A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA NA ÁREA DE ADMINISTRAÇÃO · Corrente filosófica e epistemológica...

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Metodologia da Pesquisa Prof.Telmo A. de Carvalho A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA NA ÁREA DE ADMINISTRAÇÃO

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A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA NA

ÁREA DE ADMINISTRAÇÃO

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A administração pública é uma subárea da administração

que pertence a área da ciência social aplicada. Nela a

pesquisa ocupa um lugar de destaque, pois tem como

principal objetivo fornecer informações para a tomada de

decisões.

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POR QUE A PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO É IMPORTANTE?

Principais razões:

A quantidade cada vez maior de variáveis a considerar em

cada decisão;

A crescente massa de informações em meio eletrônico cuja

qualidade é duvidosa;

A necessidade de identificar a qualidade da informação

confiável na qual as decisões de alto risco podem ser

baseadas

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A pesquisa em Administração é necessária todas as vezes que há a

necessidade de tomada de decisão.

A tomada de decisão pode ser representada ao longo de um contínuo entre

administração de crise e oportunidade.

QUANDO A PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO É NECESSÁRIA?

Resposta imediata necessária

Não planejada

Tática

Solução pré-programada

Geralmente usada

Resposta pode ser programada

Um plano pode ser desenvolvido

Estratégia

Nova solução muito desejada

CRISE OPORTUNIDADE

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Cada situação, seja de crise ou oportunidade, aponta para um tipo de decisão e,

consequentemente, para uma questão de pesquisa. Observe o exemplo abaixo.

Problema empírico Situação potencial Situação de decisão Questão de pesquisa

Número elevado de

acidentes de trabalho

entre os funcionários

das unidades de

saúde do Rio de

Janeiro

Falta de equipamentos de

proteção individual (EPI) .

Deveríamos comprar

equipamentos de proteção

individual?

Até que ponto o uso de EPIs

pode atuar no processo de

redução do número de

acidentes entre os funcionários

da unidades de saúde do Rio

de Janeiro?

Falhas nos processo de

treinamento

Como podemos melhorar o

processo de treinamento?

Como o processo de

treinamento pode reduzir o

número de acidentes nas

unidades de saúde do Rio de

Janeiro?

Desatenção resultante da

síndrome TDHI (Transtorno de

déficit de atenção e

hiperatividade)

Deveríamos encaminhar todos

os funcionários da rede de

saúde para uma avaliação

psicológica?

Qual a relação entre a

síndrome TDHI e o aumento

no número de acidentes entre

os funcionários da rede de

saúde pública do Rio de

Janeiro?

SITUAÇÃO

"todo começo é difícil em qualquer ciência”

Karl Marx. O Capital (1968, p.4)

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UNIDADE II: PROJETO

DE PESQUISA

(PARTE II)

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Elaboração dos objetivos

Revisão de literatura

Metodologia

Cronograma

Estrutura gráfica

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Os objetivos mostram onde se pretende chegar com o trabalho de pesquisa.

Apontam os resultados teóricos e práticos a serem alcançados.

Os objetivos devem ser formulados com a utilização de verbos no infinitivo, tais

como: analisar, avaliar, compreender, constatar, demonstrar, descrever,

elaborar, entender, estudar, examinar, explicar, identificar, inferir, mensurar,

verificar, etc.

Objetivos

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Verbos para formulação de Objetivos Gerais

Conhecimento Compreensão

Apontar Compreender

Classificar Deduzir

Citar Concluir

Conhecer demonstrar

Definir Determinar

Descrever Diferenciar

Identificar Interpretar

Reconhecer Localizar

Relatar Reafirmar

Objetivos

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Verbos para formulação de Objetivos Gerais

Aplicação Análise

Desenvolver Analisar

Empregar Comparar

Estruturar Criticar

Operar Debater

Organizar Diferenciar

Praticar Discriminar

Selecionar Examinar

Traças Provar

Objetivos

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Síntese Avaliação

Construir Argumentar

Documentar Avaliar

Especificar Contrastar

Esquematizar Decidir

Formular Escolher

Produzir Estimar

Propor Julgar

Reunir Medir

Sintetizar Validar

Verbos para formulação de Objetivos Gerais

Objetivos

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Os objetivos dividem-se em:

Geral: relaciona-se diretamente ao problema. Ele

esclarece e direciona o foco central da pesquisa de

maneira ampla.

Específicos: definem os diferentes pontos a serem

abordados, visando confirmar as hipóteses e concretizar o

objetivo geral.

Elaboração dos objetivos

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Exemplo:

O uso de EPI pelos funcionários da rede pública de saúde do Rio de

Janeiro e o índice de acidentes de trabalho entre 2012 e 2017. Tema:

Objetivo geral:

Avaliar a relação do uso de EPI e o índice de acidentes de trabalho entre os profissionais de

saúde da rede pública do Rio de Janeiro entre 2012 e 2017.

Objetivos específicos:

Discriminar os diferentes equipamentos de proteção individual utilizados pelos

profissionais de saúde;

Examinar as normas de uso dos equipamentos de proteção individual na rede pública

de saúde;

Localizar os levantamentos estatísticos sobre acidente de trabalho envolvendo a falta

de uso de EPI.

Investigar os principais tipos de acidentes de trabalho envolvendo a utilização

inadequada e a não utilização de equipamentos de proteção individual;

Construir uma série histórica sobre os acidentes de trabalho.

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Revisão de literatura

Segundo Luna (1997), a revisão de literatura em um trabalho de

pesquisa pode ser realizada com os seguintes objetivos:

determinar o “estado da arte”

realizar uma revisão teórica

realizar uma revisão empírica

realizar uma revisão histórica

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Revisão de literatura

Determinação do “estado da arte”

O pesquisador procura mostrar através da literatura publicada o que já

foi escrito sobre o tema, quais as lacunas existentes e onde se encontram

os principais entraves teóricos ou metodológicos.

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Revisão de literatura

Revisão teórica

O pesquisador procura inserir o problema de pesquisa dentro de um quadro de

referência teórica para explicá-lo. Geralmente acontece quando o problema em

estudo é gerado por uma teoria, ou quando não é gerado ou explicado por uma

teoria particular, mas por várias.

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Revisão de literatura

Revisão empírica

O pesquisador procura explicar como o problema vem sendo pesquisado do

ponto de vista metodológico procurando responder:

Quais os procedimentos normalmente empregados no estudo desse

problema?

Que fatores vêm afetando os resultados?

Que propostas têm sido feitas para explicá-los ou controlá-los?

Que procedimentos vêm sendo empregados para analisar os resultados?

Há relatos de manutenção e generalização dos resultados obtidos?

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Revisão de literatura

Revisão histórica

O pesquisador busca recuperar a evolução de um conceito, um tema, um tipo de

abordagem ou outros aspectos fazendo a inserção dessa evolução dentro de um

quadro teórico de referência que explique os fatores determinantes e as

implicações das mudanças.

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Revisão de literatura

Lembre-se

"A tinta mais pobre de cor vale mais

que a melhor memória.“ Provérbio chinês

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Revisão de literatura

Antes de dar início a revisão de literatura é preciso organizar o material consultado. Uma

ferramenta útil para essa tarefa é criar um mapa da literatura consultada. Observe o

exemplo abaixo.

Tema: O uso de EPI pelos funcionários da rede pública de saúde do Rio de Janeiro e o índice de acidentes de trabalho

entre 2012 e 2017.

O uso de EPI e acidentes de trabalho na rede pública de saúde

Legislação

Lei 6514/77

Portaria nº 3214/78

NR 05 (CIPA)

NR 06 (EPI)

Segurança no

trabalho

Dobrovolski e Witkowski

(2008)

Percepção de risco

Teixeira et. al

(2014)

Pelloso e

Zandonadi (2000)

Martins et. al

(2015)

Estudos de

caso

Silva (2012)

Neves et. al

(2011)

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Revisão de literatura

Utilizando o OneNote do Microsoft Office.

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Para escolher o método mais adequado a nossa pesquisa, é preciso

identificar as operações mentais e técnicas utilizadas por cada método.

Os métodos, de pesquisa ,segundo Lakatos (2003), podem ser agrupados em

dois grupos:

os métodos de abordagem e

os métodos de procedimento

Metodologia

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Metodologia

Métodos de abordagem

Os métodos de abordagem estão relacionados aos procedimentos lógicos

que precisam ser seguidos durante a investigação científica.

Os procedimentos lógicos tratam dos modos de conduzir o pensamento em

direção ao conhecimento valido cientificamente.Eles discorrem sobre o ponto de

partida lógico e epistemológico que tomamos para dar início a nossa pesquisa. Daí

o seu alto grau de abstração.

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Métodos de abordagem Os métodos de abordagem estão relacionados a correntes filosóficas e epistemológicas. Entre os métodos de abordagem, podemos citar:

Método

Corrente filosófica e

epistemológica

Dedutivo Racionalismo

Indutivo Empirismo

Hipotético-dedutivo Pós-positivismo

Dialético Materialismo dialético

Fenomenológico Fenomenologia

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Método dedutivo/Racionalismo

O método dedutivo, segundo a acepção clássica, é o método que parte do geral

e desce ao particular. Ele é um tipo de argumento que se desenvolve a partir de

premissas gerais para chegar a uma conclusão.O protótipo do raciocínio

dedutivo é o silogismo.

Todo homem é morta........ (premissa maior)

João é homem..................... (premissa menor)

Logo, João é mortal............ (conclusão)

Geral

Particular

O silogismo é a comparação de uma característica de uma coisa com outra, por

meio de uma característica intermediária.

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Método dedutivo/Racionalismo

Nesta modalidade de raciocínio lógico o pesquisador formula um modelo

teórico que se inicia com uma generalização ou teoria estabelecida e observa se

tal teoria se aplica a situação que está sendo estudada.

Modelo/Teoria

Realidade empírica

Sim

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Método dedutivo/Racionalismo

A base teórica é construída sobre a revisão de literatura em relação ao tema em

questão.

Modelo

Teórico

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Metodologia

Racionalismo

O método dedutivo está ligado a corrente filosófica e epistemológica do

racionalismo.

O racionalismo é uma posição epistemológica que vê no pensamento, na razão,

a fonte principal de todo conhecimento humano.

Segundo esta correte epistemológica, em primeiro plano está o sujeito do

conhecimento (o pesquisador),que ordena a realidade (objeto).

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Metodologia

Racionalismo

Sujeito

cognocente

Objeto

cognocível

Reais

Resultam de nossa experiência externa ou

interna ou são inferidos a partir dela

Ideais

São irreais

(números,figuras geométricas

No racionalismo, o vetor epistemológico parte do sujeito para o objeto.

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Metodologia

Racionalismo O racionalismo possui uma longa tradição

dentro do pensamento filosófico do ocidente. A

forma mais antiga de racionalismo encontra-se

em Platão

Platão

(428 a.C-347 a.C)

Plotino

(205-270)

Santo Agostinho

(354-430)

René Descartes

(1596--1650)

Racionalismo transcendente

Racionalismo teológico

Racionalismo imanente

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Metodologia

Método indutivo/Empirismo

O método indutivo é o inverso do dedutivo. Ele parte do particular para o geral.

De acordo com o raciocínio indutivo, a generalização não deve ser buscada

aprioristicamente, mas constatada a partir da observação de casos concretos

suficientemente confirmadores dessa realidade.

João é mortal

Pedro é mortal

Joaquim é mortal

................................

Manoel é mortal

João, Pedro, Joaquim....e Manoel são mortais

Logo, (todos) os homens são mortais.

Particular

Geral

Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão deve ser

provavelmente verdadeira,mas não necessariamente verdadeira.

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Metodologia

Método indutivo/Empirismo

Segundo Lakatos e Marconi (2003), a indução possui três etapas:

observação dos fenômenos - nessa etapa observamos os fatos ou

fenômenos e os analisamos, com a finalidade de descobrir as causas de

sua manifestação;

descoberta da relação entre eles - na segunda etapa procuramos

por intermédio da comparação, aproximar os fatos ou fenômenos, com a

finalidade de descobrir a relação constante existente entre eles;

generalização da relação - nessa última etapa generalizamos a

relação encontrada na precedente, entre os fenômenos e fatos

semelhantes, muitos dos quais ainda não observamos (e muitos inclusive

inobserváveis).

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Metodologia

Método indutivo/Empirismo O método indutivo é um processo de construção de teorias, que tem início com

a observação de casos específicos para depois estabelecer generalizações.

Cisne “1” é branco

Cisne “2” é branco

Cisne “N” é branco

Todos os cisnes

são brancos

(Teoria)

Realidade empírica

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Metodologia

Método indutivo/Empirismo

O método indutivo tem por base a corrente epistemológica conhecida

como empirismo.

O empirismo opõe a tese do racionalismo, segundo a qual, como vimos

anteriormente, o pensamento, a razão, é a verdadeira fonte de

conhecimento. Para o empirismo, não há qualquer patrimônio a priori da

razão. A nossa consciência não tira os seus conteúdos da razão, mas

exclusivamente da experiência.

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Metodologia

Empirismo

Segundo John Locke, um dos precursores

da corrente empirista, o espírito humano está

por natureza vazio. É uma “tábula rasa”, uma

folha em branco onde a experiência escreve.

Todos os nossos conceitos, incluindo os mais

gerais e abstratos,procedem da experiência. John Locke

(1632-1704)

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Metodologia

Empirismo

O empirismo supõe a primazia do objeto em relação ao sujeito, isto é, o

conhecimento deve ser produzido a partir da forma como a realidade se apresenta

ao cientista.

Sujeito

cognocente

Objeto

cognocível

Reais

Resultam de nossa experiência externa ou

interna ou são inferidos a partir dela

Ideais

São irreais

(números,figuras geométricas

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Metodologia

Empirismo

Da mesma forma que o

racionalismo, o empirismo também

possui um longa tradição dentro da

história da filosofia ocidental.

John Locke

(1632-1704)

David Hume

(1711-1776)

Francis Bacon

(1561-1326)

George Berkeley

(1685-1753)

Sofistas

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Metodologia

Método indutivo

Apesar de ser considerado o método

científico por excelência, o método indutivo tem

sofrido inúmeras críticas. O primeiro a criticar o

método indutivo foi David Hume ao levantar o

problema da causalidade no Tratado da

Natureza Humana: Uma Tentativa de Introduzir

o Método Experimental de Raciocínio nos

Assuntos Morais (1739-1740) e Investigação

sobre o Entendimento Humano (1748).

David Hume

(1711-1776)

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Metodologia

Método indutivo

Segundo Hume, a relação de causalidade entre

um fenômeno e outro, onde um é causa e o outro

efeito não se justifica empiricamente. Segundo

ele, esta crença na causalidade é formada apenas

na nossa mente, não sendo algo que observemos

no mundo real e que é gerada pelo hábito. É a

repetição de certos acontecimentos na nossa vida

que nos leva a pensar que certos fenômenos se

relacionam e a pensar que essa ligação é

necessária. A indução não pode transmitir a

certeza e a evidencia que um determinado

fenômeno ocorrerá sempre a pós o outro.

David Hume

(1711-1776)

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Metodologia

Método indutivo

As questões levantadas por Hume foram

retomadas outros filósofos como, por exemplo, Karl

Popper, criador do método hipotético-dedutivo

que estudaremos a seguir. David Hume

(1711-1776)

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Metodologia

Método Hipotético-dedutivo

O método hipotético-dedutivo foi proposto

por Karl Popper no seu livro intitulado A lógica

da investigação científica (1935) a partir da

crítica da indução.

Karl Raimund Popper

(1902-1994)

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Metodologia

Método Hipotético-dedutivo

Segundo Popper, a indução não se justifica, pois o salto indutivo de casos

particulares para a generalização exigiria um número quase infinito de

observações. O exemplo clássico é o problema do cisne.

O cisne A é branco

O cisne B é branco

O cisne C é branco

O cisne n é branco

Todos os cisnes são brancos

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Metodologia

Método Hipotético-dedutivo

Karl Raimund Popper

(1902-1994)

O segundo argumento de Popper é de que a

indução recai necessariamente no apriorismo. A

indução parte de um critério metodológico que é

justificado dedutivamente, ou seja, a indução não

se justifica indutivamente.

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Metodologia

Segundo Popper, nenhuma afirmação científica

baseada em observação jamais poderá ser

considerada uma verdade absoluta ou definitiva.

Ela é considerada valida até quando provada falsa

por outras observações, experimentos ou teorias.

A possibilidade de uma teoria ser refutada,

segundo ele, constitui a própria essência da

natureza científica.

Karl Raimund Popper

(1902-1994)

Método Hipotético-dedutivo

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Metodologia

Método Hipotético-dedutivo

Karl Raimund Popper

(1902-1994)

Por isso, Popper(1977,p. 140-141) sugeriu:

[...] que toda discussão científica partisse de

um problema, ao qual se oferecesse uma

espécie de solução provisória, uma teoria-

tentativa, passando-se depois a criticar a

solução, com vistas à eliminação do erro, e, tal

como no caso da dialética, esse processo se

renovaria a si mesmo, dando surgimento a

novos problemas.

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Metodologia

Método Hipotético-dedutivo

A proposta de Popper pode ser representada através do seguinte esquema:

P TT EE P 1 2

Onde:

P 1

TT

EE

P 2

Teoria-tentativa

Problema

Eliminação do erro

Novos problemas

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Metodologia

Método Hipotético-dedutivo

Para Popper, o conhecimento científico não é o

resultado da mera observação dos fenômenos. O

fenômeno em si não tem nenhuma relevância, não

diz nada. Somente quando encaramos o

fenômeno a luz do conhecimento teórico

disponível é que surge o problema que merece

ser investigado. A percepção de um problema está

diretamente relacionado ao uso de teorias. Só

quem conhece é capaz de se propor problemas. Karl Raimund Popper

(1902-1994)

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Metodologia

Método Hipotético-dedutivo

Cisne “1” é branco

Cisne “2” é branco

Cisne “N” é negro

Todos os cisnes

são brancos

(Teoria)

Realidade empírica

Teoria

falseada

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Método Hipotético-dedutivo

Karl Raimund Popper

(1902-1994)

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Metodologia

Método dialético

Segundo Konder (2008, p.8-9):

Dialética era, na Grécia antiga, a arte do diálogo. Aos poucos,

passou a ser a arte de, no diálogo, demonstrar uma tese por

meio de uma argumentação capaz de definir e distinguir

claramente os conceitos envolvidos na discussão. [...] Na

acepção moderna, entretanto, dialética significa outra coisa: é o

modo de pensarmos as contradições da realidade, o modo de

compreendermos a realidade como essencialmente contraditória

e em permanente transformação.

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Metodologia

Método dialético

Friedrich Engels

(1820-1895)

Karl Marx

(1818-1883)

A visão moderna de dialética está

relacionada diretamente as obras de Karl

Marx e Friedrich Engels, que sob a

influência materialista de Feuerbach,

lançaram as bases do materialismo

dialético.

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Metodologia

Materialismo dialético.

O materialismo dialético parte do reconhecimento da prioridade da matéria e do

caráter secundário da consciência e considera que o mundo é a matéria em

movimento. Por isso, para o materialismo dialético todas as coisas que existem no

mundo, inclusive nós, estão em constante processo de mudança e transformação.

Para o materialismo dialético nada é, tudo é um constante vir a ser.

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Metodologia

Materialismo dialético.

Segundo o materialismo dialético,da mesma forma como todas as coisas que

existem no mundo, a consciência também faz parte do mundo material,

constituindo uma forma especifica da matéria altamente organizada. Pois, o mundo

material tem a sua história no curso da qual nosso planeta passou da matéria

inorgânica a matéria orgânica e, finalmente, ao homem.

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Materialismo dialético.

A consciência é uma função do cérebro, um

reflexo do mundo objetivo. Não existe

oposição entre mundo material objetivo e a

consciência.

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Metodologia

Materialismo dialético.

Os objetos, suas propriedades e relações se

refletem no cérebro na forma de imagem, ou

seja, idealmente. O cérebro não é origem. Ele

é apenas o órgão da consciência. Ele é a

parte do corpo humano na qual o objeto atua,

se transforma e adquire a forma ideal do ser.

A idéia do objeto que se forma no cérebro é o

produto da atividade do cérebro. É a imagem

subjetiva do mundo objetivo.

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Metodologia

Materialismo dialético.

Para o materialismo dialético, o que

chamamos de conhecimento é

um reflexo do mundo na consciência

do homem , inseparável da mudança

que ocorre no objeto de

conhecimento no curso da prática

social.

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Metodologia

Materialismo dialético.

Este conhecimento ocorre, segundo Marx,

através da elaboração teórica. O

conhecimento teórico, segundo ele, é o

conhecimento do objeto, de sua estrutura e

dinâmica, tal como ele é em si mesmo, na sua

existência real e efetiva, independente da

vontade e do desejo do investigador.

Karl Marx

(1818-1883)

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Metodologia

Materialismo dialético.

O pesquisador deve ultrapassar as

aparências (fenômenos) dadas pela experiência

empírica, que constituem apenas o ponto de

partida para o conhecimento teórico da

realidade. Ele deve, partindo da aparência,

alcançar a essência do objeto pesquisado, ou

seja, capturar a sua estrutura e dinâmica

próprias. Karl Marx

(1818-1883)

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Metodologia

Materialismo dialético.

Para alcançar a essência do objeto (estrutura

e dinâmica) , o pesquisador precisa utilizar

diferentes instrumentos e técnicas de pesquisa

como, por exemplo, analise de documentos,

observações, entrevistas, etc. Este

procedimento constitui o método de

investigação.

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Metodologia

Materialismo dialético.

A investigação, ou o método de

investigação, é o esforço prévio de

apropriação, pelo pensamento, das

determinações do conteúdo do objeto no

próprio objeto, quer dizer, uma apropriação

analítica, reflexiva, do objeto pesquisado antes

de sua exposição metódica.

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Metodologia

Materialismo dialético.

A exposição, ou o método de

exposição , não é simplesmente uma

autoexposição do objeto, senão ele seria

acrítico, mas é uma exposição crítica do

objeto com base em suas contradições,

quer dizer, uma exposição crítico-objetiva

da lógica interna do objeto, do movimento

efetivo do próprio conteúdo do objeto.

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Metodologia

Método dialético:

O pesquisador que deseje usar o método dialético deve:

Primeiro: o investigador deve se apropriar, pelo pensamento, do conteúdo

do objeto no próprio objeto. Deve se apropriar analiticamente do objeto.

Segundo: Expor de forma crítica a lógica interna do objeto. A

exposição(tradução) ideal do movimento efetivo do real isto é, trata-se não de

uma produção, mas de uma reprodução do movimento efetivo do material, do

real, de tal modo que o real se “espelhe” no ideal.

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Metodologia

Método fenomenológico

O fundador do método

fenomenológico foi o filósofo,

matemático e lógico Edmund

Husserl.

Edmund Husserl

(1859-1938)

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Metodologia

Método fenomenológico

O ponto de partida de Husserl é uma questão

muito antiga na filosofia: a relação sujeito

objeto. Portanto, ele trata da questão do

conhecimento. Como se constitui o

conhecimento? O que é o conhecimento?

Quais os seus limites?

Edmund Husserl

(1859-1938)

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Metodologia

Método fenomenológico

A visão dos filósofos da modernidade sobre a constituição dessa relação

pode ser separada em três vertentes principais:

A vertente realista:

A vertente idealista

A filosofia de Immanuel Kant

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Metodologia

Método fenomenológico

Defende o primado do objeto sobre o sujeito, ou seja, a representação que

fazemos das coisas está subordinada aos objetos ou coisas em si mesmas, que são apreendidas pelos sentidos e depois registradas pelo intelecto.

Relação Sujeito e Objeto: Vertente Realista

Sujeito

(Passivo) Objeto

(Ativo)

Representação do objeto

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Metodologia

Método fenomenológico

Relação Sujeito e Objeto: Vertente Idealista

Sujeito

(Ativo) Objeto

(Passivo)

Ao contrário da vertente realista, o idealismo sustenta o primado do sujeito, da

mente, das ideias sobre o objeto. Segundo essa vertente, há um acordo entre as

coisas e a mente.

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Metodologia

Método fenomenológico

Relação Sujeito e Objeto: A filosofia de immanuel Kant

Kant procura conciliar as duas vertentes anteriores. Ele redistribui as funções

do sujeito e do objeto na relação de conhecimento. Procura demonstrar a

contribuição do objeto e do sujeito na produção do conhecimento. Não privilegia

nem um nem o outro.

Sujeito Objeto

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Metodologia

Método fenomenológico

Relação Sujeito e Objeto: A filosofia de immanuel Kant

Immanuel Kant (1724-1804)

Segundo Kant, há um trabalho conjunto entre a

apreensão sensível e o nosso intelecto, que

formaliza ou oferece uma estrutura formal para

essas apreensões. Portanto, o conhecimento

seria uma síntese entre o sujeito e o objeto.

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Metodologia

Método fenomenológico

Immanuel Kant (1724-1804)

Relação Sujeito e Objeto: A filosofia de immanuel Kant

O que ocorre no sujeito Kant chamou de

fenômeno. Segundo ele, não vemos a realidade

como ela é em si, mas sim como ela se apresenta

a nós, em nosso pensamento, nas nossas ideias,

na nossa consciência. A realidade se apresenta a

nós sempre condicionada pelas estruturas

lógicas do pensamento.

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Metodologia

Método fenomenológico

Immanuel Kant (1724-1804)

Relação Sujeito e Objeto: A filosofia de immanuel Kant

As estruturas lógicas do

pensamento Kant chamou de

“Elementos transcendentais do

conhecimento”

Metodologia da Pesquisa

Prof.Telmo A. de Carvalho

Metodologia

Método fenomenológico

Immanuel Kant (1724-1804)

Relação Sujeito e Objeto: A filosofia de immanuel Kant

Para Kant a relação entre o sujeito e o objeto é

uma correlação.

Sujeito do

conhecimento

Consciência que

apreende o

fenômeno

Fenômeno que

apreendido pela

consciência

Objeto do

conhecimento

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Método fenomenológico

Immanuel Kant (1724-1804)

Relação Sujeito e Objeto: A filosofia de immanuel Kant

Segundo Kant, a realidade carece de regra e

ordem e representa um verdadeiro caos. É o

nosso pensamento que cria ordem neste caos,

enlaçando os elementos da realidade uns com os

outros e relacionando em si os conteúdos das

sensações.

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Método fenomenológico

Kant afirma que só podemos conhecer os

fenômenos, ou seja, só conhecemos as

coisas da forma como ela se manifesta na

nossa razão ou para nossa consciência.

Jamais conheceremos o nôumeno, ou seja, a

coisa em si, a essência das coisas.

Immanuel Kant (1724-1804)

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Metodologia

Racionalismo

Segundo Immanuel Kant, em seu livro

“Crítica da razão pura”, a realidade é caótica. É

o nosso pensamento que cria ordem neste

caos. Para ele, jamais poderemos conhecer a

essência das coisas materiais que existem

independente da nossa consciência. Só

podemos conhecer o fenômeno, ou seja, a

coisa para nós. Immanuel Kant

(1724-1804)

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Método fenomenológico

Immanuel Kant (1724-1804)

O nosso conhecimento é o conhecimento

daquilo que se manifesta para nossa

consciência, daquilo que está presente para a

consciência ou para a razão, daquilo que é

organizado e explicado a partir da própria

estrutura da consciência. A verdade se refere

aos fenômenos e os fenômenos são o que a

consciência conhece.

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Método fenomenológico

Relação Sujeito e Objeto: A filosofia de immanuel Kant

Mas, se o sujeito projeta nas coisas a sua

estrutura de pensamento, seja do ponto de

vista lógico ou psicológico acaba

comprometendo as próprias coisas e acaba

vendo na realidade aquilo que ele próprio

colocou na realidade ao estabelecer a sua

ordem. Immanuel Kant

(1724-1804)

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Metodologia

Método fenomenológico

Edmund Husserl

(1859-1938)

Por isso, Hurssel pergunta:

-O que são os fenômenos?

-O que se manifesta na consciência?

E ele responde:

-A própria consciência.

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Método fenomenológico

Edmund Husserl

(1859-1938)

Conhecer os fenômenos e conhecer a

estrutura e o funcionamento necessário da

consciência são uma só e mesma coisa, pois

é a própria consciência que constitui os

fenômenos

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Metodologia

Método fenomenológico

Edmund Husserl

(1859-1938)

Mas, como a consciência constitui os

fenômenos?

Dando sentido às coisas. Conhecer é

conhecer o sentido ou a significação das

coisas tal como esse sentido foi produzido

ou essa significação foi produzida pela

consciência

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Metodologia

Método fenomenológico

Edmund Husserl

(1859-1938)

Para a fenomenologia o que importa não

são as coisas os objetos matérias ou ideiais

mas sim a forma como são percebidos na

consciência.

Por isso, a fenomenologia enfatiza a

experiência que se vive no mundo da vida.

As vivencias são o ponto de partida do

pesquisador.

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Método fenomenológico

Edmund Husserl

(1859-1938)

Para Husserl, consciência (sujeito) e objeto

não são, com efeito, duas entidades separadas

na natureza que se trataria, em seguida, de por

em relação, mas consciência e objeto se

definem respectivamente, a partir desta

correlação que lhes é, de alguma maneira, co-

original.

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Metodologia

Método fenomenológico

Edmund Husserl

(1859-1938)

O principal interesse da fenomenologia não é o

objeto da percepção (Noema), mas sim o ato de

perceber (Noesis), ou seja o objeto enquanto um

fenômeno de consciência. Isto porque não

podemos nos livrar da subjetividade e ver o

objeto em si mesmo, pois nas experiência de

consciência estão envolvidos o que é informado

pelos sentidos e o modo como a mente enfoca

aquilo que é informado.

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Metodologia

Método fenomenológico

Nesta visão, a tarefa do pesquisador não é

levantar fatos e medir a freqüência de certos

padrões, mas apreciar as diferentes

construções e significados que as pessoas

possam, a partir de suas culturas, atribuir

como sua experiência.

Edmund Husserl

(1859-1938)

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Metodologia

Como determinar o método de abordagem?

O método de abordagem depende para onde aponta a pesquisa. Observe os

exemplos a seguir:

Primeiro exemplo: Se o problema de pesquisa aponta para o conceito de causa

ou para uma relação causal.

O uso de equipamentos de proteção individual pelos profissionais da

rede pública de saúde do Estado do Rio de Janeiro contribui para a

redução do número de acidentes de trabalho?

O pesquisador deverá adotar o ENFOQUE EMPÍRICO- ANALÍTICO, fazendo uso

do método indutivo. Pois, a relação causal se explicita no experimento, na

sistematização e controle dos dados empíricos e através das análises estatísticas

e teóricas. A causalidade é o eixo da explicação científica.

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Metodologia

Como determinar o método de abordagem?

Segundo exemplo: Se o problema de pesquisa aponta para uma relação entre o

fenômeno e a essência, ou seja, a relação entre o fenômeno vivido e aquele que

vivencia a essência do fenômeno.

Qual o significado atribuído pelos funcionários da rede pública de

saúde do Estado do Rio de Janeiro para o uso do equipamentos de

proteção individual?

O pesquisador deverá adotar o ENFOQUE FENOMENOLÓGICO. Ele deve utilizar

o método fenomenológico. Pois, a interpretação como fundamento da

compreensão do fenômeno é o eixo da explicação científica.

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Metodologia

Como determinar o método de abordagem?

Terceiro exemplo: Se o problema de pesquisa aponta para uma inter-relação do

todo com as partes e vice-versa, dos elementos micro com os macro, os elementos

históricos.

Quais os fatores de ordem econômica, social, política , cultural e

histórica estão relacionados a falta de habito no uso dos equipamentos

de proteção individual entre os funcionários da rede pública de saúde do

Estado do Rio de Janeiro?

O pesquisador deverá adotar o ENFOQUE CRÍTICO- DIALÉTICO. Ele deverá

utilizar o método dialético (método do materialismo histórico dialético). Pois,

considera a ação como categoria epistemológica fundamental para explicação

científica.

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Metodologia

Como determinar o método de abordagem?

Quarto exemplo: Se o problema aponta um fato ou fenômeno para o qual não se

tem resposta definitiva e que necessita de uma ou mais hipóteses.

Por que no hospital X da rede pública de saúde o uso de equipamentos

de proteção individual diminui em 70% o número de acidentes e no

hospital Y da mesma rede não houve diminuição de acidentes de

trabalho?

O pesquisador deverá adotar o enfoque Hipotético-dedutivo. Pois, as

hipóteses ou conjecturas levantadas são o eixo entorno do qual girará a

investigação.

Neste caso, o pesquisador terá que formular hipóteses ou conjecturas que

responda ao problema de pesquisa e depois deduzir as conseqüências das

hipóteses.

Observe o exemplo a seguir.

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Metodologia

.Problema: Por que no hospital X da rede pública de saúde o uso de

equipamentos de proteção individual diminui em 70% o número de acidentes e no

hospital Y da mesma rede não houve diminuição de acidentes de trabalho? Formulação das hipóteses ou conjecturas

Hipótese 01: No hospital X , além do treinamento, houve uma campanha intensiva

sobre o uso do EPI.

Hipótese 02: No hospital Y o uso de EPI se limitou apenas ao treinamento.

Dedução das conseqüências das hipóteses:

Dedução das conseqüências da hipótese 01: Se a campanha de uso

permanente do uso de EPI for suspensa no hospital X o número de acidentes de

trabalho aumentará.

Dedução das conseqüências da hipótese 02: Se for realizada campanhas de

incentivo de uso dos EPIs no hospital y o número de acidentes de trabalho

diminuirá em 70%

As deduções deverão ser testadas empiricamente.

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Metodologia

Método de Procedimento

Esses métodos dizem respeito aos meios técnicos que serão utilizados pelo

pesquisador para obtenção, processamento e validação dos dados. Eles devem

ser empregados considerando a natureza e objetivo da pesquisa. Isso quer

dizer que, na mesma pesquisa pode-se ter mais de um método de procedimento.

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Metodologia

Método de Procedimento MÉTODO DEFINIÇÃO

Histórico

Parte do princípio de que as atuais formas de vida social, as

instituições e os costumes têm origem no passado. É

importante pesquisar suas raízes para compreender sua

natureza e função.

Comparativo

Estuda as semelhanças e diferenças entre diversos tipos de

grupos, sociedades ou povos. Contribui para uma melhor

compreensão do comportamento humano comparando

similitudes e explica as divergências.

Monográfico

Parte do princípio de que qualquer caso que se estude em

profundidade pode ser considerado representativo de muitos

outros ou até de todos os casos semelhantes. Consiste no

estudo de determinados indivíduos, profissões, condições,

instituições, grupos ou comunidades, com finalidade de obter

generalizações.

Estatístico

Os processos estatísticos permitem obter, de conjuntos

complexos, representações simples e constar se essas

verificações simplificadas têm relações entre si. Assim, o

método estatístico significa redução de fenômenos

sociológicos, políticos, econômicos etc. a termos

quantitativos e à manipulação estatística, que permite

comprovar as relações dos fenômenos entre si, e obter

generalizações sobre sua natureza, ocorrência ou significado.

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Metodologia

Método de Procedimento MÉTODO DEFINIÇÃO

Tipológico

Ao comparar fenômenos sociais complexos, o pesquisador

cria tipos ou modelos ideais, construindo a partir da análise

de aspectos essenciais do fenômeno. A característica

principal do tipo ideal é não existir na realidade, mas servir de

modelo para a análise e compreensão de casos concretos,

realmente existentes.

Funcionalista

É mais um método de interpretação do que de investigação.

Considerando que a sociedade é formada por partes, cada

parte é mais bem entendida quando se compreendem as

funções que desempenham no todo. O método funcionalista

estuda a sociedade do ponto de vista da função de suas

unidades, isto é, como um sistema organizado de atividades

Estruturalista

Parte da investigação de um fenômeno concreto, eleva-se a

seguir ao nível abstrato por intermédio da constituição de um

modelo que represente o objeto de estudo retornando por fim

ao concreto, dessa vez como uma realidade estruturada e

relacionada com a experiência do sujeito social.

Experimental

Denomina-se método experimental aquele em que as

variáveis são manipuladas de maneira preestabelecida e

seus efeitos suficientemente controlados e conhecidos pelo

pesquisador para observação do estudo. O método

experimental é muito importante, pois possibilita a

demonstração dos dados coletados, e esta é uma

característica fundamental em se falando da validade da

pesquisa realizada.

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Metodologia

Cronograma

O cronograma define o período de duração do projeto e como o conjunto das

ações propostas se distribui no tempo.

Etapas Meses

Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun.

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Metodologia

Estrutura gráfica.

Pergunta Parte do projeto

“O quê?” Tema

“Por que fazer? Justificativa

“O que fazer?” Problema

“Para que fazer?” Objetivo(s)

“A partir de que fundamentos?” Quadro teórico de referência

“Como fazer?” “Com o que

fazer?” Metodologia

“Quando fazer?” Cronograma

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Metodologia

Estrutura gráfica. Capa (Nome da instituição, tema, nome do aluno)

Justificativa

.

Qual o motivo da escolha do tema?

O que vai ser feito?

Por que será feito?

A quem se destina o projeto?

Problema de Pesquisa

Hipótese(s) de pesquisa (se houver)

Objetivos

Objetivo geral

Objetivos específicos

Quadro teórico de referência (Revisão de literatura)

Metodologia

Cronograma

Plano provisório de trabalho

Referências bibliográficas

As perguntas servem

como guia. Elas não

devem aparecer na

justificativa

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Referências Bibliográficas

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6ª. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

HURSSEL, E. A ideia de fenomenologia. Lisboa: Editora 70, 1989.

KANT, E. Crítica da razão pura. Tradução de J. Rodrigues de Merege. [S.l.]: ACRÓPOLIS, versão para

eBook.eBooksBrasil.com.Fonte Digital.

KONDER, Leandro. O que é dialética.São Paulo:Brasiliense, 2008 (Coleção Primeiros Paassos; 23)

LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 5ª. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

LUNA, S.V. de. Planejamento de pesquisa:uma introdução.São Paulo:EDUC , 1997.

MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 21ª. ed.

Petrópoles: Vozes, 1994.

NETTO, J. P. Introdução ao estudo do método de Marx. São Paulo: Expressão Popular, 2011.

POPPER, Karl. Lógica da pesquisa científica.São Paulo:EDUSP, 1985.

____________. Lógica das ciências sociais. Brasília: Universidade de Brasília, 1978.

PRADO JR, C. Teoria marxista do conhecimento e método dialético materialista. [S.l.]: Ridendo

Castigat Mores, Versão para eBook.eBookBrasil.com.Fonte Digital.