GIDDENS, Anthony. Dualidade da estrutura agência e estrutura
A dualidade estrutural na formação do ensino medio
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Patrícia Kelly de Souza
Universidade Nove de Julho
Licenciatura em Letras e Pedagogia
Universidade Cruzeiro do Sul
Comunicação Social habilitação em
Publicidade e Propaganda
A Dualidade Estrutural na Formação do
Ensino Médio no BrasilResumo: O trabalho tem como objetivo desenvolver uma reflexão sobre a
Educação de Nível Médio no Brasil e o processo genosóico que questiona
a contradição reproduzida pela estruturação do Ensino Médio Brasileiro
desde sua Constituição na LDB, que ao mesmo tempo que determina a
educação de Ensino Médio , parte da educação básica Brasileira parte de
um pressuposto de Educação Tecnológica e para o trabalho, várias foram
as mudanças na estruturação da educação de Nível Médio e técnico, o
trabalho também questiona a abordagem ao aluno de Nível médio , sobre
a ótica das inteligências múltiplas pretende fazer um balanço do que é
estrutural a nossa constituição pontos positivos e negativos.
Abstract: the Word is splanig of the Education for children fifteen ,
thirteen and forteen, basic education for Brazil Coutry, the extrutured is
tecnic education of the opositing human Education and Gadner theory.
Palavras Chave: Mudanças na Educação de Nível médio no Brasil.
Key Words: The Brasil Contry Basic Education
Introdução: Nos últimos anos as mudanças no currículo do Ensino Médio
foram muitas, podemos dize que em todas elas fica evidente a
preocupação com o trabalho mais também as diferenças sociais e
econômicas na formação da Sociedade Brasileira, partindo de um
pressuposto social e de direito a Educação a Educação Brasileira
estruturou-se sobre o conceito de Educação para o trabalho formação
técnica, desta maneira.
A formação de nível técnico no Brasil é considerada de maior
qualidade do que o Ensino Médio, que também é oferecida pelos estados
através das ETES, além do SENAI e SENAC que é uma instituição sem fins
lucrativos que forma profissionais trabalhadores de fábricas e outros
setores, o aluno sai do curso técnico apto para exercer uma profissão no
mercado de trabalho, enquanto na educação de nível médio as escolas
públicas são de péssima qualidade.
As diferenças sociais são vistas então do ponto de vista do ensino
médio principalmente as escolas públicas e particulares, nas escolas
Particulares de Nível Médio o aluno é preparado para o vestibular e
ingressar na faculdade, já nas escolas de nível técnico o aluno é preparado
para exercer uma profissão de técnico, sobre este ponto de vista duas são
as considerações O aluno de Nível técnico tem direito as mesmas escolhas
do aluno de Nível Médio? A Universidade é um direito de todos?
Sobre a primeira questão a lei sofre a primeira modificação, se antes
era uma obrigatoriedade a formação técnica, passa a ser uma escolha do
aluno o Ensino técnico nas ETES e no SENAI ou então cursar o ensino
médio comum em escolas estaduais e tentar uma vaga na faculdade, em
1998 acontece uma modificação no currículo do ensino técnico, que passa
a ser integral, desta maneira o aluno deve cursar o Ensino médio comum
de manhã e o ensino técnico a tarde, a oferta para o curso técnico passa a
ser maior , o aluno que já possuía o Ensino Médio poderia prestar o
chamado Vestibulinho e ingressar nas ETES ( Escolas técnicas Estaduais),
até hoje o currículo nas escolas técnicas não é bem entendido é fato que
profissões como técnico de Enfermagem só são oferecidas na Educação
tecnológica, é fato também que as escolas Técnicas formam melhores
profissionais para o mercado de trabalho .
Primeira Parte: Porque Dualidade Estrutural
A constatação existe uma contradição entre educação de Nível
Médio e educação tecnológica esta dualidade chamada de Dualidade
Estrutural parte de uma Cultura do Trabalho e Educação para o trabalho
tem origem na LDB de 1990, a base da Educação Brasileira, desta maneira
a lei, corresponde a estruturação da Educação de Nível Médio entende
que a Educação de Nível Básico corresponde a Etapa da Educação Básica
com Vocação para o Trabalho.
A medida de 1971, que cria a primeira LDB visa escolaridade e
direito a educação para a população, mais expressa uma dualidade
estrutural, isso porque ao garantir a educação um direito de todos,
também separa a população entre trabalhadores assalariados e os que
tinham dinheiro para pagar o ensino particular, dessa maneira as
faculdades públicas tinham mais matriculas de alunos de escolas de
Ensino Médio Particular, cresce também o número de cursinhos
oferecendo reforço para alunos que desejavam ingressar em uma
universidade, sendo assim só era possível a Educação de Nivel Superior se
de alguma maneira cursinho, faculdade particular ou escolas particulares ,
o aluno pagasse o seu estudo. A Educação Superior não era direito de
todos. O PROUNI fundado a partir da avaliação do Ensino Médio, e
também em um novo contexto histórico de tecnologia e acesso a rede
através da EAD garante Educação Superior a Todos.
Há uma outra constatação também sobre a LDB de 1971 trata de
uma reestruturação produtiva no Brasil, é um período de crises
internacionais e nacionais, de luta de classes, ideias neoliberais que
priorizam a Educação para todos e direito dos trabalhadores, excelentes
escolas de formação de professores são fechadas, o curso de magistério
que formava professores para o ensino fundamental também é fechado
nos centros acadêmicos profissionais, professoras são convocadas para
trabalharem nas escolas públicas com objetivo acabar o analfabetismo, o
magistério é oferecido agora em qualquer uma das escolas estaduais que
formam o aluno de nível médio , assim como os cursos técnicos
profissionalizantes. Na LDB de 1990 é determinado que o exercício do
magistério deveria ser obrigatoriamente de nível Superior, o professor
devia então ter uma formação de licenciatura, para o ensino médio e
pedagogia para as primeiras séries, funda-se o Magistério de Nível
Superior, todo este contexto expressam a dualidade estrutural na
formação do ensino médio para o Brasil, dicotomia do surgimento da LDB.
É preciso superar a dicotomia do nível técnico e médio e também
superar o discurso reformista que fundaram o Ensino médio, este são os
objetivos para o novo contexto histórico da Sociedade do Conhecimento,
objetivos para a Educação brasileira de qualidade. Desta maneira Celso de
Carvalho traça dois objetivos para a Educação:
Primeiro Objetivo: É necessário criar condições para inserção de forma
competitiva no mercado de trabalho sobre o conceito de “ Sociedade do
Conhecimento ”.
Segundo Objetivo: Ideias fundamentadas no humanismo e na diversidade,
formação crítica e desenvolvimento da cidadania.
“ A obediência e a resignação, duas virtudes companheiras da doçura, muito ativas, embora os homens a confundam com a negação do sentimento e da vontade. A obediência é consentimento da razão, a resignação é sentimento do coração...”
Espirito de Hammed, Renovando Atitudes.
Atualmente a Educação tem sido encarado sobre o ponto de vista
da “Sociedade do conhecimento”, a formação técnica é vista como
propedêutica, é necessário preparar o profissional para agir na sociedade
do conhecimento, o profissional para o mercado de trabalho tem que
estar pronto para lidar com diversas situação , além disso é necessário o
conhecimento humano, ao contrário do que se pensa a sociedade do
conhecimento não espera somente o técnico especialista, mais forma
profissionais de diversas áreas de atuação, Gadner aponta diversos tipos
de inteligência uma delas é a emocional , a sociedade do conhecimento
espera do profissional que se explane todas elas, é competitiva porem
oferece meios para atualização, desenvolvimento de atividades e
realização profissional, outra constatação é os gastos do estado com a
saúde, chegando a conclusão que é preciso ensinar também uma cultura
da saúde , isso gera economia para o estado e maior satisfação nos
ambientes de trabalho que buscam profissionais motivados.
Segunda Parte: Servilismo
“ Outra questão é quando passamos por enormes desequilíbrios por nos preocuparmos antes do tempo com certas coisa preocupações, o que ocasiona insônia, decepção e o temor antecipado pelo o que virá a vir acontecer amanhã”
Este trecho foi tirado do livro espirita ditado pelo espirito de
Hammed, Renovando Atitudes, este trecho do livro expressa uma
constatação cultural, presente principalmente com o surgimento das
fábricas e da necessidade de trabalho que é o servilismo, se de início a
formação técnica atraem o interesse de alunos e familiares, interessados
no futuro de seus filhos, ela pode representar também uma preocupação
antecipada do que vai ser quando crescer, este erro que eu penso ser na
abordagem do aluno que busca um curso de nível médio é cultural mais
não pode estar presente nas instituições, assim ao chegar aos 16 anos o
aluno deve pensar em uma profissão, a colocação social na sociedade
Capitalista representa uma aceitação, a maneira como a pessoa é vista no
meio em que vive, é natural que uma escolha deva ser feita mais ela não
deve ser a única, o plano B pode representar a solução pra o profissional
do futuro, o profissional da Sociedade do Conhecimento, muito se fala
sobre o profissional do futuro , a necessidade de atualização constante ,
porem este discurso se dissolve quando o curso perde o conteúdo
humano do seu currículo.
O conteúdo Humano é responsável pela autonomia, o aluno deve
estar apto para conhecer e buscar, a tecnologia oferece possibilidades
para que se busque mais de uma profissão, receba informações , ela vai
além do capital, porem a Cultura Brasileira é neoliberal e capitalista,
interessada em uma posição social, ter uma profissão, uma colocação
profissional pode representar um sonho ou um ideal de Capital, o melhor
Caminho a se percorrer é o das Inteligências Múltiplas, pensar naquilo que
o indivíduo pode ser para o mercado, isso representa inteligência
emocional que pode também ser ensinada na constatação de uma
Educação para o trabalho, é necessário conhecer a si mesmo para estar
pronto e se preparar, é importante ter uma profissão mais o plano B pode
ser uma possibilidade de profissionalização também, tudo isso deve ser
discutido sobre um ponto de vista humano que não é o do servilismo e
sim da vocação e da motivação.
Terceira Parte: Capitalismo e a Sociedade do Conhecimento
O Neoliberalismo surge tardiamente no Brasil porem ganha grande
impulso na formação de nível médio, o Neoliberalismo é uma ideia
estruturada em uma sociedade que não é mais o feudo ou a burguesia,
são interesses dos trabalhadores industriais e da indústria em seus
trabalhadores. Outra questão neoliberal é o feminismo, o machismo
presente nas sociedades anteriores tinham a mulher como Dona de casa ,
mãe ou professora, isso esteve muito tempo presente na Educação
Brasileira desde sua colonização, assim os filhos homens iam estudar
Direito, Filosofia ou Letras e as filhas mulheres faziam curso de crochê e
também mais tarde o magistério , a mulher sempre esteve presente no
cuidado das crianças pequenas, em todas as culturas desde a pré história,
tratando de um fato cultural mais que determinava a Educação apenas de
nível médio para as moças.
Os centros de excelência acadêmica eram frequentados pela classe
média brasileira, deixando sem direito a Educação a maior parte da
população, o mercado nacional cresceu pois já não eramos mais
dependentes de uma metrópole e os filhos homens passaram também a
ser professores e frequentadores dos Centros de Excelência Acadêmica,
porem o Machismo permaneceu no Curso de magistério que não era
oferecido como Educação de Nível Superior.
A constituição de 1970 e o ideal neoliberal em formação extingue os
centros de Excelência acadêmicos e torna o magistério um curso oferecido
em todas as Escolas de Nível Médio, também eram oferecidos os Cursos
de Contabilidade e funda-se as ETECS com Cursos de Contabilidade e
Secretariado , era necessário o exame de admissão desde o Ensino
Fundamental e Também o Ensino Médio, mais tarde o exame de admissão
é banido das escolas para os demais níveis e também para o ensino médio
comum, porem o ensino técnico ve grande concorrência pelos cursos
oferecidos, e até hoje é necessário fazer o chamado Vestibulinho nas
ETES, o exame de admissão é assim também considerado representação
da qualidade das ETES .
A atual modificação na estrutura do currículo prevê a escolha de
uma área para a Educação de Nível Médio Comum que é oferecida nas
Escolas Estaduais, a escolha de uma área de atuação será entre Humanas,
Ciências Exatas, Ciência Biológicas, sera necessário grande investimento
em educação, a tecnologia pode ser aliada do processo tornando possível
o que a população brasileira já considerava ideal, sem que haja cobrança
ocasionalmente o aluno passa a pensar em uma profissão para o futuro,
naquilo que ele faz e fará bem este conceito aproxima-se da proposta da
teoria das inteligências múltiplas de Gadner.
Conclusão: Gadner e a Teoria da Inteligências Múltiplas
Inicialmente pensei em escrever sobre os pontos e positivos e negativos
da formação para o trabalho porem percebi que tratava de uma conclusão
complexa, onde os pontos a serem considerados vão além, da simples
avaliação da Educação de Nível Médio,
Quanto a profissionalização acho que a teoria das inteligências múltiplas,
proposta por Gadner é um caminho, cada um tem aptidão para
determinada função, algumas dessas aptidões requerem uma
profissionalização e outra são da natureza humana, por exemplo a pessoa
que é comunicativa tem talento para vendas, deve buscar atualização
dentro da função que exerce ou tem aptidão. A Cultura Capitalista impõe
ao homem uma colocação profissional, isso representa seu lugar na
sociedade, a criança desde pequena imita a mãe ou o pai, tem brinquedos
que remetem a uma profissão, são estimulados pelos adultos a serem
alguém, é uma questão cultural.
É necessária uma formação humana que desenvolva na criança
autonomia, a sociedade do conhecimento é responsável pelo diluvio de
informação, é preciso selecionar interesses, é preciso cuidar da saúde e
desenvolver aptidão, isso vai garantir uma melhor Educação.
A mudança no Nível Médio é muito bem-vinda, porem nada adianta
divulgar a mudança se não houver investimentos em educação, se não
oferecer ao aluno possibilidades para se conhecerem melhor
emocionalmente e fazer suas escolhas.
O Ensino Médio Comum sobre o ponto de vista da formação humana , era
completo , desta maneira a informação é que deveria ter sofrido
alterações, também os meios , através da internet o aluno pode ter acesso
a ambientes de aprendizagem EAD, os livros podem divulgar conteúdos
pertinentes a “ Sociedade do Conhecimento”, fazendo abordagem sobre
saúde , a própria teoria de Gardner já foi parte do conteúdo em minhas
aulas por meio do Caderno do Aluno, escolher não é fácil é estressante
esta fase onde o adolescente tem que fazer uma escolha, é necessário
investimentos também em saúde , psicologia, muitas conversas, nem
sempre os pais estão prontos para lidar com a situação.
A concorrência é difícil, é preciso antes de mais nada o apoio da família, o
desenvolvimento de inteligência emocional, entender que não há apenas
um caminho a ser percorrido, desenvolver o plano B para a vida.
O aluno do Ensino Médio que tem objetivo de fazer um curso técnico quer
ver as coisas acontecerem, não tem paciência para teoria, a rede de
computadores e os ambientes criados por Designer Instrucional pode
ajudar a simulação, o que sem dúvida representa grande evolução da
educação brasileira para o século XXI.
É necessário pensar também na divulgação da nova grade comum,
informar as matérias que serão deixadas de lado, o aluno será prejudicado
no vestibular? Qual será a abordagem de cada área?
É necessária uma Educação Continua, onde o acesso seria para os
cidadãos que desejam fazer um curso profissionalizante ou não.
O Nível Técnico oferece também possibilidade para o Ensino Integral,
podendo ser esta a abordagem para o novo Ensino médio com objetivo a
escolha de uma profissão ou vocação. Na minha opinião gostaria que as
matérias do curso profissionalizante pudessem ser oferecidas também
pela EAD, para isso é necessário capacitar professores, contratação de
Designer Instrucional, investimento em laboratórios, tecnologia EAD e
muito mais, também é necessário investir nas escolas que estão em
estado precários, fazer reformas, construir novas escolas, tudo isso
sempre esteve em pauta nas políticas públicas, porém é necessário
compreender que a escolha da profissão também é cultural.
Na atualidade a educação deve oferecer diversidade de informação, para
que o aluno selecione informação e desenvolva autonomia, faça suas
escolhas, encontre grupos semelhantes, compartilhe interesses.
Bibliografia: Carvalho, Celso. Conhecimento e Profissionalização no Ensino Médio: A lógica da Naturalização e da Adaptação Social. Eccos, São Paulo, v.12, n2. Pg.289, 306, jul/dez.2010.