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DOI: 10.5748/9788599693124-13CONTECSI/RF-3909 THE NEOSCHUMPTERIAN APPROPRIABILITY STRATEGY A ESTRATÉGIA DE AND THE COMPETITIVE ADVANTAGE: THE ANALISIS BETWEEN TECHNOLOGICAL CONVERGENCE AND THE ORGANIZATIONAL LEAD TIME Tatiana Souto Maior de Oliveira (Faculdades Santa Cruz, PR, Brasil / UNINTER, PR, Brasil) - [email protected] Alexandre Rodizio Bento (Faculdades Santa Cruz, PR, Brasil) [email protected] The current competitive landscape has driven organizations to seek more and more competitive alternatives. The neoschumpterian theoretical vies highlights the technology has been the major difference perceived by the market. In this sense many companies has been investing in technology especially those that leverage existing knowledge in the organization as in the case of technological convergence. To ensure that investments are recovered organizations have sought to create appropriateness of mechanisms that allow a mooring return. Among them stands out the team in specific tools to market lead time. In this context so as to affirm that technological convergence solutions can really contribute to organizational competitiveness sought to identify the influence of technological convergence projects in organizational appropriateness through the lead time. To achieve this goal was accomplished a survey with companies in the metropolitan region of Curitiba. As a result research has shown that there is a relationship between technological convergence and the appropriateness through the lead time which leads us to validate the hypothesis that technological convergence enhances the competitiveness of organizations. Keywords: Competitiveness, Technological convergence, Appropriability, Lead time. A ESTRATÉGIA DE APROPRIABILIDADE NEOSCHUMPTERIANA COMO VANTAGEM COMPETITIVA: UM ESTUDO DA CORRELAÇÃO ENTRE SOLUÇÕES DE CONVERGÊNCIA TECNOLÓGICA E O LEAD TIME ORGANIZACIONAL O cenário competitivo atual tem direcionado as organizações a buscarem cada vez mais alternativas competitivas. Nesse sentido, ovies teórico neoschumpteriano destaca a tecnologia como o grande diferencial percebido pelo mercado. Assim, muitas empresas vêm investindo em tecnologia principalmente aquelas que aproveitam os conhecimentos já existentes na organização como é o caso de projetos de convergência tecnológica. Para garantir que os investimentos em tecnologia sejam recuperados as organizações tem buscado a criação de mecanismos de apropriabilidade que possibilitem uma amarração dos retornos. Dentre eles destaca-se as ferramentas de time to market em específico o lead time. Nesse contexto para que se afirme que as soluções de convergência tecnológica podem realmente colaborar com a competitividade organizacional buscou-se identificar a influência dos projetos de convergência tecnológica na apropriabilidade organizacional por meio do lead time. Para atingir tal objetivo foi realizada um survey com empresas da região metropolitana de Curitiba. Como resultado a pesquisa mostrou que existe uma relação entre a convergência tecnológica e a apropriabilidade por meio do lead time o que nos conduz a validação da hipótese de que a convergência tecnológica potencializa a competitividade das organizações. Palavras-chaves: Competitividade, Convergência tecnológica, Apropriabilidade, Lead time. 13th INTERNATIONAL CONFERENCE ON INFORMATION SYSTEMS & TECHNOLOGY MANAGEMENT - CONTECSI - 2016 1805

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DOI: 10.5748/9788599693124-13CONTECSI/RF-3909

THE NEOSCHUMPTERIAN APPROPRIABILITY STRATEGY A ESTRATÉGIA

DE AND THE COMPETITIVE ADVANTAGE: THE ANALISIS BETWEEN

TECHNOLOGICAL CONVERGENCE AND THE ORGANIZATIONAL LEAD TIME

Tatiana Souto Maior de Oliveira (Faculdades Santa Cruz, PR, Brasil / UNINTER, PR, Brasil) -

[email protected]

Alexandre Rodizio Bento (Faculdades Santa Cruz, PR, Brasil) – [email protected]

The current competitive landscape has driven organizations to seek more and more competitive

alternatives. The neoschumpterian theoretical vies highlights the technology has been the major

difference perceived by the market. In this sense many companies has been investing in technology

especially those that leverage existing knowledge in the organization as in the case of technological

convergence. To ensure that investments are recovered organizations have sought to create

appropriateness of mechanisms that allow a mooring return. Among them stands out the team in

specific tools to market lead time. In this context so as to affirm that technological convergence

solutions can really contribute to organizational competitiveness sought to identify the influence of

technological convergence projects in organizational appropriateness through the lead time. To

achieve this goal was accomplished a survey with companies in the metropolitan region of

Curitiba. As a result research has shown that there is a relationship between technological

convergence and the appropriateness through the lead time which leads us to validate the

hypothesis that technological convergence enhances the competitiveness of organizations.

Keywords: Competitiveness, Technological convergence, Appropriability, Lead time.

A ESTRATÉGIA DE APROPRIABILIDADE NEOSCHUMPTERIANA COMO

VANTAGEM COMPETITIVA: UM ESTUDO DA CORRELAÇÃO ENTRE SOLUÇÕES

DE CONVERGÊNCIA TECNOLÓGICA E O LEAD TIME ORGANIZACIONAL

O cenário competitivo atual tem direcionado as organizações a buscarem cada vez mais alternativas

competitivas. Nesse sentido, ovies teórico neoschumpteriano destaca a tecnologia como o grande

diferencial percebido pelo mercado. Assim, muitas empresas vêm investindo em tecnologia

principalmente aquelas que aproveitam os conhecimentos já existentes na organização como é o

caso de projetos de convergência tecnológica. Para garantir que os investimentos em tecnologia

sejam recuperados as organizações tem buscado a criação de mecanismos de apropriabilidade que

possibilitem uma amarração dos retornos. Dentre eles destaca-se as ferramentas de time to market

em específico o lead time. Nesse contexto para que se afirme que as soluções de convergência

tecnológica podem realmente colaborar com a competitividade organizacional buscou-se identificar

a influência dos projetos de convergência tecnológica na apropriabilidade organizacional por meio

do lead time. Para atingir tal objetivo foi realizada um survey com empresas da região

metropolitana de Curitiba. Como resultado a pesquisa mostrou que existe uma relação entre a

convergência tecnológica e a apropriabilidade por meio do lead time o que nos conduz a validação

da hipótese de que a convergência tecnológica potencializa a competitividade das organizações.

Palavras-chaves: Competitividade, Convergência tecnológica, Apropriabilidade, Lead time.

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1. INTRODUÇÃO

O cenário competitivo vem se acirrando cada vez mais. A globalização econômica

tem criado obstáculos diferenciados às organizações, tornando a sobrevivência destas, cada

vez mais difícil. Só se destacam, nesse contexto, aquelas que por meio de novos modelos

de gestão e alternativas produtivas conseguem.

O fato é que as fórmulas de sucesso utilizadas no passado já não funcionam mais,

de maneira geral os setores mudam mais rápido do que as organizações, o que impõem

novas maneiras de analisar, planejar e implementar ações (HAMEL; PRAHALAD, 1995).

Para piorar esse cenário pode se destacar o crescimento da concorrência,

acarretando uma urgência no processo de criação e produção, ou seja, cada vez mais a

competitividade organizacional está relacionada não só a capacidade de inovação, mas,

sobretudo com a velocidade desse processo. Consegue se destacar no mercado aquelas

organizações que antes disponibilizar essas inovações e identificar as possibilidades de

melhorias ou quem antes atender as expectativas dos clientes.

De acordo com Dosi (2006) o ritmo acelerado de mudança técnica está causando

mudanças drásticas na demanda de serviços e produtos sendo necessária uma abordagem

diferenciada, por parte das organizações, para que seja possível driblar a concorrência e

está se dá normalmente por meio de inovações dentro das organizações.

Nesse interim, percebe-se que muitas empresas investem em tecnologias e

inovação, mas não possuem meios que possam garantir a devida apropriação desses

investimentos. De fato, a maioria das empresas não conhecem a natureza e as possíveis

estratégias de apropriação existentes (HUMERLINNA-LAUKKANEN; PUUMALAINEN,

2007; PISANO, 2006).

Para que o processo inovativo ocorra e que as empresas aceitem e o implementem é

necessário que se tenha a cada inovação a criação de um regime de apropriabilidade que

possa amarrar os retornos desses investimentos minimizando a ação da concorrência

(NAQSHBANDI; KAUR, 2011; HURMELINNA; PUUMALAINEM, 2005).

Com efeito, para a diminuição da perda de possíveis investimentos em inovação

tecnológica é fundamental a criação de mecanismos que podem proteger a organização em

relação ao mercado e potencializar a diferenciação da organização (CECCAGNOLI;

ROTHAERMEL, 2008; LEVIN; KLEVORICK; NELSON; WINTER, 1987).

Dentro do contexto de regimes de apropriabilidade pode-se destacar cinco grandes

áreas que devem ser abordadas – natureza do conhecimento, proteção formal, gestão de

recursos humanos, barreiras técnicas e time to marketing (HURMELINNA-

LAUKKANEN; PUUMALAINEN, 2007; HURMELINNA; PUUMALAINEN, 2005).

Sob o aspecto específico da vantagem competitiva atual que tem como base a

rapidez com que uma organização lança no mercado uma determinada inovação (KIM;

MAUGBORGNE, 2005) a área de time to marketing vem merecendo destaque perante as

outras já que muitas vezes de nada adianta artifícios legais ou técnicos para garantir a

apropriabilidade de um determinado investimento se a inovação em questão já não tem

mais valor mercadológico.

Deste modo pode-se questionar até que ponto os investimentos em convergência

tecnológica estão correlacionados a abordagem de apropriabilidade com base no lead

time?

Na explosão desse questionamento tem-se a verificação se as organizações

percebem a relação entre a inserção de tecnologias convergentes e a melhoria do lead time,

possibilitando assim a visualização dos resultados e facilitando o processo de aprovação

dos investimentos. A verificação dessa correlação é um item importante já que a maioria

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das organizações não possuem uma análise direcionada, que embase os projetos e

investimentos como uma abordagem competitiva sob a ótica da apropriabilidade.

O aprofundamento dessa temática se dá pelo fato de que área de apropriabilidade

vem se destacando como área de relevância já que cada vez mais a competitividade das

organizações depende do resultado dos avanços técnicos realizadas pelas mesmas (DOSI,

2006; NELSON; WINTER, 2005) o que pressupõem que estas ao investirem terão os

retornos almejados.

A investigação proposta consiste em identificar se o uso de soluções convergentes

impacta no lead time organizacional de um grupo de empresas da região metropolitana de

Curitiba/ PR/Brasil, que tem em comum serem fornecedores de uma mesma organização.

Para tal, o trabalho caracteriza-se como uma pesquisa correlacional, já que a mesma

se propôs explicar variáveis e quantificar relações entre variáveis (SAMPIERI;

FERNÁNDEZ-COLLADO; LUCIO, 2006).

Deste modo, para que seja possível a reflexão desta temática e a obtenção de

respostas a pergunta problema o estudo foi conduzido por meio de uma pesquisa

exploratória, com o objetivo de sustentação teórica. Neste item foi realizada uma pesquisa

bibliográfica com base em fontes secundárias físicas e eletrônicas e foi realizado um

estudo de caso com uma empresa que possui projetos de convergência tecnológica, por

meio de entrevista, permitindo assim a validação das variáveis e dos instrumentos de coleta

de dados que foram utilizados na pesquisa.

Na sequência foi realizada uma pesquisa survey com um conjunto de empresas que

mantem uma relação de fornecimento com a empresa onde foi realizado o estudo de caso,

com a finalidade de se averiguar a relação entre os projetos de convergência tecnológica e

o lead time enquanto mecanismo de apropriabilidade organizacional. Para tal foi utilizada

nessa fase um questionário online feito com base na metodologia de Linkert.

Não se pretende nesse estudo a avaliação da efetividade dos mecanismos de

apropriação utilizados pelas organizações, nem as dificuldades por parte das organizações

em implementá-los, mas a averiguação da existência da relação dos investimentos em

convergência tecnológica e o lead time possibilitando a validação da apropriabilidade dos

mesmos.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Convergência Tecnológica

O processo evolutivo das sociedades vem sendo marcado pelo desenvolvimento

tecnológico. Há décadas que as descobertas técnicas têm influenciado e muitas vezes

determinado alterações substanciais na forma como a sociedade funciona. Atualmente

percebe-se um vertiginoso aumento na velocidade de novas tecnologias bem como a

integração das já existentes.

Esse processo tem como base uma revolução tecnológica onde tem-se a quebra de

paradigmas tecnológicos estanques ou proprietários, para a criação de um único e múltiplo

cenário tecnológico, onde vários mundos podem ser interconectados conforme a

necessidade.

Nesse sentido a revolução tecnológica que vem ocorrendo desde a década de 70

pode ser entendida como um conjunto de avanços radicais interligados que se unem como

uma constelação de tecnologias interdependentes e interagentes (PEREZ, 2010).

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A convergência tecnológica está diretamente relacionada a incorporação de

diferentes tecnologias a uma mesma estrutura ou solução, normalmente envolvendo a área

de informática (FRANSMAN, 2003). Trata-se, sobretudo da integração de plataformas e

técnicas distintas, de alianças e uniões industriais, da integração de serviços, mercados,

políticas e regulamentações (LIND, 2004).

Este processo complexo cria novos padrões tecnológicos e integra técnicas antigas

existentes. Deve-se considerar, portanto todos os aspectos referentes aos impactos dos

novos cenários tecnológicos, internet, telecomunicação móvel ou qualquer outra tecnologia

que pode alterar o modus operantis da sociedade e os modelos de negócios existentes

(LIND, 2004).

A convergência tecnológica tornou-se destaque a partir do desenvolvimento da área

de informática com a capacidade e velocidade no armazenamento e transmissão de

informações, na facilidade de acesso a estas e na integração de informações (AMORIN;

SCHIMA, 2006). O resultado da evolução na área de informática gerou a evolução dos

sistemas de telecomunicações em função da necessidade de integração.

Nesse ínterim a dimensão técnica da convergência tecnológica deve ser entendida

como um complexo conjunto de técnicas que interagem harmonicamente de forma a

disponibilizar conteúdos informativos oriundos dos mais diversos meios tecnológicos de

forma fácil e rápida, bem como transformá-los em conhecimentos ou subprodutos aos mais

diversos usuários.

A concretização da convergência tecnológica se dá, na maioria das vezes, por meio

do desenvolvimento de sistemas ou aplicações que tem justamente a função de integrar as

várias tecnologias existentes. Pode-se considerar que é por meio destes que ocorre a

integração entre tecnologias antigas e novas.

2.2 Teoria Neoschumpteriana

De acordo com Ito e Gimenez (2011) o pensamento econômico inicialmente

dominante, defendido pela teoria neoclássica, tem como característica o equilíbrio estático

e a maximização do lucro.

Nesse ínterim as empresas são entendidas como um conjunto de recursos que

podem ser combinados, criando novos valores agregados que possam destacar a mesma

por meio de uma diferenciação no mercado (PENROSE, 2006).

Deste modo as empresas possuem uma capacidade constante de recriação

impulsionada pelo processo de integração interna e externa, o que lhe dá a possibilidade de

adaptação com o ambiente externo (CAMPOS; PAULA, 2006).

Segundo Coriat e Dosi (2002), o pressuposto fundamental da economia

evolucionária é de que organizações possuem meios para fazer coisas e o fazem de maneira

contínua, sendo deste modo possível que as mesmas possuam caminhos distintos de fazer

as coisas, mesmo quando realizam atividades funcionalmente similares.

É, portanto, na capacidade das empresas de maximizar seus recursos que reside sua

vantagem competitiva (PENROSE, 2006; DIAS; GONÇALVES; SOUZA, 2010). A

constante inovação tem base no aproveitamento dos recursos e determina em última

instância a sobrevivência da firma (PELAEZ; MELO; HOFMANN; AQUINO, 2008).

Com efeito, a empresa, na abordagem neoschumpteriana deve ser entendida como

um organismo vivo que consegue reagir as influências ambientais de maneira positiva por

meio da maximização de seus recursos internos conseguindo assim a diferenciação no

mercado (KUPFER; HASENCLEVER, 2012).

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A teoria neoschumpteriana tem como foco o estudo da capacidade da empresa

alterar o cenário competitivo a partir de ações internas. Centra-se na análise do processo

endógeno de desenvolvimento (NELSON; WINTER, 2005; ZAWISLAK, 1996;

HANUSCH; PYKA, 2007).

Dentro dessa análise propõem-se a análise de alguns mecanismos internos das

empresas que conforme seu desenvolvimento pode melhorar a vantagem competitiva.

2.3 Apropriabilidade

Na teoria neoschumpteriana o processo de desenvolvimento das empresas está

diretamente atrelado a capacidade destas de se apropriar dos investimentos em inovações

realizados. De acordo com Hurmelinna-Laukkanen, Sanio e Jauhiainen (2008) a

apropriabilidade é importante para que as empresas consigam se proteger em relação aos

investimentos realizados em inovação.

Segundo Almeida, Barreto Jr. e Frota (2012) “o termo apropriabilidade refere-se às

condições em torno de um novo conhecimento que permite a captura de seu valor. Em

outras palavras, apropriabilidade é a capacidade de impossibilitar a ação de imitadores e de

garantir o retorno otimizado dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D).”

Assim a apropriabilidade pode ser entendida como a habilidade das empresas de

gerarem valor com o processo inovativo servindo como garantia para que este não se

reduza a um processo de melhoria e investimentos sem retorno. Assim o processo de

apropriação se dá quando a empresa consegue ter um feedback dos investimentos em

inovação tecnológica.

Na prática apropriabilidade está relacionada ao conhecimento tecnológico e

artefatos técnicos de mercado e do ambiente legal que possibilitam a garantia dos

benefícios gerados pelas inovações servindo como proteção, contra a reprodução ilícita por

parte de outros agentes, diferindo entre indústrias e tecnologias, permitindo que estes se

transformem em ativos rentáveis (DOSI, 1988).

2.4 A Apropriabilidade Enquanto Ferramenta Competitiva

As constantes mudanças que a sociedade vem sofrendo tem gerado um mercado

extremamente volátil onde o melhor caminho para a continuidade organizacional é a

melhoria tecnológica. Assim para que as organizações consigam manter sua

competitividade é imprescindível que se invista em tecnologia, aproveitando os

conhecimentos internos e que interajam com outros atores no processo produtivo.

A inovação é desta maneira o caminho para a sobrevivência das empresas, já que é

por meio dela que as empresas conseguem atingir novos segmentos de mercados,

entretanto isso só ocorre quando estas conseguem se apropriar das oportunidades advindas

dos investimentos realizados.

Assim a competitividade organizacional depende atualmente da capacidade das

organizações se diferenciarem mercadologicamente por meio de inovação tecnológica, ou

seja, de conseguirem um resultado perceptível e concreto em forma de desempenho

mercadológico e financeiro, o que depende fundamentalmente do retorno dos

investimentos realizados (MELLO, 2007).

Esse novo modelo de competitividade necessita da garantia de retornos ou ao

menos a manutenção dos direitos relacionados aos conhecimentos desenvolvidos pelas

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organizações. Essa garantia só é possível conseguir por meio de mecanismos de

apropriabilidade.

Os mecanismos de apropriabilidade podem ser entendidos como ações endógenas

que podem permear todos os setores da organização, podendo ter base legal ou serem

simplesmente ações de gestão (PISANO, 2006).

Desta forma, não existe um modelo específico de regime de apropriabilidade, mas

este deve ser criado considerando a especificidade de cada projeto inovativo. Um regime

de apropriabilidade se refere a fatores ambientais, excluindo a empresa e a estrutura de

mercado que direcionam as habilidades dos inovadores de apoderar-se das receitas geradas

por uma inovação. Na opinião de autores neoschumpeterianos, como Dosi, Pavitt e Soete

(1990), as condições de apropriabilidade variam conforme o mercado e o tipo de

tecnologia, assim como os próprios instrumentos e estratégias que são empregadas para

proteger as tecnologias, em diversos níveis como países, indústrias e setores.

Dentre os mecanismos de apropriabilidade mais frequentes pode-se destacar

aqueles referentes ao aparato institucional legal existente, como patentes, contratos e

direitos autorais, as estratégias de gestão como parcerias com fornecedores, distribuidores,

clientes, questões técnicas e de conhecimento e estratégicas de recursos humanos

(FELTRE, 2004; HURMELINNA-LAUKKANEN e PUULMALAINEN, 2007;

CECCAGNOLI e ROTHAERME, 2008).

Hurmelinna-Laukkanen e Puulmalainen (2007) podem-se dividir os mecanismos de

apropriabilidade em cinco grandes grupos que abordam as principais estratégias

comumente utilizadas pelas organizações individualmente ou em grupo, conforme figura 1.

Figura 1 - Mecanismos de apropriabilidade econômica de resultados em P&D

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Fonte: Adaptado de HURMELINNA-LAUKKANEN; PUUMALAINEN (2007);

HURMELINNA; PUUMALAINEN (2005)

2.5 Time to Marketing

As estratégias de apropriabilidade dos investimentos em inovação tecnológica

devem considerar também o timing de mercado, ou seja, o tempo que a empresa

disponibiliza o produto ou serviço ao mercado. De nada adianta uma organização criar uma

série de estratégias baseadas em questões legais ou técnicas, por exemplo, se a inovação

demorar a ser implementada ou lançada no mercado, nesse caso a organização não

usufruirá dos benefícios dessa inovação.

Esse fato é cada vez mais comum, uma empresa acaba demorando para concretizar

suas inovações e o cenário mercadológico se altera, podem surgir novos concorrentes com

soluções similares ou até mesmo iguais e o próprio consumidor pode ter sua expectativa

alterada.

Nesse sentido, em função do contexto socioeconômico atual, extremamente

mutável as organizações têm criado estratégias que controlem o tempo de concretização

dos projetos de inovação buscando dessa maneira garantir que o mesmo seja

disponibilizado ao mercado em tempo hábil para que a empresa possa usufruir do

investimento realizado aumentando assim a apropriabilidade dos mesmos.

Percebe-se que as organizações começam a desenvolver estratégias focadas no

“Time to Marketing” de seus projetos de inovação, ou seja, no controle do espaço de tempo

decorrido entre o processo de definição de um produto e o efetivo lançamento do no

mercado (PINTO, 2006). Trata-se de controlar e otimizar o tempo que a empresa leva da

ideia de um produto ou serviço até a introdução deste no mercado (STANFIELD, 2002).

Uma das abordagens de apropriação na área de time to market está relacionada com

ações que buscam agilizar o processo de operacionalização de um produto, serviço ou

processo fazendo com que o lead time do mesmo seja o menor possível. A gestão do lead

time dos projetos torna-se desta forma mecanismos de apropriabilidade extremamente

importante, podendo garantir os retornos de investimentos e vantagem competitiva, pois

quem se lança primeiro no mercado consegue se diferenciar.

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À medida que as organizações inovam mais rapidamente que seus concorrentes,

elas podem usufruir da determinação do padrão ao mercado o que a torna mais competitiva

e menos suscetível a imitação (CECCAGNOLI; ROTHAERMEL, 2008; MELLO,

2007:255).

Para Bartezzaghi, Spina e Verganti (1994) um desenvolvimento veloz de produtos

incrementa a lucratividade pela extensão do ciclo de vida dos produtos e oferece a

possibilidade da cobrança de preços premiuns, garantindo vantagens competitivas

característica de monopólio temporário.

Deste modo o lead time vem sendo utilizado como estratégia de apropriabilidade

em função de sua comprovada efetividade. É uma estratégia operacional que pode garantir

a continuidade da apropriação dos investimentos realizados pela organização (LIMA e

CABRAL, 2009; HUMERLINNA e PUULMALAINEN, 2005; LEVIN; KLEVORICK;

NELSON e WINTER, 1987).

2.6 Lead Time Enquanto Ferramenta de Apropriabilidade

O lead time vem sendo utilizado pela maioria das empresas como uma estratégia de

otimização dos processos organizacionais e mesmo podendo ser aplicado em toda a

organização, tem como área de destaque a produção.

Nesse sentido o lead time pode ser entendido como uma metodologia de controle

do tempo que uma organização leva para entregar ao mercado um determinado produto ou

serviço.

De maneira prática o lead time é o tempo decorrido entre o início do processo, a

interação dos recursos, produtos, equipamentos, matérias primas até a finalização do

processamento do produto e a devida entrega dos mesmos (OLIVEIRA e PHILIPPI, 2013;

MACIEL NETO, 2012).

As estratégias de lead time tem uma amplitude interdepartamental e se dá por meio

da promoção de mudanças culturais nos processos com o intuito de redução nos tempos de

operação, ganhos de qualidade, redução de custos, e principalmente pela eliminação de

atividades que não agregam valor (MACIEL NETO, 2012) que culminam na relativa

garantia de penetração e no mercado e consequentemente a apropriabilidade dos

investimentos realizados.

De acordo com Tersine e Hummingbird (1995) a competição atual tem como base a

capacidade das organizações se flexibilizarem e otimizarem seus processos, nesse sentido,

qualquer atividade que consuma tempo, mas não agregue valor deve ser reduzida ou

eliminada. Deste modo o controle das perdas temporais representa um grande diferencial

competitivo.

Dentro dessa perspectiva as estratégias de lead time tornam-se fundamentais no

processo de apropriação e competititividade organizacional (SENAPATI; MISHRA;

ROUTRA; BISWAS, 2012), já que, por meio delas é possível atingir a vantagem

competitiva do ponto de vista de custos e de diferenciação. O fato é que quanto antes às

organizações disponibilizar suas inovações ao mercado por mais tempo se diferenciarão e

mais retorno terão com os investimentos realizados.

2.7 Análise de Lead time

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A análise do lead time é um processo que envolve inúmeros aspectos, que devem

ser analisados em conjunto para que seja possível a identificação de potencialidade de

melhorias. Assim deve-se ter uma abordagem multisetorial e funcional já que vários são os

fatores que podem alterar os processos. Nesse sentido há necessidade da análise de

diversas interfaces e variáveis que envolvem o ambiente fabril para a efetiva otimização

dos mesmos (SURI, 2010).

Na maioria das metodologias propostas de análise de lead time tem-se como foco a

otimização do tempo, por meio da criação de alternativas processuais e da própria

recriação das atividades organizacionais. Para Farias, Carneiro, Almeida e Almeida

(2008:1) “A redução do lead time pode ser obtida com a eliminação de tempos ociosos que

não agregam valor ao produto e com a redução dos tempos gastos com a movimentação de

materiais. Como consequência, a produtividade aumenta e os custos são reduzidos. ”

O que se percebe é que o foco principal é na descoberta das perdas que existem no

andamento dos processos e a partir desses pode-se otimizar os recursos e os resultados

organizacionais (MARTINS, 2003). As principais perdas encontradas nas maiorias dos

processos estão relacionadas direta ou indiretamente a sincronização de informações que

gera praticamente problemas operacionais.

Por meio da análise detalhada do processo é possível identificar etapas onde

simplesmente o processo está parado sem a geração de valor. Assim ações que possibilitem

a eliminação dessas etapas de forma a manter o processo em movimento possibilitam a

diminuição do lead time (HOOP; SPERMAN; WOODRUFF, 1990).

O acompanhamento do processo permite um entendimento melhor e sistêmico das

atividades realizadas e como consequência a redução do retrabalho ou duplicação de

tarefas, que acaba gerando além de uma minimização de custos no processo como um todo,

uma redução do tempo geral de processamento ou lead time.

Nesse sentido o processo de melhoria do lead time organizacional pode ser obtido

por meio do entendimento dos tempos dos processos e da percepção de como esses são

realmente compostos e a partir daí proceder a alterações e ajustes na estrutura

organizacional explorando-se lacunas e a dinâmica dos processos, bem como o potencial

tecnológico existente nas organizações (MACIEL NETO, 2012).

2.8 O Retorno Competitivo das Estrategias de Melhoria Lead Time

A análise de apropriabilidade dos investimentos realizados por uma empresa refere-

se fundamentalmente a capacidade destas obterem o máximo retorno possível dos

investimentos, temporal e numericamente falando. Assim estratégias que aumentem a

capacidade de apropriabilidade das organizações nada mais são do que estratégias

competitivas que podem aumentar o espaço e manutenção das organizações no mercado.

A partir do conceito central de lead time, ou seja, do tempo decorrido do início de um

processo até a entrega do produto final ao cliente percebe-se que o mesmo é fundamental

para o posicionamento da empresa já que quanto antes o produto entrar no mercado, maior

a potencialidade de retornos do mesmo e vantagem competitiva frente ao mercado.

Assim o gerenciamento do lead time pode ser entendido como uma estratégia

competitiva que por meio do controle do processo possibilita uma melhoria da qualidade e

produtividade gerando uma significativa redução de custos e potencializando a

competitividade organizacional.

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Pelegrino (2007) citado por Oliveira e Philippi (2013) os benefícios da redução do

lead time são aumento da capacidade de produção e a maior rapidez na entrega do produto

para o cliente.

Na mesma linha Tubino e Suri (2000) afirmam que a gestão estratégica do lead time

proporciona uma maior efetividade organizacional garantindo uma eficiência operacional,

otimização de custos e uma maior visibilidade mercadológica por meio de uma

confiabilidade de entregas.

Nesse sentido uma das buscas incessantes da maioria das organizações é a melhoria

dos processos e consequentemente dos resultados finais. Sob a ótica organizacional essa

melhoria tem como foco principalmente a racionalização das atividades desempenhadas e

consequentemente o aumento da produtividade e redução de custos. É possível fazer o

relacionamento entre a otimização de processos e estratégias de melhoria de lead time já

que esta última trabalhará basicamente com a melhoria do processo como um todo (SURI,

2010; POZO, 2007; GARCIA; LACERDA; AROZO, 2001; GOLDACKER; OLIVEIRA,

2008:128).

Outra abordagem importante a ser destacada é a questão da percepção do cliente. O

fato é que o cliente deve ser o alvo de todas as estratégias mercadológicas, assim os

ditames destes podem determinar os esforços organizacionais necessários para atingi-los.

Aquilo que o cliente realmente espera em relação a empresa, considerando a força deste

perante a organização, pode afetar o lead time à medida que as estratégias desse último

devem estar atreladas aos desejos dos clientes para atendê-los.

De acordo com a redução do lead time no fluxo processual de negócios pode oferecer

produtos em menores prazos, atendendo a demandas de segmentos específicos enfatizando

a busca do atendimento da expectativa dos clientes (TERSINE; HUMMINDBIRD, 1995;

PICCHI, 2003; SURI, 2010).

2.9 O Impacto da Convergência Tecnológica na Melhoria do Lead time

O cenário mercadológico atual impõe às organizações uma capacidade mais e mais

crescente de se reinventar e como consequência entregar novas ofertas que atendam as

demandas dos clientes. O tempo vem se mostrando assim como um grande termômetro

competitivo para as organizações sendo importante o tempo de criação da oferta

relacionado ao processo inovativo em si e o tempo de entrega desta inovação.

Para que a empresa consiga compreender e agilizar seus processos, considerando a

complexidade destes, e finalmente obter um melhor lead time, é importante perceber que

todo processo tem como condutor chave informação e para que estes ocorram

perfeitamente, otimizada e que se obtenha melhorias há necessidade de sincronização

dessas informações.

Segundo Ferreira e Ramos (2005: 77) o uso da tecnologia em geral nas organizações

deve ser visto como “o processo de uso estratégico da informação que pode vir a gerar o

diferencial competitivo: a maneira como estas informações serão utilizadas nos processos e

serviços das empresas e no ambiente de negócios”.

Assim partindo do princípio que a convergência tecnológica tem a capacidade de

integrar informações e processos oriundos de diferentes plataformas, ela permite um apoio

gerencial para a área de lead time já que possibilita o gerenciamento e previsão de

possíveis desvios garantindo não só do planejado, mas sobretudo a potencialização do

mesmo (FRONTINI, 2006).

13th INTERNATIONAL CONFERENCE ON INFORMATION SYSTEMS & TECHNOLOGY MANAGEMENT - CONTECSI - 2016

1814

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A importância da abordagem tecnológica no lead time está embasada na

necessidade de se integrar de maneira fácil e prática diferentes tipos de tecnologias,

padrões, linguagens, oriundas dos mais diversos sistemas e organizações como

fornecedores e clientes permitindo a visualização de todas as informações que possam ser

estratégicas para a continuidade organizacional (HAMEL; PRAHALAD, 1995;

SRINIVASAN, 2008).

Já para Tersine (1995) a tecnologia reduz o lead time, a partir do momento que ela

pode eliminar os “gaps” processuais possibilitando uma operação frequente. Ela é desta

maneira o alicerce que permite a continuidade operacional já que possibilita o acesso e

sincronização de todas as informações (CHEN; YU, 2005).

Com base no referencial teórico apresentado foi possível a criação do mapa

conceitual representado pela figura 2.

Figura 2: Mapa conceitual da pesquisa

Fonte: Os autores

3. METODOLOGIA

No estudo em questão foi utilizada uma abordagem mista, ou seja, qualiquantitativa,

sendo que primeiramente buscou-se um aprofundamento teórico temático a luz da

realidade estudada e análise de uma empresa que tem projetos de convergência

tecnológica.

A pesquisa foi realizada em duas grandes fases sendo a primeira com objetivo

específico de aprofundamento teórico prático da realidade, com a finalidade de se

encontrar os pressupostos básicos da área estudada. A segunda fase teve como objetivo

principal a validação dos pressupostos encontrados e teorizados em forma de hipóteses na

fase anterior.

Para a validação da proposta foi realizada uma pesquisa exploratória dividida em

duas partes, uma pesquisa bibliográfica em dados secundários e um estudo de caso para a

validação ou identificação das variáveis que foram identificadas na pesquisa bibliográfica.

13th INTERNATIONAL CONFERENCE ON INFORMATION SYSTEMS & TECHNOLOGY MANAGEMENT - CONTECSI - 2016

1815

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Nesse estudo de caso foi escolhida uma empresa nacional localizada na cidade de

Curitiba, que possui soluções de convergência tecnológica, que vem frequentemente

divulgando suas experiências na área de inovação tecnológica em congressos acadêmicos.

Para que fosse possível obter as informações referentes ao impacto da convergência

tecnológica na organização estudada, bem como melhor compreender a realidade da

mesma, foi realizada uma entrevista com o responsável pela área de tecnologia da empresa.

Foi entrevistado o diretor de tecnologia da empresa, responsável pelos projetos de

convergência tecnológica. A entrevista foi realizada nas dependências da empresa

estudada, no horário de trabalho do diretor, no refeitório, o que possibilitou um

distanciamento de outros colaboradores da área de tecnologia impedindo assim possíveis

influências e foi conduzida de maneira informal, e teve a duração em torno de uma hora.

Posteriormente a entrevista foi enviada eletronicamente, ao diretor de tecnologia de

empresa, um relatório com o texto resultante da entrevista para a validação do

entendimento do cenário.

A segunda fase da pesquisa teve como objetivo principal identificar as características

neoschumpterianas relativa a apropriabilidade identificadas na pesquisa exploratória. Para

tal foi realizada uma pesquisa correlacional por meio da aplicação de um survey para a

coleta de dados.

Para a operacionalização da segunda fase do estudo optou-se por uma pesquisa

correlacional que permite identificar as relações entre diferentes variáveis, bem como o

comportamento desta (SAMPIERI; FERNANDEZ-COLLADO; LUCIO, 2006);

GRESSLER (2004: 58).

De acordo com “A pesquisa correlacional investiga correlações existentes entre um

fator e outro, ou outros fatores (…). A grande vantagem é que ela permite o estudo de

muitas variáveis simultaneamente, possibilitando conhecer o grau de relacionamento.

No estudo em questão foi realizado um survey interseccional (transecional ou

transversal ) que pode ser entendido como um modelo de coleta dos dados onde uma

determinada população é submetida a pesquisas num único intervalo de tempo,

possibilitando a recepção das respostas do questionário apenas durante um intervalo de

dias (Buzin, 2014), ou seja, não foram feitas análise comparativas em função do momento

da respostas ou com base em recortes temporais.

Nesse contexto, o questionário foi criado e enviado por meio eletrônico com o apoio

da ferramenta de formulários do Google Drive (drive.google.com) em função da sua

gratuidade e acessibilidade.

O questionário teve como base questões chaves relacionadas ao impacto de soluções

convergentes na área de tecnologia, com base no quadro 1.

Quadro 1 – Relação entre correlações questionadas e variáveis

Relação questionada Variáveis correlacionadas

Impacto da convergência tecnológica e a

otimização dos processos.

Tempo de processamento

Otimização de processos

Percepção do cliente

Impacto da convergência tecnológica e o

sequenciamento das atividades de um

processo.

Tempo de espera

Tempo de sincronização

Tempo de processamento

Otimização de processos

Percepção do cliente

Impacto da convergência tecnológica e a

agilidade na solução de problemas

Tempo de solução de problemas

Otimização de processos

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processuais.

Tempo de set up

Impacto da convergência tecnológica e a

previsão de desvios ou demandas futuras

dos processos.

Tempo de sincronização

Tempo de espera

Otimização de processos

Tempo de set up

Impacto da convergência tecnológica e os

resultados finais dos processos.

Percepção do cliente

Tempo de Processamento

Impacto da convergência tecnológica e a

percepção dos clientes.

Percepção do cliente

Otimização de processo

Impacto da convergência tecnológica e a

agregação de valor.

Otimização de processo

Percepção do cliente

Tempo de Processamento

Fonte: Os autores

Seguindo a definição de universo foi escolhido para tal o universo das empresas que

estabelecem um relacionamento comercial de fornecimento com a empresa estudada. A

principal motivação para a escolha dessa população é o fato da empresa sinalizar forte

interesse prático pela temática estudada, além do fato desta já ter atualmente soluções

implantada e ter intenção de expandir essas soluções interorganizacionalmente com seus

parceiros comerciais.

Foi obtida uma planilha com dados do setor de tecnologia da informação, de todos os

fornecedores da empresa estudada anteriormente, contendo 7.073 fornecedores de

diferentes ramos de atuação e importância, espalhados geograficamente pelo Brasil

abrangendo os seguintes estados: Alagoas (AL), Bahia (BA), Espírito Santo (ES), Goiás

(GO), Minas Gerais ( MG), Mato Grosso do Sul ( MS), Paraíba (PB), Pernambuco (PE),

Paraná (PR), Rio de Janeiro (RJ), Rio Grande do Sul ( RS), Santa Catarina ( SC), São

Paulo ( SP) e Tocantins ( TO).

Na planilha fornecida pela empresa os seguintes campos obtidos diretamente da base

de cadastro dos fornecedores continham 202 colunas de classificações internas dos

sistemas de cadastro de fornecedores que a empresa não utiliza, ou seja, que estavam em

branco que foram excluídos da base.

Com a eliminação destes restaram 96 colunas que foram analisadas juntamente com

a empresa, para a devida decodificação dos mesmos, em relação a pertinência desses itens

à pesquisa e foram eliminadas 88 sobrando 8 colunas que tinham relevância com a

pesquisa. Vale ressaltar que muitas das colunas retiradas se referiam a classificações e

dados internos da empresa como códigos de funcionários responsáveis, códigos de

produtos que não estão correlacionados com a pesquisa.

Da mesma forma que foi feito com as colunas, as linhas da planilha de excel foram

tratadas com base no seguinte método:

Foram retirados os fornecedores pessoa física.

Foram retirados os fornecedores internacionais.

Foram retiradas todas com o campo de e-mail em branco.

Depois desse tratamento preliminar restou uma base com 4.521 fornecedores com 8

variáveis de análise. Para que os resultados encontrados fossem relevantes em relação ao

perfil de fornecedores frequentes da empresa em questão e que desenhasse um cenário de

possibilidade de integração por meio da convergência tecnológica, foram realizados dois

filtros.

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Primeiramente fez-se o recorte com base na frequência de compra. Assim foi

realizada uma média aritmética relativo ao número de compras e foram selecionados os

fornecedores com os quais a empresa teve um número de compras maior do que esta

média, no caso maior do que 79 compras, independente do período de relacionamento.

Esse último filtro diminuiu a população para 573 empresas fornecedoras.

Posteriormente foram filtrados aqueles fornecedores com os quais a empresa

mantinha um relacionamento maior com base na variável temporal e foram selecionados os

fornecedores que forneciam para a empresa a mais de 5 anos, o que reduziu a população de

para 402 empresas fornecedoras.

Foi realizada uma estratificação da amostra com base no variável estado (A2_EST)

da planilha fornecida pela empresa, com base na proporcionalidade de cada uma delas.

Os extratos relativos aos estados de Paraíba (PA), Pernambuco (PE) Rio de Janeiro

(RJ) e Rio Grande do Sul (RS) foram desconsiderados em função da pouca relevância e

influência destes na amostra e pesquisa como um todo. Após a estratificação e análise dos

resultados da amostra a mesmo consolidou-se em 391 fornecedores divididos em 4 estados.

A partir da determinação da quantidade de fornecedores por estados iniciou- se a

identificação dos fornecedores que seriam submetidos a pesquisa, ou seja, iniciou-se o

processo de amostragem aleatória por extrato. Esse procedimento foi realizado com o

apoio do sistema Microsoft Excel.

Para a seleção da amostra estratificada, primeiramente foram separados os extratos

em pastas diferentes, e criado uma numeração sequencial para cada um dos fornecedores.

Posteriormente foi utilizada a ferramenta, amostragem do menu análise de dados do Excel

para a geração de uma amostragem aleatória, particionada de 10 em 10.

Desta forma, foram criadas amostras aleatórias com base no número de elementos

determinados para cada um dos estados, gerando-se assim amostras estratificadas. Quando

o software selecionou números similares na amostra foi selecionado o número

subsequente.

Em função da abrangência geográfica da amostra e do tamanho da mesma o

questionário foi aplicado por meio eletrônico visto que este traz ganhos significativos nos

quesitos de tempo, custo, flexibilidade e análise de dados (NASCIMENTO; TROMPIERI

FILHO, 2002; VASCONCELLOS; GUEDES, 2007).

Partindo do princípio que a pesquisa com base na internet necessita de um número

maior de entrevistados e que é necessário reforço constante para que se obtenha um retorno

suficiente foram geradas duas amostras aleatórias a partir da primeira, ou seja, da

população já separada em pastas distintas, foram eliminados os cadastros que foram

selecionados na primeira amostra e posteriormente foi gerada uma nova amostra.

Finalmente o número de e-mails selecionados e para os quais foram enviados o

questionário eletrônico somou um total de 396 empresas de forma estratificada por estado.

Nesse sentido afirmam que a pesquisa por meio eletrônico vem sendo bastante

difundida em função de sua eficiência com base em custos reduzidos, cerca de 38% a

menos, a agilidade de processamento além de poder eliminar erros humanos no processo

de pesquisa que podem comprometer a integridade da pesquisa (MCPEAKE, BATESON;

O’NEILL, 2014).

É importante pontuar algumas desvantagens da automatização da pesquisa, como a

credibilidade dos mailings list utilizado, o comprometimento de respostas padronizadas, a

baixa taxa de retorno e a aderência tecnológica dos respondentes (MCPEAKE;

BATESON; O`NEIL, 2014; FREITAS; JANISSEK-MUNIZ; MOSCAROLA, 2004).

Entre essas estratégias pode citar os reforços e reenvios dos questionários a uma

mesma amostra, premiações ou simplesmente a realização de novas estratificações

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(VASCONCELOS; GUEDES, 2007). O uso de reforços e reenvios no processo de

pesquisa permite um aumento do retorno chegando a atingir uma média de 58% de retorno

o que se comparado com outros meios de aplicação de pesquisas remotas como o correio é

muito significativo (MCPEAKE, BATESON; O`NEIL, 2014).

4. MÉTODOS DE ANÁLISE

No processo de validação de hipóteses que tratam da relação entre duas ou mais

variáveis, na maioria das vezes se utiliza testes estatísticos que comprovam a correlação de

forma matemática, permitindo a visualização gráfica dessas correlações (LARSON;

FABER, 2004).

Partindo do princípio que o objetivo da pesquisa é perceber a existência da influência

da convergência tecnológica na melhoria do lead time, o que na prática é a verificação da

existência dessa correlação, foram utilizadas três metodologias para análise de correlação,

tabela dinâmica e Teste Qui Quadrado, que são descritos a seguir.

A principal limitação dos métodos não paramétricos utilizados está relacionada

justamente a liberdade dos mesmos. Para Triola (2011:540) “Os Métodos não-paramétricos

tendem a desperdiçar informação porque os dados numéricos exatos são, em geral,

reduzindo-as a uma forma qualitativa”. E em alguns casos essa diferença entre os

métodos, nas análises não paramétricas se requer uma evidência forte como amostra mais

significativa.

5. RESULTADOS

Tendo como base a hipóteses básica que o uso da convergência tecnológica gera

vantagem competitiva nas organizações por meio de mecanismos de apropriabilidade. Na

tabela 1 apresenta-se os resultados das correlações analisadas:

Tabela 1 – Resultado das Correlações analisadas

Impacto das soluções convergentes e: Spearman X²

Alteração do processo -0,04 0,32

Otimização de processo 0,14 0,09

Sincronização de processo 0,32 0,75

Agilidade do processo 0,02 0,07

Percepção do cliente -0,04 0,61

Agregação de valor 0,25 0,91

Solução de Problemas 0,25 0,07

Resultados Finais 0,28 0,93

Previsões futuras -0,20 0,89

Fonte: Os autores

Deste modo, com base na fundamentação teórica e os resultados obtidos na

pesquisa é possível validar a hipótese “O uso da convergência tecnológica gera vantagem

competitiva nas organizações por meio de mecanismos de apropriabilidade”.

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6. RECOMENDAÇÕES

Os estudos acadêmicos na área temática da competitividade vêm multiplicando-se a

cada dia, por uma necessidade da realidade mercadológica gerando problemáticas que

buscam equações científicas comprovadas. Na maioria deles busca-se melhorar o processo

organizacional no que se refere a capacidade de gerenciar os recursos de forma a superar as

adversidades mercadológicas, possibilitando uma diferenciação e consequente longevidade

organizacional (SILVA; FONSECA, 2010).

O trabalho em questão explorou uma dessas demandas que vem sendo pontuada

com frequência, de um lado a crescente busca por competitividade nas organizações e do

outro o crescimento dos avanços e investimentos na área de tecnologia.

O grande dilema destacado desde o início da pesquisa foi, como garantir ou

comprovar que as organizações usufruam dos benefícios competitivos prometidos pela

tecnologia, já que este é um questionamento relevante para maioria das organizações que

veem na tecnologia uma saída para alguns problemas mercadológicos, mas que tem

dificuldade em mensurar os ganhos que esta pode fornecer.

No que se refere à análise do processo e retornos dos investimentos na área

tecnológica as teorias neoschumpterianas tem se destacado já que estas afirmam que a

competitividade organizacional atual depende fundamentalmente do processo contínuo de

inovação.

Nesse sentido o trabalho permitiu um aprofundamento teórico dos conceitos e

teorias neoschumpterianas que não são divulgadas com frequência. Esse se deu em duas

instâncias: primeiramente por parte da própria pesquisadora que não conhecia,

teoricamente, todas as variáveis neoschumpterianas, destacadas no trabalho, em segundo

lugar possibilitou a aproximação dessas teorias à empresa por meio da apresentação desses

conceitos analisados no estudo de caso. E ainda permitirá uma melhor compreensão desses

conhecimentos a todos que tiverem acesso ao trabalho.

A abordagem neoschumpeteriana pressupõe o processo endógeno inovativo onde a

organização gera as inovações previamente como estratégia, e deste modo ela consegue se

diferenciar.

Seguindo esse viés teórico um dos itens necessários para a organização usufrua

competitivamente do processo inovativo é que esta deve conseguir se apropriar dos

investimentos realizados e para tal ela deve gerenciar esse processo proativamente por

meio da criação de instrumentos que possibilitem atingir de forma efetiva apropriabilidade.

Trata-se da possibilidade da empresa conseguir gerenciar e conduzir os resultados

econômicos dos investimentos realizados em tecnologia garantindo assim o seu retorno,

normalmente são ações de cunho legal ou gerencial que garantem o retorno desses

investimentos (DOSI, 1988).

Esse gerenciamento só é possível quando a empresa cria um conjunto de

instrumentos formando um regime de apropriabilidade que potencializa a apropriação dos

investimentos. Esse modelo de apropriabilidade pode ser dividido em dois grandes blocos

de ações regulamentais ou legais e ações de gestão.

Vale destacar que as ações de gestão que são estratégias criadas pela organização

para aumentar sua apropriabilidade, vai ao encontro do processo neoschumpteriano, ou

seja, de um processo competitivo endógeno.

Dentre as diversas estratégias que possibilitam o aumento da apropriabilidade

organizacional merece destaque o time to market, que pode ser entendido como o tempo de

lançamento de novos produtos pela empresa no mercado. Este timing é fundamental no que

diz respeito à vantagem mercadológica das organizações, já que o quanto antes ofertado o

13th INTERNATIONAL CONFERENCE ON INFORMATION SYSTEMS & TECHNOLOGY MANAGEMENT - CONTECSI - 2016

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cliente o produto ou serviço, maior a probabilidade de penetração no mercado

(PRAHALAD; HAMEL, 1990).

Para a análise e melhoria do time to market é possível estabelecer estratégias

direcionadas ao processo de aprendizagem e na melhoria do tempo de operação ou lead

time da organização. No que se refere ao lead time este é medido basicamente pelo

intervalo de tempo das várias atividades envolvidas no processo.

De maneira simples é a soma dos tempos das atividades envolvidas nos processos,

sendo que a análise do lead time possibilita a adequação dos intervalos temporais para a

eliminação de lacunas que aumentem o (MACIEL NETO, 2012; SURI, 2010; LIMA;

CABRAL, 2009).

Nesse contexto, a fundamentação teórica possibilitou o aprofundamento na área de

processos inovativos baseada em avanços tecnológicos, a qual não é difundida no mercado

e área acadêmica de maneira mais intensiva. O aprofundamento das teorias

neoschumpterianas mostrou-se aqui como uma grande contribuição da pesquisa realizada,

já que permitirá o compartilhamento destas, não só na comunidade acadêmica, por meio de

artigos e congressos, mas, sobretudo trazendo esses conceitos para os níveis de pós-

graduação latu sensu e graduação fazendo com que os conhecimentos permeiem a

realidade estudada.

Cabe a explicação de que a teoria neoschumpeteriana vem sendo estudada somente

no âmbito stricto senso e ainda assim com ressalvas e os caminhos teóricos apontadas por

ela pode reconduzir o modo como as organizações conduzem seus investimentos

tecnológicos podendo proporcionar um resultado mais efetivo dos mesmos.

Conceitos como acumulatividade, apropriabilidade e tacitatividade apesar de já

serem expostos de forma geral no mercado, ainda não estão consolidados no dia a dia

organizacional e ouso dizer que ainda não fazem parte dos planejamentos estratégicos da

maioria das grandes organizações, muito menos das pequenas e médias empresas.

Ainda do ponto de vista teórico, a noção de mecanismos de apropriabilidade abre

horizontes para o desenvolvimento e aplicação de novos modelos de mensurabilidade

podendo incentivar os investimentos na área tecnológica a partir da possibilidade de se

quantificar os retornos.

O conhecimento das estratégias de apropriabilidade desmitifica a frequente

associação de garantias competitivas e das ações inovativas calcadas em mecanismos

legais, frequentemente ouvidos por organizações, consultorias inclusive professores.

Tal desmistificação é óbvia, mas não divulgada, a base para isso é a mutabilidade

do mercado atual, que permeia não só as organizações que competem no mercado, mas,

sobretudo os consumidores. A todo o momento surgem demandas novas, assim de nada

vale somente amarrações legais para o domínio do mercado. O que vale mais do que nunca

é a capacidade de mudar, adaptar, ou seja, inovar.

Deste modo, novos parâmetros de apropriabilidade devem ser colocados em prática

destacando-se aqueles que estão correlacionados com inovação como estratégicas de

retenção de recursos humanos e o time tomarket baseado no lead time e em curva do

aprendizado.

Em relação a parte prática, com base nos dados coletados, percebe-se que a

importância da tecnologia é um consenso entre as empresas pesquisadas. Em todas as

questões nota-se a possibilidade dos retornos do uso da tecnologia nos processos, visto que

grande parte dos benefícios percebidos superam 20 %.

Outro ponto importante é a forte tendência das organizações em usarem a

convergência tecnológica, a maioria das empresas pesquisadas já implementaram soluções

convergentes e mesmo aquelas que ainda não fazem percebem seus benefícios.

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Aliás o fato da maioria dos entrevistados utilizarem convergência tecnológica pode

ser entendido como uma tendência, talvez, sem uma consciência teórica, já que podem

representar o processo de acumulatividade da tecnologia pelo aproveitamento e evolução

das tecnologias já utilizadas. A tacitatividade pode ser percebida para a geração dessas

convergências onde existe o componente humano no processo de integração das diferentes

plataformas e linguagens, gerando a quebra dos paradigmas tecnológicos internos e os de

mercado, bem como o surgimento de novas rotinas.

Nota-se também a preocupação com a apropriabilidade dos investimentos

realizados já que as soluções de convergência tecnológica têm como base o cruzamento de

diversas tecnologias normalmente existentes na organização aproveitando-se o que já

existe, ou seja, aproveitar os investimentos já realizados, ao invés de simplesmente

implementar-se soluções totalmente novas.

Outro ponto importante a ser destacado é que apesar do não uso frequente da

medição do lead time como ferramenta de apropriabilidade, as organizações já percebem

os benefícios da tecnologia nesse contexto, o que pode facilitar a introdução de

mecanismos de apropriação seguindo abordagem teórica, desta pesquisa.

Com efeito, o resultado da pesquisa do ponto de vista teórico e prático possibilitou

um avanço no conhecimento proporcionando uma nova visão da realidade estudada.

6.1 Implicações Gerenciais

A realidade da maioria das organizações é a busca constante pelo aumento da

vantagem competitiva e várias tem sido as estratégias teorizadas e efetivamente utilizadas

pelas organizações.

Pode-se dizer que atualmente os avanços tecnológicos e a busca por produtos e

processos inovativos vem sendo fortemente destacados como a saída não só para a

conquista da vantagem competitiva, mas sobretudo pela sobrevivência organizacional.

Apesar da divulgação e até consciência da necessidade e dos benefícios da

tecnologia nas organizações, fato percebido na pesquisa realizada, já que a maioria das

empresas pesquisadas afirmam que a tecnologia agrega valor ao processo, muitas empresas

ainda têm dificuldade ou receio em investir nessa área. Isso ocorre normalmente pela

dificuldade em se comprovar o retorno dos investimentos com a introdução da tecnologia,

até porque muitos destes podem ser intangíveis e inconstantes dependendo do segmento e

cenário mercadológico.

Nesse sentido, podem-se destacar duas grandes contribuições do estudo realizado as

organizações. Primeiramente o amparo acadêmico a novas metodologias que possibilite a

mensuração e amarração dos investimentos da área de tecnologia até então não tão

difundidas no cotidiano organizacional.

A abordagem neoschumpteriana e os conceitos apropriabilidade na qual se embasou

a pesquisa pode servir de fundamentação para a criação de uma série de ferramentas para

quantificação dos resultados oriundos dos projetos tecnológicos.

Essas ferramentas podem ir de encontro a necessidade da maioria das organizações

que responderam à pesquisa, ou seja, pequenas (28,36%) e médias (38,81%) sendo a

maioria pertencentes ao segmento de indústria de transformação Tratam-se de empresas

em segmento altamente competitivo onde todo investimento deve ter retorno comprovado

e nem sempre estas possuem tais ferramentas. Vale ressaltar que essas empresas em

específico, pequenas e médias, são justamente aquelas que necessitam dos diferenciais

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oriundos do uso da convergência tecnológica estudada na pesquisa, ou seja, o recorte de

impacto no lead time organizacional.

Analisando-se a parte prática, a formalização da percepção dos resultados positivos

oriundos de implementações de tecnologias convergentes abre brecha para aquelas

organizações que por um motivo ou outro ainda não implementam soluções com base no

aproveitamento e cruzamento de soluções distintas.

Outro apontamento importante é que a maioria das estratégias de apropriabilidade

propostas está relacionada a áreas que não são do setor específico de tecnologia e

normalmente que tem que fazer a justificativa do projeto é a área responsável pelo mesmo.

Assim o conhecimento dos caminhos ou externalidades que possam ser utilizadas

pelas soluções, em sua justificativa ou amarração acaba sendo de extrema relevância pelo

fato da interdependência existente que pode significar a aprovação de um determinado

processo.

Com efeito, a possibilidade de um trabalho que aproxime as grandes teorias das

pequenas e médias empresas é algo que deveria ser feito com mais frequência.

6.2 Limitações

No desenvolvimento de uma pesquisa, desde a concepção do projeto até a

finalização da conclusão podem ocorrer alterações e sobretudo novas percepções de

possibilidades metodológicas que poderiam ser aplicadas gerando um melhor ou mais

concreto resultado.

Nesse sentido, percebe-se que a grande limitação encontrada, na pesquisa em

questão, está na coleta de dados da mesma. Quando se fala de monitoramento de lead time

com o objetivo de identificar alterações sofridas pela introdução de alguma nova variável,

no caso as soluções de convergência tecnológica, o ideal seria uma análise baseada em

dados do próprio processo, antes e depois se provando ou não os ganhos temporais

efetivos, nesse caso está se falando de uma pesquisa de campo.

Entretanto esse método tornaria inviável a pesquisa por alguns fatores levantados

no processo de escolha da metodologia:

1. O tempo demandado para uma análise desse tipo pode variar dependendo do

processo em questão. Sem contar que os benefícios da tecnologia não

acontecem de forma linear e pontual, podendo-se diluir ou retardar durante um

espaço de tempo, o que poderia comprometer o término da pesquisa.

2. Visto a impossibilidade metodológica de se generalizar achados científicos a

partir de um único caso seria necessário encontrar várias empresas,

contextualmente similares, com projetos de convergência tecnológica similares

acontecendo ao mesmo tempo o que poderia comprometer a viabilidade da

pesquisa.

Ainda em relação à coleta de dados percebe-se que o instrumento elaborado

baseou-se em modelos pré-formatados incluindo alguns itens que acabaram não tendo

muita relevância em termos de resultados diretos à problemática em questão, como é o

caso da primeira parte do questionário que coletou basicamente dados de classificação de

empresas, entretanto esses dados permitem outras análises que não estão dentro do escopo

dessa pesquisa como análises comparativas do uso e benefício da convergência entre

diferentes tipos de empresas, ou por tamanho de empresa, o que pode ser utilizado em

novas pesquisas.

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No processo de criação do questionário houve uma dificuldade em se criar questões

que identificassem a existência da correlação da convergência tecnológica com as variáveis

de lead time. O grande problema foi fazer uma pergunta que pudesse ser entendida pelos

profissionais de tecnologias que estivesse correlacionada com a área de lead time, pois nem

sempre os profissionais da área de tecnologia estão familiarizados com as terminologias de

lead time.

Outro ponto a ser destacado aqui é o meio utilizado para a coleta de dados, o

virtual, que apesar de suas potencialidades de abrangência, tempo e custo, gera uma

dificuldade quanto ao retorno e qualidade das respostas, o que foi percebido na prática.

Finalmente há que se destacar o recorte do trabalho que aborda somente a inovação

processual, sob o aspecto operacional, que não é considerada menos importante na teoria,

mas que do ponto de vista competitivo acaba não gerando um diferencial tão significativo

em termos de mercado. Nesse sentido uma análise do impacto da convergência tecnológica

em uma inovação de produto, por exemplo seria muito estratégica, entretanto encontrar

uma empresa que esteja passando por isso e que possibilite a pesquisa é algo que poderia

comprometer a pesquisa, devido inclusive ao caráter estratégico desses projetos.

6.3 Perspectivas Futuras de Pesquisa

Durante o processo de investigação acadêmica é normal ocorrer o amadurecimento

das temáticas e consequentemente, surgem uma série de novas possibilidades de pesquisas

explorando novos recortes, metodologias e realidades.

Dentre as várias novas pesquisas que podem ser realizadas na área temática

estudada destaca-se o aprofundamento dos regimes de apropriabilidade na implementação

de soluções tecnológicas.

O trabalho em questão conseguiu mostrar que é possível correlacionar a

convergência tecnológica com a melhoria do lead time o que sugere a possibilidade da

mensuração dos resultados dos investimentos por meio do monitoramento do lead time

organizacional, entretanto não é possível saber se, apesar da percepção dos impactos

positivos aos processos, as empresas efetivamente utilizam o lead time como parâmetro

para o retorno das soluções na área de tecnologia. Assim um primeiro questionamento

poderia ser: as empresas utilizam o monitoramento do lead time como metodologia para

medir os investimentos em tecnologias?

Ainda analisando-se somente o lead time poderia ser realizada uma pesquisa

comparativa entre diversos tipos de processos para verificar o impacto em cada um deles.

O que nos leva a mais uma possibilidade: A convergência tecnológica gera um impacto

positivo em todos os processos? Esta pesquisa poderia identificar segmentos de mercado

onde as tecnologias convergentes geram maiores externalidades positivas.

Dentro da mesma problemática, ou seja, a necessidade de medir ou amarrar os

investimentos tecnológicos aos retornos destaca-se outro questionamento mais abrangente,

que seria quais os métodos utilizados pelas organizações para se medir o retorno dos

investimentos?

Na fundamentação teórica fala-se de apropriabilidade, mas a grande maioria dos

autores expõem, a necessidade de se ter na realidade um regime de apropriabilidade, e

nesse sentido poderia se investigar se as organizações possuem conscientemente um

regime de apropriabilidade. E mais do que isso, descobrir se as empresas brasileiras

efetivamente utilizam alguns das estratégias de apropriabilidade propostas no modelo da

finlandesa Hurmelinna-Laukkanen e Puumalainen (2007).

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Com base no modelo proposto por Hurmelinna-Laukkanen e Puumalainen (2007)

ainda poderia ser realizado uma análise sobre a aderência do mesmo nas organizações

brasileiras, identificando-se possíveis dificuldades. Essa última pesquisa poderia gerar

dados para adaptação do modelo dentro da realidade brasileira, o que seria de grande

relevância para a competitividade nacional. Este modelo poderia ainda ser desempenhado

por segmento, a partir da identificação da efetividade de cada uma das estratégias em

segmentos distintos.

Todos os recortes conduzem para o último que consistiria na criação de uma

metodologia de apropriação para os investimentos em tecnologia, por segmento, adequado

as realidades específicas.

A pesquisa permitiu a integração de áreas temáticas que normalmente são

trabalhadas por segmentos acadêmicos distintos, como é o caso da área de estudos

neoschumpterianos que normalmente é estudada pelos economistas e administradores sob

o recorte de inovação, a convergência tecnológica foco de estudo da área de tecnologia e o

lead time estudado principalmente pela administração de produção e logística.

Esses cruzamentos resultaram em um recorte diferenciado ainda não explorado

academicamente, que merece destaque já que podem representar uma saída para as

organizações.

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