A “Gestão Democrática” educacional na redefinição do papel do Estado

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Estágio de docência Mestrado em Educação Disciplina Obrigatória Francielle de Camargo Ghellere

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Francielle de Camargo Ghellere

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Estágio de docência

Mestrado em Educação

Disciplina Obrigatória

Francielle de Camargo Ghellere

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VIRIATO, Edaguimar. Orquizas. A “Gestão Democrática” educacional na redefinição do papel do Estado. In: NOGUEIRA, F. M. G. Estados e Políticas Sociais no Brasil. Cascavel: EDUNIOESTE, 2001.

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TEXTO

Qual o papel desempenhado pela educação no contexto da Reforma do Estado?

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Organização da EscolaGestão Democrática

Dois aspectos importantes:

Definição das categorias de descentralização, participação e autonomia (relações no interior da escola)

Definição do papel que o Estado deve exercer na manutenção das Escolas Públicas (mudança na organização da escola).

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Organização da Escola

Mudança utilitarista, no sentido de efetivar a transferência da manutenção das carências pedagógicas e financeiras da Escola, para a comunidade escolar.

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Organização da Escola

O que esses dois aspectos têm interagido entre si e qual o impacto que esta interação produz na organização da Escola Pública?

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Gestão Democrática

Elemento de organicidade de um sistema descentralizado, no qual, a instituição tenha autonomia de decisão financeira, pedagógica e administrativa e conte com a participação de seus membros para tomar decisões coletivas.

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Gestão Democrática A descentralização, a autonomia e a

participação constituem-se em categorias fundamentais para se concretizar uma gestão democrática. Entretanto, precisamos fazer uma análise crítica destes conceitos, vistos que , estes podem encobrir os propósitos da ofensiva neoliberal de diminuição do papel do Estado de mantenedor das políticas sociais (ambiguidade).

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Gestão Democrática A descentralização, no seu processo de

desenvolvimento, pode camuflar, ou mesmo, favorecer a participação de alguns em detrimento de outros, de acordo como os interesses de quem detém o poder (tanto para aqueles que lutam por uma sociedade justa, quanto para aqueles que utilizam o poder como um meio para fortalecer e manter a descentralização)

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Gestão Democrática

Um exemplo deste modo de participação fictícia e passiva, é o relacionado com as Instituições Auxiliares da Escola (Associação de Pais e Mestres [APM] e Conselhos de Escola [CE]). Enquanto órgãos institucionais deveriam deliberar pelas questões inerentes à escola.

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Gestão Democrática x Gestão Compartilhada

A ambiguidade (descentralização, participação e autonomia), têm contribuído para criar um consenso em torno de uma “gestão democrática” reduzida à “gestão compartilhada” que possibilite a privatização do ensino (desobrigando o Estado de mantenedor das escolas públicas).

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Reforma do Estado

Qual o perigo da redefinição do papel do Estado?

Justificativa do fracasso escolar: a estrutura do Estado é “morosa”, “gigantesca” “ineficiente” e “ineficaz”.

O perigo é a privatização!

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Ação modernizadora com reforma e inovação Mudanças ocorridas na escola, partem da

sociedade (Reforma do Estado). Na escola, muitas dessas mudanças

prestam-se apenas a modernizar a escola, mas não diluem o conservadorismo das concepções sobre o ensino e a aprendizagem e nem sobre o aluno (visam metas)

Reformas causam resistências por parte dos professores, contrapondo ao modelo funcionalista das reformas.

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Bases ideológicas da gestão democrática Conjunto de projetos implementados,

sobretudo, na década de 1990, mostra a coexistência de uma pluralidade de proposta voltadas para gestão da escola pública.

Todo processo de mudança necessita de reflexão crítica e continuada, para não se transformar em prática irrealista, sem vínculo com as finalidades da ação e com a identidade escolar.

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Políticas de gestão da educação no Paraná A concepção de autonomia da escola

começa a ser alterada na gestão de governo do período de 1991 – 1994 (Requião).

Nesse período defendia-se a construção da escola cidadã (PEC repassava recursos financeiros através do Fundo Rotativo a instituições de ensino para que estas complementassem a merenda escolar)

Proposta de educação para a modernidade

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Políticas de gestão da educação no Paraná

Escolas cooperativas de Maringá

“A chamada ‘escola-cooperativa’ foi um experimento de privatização, entre os anos 1991 e 1992, das administrações das escolas da rede pública urbana do Município de Maringá (PR). Tal iniciativa ocorreu na gestão do ex-prefeito Ricardo Barros (ex-PFL), atualmente filiado ao PPB e líder do Governo na Câmara dos Deputados Federais. Neste período, empresas privadas assumiram o comando das escolas públicas e o município as remunerava pagando um valor per capita multiplicado pela quantidade de alunos matriculados em cada escola” (AZEVEDO, 1995, p. 1).

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Políticas de gestão da educação no Paraná A concepção de descentralização foi sendo

moldada pelo Projeto de Qualidade da Educação Básica financiado pelo Banco Mundial

Princípios administrativos, testados em empresas privadas, para alcançar maior eficiência e qualidade

Meta: excelência nas escolas

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Políticas de gestão da educação no Paraná No governo de Jaime Lerner (1995 – 1998)

ocorreu um deslocamento da proposta de gestão democrática para a proposta de gestão compartilhada

O que significou uma mudança de concepção de autonomia, de participação e de gestão da escola.

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Gestão compartilhada

Objetivos centrais: a divisão da responsabilidades de gerir a escola com a comunidade, a conquista da excelência na educação através da modernização das estratégias de organização e a adequação às reformas que vem sendo feitas no papel do Estado.

Participação significa compartilhar a manutenção da escola

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Gestão compartilhada

Concepção de organização: marcada pela ideia de que a escola tem sido administrada de modo ineficiente e que para torná-la eficiente, se faz necessário reduzir os custos utilizados em sua organização.

Orientações dos organismos multilaterais

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Gestão compartilhada

Objetivada como “democrática”, acentua o caráter individual, onde cada escola se esforça para ser a melhor no mercado educacional, o que significa, em outras palavras, adquirir a “excelência” proposta pelo governo do Estado.

O Estado é mínimo para a manutenção e máximo para o controle

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Gestão escolar A proposta de gestão escolar

operacionalizada no Estado do Paraná deve ser compreendida a partir da Reforma administrativa do Estado.

Nesta perspectiva de padronização do processo de reforma das políticas sociais, os projetos e programas se inserem no contexto da globalização e das políticas neoliberais.

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As categorias descentralização, participação e autonomia, na década de 1990, são utilizadas explicitamente como abandono do Estado em relação à manutenção das políticas sociais.