhar as aventuras paralelas do relaciona-mento de Clive e Tristan, proprietários dolugar que o leitor vai sonhar em conhecerde verdade, o Paraíso do Chocolate, pontode encontro das amigas nas horas emergen-ciais, em que somente uma conversa, a com-preensão das amigas e uma boa dose dechocolate podem ajudar a resolver as situa-ções mais complicadas.

Àqueles que não leram a primeira obrada saga chocólatra publicada pela EditoraBertrand Brasil e por ventura tem em mãosa segunda, não se preocupem. A leitura érecomendada da mesma forma. Alguns epi-sódios do primeiro livro são retomados, masnada que prejudique a leitura do segundo –aliás, só atiçam mais a vontade de acompa-nhar toda a saga –. Apronte-se para querermandar um recado aos melhores amigosaos moldes do Clube – EMERGÊNCIA CHO-COLATE – e para ter vontade de comer mui-to, muito chocolate; as descrições dos dodoce referem-se aos tipos mais deliciosos.Abra a caixa – e o livro – e delicie-se.

A escritora Carole Matthews, responsável pelos instintos chocólatras dosleitores deste romance DIVULGAÇÃO

“A dieta das chocólatras” (2010, 420 p., R$ 45), deCarole Matthews. Tradução de Flávia Anderson.Editora Bertrand Brasil DIVULGAÇÃO