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139 ∫ntegrada Revista Científica FACOL/ISEOL (Int. Rev. Cie. FACOL/ISEOL) ISSN 2359-0645 A IMPORTÂNCIA DOS CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM HEMORRAGIA DIGESTIVA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI). CUNHA, FERNANDA CRISTINA DE FREITAS 1 ; ALMEIDA, YANA GUEDES 1 ; BARROS, VANIELE 1 ; ALMEIDA, MARIA OLYNTHA ARAÚJO DE 2 ; LYRA, JAIRO R. MENDONÇA Área de Conhecimento: MEDICINA Subáreas: ENFERMAGEM _______________________________________________________________ RESUMO: As Unidades de Terapia Intensiva (UTI) são destinadas ao atendimento de pacientes graves ou de risco que necessitam de assistência médica e de enfermagem ininterruptas com equipamentos específicos próprios, recursos humanos especializados e que tenham acesso a outras tecnologias destinadas a diagnóstico e terapêutica. Objetivo:Verificar através de uma revisão de literatura a importância dos cuidados de enfermagem ao paciente com hemorragia digestiva na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Metodologia: Trata-se de um estudo de revisão de literatura considerando os materiais disponíveis nas bases de dados bibliográficos SCIELO, BVS, BDENF, e LILACS. Os seguintes limites foram estipulados: período compreendido entre Janeiro de 2006 a Abril de 2016.Resultados e Discussões:Cada indivíduo é único e tem necessidades e valores próprios e são os profissionais da saúde que assistem diretamente os pacientes, os principais responsáveis pela humanização e qualidade da assistência. O papel do enfermeiro na UTI, quando ele opta pelo cuidado e não pela cura, ou seja, quando ele não se torna “escravo” da tecnologia, mas aprende a usar a tecnologia a favor da harmonização do paciente, do seu bem estar, fica mais claro sob alguns aspectos. Ele passa a valorizar a técnica por ela ser uma “aliada” na tentativa de preservar a vida e bem estar, o conforto do paciente. A pedra fundamental do processo de humanização é a comunicação efetiva entre pacientes, familiares e equipe, no sentido de identificar as dificuldades e promover o melhor plano para a solução dos impasses. Conclusão: Com isso atender às necessidades de corpo, alma e mente nem sempre é uma tarefa fácil.Problemas e dificuldades são quase uma constante de quem cuida de pacientes com hemorragia digestiva nas UTIs. Palavras-Chaves: Cuidados de Enfermagem; Hemorragia digestiva; UTI. 1 Acadêmicas do 5° Período do curso de Enfermagem da Faculdade de Imperatriz-Facimp. 2 Orientadora Maria Olyntha Araújo Almeida, Enfermeira, Mestre em doenças tropicais pela Universidade Federal do Pará- UFPA, Docente da Faculdade de Imperatriz MA. FACIMP, [email protected]

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CUNHA, FERNANDA CRISTINA DE FREITAS1; ALMEIDA, YANA GUEDES1; BARROS, VANIELE1; ALMEIDA, MARIA OLYNTHA ARAÚJO DE2; LYRA, JAIRO

R. MENDONÇA

Área de Conhecimento: MEDICINA Subáreas: ENFERMAGEM

_______________________________________________________________ RESUMO: As Unidades de Terapia Intensiva (UTI) são destinadas ao atendimento de pacientes graves ou de risco que necessitam de assistência médica e de enfermagem ininterruptas com equipamentos específicos próprios, recursos humanos especializados e que tenham acesso a outras tecnologias destinadas a diagnóstico e terapêutica. Objetivo:Verificar através de uma revisão de literatura a importância dos cuidados de enfermagem ao paciente com hemorragia digestiva na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Metodologia: Trata-se de um estudo de revisão de literatura considerando os materiais disponíveis nas bases de dados bibliográficos SCIELO, BVS, BDENF, e LILACS. Os seguintes limites foram estipulados: período compreendido entre Janeiro de 2006 a Abril de 2016.Resultados e Discussões:Cada indivíduo é único e tem necessidades e valores próprios e são os profissionais da saúde que assistem diretamente os pacientes, os principais responsáveis pela humanização e qualidade da assistência. O papel do enfermeiro na UTI, quando ele opta pelo cuidado e não pela cura, ou seja, quando ele não se torna “escravo” da tecnologia, mas aprende a usar a tecnologia a favor da harmonização do paciente, do seu bem estar, fica mais claro sob alguns aspectos. Ele passa a valorizar a técnica por ela ser uma “aliada” na tentativa de preservar a vida e bem estar, o conforto do paciente. A pedra fundamental do processo de humanização é a comunicação efetiva entre pacientes, familiares e equipe, no sentido de identificar as dificuldades e promover o melhor plano para a solução dos impasses. Conclusão: Com isso atender às necessidades de corpo, alma e mente nem sempre é uma tarefa fácil.Problemas e dificuldades são quase uma constante de quem cuida de pacientes com hemorragia digestiva nas UTIs. Palavras-Chaves: Cuidados de Enfermagem; Hemorragia digestiva; UTI.

1Acadêmicas do 5° Período do curso de Enfermagem da Faculdade de Imperatriz-Facimp. 2Orientadora Maria Olyntha Araújo Almeida, Enfermeira, Mestre em doenças tropicais pela Universidade Federal do Pará- UFPA, Docente da Faculdade de Imperatriz – MA. FACIMP, [email protected]

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140 ∫ntegrada Revista Científica FACOL/ISEOL (Int. Rev. Cie. FACOL/ISEOL) ISSN 2359-0645 ABSTRACT: The Intensive Care Units (ICUs) are intended for the care of critically ill patients or risk who need medical care and uninterrupted nursing with their own specific equipment, specialized human resources and have access to other technologies for the diagnosis and therapy. Objective: To determine through a review of literature the importance of nursing care for patients with gastrointestinal bleeding in Intensive Care Unit (ICU). Methodology: This is a literature review study considering the materials available in bibliographic databases SCIELO, BVS, BDENF, and LILACS. The following limits are: the period from January 2006 to April 2016. Results and Discussions: Each individual is unique and has needs and values and are the health professionals who directly assist patients, mainly responsible for the humanization and quality assistance. The role of nurses in the ICU when he opts for caution and not for healing, that is, when it does not become "slave" of technology, but learn to use technology in favor of harmonization of the patient, their well-being, is clearer in some respects. He goes on to value the technique for it to be a "ally" in an attempt to preserve the life and well-being, patient comfort. The cornerstone of the process of humanization is effective communication between patients, families and staff, to identify the difficulties and promote the best plan to solve the impasse. Conclusion: With this meet body needs, soul and mind is not always an easy task. Problems and difficulties are almost constant for caregivers of patients with gastrointestinal bleeding in ICUs. Keywords: Nursing Care; Gastrointestinal bleeding;ICU.

1. INTRODUÇÃO

As Unidades de Terapia Intensiva (UTI) são destinadas ao atendimento

de pacientes graves ou de risco que necessitam de assistência médica e de

enfermagem ininterruptas, com equipamentos específicos próprios, recursos

humanos especializados e que tenham acesso a outras tecnologias destinadas a

diagnóstico e terapêutica. Na assistência intensiva, são utilizadas as terapias de

suporte para manejo das falências orgânicas. A ocorrência de procedimentos

invasivos é frequente, para o estabelecimento destas terapias nos pacientes

internados na UTI que são normalmente acometidos por problemas respiratórios,

cardiovasculares, neurológicos e outros (ALBINI et al., 2013)i.

O trabalho em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) é complexo e

intenso, devendo o enfermeiro estar preparado para a qualquer momento, atender

pacientes com alterações hemodinâmicas importantes, as quais requerem

conhecimento específico e grande habilidade para tomar decisões e implementá-las

em tempo hábil. Desta forma, pode-se supor que o enfermeiro desempenha

importante papel no âmbito da Unidade de Terapia Intensiva. O Cuidado Intensivo

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141 ∫ntegrada Revista Científica FACOL/ISEOL (Int. Rev. Cie. FACOL/ISEOL) ISSN 2359-0645 dispensado a pacientes críticos, torna-se mais eficaz quando desenvolvido em

unidades específicas, que propiciam recursos e facilidades para a sua progressiva

recuperação (VASCONCELOS, 2014)ii.

A hemorragia digestiva aguda, evidenciada clinicamente pela

exteriorização de hematêmese, melena ou enterorragia, é uma causa frequente de

hospitalização de urgência. As hemorragias que decorrem de lesões proximais ao

ligamento de Treitz são consideradas hemorragias digestivas altas (HDA) e, distais a

ele, hemorragias digestivas baixas (HDB). Habitualmente, a HDA expressa-se por

hematêmese e/ou melena, enquanto a enterorragia é a principal manifestação da

HDB. No entanto, HDA de grande vulto pode produzir enterorragia, da mesma forma

que lesões baixas, do cólon direito ou delgado terminal podem manifestar-se com

melena (BRASIL, 2008).

2. OBJETIVO GERAL

Verificar através de uma revisão de literatura a importância dos cuidados

de enfermagem ao paciente com hemorragia digestiva na Unidade de Terapia

Intensiva (UTI).

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Fornecer informações sobre a assistência de enfermagem em

uma Unidade de Terapia Intensiva com um paciente acometido de

Hemorragia digestiva;

Mostrar como deve ser os cuidados de enfermagem a um

paciente com hemorragia Digestiva em uma Unidade de Terapia Intensiva.

3. JUSTIFICATIVA

O enfermeiro de uma unidade de terapia intensiva assume a

responsabilidade de cuidar do paciente, tanto nos casos de emergência quanto no

apoio à vida. Devendo estar apto, independente do diagnostico ou do contexto

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142 ∫ntegrada Revista Científica FACOL/ISEOL (Int. Rev. Cie. FACOL/ISEOL) ISSN 2359-0645 clinico, a cuidar de todos os doentes, utilizando-se de uma abordagem ampla que

lhes assegure sua estima e integridade, sendo que as exigências da UTI, quanto a

uma ampla base de conhecimentos científicos e de especializações, significam que

os enfermeiros precisam integrar suas habilidades técnicas e intelectuais à prática

diária (CHAVES; LAUS; CAMELO, 2012)iii.

Com isso observa-se a grande importância da assistência de

enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva, e com isso se decidiu realizar uma

revisão de literatura sobre a importância da assistência de enfermagem em

pacientes com hemorragia digestiva na UTI, logo se observa que a hemorragia

digestivaé uma patologia comum que traz grandes prejuízos para o paciente e até

mesmo a morte.

4. REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 Unidade de Terapia Intensiva

As UTIs foram criadas a partir da necessidade de atendimento do cliente

cujo estado crítico exigia assistência e observação contínua de médicos e

enfermeiros. Esta preocupação iniciou-se com Florence Nightingale, durante a

guerra da Criméia no século XIX, que procurou selecionar indivíduos mais graves,

acomodando-os de forma a favorecer o cuidado imediato (ALBINI et al., 2013).

As UTIs surgiram ainda, a partir da necessidade de aperfeiçoamento e

concentração de recursos materiais e humanos para o atendimento a pacientes

graves, em estado critico, mas tidos ainda como recuperáveis, e da necessidade de

observação constante, centralizando os pacientes em um núcleo especializado. A

unidade de terapia intensiva é um conjunto de elementos funcionalmente agrupados,

que se destina ao atendimento de pacientes graves ou de riscos que necessitam de

assistência médica e de enfermagem continuamente, além de equipamentos e

recursos humanos especializados (VASCONCELOS, 2014).

Ainda para estes autores, a tecnologia esta presente em todos os setores

da área de saúde no Brasil e no mundo, principalmente nas UTIs, colocando o

profissional de enfermagem frente a um desafio; integrar a tecnologia ao cuidado,

dominando os princípios científicos que fundamentam a sua utilização e ao mesmo

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143 ∫ntegrada Revista Científica FACOL/ISEOL (Int. Rev. Cie. FACOL/ISEOL) ISSN 2359-0645 tempo suprindo as necessidades terapêuticas dos pacientes. O aspecto humano do

cuidado de enfermagem, com certeza, é um dos mais difíceis de ser implementado

(NASCIMENTO et al, 2015)iv.

A rotina diária e complexa que envolve o ambiente da Unidade de Terapia

Intensiva (UTI) faz com que os membros da equipe de enfermagem, na maioria das

vezes,esqueçam de tocar, conversar e ouvir o ser humano que esta a sua frente.

Apesar do grande esforço que os enfermeiros possam estar realizando no sentido

de humanizar o cuidado em UTI, esta é uma tarefa difícil, pois demanda atitudes às

vezes individuais contra todo um sistema tecnológico dominante (VASCONCELOS,

2014).

A própria dinâmica de uma Unidade de Terapia Intensiva não possibilita

momentos de reflexão para que seu pessoal possa se orientar melhor, no entanto

compete a este profissional lançar mão de estratégias que viabilizem a humanização

em detrimento a visão mecânica e biologicista que impera nos centros de alta

tecnologia como no caso das UTIs (ALBINI et al., 2013).

4.2 O Papel do Enfermeiro da Unidade de Tratamento Intensivo

A enfermagem vem acumulando no decorrer de sua historia, juntamente

com conhecimento empírico, teórico, o conhecimento científico, a executar suas

atividades baseadas não somente em normas disciplinares, mas também em rotinas

repetidas da sua atuação. Com a afirmação da Enfermagem como ciência, as

modificações da clientela, da organização,do avanço tecnológico e dos próprios

profissionais de Enfermagem, a prática da profissão deixa de ser mecânica,

massificada e descontinua, utilizando-se de métodos de trabalho que favorecem a

individualização e a continuidade da assistência de Enfermagem, bem como do

estudo critico do atendimento que se presta (CHAVES; LAUS; CAMELO, 2012).

É da competência do enfermeiro a avaliação da assistência, sendo que o

resultado desta avaliação implica muitas vezes na decisão sobre a assistência no

dia seguinte. Portanto se no decorrer do dia houver falhas em uma decisão, isto

ocasionará uma situação grave. Por isso o enfermeiro, nessa área, engloba o

conhecimento profundo das necessidades dos pacientes no que se refere à doença

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144 ∫ntegrada Revista Científica FACOL/ISEOL (Int. Rev. Cie. FACOL/ISEOL) ISSN 2359-0645 enquanto processo mórbido e suas consequências (MONTANHOLI;

MERIGHI;JESUS, 2011)v.

Pode-se dizer que o conhecimento necessário para um enfermeiro de UTI

vai desde a administração e efeito das drogas ate o funcionamento e adequação de

aparelhos, atividades estas que integram as atividades rotineiras de um enfermeiro

desta unidade e deve ser por ele dominado. O papel do enfermeiro na unidade de

tratamento intensivo consiste em obter a história do paciente, fazer exame físico,

executar tratamento, aconselhando e ensinando a manutenção da saúde e

orientando os enfermos para uma continuidade do tratamento e medidas (SOUZA et

al., 2011).

Além disso, compete ao enfermeiro da UTI à coordenação da equipe de

enfermagem, sendo que isto não significa distribuir tarefas e sim o conhecimento de

si mesmo e das individualidades de cada um dos componentes da equipe. Frente a

estes apontamentos, é possível dizer que o enfermeiro desempenha funções

cruciais dentro da unidade de terapia intensiva, no que se refere à coordenação e

organização da equipe de enfermagem (CHAVES; LAUS; CAMELO, 2012).

O enfermeiro que atua nesta unidade necessita ter conhecimento

científico, prático e técnico, a fim de que possa tomar decisões rápidas e concretas,

transmitindo segurança a toda equipe e principalmente diminuindo os riscos que

ameaçam a vida do paciente. Os enfermeiros das UTIs devem ainda, aliar à

fundamentação teórica (imprescindível) a capacidade de liderança, o trabalho, o

discernimento, a iniciativa, a habilidade de ensino, a maturidade e a estabilidade

emocional (MONTANHOLI; MERIGHI; JESUS, 2011).

Por isso a constante atualização destes profissionais, é necessária,pois,

desenvolvem com a equipe médica e de enfermagem habilidades para que possam

atuar em situações inesperadas de forma objetiva e sincrônico na qual estão

inseridos. Frente às características específicas da UTI, o trabalho em equipe torna-

se crucial. O enfermeiro "deve ser uma pessoa tranquila, ágil, de raciocínio rápido,

de forma a adaptar-se, de imediato, a cada situação que se apresente à sua frente"

(SOUZA et al., 2011).

Este profissional deve estar preparado para o enfrentamento de

intercorrências emergentes necessitando para isso conhecimento científico e

competência clínica (experiência). Ao reportarmo-nos ao conjunto das atividades

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145 ∫ntegrada Revista Científica FACOL/ISEOL (Int. Rev. Cie. FACOL/ISEOL) ISSN 2359-0645 desenvolvidas pelos enfermeiros de uma UTI, podemos afirmar que apesar destes

profissionais estarem envolvidos na prestação de cuidados diretos ao paciente, em

muitos momentos existe uma sobrecarga das atividades administrativas em

detrimento das atividades assistências e de ensino (MONTANHOLI; MERIGHI;

JESUS, 2011).

Esta realidade vivenciada pelos enfermeiros vem ao encontro da literatura

quando analisa a função administrativa do enfermeiro no contexto hospitalar e

aborda que este profissional "tem se limitado a solucionar problemas de outros

profissionais e a atender às expectativas da instituição hospitalar, relegando a plano

secundário a concretização dos objetivos do seu próprio serviço” (CHAVES; LAUS;

CAMELO, 2012).

Entendemos a necessidade dos enfermeiros repensarem a sua prática

profissional,pois, "quando o enfermeiro assume sua função primordial de

coordenador da assistência de enfermagem, implementando-a por meio de esquema

de planejamento, está garantido o desenvolvimento de suas atividades básicas

(administrativas, assistências e de ensino) e promovendo, consequentemente, a

melhor organização do trabalho da equipe, que passa a direcionar seus esforços em

busca de um objetivo comum que é o de prestar assistência de qualidade,

atendendo às reais necessidades apresentadas pelos pacientes sob seus cuidados”

(SOUZA et al., 2011).

No aspecto informal, a insegurança e o medo também permeiam os

membros da equipe de enfermagem da UTI. O relacionamento franco e

amistoso,mas, exigente, promove um ambiente seguro e calmo.Seres humanos são

os pacientes e seres humanos são os integrantes da equipe de enfermagem. Além

do conhecimento de sua equipe e da visão de que a equipe é constituída de seres

humanos com fraquezas, angustias e limitações, é papel do enfermeiro de Terapia

Intensiva também estabelecer programas de educação continuada de sua

equipe(CHAVES; LAUS; CAMELO, 2012).

Outra área de competência do enfermeiro da UTI é assumir o papel de elo

de ligação entre o paciente e a equipe multiprofissional. Embora, discutível nesse

papel, o enfermeiro assume, nas 24 horas do dia, a coordenação da dinâmica da

unidade. O papel do enfermeiro em uma UTI, quando ele opta pelo cuidado e não

pela cura, ou seja, quando ele, não se torna “escravo” da tecnologia, mas aprende a

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146 ∫ntegrada Revista Científica FACOL/ISEOL (Int. Rev. Cie. FACOL/ISEOL) ISSN 2359-0645 usar a tecnologia a favor da harmonização do paciente, do seu bem-estarfica mais

claro sob alguns aspectos (MONTANHOLI; MERIGHI; JESUS, 2011).

Ele passa a valorizar a técnica por ela ser uma “aliada” na tentativa de

preservar a vida e o bem- estar, o conforto do paciente. Apesar do grande esforço

que os enfermeiros possam estar realizando no sentido de humanizar para o

cuidado em UTI, esta é uma tarefa difícil, pois demanda atitudes às vezes individuais

contra todo um sistema tecnológico dominante. A própria dinâmica de uma UTI não

possibilita momentos de reflexão para que seu pessoal possa se orientar melhor

(SOUZA et al., 2011).

Partindo da premissa de que a liderança pode e deve ser aprendida pelo

enfermeiro, entendemos que o preparo em liderança deste profissional seja

essencial para a sua prática diária na Terapia Intensiva. A busca de meios que

viabilizem o desenvolvimento da habilidade de liderar do enfermeiro é fundamental,

assim, salientamos o embasamento teórico e a comunicação, como instrumentos

imprescindíveis na prática do enfermeiro de UTI (MONTANHOLI; MERIGHI; JESUS,

2011).

Para finalizar a discussão sobre o papel do enfermeiro de Unidade de

terapia intensiva, pode se dizer que o mesmo ocupa um importante papel nos

momentos de fragilidade, dependência física e emocional do paciente, configura-se

num importante ponto de apoio para a equipe quer seja no que se refere à educação

e preparo quer seja, na coordenação do serviço de enfermagem, atua no limiar entre

o humano e o tecnológico, frente a isso se conclui que o enfermeiro de UTI

necessita dispor de habilidades e competências que o permitam desenvolver suas

funções eficazmente aliando o conhecimento técnico científico e o domínio da

tecnologia a humanização e individualização do cuidado (SOUZA et al., 2011).

4.3 Hemorragias Digestivas

As hemorragias de causas digestivas representam emergência clínica

importante e muitas vezes de certa gravidade. Essas hemorragias constituem as

hematêmeses, as melenas e as enterorragias. A hematêmese é o vômito de

apreciável quantidade de sangue. Melena são fezes escuras, quase pretas e

pastosas, lembrando borra de café ou piche; elas se explicam pela presença de

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147 ∫ntegrada Revista Científica FACOL/ISEOL (Int. Rev. Cie. FACOL/ISEOL) ISSN 2359-0645 sangue no aparelho digestivo, pois era tais casos a origem da hemorragia se situa

geralmente nos segmentos mais altos do trato digestivo (COELHO et al., 2014)vi.

As hemorragias provenientes do íleo ou cólon direito se exteriorizam pela

eliminação de sangue vermelho mais ou menos escuro, mas raras vezes se

assemelhando ao aspecto de borra de café característico da melena. Denomina-se

enterorragia as dejeções que assumem as características de sangue vivo vermelho

claro e provêm, em geral, de afecções localizadas no hemicólon esquerdo, no

sigmóideo, reto ou canal anal. causas mais frequentes das hemorragias digestivas

podem ter como fator fundamental as afecções do tubo digestivo propriamente dito e

as moléstias extra aparelho digestivo (RODRIGUES, 2009)vii.

Em ambas as hipóteses o efeito é sempre o mesmo: hematêmeses,

melenas e enterorragias, que se apresentam isoladas ou associadas. A importância

do conhecimento da causa primeira — digestiva ou não — tem influência para o

prognóstico e para a conduta clínica ou cirúrgica a ser seguida. 1) Moléstias do aparelho digestivo são principais causas das

hematêmeses, as seguintes afecções:

a) Do esôfago: corpos estranhos, úlceras, câncer e esofagites, quer por

ingestão de cáusticos, quer por refluxo gástrico como nas hérnias do hiato ou

aquelas consequentes a operações sobre a cárdia, como ocorre no megaesôfago. b) Do estômago:hérnias gástricas pelo hiato esofagiano, úlceras

gástricas, câncer e, finalmente, gastrite e erosões gástricas, frequentemente

motivadas pela ingestão de tóxicos ou medicamentos (como a aspirina, p.ex.). c) Do duodeno e eventualmente do intestino delgado — úlcera

duodenal, pólipos, divertículos, enterite necrosante e tuberculose intestinal. São

principais causas de melena as mesmas afecções indicadas como causadoras da

hematêmese do esôfago e do estômago e duodeno, sendo que as do intestino

delgado produzem principalmente melena e, só eventualmente, hematêmeses. São

principais causas de enterorragia as moléstias do intestino grosso, incluindo reto e

ânus; assim, também os pólipos e a polipose intestinal, os divertículos, a retocolite

ulcerativa, os tumores benignos e malignos e, finalmente, as hemorróidas. 2) Moléstias extra aparelho digestivo mas que levam também a

hemorragias esofagogastrintestinais são principais causas dessas hemorragias

várias afecções cuja alteração comum é a hipertensão do sistema porta e as

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148 ∫ntegrada Revista Científica FACOL/ISEOL (Int. Rev. Cie. FACOL/ISEOL) ISSN 2359-0645 discrasias sanguíneas e capilares. As moléstias que principalmente causam a

hipertensão portal são as cirroses hepáticas (alcoólicas ou esquistossomóticas) e,

com menos frequência, as tromboses ou compressões das veias supra-hepáticas,

as pericardites constritivas e também as tromboses da veia porta (COELHO et al.,

2014).

5. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de revisão de literatura considerando os

materiais disponíveis nas bases de dados bibliográficos SCIELO, BVS, BDENF, e

LILACS. Os seguintes limites foram estipulados: período compreendido entre

Janeiro de 2006 a Abril de 2016.

Do resultado do processo de pesquisa junto às bases de dados e no

acervo da biblioteca, foram selecionadas 17 publicações, das quais 10 estavam

relacionadas diretamente com a elaboração deste estudo. Demais materiais

utilizados foram obtidos a partir de pesquisa não sistemática em bibliotecas locais,

considerando a sua pertinência e a relevância de sua citação em trabalhos

consultados.

Para análise e síntese do material observaram-se os seguintes

procedimentos: a) leitura informativa ou exploratória, que constitui na leitura do

material para saber do que tratavam os artigos; b) leitura seletiva, que se preocupou

com a descrição e seleção do material quanto a sua relevância para o estudo,

excluindo-se os artigos que não eram pertinentes ao tema de interesse; c) leitura

crítica ou reflexiva que buscou as definições conceituais sobre as urgências mais

frequentes e cuidados na assistência de enfermagem.

6. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para Bitencourt et al. (2007)viii, cada indivíduo é único e tem necessidades

e valores próprios e são os profissionais da saúde que assistem diretamente os

pacientes, os principais responsáveis pela humanização e qualidade da assistência.

O papel do enfermeiro na UTI, quando ele opta pelo cuidado e não pela cura, ou

seja, quando ele não se torna “escravo” da tecnologia, mas aprende a usar a

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149 ∫ntegrada Revista Científica FACOL/ISEOL (Int. Rev. Cie. FACOL/ISEOL) ISSN 2359-0645 tecnologia a favor da harmonização do paciente, do seu bem estar, fica mais claro

sob alguns aspectos. Ele passa a valorizar a técnica por ela ser uma “aliada” na

tentativa de preservar a vida e bem estar, o conforto do paciente.

Para Gomes et al. (2009)ix, em pacientes com hemorragia digestiva deve

se atentar para à administração e controle da infusão de soluções nutritivas e atende

em maior número casos de pacientes com dificuldade de deglutição de maior

gravidade sendo necessária uma nutrição por meio de métodos alternativos de

alimentação, em concordância com o citado na literatura, de que quadro de intenso

catabolismo e a associação entre o estado nutricional e a função pulmonar exige

terapia nutricional como um dos tratamentos, e a via preferencial do suporte

nutricional no paciente grave é a enteral.

Para Silva; Sanches; Carvalho (2006)x, a vivência com pacientes

acometidos de hemorragia digestiva na UTI leva a afirmar que essas unidades

possuem características próprias, quais sejam: a convivência dos profissionais com

pacientes de risco; a ênfase do conhecimento e da tecnologia para o atendimento; a

presença da morte; a ansiedade por parte de toda a equipe, pacientes e familiares;

as rotinas de trabalho rígidas e desgastantes.Em geral, o processo de cuidar torna-

se frustrante, sobretudo por causa das dificuldades decorrentes das condições de

trabalho. O que se observa é que, ante a escassez de recursos materiais e

humanos, os profissionais acabam fazendo o melhor que podem, mas isso não é o

suficiente e culmina em prejuízo para a qualidade do cuidar.

Para Maciel; Souza (2006)xi, a posição que o profissional assume

enquanto está próximo ao paciente é fundamental, pois quanto mais de frente se

posicionar em relação à face do paciente mais facilmente identifica as expressões,

pensamentos e sentimentos, além de ser o “olho-a-olho” que estabelece um vínculo

verdadeiro de confiança. Devendo sempre também esclarecer ao cliente os

procedimentos que serão realizados e os benefícios dos mesmos, mostrando com

isso o respeito profissional-paciente. Salientando que o esclarecimento não deve ser

feito apenas da técnica realizada, mais também conversando com o paciente

trazendo com isso tranquilidade para seus anseios e medos, favorecendo assim sua

reabilitação íntegra.

Para Silva; Souza; Leda (2010)xii, nesse sentido, á pedra fundamental do

processo de humanização é a comunicação efetiva entre pacientes, familiares e

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150 ∫ntegrada Revista Científica FACOL/ISEOL (Int. Rev. Cie. FACOL/ISEOL) ISSN 2359-0645 equipe, no sentido de identificar as dificuldades e promover o melhor plano para a

solução dos impasses. A comunicação terapêutica enfermeiro/paciente também é

um fator importante para a qualidade da assistência e deve ser exercido no cotidiano

da Unidade de Terapia Intensiva, facilitando assim a assistência prestada ao cliente,

para isso o enfermeiro deve saber as formas de comunicação e principalmente

saber como usá-las, explorando tanto a verbal e a não verbal, despertando assim o

sentimento de confiança e satisfação do paciente.

Para Albini et al. (2013), a terapia nutricional é frequentemente indicada

aos pacientes internados na UTI tanto para fins terapêuticos (pós-operatório de

cirurgia abdominal, distúrbios de deglutição, estados comatosos, etc) como

diagnósticos (hemorragia digestiva). A equipe de enfermagem pode contribuir para

uma assistência efetiva na realização desse procedimento terapêutico com base em

protocolos que podem otimizar a administração da Terapia Nutricional possibilitando

o melhor fornecimento dos nutrientes aos pacientes graves, contribuindo para seu

restabelecimento.

O déficit nutricional deprime a resposta imunológica, retarda o processo

de cicatrização, altera a composição corpórea e a função dos órgãos. Isto pode

afetar diretamente o tempo de internação, incrementando a morbidade e, até

mesmo, a mortalidade. Sabe-se que a terapia nutricional precoce e adequada é

essencial para a promoção da saúde e manutenção da imunidade, portanto, o

enfermeiro deve correlacionar e integrar os sinais e sintomas a fim de avaliar a

eficácia do tratamento. Conforme já mencionado, a instalação de suporte nutricional

precoce e uma avaliação eficiente são essenciais para a boa evolução do paciente

gravemente enfermo (TEIXEIRA, CARUSO e SORIANO 2006; MORTON e

FONTAINE, 2011)xiii.

Para Hanssens et al. (2006)xiv, no cuidado referente à medicação o

resultado demonstrou que as equipes de enfermagem desconhecem as suas

propriedades farmacológicas e generalizam na prática a administração das mesmas,

devido, provavelmente a um limitado conhecimento sobre as melhores práticas de

administração das drogas em pacientes com dificuldades de deglutição, e/ou falhas

na prescrição médica da forma adequada para administração dos medicamentos

conforme as dificuldades de deglutição de cada paciente. A literatura aponta que

farmacologicamente, muitos medicamentos são fornecidos em um formato de

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151 ∫ntegrada Revista Científica FACOL/ISEOL (Int. Rev. Cie. FACOL/ISEOL) ISSN 2359-0645 liberação controlada, o esmagamento de comprimidos orais e aberturas de cápsulas

podem alterar a biodisponibilidade resultando em imprevisíveis concentrações

séricas.

Para Nunes et al. (2009)xv,os profissionais de enfermagem que atuam na

UTI têm conhecimento sobre a postura mais adequada do paciente na hora da oferta

da dieta. Esse cuidado é de extrema importância para uma oferta alimentar segura

dos pacientes da UTI que se encontram na maioria das vezes acamados, e nesses

casos há evidências que a manutenção do decúbito elevado, colocando o paciente

com cabeceira elevada durante e após alimentação para tentar evitar o escoamento

do alimento para a laringe pode reduzir o risco de aspiração. Quando iniciar a

alimentação via oral, vários estudos reforçam que a posição ideal para a oferta de

alimentos de maneira segura é sentada a 90º com o pescoço ligeiramente fletido.

Para Araújo et al. (2009)xvi, o cuidado relacionado à realização da higiene

oral nos pacientes não é seguido conforme recomendado na literatura que deve ser

realizado a cada 4 horas, até no máximo a cada 8 horas. A higiene intra oral se

destaca como um dos cuidados que pode atenuar e prevenir pneumonia aspirativa

ou aspiração alta, bem como da pneumonia associada à ventilação mecânica.

7. CONCLUSÃO

Com isso atender às necessidades de corpo, alma e mente nem sempre é

uma tarefa fácil. Isso é o ideal de quem cuida, ou seja, da enfermagem, um ideal que

deve ser eticamente perseguido, não devendo jamais morrer na prática. Problemas

e dificuldades são quase uma constante de quem cuida de pacientes com

hemorragia digestiva nas UTIs.

Mas também podemos vivenciar que a equipe de enfermagem ainda é,

apesar de todas as dificuldades apontadas acima, de uma maneira ou de outra, a

grande responsável pela melhoria das condições de vida e saúde de seus pacientes.

São seres abnegados que mantêm seus focos voltados para esses outros seres que

se encontram numa posição ainda mais desfavorável que a sua, necessitando de

seu apoio, cuidado, atenção e proteção.

Entendemos que para se dar assistência correta de enfermagem ao

paciente com hemorragia digestiva é tão importante quanto o conhecimento e a

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152 ∫ntegrada Revista Científica FACOL/ISEOL (Int. Rev. Cie. FACOL/ISEOL) ISSN 2359-0645 técnica, são a habilidade e competência para compreender a experiência de cuidar.

É importante colocar-se no lugar do outro, estar atento aos estímulos recebidos e

deixar aflorar nossa sensibilidade, sentindo, ouvindo e compartilhando, contribuindo,

assim, para um atendimento mais humano e mais digno.

Sabemos que como profissionais não temos o poder de anular as

doenças, mas necessitamos de motivação suficiente para direcionar nosso

comportamento e atitude no sentido de valorizar o ser humano e buscar novas

alternativas para proporcionar uma assistência humanizada e qualificada ao

paciente para que o período de internação se torne o menos doloroso possível.

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