A Gotinha Resmunguinha

18
1 A Gotinha Resmunguinha Alunos do 4.º ano da EB 1 de Curvos Professor Miguel Neto Biblioteca Escolar – E.B. 1/JI de Curvos Agrupamento de Escolas António Correia de Oliveira Ano letivo 2012/2013

description

Texto colaborativo criado e ilustrado pelos alunos do 4.º ano da E.B. 1 de Curvos - Biblioteca Escolar - EB 1/JI de Curvos/Docente Miguel Neto - Agrupamento de Escolas António Correia de Oliveira - Ano letivo 2012/2013.

Transcript of A Gotinha Resmunguinha

Page 1: A Gotinha Resmunguinha

1

A Gotinha

Resmunguinha

Alunos do 4.º ano da EB 1 de Curvos Professor Miguel Neto

Biblioteca Escolar – E.B. 1/JI de Curvos

Agrupamento de Escolas António Correia de Oliveira

Ano letivo 2012/2013

Page 2: A Gotinha Resmunguinha

2

A sessão de animação de leitura da obra de António Mota e Danuta Wojciechowska, O Sonho de Mariana, que teve lugar na Biblioteca Escolar da E.B. 1/JI de Curvos, constituiu o ponto de partida para a pesquisa sobre o tema curricular “O ciclo da água”. Com a informação recolhida nas sessões de pesquisa, os alunos do 4.º ano da E.B. 1 de Curvos partiram para a escrita criativa. A proposta da Biblioteca Escolar deu origem a A Gotinha Resmunguinha, a história colaborativa aqui apresentada, maravilhosamente ilustrada pelos alunos, com a orientação da Biblioteca Escolar e do docente Miguel Neto.

O trabalho colaborativo entre a Biblioteca Escolar e os docentes dá os seus frutos. Parabéns pelo excelente trabalho!

A equipa das Bibliotecas Escolares Agrupamento de Escolas António Correia de Oliveira

Page 3: A Gotinha Resmunguinha

3

Era uma vez uma família de gotas de água que morava no

grande Oceano. Era uma família de resmungões, o Resmungão,

que era o pai, a Resmungona, que era a mãe, e a

Resmunguinha, que era a filha, a nossa Gotinha de Água.

Page 4: A Gotinha Resmunguinha

4

Então, um dia, ela saiu de casa sem os pais saberem, ela

achava que os seus pais lhe diziam sempre que “não” e

resmungava muito, por isso quis arreliá-los. Estes ficaram tão

preocupados, que a sua cabeça ficou em água.

No dia em que saiu de casa, a Gotinha sentiu muito calor,

estava um sol abrasador e um calor de rachar. A Gotinha

Resmunguinha fartou-se de resmungar, mas também de

transpirar. À medida que ia deslizando pelas águas azuis e

transparentes, com os peixes a saltar e, até, imaginem, sereias a

nadar, a nossa gotinha foi-se sentindo cada vez mais leve, cada

vez mais leve.

- Mas o que se passa comigo? – perguntou a Gotinha de

água aos seus botões.

E, de repente, sentiu que o seu corpo subia e deixou de o

ver. Estava a transformar-se em vapor.

O Vento que por ali soprava, viu a Gotinha muito

assustada e disse-lhe:

- Não tenhas medo, minha pequenita, estás apenas a

evaporar-te, faz parte da vida. Estás a crescer!

E, nesse momento, a Gotinha fez um novo amigo. Como

amigos não havia muitos, o Vento era o amigo perfeito.

Ele ajudou-a a chegar até à nuvem mais branca que existia no

céu e, quando lá chegou, sentiu um grande arrepio:

Page 5: A Gotinha Resmunguinha

5

- Que frio! – disse a Gotinha a tremer.

O Vento, que não tinha saído da beira dela, pois teve pena

por não ter amigos, tranquilizou-a outra vez e disse:

- Não te preocupes, este frio vai fazer-te bem, vais ficar um

pouco constipada, com água a escorrer, mas isso é normal na tua

idade, estás a crescer, ou seja, a condensar-te.

- Obrigada, amigo Vento, pela tua ajuda e conforto, é bom

saber que me acompanhas, contigo a meu lado nunca mais terei

medo!

O Vento era um amigo especial, o seu sopro era fofo e

quentinho, ele até costumava dizer:

“Eu sou o vento quentinho

Venho mesmo de pertinho

E se estás constipada

Chega-te a mim um bocadinho”

Naquela nuvem estavam mil gotinhas, todas elas bem

gordinhas, mas entre tanta gota de água, uma amiga especial

encontrou e com ela de mão dada brincou.

Page 6: A Gotinha Resmunguinha

6

Com tanta alegria e agitação, com tantas gotinhas de água

a dar a mão, a nuvem risonha e branca começou a ficar

carregada e negra. As gotinhas prepararam-se para se

precipitarem sobre a terra.

A Gotinha Resmunguinha, de mão dada com a amiga, feliz

caía sobre as pessoas, que se abrigavam com grandes guarda-

chuvas, sobre os animais, que fugiam para dentro das suas tocas

e abrigos, debaixo das árvores, sobre as plantas, que sorridentes

abraçavam a chuva, e sobre as casas, que se molhavam.

Page 7: A Gotinha Resmunguinha

7

As duas amigas, muito agarradinhas, enquanto caíam,

cantavam uma melodia:

“Nos somos as gotinhas

Mais felizes do mundo

Juntas vamos viajar

Por este ciclo profundo”

O Vento perdeu de vista as duas amigas, mas depressa as

encontrou, quando ouviu uma bela canção que bem o animou.

Seguiu a melodia e conseguiu encontrar as amiguinhas. À sua

Page 8: A Gotinha Resmunguinha

8

volta, muitas mais gotas havia, mas, como a sua amiga

Resmunguinha, mais bonita não existia.

O vento soprou e as amigas separou, pois cada gota tem de

cair por sua conta. Empurrou as gotinhas e levou-as consigo para

bem longe. A Gotinha Resmunguinha caiu sobre a cabeça de

uma bela menina e a sua amiga Cristalia foi cair, vejam só,

mesmo no meio do pó.

Page 9: A Gotinha Resmunguinha

9

Depressa na terra seca a Cristalia se infiltrou e num belo

lençol de água se instalou.

Entretanto, a Resmunguinha foi para casa com a menina. A

menina, que vinha da escola, foi fazer os trabalhos de casa,

depois foi um banho tomar.

Page 10: A Gotinha Resmunguinha

10

Ficou mesmo a brilhar e comeu um belo jantar. A gotinha

de água, que estava na cabeça da menina, caiu na banheira e

escorreu pelo ralo.

Ao esgoto foi parar, mas vejam lá quem foi encontrar! O

Vento por lá andava, a ver se a encontrava.

Page 11: A Gotinha Resmunguinha

11

A Gotinha deslizava pelo esgoto, muito devagarinho,

parecia mesmo um caracol, e então o exclamou:

- Que lentidão! Será que que não posso deslizar um pouco

mais depressa?

O Vento, muito surpreendido, reconheceu aquela voz

que resmungava.

- É ela, a minha amiga Resmunguinha! Anda cá, minha

amiguinha, queres andar mais depressinha!

- Olá, amigo Vento, estás bem? Eu não estou nada

contente, por isso me ouviste resmungar.

Page 12: A Gotinha Resmunguinha

12

Então, o Vento disse:

- Eu ajudo-te, Resmunguinha, vais agarrar-te a mim,

vamos deslizar juntos, muito depressa, quase como um foguetão,

pelas paredes deste esgoto.

Depressa chegaram a um sítio ao ar livre. A

Resmunginha olhou para um grande letreiro, onde estava escrito

ETAR.

- O que é isto, amigo Vento? – perguntou a

Resmunguinha.

- É uma ETAR, uma Estação de Tratamento de Águas

Residuais. É para aí que tu vais! – respondeu o Vento.

Page 13: A Gotinha Resmunguinha

13

Passou lá uns belos dias, brincou muito com outras gotas

que lá estavam, fizeram-lhe muitas massagens, até teve cócegas,

e bebeu uns belos sumos. Nunca tinha provado, mas eram uma

maravilha!

Como se divertiu muito nesse local, fez muitos amigos

novos, e o Vento continuava sempre a ir visitá-la.

Também gostou muito dos escorregas de água, fartou-se

de escorregar e a um grande rio acabou por chegar. Ficou com

muitas saudades de tudo o que viu lá na ETAR.

Finalmente estava livre, a deslizar num belo rio. O

Vento, que a acompanhava, viu ao longe uma gotinha que não

lhe era estranha.

Quem seria? – interrogou-se o Vento.

- Cristalia! Cristalia! Anda cá dar-me um abraço. Estou

aqui com a Resmunguinha, vamos juntos até à foz.

O rio ia ficando cada vez mais grosso, cada vez mais

largo, e depressa chegaram à foz. Sempre de mão dada e a

cantar:

“Nós somos as gotinhas

Sempre a viajar

Muito devagar andamos

Mas ao destino vamos chegar”

Page 14: A Gotinha Resmunguinha

14

As saudades de casa e dos seus pais já eram muitas, mil

saudades sentia a Gotinha no seu coração azul. Correu, para o

grande Oceano e procurou a sua casa.

Os pais abriram a porta e ficaram muito espantados,

tinham procurado pelos arredores e não tinham visto sinal da

Gotinha, parecia que se tinha evaporado!

Evaporei-me mesmo, disse a gotinha, a sorrir, e

passaram toda a noite a ouvir as aventuras vividas naquela

grande viagem na Natureza.

Page 15: A Gotinha Resmunguinha

15

A gotinha nunca mais resmungou, e os seus pais

decidiram passar a chamar-lhe Gotinha Aventureira, por causa

das aventuras que tinha vivido.

FIM

Page 16: A Gotinha Resmunguinha

16

Page 17: A Gotinha Resmunguinha

17

Texto colaborativo e ilustrações da autoria dos

alunos do 4.º ano da E.B. 1 de Curvos, sob orientação da Biblioteca Escolar e do docente Miguel Neto.

Alexandre Branco

Bruno Cunha

Diana Rodrigues

Eduarda Oliveira

Pedro Lopes

Ricardo Branco

Rui Santos

Tatiana Barbosa

Page 18: A Gotinha Resmunguinha

18

Agrupamento de Escolas António Correia de Oliveira

Biblioteca Escolar E.B. 1/JI de Curvos – E.B. 1 de Curvos

Ano letivo 2012/2013