A IMPORTÂNCIA DA METODOLOGIA STRATEGIC SOURCING …
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LARISSA DE ANGELI FRIEBER
A IMPORTÂNCIA DA METODOLOGIA STRATEGIC
SOURCING PARA ÁREA DE COMPRAS
Trabalho apresentado ao curso MBA em
Gerenciamento de Projetos, Pós-Graduação lato
sensu, da Fundação Getulio Vargas como
requisito parcial para a obtenção do Grau de
Especialista em Gerenciamento de Projetos.
ORIENTADOR: Prof. Arnaldo Lyrio Barreto
Três Lagoas
Dezembro/ 2018
FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
PROGRAMA FGV MANAGEMENT
MBA EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS
O Trabalho de Conclusão de Curso
A importância da metodologia strategic sourcing para área de compras
elaborado por Larissa De Angeli Frieber
e aprovado pela Coordenação Acadêmica do curso de MBA em Gerenciamento de Projetos,
foi aceito como requisito parcial para a obtenção do certificado do curso de pós-graduação,
nível de especialização do Programa FGV Management.
Três Lagoas, 04 de Dezembro de 2018
André Barcaui
Coordenador Acadêmico Executivo
Arnaldo Lyrio Barreto
Professor Orientador
TERMO DE COMPROMISSO
A aluna Larissa De Angeli Frieber, abaixo assinado, do curso de MBA em Gerenciamento de
Projetos, Turma ABS21604-TEGPJGPRO 1 do Programa FGV Management, realizado nas
dependências da FGV Três Lagoas, no período de 25/11/2016 a 04/10/2018, declara que o
conteúdo do Trabalho de Conclusão de Curso intitulado A importância da gestão estratégica
de suprimentos para as organizações é autêntico, original e de sua autoria exclusiva.
Três Lagoas, 04 de Dezembro de 2018
Larissa De Angeli Frieber
Dedico este trabalho à minha família e amigos
(as), que tanto apoiaram e incentivaram o meu
crescimento profissional.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por me dar saúde, sabedoria e muita força para superar
todas as dificuldades.
A minha família, por todo o amor que me deram, além da educação, ensinamentos e
apoio.
A esta instituição e todo seu corpo docente, além da conveniada e sua administração que
me proporcionaram as condições necessárias para que eu alcançasse meus objetivos.
E enfim, a todos que contribuíram para a realização deste trabalho, seja de forma direta
ou indireta, fica registrado aqui, o meu sincero agradecimento.
RESUMO
A competitividade global faz com que as organizações tenham como foco suas estratégias de
negócio, o que determinam constantes necessidades de mudanças e adaptações para garantir
resultados e aumentar lucratividade. As pressões são cada vez maiores, passando a exigir
formas diferentes e seguras de se atingir melhores resultados, requerendo ações estratégicas
das empresas, principalmente em relação à utilização dos recursos. Diante deste cenário,
tornou-se evidente o papel estratégico da área de suprimentos, devido ao seu poder de gerar
economia, minimizar riscos e garantir melhores índices de serviços. Ao longo do tempo a área
de compras precisou evoluir e buscar alinhamento com as estratégias da companhia. Surge-se
então a metodologia Strategic Sourcing (ou Compras Estratégicas), que visa redução do custo
total de aquisição de materiais e serviços, assim como a melhoria da qualidade das entregas e
do relacionamento com o mercado fornecedor. Sendo assim, o presente estudo tem por
objetivo discorrer sobre metodologia destacando as principais vantagens e os principais
desafios na adoção do modelo na estratégia de compras das organizações. Com o resultado de
pesquisa, pode-se concluir que a implementação da metodologia permite não somente garantir
o abastecimento como também agregar valor ao negócio
Palavras-Chave: compras, gestão estratégica, strategic sourcing
ABSTRACT
Global competitiveness makes organizations focus on their business strategies, which
determine constant change and adaptation needs to ensure results and increase profitability.
Pressures are increasing, demanding different and secure ways to achieve better results,
requiring strategic actions by companies, especially in relation to the use of resources. Given
this scenario, the strategic role of the supply area became evident due to its power to generate
savings, minimize risks and guarantee better service levels. Over time, the purchasing area
needed to evolve and seek alignment with the company's strategies. The Strategic Sourcing
(or Strategic Purchasing) methodology was developed, which aims to reduce the total cost of
acquiring materials and services, as well as improving the quality of deliveries and the
relationship with the supplier market. Therefore, the present study aims to discuss
methodology by highlighting the main advantages and the main challenges in adopting the
model in the organizations' purchasing strategy. With the result of research, it can be
concluded that the implementation of the methodology allows not only guaranteeing supply
but also adding value to the business.
Keywords: procurement, strategic management, strategic sourcing.
LISTA DE FIGURAS E TABELAS
FIGURA 1: ENVOLVIMENTO DA ÁREA DE COMPRAS NOS NÍVEIS DE DECISÃO
DA ORGANIZAÇÃO..............................................................................................................12
FIGURA 2: MATRIZ DE KRALJIC.......................................................................................13
FIGURA 3: METODOLOGIA DE STRATEGIC SOURCING POR ANDERSON E KATZ
...................................................................................................................................................16
FIGURA 4: METODOLOGIA DE STRATEGIC SOURCING POR KEARNEY...............17
FIGURA 5: PRINCIPAIS ETAPAS IDENTIFICADAS NOS MODELOS DE STRATEGIC
SOURCING..............................................................................................................................18
FIGURA 6: PROCESSOS DO STRATEGIC SOURCING...................................................20
FIGURA 7: RAZÕES PARA O USO DO STRATEGIC SOURCING NAS EMPRESAS
BRASILEIRAS........................................................................................................................22
FIGURA 8: VANTAGENS OBTIDAS COM O STRATEGIC SOURCING.......................22
FIGURA 9: RAZÕES PARA NÃO USAR O STRATEGIC SOURCING...........................23
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1
2. A ÁREA DE COMPRAS ....................................................................................... 4
3. STRATEGIC SOURCING .................................................................................. 14
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA ................................................ 25
5. CONCLUSÕES .................................................................................................. 26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 29
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1. INTRODUÇÃO
Com o mercado cada vez mais dinâmico e competitivo, faz-se necessário buscar
continuamente o aumento da produtividade e práticas que proporcionem redução de custos.
Para Bim (2016, p.17)
Todos os dias as empresas se deparam com todo o tipo de dificuldades e desafios na
condução de seus negócios e na geração de lucros para seus acionistas, investidores
e sócios. É só olhar o noticiário econômico, diariamente, para termos evidências de
que essa dificuldade faz parte do dia a dia das empresas.
Ainda de acordo com Bim (2016), pode se entender que a forma como as empresas
vendem e a forma como elas compram pode impactar diretamente nos seus resultados. Que
apesar do foco da maioria das organizações para gerar resultados, redução de custos e
aumentar lucratividade esteja na área de vendas, é justamente na área de compras que se
podem gerar resultados importantes de maneira ágil, gerando impactos relevantes na
lucratividade, seja de curto a médio.
Segundo Gaither e Frazier (2001, apud GHI SU et al., 2010 p. 2)
A área de compras desempenha um papel fundamental na realização dos objetivos
estratégicos da empresa, pois pode afetar a rápida entrega de produtos e serviços,
entregas no tempo certo, além de custos da operação e qualidade do produto/serviço,
elementos chaves na estratégia de operações de qualquer empresa.
Na literatura atual e em diversos estudos, são destacadas as evoluções da função de
compras e suprimentos dentro das empresas e a adoção de estratégias de compras em
consonância com a estratégia corporativa e os impactos da adoção destas estratégias no
desempenho geral do negócio.
Conforme Ervilha (2012, p. 177)
O impacto no balancete da empresa é três vezes maior que a economia feita em uma
única negociação de compras. Essa visão estratégica de compras deve partir de uma
análise da área relacionada tanto com as oportunidades e pontos fortes do negocio
serem alavancados como com os problemas e pontos fracos a serem eliminados ou
reduzidos.
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Ainda segundo Dias e Costa (2003, apud GHI SU et al., 2010 p. 2)
A área de compras oferece grandes oportunidades para redução de gastos das
empresas e por consequência, de incremento de lucro. É importante observar que os
ganhos obtidos pela área de compras acabam somando-se quase diretamente à conta
―lucro‖, ou seja, cada unidade monetária economizada em compras gera mais uma
unidade monetária de lucro.
Para que a área de compras consiga atingir estes objetivos, o gestor responsável por
esta atividade precisa adotar as melhores práticas conhecidas, como a metodologia Strategic
Sourcing ou Compras Estratégicas.
Desta forma, pretende-se neste estudo discorrer sobre a metodologia Strategic
Sourcing, seu processo de estruturação, apresentar as vantagens decorrentes da aplicação
dessa metodologia, bem como suas complexidades.
Deste modo, para a efetivação do estudo utilizar-se-á como procedimento
metodológico uma pesquisa bibliográfica, ou seja, seus alicerces encontrar-se-ão dentro de
embasamentos teóricos e científicos situados em livros e artigos publicados sobre o assunto.
Este trabalho está delimitado a informar o conceito, vantagens e complexidades na
implementação da metodologia Strategic Sourcing na área de compras. Ressalta-se que os
conceitos que serão apresentados sobre a metodologia, podem ser utilizados a qualquer tipo
de compra de bens e serviços e em qualquer segmento de mercado.
O objetivo geral do trabalho é evidenciar a importância da utilização da metodologia
Strategic Sourcing na área de compras. Adicionalmente, busca-se atingir os seguintes
objetivos específicos:
Realizar revisão de literatura sobre a evolução do processo de compras, suas principais
características e funções;
Realizar revisão de literatura sobre o conceito de Strategic Sourcing, apresentando
modelos de abordagem, diretrizes para estruturação e utilização da metodologia;
Demonstrar complexidades, vantagens e a importância da utilização da metodologia que
é objeto deste estudo.
A relevância atual do tema pode ser percebida uma vez que a área de compras passa a
ser mais estratégica, concentrando-se em atividades de centralização de demandas,
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relacionamento de longo prazo com fornecedores e prestadores de serviços e redução do custo
total durante todo o ciclo de vida da aquisição e/ou contratação.
De acordo com Bim (2016), pode se entender que a utilização da metodologia
Strategic Sourcing é uma opção bastante atraente, já que estes processos estratégicos podem
trazer retornos 10 vezes sobre custo de investimento inicial de sua aplicação.
Para elucidar o presente estudo, o trabalho será composto inicialmente por uma
introdução para a contextualização do assunto, a justificativa e relevância do mesmo e os
objetivos específicos.
A segunda parte aborda a fundamentação teórica necessária para embasar o estudo, com
referência à área de compras, sua evolução ao longos os últimos anos, bem como suas
principais funções e contribuições para as empresas.
A terceira parte aborda a fundamentação teórica necessária embasar o estudo, com
referência a metodologia Strategic Sourcing, seus conceitos, vantagens e dificuldades de
implantação na área de compras
Partindo dessa fundamentação, o trabalho sintetiza tópicos diversos capazes de
contribuir para o entendimento dos impactos da metodologia Strategic Sourcing. Com isso,
pretende-se chegar a uma visão mais generalista e abrangente a respeito da importância da
metodologia para a área de compras.
A última parte apresenta o encerramento do trabalho, tecendo algumas conclusões
gerais a respeito dos tópicos específicos apresentados.
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2. A ÁREA DE COMPRAS
2.1 A evolução da importância da área compras
De acordo com Chiavenato (1991), cada empresa organiza o seu órgão de compras de
acordo com as suas necessidades de materiais. Na realidade, as empresas industriais
organizam as compras conforme os materiais a serem comprados, o processo produtivo, o
mercado fornecedor e outros fatores,
O atual posicionamento da função do setor de compras diferencia-se bastante do que
era conhecido antigamente, quando este setor era visto apenas por cumprir um papel
essencialmente burocrático.
Conforme Axelsson et al. (2005, apud GHI SU et al., 2010 p. 2), o conceito de
compras se desenvolveu a partir da década de 50 , quando este ainda era definido por uma
série de atividades e responsabilidades que objetivavam aquisições, com condições e preços
vantajosos, dos serviços e mercadorias necessários para o funcionamento de uma empresa.
De acordo com Pasquale (2016), pode se entender que até por volta da década de 70,
as empresas tinham uma mentalidade voltada para a produção, buscando produzir mais para
vender em tal medida e em muitos casos produzindo mais que o necessário.
Passados alguns anos, emergia uma abordagem mais ampla e orientada para o
mercado, evoluindo o conceito de compras, passando a se referir a aquisições em um fluxo
ajustado, incluindo aspectos avaliativos antes não considerados, como volume de aquisição e
prazos envolvidos no processo.
Os novos modelos de produção, por consequência, implicaram em novos modelos
de administração e de gestão dos negócios. Em um ambiente em que a única
constante é a mudança, as empresas precisam se adaptar para sobreviver e crescer.
Diante de um cenário extremamente dinâmico, marcado por incessantes mudanças,
que se apresentam nas mais diversas formas, surgiram algumas práticas que buscam
uma maior redução de custos, e uma dessas práticas dentro da área de compras é
comprar de forma planejada e estratégica (PASQUALE, 2016, p.6).
Ainda segundo Baily et al. (2000, apud GHI SU et al., 2010 p. 3)
Vários fatores contribuíram para o aumento da importância do e do papel da
atividade de compras, destacando-se: a aplicação de conceitos de vantagem
competitiva (benchmarking, TQM, o just i time, a produção enxuta, foco no
consumidor, parceria com fornecedores e outras); o avanço tecnológico e
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especialização de fornecedores. A automação da manufatura; a competição global; e
a maior proporção de compras junto a um menor número de fornecedores.
Assim a área de compras passou a ser tratada como componente essencial para
atingimento dos objetivos estratégicos corporativos. O alinhamento entre as estratégias de
compras e as políticas e valores da empresa garantem uma interação positiva entre
departamentos e não permite a chance de ser tratada com uma função isolada dentro da
organização.
Com foco constante na melhoria dos processos ao longo da cadeia de suprimentos,
reduzindo prazos de entrega, melhorando a qualidade dos bens/serviços e principalmente
buscando significativas reduções de custo, a área de compras evoluiu fortemente nos últimos
anos, contribuindo eficazmente para aumentar o nível de competitivas das empresas (GHI SU
et al. 2010, p. 3).
Estes pontos de vista mostram o desenvolvimento da área de compras e ressaltam o
aumento da sua importância ao longo dos anos, tornando-se um setor essencial e estratégico
para as organizações.
2.2 O papel da área de compras
Toda empresa tem uma área de atuação primária, com a qual tem a necessidade de
focar-se e preocupar-se constantemente, para que o foco central do negócio (core business)
não seja prejudicado. Por não serem autossuficientes, necessitam buscar o mercado
fornecedor para adquirir produtos, serviços ou resultados para obtenção dos meios necessários
para condução dos negócios.
―As unidades de compras existem para realizar estas contratações, negociarem,
buscarem as melhores alternativas, dentro e fora do seu país‖ (PASQUALE, 2016, p. 43).
Para Chiavenato (1991)
A função Compras é uma área voltada para fora da empresa — fornecedores
externos — a interação entre a mesma e os demais setores da empresa é
imprescindível para manter o controle dos estoques com segurança, prevendo a
sazonalidade do mercado e sabendo as condições de caixa da empresa.
Segundo Arnold (1999), ―a função compras é responsável pelo estabelecimento do
fluxo dos materiais na organização, pelo segmento junto ao fornecedor, e pela agilidade da
entrega‖.
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Dias (2005, apud. GARCIA, 2017), complementa que, o objetivo das atividades de
compras é obter e coordenar o fluxo contínuo de suprimentos de modo a atender aos
programas de produção; comprar os materiais aos melhores preços, não fugindo aos
parâmetros qualitativos e quantitativos; e procurar as melhores condições para a empresa.
Deve haver um alinhamento entre os objetivos das atividades de compras com os
objetivos estratégicos da empresa, visando o melhor atendimento dos clientes, tornando a
função compras extremamente dinâmica. (MARTINS e ALT, 2001).
Baily et al. (2000 apud. GARCIA, 2017) também afirmam que o processo de compras
cada vez mais está se envolvendo na tomada de decisões estratégicas das empresas, pois
compras são vistas como uma área de agregação de valor, não simplesmente de redução de
custos e também a maior consciência do crescimento do gasto em materiais e do potencial de
lucro de compras.
Se a empresa pode ser visualizada como um sistema aberto, pode-se, segundo
Chiavenato (1991), entender que o subsistema de compras é que garante os seus insumos e
entradas, atuando como interface em relação ao ambiente externo.
Segundo Arnold (1999), a função de compras é muito mais ampla e, se realizada de
maneira correta, envolve todos os departamentos da empresa. Obter o material certo, nas
quantidades certas, com a entrega correta, da fonte correta e no preço certo são todas funções
de compras.
Dias (1993, apud BRANDÃO, 2008, p. 25) coloca que a finalidade da função compras
é suprir as necessidades de materiais ou serviços, planejá-las quantitativamente e satisfazê-las
no momento certo com as quantidades corretas, verificar se recebeu efetivamente o que foi
comprado e providenciar armazenamento. O autor apresenta os objetivos básicos da função
compras:
a) Obter um fluxo contínuo de suprimentos a fim de atender aos programas de produção;
b) Coordenar esse fluxo de maneira que seja aplicado um mínimo de investimento que
afete a operacionalidade da empresa;
c) Comprar materiais e insumos aos menores preços, obedecendo a padrões de
quantidade e qualidade definidos;
d) Procurar sempre dentro de uma negociação justa e honesta as melhores condições para
a empresa, principalmente em condições de preço e pagamento.
O setor de compras está também inter-relacionado com os níveis de estoque. A ele
compete à tarefa de equilibrar a quantidade de materiais a serem comprados para que os
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demais departamentos da empresa encontrem-se satisfeitos continuamente. É importante que
se consiga otimizar o investimento, aumentando o uso eficiente dos meios financeiros,
minimizando as necessidades de capital investido em estoques (DIAS, 2005 apud GARCIA,
2017).
Dias (2005) ainda afirma que esta é uma questão delicada e que está diretamente
ligada à administração de compras, pois níveis de estoque, apesar de significarem uma
segurança de que a produção não precisará sofrer interrupções, ao mesmo tempo demanda
custos na maioria das vezes altos para a empresa, pois tem que ser armazenados e controlados
constantemente. Os níveis de estoque da empresa, por exemplo, afetam o custo de produção e
podem trazer outros problemas, como a necessidade de um maior controle, de pessoal e
despesas com a sua manutenção.
De acordo com a afirmação do autor, fica evidente o grau da atenção que deve ser
dada a esta área, já que além de realizar aquisições, também gerencia estoques buscando
níveis equilibrados. O sucesso na execução das atividades pode ser motivo de redução de
custos para empresa, por isso cabe aos gestores por tal processo estarem atentos a todos os
aspectos que envolvem a administração da área de compras.
Toda empresa na consecução de seus objetivos necessita de grande interação entre
todos os seus departamentos ou processos, no caso de assim estar organizada, assim afirmam
Martins e Alt (2001). Os autores ainda afirmam que a área de compras interage intensamente
com todas as outras, recebendo e processando informações, como também alimentando outros
departamentos de informações úteis às suas tomadas de decisão.
Ainda segundo Baily (2000, apud CARDOSO, 2012, p. 24) há muitas diferenças na
organização e procedimentos nos departamentos de compras, não somente entre indústrias e
administração pública, mas também dentro de indústrias especificas e até mesmo entre
empresas do mesmo grupo.
A partir das características e funções básicas da área de compras, é essencial
apresentar o ciclo de compras como normalmente é realizado pelas organizações e em seguida
destacar a etapa de negociação e as estratégicas de compras.
2.3 Ciclo de compras
Conforme Chiavenato (1991, p. 103)
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As atividades de compras são basicamente cíclicas e repetitivas. Cíclicas por que
envolve um ciclo de etapas que necessariamente devem ser cumpridas, cada qual ao
seu tempo e uma após a outra. Repetitiva porque o ciclo é acionado cada vez que
surge a necessidade de se adquirir um determinado material.
Apesar da afirmação Baily (2000) onde coloca que há muitas diferenças entre
organizações e procedimentos por elas executados, pode-se, segundo Chiavenato (1991),
entender que independente do porte da empresa, o ciclo de compras consiste basicamente nos
seguintes passos:
a) Receber e analisar a requisição de compra (RC): quando o cliente interno ou também
chamado de usuário final, decide pela necessidade de adquirir, ele emiti uma
requisição de compra interna que pode ser enviada por meio de um sistema integrado
ou outro caminho usado pela empresa, com as especificações e demais aspectos
relevantes para atender sua necessidade;
b) Pesquisa e seleção de fornecedores: Identificar e selecionar fornecedores potenciais.
Para o autor é ideal que a empresa mantenha uma base de dados com todas as
informações dos seus fornecedores já atuantes e também dos potenciais fornecedores
para que seja capaz de sugerir alternativas, pois desta forma poderá facilitar a obtenção
dos produtos;
c) Negociação com o fornecedor: nesta etapa é feita a negociação de preço e setor de
compras tentará obter o melhor preço junto ao fornecedor;
d) Acompanhamento do pedido: após emissão do pedido de compras, o setor de compras
deve garantir que o fornecedor realmente entregue pontualmente o produto adquirido;
e) Controle do recebimento do material comprado: quando o produto é recebido, passa
por uma inspeção a fim de garantir que foram enviados de forma correta, na
quantidade certa e que não foram danificados no transporte.
Para Xavier et al. (2013, p. 28), reforça que no primeiro passo Receber e analisar a
requisição de compra, que ―é de grande importância que nesse processo que os clientes façam
uma comunicação clara de suas necessidades e dos critérios a serem empregados no processo
de seleção do fornecedor‖. Pode-se, ainda segundo o autor, entender que este critério
influenciará positivamente na etapa de pesquisa e seleção de fornecedores.
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Ainda segundo Xavier et al. (2013, p. 28), ―tal aspecto representa fator crítico de
sucesso para a obtenção de propostas técnico-comerciais competitivas , consistentes e
coerentes com as necessidades dos cliente‖.
Desta forma o processo de negociação é enriquecido pelo incentivo a concorrência
entre fornecedores, dando ao cliente e ao setor de compras opções de fornecimento, pautados
por critérios seleção, definir do fornecedor vencedor.
2.4 Negociação
―Negociação é um processo em que tentamos influenciar outros para que nos ajudem a
alcançarmos nossas necessidades enquanto, ao mesmo tempo, levamos a necessidades deles
em conta‖ (LEWICKI et al., apud CARVALHAL et al., 2014, p. 31).
Para David Berlew (1996, apud Carvalhal et al., 2014, p. 31) ―Negociação é um
processo em que duas ou mais partes, com interesses comuns e antagônicos, se reúnem para
confrontar e discutir propostas explícitas (comunicação) com o objetivo de alcançar um
acordo‖.
Na área de compras, segundo Chiavenato (1991) dá-se o nome negociação a toda a
forma de contato entre compras e o fornecedor para reduzir as diferenças e divergências. O
autor ainda complementa que a negociação serve para definir como será realizado o
atendimento dos pedidos de compra por parte do fornecedor.
De acordo com Heinritz (1983, apud ROMANO, 2012, p.33):
A aquisição por meio da negociação é a arte de se chegar a um entendimento comum
por meio de barganha sobre os pontos essenciais de um encontro, tais como a
entrega, especificações, preços e termos em geral. Devido à inter-relação desses
fatores com muitos outros, é esta uma difícil arte, que requer o exercício de
julgamento, tato e bom senso.
Os conceitos citados indicam a existência de interesses entre as partes que acabam
refletindo aspectos relacionais e essenciais orientados para a definição de um acordo. Pode-se,
segundo Carvalhal (2014, p.31), entender que a negociação é um processo linear,
caracterizado por tempo e movimento.
Pode ser visto de forma sistêmica, pois visa abordar a situação e obter um produto
melhor como fruto da interferência. Essa interferência precisa levar em conta as
variáveis do ambiente, nele incluídas as pessoas e suas emoções, e as regras do jogo.
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Negociar implica a escolha e a utilização de abordagens apropriadas e a percepção
do tempo adequado para utilizá-las, afetando a movimentação das partes ao longo do
processo.
Assim podemos perceber que a negociação é muito mais do que uma troca bilateral
simples; deve ser considerada uma competência de gestão que envolve buscar e construir
acordos que, atendam aos interesses, da melhor forma possível (CARVALHAL et al., 2014,
p.32).
Apesar dos elementos de competição ligados ao processo, a negociação não deve ser
considerada como uma disputa em que uma das partes ganha e a outra tem prejuízo. Nesta
etapa, é muito importante a figura do comprador (negociador) e saber negociar, usar as
melhores táticas e estratégias são habilidades essenciais para que as negociações atinjam os
objetivos esperados.
Podemos ver, segundo Carvalhal et al. (2014, p.34), que a negociação é um processo
que passa por três fases, consideradas as mais importantes: planejamento execução e controle.
Elas são decompostas em estágios, nas negociações simples, a passagem é imperceptível,
diferentemente das negociações complexas, onde há um movimento cíclico e detalhado em
estágios.
Carvalhal et al. (2014, p.35) traz as características de cada fase:
O planejamento proporciona ao negociador uma visão mais clara do cenário que
poderá encontrar; contribui, também, para reduzir o grau de ansiedade e insegurança
geradas por situações novas. O planejamento funciona como um laboratório de
hipóteses sobre como estimular as concessões e como resistir às tentativas de
persuasão da outra parte na execução.
A execução, melhor percebida pela sua segmentação em estágios – preliminar,
abertura, exploração e encerramento -, possibilita ao negociador canalizar energias
relacionais e substantivas de intensidade e natureza adequadas em cada momento.
Com essa segmentação, a identificação e a organização das possíveis ações táticas
permitem facilitar o reconhecimento das divergências a fim de buscar
convergências, limitando desgastes desnecessários decorrentes de contra
argumentações em círculos feitas de maneira caótica.
O controle deve ser feito de forma sistêmica, tanto das condições do que foi
acordado, o que ajuda a construir os alicerces da credibilidade por meio do
acompanhamento da implementação, quanto na avaliação dos comportamentos dos
negociadores, que, quando feita de forma analítica, consolida a melhoria individual
graças ao aprendizado obtido pela reflexão após cada interação.
Fica evidenciado que a qualidade da fase de planejamento é essencial no processo de
negociação, por isso deve ser estruturado corretamente, levando em consideração a
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complexidade da negociação. Com isso o negociador procurará se antevir a execução para que
o acordo desejado seja possível.
2.5 Estratégias de compras
Conforme Ervilha (2012, p. 181)
O impacto da aquisição de bens e serviços é alto e a atividade de compra responde
por esse componente do custo de produção e mercadorias vendidas. A importância
estratégica cresce à medida que é demonstrada nessas atividades a sua contribuição
no botton line do balancete de contas da organização.
―Essa visão estratégica de compras deve partir de uma análise da área relacionada
tanto com as oportunidades e pontos fortes do negócio serem alavancados como com os
problemas e pontos fracos a serem eliminados ou reduzidos‖.
O conceito de compra estratégicas conforme sintetizado por Martins (2005), baseado
nos estudos de Monczka et al. (2002), pode ser definido como um conjunto de funções e
atividades realizadas pela área de compras, de forma a atingir os objetivos traçados pelo
planejamento estratégico da organização.
Pode-se, segundo Baily (2011 apud ), entender que uma operação de compras
estratégica proativa pode dar à organização uma vantagem competitiva ao reduzir o
desperdício na cadeia de valor. Entretanto, as estratégias de compras não podem ser
desenvolvidas isoladamente. Elas precisam estar integradas à estratégia corporativa para ser
bem sucedidas.
Para Ervilha (2012, p. 181)
O surgimento da gestão da qualidade total, inicialmente na produção, e a aplicação
de conceitos como just in time, maximizando a cadeia de suprimentos e colocando
as empresas em um patamar de competitividade maior, abre o caminho para a área
de compras especializar-se na busca de técnicas inovadoras de gestão, elevando-se a
uma condição estratégica e somando-se a outras área da empresa.
A evolução dos processos de compra segue o ritmo da adaptação e inovação que as
empresas vêm adquirindo ao longo dos últimos anos, em razão do aumento da
competitividade. As atividades de compras passam a ser especializadas, saindo do operacional
para os níveis tático e estratégico.
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Figura 1: Envolvimento da área de compras nos níveis de decisão da organização
Fonte: Compras: princípios e administração (Baily, 2011).
Para Baily (1998, apud ROMANO, 2012, p.33):
À medida que o nível de atenção dedicado a suprimentos aumenta, o trabalho tende
a tornar-se mais estratégico, concentrando-se com mais ênfase em atividades como
negociação de relacionamentos no longo prazo, desenvolvimento de fornecedores e
redução no custo total. Em empresas com a função de compras bem desenvolvida,
apenas um pequeno período do tempo e gasto em atividades burocráticas e
administrativas, pois a maior parte das atividades concentra-se no estabelecimento e
no desenvolvimento de relacionamentos apropriados, de longo prazo, com
fornecedores.
Considerando os diferentes tipos de empresa e necessidades por elas levantadas,
considerar uma única abordagem de compras para os diversos produtos, insumos e serviços,
traz malefícios não só para processos, mas também para os objetivos corporativos. É
importante classificar os itens, cruzando dados analíticos, determinando genericamente em
quatro grandes grupos de itens: alavancagem, estratégicos, não críticos e de gargalo.
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3. STRATEGIC SOURCING
Ghi Su et al.(2010, p. 3) discorre que Strategic Sourcing é um termo relativamente
novo que começou a ser muito utilizado a partir da década de 90, mas que nos últimos anos
teve um crescimento bastante expressivo, de forma que já existem empresas prestadoras de
serviços de consultoria, especializadas nesta metodologia.
Para Pasquale (2012, p. 3), ―o Strategic Sourcing é uma metodologia utilizada nas
empresas, principalmente nas áreas de compras e de suprimentos, cuja finalidade é contratar
serviços de forma planejada e estratégica, respeitando alguns métodos e algumas etapas antes
de ir ao mercado‖.
Para Anderson e Katz (1998), Strategic Sourcing é uma metodologia que utiliza o
conceito de Custo Total de Propriedade (Total Cost of Ownership), utilizada por empresas
para determinar a estratégia para diferentes categorias de compras de acordo com seu valor,
para o alcance dos objetivos internos e de satisfação dos clientes.
Smeltzer et al. (2003, apud GHI SU, 2010) cita que, para garantir que a função de
compras esteja alinhada com os objetivos de longo prazo das organizações, muitas empresas
migraram das compras táticas para o Strategic Sourcing. Compras táticas focam nas
transações básicas necessárias para adquirir produtos e serviços requeridos pelas
organizações. Strategic Sourcing é um processo sistêmico e abrangente para aquisição de
produtos/serviços e gestão de relacionamento com os fornecedores, de forma a agregar valor
para atingimento dos objetivos de longo prazo das organizações.
É através Strategic Sourcing, de acordo com Bim (2016, p. 65), que se permite a
identificação de oportunidades de redução de custos, através da análise sistêmica da situação
atual, incluindo: planejamento estratégico, diagnósticos de Gastos, mapeamento da base de
fornecedores, entendimento dos processos e competências; avaliação dos cenários e
implementação se processos colaborativos.
Discorre-se, em sentido amplo que a orientação da função de compras permitiu o
surgimento da metodologia Strategic Sourcing como direcionador da aplicação prática dos
conceitos estratégicos. A metodologia passou a ser vista como fonte de vantagem competitiva,
já que contribui para redução de custo e tempo, desenvolvimento de tecnologia,
aprimoramento de qualidade dos produtos e serviços adquiridos.
15
Ainda assim, para que o processo de Strategic Sourcing alcance os resultados
mencionados, é recomendável que a sua implementação tenha contribuição não somente da
área de compras, mas também de todos os clientes internos das diversas áreas da empresa.
As equipes interfuncionais ou os grupos operacionais que envolvem as diversas
áreas (players) de um processo, como o marketing, o financeiro, a produção, a
engenharia, a qualidade, o planejamento da produção e o orçamento, devem
compartilhar seus interesses e experiências trazendo conhecimento, analisando os
itens de compras, enfocando os objetivos empresariais. Esses grupos têm o proposito
de equacionar os problemas relacionados com o suprimento de materiais e serviços,
encontrando soluções que facilitem a seleção de fornecedores qualificados
(ERVILHA, 2012, p. 183).
A avaliação e seleção de fornecedores, por exemplo, é uma etapa que no cenário
estratégico, assume proporções bem diversas daquelas observadas na seleção conduzida em
fases anteriores de compras.
Ervilha (2012, p. 183), pondera que os fornecedores passam por um crivo maior,
passando a ser analisados por sua capacidade técnica, de produção e financeira, atualização
tecnológica, estratégias, politica comercial, gerenciamento dos serviços, certificações
diversas, governança corporativa, potencialidades de relacionamento de longo prazo e outros
critérios exigidos.
Na literatura, a metodologia é vista de várias formas. Novack e Simco (1991, [s.p.])
foram dois dos primeiros autores e propuseram um modelo de 4 (quatro) etapas:
1. Determinação do tipo de compra: a definição do tipo de compra define a
complexidade do processo;
2. Determinação do nível necessário de investimento: O processo de compra
requer dois tipos de investimentos: tempo e informação. Tempo é gasto pelos
indivíduos envolvidos na execução da compra, e quanto mais importante e
complexo é a aquisição, mais tempo é necessário. Informação pode ser interna
ou externa à firma;
3. Execução do processo de compra: corresponde a realização de 11 atividades
operacionais de compras para satisfazer as necessidades dos usuários;
4. Avaliação da eficácia do processo de compras: esta é a etapa de controle e
procura responder a duas questões: 1) As necessidades dos usuários foram
16
satisfeitas? e 2) O investimento era necessário? Se o processo não foi eficaz, a
causa pode ser falta de investimento (tempo/informação), não-realização das
atividades apropriadas, ou erros no desempenho de uma ou mais atividades.
A metodologia para Anderson e Katz (1998, p.7) é composta por 6 (seis) etapas, como
descrito e ilustrado abaixo.
1. Criação do plano anual: nesta etapa são definidos os objetivos e o foco de
atuação anual por categoria de compra;
2. Desenvolvimento de requerimentos: especificações detalhadas e corretas dos
produtos e serviços são elementos críticos para a cadeia de valor de
suprimentos;
3. Desenvolvimento da estratégia de compras: envolve desde a decisão de
produzir ou comprar (make or buy) até a definição de como será feita a
compra;
4. Avaliação e seleção de fornecedores: as decisões relacionadas ao
desenvolvimento de requerimentos e estratégia de compra tipicamente definem
o conjunto inicial de fornecedores que serão considerados;
5. Aquisição dos materiais/serviços: esta é a etapa operacional, de execução das
atividades de compra;
6. Gerenciamento dos relacionamentos com os fornecedores: as empresas líderes
enxergam seus relacionamentos com os fornecedores como ativos da empresa,
e não simples fontes de fornecimento de materiais ou serviços ao menor custo
possível.
Figura 3: Metodologia de Strategic Sourcing por Anderson e Katz.
Fonte: Anderson e Katz (1998)
17
O ponto de vista de A. T. Kearney (2005, [s.p.]), a metodologia de Strategic Sourcing é
composta por 7 (sete) etapas, como descrito e ilustrado abaixo.
Análise da situação atual: inclui a preparação do projeto, formação da equipe
multifuncional, levantamento das especificações, necessidades e expectativas dos
clientes internos, a análise detalhada dos gastos referentes a categoria de compra
escolhida, previsão futura de consumo e definição de targets de acordo com as
necessidades e expectativas dos clientes internos. Preocupa-se também com o apoio
e comprometimento dos stakeholders;
Análise de mercado: é dividida em dois estágios, Foco no Fornecedor e Foco no
Mercado. O primeiro abrange o estabelecimento dos critérios de avaliação que serão
posteriormente utilizados, identificação de potenciais fornecedores, solicitação de
informações detalhadas através de RFI (Request For Information), avaliação
criteriosa das informações recebidas e início da qualificação técnica dos
fornecedores pré-selecionados. O segundo estágio inclui avaliação do mercado e
tendências futuras, análise do histórico de consumo e previsão para os próximos
períodos, análise estrutural da indústria, análise detalhada de custos de fornecimento
e benchmarking;
Definição da estratégia de fornecimento: nesta etapa o objetivo é identificar o que
pode ser feito de forma melhor que a atual, no curto e longo prazo. Inclui a definição
dos objetivos a serem alcançados ao final do Strategic Sourcing (por exemplo
redução de custo, melhoria do serviço, mitigação de riscos, etc.), a geração de
estratégias para o atingimento destes objetivos, avaliação e seleção das melhores
estratégias e estimativa dos potenciais impactos no negócio;
Abordagem do mercado fornecedor: inclui a preparação da estratégia de negociação,
decisão por negociação presencial ou eletrônica (leilão reverso), condução das
negociações, seleção dos vencedores, estabelecimento de acordos ou contratos
formais e refino da estratégia de longo prazo;
Negociação e seleção de fornecedores: inclui a preparação da estratégia de
negociação, decisão por negociação presencial ou eletrônica (leilão reverso),
condução das negociações, seleção dos vencedores, estabelecimento de acordos ou
contratos formais e refino da estratégia de longo prazo;
Implementação: neste momento é elaborado o plano de implementação, avaliação
das possíveis falhas e definição de ações preventivas, desenvolvimento do plano de
comunicação e finalmente a implementação de todas as ações planejadas;
Controle: esta última etapa exige a escolha de indicadores a serem monitorados
periodicamente para avaliar o sucesso do projeto, elaborar o plano de avaliação de
desempenho dos fornecedores e a busca por melhoria contínua A. T. Kearney
(2005, [s.p.]).
Figura 4: Metodologia de Strategic Sourcing por Kearney
Fonte: A. T. Kearney (2005, [s.p.])
Insere-se neste contexto que, embora não exista uma padronização das fases do
processo de Strategic Sourcing, podemos perceber etapas comuns entre eles, como
18
levantamento das necessidades do cliente interno, desenvolvimento da estratégia de compra,
avaliação e seleção de fornecedores e realização da aquisição de material ou contratação de
serviços. Abaixo comparativo entre os modelos de implantação da metodologia, segundo a
visão dos autores citados acima.
Figura 5: Principais etapas identificadas nos modelos de Strategic Sourcing
Fonte: Ghi Su et al.(2010, p. 7)
Em uma visão mais recente, Bim (2016, p. 65), adota didaticamente uma abordagem
em 8 (oito) etapas que são divididas em três grupos: grupo 1 (um) contendo etapas de
fundamentação, o grupo 2 (dois) contendo etapas de elaboração das estratégias e grupo 3
(três) com as etapas de negociação e implantação. Bim (2016, p. 65), reforça que estas etapas
buscam direcionar para uma análise profunda de categorias, na busca de oportunidades de
redução de custos e melhorias na prestação de serviços.
1. Definir requerimentos internos;
2. Entender o mercado fornecedor;
3. Elaborar modelo de Custo Total (TCO);
4. Desenvolver modelos de fornecimento;
5. Conduzir análise de fornecedor;
19
6. Conduzir processo de cotação;
7. Conduzir processo de negociação;
8. Implantar acordos de fornecimento.
3.1 Conceitos de Strategic Sourcing
Ainda não existe uma definição única e objetiva para este termo, tampouco um
consenso sobre as etapas que compõe esta metodologia. Bim (2016, p. 19) cita que podemos
encontrar várias definições para Strategic Sourcing, como:
a) É uma metodologia aplicada às áreas de suprimentos em que se analisa
profundamente o custo total da aquisição e utilização (TCO – Total Cost of
Ownership) de cada categoria de gastos de bens e serviços, através da profunda
análise do que está sendo adquirido, do entendimento da dinâmica do mercado
fornecedor em questão, entendimento e avaliação das especificações destes
materiais, níveis de serviço e de seu mercado fornecedor;
b) Strategic Sourcing, de uma forma resumida, é a capacidade de se adaptar e
ajustar os procedimentos de abastecimento, de forma eficaz, eficiente, de forma tal
que se reflita em uma mudança para a organização como um todo em um mercado
com constante mudança;
c) Strategic Sourcing é um processo estruturado de compras que permite a
identificação de oportunidades estratégicas através da análise sistêmica de situação
atual, incluindo: Spend Analysis (Diagnóstico e Análise de Gastos); mapeamento da
base de fornecedores; entendimento dos processos e competências; avaliação do
cenário externo e interno; implementação de processos colaborativos entre equipes
internas multifuncionais e fornecedores.
Para Anderson e Katz (1998), Strategic Sourcing é uma estrutura construída sobre o
conceito de Custo Total de Propriedade (TCO – Total Cost of Ownership) e auxilia as
empresas a determinar a estratégia de comora para diferentes componentes de acordo com seu
valor para o atingimento dos objetivos de desempenho interno e satisfação do cliente.
Assim sendo, acredita-se segundo a percepção dos autores que o Strategic Sourcing
tem como objetivo identificar estes pontos envolvidos em uma aquisição, visando definir qual
é estratégia mais adequada para cada tipo de compra, além de contribuir para estruturação de
processos e melhoria no relacionamento com os clientes internos e fornecedores.
Complementa-se que o Strategic Sourcing pode ser representado pela interação dos
macroprocessos, com influencias do ambiente interno e externo.
20
Figura 6: Processos do Strategic Sourcing
Fonte: Ilos – Instituto de Logística e Supply Chain
De acordo com Braga (2010), podemos entender que o lado direito da figura indica
que o sourcing possui uma interação com o mercado fornecedor e diz respeito a toda atividade
de inteligência ligado processo de compras. É através do sourcing que se pode avaliar o
mercado fornecedor em profundidade, segmentando estes itens em categorias e para cada um
destas, estabelecer estratégias de compras, além de contribuir para a seleção de fornecedores e
na gestão do relacionamento com os mesmos.
Já o lado de procurement, segundo Braga (2010), podemos entender que trata das
questões tradicionais de Compras, como recebimento requisições de compras enviadas pelos
clientes internos, elaboração e administração de contratos, acompanhamento dos pedidos
colocados juntos aos fornecedores e do seu gerenciamento.
Braga (2010) discorre que:
Na prática, o strategic sourcing é a conjugação dos dois lados da figura, onde a
inteligência do sourcing cria condições para um melhor desempenho das atividades
de procurement. Esta configuração convida os executivos a deixar de pensar em
termos do atendimento das necessidades imediatas da sua empresa e incentiva a
21
condução das aquisições de bens e serviços sob uma perspectiva de longo prazo,
considerando-se todos os fatores envolvidos nas decisões do negócio. Desse modo,
diferentes opções são criadas e analisadas em uma perspectiva holística.
3.2 Benefícios e dificuldades na aplicação do Strategic Sourcing
Muitos são os benefícios obtidos com a implementação da metodologia e as vantagens
obtidas neste processo, levam muitas empresas do mundo todo a buscarem a ferramenta como
fonte de vantagem competitiva.
Para Melo (1984, [s.p.]) o Strategic Sourcing pode ser aplicado de acordo com o
tamanho da organização, pois desta forma podem-se analisar custos externos e internos que
afetam o custo total da compra, além de otimizar soluções de aquisição, em função do custo-
benefício, explorando o poder de compras.
Braga (2010) discorre sobre inúmeras vantagens alcançadas com as experiências das
empresas que reestruturaram seus departamentos de compras como demonstradas figura 7 e
citadas a seguir:
Redução de custo nos produtos e serviços comprados, testemunhado por muitas
empresas que chegaram a obter até dois dígitos de média de redução no custo desses
itens;
Padronização dos processos devido à formalização das rotinas, que passaram a ser
documentadas;
Redução do tempo de ciclo de atendimento das requisições dos clientes internos;
Maior uso de equipes multifuncionais, permitindo a participação dos setores da
organização no processo decisório de Suprimentos;
Maior conhecimento do mercado fornecedor;
Melhoria de qualidade;
Acesso à tecnologia de ponta;
Melhoria no tempo de entrega dos fornecedores;
Aumento de disponibilidade quando existir escassez de fornecimento;
Racionalização da base de fornecedores;
Melhoria no relacionamento interno e externo do setor de Compras das organizações.
22
Figura 7: Razões para o uso do Strategic Sourcing nas empresas brasileiras
Fonte: Ilos – Instituto de Logística e Supply Chain
Em conseguinte, visualiza-se que a pressão cada vez por redução de custo na aquisição
de produtos e serviços, é a principal motivação para inserção da aplicação da metodologia,
seguido pela necessidade do gerenciamento de categorias, também vem sendo valorizada
como um dos importantes motivos para implementação do Strategic Sourcing.
Figura 8 – Vantagens Obtidas com o Strategic Sourcing
Fonte: Melo (1984).
23
De acordo com Melo (1984, [s.p.]), pode se entender que com a aplicação da
metodologia, a empresa poderá perceber melhorias em seu processo. Uma vez que o Strategic
Sourcing busca não somente preço, terá contato com novos fornecedores, aumentando sua
gama de suppliers, além de criar parceria com estes, como também haverá aumento na
qualidade do serviço, ou produto, a ser adquirido, além da economia de custos com todo o
processo.
Uma característica interessante do Strategic sourcing, e algo que o difere de outras
formas de contratação, é que ele não tem foco no preço da contratação, mas no
custo, conforme já citado. O comprador analisa o processo como um todo, todos os
custos envolvidos, práticas, demandas, volumes, etc. Todo este entendimento
somente reforça o objetivo principal do Strategic Sourcing, que é buscar o melhor
custo-benefício, e não somente o melhor preço (MELO, 1984 [s.p.]).
Contudo, apesar de gerar inúmeras vantagens como já mencionado acima, alguns
fatores poderão gerar dificuldade na implantação da metodologia, não podendo ser
caracterizados como desvantagens.
Figura 9: Razões para não usar o Strategic Sourcing
Fonte: Ilos – Instituto de Logística e Supply Chain
Em conseguinte, visualiza-se que o maior fator gerador de dificuldade para
implantação da metodologia nas empresas são os recursos limitados. Conforme Braga (2010,
[s.p.]) ―esta é uma visão equivocada da potencialidade da metodologia, pois demonstra uma
24
interpretação restrita de que o strategic sourcing significa o uso de ferramentas eletrônicas
para orientar as aquisições de bens e serviços‖.
Apesar do tema não ser novo e já está amplamente difundido através de vasta
literatura, observa-se que o segundo fator gerador de dificuldade para implantação da
metodologia. A falta de conhecimento da dimensão da metodologia impede a colaboração
benéfica da metodologia para transformação da área de Compras.
De acordo com Braga (2010, [s.p.]), o posicionado em terceiro lugar como justificativa
para não utilizar a metodologia está o fato de que os executivos não vêem o strategic sourcing
como algo crítico. Essa situação deve existir em empresas que ainda realizam suas aquisições
de bens e serviços sem o devido apoio de um trabalho de inteligência.
Acresce-se que em se tratando de um sistema inovador, a implementação do Strategic
Sourcing não é uma tarefa fácil. Segundo Pasquale (2007, p.44), verifica-se que em
praticamente todas as áreas e níveis da empresa, é comum identificar pontos de resistência à
aplicação dessa nova metodologia.
As empresas devem buscar continuamente sua evolução, passando por processos de
estruturação e organização interna, além de capacitar seus profissionais de compra e
desenvolver equipes interfuncionais, buscando a transformação de seus processos para uma
perspectiva estratégica.
25
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA
Ao longo do trabalho de pesquisa, verificou-se muitas vezes, as funcionalidades da
área de compras e seu posicionamento dentro das organizações, bem como sua evolução ao
longo dos anos. Segundo Pasquale (2007, p. 43), as unidades de compras existem para realizar
contratações, negociarem, buscarem as melhores alternativas, dentro ou fora do seu país.
Devido as constantes pressões do mercado e seu forte dinamismo, levam as
organizações e buscarem continuamente fontes e meios para garantir sua permanência, elevar
sua competitividade com redução de custos e aumento de ganhos.
Nesse sentido, a área de compras transformou-se ao longo dos anos, tornando numa
unidade de negócios capaz não somente de realizar aquisições de produtos ou serviços, mas
também de fazer bons negócios, buscando apoiar a empresa no cumprimento dos seus
objetivos.
Passados alguns anos, emergia uma abordagem mais ampla e orientada para o
mercado, evoluindo o conceito de compras, passando a se referir a aquisições em um fluxo
ajustado, incluindo aspectos avaliativos antes não considerados, como volume de aquisição e
prazos envolvidos no processo.
Os objetivos estratégicos da organização são pontos de partida para a área de compras
formular estratégias e planos de ação no sentido redução de gastos, em conjunto com seus
stakeholders (ERVILHA, 2012, P. 182).
De acordo com Ervilha (2012, P. 182), pode se entender que a relação das estratégias
organizacionais entre as áreas da empresa e inclusão da área de compras em uma posição
efetiva, assegura resultados financeiros e operacionais significativos.
De acordo com Baily et al. (2000 apud GHI SU, 2010, p. 3)
À medida que a importância das Compras aumenta, o trabalho da área de compras
tende a ser mais estratégico, concentrando-se em atividades de negociação de
relacionamentos a prazos mais longos, desenvolvimento de fornecedores e redução
do custo total (envolve, por exemplo, os custos relacionados a garantia de qualidade
e a administração do processo), ao invés de executar tão somente as atividades de
reposição de estoque, em atendimento aos pedidos feitos por outras áreas.
Com constante foco na melhoria dos processos, redução dos prazos de entrega,
aumento da qualidade dos serviços e ou bens adquiridos, buscando redução significativa de
custos, a área de compras evoluiu fortemente ao longo dos últimos anos, passando a utilizar
26
ferramentas que contribuísse de maneira correta e eficiente para aumento da competitividade
das empresas.
Em consequência disso, surge-se a metodologia Strategic Sourcing, cuja finalidade é
contratar serviços de forma planejada e estratégica, respeitando algumas etapas e métodos
para que tenha sucesso na sua implementação.
É possível notar que a utilização da metodologia Strategic Sourcing traz diversas
vantagens para a área de compras e consequentemente para a empresa, apesar das dificuldades
apontadas neste estudo.
Para Pasquale (2007, p. 43):
O processo torna-se vantajoso, pois permite centralizar as compras evitando
redundância entre as áreas que estão comprando o mesmo serviço ou produto.
Utilizando a metodologia Strategic Sourcing, as áreas passam a trabalhar em
sinergia. A área de compras torna-se uma área focada nas várias contratações da
empresa, harmonizando as especificações, passando a ter uma visão mais ampla com
relação às necessidades globais e aos volumes, que possibilitam um maior poder de
negociação.
A metodologia possibilita também, maior interação entre as áreas internas da empresa
e promove um relacionamento em suma estratégico, mesmo que em muitos momentos a
implementação do Strategic Sourcing sofra resistência por partes destas áreas.
Ervilha (2012, p. 178) discorre que, ―o que deve ser focado são os itens de compras
estratégicos e a vocação dos negócios da empresa, os demais devem passar por uma analise e
buscar soluções simplificadas, nas quais os que se negocia é um contrato, melhorando os
processos administrativos‖.
Complementa-se segundo Pasquale (2007, p. 45).
O Strategic Sourcing é amplamente indicado quando se trata de compras
complexas, de serviços ou produtos estratégicos, que envolvam alto risco e alto
custo. No entanto, vale ressaltar que as empresas também contratam produtos de
rotina, tais como material de escritório e outros produtos de menor custo e risco,
para os quais pode ser feita com uma simples cotação. Neste caso, o Strategic
Sourcing não se aplica.
Quando se trata de uma compra estratégica, ou seja, grande complexidade, é importante que o
comprador gerencie o processo tal forma como é solicitado. Na revisão da literatura, nota-se
que há diferentes formas de abordagem da metodologia.
27
Insere-se neste contexto que, embora não exista uma padronização das fases do
processo de Strategic Sourcing, podemos perceber etapas comuns entre eles, como
levantamento das necessidades do cliente interno, desenvolvimento da estratégia de compra,
avaliação e seleção de fornecedores e realização da aquisição de material ou contratação de
serviços.
Assegura-se, assim que a aplicação da metodologia Strategic Sourcing na área de
compras visa principalmente a redução de custos, otimização de processos e melhoria nos
relacionamento. Para o sucesso da implementação da metodologia, é importante a
predisposição em mudar, realizar ações de maneira diferente, além do alinhamento interno
entre as áreas para que todos estejam convergindo para um mesmo objetivo.
28
5. CONCLUSÕES
No atual cenário de negócios, a velocidade das mudanças no ambiente em que as empresas se
inserem faz-se necessário buscar continuamente o aumento da produtividade e práticas que
proporcionem redução de custos e maximização dos resultados.
Evidencia-se, dentro dos conteúdos trabalhados uma verdadeira revolução da função de
compras dentro das organizações, atingindo patamares de importância estratégica e sendo
reconhecidamente uma área essencial para que as empresas consigam atingir resultados
esperados ao médio e longo prazo.
Assim sendo, a maior contribuição da área de compras é sua capacidade no corte de custos e
consequentemente na redução de gastos. A área ainda contribui na busca de economia através
da otimização de processos, na defesa dos interesses das áreas clientes e no alcance dos
objetivos estratégicos da organização.
O objetivo deste trabalho foi evidenciar a evolução dos processos de compras e como isso
vem seguindo a complexidade que as organizações adquiriram ao longo dos últimos anos, o
que permitiu que a área pudesse especializar-se na busca de técnicas inovadoras de condução
de suas atividades, com a utilização da metodologia Strategic Sourcing.
Pudemos perceber que a metodologia Strategic Sourcing pode trazer ganhos significativos
para as empresas, uma vez que permite a identificação de oportunidades de redução de custos,
através de uma analise sistêmica da situação atual, além disso auxilia no estabelecimento de
relacionamentos vantajosos e aumento da qualidade dos produtos e serviços adquiridos.
Deste modo, a utilização da metodologia Strategic Sourcing torna-se importante para a área
de compras, pois não apenas garante o suprimento da produção e de outras áreas da empresa,
como também busca analisar antecipadamente o custo total envolvido na aquisição e
gerenciar os relacionamentos com os fornecedores, agregando valor e buscando
continuamente o alcance dos objetivos estratégicos que visam garantir vantagem competitiva
à organização.
29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BRAGA, A. Strategic Sourcing: A Transformação Estratégica das Empresas
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MARTINS, P. G.; ALT, P. R. C. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais.
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30
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