A Distinção Kantiana Entre Autonomia e Heteronomia

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A Distinção kantiana entre autonomia e heteronomia. A pessoa só pode assumir-se como um fim em si mesmo se for autónoma, ou seja, se se guiar pela sua razão em todas as dimensões da sua vida, inclusive no campo da moralidade. A autonomia, neste sentido, significa independência racional (aquilo a que Kant também chama maioridade) – a palavra autonomia tem origem em duas palavras gregas: ‘autos’, que significa ‘si próprio’ e ‘nomos’ que significa ‘norma’ ou ‘lei’, daqui se depreende que quem é autónomo segue as suas próprias leis, ou seja, não está dependente de normas morais exteriores. Isto é interessante, porque, de acordo com Kant, se seguirmos a nossa razão estamos a ser autónomos e, ao mesmo tempo, estamos a instituir uma legislação universal, porque a razão é universal (é idêntica em todos os sujeitos e permite o acordo da ação de todos os sujeitos racionais, se estes cumprirem a lei moral). A heteronomia é, pelo contrário, um estado de dependência – ‘heteros’, em Grego antigo significa ‘outro’, o que nos leva a concluir que a heteronomia significa seguirmos as normas/leis/máximas ditadas por outros, é sermos dependentes da vontade dos outros (sejam eles pessoas, instituições, grupos sociais ou a sociedade). Kant conclui a exposição do seu sistema moral com um elogio à dignidade da virtude. No reino dos fins, tudo tem um preço ou uma dignidade. Se algo tem um preço, pode ser trocado por qualquer outra coisa. O que tem dignidade é único e não pode ser trocado; está além do preço

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A Distino kantiana entre autonomia e heteronomia. A pessoa s pode assumir-se como um fim em si mesmo se for autnoma, ou seja, se se guiar pela sua razo em todas as dimenses da sua vida, inclusive no campo da moralidade. A autonomia, neste sentido, significa independncia racional (aquilo a que Kant tambm chama maioridade) a palavra autonomia tem origem em duas palavras gregas: autos, que significa si prprio e nomos que significa norma ou lei, daqui se depreende que quem autnomo segue as suas prprias leis, ou seja, no est dependente de normas morais exteriores. Isto interessante, porque, de acordo com Kant, se seguirmos a nossa razo estamos a ser autnomos e, ao mesmo tempo, estamos a instituir uma legislao universal, porque a razo universal ( idntica em todos os sujeitos e permite o acordo da ao de todos os sujeitos racionais, se estes cumprirem a lei moral).A heteronomia , pelo contrrio, um estado de dependncia heteros, em Grego antigo significa outro, o que nos leva a concluir que a heteronomia significa seguirmos as normas/leis/mximas ditadas por outros, sermos dependentes da vontade dos outros (sejam eles pessoas, instituies, grupos sociais ou a sociedade).Kant conclui a exposio do seu sistema moral com um elogio dignidade da virtude. No reino dos fins, tudo tem um preo ou uma dignidade. Se algo tem um preo, pode ser trocado por qualquer outra coisa. O que tem dignidade nico e no pode ser trocado; est alm do preo