A Doença é Um Mestre

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A Doena um Mestre - Parte 1

A Doena um Mestre - Parte 1

Conceio Trucom *

Compreender o mal no o cura, mas, sem dvida alguma, ajuda. Afinal, muito mais fcil lidar com uma dificuldade compreensvel que com uma escurido incompreensvel - Carl Jung.

A medicina aloptica interpreta a doena como causa advinda de fora do paciente, impotente diante da ao de microorganismos, ou ento como resultado de uma imperfeio da natureza; colocando, em ambos os casos, o doente como uma vtima das circunstncias.

Entretanto, as medicinas milenares como a hindu Ayurvdica e a Tradicional Chinesa (MTC) interpretam a doena como desarmonias, desequilbrios do Ser como um todo (holos), holisticamente. E esse todo avalia sintomas no fsico, mas tambm no metafsico (meta = alm; fsico = matria): mental, emocional, afetivo, energtico, espiritual e suas integraes.

Tais medicinas comprovam tambm que a sade plena do homem depende da sua capacidade de perceber afetivamente os desafios da sua existncia e interrelao com o universo. E, que as doenas ganham espao e fora quanto mais as percepes sofrem interferncias dos desequilbrios psicoemocionais, ou seja, so imaginrias ou iludidas. E, por essa viso, torna-se evidente que o esprito que organiza a matria, e no o fsico que cria a essncia. Porque afeto, gratido, bom-humor e harmonia so qualidades 100% espirituais.

A doena um mestre porque obriga o doente a parar e refletir: minhas aes esto centradas no afeto ou no medo? Na busca da verdade ou no esconderijo das sedaes e iluses? No silncio ou no lastimar? Em geral, o doente no vtima inocente de alguma imperfeio da natureza ou de uma condio insalubre. Ele no pegou uma doena, ele construiu, ainda que inconscientemente (porque iludido), a sua doena (*). Se, porventura, podemos culpar bactrias ou toxinas que impregnam nosso organismo e ambiente, podemos dizer tambm que todos os seres, de certa forma, esto expostos aos mesmos agressores e venenos.

Nosso mundo inteiramente insalubre e, ao mesmo tempo, pleno de luz e harmonia: atramos (ou percebemos) a insalubridade ou a pureza como reflexo da nossa afetividade e pensamentos. Deixamos entrar aquilo que, conscientes ou no, permitimos. O doente responsvel por sua doena, que tambm um mestre. Entenda: a doena no uma cruz, mas a ponta do tanto de aprendizado, amadurecimento e fortalecimento que podem advir dessa experincia. Os sinais (e sintomas), alm da manifestao caracterstica de uma determinada doena, so a expresso fsica dos conflitos internos (psicoemocionais e espirituais) e tm a funo de mostrar ao doente as diferentes facetas de seu momento evolutivo.

A vida, frequentemente, coloca-nos em situaes aparentemente repetidas para que possamos absorver delas o aprendizado. Enquanto esse aprendizado no for introjetado, seguir ocorrendo o mesmo filme. Sintomas, portanto, so partes da sombra da nossa conscincia (e caos do inconsciente) agora sob holofotes. A doena uma verdadeira chamada para a transformao, a cura, o crescer, a expanso da conscincia.

Estamos permanentemente sedados e crentes nos automatismos psicoemocionais e fsicos que impedem a percepo. Um crculo vicioso, porque, uma vez intoxicados, os cinco sentidos (viso, audio, olfato, tato e paladar), que nos tornam presentes e reais, tornam-se cada vez mais imprecisos, presas fceis da imaginao e iluso.

Quando essa dormncia torna-se perigosa evoluo, surge a doena que, por meio dos seus sintomas, pretende apenas nos despertar: caia na real. A cura verdadeira nunca vir de fora. Estamos permanentemente diante do resgate da conscincia. Todos os desequilbrios so efeitos da inconscincia que no foi inspirada para o consciente. A cura da doena no est nos remdios, mas sim na sintonia com seu ser, seu esprito que deseja evoluo. Para que a cura acontea, use a doena como um mestre. Trata-se da grande tarefa do despertar da nossa identificao com o mundo da forma: o corpo adoece para avisar que nossa parte no visvel est sendo usada sem a ajuda da Alma, sem buscar a inspirao, o amparo, o amor, a luz da Criao.

Nesse processo, a doena e seus sintomas so sinais que mostram onde a Alma est bloqueada na percepo dos talentos, dons, misso e significncia. Use-os na superao dos desafios, na evoluo espiritual. Livrar-se dos sintomas sem que se entenda ou se assimile a natureza da mensagem s ir adiar a cura, a transformao.

A medicina moderna adquiriu uma enorme competncia em eliminar a maioria dos sintomas dando uma falsa noo de cura. A questo que a supresso dos sintomas jamais significar uma cura. A cura verdadeira s acontecer quando expandirmos a conscincia.

(*) Quando o doente uma criana, embora no conheamos todos os mistrios da vida e os propsitos de Deus, penso que pode ser um resgate daquele esprito, que apesar de estar num corpo infantil, tem seu processo evolutivo a cumprir. Ao mesmo tempo, entendo que toda a famlia pode estar "curando-se" diante da doena daquela criana. Ou seja, a doena est sendo um mestre para todo o grupo ou comunidade.

A Doena um Mestre - Parte 2

Conceio Trucom *

Os sintomas so um espelho da Alma

Uma doena uma trama simblica, onde os sintomas mostram o que no vai bem na alma do paciente.

Sei! Essa viso cruel, pois o doente tem nos seus sintomas uma salvaguarda para se justificar e obter a compaixo de si mesmo e dos demais. No entanto, cada sintoma busca mostrar que no interior da pessoa algo no est bem.

Espelham aquilo que no pode ser expresso, entendido, escutado, sentido, mas usando ento outra linguagem do Ser: o sintoma, a dor, a paralizao, etc. Por esta abordagem, todos os males so psicossomticos - desde uma espinha na face ao cncer de pele.

No corpo, cada rgo ou vscera tem funes especficas (fsica e metafsica), que fazem parte de um todo integrado. Quando surge uma desarmonia contnua (fsica, emocional, psicolgica ou espiritual), inevitavelmente, um ou mais rgos encontram dificuldades para seu perfeito desempenho, surgem os sintomas, trazendo mensagens internas, revelando suas necessidades imediatas. E, este revelar vem numa linguagem corporal, fsica.

Uma vermelhido na pele pode estar indicando a impacincia contra os limites naturais da vida (vermelho = conflito, pele = limites), no entanto, enquanto o indivduo continuar emocionalmente doente sua pele continuar avermelhada.

Esta alergia poder ser debelada com medicamentos, mas no ser curada verdadeiramente. Se a pessoa continuar em turbulncia, com sua expresso bloqueada, outros sintomas viro para simbolizar aquela impacincia para com os limites.

O Ser humano perfeito na sua essncia. A experincia evolutiva a ser vivida no precisa necessariamente ser atravs da doena. Mas, estamos todos aqui na Terra para viver uma experincia de Acordar para o Amor.

Deus tenta o tempo todo nos despertar pelo, e para, o Amor. Mas, como seres humanos, cheios de inconscincias, nos mantemos adormecidos, com cegueiras, problemas para sentir, escutar e adiamos este imprescindvel despertar.

Importante lembrar: ns no SOMOS IMPERFEITOS, ns ESTAMOS imperfeitos, densos, viciados, sedados, polarizados e doentes.

Intoxicados pela poluio do mundo moderno, por hbitos, modelos, condicionamentos e a iluso de que eles so verdadeiros. Em todas as extenses. Precisamos nos voltar para dentro, dialogar com o corpo, que uma representao fsica de todo o Ser, e descobrir o que ele est querendo nos comunicar.

Ironicamente, o nico propsito da doena nos avisar. Como uma amiga sincera, ela tem por objetivo purificar e unificar todos os corpos, no se intimidando em apontar os nossos desvios. Mas na viso in-sana do Homem, a doena uma inimiga que, sem mais delongas, deve ser rapidamente eliminada.

Mas, como entender o significados destes sintomas? Como entender a linguagem do nosso corpo?

Garanto a voc que para o intoxicado fica difcil ter lucidez e dialogar com o corpo e a Alma. Em algum momento temos que interferir neste crculo vicioso:

Estou doente porque estou intoxicado ou;

Estou to intoxicado que no sei como achar o caminho da cura.

A Interpretao Metafsica

Maldizer a doena e correr para suprimir os sintomas atravs de algum tratamento meramente aloptico, jamais poder resultar em cura verdadeira. Os sintomas iro voltar. Muitas vezes de forma ainda mais cruel e dolorosa, como se fossem aumentando o volume da advertncia.

Segundo Thorwald Dethlefsen, no seu livro "A Doena Como Caminho", existem sete nveis crescentes de manifestao dos sintomas. Quanto maior a resistncia ao autoconhecimento, maior a presso exercida e a intensidade dos sintomas.

Primeiro vem a expresso psquica com as idias, desejos e fantasias. So as expectativas, crenas e os "pr-conceitos".

Segundo vem o sintoma com distrbios funcionais. Este nvel de sintoma deveria tornar a pessoa honesta para consigo e para para refletir: algo no est bem! O que isto revela?

Terceiro: o sistema imunolgico fica em fragilizado e comeam as inflamaes ou os distrbios fsicos agudos. Exemplos: faringite, gripes e resfriados, herpes, furnculos, otite, rinite, hepatite ou gastrite. Como tambm ferimentos e pequenos acidentes.

Quarto: a dificuldade de comunicao se mantm e os distrbios se tornam crnicos. Exemplos: micose, artrose e osteoporose.

Quinto: a dificuldade de comunicao com a vida se manifesta via processos incurveis como a modificao de rgos (diabetes), cncer, aids, etc.

Sexto: morte, que pode ocorrer aps passagem por todas as etapas anteriores ou por um acidente.

Stimo: deformaes congnitas e perturbaes de nascena. Trata-se de uma histria que vem de outra vida ou um carma familiar.

interessante notar que, antes que um sintoma se manifeste no corpo fsico, ele se apresenta na psique como um tema, idia, desejo ou fantasia. Isso nos mostra como a negao dos anseios pode levar manifestao fsica desta represso.

Qual represso? Aquela provocada pelos modelos e condicionamentos familiares, sociais e culturais. Tais modelos nos afastam da nossa essncia (natureza) e ainda nos fazem sentir culpados por no conseguirmos ser aquilo que eles estabelecem como "normal".

Enquanto no se acessar verdadeiramente a doena da Alma, causada por este "afastamento e culpa", os sintomas voltaro de diversas formas, algumas bastante criativas.

No ser de muita valia culpar um vrus ou um grupo de clulas que, a despeito do previsto, resolvem rebelar-se e passam a se reproduzir por conta prpria, gerando um tumor.

Mas, ser de total valia buscar a lucidez e o autoconhecimento, de tal forma que os sintomas no passem do nvel 1 ou 2, quando a presso e a severidade do aviso ainda facilmente contornvel.

Neste sentido, a Alimentao Desintoxicante passa a ser "A" grande aliada.

A Doena um Mestre - Parte 3

Conceio Trucom *

A represso est acontecendo. Para ser amado, produtivo e invejvel preciso seguir os modelos e condicionamentos do mundo. No penso, no paro para refletir e escutar meu corao, e vou em frente.

Mas, l no fundo, sinto raiva, medo e culpa. Tudo isso me intoxica e vem a dificuldade de pensar e discernir. O que fazer? No posso mudar isso, no sobreviverei se no for amado, se for rejeitado, se decepcionar. O instinto de preservao prevalece. No fao o que realmente desejo.

Me "sedo" com o que primeiro vier nesta confusa cabea: comer, beber, conversar, me esquecer de mim, evitar ficar comigo (sozinho ou lcido).

Ento, rapidamente vem a sensao de cansao e falta de vitalidade. Vem a frustrao, depresso, sensibilidade flor da pele, choro, desespero, falta de nimo, mau humor e ansiedade.

Mas, cada um reage de um jeito. A pessoa mais guerreira ir esconder-se na sua ao incessante. A pessoa mais sensvel ir fragilizar-se, compensando em outras fontes de "nutrio" e levar um bom tempo para 're-agir'. Enfim, sempre optamos igual: nos distanciar (sedar) cada vez mais da origem.

Perceba que tudo o que foi gerado neste processo venenoso. Os pensamentos, as emoes e os sentimentos no foram amorosos, mas sofridos, 'in-sanos'.

As formas de compensao tambm so "drogas" ao serem usadas como um "pio" para sedar a dor, o vazio e a subnutrio da Alma.

Para sair deste crculo vicioso e discernir o que "sano" h que se fazer uma faxina. Desintoxicar-se.

Precisamos dos nossos 5 sistemas excretores a pleno vapor para nos ajudar. Mas, sem conscincia, acordamos e imediatamente tomamos um estimulante qualquer - caf, ch, lcool, fumo ou comida.

Desta forma, todos os sintomas descritos acima, que correspondem sobrecarga nos rgos de eliminao e a um incio de intoxicao geral, desaparecem em alguns instantes.

Todos os estimulantes - ou o simples fato de comer - bloqueiam os mecanismos de eliminao (desintoxicao ou purificao). A sensao de "prazer" imediata, mas para complicar, as funes excretoras so interrompidas antes que sua tarefa cotidiana tenha sido finalizada. Desta forma, as toxinas no eliminadas - ou precariamente eliminadas - sero reabsorvidas, acumulando-se, dia aps dia.

Quando um sistema excretor est sobrecarregado, o corpo cria um recurso de compensao, aumentando a mobilizao via outros sistemas excretores.

Este mecanismo funciona bem se for por um breve perodo ou esporadicamente. Mas quando acontece com freqncia, este recurso entrar em "alerta" avisando o "proprietrio" do corpo, atravs de sintomas cada vez mais intensos que algo no est bem. Entretanto, se os avisos ficam sem resposta, crises de eliminao iro surgir em diferentes nveis de gravidade.

A maior parte das inflamaes e infeces so esforos do organismo para se livrar das substncias nocivas que se depositam nas suas clulas e nos espaos intercelulares.

Alergias, intoxicaes, fungos, vrus e bactrias no so agressores externos que atacam o organismo "por acaso". Seu papel super til, desde que os mecanismos de auto-defesa do corpo estejam prontos para bloquear e controlar a sua ao.

Entretanto, a maior parte dos tratamentos realizados somente pelos sintomas de doenas agudas, bloqueiam os mecanismos de eliminao, proporcionando um bem estar imediato, mas sem assegurar uma cura verdadeira. Ou seja, a causa da doena fica abafada por terapias supressivas, criando ainda outros fenmenos aos quais chamamos de efeitos colaterais. Neste caso, a causa no atacada, o organismo fica mais intoxicado e mais enfraquecido. O corpo fsico no consegue mais se recuperar por crises de eliminao e aparecem as doenas crnicas.

Mas, ainda num esforo de absoluta inteligncia divina, o organismo trata de confinar as toxinas a locais delimitados (como os abscessos de fixao, os tumores e cistos) ou para manter abertas algumas vlvulas de segurana para a eliminao (como as lceras que no cicatrizam). Sem dvida, Deus perfeito. Ns que complicamos.

Ento, que tal comearmos a ser cmplices do nosso corpo e dialogarmos com ele diariamente? Permitirmos um banho interno dirio, que limpa todas as toxinas de todas as partes dele?

Todas as culturas antigas e orientais valorizavam estes rituais de limpeza e desintoxicao para poder intensificar os trabalhos de evoluo, de purificao, o alinhamento com as frequncias de sanidade e lucidez.

Para estas mesmas culturas, quando algum acometido de algum mal ou doena, a pessoa se sente grata, pois as manifestaes fsicas lembram que um momento especial para a realizao de uma introspeco e auto-anlise. hora de saber se o que est acontecendo tem origem psicolgica, emocional ou fsica (ou todas) e desfazer este padro.

Trata-se de um momento de reflexo: parar, pensar e repensar a vida. Devemos ser gratos a tudo, inclusive quela parte do corpo que est se sacrificando para 'ANUNCIAR': existe um freio, uma misria, um adormecimento, um excesso, ...

O trabalho com a desintoxicao muito simples, o difcil despertarmos para a responsabilidade consciente de que devemos deixar sair TUDO o que nos impede de crescer. Para tanto, a doena um grande mestre.

Leia: A Doena um Mestre - Parte 1

A Doena um Mestre - Parte 2

A Doena um Mestre - Parte 4

Conceio Trucom *

Os sintomas so um espelho da Alma

Uma doena uma trama simblica, onde os sintomas mostram o que no vai bem na alma do paciente.

Sei! Essa viso cruel, pois o doente tem nos seus sintomas uma salvaguarda para se justificar e obter a compaixo de si mesmo e dos demais. No entanto, cada sintoma busca mostrar que no interior da pessoa algo no est bem.

Espelham aquilo que no pode ser expresso, entendido, escutado, sentido, mas usando ento outra linguagem do Ser: o sintoma, a dor, a paralizao, etc. Por esta abordagem, todos os males so psicossomticos - desde uma espinha na face ao cncer de pele.

No corpo, cada rgo ou vscera tem funes especficas (fsica e metafsica), que fazem parte de um todo integrado. Quando surge uma desarmonia contnua (fsica, emocional, psicolgica ou espiritual), inevitavelmente, um ou mais rgos encontram dificuldades para seu perfeito desempenho, surgem os sintomas, trazendo mensagens internas, revelando suas necessidades imediatas. E, este revelar vem numa linguagem corporal, fsica.

Uma vermelhido na pele pode estar indicando a impacincia contra os limites naturais da vida (vermelho = conflito, pele = limites), no entanto, enquanto o indivduo continuar emocionalmente doente sua pele continuar avermelhada.

Esta alergia poder ser debelada com medicamentos, mas no ser curada verdadeiramente. Se a pessoa continuar em turbulncia, com sua expresso bloqueada, outros sintomas viro para simbolizar aquela impacincia para com os limites.

O Ser humano perfeito na sua essncia. A experincia evolutiva a ser vivida no precisa necessariamente ser atravs da doena. Mas, estamos todos aqui na Terra para viver uma experincia de Acordar para o Amor.

Deus tenta o tempo todo nos despertar pelo, e para, o Amor. Mas, como seres humanos, cheios de inconscincias, nos mantemos adormecidos, com cegueiras, problemas para sentir, escutar e adiamos este imprescindvel despertar.

Importante lembrar: ns no SOMOS IMPERFEITOS, ns ESTAMOS imperfeitos, densos, viciados, sedados, polarizados e doentes.

Intoxicados pela poluio do mundo moderno, por hbitos, modelos, condicionamentos e a iluso de que eles so verdadeiros. Em todas as extenses. Precisamos nos voltar para dentro, dialogar com o corpo, que uma representao fsica de todo o Ser, e descobrir o que ele est querendo nos comunicar.

Ironicamente, o nico propsito da doena nos avisar. Como uma amiga sincera, ela tem por objetivo purificar e unificar todos os corpos, no se intimidando em apontar os nossos desvios. Mas na viso in-sana do Homem, a doena uma inimiga que, sem mais delongas, deve ser rapidamente eliminada.

Mas, como entender o significados destes sintomas? Como entender a linguagem do nosso corpo?

Garanto a voc que para o intoxicado fica difcil ter lucidez e dialogar com o corpo e a Alma. Em algum momento temos que interferir neste crculo vicioso:

Estou doente porque estou intoxicado ou;

Estou to intoxicado que no sei como achar o caminho da cura.

A Interpretao Metafsica

Maldizer a doena e correr para suprimir os sintomas atravs de algum tratamento meramente aloptico, jamais poder resultar em cura verdadeira. Os sintomas iro voltar. Muitas vezes de forma ainda mais cruel e dolorosa, como se fossem aumentando o volume da advertncia.

Segundo Thorwald Dethlefsen, no seu livro "A Doena Como Caminho", existem sete nveis crescentes de manifestao dos sintomas. Quanto maior a resistncia ao autoconhecimento, maior a presso exercida e a intensidade dos sintomas.

Primeiro vem a expresso psquica com as idias, desejos e fantasias. So as expectativas, crenas e os "pr-conceitos".

Segundo vem o sintoma com distrbios funcionais. Este nvel de sintoma deveria tornar a pessoa honesta para consigo e para para refletir: algo no est bem! O que isto revela?

Terceiro: o sistema imunolgico fica em fragilizado e comeam as inflamaes ou os distrbios fsicos agudos. Exemplos: faringite, gripes e resfriados, herpes, furnculos, otite, rinite, hepatite ou gastrite. Como tambm ferimentos e pequenos acidentes.

Quarto: a dificuldade de comunicao se mantm e os distrbios se tornam crnicos. Exemplos: micose, artrose e osteoporose.

Quinto: a dificuldade de comunicao com a vida se manifesta via processos incurveis como a modificao de rgos (diabetes), cncer, aids, etc.

Sexto: morte, que pode ocorrer aps passagem por todas as etapas anteriores ou por um acidente.

Stimo: deformaes congnitas e perturbaes de nascena. Trata-se de uma histria que vem de outra vida ou um carma familiar.

interessante notar que, antes que um sintoma se manifeste no corpo fsico, ele se apresenta na psique como um tema, idia, desejo ou fantasia. Isso nos mostra como a negao dos anseios pode levar manifestao fsica desta represso.

Qual represso? Aquela provocada pelos modelos e condicionamentos familiares, sociais e culturais. Tais modelos nos afastam da nossa essncia (natureza) e ainda nos fazem sentir culpados por no conseguirmos ser aquilo que eles estabelecem como "normal".

Enquanto no se acessar verdadeiramente a doena da Alma, causada por este "afastamento e culpa", os sintomas voltaro de diversas formas, algumas bastante criativas.

No ser de muita valia culpar um vrus ou um grupo de clulas que, a despeito do previsto, resolvem rebelar-se e passam a se reproduzir por conta prpria, gerando um tumor.

Mas, ser de total valia buscar a lucidez e o autoconhecimento, de tal forma que os sintomas no passem do nvel 1 ou 2, quando a presso e a severidade do aviso ainda facilmente contornvel.

Neste sentido, a Alimentao Desintoxicante passa a ser "A" grande aliada.A Doena um Mestre - Parte 4

Conceio Trucom *

Esta seqncia de textos (escritos em 2007) levanta a questo da necessidade que temos de aceitar dialogar com o corpo fsico quando em dificuldades por uma doena ou dor, e tratar de entend-las como um Mestre. Um corpo que sente e nos fala, sempre determinado em ser um instrumento para nos fazer crescer. No precisamos ficar doentes, mas atravs da doena que o corpo clama pela transformao de atitudes destrutivas e crenas do mundo da iluso.

Muitas pessoas me escrevem perguntando como fazer para se "livrar" de determinada doena ou dor. Eu no tenho esta resposta. E este um ponto importante: com que conscincia lidamos com as mensagens que os sintomas e doenas nos trazem?

No podemos nos "livrar" da doena. Precisamos entend-la para construir transformaes internas e uma possvel cura. Precisamos nos aliar ao nosso corpo e "escutar" toda a sua comunicao, jamais emudec-lo. Esse dilogo com o Mestre um processo 100% individual.

Quanto mais temos raiva ou desidentificao para com a doena, mais difcil ser revert-la.

Diante da doena no podemos seguir tapando o sol com a peneira. No podemos transferir o poder de transformaes, despertar e cura para algum ou remdios. Precisamos decidir ser cmplice, amigo do nosso corpo fsico, jamais rebeldes ou displicentes.

Muitas vezes a cura fsica pode no ser 100% possvel, mas a transformao sempre representar a cura emocional/espiritual. O estado de paz e aceitao na verdade a grande cura.

Muitas pessoas querem rapidamente entender o significado de sua doena, que muitas vezes foi cristalizada ao longo de vrios anos de pouca identidade com seu processo de evoluo e crescimento. E a, impotente e vulnervel diante da doena, quer encontrar rapidamente uma frmula para se "livrar" da doena e dor.

No penso que seja uma questo matemtica do tempo (anos construindo a doena = anos para a cura), mas tenho a certeza que as respostas a este Mestre que a doena, tm que ser encontradas pelo prprio dono do corpo.

Sempre podemos e devemos procurar esclarecimento lendo livros de metafsica da sade, praticar uma alimentao amorosa e purgadora como a desintoxicante, fazer uso de algumas terapias alternativas e buscar a orientao com profissionais competentes. Todos so ferramentas, que integradas, podem acelerar o entendimento das mensagens deste Mestre, viabilizando o resgate da harmonia essencial.

Mas a resposta e a necessidade de transformao tem que vir necessariamente da prpria pessoa.

Isto inevitvel, trata-se de uma alma que no suporta mais os entulhos emocionais, traumas, represses e opresses, mostrando que algo est errado atravs de uma doena. o indicativo de que internamente o estresse emocional (e/ou psicolgico, e/ou espiritual) j chegou ao limite e agora ele passa a ser fsico.

As respostas so 100% internas e pessoais. Individuais.

Algum at poder sugerir a causa, ajudar o doente a encontrar o caminho para a cura dentro de si. Poder ser uma forma de resolver seus desafios mais rapidamente. Um chacoalhar mais efetivo, mais no momento certo. Mas, somente o dono do corpo tem a plena condio de aceitar, compreender e agir.

Existem pessoas que concordam, reconhecem a dificuldade, mas no agem. Outras que agem mas no conseguem ser determinadas, disciplinadas. No funciona.

Existem pessoas que no conseguem introjetar (compreender, aceitar, concordar) o diagnstico. s vezes por medo, falta de f ou fora de vontade, falta de acreditar em si mesma, radicalismos em idias, preconceitos e conceitos. A doena passa a ser um pio para esquecer quem somos, esquecer de ns mesmos e agir fugindo das verdades internas.

Ser um ator externamente muito fcil, todos ns o somos em nossas vidas, mas o difcil sermos por dentro. No conseguimos enganar nossa alma, nosso Ser!

A proposta da Alimentao Desintoxicante limpar este corpo em dificuldades fsicas e de dilogo, para que, com lucidez cada vez maior e freqente, mais sutil, menos denso, consigamos fazer esta busca interna de verdades e respostas.

A desintoxicao no d a resposta, mas limpa as vias de acesso s clulas, rgos e sistemas. Aumenta a capacidade de receber de forma mais lmpida as respostas, os acessos aos melhores caminhos da transformao e cura.

A Alimentao Desintoxicante uma proposta de um "banho interno dirio", tipo gua mole em pedra dura, onde temos a possibilidade de deixar sair tudo o que nos aprisiona e envenena, que nos cega para as oportunidades de crescer e buscar pela alegria de viver, de estar vivo, de estar num corpo fsico em harmonia.

A Alimentao Desintoxicante no traz necessariamente a cura, mas a viabiliza.

Encerro esta seqncia de textos pedindo que todos ns, doentes ou no, sejamos cmplices deste nosso instrumento de presena na terra. Esta uma experincia mgica que precisa ser encarada com alegria e prazer.

E finalmente: ns no somos este corpo, ns estamos este corpo!Inimigos ocultos Um poema s doenas

Maurcio Santini *

Sofre de reumatismo, Quem percorre os caminhos tortuosos, Quem se destina aos escombros da tristeza, Quem vive tropeando no egosmo.

Sofre de artrite, Quem jamais abre mo, Quem sempre aponta os defeitos dos outros, Quem nunca oferece uma rosa.

Sofre de bursite, Quem no oferta seu ombro amigo, Quem retesa, permanentemente, os msculos, Quem cuida, excessivamente, das questes alheias.

Sofre da coluna, Quem nunca se curva diante da vida, Quem carrega o mundo nas costas, Quem no anda com retido.

Sofre dos rins, Quem tem medo de enfrentar problemas, Quem no filtra seus ideais, Quem no separa o joio do trigo.

Sofre de gastrite, Quem vive de paixes avassaladoras, Quem costuma agir na emoo, Quem reage somente com impulsos, Quem sempre chora o leite derramado.

Sofre de priso de ventre, Quem aprisiona seus sentidos, Quem detm suas mgoas, Quem endurece em demasia.

Sofre dos pulmes, Quem se intoxica de raiva e de dio, Quem sufoca, permanentemente, os outros, Quem no respira aliviado pelo dever cumprido, Quem no muda de ares, Quem no expele os maus fluidos.

Sofre do corao, Quem guarda ressentimentos, Quem vive do passado;

Quem no segue as batidas do tempo, Quem no se ama e, portanto, no tem corao para amar algum.

Sofre da garganta, Quem fala mal dos outros, Quem vocifera, Quem no solta o verbo, Quem repudia, Quem omite, Quem usa sua espada afiada para ferir outrem, Quem subjuga, Quem reclama o tempo todo, Quem no fala com Deus.

Sofre do ouvido, Quem prejulga os atos dos outros, Quem no se escuta, Quem costuma escutar a conversa dos outros, Quem ensurdece ao chamado divino.

Sofre dos olhos, Quem no se enxerga, Quem distorce os fatos, Quem no amplia sua viso, Quem v tudo em duplo sentido, Quem no quer ver.

Sofre de distrbios da mente, Quem mente para si mesmo, Quem no tem o mnimo de lucidez, Quem preza a inconscincia, Quem menospreza a intuio, Quem no vigia seus pensamentos, Quem embota seu canal com a Criao, Quem no se volta para o Universo, Quem vive no mundo da lua, Quem no pensa na vida, Quem vive sonhando, Quem se ilude, Quem alimenta a iluso dos outros, Quem mascara a realidade, Quem no areja a cabea, Quem tem cabea de vento.

Causa e efeito. Ao e reao. Tudo est intrinsecamente ligado. Tudo se conecta o tempo todo. E assim, sucessivamente, passam os anos sem que o ser humano conhea a si mesmo.

Somos, certamente, o maior amor das nossas vidas!

Assim como o nosso maior inimigo aquele que est oculto e que habita, inexoravelmente, no interior de ns mesmos.

Texto extrado do livro Alimentao Desintoxicante - Conceio Trucom - editora Alade.

* Maurcio Santini jornalista, compositor e escritor. Amei esta poesia que encerra o captulo 1 - A doena um Mestre - deste meu livro.

Este alerta est colocado na porta de um espao teraputico.

Quando a boca cala... o corpo fala!!!

- O resfriado escorre quando o corpo no chora.

- A dor de garganta entope quando no possvel comunicar as aflies.

- O estmago arde quando as raivas no conseguem sair.

- O diabetes invade quando a solido di.

- O corpo engorda quando a insatisfao aperta.

- A dor de cabea deprime quando as duvidas aumentam.

- O corao desiste quando o sentido da vida parece terminar.

- A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolervel.

- As unhas quebram quando as defesas ficam ameaadas.

- O peito aperta quando o orgulho escraviza.

- A presso sobe quando o medo aprisiona.

- As neuroses paralisam quando a criana interna tiraniza.

- A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade.