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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DAS BRINCADEIRAS DE RODA NA PRÁXIS DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA Por: Alexandre Sérgio Ferreira Soares de Farias Orientador: Prof. Marco Antônio Chaves Rio de Janeiro, RJ, agosto/2001

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DAS BRINCADEIRAS DE RODA NA PRÁXIS DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Por: Alexandre Sérgio Ferreira Soares de Farias Orientador: Prof. Marco Antônio Chaves

Rio de Janeiro, RJ, agosto/2001

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DAS BRINCADEIRAS DE RODA NA PRÁXIS DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Por:

Alexandre Sérgio Ferreira Soares de Farias Trabalho monográfico apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Psicomotricidade.

Rio de Janeiro, RJ, agosto/2001

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SUMÁRIO

Pág ina

RESUMO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

1 . INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

2 . EDUCAÇÃO FÍS ICA E PSICOMOTRICIDADE :

PRÁXIS PEDAGÓGICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

3 . A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA FORMAÇÃO DA

CRIANÇA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

4 . BRINCADEIRAS DE RODA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

CONCLUSÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

REFERÊNCIAS BIBL IOGRÁFICAS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

B IBL IOGRAFIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

GLOSSÁRIO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

ANEXOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

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RESUMO

A idé ia apresen tada nes ta pesqu isa monográ f i ca não

empí r i ca , su rg iu da cons tan te necess idade de re f lexão por

par te dos p ro f i ss iona is da á rea de educação , em par t i cu la r

p ro fessores de educação f í s i ca , sobre sua p ráx is educac iona l .

O tema Br incade i ras de Roda, é p ropos to como método de

ens ino da educação f í s i ca , fazendo-se u t i l i zação de suas

carac te r ís t i cas para es t imu la r o desenvo lv imento das funções

ps icomotoras envo lv idas , a t ravés das a t i v idades t rad ic iona is

ou adap tadas con t idas nes te t ipo de b r incade i ra , usando como

pr inc ipa is me ios a expressão corpora l e os b r inquedos

can tados (can t igas ) . Es te t raba lho faz um resga te h is tó r i co –

cu l tu ra l re lac ionando ques tões da ps icomot r i c idade e , fazendo

impor tan tes cons iderações teór i cas de g randes au to res do

desenvo lv imento in fan t i l como P iage t e Le Bo lch . A c r iança da

1 A i n fânc ia , par t i c ipan te das au las de educação f í s i ca , den t ro

ou fo ra do amb ien te esco la r , é o a lvo de d i rec ionamento des te

es tudo . Seu con teúdo de le i t u ra é ind icado à todo educador

que p rocura va lo r i za r e respe i ta r as d i fe renças ind iv idua is dos

seus a lunos quan to a sua h is tó r ia de v ida , seus va lo res , sua

rea l idade sóc io - econômico- cu l tu ra l , d i rec ionando o corpo

humano em sua to ta l idade como componente e fe t i vo de todo o

p rocesso educac iona l .

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1 . INTRODUÇÃO

Mu i tos p ro fessores com base no exerc íc io p ro f i ss iona l e

na conv ivênc ia d i re ta com c r ianças , sabem que a a t i v idade

ma is p resen te na v ida des tes pequenos seres é a b r incade i ra .

Es ta re lação c r iança – b r inquedo - b r incade i ra é

ex t remamente impor tan te para o bom desenvo lv imento dos

mesmos. Por i sso , nada me lhor para uma c r iança do que

aprender b r incando. E nada me lhor para um pro fessor do que

ens inar de uma mane i ra p razerosa , lúd ica e expon tânea .

En tão , por quê não esco lher uma br incade i ra como me io

para se a lcançar um ob je t i vo , u t i l i zando-a como con teúdo

p resen te no co t id iano da educação f í s i ca? Que es t imu le

ind i re tamente funções ps icomotoras como a percepção

aud i t i va , r i tmo e esquema corpora l por exemplo , e va lo r i ze

uma verdade i ra ps icomot r i c idade(ação corpora l ) dos

ind iv íduos .

Es te es tudo tem como ob je t i vo p r inc ipa l , resga ta r as

b r incade i ras de roda de um âmbi to popu la r para o pedagóg ico ,

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re f le t indo sobre sua impor tânc ia em um con tex to h is tó r i co -

cu l tu ra l , e a té que pon to pode con t r ibu i r s ign i f i ca t i vamente

para um desenvo lv imento harmôn ico e g loba l dos ind iv íduos .

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2 . EDUCAÇÃO FÍS ICA E PSICOMOTRICIDADE: PRÁXIS

PEDAGÓGICAS

No ta -se à a lgum tempo, p reocupações por par te de

p ro fessores e educadores da á rea de educação f í s i ca com

ques tões que envo lvem a p rá t i ca des ta p ro f i ssão .

Dos anos 80 para cá , mu i tas re f lexões e pub l i cações em

busca de um nova iden t idade pedagóg ica fo ram rea l i zadas , o

que por consegu in te to rnou poss íve l um grande sa l to

qua l i ta t i vo em pro l de uma educação f í s i ca que va lo r i zasse o

ind iv íduo , seu corpo como um todo (sem f ragmentações) e sua

re lação com o mundo.

“Ar te e c iênc ia do mov imento

humano que a t ravés de a t i v idades espec í f i cas aux i l i am o

desenvo lv imento in tegra l dos seres humanos , renovando-os e

t rans fo rmando-os no sen t ido de sua au to - rea l i zação e em

con fo rmidade com a p rópr ia rea l i zação de uma soc iedade

ma is jus ta e l i v re ” (Med ina , 1983 , p .81) .

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A de f in ição de Med ina , resume uma pos ição in te lec tua l

em que se encon t ra a educação f í s i ca a tua lmente . Mas

cons tan temente , no ta -se um grande d is tanc iamento en t re a

p rá t i ca e a teor ia no d ia à d ia da ma io r ia dos p ro fessores .

A jus t i f i ca t i va ma is p laus íve l para es te fa to se dá pe la

d i f i cu ldade em romper com an t igos va lo res , an t igas p rá t i cas ,

que p reva leceram ao longo de mu i tos anos . Mas p ressupondo-

se em teor ia , que já fo i c r i ada uma nova concepção , nor teada

de fo rma c r í t i ca e t rans fo rmadora , a lcançar uma nova p ráx is

to rna-se ex t remamente necessár io e impor tan te .

Segundo Marx ( em Vazquez ,1977 ,p .117) :

”p ráx is é a a t i tude humana

t rans fo rmadora da na tu reza e da soc iedade, cu ja re lação

en t re teor ia e p ráx is é teór i ca e p rá t i ca ; p rá t i ca na med ida em

que a teor ia , como gu ia da ação mo lda a a t i v idade do Homem,

par t i cu la rmente a a t i v idade revo luc ionár ia ; teó r i ca , na med ida

em que essa re lação é consc ien te ” .

Com base no es tudo da p ráx is pode-se observar a

impor tan te re lação en t re p rá t i ca e teor ia , e que para to rnar

poss íve l o a lcance de novos parad igmas(mode los ) , bas ta um

romp imento com conce i tos an te r io res .

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A educação f í s i ca e toda a gama de seus p ro f i ss iona is

que a lme jam uma poss íve l mudança , devem ado ta r es te

romp imento , mas é c la ro , sem ignora r an t igos conce i tos ,

de f ron tando-os com novos , e co locando-os em prá t i ca de uma

mane i ra c r í t i ca e consc ien te .

A ps icomot r i c idade em sua essênc ia , pode e deve

con t r ibu i r com a educação f í s i ca no sen t ido de a lcançar uma

práx is pedagóg ica cada vez ma is s ign i f i ca t i va . A t ravés de uma

s imb iose teór i co - p rá t i ca en t re d is t in tas ou semelhan tes

c iênc ias e d isc ip l inas , uma de fo rma a a judar no

desenvo lv imento da ou t ra ( in te rd i sc ip l ina r idade) , i s to pode ser

poss íve l e bas tan te v iáve l .

“Ps icomot r i c idade é uma c iênc ia

que tem por ob je t i vo o es tudo do Homem, a t ravés do seu

corpo em mov imento , nas re lações com seu mundo in te rno e

ex te rno” (Soc iedade b ras i le i ra de ps icomot r i c idade , por

Me l lo ,1989 ,p .31) .

Para ambas , que possuem fundamentações semelhan tes

em seus un ive rsos p ro f i ss iona is e co inc idem em seus ob je tos

de es tudo (o Homem em mov imento ) , é fundamenta l a t r ibu i r

uma rea l in tenção( in tenc iona l i dade) à seus ob je t i vos , se jam

e les de o rdem a fe t i va , cogn i t i va , ps icomotora , soc ia l ou

emoc iona l .

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3 . A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA FORMAÇÃO DA

CRIANÇA

Ao in i c ia r es te cap í tu lo , to rna-se impor tan te c i ta r a lguns

conce i tos de f in idos por Me l lo (1997 , p .85) em re lação à

b r incade i ra , b r inquedo e jogo .

“Br incade i ra – T ipo de a t i v idade

lúd ica que inc lu i o jogo e ações não necessar iamente

compet i t i vas desenvo lv idas ind iv idua lmente ou em grupo ,

como por exemplo a ação de b r incar com are ia , as co r re r ias

nos pá t ios esco la res , e tc ” .

“B r inquedo – Ob je to empregado

para b r incar , podendo ser cons t ru ído a r tesana lmente ou por

indús t r ias espec ia l i zadas” .

“ Jogo – a t i v idade ou ocupação

vo lun tá r ia , onde o rea l e a fan tas ia se encon t ram, ocor re num

espaço f í s i co e de tempo de te rminados , desenvo lve-se sob

regras ace i tas pe lo g rupo de par t i c ipan tes , e são , em gera l , a

hab i l i dade f í s i ca , o desempenho in te lec tua l d ian te das

s i tuações de jogo e , às vezes , a so r te os componentes

responsáve is pe la de te rminação dos seus resu l tados .Com

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f requênc ia , sua p rá t i ca se dá num c l ima de tensão e

expec ta t i va , p r inc ipa lmente face ao desconhec imento

an tec ipado do resu l tado f ina l . O p razer de v ivenc ia r s i tuações

da a t i v idade esco lh ida e , se poss íve l , to rnar -se vencedor é o

ma is impor tan te e lemento p ropu lsor do in te resse pe la p rá t i ca

do jogo” .

A pr ime i ra in fânc ia que é a fa ixa e tá r ia – a lvo des te

t raba lho , é para au to res como P iage t e Le Bou lch , um

per íodo no desenvo lv imento in fan t i l marcado in ic ia lmente pe lo

surg imento da l i nguagem, onde incorpora -se e lementos

desenvo lv idos em uma fase an te r io r ac rescen tando-os aos

s ímbo los ( represen tações menta is ) .Numer icamente fa lando ,

es ta re lac ionada à idade aprox imada dos 2 aos 6 , 7 anos de

idade . Pos te r io rmente , é in i c iada uma fase marcada pe lo

rac ioc ín io lóg ico e pe lo in íc io da cooperação .

A carac te r ís t i ca p r inc ipa l das c r ianças per tencen tes a

es ta fase de desenvo lv imento é o egocen t r i smo(mu i to

cen t rada ne la mesma) , onde , quan to ma is nova fo r a c r iança ,

ma is ind iv idua l e au to cen t rado é o seu mundo. Es te aspec to ,

por tan to , va i se mod i f i cando pouco a pouco . E cer tamente , se

o espaço educac iona l permi t i r que a c r iança a ja em l ibe rdade

e o amb ien te de sua casa não a comprometa f í s i ca e

in te lec tua lmente , es ta c r iança chegará a fases de

desenvo lv imento pos te r io res razoave lmente soc ia l i zada .

Duran te es te per íodo , as c r ianças já começam a

cons t ru i r as a t i v idades s imbó l i cas , que para P iage t “é uma

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rep resen tação menta l dos ob je tos do me io ex te rno” . Es ta

represen tação é ass im i lada a t ravés das ações corpora is

s ign i f i cando ações que e la observa e v ive no mundo.

Ou t ra ca rac te r ís t i ca p resen te na re lação s imbó l i ca é a

fan tas ia . O faz de con ta ass im como o a to de b r incar ,mu i to

cons tan te no co t id iano das c r ianças da 1 A i n fânc ia , também

represen tam fo rmas de ass im i lação . Nes te caso u t i l i za -se a

imag inação como e lemento de cons t rução da rea l idade .

Sob es te foco percebe-se a impor tânc ia do a to de

b r incar . É uma a t i v idade p resen te na v ida in fan t i l , que

somadas à l i be rdade de expressão corpora l , passam a ser

e lementos fundamenta is para que a c r iança comece a

compreender o mundo que as cerca . P iage t c lass i f i ca es ta

fase de desenvo lv imento , do pon to de v is ta da in te l igênc ia , de

per íodo p ré - opera tó r io , i n tu i t i vo ou s imbó l i co .

A inda sobre o b r incar , pode-se ressa l ta r o pape l do

ob je to (b r inquedo)nes ta re lação . Segundo Lap ie r re e

Aucou tu r ie r , o ob je to pode exercer a função de l i gação no

re lac ionamento com o ou t ro . O corpo , nes te caso , também

pode ser u t i l i zado como ob je to , e ce r tamente a t ravés do

b r inquedo e do seu corpo , a c r iança c r ia impor tan tes re lações

com seu semelhan te e em segu ida com o ex te r io r , c r iando

suas p r ime i ras re lações soc ia is .

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“Na p r ime i ra in fânc ia não há o que de fo rmar ,

s imp lesmente porque a rea l idade da c r iança a inda es tá sendo

cons t ru ída” (F re i re ,1992 ,p .43) .

O jogo , como fo i ap resen tado na de f in ição c i tada no

in íc io do cap í tu lo , con funde-se um pouco com a b r incade i ra

nas ques tões de p razer e espon tane idade , mas tem

carac te r ís t i cas par t i cu la res no que d iz respe i to a co le t i v idade ,

soc ia l i zação , co le t i v idade e uso de regras . Apesar des tes

fa to res serem ma is ev iden tes na p róx ima e tapa do

desenvo lv imento in fan t i l ( pe r íodo das operações concre tas ,

após 7 anos , segundo P iage t ) f i ca ev iden te a necess idade da

c r iança da 1 A i n fânc ia v ivênc ia r exper iênc ias co le t i vas e

soc ia l i zadoras(de acordo com o n íve l de sua matu ração

b io lóg ica) , po is cond ições pos te r io res de desenvo lv imento

dependem d i re tamente das cond ições an te r io res de v ida .

“Desde o in íc io do desenvo lv imento

ps icomotor in i c ia -se o p rocesso de soc ia l i zação , uma vez que

o equ i l íb r io da pessoa só pode ser pensado pe la e na re lação

com ou t rem” (Le Bou lch , c i tado por F re i re ,p .161) .

A b r incade i ra , o jogo , o b r inquedo, seu corpo e todos os

componentes envo lv idos nes ta e tapa tão a t i va da v ida ,

to rnam-se essenc ia is no p rocesso ens ino – aprend izagem

onde o p ro fessor – educador deve se p reocupar e mu i to com

métodos e fo rmas ma is humanas de educação , que tenham um

rea l s ign i f i cado na h is tó r ia de cada pessoa .

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“Não c re io que a educação f í s i ca

e o jogo se jam a ún ica so lução para os p rob lemas

pedagóg icos , mas d ian te das carac te r ís t i cas da c r iança da 1 A

i n fânc ia , não há porque não va lo r i zá - los . Se o con tex to fo r

s ign i f i ca t i vo para a c r iança , o jogo , como qua lquer ou t ro

recurso pedagóg ico , tem consequênc ias impor tan tes em seu

desenvo lv imento ” (F re i re ,1992 ,p .121) .

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4. BRINCADEIRAS DE RODA

“O Homem é o resu l tado do me io

cu l tu ra l em que fo i soc ia l i zado . E le é um herde i ro de um longo

p rocesso acumula t i vo , que re f le te o conhec imento e a

exper iênc ia adqu i r idas pe las numerosas gerações que o

an tecederam. A man ipu lação adequada e c r ia t i va desse

pa t r imôn io cu l tu ra l pe rmi te as inovações e as invenções .

Es tas não são , po is , o p rodu to da ação i so lada de um gên io ,

mas o resu l tado do es fo rço de uma comun idade”

(Lara ia ,1995 ,p .46) .

A br incade i ra de roda , também chamada ronda in fan t i l , é

um t ipo de b r incade i ra gera lmente desenvo lv ida em c í rcu lo ,

em que as c r ianças , vo l tadas para o cen t ro , seguram as mãos

dos co legas ao seu lado , e can tam as chamadas can t igas de

roda .

“É uma br incade i ra comple ta ,

sob o pon to de v is ta pedagóg ico . Br incando de roda , a c r iança

exerc i ta o rac ioc ín io e a memór ia , es t imu la o gos to pe lo can to

e desenvo lve na tu ra lmente os múscu los ao r i tmo das danças

ingênuas” (Me lo , 1981 , P .189) .

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Sua o r igem es tá re lac ionada à cu l tu ra popu la r do povo

b ras i le i ro , que recebeu in f luênc ias europé ias , ind ígenas e

a f r i canas .

Não se sabe ao cer to , como em toda man i fes tação

popu la r , o loca l e épocas exa tas dos p r ime i ros ind íc ios do

aparec imento das b r incade i ras de roda . Mas pode-se

p ressupor que suas v ias de man i fes tação fo ram as ruas ,

qu in ta is , te r renos ba ld ios e pá t ios esco la res , a tendendo a

uma necess idade na tu ra l de lazer e d ive r t imento in fan t i l .

Pode-se no ta r , nos d ias a tua is , a g rada t i va ex t inção des ta

e de ou t ras b r incade i ras popu la res do un iverso da c r iança . Ë

lamentáve l de ixa r perder -se ao longo do tempo es te r i co

pa t r imôn io cu l tu ra l i n fan t i l , que poder ia te r s ido incorporado

h is to r i camente ao con teúdo das au las de educação f í s i ca .

“A adoção de a t i v idades da cu l tu ra

in fan t i l com con teúdo pedagóg ico fac i l i t a o t raba lho de

p ro fessores das esco las de p r ime i ra in fânc ia , po is garan te o

in te resse e a mot i vação das c r ianças” (F re i re ,1992 ,p .24) .

À respe i to das carac te r ís t i cas espec í f i cas do b r incar de

roda , as p r inc ipa is são as suas fo rmações e mov imentações à

par t i r da mús ica esco lh ida e can tada (can t igas ) .Es tas são em

ma io r ia de au to r ia desconhec ida (domín io popu la r ) , e d i tam a

temát i ca e os ges tos (mov imentos ) .Sabe-se que em sua

ma io r ia , receberam in f luênc ias por tuguesas nos tex tos das

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canções , e mu i tas de las , ce r tamente , sempre fo ram can t igas

de roda . Out ras , po rém, se o r ig ina ram de canções popu la res .

Não va i en t ra r -se minuc iosamente nas carac te r ís t i cas

temát i cas mus ica is das rondas in fan t i s , mas cabe ressa l ta r

que dev ido a sua impor tânc ia cu l tu ra l , a lgumas rondas fo ram

d ivu lgadas em versões p rópr ias de mús icos famosos como o

maes t ro He i to r V i l l a Lobos . É impor tan te c i ta r também, que

as can t igas , segundo Me lo , “ são d iv id idas em c inco g rupos ,

de acordo com o esp í r i to , e o es tado de ân imo de cada uma:

Amorosas , sa t í r i cas , im i ta t i vas , re l ig iosas , d ramát i cas ” .

Quanto a es t ru tu ração da b r incade i ra , faz -se no c í rcu lo a

fo rmação bás ica onde as c r ianças cos tumam f i ca r de mãos

dadas , de f ren te ou de cos tas umas para ou t ras , des locando-

se la te ra lmente no sen t ido horá r io e an t i -horá r io ou a té

mesmo paradas . A mov imentação corpora l , suas var iações , o

t ipo de base u t i l i zada (de pé , joe lho , sen tado , agachado) , o

tema, o t i po de con ta to co rpora l , a mús ica em seus d i fe ren tes

r i tmos ; todos dependerão dos es t ímu los do p ro fessor e da

c r ia t i v idade dos a lunos (exemplo à segu i r , em anexo) .

A expressão corpora l to rna-se ev iden te e impresc ind íve l

em todo o p rocesso , e aux i l i a rá no desenvo lv imento das

funções ps icomotoras . As p r inc ipa is funções envo lv idas são

esquema corpora l , coordenações g loba is , o rgan ização

espac ia l e tempora l , l a te ra l idade , percepção aud i t i va e v isua l .

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“Duran te a p rá t i ca dos jogos

in fan t i s , espec ia lmente aque les o rgan izados com um bom

n íve l de c r ia t i v idade por par te dos p ro fessores e os

denominados jogos popu la res in fan t i s , pode ser p roduz ida , de

fo rma adequada, a es t imu lação às inúmeras funções

ps icomotoras e às qua l idades f í s i cas ” (Me l lo , 1989 , p .39) .

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CONCLUSÃO

As conc lusões des ta pesqu isa , de uma mane i ra gera l ,

g i ram em to rno de um idea l educac iona l . Idea l es te que

eng loba a educação f í s i ca e a ps icomot r i c idade como

pr inc ipa is agen tes de t rans fo rmação de uma prá t i ca

p ro f i ss iona l que sempre va lo r i zou a per fo rmance , os ma is

ap tos , os me lhores resu l tados à qua lquer cus to , à uma práx is

consc ien te . Práx is es ta que compreende as re lações

humanas , respe i tando suas d i fe renças e e levando a p len i tude

da v ida como pr inc ipa l ob je t i vo a se r a lcançado .

As b r incade i ras de roda a t ravés do seu va lo r cu l tu ra l ,

nos mos t ra em te rmos p rá t i cos , que o homem é o ún ico

responsáve l pe las suas p rópr ias ações , em respos ta às suas

necess idades e anse ios , e c la ro , que depende ún ica e

exc lus ivamente de le p rópr io para t rans fo rmar um idea l em

ação consc ien te e consequentemente , em novos va lo res que

tenham rea l s ign i f i cado para sua v ida .

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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FREIRE, J . B . Educação de corpo in te i ro . Teor ia e p rá t i ca da

educação f í s i ca . 3 A ed . São Pau lo : Sc ip ione ,1992 .

MEDINA,J . P . S . A educação f í s i ca cu ida do corpo . . .e

“mente ” . 10 A ed . Campinas : Pap i rus , 1992 .

MELO, V . Fo lc lo re in fan t i l . R io de Jane i ro : Cá tedra , 1981 .

MELLO, A . M. Ps icomot r i c idade , educação f í s i ca e jogos

in fan t i s . São Pau lo : IBRASA,1989 .

LARAIA, R . B . Cu l tu ra . Um conce i to an t ropo lóg ico . 10 A ed . R io

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P IAGET, J . Ps ico log ia e pedagog ia . R io de Jane i ro :

Forense ,1985 .

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VAZQUEZ. A . S . F i loso f ia da p rax is ; t radução de Lu is

Fernando Cardoso . 2 A e .d . R io de Jane i ro : Paz e Ter ra , 1977 .

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B IBL IOGRAFIA RECOMENDADA

BAGNO, M. Pesqu isa na esco la . O que é , como se faz . São

Pau lo : Á t i ca , 1998 .

CHAUÍ , M. Conv i te a f i l oso f ia .6 A e .d . São Pau lo : Á t i ca , 1995 .

CHATEAU, J . O jogo e a c r iança . São Pau lo : Summus, 1987 .

BASTOS, L . e t a l . Manua l para e laboração de p ro je tos e

re la tó r ios de pesqu isa , teses e d isser tações . R io de Jane i ro :

UFRJ, 1987 .

CHAVES, M. A . Fazendo Monogra f ia .R io de jane i ro : UCAM,

2001 .

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GLOSSÁRIO

Esquema corpora l – É uma imagem menta l em re lação ao

conce i to do p rópr io co rpo e de suas par tes .

Coordenações g loba is – ação s imu l tânea de membros

super io res , in fe r io res t ronco e cabeça , em seus d i fe ren tes

g rupos muscu la res , ob je t i vando a execução de mov imentos

amp los e vo lun tá r ios ma is ou menos complexos .

Organ ização espac ia l e tempora l – o rgan ização espac ia l

é a capac idade de o r ien ta r -se d ian te de um espaço f í s i co e de

perceber a re lação de p rox im idade de co isas en t re s í . Re fe re -

se as re lações de per to , l onge , enc ima, emba ixo , den t ro , fo ra

e e tc . A o rgan ização tempora l co r responde à capac idade de

re lac ionar ações a uma de te rminada d imensão de tempo, onde

sucessões de acon tec imentos e de in te rva lo de tempo são

fundamenta is .

La te ra l idade – capac idade de v ivênc ia r as noções de

d i re i ta e esquerda sobre o mundo ex te r io r , i ndependente da

sua p rópr ia s i tuação f í s i ca .

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R i tmo – Em re lação ao mov imento , é a o rdenação

espec í f i ca , ca rac te r ís t i ca e tempora l re fe ren te a p rocessos

parc ia is in te r l i gados no a to moto r . Há uma es t re i ta l i gação

en t re r i tmo e o rgan ização espaço tempora l .

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ANEXOS

EXEMPLOS DE CANTIGAS DE RODA

CARANGUEJO

Carangue jo não é pe ixe

Carangue jo pe ixe é

Carangue jo só é pe ixe

Lá no fundo da maré

Ora , pa lma, pa lma, pa lma

Ora , pé , pé , pé

Ora , roda , roda , roda

Carangue jo pe ixe é

Formação – roda de mãos dadas .

Mov imentação – A roda g i ra enquanto as c r ianças

can tam a p r ime i ra quadra . Ao can ta r a Segunda, as c r ianças

so l tam as mãos e segu indo a le t ra , ba tem pa lmas , ba tem os

pés no chão e g i ram sobre s i mesmas.

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Exemplo de var iação – Ao can ta r a p r ime i ra par te , so l ta r

as mãos e passar para a base de 4 apo ios “ im i tando” o

carangue jo e fazendo pequenos des locamentos . Vo l ta r à

fo rmação de roda para can ta r a Segunda par te fazendo

var iações com a le t ra e consequentemente com o mov imento (

pé d i re i to , esquerdo , ou t ras par tes , aba ixa , l evan ta , e tc . ) .

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Ba , Be , B i , Bo , Bu

O ba , be , b i , bo , bu b i s

Vamos todos aprender

So le t rando o b -a ba b i s

Na car t i l ha do ABC

O m é uma le t ra b i s

Que se esc reve no ABC

Ó Mar ia você não sabe b i s

Quanto eu gos to de você

Formação – roda de mãos dadas . Uma c r iança ao cen t ro .

Mov imentação – depo is de can ta r a p r ime i ra quadra com a

roda em mov imento , as c r ianças se de têm. A c r iança que es tá

ao cen t ro responde can tando a segunda quadra , d izendo

p r ime i ro a le t ra in i c ia l e depo is o nome de um(a)

companhe i ro (a ) , que deverá subs t i tu í - la .

Exemplo de var iação – var ia r a can t iga com ouras s í labas ,

o (a ) co lega ao cen t ro esc reve em ges tos a in i c ia l do nome da

p róx ima c r iança que va i subs t i tu í - la .

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Bambu Qu iabu

Bambu qu iabu

Aroe i ra mante igue i ra

T i ra rás Pedr inho

Para ser bambu

Formação – roda , de mãos dadas .

Mov imentação – As c r ianças can tam, inc l inando o corpo para

f ren te e para t rás . Ao nomear uma das c r ianças “para ser

bambu” , a c r iança ind icada a joe lha-se . Quando todas as

c r ianças es t i ve rem a joe lhadas , con t inua-se a nomeá- las ,

des ta vez para que se levan tem.

Exemplo de var iação – O bambu da mús ica pode ser

subs t i tu ído por um an ima l , ob je to , personagens de

quadr inhos , que ser iam, após a nomeação, represen tado em

mímica , no cen t ro do c í rcu lo .

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Esc ravos de Jó

Escravos de jó

Jogavam o caxangá

T i ra , bo ta ,

De ixa o Zé Pere i ra f i ca r

Guer re i ros com guer re i ros

Fazem z igue , z igue , zá

Guer re i ros com guer re i ros

Fazem z igue , z igue , zá

Formação – d ispos tas em roda e sen tadas sobre as pernas

c ruzadas , cada c r iança segura uma pedra ou ou t ro ob je to na

mão d i re i ta .

Mov imentação – Ao can ta r , as c r ianças marcam os tempos

fo r tes da me lod ia ba tendo uma pedra con t ra o so lo , depo is a

en t regam ao v iz inho , da esquerda para a d i re i ta . Ao can ta r

“z igue , z igue , zá ” , po rém, execu tam in tegra lmente o r i tmo,

ba tendo com a pedra à d i re i t a e à esquerda , passando ao

v iz inho somente na ú l t ima s í laba “zá ” . Pode-se b r incar

p ronunc iando as pa lav ras , em t ra la lá , à boca fechada ,

assob iando ou execu tando apenas as ba t idas .

Exemplo de var iação – As pedras poderão ser subs t i tu ídas por

ou t ros ob je tos como cop inhos de ca fé , por exemplo . Depo is

de todos consegu i rem um re la t i vo êx i to passando copos

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vaz ios , pode-se co locar a re ia den t ro dos mesmos, ped indo

que se jam passados sem que a a re ia ca ia . Depo is d isso , pode

a inda se pode repe t i r o b r i nquedo co locando água den t ro dos

copos , va r iando r i tmo, ve loc idade e d i reção .

Observação f ina l – qua lquer can t iga de roda aqu i apresen tada

ou ou t ras ma is , podem mante r sua fo rma o r ig ina l de le t ra e

me lod ia ou so f re r mod i f i cações (se rem re inven tadas) de

acordo com as necess idades e os ob je t i vos envo lv idos en t re

p ro fessores e a lunos .