A Importância Dos Custos Logísticos Na Cadeia de Suprimentos Nas Empresas Brasileiras Revisado

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A IMPORTÂNCIA DOS CUSTOS LOGÍSTICOS NA CADEIA DE SUPRIMENTOS NAS EMPRESAS BRASILEIRAS André Campos Colares Botelho 1 Na nova era dos mercados competitivos e globalizados, o aspecto Custo vem cada vez mais assumindo uma importância significante na busca frenética das empresas por maior eficiência e produtividade (RICARTE, 20--). Todavia ao visarem a redução de custos, as organizações vem focando somente na redução do custo do produto e desprezando ou dimensionam mal aqueles relacionados à Logística. Só para se ter uma ideia, este tipo de custo em geral assume a segunda posição em termo de valores, só perdendo para o próprio custo da mercadoria (alguns casos, como na produção de sal comum, os custos logísticos são até maiores do que o próprio custo do produto). Portanto, saber identificar e mensurar esse tipo de custo pode muitas vezes significar a própria existência da empresa (RICARTE, 20--). Ao falarmos de Custos Logísticos, a primeira visão é o aquele relacionado com o Frete. Apesar deste ser o mais significativo, eles não se resumem somente à isso. Podemos identificar Custos na Armazenagem, nos Estoques, no Processamento de Pedidos e é claro no Transporte (RICARTE, 20--). No Brasil, este parâmetro é mensurado pelo ILOS (Instituto de Logística e Supply Chain), que leva em consideração essencialmente os custos com transporte, estoque, armazenamento e administrativo (ILOS, 2011). De uma maneira mais detalhada, o Custo Logístico Total pode ser medido pela resolução da equação apresentada a seguir (adaptado de FARIAS et al., 201-): Custo Logístico Total = Custo de Administração + Custo de Armazenagem + Custo de Embalagem + Custo de Manutenção do Estoque + Custo de Lotes + Custo de Serviço ao Cliente + Custo de Tecnologia de Informação + Custo de transporte + Custo Tributário. Atualmente o mais importante de todos é o Custo de Transporte (RICARTE, 20--). No cenário brasileiro, este parâmetro tem diminuído no decorrer dos últimos anos, embora ainda se trate de um dos maiores do mundo, uma grande parcela disso pode ser atribuída ao sistema de transporte ineficiente (REBELO, 2011). Uma vez identificado quais são os Custos Logísticos, as empresas devem atentar para aqueles que geralmente não são computados por serem quase imperceptíveis. Um deles é o Custo de Oportunidade (RICARTE, 20--). Um dos fatores que alteram bastante a composição deste custo são os Juros, que ao se tratar de Brasil, onde os ele são altíssimos, os Custos de Oportunidade associados à Logística são relativamente altos se comparados com outros países. As empresas devem conhecer profundamente seus próprios Custos Logísticos, para que passem a ter condições de estabelecerem metas de diminuição e repassar os ganhos para a Cadeia como um todo. Assim, outras empresas pertencentes à Cadeia absorvem as novas práticas, reduzem seus Custos Logísticos, contribuindo para a competitividade da Cadeia. De acordo com estudos do Banco Mundial os custos logísticos no Brasil são altos de 10-15% do PIB quase duas vezes mais que nos EUA e nos 34 países que compõe a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OECD). Falta de boa infraestrutura, falta de gestão de estoques, armazenagem e administração burocrática aumentam os custos em pelo menos 20-30%. Com o descrito acima podemos chegar a importantes conclusões com relação ao custo logístico nacional, entre as quais cabe destacar (LIMA, 2006): a redução de custo de transporte de 1996 a 2004 nos EUA e no Brasil em relação ao PIB, apesar da elevação do preço do petróleo, provavelmente devido a um aumento da eficiência desta operação; o elevado custo de estoque brasileiro, que é quase o dobro do americano devido ao nosso elevadíssimo custo de capital; o expressivo aumento da receita do modal ferroviário no ano de 2004, que pode dar fôlego a novos investimentos, permitindo aumento do volume de cargas neste modal; o motivo do custo logístico no Brasil ser maior que o americano em termos proporcionais ao PIB está ligado, principalmente, à menor participação de serviços na nossa economia e ao menor valor agregado dos nossos produtos, além do nosso maior custo de capital. Para finalizar, vale destacar dois fatores básicos na composição dos custos logísticos. Primeiro são os valores de frete rodoviário praticados no Brasil que são bastante baixos; no entanto, a falta de infraestrutura adequada, aliada a problemas de capacidade e disponibilidade, muitas vezes inviabilizam o transporte de cargas por outros modais, muitas vezes mais adequados à distância e ao tipo de produto. Assim, o resultado acaba sendo um frete alto para quem paga, mas baixo para quem recebe. Segundo e talvez o mais impactante esta relacionado com os custos onde o empreendedor não tem muita ação que são aqueles relacionados ao “Custo Brasil” tais como o custo de oportunidade e o custo tributário que flutua na formatação de todos os outros custos. Assim apesar de tudo, o país tem um grande potencial para redução destes custos, mas para tanto é necessário que a política atual “mova-se” para alterar este cenário de que forma atuando em uma reforma tributária que facilite a circulação de produtos dentro e fora do país, assim como a instalação e incentivo ao uso de outros modais mais eficientes e mais baratos. Referências Bibliográficas: FARIAS, Ana Beatriz Gentil de et al. PERSPECTIVAS DO CUSTO LOGÍSTICO NO BRASIL E COMPARAÇÃO COM O CASO NORTE- AMERICANO. 201-. Disponível em: <http://www.otoc.pt/news/PENCUSTOS/pdf/146.pdf>. Acesso em: 21 out. 2014. INSTITUTO DE LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN (ILOS). (Brasil). 2011. Panorama ILOS Custos Logísticos no Brasil 2011. LIMA, Maurício Pimenta. Custos logísticos na economia brasileira. 2006. Disponível em: <http://www.coppead.ufrj.br/pt- br/upload/publicacoes/ArtLog_JAN_2006.pdf/>. Acesso em: 21 out. 2014. REBELO, Jorge. Logística de Carga no Brasil: Como reduzir Custos Logísticos e Melhorar Eficiência?. 2011. The World Bank. Disponível em: <http://siteresources.worldbank.org/BRAZILINPOREXTN/Resources/3817166- 1323121030855/JorgeRebelo.pdf?resourceurlname=JorgeRebelo.pdf>. Acesso em: 21 out. 2014. RICARTE, Marcos. A importância dos custos logísticos na cadeia de suprimentos. 20--. Disponível em: <http://www.pauloangelim.com.br/artigos3_52.html>. Acesso em: 21 out. 2014. 1 Biólogo, estudante de Engenharia Civil e Técnico em Logística PRONATEC/UNIP. 21.out.2014.

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    Andr Campos Colares Botelho1 Na nova era dos mercados competitivos e globalizados, o aspecto Custo vem cada vez mais assumindo uma importncia significante

    na busca frentica das empresas por maior eficincia e produtividade (RICARTE, 20--). Todavia ao visarem a reduo de custos, as organizaes vem focando somente na reduo do custo do produto e desprezando ou dimensionam mal aqueles relacionados Logstica.

    S para se ter uma ideia, este tipo de custo em geral assume a segunda posio em termo de valores, s perdendo para o prprio custo da mercadoria (alguns casos, como na produo de sal comum, os custos logsticos so at maiores do que o prprio custo do produto). Portanto, saber identificar e mensurar esse tipo de custo pode muitas vezes significar a prpria existncia da empresa (RICARTE, 20--).

    Ao falarmos de Custos Logsticos, a primeira viso o aquele relacionado com o Frete. Apesar deste ser o mais significativo, eles no se resumem somente isso. Podemos identificar Custos na Armazenagem, nos Estoques, no Processamento de Pedidos e claro no Transporte (RICARTE, 20--).

    No Brasil, este parmetro mensurado pelo ILOS (Instituto de Logstica e Supply Chain), que leva em considerao essencialmente os custos com transporte, estoque, armazenamento e administrativo (ILOS, 2011).

    De uma maneira mais detalhada, o Custo Logstico Total pode ser medido pela resoluo da equao apresentada a seguir (adaptado de FARIAS et al., 201-):

    Custo Logstico Total = Custo de Administrao + Custo de Armazenagem + Custo de Embalagem + Custo de Manuteno do Estoque + Custo de Lotes + Custo de Servio ao Cliente + Custo de Tecnologia de Informao + Custo de transporte + Custo Tributrio.

    Atualmente o mais importante de todos o Custo de Transporte (RICARTE, 20--). No cenrio brasileiro, este parmetro tem diminudo

    no decorrer dos ltimos anos, embora ainda se trate de um dos maiores do mundo, uma grande parcela disso pode ser atribuda ao sistema de transporte ineficiente (REBELO, 2011).

    Uma vez identificado quais so os Custos Logsticos, as empresas devem atentar para aqueles que geralmente no so computados por serem quase imperceptveis. Um deles o Custo de Oportunidade (RICARTE, 20--). Um dos fatores que alteram bastante a composio deste custo so os Juros, que ao se tratar de Brasil, onde os ele so altssimos, os Custos de Oportunidade associados Logstica so relativamente altos se comparados com outros pases.

    As empresas devem conhecer profundamente seus prprios Custos Logsticos, para que passem a ter condies de estabelecerem metas de diminuio e repassar os ganhos para a Cadeia como um todo. Assim, outras empresas pertencentes Cadeia absorvem as novas prticas, reduzem seus Custos Logsticos, contribuindo para a competitividade da Cadeia.

    De acordo com estudos do Banco Mundial os custos logsticos no Brasil so altos de 10-15% do PIB quase duas vezes mais que nos EUA e nos 34 pases que compe a Organizao para a Cooperao e Desenvolvimento Econmico (OECD). Falta de boa infraestrutura, falta de gesto de estoques, armazenagem e administrao burocrtica aumentam os custos em pelo menos 20-30%.

    Com o descrito acima podemos chegar a importantes concluses com relao ao custo logstico nacional, entre as quais cabe destacar (LIMA, 2006): a reduo de custo de transporte de 1996 a 2004 nos EUA e no Brasil em relao ao PIB, apesar da elevao do preo do petrleo, provavelmente devido a um aumento da eficincia desta operao; o elevado custo de estoque brasileiro, que quase o dobro do americano devido ao nosso elevadssimo custo de capital; o expressivo aumento da receita do modal ferrovirio no ano de 2004, que pode dar flego a novos investimentos, permitindo aumento do volume de cargas neste modal; o motivo do custo logstico no Brasil ser maior que o americano em termos proporcionais ao PIB est ligado, principalmente, menor participao de servios na nossa economia e ao menor valor agregado dos nossos produtos, alm do nosso maior custo de capital.

    Para finalizar, vale destacar dois fatores bsicos na composio dos custos logsticos. Primeiro so os valores de frete rodovirio praticados no Brasil que so bastante baixos; no entanto, a falta de infraestrutura adequada, aliada a problemas de capacidade e disponibilidade, muitas vezes inviabilizam o transporte de cargas por outros modais, muitas vezes mais adequados distncia e ao tipo de produto. Assim, o resultado acaba sendo um frete alto para quem paga, mas baixo para quem recebe. Segundo e talvez o mais impactante esta relacionado com os custos onde o empreendedor no tem muita ao que so aqueles relacionados ao Custo Brasil tais como o custo de oportunidade e o custo tributrio que flutua na formatao de todos os outros custos.

    Assim apesar de tudo, o pas tem um grande potencial para reduo destes custos, mas para tanto necessrio que a poltica atual mova-se para alterar este cenrio de que forma atuando em uma reforma tributria que facilite a circulao de produtos dentro e fora do pas, assim como a instalao e incentivo ao uso de outros modais mais eficientes e mais baratos.

    Referncias Bibliogrficas:

    FARIAS, Ana Beatriz Gentil de et al. PERSPECTIVAS DO CUSTO LOGSTICO NO BRASIL E COMPARAO COM O CASO NORTE-AMERICANO. 201-. Disponvel em: . Acesso em: 21 out. 2014. INSTITUTO DE LOGSTICA E SUPPLY CHAIN (ILOS). (Brasil). 2011. Panorama ILOS Custos Logsticos no Brasil 2011. LIMA, Maurcio Pimenta. Custos logsticos na economia brasileira. 2006. Disponvel em: . Acesso em: 21 out. 2014. REBELO, Jorge. Logstica de Carga no Brasil: Como reduzir Custos Logsticos e Melhorar Eficincia?. 2011. The World Bank. Disponvel em: . Acesso em: 21 out. 2014. RICARTE, Marcos. A importncia dos custos logsticos na cadeia de suprimentos. 20--. Disponvel em: . Acesso em: 21 out. 2014.

    1 Bilogo, estudante de Engenharia Civil e Tcnico em Logstica PRONATEC/UNIP. 21.out.2014.