A Evolução da Orquestra em Beethoven – Quarteto

19
A Evolução da Orquestra em Beethoven – Quarteto de Cordas Por Laudimar da Silva

Transcript of A Evolução da Orquestra em Beethoven – Quarteto

Page 1: A Evolução da Orquestra em Beethoven – Quarteto

A Evolução da Orquestra em Beethoven – Quarteto de Cordas

Por Laudimar da Silva

Page 2: A Evolução da Orquestra em Beethoven – Quarteto
Page 3: A Evolução da Orquestra em Beethoven – Quarteto
Page 4: A Evolução da Orquestra em Beethoven – Quarteto

Imaterialidade e Abstração• A obra sinfônica é muito mais aberta ao leigo,

enquanto a camerística tem, no quarteto, o “mais imaterial e abstrato de todos os grupos de formação musical”.

• A escolha de Beethoven para suas produções derradeiras é retratada por essa imaterialidade e abstração, cumprindo-se as intenções mais místicas do autor.

Page 5: A Evolução da Orquestra em Beethoven – Quarteto

Durante toda a sua trajetória composicional Beethoven escreveu quartetos.

• Praticamente na mesma época das sinfonias iniciou-se na composição deles e, vemos a evolução e compreensão absoluta desse gênero na sua terceira fase.

Page 6: A Evolução da Orquestra em Beethoven – Quarteto

• Criou o Quarteto op.18 antes das primeiras sinfonias, os Quartetos op. 59, Razumowsky, após a Sinfonia Eróica.

•E, finalmente, após a 8ª Sinfonia, o Concerto Imperador, o Concerto para violino op. 61 e as Aberturas, escreveu o Opus 95.

• Depois da 5ª Sinfonia, compôs o Opus 74 conhecido como das Harpas

Page 7: A Evolução da Orquestra em Beethoven – Quarteto

• O Opus 18 de Beethoven é formado por seis quartetos;

• no Opus 59, eles diminuem para três e, então, começa a dar-lhes um número único de obra.

Page 8: A Evolução da Orquestra em Beethoven – Quarteto

• No quarteto, da arte musical, Beethoven tinha a manifestação máxima, pois nenhuma outra concepção de modo intimista seria tão revelador de sua necessidade de isolamento e concentração.

• Particularmente na terceira fase, além desse fator pessoal, o veículo mais eficiente para expressar todo o projeto de renovação de sua música, o elemento verdadeiramente transformador, foi o quarteto.

Page 9: A Evolução da Orquestra em Beethoven – Quarteto

OS CINCO ÚLTIMOS QUARTETOS: Op. 127, Op. 130, Op. 131, Op. 132 e Op. 135

• “A Condição essencial de maturidade que é exigida de um autor na composição de um quarteto de cordas é a de não faltar à elevação desta forma, uma espécie quintessenciada, a um grau de unidade mais profundo do que aquele da sonata, a uma perfeição tão elevada, consequência da soma de uma alta reflexão prévia e da habilidade técnica. Ao estudar as obras primas que são os dezesseis Quartetos de Beethoven, presencia-se a assombrosa transformação pela qual passa seu gênio, por alcançar os cumes que são, aos nossos olhos, o apocalipse do evangelho musical beethoveniano”.

(NETO, José V. M. Beethoven e o Sentido da Transformação. Análise dos Últimos Quartetos e da Grande Fuga Op. 133 Apud D’INDY, Vicent. Curso de Composição Musical. Paris, Deirand, 1912, 2º v., 2ª parte, p. 218.).

Page 10: A Evolução da Orquestra em Beethoven – Quarteto

OS CINCO ÚLTIMOS QUARTETOS: Op. 127, Op. 130, Op. 131, Op. 132 e Op. 135

• Mais do que a pianística e muito mais do que o Quarteto de Cordas, a obra sinfônica de Beethoven é bastante acessível ao leigo, porém é nesse gênero que aflora o lado mais interior desse compositor.

• A partir do Quarteto nº 12, Opus 127, estão todos na terceira subfase desta terceira fase, na qual se encontra o auge do estilo “arcaico” do final de sua produção e que o colocou em um ponto de extrema vanguarda.

Page 11: A Evolução da Orquestra em Beethoven – Quarteto

• Do Opus 95 ao Opus 127 foram treze anos de espera para finalmente expressar, em Quarteto de Cordas, aquilo que só o quarteto pode exprimir.

• Os quartetos anteriores talvez soassem mais como sinfonias (o mesmo se aplicando a várias sonatas para piano).

• Pelo caráter indubitavelmente sinfônico de grande parte de sua produção, podemos até dizer que a única fase de sua obra em que a ideia de orquestração parece descaracterizada estilisticamente é na construção dos últimos quartetos.

• Neles, intimismo vence a orquestração da fase heroica que, provavelmente comprometeria o conteúdo que essas obras têm a nos legar.

Page 12: A Evolução da Orquestra em Beethoven – Quarteto

• primeiro Quarteto em mi bemol, Opus 127, escrito por encomenda do príncipe Galitzin, justamente na época do término da 9ª Sinfonia foi iniciado e na produção de Beethoven representa um redirecionamento total.

• Marliave nos diz que... “ele iniciou o 12º Quarteto em mi bemol, op. 127, em 1824 e os primeiros esboços dessa obra se confundem com os da nona Sinfonia.”

• É o Opus 127 que abre a série de suas criações finais.

Page 13: A Evolução da Orquestra em Beethoven – Quarteto

• Foi inaugurado com ele à escrita polifônica, em sua última fase.

• Sua tonalidade é igual à da Sinfonia Eróica.

• Ela foi o marco inicial de toda uma maneira renovada com relação à expressão Sinfônica, e esse Quarteto foi o ponto inicial de sua obra camerística, portanto ambos são obras de reinício e redirecionamento estético e de estilo.

• Assim como a Eróica abre possibilidade de expressão sinfônica, o Quarteto Opus 127 retorna à linha polifônica de escrita.

Page 14: A Evolução da Orquestra em Beethoven – Quarteto

• Já transparecem as intenções do mestre nesse Quarteto de alternar vários padrões estéticos.

• Nele, Beethoven alterna um estilo de época diferente do outro a cada grupo de aproximadamente uma dezena de compassos.

• É o que podemos verificar na passagem de processo de escrita horizontal contrapontística do primeiro tema (Até o compasso 22), para continuar uma linha acórdica vertical, com melodia nos primeiros violinos, num modelo muito semelhante aos padrões haydnianos, retornando (no compasso 32) ao estilo horizontal.

Page 15: A Evolução da Orquestra em Beethoven – Quarteto

• A ligação ainda intensa nessa obra, com a forma sonata e a retórica grandiosa do estilo heroico, sentido fortemente na 9ª Sinfonia, marcam a mente de Beethoven:

“alguns compassos de introdução (maestoso) precedem o primeiro tema do Allegro, doce e terno, que se opõe a um segundo motivo melancólico em sol menor”

NETO, José V. M. Beethoven e o Sentido da Transformação. Análise dos Últimos Quartetos e da Grande Fuga Op. 133 Apud GAUTHIER, André. Beethoven, Madri, Espasa-Calpe, 1985

Page 16: A Evolução da Orquestra em Beethoven – Quarteto
Page 17: A Evolução da Orquestra em Beethoven – Quarteto
Page 18: A Evolução da Orquestra em Beethoven – Quarteto
Page 19: A Evolução da Orquestra em Beethoven – Quarteto

• Referência Bibliográfica:

IAFELICE, Carlos. Beethoven E A Sua X Sinfonia. Motivo Editorial, São Paulo, 1990.

NETO, José V. M. Beethoven e o Sentido da Transformação. Análise dos Últimos Quartetos e da Grande Fuga Op. 133. ANNABLUME editora, São Paulo, 1997.