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    A EDUCAO HISTRICA NA PERSPECTIVA DA PRXIS: UM ESTUDOREALIZADO NO IFPRCAMPUS CURITIBA 1

    Thiago Augusto Divardim de Oliveira2

    Orientao: Maria Auxiliadora Moreira dos Santos Schmidt3

    Resumo: No cotidiano da escola possvel detectar protonarrativas relacionadas aassuntos histricos que nem sempre demonstram uma forma interessante decompreenso da experincia no quadro geral de orientao da prxis da vida. Nessescasos, como professor, faz-se necessrio realizar intervenes para a formao (bildng)como motivao de expanses qualitativas e quantitativas da intersubjetividade narelao entre conscincias e cultura histrica. O presente texto, como estudo sobre

    prxis e educao histrica, refere-se a um trabalho desenvolvido no primeiro semestrede 2013 no Instituto Federal do Paran, na disciplina de Histria da Fotografia, do cursotcnico de Processos Fotogrficos, mdulo integrado ao Ensino Mdio. No texto discutoo processo de elaborao e desenvolvimento de uma proposta de trabalho que ocorreu

    dentro e fora da sala de aula, envolvendo a realizao de entrevistas fora do espaoescolar e exposio de trabalhos nos corredores do Instituto. Alm de compartilhar aexperincia do trabalho, procuro desenvolver algumas reflexes sobre uma formaespecfica de se pensar a relao ensino e aprendizagem na didtica da Histria, aeducao histrica na perspectiva da prxis. Realizo a partir de Rsen (2007 e 2012)uma discusso dos conceitos prxis, totalidade, subjetividade e intersubjetividade comocategorias centrais da formao histrica (bildng). Proponho a partir desse estudoalgumas consideraes referentes ao campo da formao de professores de Histria e daepistemologia da prxis do ensinar e aprender Histria.

    Palavras-chave: cultura histrica conscincia histrica totalidade intersubjetividadeprxis.

    INTRODUO

    O presente artigo conforma uma tentativa de contribuio s discusses sobre a

    relao do ensinar e aprender histria de acordo com a educao histrica, que

    objetivamente se relaciona ao debate sobre formao de professores. O princpio que

    nortear a pretensa contribuio vai alm da prtica, pauta-se no conceito prxis. Trata-

    se de uma discusso epistemolgica sobre a prxis da relao do ensinar e aprenderHistria.

    Na dissertao de mestrado (OLIVEIRA, 2012) detectei uma forma possvel para

    a relao ensino e aprendizagem em Histria em que um dos professores entrevistados

    1 Texto apresentado no 6 Seminrio Brasileiro de Educao Histrica, ocorrido em 2013 na UFPR.Verso final enviada para publicao nos anais do evento (no prelo).

    2 Professor de Histria no Instituto Federal do Paran IFPR (Campus Curitiba), doutorando doPrograma de Ps-Graduao em Educao da Universidade Federal do Paran PPGE-UFPR, e

    pesquisador do Laboratrio de Pesquisa em Educao Histrica LAPEDUH UFPR.

    [email protected] Professora do Programa de Ps Graduao em Educao Mestrado e Doutorado da UniversidadeFederal do Paran, pesquisadora 1C CNPQ e fundao Araucria.

    mailto:%[email protected]:%[email protected]:%[email protected]:%[email protected]:%[email protected]
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    organizou suas aulas de acordo com elementos que havia percebido entre as falas dos

    alunos. Basicamente, a cidade em que ele lecionava tinha recebido um grande nmero

    de migrantes trabalhadores de vrios lugares diferentes do pas. O impacto social na

    cidade gerou, segundo o professor, um enunciado lingustico que representava uma

    forma de preconceito contra esses trabalhadores. Ele elaborou um trabalho com a

    Histria a partir da perspectiva da excluso. De acordo com esse professor a

    aprendizagem da Histria poderia proporcionar uma formao histrica como

    interveno para contrapor o preconceito dos alunos.

    Nessa mesma conjuntura em que trabalhava o professor citado tive conhecimento

    do trabalho de uma professora que, ao perceber problemas relacionados desigualdade

    de gnero, resolveu envolver a perspectiva da Histria das mulheres em suas aulas. Foi

    possvel perceber que havia na concepo de aprendizagem histrica desses professores

    preocupaes ligadas prxis da vida dos alunos. Essa discusso teve incio na

    dissertao, no entanto, a questo no se deu por encerrada.

    O acmulo da experincia relacionada formao continuada de professores

    resultado da relao entre o Laboratrio de Pesquisa em Educao Histrica da

    Universidade Federal do Paran (LAPEDUH UFPR) e o Grupo Araucria4, sob a

    coordenao da professora Maria Auxiliadora Moreira dos Santos Schmidt, significa um

    ponto fundamental dessa reflexo. Pois essa articulao incentivou em uma perspectiva

    colaborativa que os professores institucionalizados pelo LAPEDUH participassem de

    projetos de pesquisa sobre suas prprias atuaes enquanto professores, porm

    ampliando o exerccio da intelectualidade (GONZLES, 1984).

    Destaco como um dos resultados desse processo de formao continuada o texto

    PERSPECTIVAS DO USO DIDTICO DE FONTES HISTRICAS NA WEB,

    apresentado pela professora Neide Teresinha Nbrega Lorenzi no 5 Seminrio de

    Educao Histrica em 2013. Essa produo o resultado do trabalho da professoracom a Histria das Mulheres citado anteriormente. O trabalho de Lorenzi, assim como o

    exemplo do professor citado anteriormente (nomeado como Armando em minha

    4O Grupo Araucria formado por professores de Histria do Municpio homnimo. Os professoresdesse municpio na dcada de 1990 conquistaram por meio da militncia sindical um plano decarreira, o direito a hora-atividade concentrada e a formao continuada assessorada pelaUniversidade Federal do Paran. No caso dos professores de Histria esse processo de formao

    resultou em uma relao com o LAPEDUH. Sobre a trajetria do grupo Araucria conferir minhadissertao de mestrado (OLIVEIRA, 2012) ou o texto A educao histrica e as mudanas deparadigma na cultura escolar no municpio de Araucria (THEOBALD, 2005).

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    dissertao), representam o ponto de partida para o que apresento como possibilidades

    da educao histrica na perspectiva da prxis.

    Essa experincia apresentada por Lorenzi pode ser discutida com base na teoria e

    filosofia da histria de Rsen, alm de ser exemplo do exerccio da intelectualidade na

    perspectiva que busquei discutir no meu trabalho de mestrado (OLIVEIRA, 2012),

    referenciado em (GONZLES, 1984). Instigado pela potencialidade dessa concepo

    de ensino e aprendizagem histrica desenvolvi o estudo que discuto nesse trabalho.

    Portanto, o presente texto discute a possibilidade da atuao dos professores como

    intelectuais, capazes de detectar nas enunciaes dos alunos, compreendidas como

    protonarrativas, possveis expresses da conscincia histrica e de elementos da cultura

    histrica (RSEN, 2007 e 2012). A partir dessa apreenso heurstica, os professores

    podem perceber carncias de orientao sobre as quais organizar formas de relao

    com a Histria para a formao histrica dos alunos na prxis da vida.

    PROTONARRATIVAS COMO EXPRESSO DE ELEMENTOS DA CULTURAHISTRICA, OUDE ONDE SURGIU A PROPOSTA DO TRABALHO

    A tese de doutorado JOVENS ALUNOS E APRENDIZAGEM HISTRICA:

    PERSPECTIVAS A PARTIR DA CANO POPULAR, produzida por Luciano

    Azambuja (2013), apresenta uma discusso sobre a utilizao da estratgia de

    levantamento dos conhecimentos prvios dos alunos em aulas ou pesquisas da Educao

    Histrica, como instrumentalizao metodolgica referenciada nas contribuies da

    psicologia gentica. No entanto, Azambuja ressalta que a prpria teoria da conscincia

    histrica possui fundamentao epistemolgica para o tratamento terico e

    metodolgico dos dados levantados na inter-relao entre conscincia e cultura

    histrica.

    O objeto da tese de Azambuja referiu-se a investigao das protonarrativas

    produzidas por alunos do Brasil e de Portugal, tomando como ponto de partida leituras e

    escutas do que o autor chamou de fonte cano fruto das indicaes dos prprios alunos,

    e da relao dos alunos com os aspectos da cultura histrica. Nesse sentido, o autor

    estabeleceu uma compreenso que, referindo-se a msica, ultrapassa a compreenso do

    levantamento prvio, por estabelecer relaes entre as conscincias e a cultura

    histricas.

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    A partir da, desenvolveu uma metodologia de pesquisa que demonstrou a

    potencialidade que reside no encontro do conhecimento da teoria da conscincia

    histrica por parte do professor para a produo e encaminhamento de aulas de histria.

    O autor apresenta que as protonarrativas da canoquando comparadas as narrativas

    histricas da canoapresentam a perspectiva da formao e progresso da conscincia

    histrica (AZAMBUJA, 2013 p. 420).

    A tese de Azambuja apresenta que tomar como ponto de partida as canes que

    fazem parte do universo cultural dos jovens alunos pode constituir uma motivao para

    relao de ensino e aprendizagem em Histria. Ficou evidenciado em seu trabalho que

    os alunos que participaram da pesquisa se envolveram nas atividades propostas e que a

    mobilizao da conscincia histrica percebida na comparao entre as protonarrativas

    e as narrativas produzidas por ocasio de seu estudo.

    A organizao do trabalho da professora Lorenzi, assim como a interveno do

    professor Armando, citados na introduo desse trabalho estabelecem uma relao entre

    conscincias e cultura histricas que esto diretamente relacionadas s situaes

    genrica e elementares da prxis da vida. A interveno, nesse caso, apresenta a

    inteno de um processo formativo que pode ser discutido pelo conceito ontolgico de

    formao enquanto bildng. Nessa forma de relao entre cultura e conscincia histrica

    as protonarrativas, em comum acordo com Azambuja, so enunciados lingusticos de

    uma conscincia histrica originria. Porm, a forma como chega-se a um tema do

    acervo de conhecimentos da Histria (RSEN, 2012 p.96)para ser trabalhado entre

    professores e alunos que se diferencia.

    Rsen apresenta uma compreenso interessante em relao a essas ideias prvias,

    pois elas envolvem conhecimentos histricos prvios como elementos presentes na

    conscincia histrica dos sujeitos, assim como elementos que compem a Cultura

    Histrica:(...) a memria histrica e sua realizao pela conscincia histricacontm elementos e fatores que no so genuinamente narrativos, mas possvel demonstrar que esses elementos tambm possuem funogenuinamente narrativa, quer dizer, sem rupturas nem coeres, soabsorvidos e formam parte do contar histrias. Se tratam de imagens esmbolos, que integram a atividade memorativa da conscinciahistrica e atravs dos quais se leva a cabo; mas eles no so todaviaas histrias. No so histrias, mas as geram. Como portadores desentido (semiforas) fascinam a conscincia histrica, mas no levame nem condensam em si mesmos as histrias, ainda que estas sejam

    contadas mediante sua fora simblica. Os smbolos arquetpicospodem ter uma funo importante na interpretao histrica da

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    experincia do tempo em seu papel de modelos interpretativos; podemser transmissores de significado e geradores de sentido nainterpretao temporal, sem que seu significado e isso decisivo esteja organizado narrativamente. (RSEN, 1994, p. 9, 10) traduoprpria

    Essa compreenso da protonarrativa, desses elementos chamados de semiforas, e

    de smbolos arquetpicos que podem gerar sentidos de interpretao, mesmo sem ser

    uma narrativa organizada, so elementos interessantes a serem levados em considerao

    no que estou pensando como relao de ensino e aprendizagem em Histria na

    perspectiva da prxis. No resumo desse artigo apontei que no dia a dia dentro da escola,

    possvel detectar formas de atribuio de sentido experincia humana no tempo que

    nem sempre so interessantes do ponto de vista da racionalidade das relaes em

    sociedade. Era sobre essas protonarrativas, entre outros elementos que Rsen apresenta

    como elementos que compem a Cultura Histrica que eu estava me referindo.

    Existe uma relao dialtica entre o que se compreende como Cultura Histrica e

    o que costumamos chamar de Conscincia Histrica. Se concordarmos que so as

    situaes genricas e elementares da prxis da vida que mobilizam as operaes da

    conscincia histrica, so nessas protonarrativas, mas no apenas nelas, que se

    constituem essas situaes genricas e elementares. E por expressarem a conscincia

    histrica devem ser analisadas e levadas em considerao nas relaes de ensino e

    aprendizagem em Histria. Principalmente se queremos pensar na relao com a prxis.

    Falarei sobre isso adiante, agora pretendo compartilhar de onde surgiu a ideia do

    trabalho que realizei na escola e que resultou na produo do presente texto.

    No Instituto Federal do ParanCampus Curitiba, no curso tcnico de Processos

    Fotogrficos Integrado ao Ensino Mdio, leciono uma disciplina chamada Histria da

    Fotografia. Apesar do nome, a ementa permite alm da Histria da tecnologia da

    Fotografia os contextos de sua produo, trabalha-se a fotografia como documento earte contempornea, e tem-se liberdade para um trabalho que estaria mais bem

    intitulado como Fotografia e Histria. Apenas para efeito de ilustrao, o perfil da

    turma de 2013 composta por jovens de 14 (quatorze) e 15 (quinze) anos, e atualmente

    dos quase quarenta alunos h apenas dois meninos (por esse motivo tratarei, neste texto,

    daqui para frente, os discentes sempre no feminino; as alunas).

    Em uma aula no primeiro bimestre do ano letivo de 2013, analisvamos uma

    fotografia realizada nas olimpadas de Berlim (1936) relacionada ao atleta e liderana daluta pelos direitos civis dos negros nos EUA, Jesse Owens. Durante a discusso fora

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    realizada referncia ao nome de Adolf Hitler como governante da Alemanha nazista.

    Nesse momento ocorreu uma enunciao que chamou a ateno.

    A partir das discusses realizadas nesse momento detectei que havia elementos

    difusos sobre a restrio das liberdades na vida em sociedade. Foi possvel apreender

    que as alunas tinham dificuldades sobre o significado da experincia relacionada s

    restries das liberdades das pessoas. Os exemplos das intervenes do professor

    Armando e da professora Lorenzi, citados anteriormente, influenciaram minhas

    reflexes sobre que interveno eu poderia realizar. A identificao com a teoria da

    conscincia histrica e as discusses realizadas por Rsen sobre o conceito de cultura

    histrica no mbito do LAPEDUH foram importantes para essa compreenso. Foi ento

    que preparei como atividade de avaliao do 2 bimestre de 2013, um trabalho que

    resultaria em uma exposio de fotografias com relatos de memria.

    A partir da compreenso entre a relao dialtica entre conscincia e cultura

    histrica torna-se possvel apontar a hiptese central dessa discusso: se adotamos o

    referencial da formao da conscincia histrica, e assumimos na utilizao desse

    referencial o carter pragmtico do pensamento histrico, a formao histrica deve per

    pautada nas situaes genricas e elementares da prxis da vida, e no em uma seleo

    reificada de contedos estruturados e distanciados da prxis da vida.

    Ao relacionar o referencial da conscincia histrica com o conceito de cultura

    histrica proponho que no necessrio que haja determinaes inegociveis de uma

    listagem ampla de contedos como nas diretrizes curriculares ou nos livros didticos (o

    que reforado pelos sistemas de vestibulares). Os professores como intelectuais

    podem detectar na cultura histrica e nas enunciaes das conscincias histricas dos

    alunos o que necessrio para auxiliar no processo de formao histrica ( bildng). A

    primeira discusso que realizei nesse sentido est em minha dissertao de mestrado e

    se relaciona ao professor Armando5.No se dispensa toda e qualquer forma de regulamentao do ensino com relao

    a contedos, estou desvelando a possibilidade de que o trabalho dos professores de

    Histria possa ser exercido com maior autonomia intelectual. Ao passo que a discusso

    no mbito da Educao Histrica, no apenas no Brasil, mas em vrios pases, j

    demonstrou o deslocamento da relao com a vida impactada pelas formas de ensino de

    5

    Dissertao de mestrado defendida em 2012 no PPGEUFPR. Na pgina 174 relato o exemplo desseprofessor que trabalhava contedos da histria motivado pelo que havia detectado como carncias deorientao manifestadas pelos seus alunos na relao com o contexto social a que estavam inseridos.

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    histria centradas no contedo6. Os alunos que passam por essa forma tradicional de

    aprendizagem histrica, pautada no contedo da histria, do inicio das sociedades at a

    atualidade, em sua maioria ao sarem da escola no so capazes de criar uma narrativa

    coerente sobre o passado, e muito menos se colocando como parte da experincia

    humana no tempo.

    GERAO CRIADO-MUDO & LIBERDADE DE EXPRESSO: PROPOSTADE EXPOSIO

    A principal pretenso desse texto est centrada na compreenso da protonarrativa

    como expresso da relao entre a conscincia e cultura histrica e a possibilidade de

    interveno dos professores como intelectuais em um trabalho de alterao qualitativa

    das formas de atribuio de sentido relacionadas a prxis da vida. Por isso no medetalharei os encaminhamentos metodolgicos do trabalho realizado em sala de aula.

    Apenas um breve relato para a compreenso geral das intencionalidades do trabalho.

    Para a realizao do trabalho foi indicado s alunas que em duplas deveriam

    realizar entrevistas e produzir fotografias. A proposta era que as alunas procurassem

    algum que pertenceu a chamada gerao criado-mudo7. E realizar uma entrevista

    baseada seguinte pergunta:

    1- Voc pertenceu a gerao criado-mudo. Como era estudarEstudos Sociais, Educao Moral e Cvica ou OSPB (Organizao Social ePoltica Brasileira) na Escola? Relate um pouco da sua experincia escolardurante a ditadura militar. Voc tinha liberdade de expresso? Discutia temasdo presente (na poca) e expectativas para o futuro?

    Depois, as alunas deveriam entrevistar algum preferencialmente do 3 ano do

    Ensino Mdio e realizar a pergunta:

    2- Voc de uma gerao que possui Liberdade de Expresso,pelo menos constitucionalmente. Comente um pouco sobre a importncia quevoc atribui as disciplinas de Histria, Geografia, Filosofia e Sociologia.Como , para voc, estudar hoje em dia? Aproveite e comente sobre aimportncia que voc atribui possibilidade de expressar livremente suasopinies.

    As alunas tambm deveriam solicitar s pessoas entrevistadas para realizarem um

    retrato que ajudasse a expressar a experincia da pessoa em relao s perguntas citadas.

    6 O projeto CHATA (Concepts of History and Teaching Approaches) ocorreu na Inglaterra e props-se apesquisar as ideias histricas das crianas e jovens alunos para identificar problemas relacionados adiminuio do nmero de alunos matriculados nas disciplinas de Histria.

    7H um blog na internet (http://criados-mudos.blogspot.com.br/), criado por Arthur Leandro, que abriu

    um espao interessante para a manifestao das pessoas educadas durante a ditadura militar (1964-1985).O autor do blog narrou um episdio que viveu durante sua infncia na escola, segundo ele foi o dia emque se deu conta de que pertencia a uma gerao de criados-mudo.

    http://criados-mudos.blogspot.com.br/http://criados-mudos.blogspot.com.br/http://criados-mudos.blogspot.com.br/http://criados-mudos.blogspot.com.br/
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    A fotografia da pessoa que pertenceu a gerao criado-mudo deveria ser construda

    com o sujeito amordaado(como na experincia proposta por Arthur Leandro no blog

    da gerao criado-mudo). A fotografia da pessoa do ensino mdio atual deveria

    expressar a sua possibilidade de liberdade de expresso.

    Depois de todo o processo, e da exposio montada, as alunas envolvidas no

    trabalho responderam a uma pergunta final que levou a produo de narrativas. Essas

    narrativas foram analisadas no presente texto.

    Uma vez estabelecido o raciocnio sobre a relao entre protonarrativas e as

    enunciaes em geral, e os conceitos de conscincia e cultura histrica, pretendo tratar

    de alguns exemplos identificados nas narrativas das alunas. Com isso no pretendo

    concluir que atingi a expectativa de um trabalho de educao histrica na perspectiva da

    prxis, mas como anunciei anteriormente trata-se de uma proposta sobre o que tenho

    buscado como contribuio mais interessante para o que resulta de uma relao de

    ensino e aprendizagem histrica tomando como referencia a teoria da conscincia

    histrica.

    Sobre a metodologia de anlise das narrativas das alunas a perspectiva

    metodolgica utilizada pautou-se na investigao qualitativa com base em pressupostos

    da Grounded Theory(BOGDAN; BIKLEN, 1994). Utilizar como objeto de estudo uma

    narrativa histrica, tomando como referencia a teoria da conscincia histrica, torna

    possvel no mbito dessa matriz epistemolgica, que o pesquisador crie categorias de

    anlise em acordo com a prpria teoria utilizada, assumindo o carter interpretativo das

    enunciaes estudadas.

    Depois do processo de entrevistas e realizao da exposio realizei uma atividade

    sobre a experincia das alunas com esse trabalho. Para a narrativa final das alunas foram

    propostas duas perguntas, pensadas como desencadeadoras do pensamento histrico. Nopresente texto trabalharei apenas com respostas da primeira pergunta. Essa se referiu

    expresso da aprendizagem relativa ao projeto:

    No 2 bimestre realizamos um trabalho intitulado Gerao Criado-Mudo &Gerao Liberdade de Expresso, agora quero que voc escreva suasconsideraes respeito do trabalho. Componha uma narrativa respondendoa seguinte pergunta: qual a importncia da Liberdade de Expresso para avida em sociedade?

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    Foram 31 (trinta e uma) narrativas produzidas, desse total separei 12 (doze)

    narrativas que atenderam de maneira satisfatria as perguntas estabelecidas. Nesse

    texto, devido a extenso das respostas, discutirei apenas trs exemplos. A partir dessa

    relao intrnseca com a teoria foi possvel categorizar as respostas das alunas em um

    grupo principal: expanso da intersubjetividade. Nessa categoria articulo a ideia de

    ao, alteridade e alternncia discutidas por Rsen (2012). Para instrumentalizar a

    anlise das narrativas os trechos das narrativas foram agrupados em uma tabela

    relacionada as asseres convergentes.

    MUDANA EXPANSO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DA

    EXPERINCIA

    A ideia de mudana pode ser percebida como uma categoria histrica porque

    designa um contexto temporal geral, o estabelecimento da mudana e, portanto, das

    diferenas como qualidades temporais no so dados puros retirados de fontes

    histricas. Significam o resultado de um pensamento que, ao estabelecer uma anlise

    das condies atuais em relao aquilo se pensa, atribui o carter histrico qualificado.

    Esse processo resultado de uma operao cognitiva caracterstica do pensamento

    histrico.

    Para alm do estabelecimento da diferena como elemento de mudana, as alunas

    apontaram as formas em que os sujeitos entrevistados sentiam a liberdade ou o

    cerceamento da liberdade. Apontaram que a ideia da liberdade tambm muda com o

    tempo, ou mesmo aquilo que se entende como censura.

    Aluno CATEGORIAMUDANABEATRIZ Esse trabalho me possibilitou ver que num espao de tempo

    teoricamente curto as diferenas dessas pocas foram gritantes.Passamos de um regime onde at mesmo falar era proibido, para um

    onde podemos protestar livremente.ROSA Realizando esse trabalho pude perceber como era difcil quando noera permitido fazer nada por conta prpria, quando tudo devia seguirum padro, ou respeitando regras absurdas. J hoje, (claro que aindaexistem regras para uma boa convivncia em sociedade, mas que, porsorte, so mais leves e aceitveis) tudo mais simples. Todos tmdireito de se vestir como quiserem, de seguir um pensamento que nemtodos seguem ou at ter seu prprio, hoje podemos pensar livrementesem medo de represso.Se ainda vivssemos como antes, vivssemos como antes, me perguntose tantas coisas que existem hoje, seriam sequer pensadas, graas a

    liberdade que temos muitas coisas surgiram e melhoraram o lugar ondevivemos. (...) Analisando posso afirmar que a liberdade de expresso

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    que temos colabora para vivermos em uma sociedade melhor. (...)Creio que continuar melhorando conforme novas coisas foremconquistadas.

    ALCIONE O ponto mais importante, para mim, em relao ao trabalho realizadofoi a diferena de modos de liberdade de expresso e o como foram

    impedidos e por quem. Enquanto a liberdade de expresso daentrevistada nascida em 1964, era impedido por seu governante, oentrevistado nascido em 1994, era impedido de realizar sua expresso

    pelos pais. Seus modos de expresso tambm eram contrastantes: omodo de expresso da entrevistada de 1964 eram suas aulas de artesvividas na escola; o modo de expresso do entrevistado nascido em1994 eram os protestos realizados nas ruas para lutar por seus direitos.Essa grande diferena que eu achei mais interessante no trabalho.

    De acordo com Rsen justamente o pronome pessoal da primeira pessoa

    (eu/ns) que funciona como o indicador chave para a compreenso do processo de

    formao histrica (RSEN, 2012 p. 100). possvel perceber tal articulao nas

    enunciaes da tabela acima. Observe o caso da aluna Beatriz: quando ela diz me

    possibilitou, utiliza a primeirapessoa que, no presente, ao estabelecer a diferena da

    experincia do presente e do passado torna possvel falar de uma qualidade diferente da

    experincia em que podemos (plural coletivo) protestar (verbo que indica ao e

    expectativa de mudana, alternativa).

    As enunciaes lingusticas da conscincia histrica das alunas permitemconstatar uma aprendizagem histrica pela constituio de sentido relacionado a

    mudana no tempo. Rsen sugere que as experincias do tempo devem ser apropriadas

    pela aprendizagem como experincias de diferenas temporais (RSEN, 2012 p.105).

    As alunas utilizam o estabelecimento da mudana temporal como resultado de um

    processo de pensamento que resulta na identificao de experincias.

    A aluna Rosa evidencia o aprendizado na relao com a experincia estabelecendo

    a dificuldade de se viver em um tempo de cerceamento das liberdades, para em seguidaconstatar que a liberdade colabora no presente para que a sociedade seja melhor. Enfim,

    a aluna abre a perspectiva de futuro sobre a prpria melhoria da sociedade medida que

    novas coisas sejam conquistadas.

    possvel observar que, de acordo com a articulao lingustica do pensamento

    histrico, podemos perceber a forma como as alunas tangenciam os elementos centrais

    da formao histrica. Na relao com a experincia Rosa pensou sobre o passado no

    presente percebendo diacronicamente as relaes de experincia no tempo deixando apossibilidade da mudana para a relao presente futuro. uma expanso

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    quantitativa e qualitativa em relao experinciapercebida na categoria mudana.

    A aluna Rosa evidenciou a mudana envolvendo as trs expresses temporais (presente

    em relao ao passado, e presente em relao ao futuro como ganho experiencial da

    aprendizagem histrica), por isso quantitativa. E apresentou tambm uma expanso

    qualitativa da experincia, pois distinguiu a qualidade da experincia temporal

    inferindo sobre a dificuldade de um passado em que se vivia sob uma ditadura. Abordou

    o presente como o lugar onde todos tm direito (como sujeito de ao) ns

    podemos (sujeito coletivo que representa ela e os demais na vida em sociedade) pensar

    sem medo de represso. Assim como no presente o todos e o ns possui o direito de

    pensar, a construo de um futuro ainda melhor depende da ao de novas conquistas.

    A compreenso dos modos de liberdade, abordagem da aluna Alcione tambm

    possibilitou a expanso quantitativa e qualitativa na relao com a experincia. Alcione

    aborda trs experincias diferentes, a da pessoa que viveu no perodo da ditadura

    militar, a do jovem que ela entrevistou para o trabalho, o que abordado a partir da

    experincia dela com relao a aprendizagem histrica.

    Lembre-se que so trechos de narrativas de alunas na faixa de 14 (quatorze) e 15

    (quinze) anos de idade. A questo aqui no est centrada na qualidade textual, no

    vocabulrio ou na reconstruo narrativa dos possveis passados da ditadura militar. E

    sim em possibilidades, ainda que elementares, de operaes substanciais do pensamento

    histrico. Se as alunas estivessem produzindo narrativas sobre fontes histricas haveria

    outras preocupaes, como por exemplo a crtica e a interpretao. Minha preocupao

    aqui foi o que restou da aprendizagem histrica como formao aps o trabalho

    realizado.

    A maneira como as alunas demonstram essa mudana no tempo ofereceu a

    possibilidade de perceber que havia uma noo sobre o que aponto como relativo

    totalidade. As narrativas das alunas demonstraram um total nocional de que vivem hojeem um tempo que qualitativamente diferente do perodo da ditadura militar. No

    entanto, apontam que mesmo os tempos atuais no so ainda totalmente adequados,

    abrem ainda a expectativa de que a partir da compreenso da mudana no tempo seja

    possvel esperar um futuro mais adequado. Nessa relao abordaram uma quantidade de

    experincias diferentes, por isso foi possvel apontar a expanso qualitativa e

    quantitativa da experincia temporal.

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    Trata-se de um pensamento mais elaborado do que a reproduo de elementos que

    compem a cultura histrica, que utilizam o passado como o lugar para onde o presente

    deveria se voltar. Como no exemplo das protonarrativas citadas anteriormente.

    Para a categoria mudana separei apenas esses trs exemplos porque a maioria das

    narrativas possui uma pgina completa escrita mo, a transcrio das narrativas

    tornaria muito extenso o presente texto. Haveriam outras categorias possveis, no

    entanto, a inteno foi juntar asseres que se referem a uma ou mais ideias, estas ideias

    que se concentram no tema da tabela e esto relacionadas ao que se apontou como

    categorias centrais para a formao histrica.

    CONSIDERAES FINAIS

    Em uma discusso sobre a pragmtica da aprendizagem histrica Rsen prope a

    seguinte pergunta: O que significa, ento, dirigir-se a conscincia histrica de forma

    especificamente motivada? (RSEN, 2012 p. 111). Responder a questo algo

    complexo que passa do pensamento sobre como se aprende Histria, para como mediar

    o ensino nessa concepo de aprendizagem histrica.

    As reflexes do presente texto so uma sntese de minha prxis, estudar a

    aprendizagem histrica e dar aulas de histria. O foco central dessa investigao no foi

    questes de encaminhamento metodolgico como um passo a passo nas aulas. Estive

    mais preocupado com a compreenso sobre como podemos estar atentos para a relao

    entre cultura e conscincia histrica e uma noo geral sobre quais seriam as

    caractersticas e contribuies possveis de uma aula na perspectiva da prxis.

    essencial perceber que o ponto de partida para o desenvolvimento desse estudo foram

    enunciaes lingusticas compreendidas como protonarrativas e a apreenso heursticade tais enunciados.

    Essa uma caracterstica especfica do que proponho como epistemologia da

    prxis do ensinar e aprender Histria, o professor como intelectual age intencionalmente

    sobre o processo formativo da conscincia histrica que se relaciona a cultura histrica.

    A experincia relatada sobre os encaminhamentos da professora Lorenzi, assim como o

    relato do professor Armando possuem um significado muito grande para as relaes do

    ensinar e aprender histria. Essas formas de pensar essa relao vo ao encontro ao do

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    que est proposto na teoria e filosofia da histria como funo didtica da Histria, no

    entanto, no encontramos muitas produes que dialoguem na perspectiva da prxis.

    Restaria ainda nesse artigo, a realizao de uma discusso sobre os elementos

    tericos que podem orientar a concepo formativa do que se apresentou como

    educao histrica na perspectiva da prxis. Nesse sentido alm das discusses

    realizadas a partir do referencial rsenniano da conscincia histrica possvel apontar

    os saberes necessrios a prxis educativa a partir de Paulo Freire, entendo a educao

    como um ato poltico e a interveno dos professores no sentido do desenvolvimento da

    autonomia e da emancipao. A dissertao citada anteriormente possui um captulo

    destinado a essas aproximaes.

    Outras aproximaes possveis para pensar a educao histrica na perspectiva

    da prxis em escolas tcnicas de ensino mdio podem ser pensadas em um dilogo entre

    outros autores, tais como: Istvn Mszros (2008) para uma educao como

    transcendncia positiva da autoalienao do trabalho, Karel Kosik (1976) para a

    referencia em uma prxis que possibilite a compreenso da vida humana em sua

    totalidade, Paulo Freire (1996) para uma educao enquanto processo dialgico da

    prxis educativa com vistas conscientizao e emancipao do ser que age em

    sociedade. Essas aproximaes so possveis uma vez que todos os autores se

    referenciam no processo da produo da conscincia discutido por Marx e Engels na

    Ideologia alem (1845-1846).

    Pensar uma relao de ensino e aprendizagem da histria a partir destes

    referenciais ajudam a compor um referencial que ao orientar para a emancipao

    anuncia a construo de um mundo mais justo e humano. Esse tipo de interveno pode

    auxiliar no debate sobre a formao de professores de Histria para a interveno nas

    realidades educacionais, uma vez que a interveno j ocorre mesmo que de maneira

    inconsciente ou consciente da reproduo das atuais condies. Discutir teoricamente asatitudes de professores como Lorenzi e Armando, de acordo com a prxis, poder

    influenciar a discusso sobre as necessidades das relaes do ensinar e aprender Histria

    em uma perspectiva pautada na construo de um mundo mais justo em todos os

    sentidos da vida em sociedade, podendo assim pensar mesmo na superao das atuais

    condies econmicas, polticas, sociais e culturais.

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