Refletindo a práxis em educação ambiental

8/3/2019 Refletindo a práxis em educação ambiental

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¹ Professora da SEEDUC RJ (Secretaria Estadual de Educação do Rio deJaneiro) e Tutora Presencial do CEDERJ/UAB. Licenciada em Ciências

Biológicas (UERJ); Especialista em Biologia Aquática (UNIRIO); Mestranda emEnsino de Ciências (IFRJ)

Refletindo a práxis em

educação ambientalBárbara de Castro Dias¹



“Estamos diante de um momento crítico na história da Terra,numa época em que a humanidade deve escolher o seufuturo, formando uma aliança global para cuidar da Terra euns dos outros, ou arriscar a nossa destruição e adiversidade da vida.”

Carta da Terra



Educação ambiental e sua práxis

Usaremos uma definição de Bomfim (2008) paraentender o que vem a ser a práxis :

“práxis como aquilo que incessantemente pretende fazer arelação teoria e prática, que não somente aceita este

movimento, como o estimula e que busca o novo.”

A Educação ambiental tem como objetivo mediarreflexões a respeito dos problemassocioambientais, através de uma abordageminterdisciplinar, para que possa favorecer a

construção de uma nova ética ambiental,baseada em ideais coletivos e sociais, visandouma redefinição das relações ser humano-natureza.



Das dificuldades da prática daEducação Ambiental

Projetos de EducaçãoAmbiental devem estar

relacionados a tomada deconsciência e de reflexões

críticas necessárias a umaação transformadora eemancipatória, sendo

desenvolvidos em longoprazo, de forma permanente,

com a finalidade desensibilizar e transformar acomunidade envolvida em

pessoas capazes de mudarsuas posturas individuais.

Loureiro (2004). Fonte: internet



• Guimarães (2007) destaca em

suas conversas com outrospesquisadores em EducaçãoAmbiental, que a percepção e aprática dos projetos emeducação ambiental sãoincipientes deinterdisciplinaridade; centradosem perspectivas

comportamentalistas eindividualistas; meramenteconteudista e informativa natransmissão de conhecimentos;e realizados de maneira pontualsem uma abordagem contínua.

• Para o mesmo autor, além dos pontos relacionadosacima, a educação ambiental requer profissionais eindivíduos envolvidos no processo, capacitados aentender todas as dimensões dos problemas

socioambientais.

Fonte: internet



Por qual educação ambiental?

Uma educação ambientalcuja proposta é a aquisiçãode princípios ecológicosgerais, que desejavelmentelevem a mudançascomportamentais?

Uma educação ambientalque divulga uma nova éticaambiental, baseada emideais coletivos e sociais,

visando uma redefinição dasrelações ser humano-natureza, a fim de rompercom a ordem política,cultural e econômicadominante?

Fonte: internet



Educação ambiental Conservadora

• Falta de reflexão a sua própria prática;

• Iniciativas estereotipadas, pontuais e pré-fabricadas;

• Descontextualizadas da realidade socioambiental;

• “Biologizante” e pouco interdisciplinar;

• Pontual e sem continuidade;

• Conteudista e comportamentalista.



“Esta Educação ambiental tradicional, não podee/ou não quer perceber as redes de poder que

estruturam as relações de dominação presentesna sociedade atual, tanto entre pessoas(relações de gênero, de minorias étnicas eculturais), entre classes sociais, quanto narelação norte-sul entre nações, assim comotambém entre relações de dominação que seconstruíram historicamente entre sociedade de

natureza. São nessas relações de poder edominação que podemos encontrar um dospilares da crise ambiental dos dias de hoje.” (GUIMARÃES, 2007 p.35)


http://slidepdf.com/reader/full/refletindo-a-praxis-em-educacao-ambiental 9/19Fonte: internet

• Atitude reflexiva sobre os problemassocioambientais;

• Participação social;

• Contextualizada com a realidade;

• Intedisciplinar;

• Política.

Educação ambiental Crítica



“Em uma concepção crítica de Educação Ambiental,

acredita-se que a transformação da sociedade écausada e consequência da transformação de cadaindivíduo, há uma reciprocidade dos processos no qualpropicia a transformação de ambos. Nesta visão oeducando e o educador são agentes sociais que atuamno processo de transformações sociais; portanto, oensino é teoria/prática, é práxis . Ensino que se abrepara a comunidade com seus problemas sociais eambientais, sendo estes conteúdos de trabalho

pedagógico. Aqui a compreensão e atuação sobre asrelações de poder que permeiam a sociedade sãopriorizados, significando uma educação política.” (GUIMARÃES, 2000, p.17)



A maioria das “educações

ambientais” realizadas nas

escolas alinham-se com aproposta tradicional...

Fonte: internet

Fonte: internet

Fonte: internet

O que fazer então?



Não estamos propondo abandonar as práticastradicionais... No entanto, elas não podem ser apenas oponto de chegada, mas sim o ponto de partida parareflexões-ações mais críticas.

Propomos esse repensar à EA, através de um movimento

dialético, numa reflexão entre a teoria e a prática, a práxis .Segundo Freire (1996) “a práxis é a teoria do fazer” é a

ação-reflexão e reflexão-ação e se dão simultaneamente.

“A prática docente crítica, implicante do pensar certo,

envolve o movimento dinâmico, dialético, entre o fazer e opensar sobre o fazer.” (FREIRE, 1996, p.43).



Algumas pistas de ação...

• Reestruturar as orientações, estratégias e métodos;

• Considerar o olhar dos grupos envolvidos;

• Abordar as questões sociais, econômicas, históricas,culturais e biológicas;

• Incentivar a participação popular e protagonismo social;

• Evidenciar que os problemas socioambientais, possuemraiz no próprio modelo econômico.



• Incentivar a participação em discussões que envolvam aCiência, Tecnologia, Sociedade (CTS);

• Questionar as relações de produção e consumo;

• Mobilizar ações político sociais.

Chesnais e Serfati (2003) “é impossível dissociar as

destruições ambientais e ecológicas das agressõesdesfechadas contra as condições de vida dos proletáriosurbanos e rurais e de suas famílias”.



• o discurso da educação ambiental não é

homogêneo...

• Estamos propondo uma reflexão da nossa práxis em Educação Ambiental, visando a superação de

algumas visões simplistas que apenas reproduzirãocomportamentos “ecológicamente corretos”...

• Por uma educação ambiental crítica, que incentive

a formação do cidadão capacitando-o a realizarreflexões sobre seu mundo e a interferir no mesmo.



“Nunca duvide que

um pequeno grupode cidadãospreocupados ecomprometidospossa mudar omundo; de fato, ésó isso que o tem

mudado.”(Margaret Mead)



“Não haveria criatividade sem

a curiosidade que nos move eque nos põe pacientemente

impacientes diante do mundoque não fizemos,acrescentando a ele algo quefazemos”

Paulo Freire

90 anos de Paulo Freire,dia 19 de Setembro

Homenagem



Referências citadas:

BOMFIM, A. M Trabalho, Meio Ambiente e Educação: apontamentos à EducaçãoAmbiental a partir da Filosofia da Práxis. In: XIV ENDIPE, 2008, Porto Alegre. XIV

ENDIPE. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2008 p.1-14.

CHESNAIS, F. e SERFATI, C. “Ecologia” e condições físicas de reprodução social:

alguns fios condutores marxistas. Crítica Marxista. n° 16. São Paulo: EditoraBoitempo, 2003.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. SãoPaulo. Ed.Paz e Terra (coleção leitura), 1996.

GUIMARÃES, M. Educação ambiental: no consenso um debate? Campinas, Papirus,2000.

GUIMARÃES, M. A formação de educadores ambientais. Campinas, SP: Papirus(Coleção Papirus Educação) 2007, 171 p.

LOUREIRO, C. F. B Trajetória e fundamentos da educação ambiental. São Paulo,Cortez, 2004.



Obrigada!

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