A influência da cidade média na construção dos projetos de vidas ...
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DEPARTAMENTO DE GEOCINCIAS
ANAIS
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Sumrio
ESTIMATIVAS DE REAS DE REGENERAO FLORESTAL A PARTIR DE NDICES ESPECTRAIS 1
CARTOGRAFIA TTIL: ELABORAO DE MAPAS 12
APLICAO DE GEOTECNOLOGIAS PARA ANLISE DO USO DO POR SOLO POR MEDIES DE
COMPOSIES MULTIESPECTRAIS DOS SENSORES CCD SATLITE LANDSAT 5 TM 22
VALIDAO DO PRODUTO MCD12 DO SENSOR MODIS PARA A AMRICA DO SUL 32
AVALIAO DAS MUDANAS DE USO E COBERTURA DA TERRA DERIVADAS A PARTIR DO
PRODUTO MCD12Q1 (2001-2012) 39
USO DO MODELO LINEAR DE MISTURA ESPECTRAL PARA O MAPEAMENTO DE REAS DE
REFLORESTAMENTO 47
CINCIA GEOGRFICA E CINEMA: UMA ANLISE DOS FILMES CIDADE DE DEUS E RIO A
PARTIR DA FENOMENOLOGIA E SEMITICA 55
O TERRITRIO DOS HOMENS LENTOS: UM EXERCCIO TERICO 65
O PERFIL DEMOGRFICO DO MUNICPIO DE UB (MG): BREVE ANLISE 72
A RELAO ENTRE A RENDA DA TERRA E OS AGENTES PRODUTORES DO ESPAO NA ANALISE
DA FORMAO URBANA DE SO JOO DEL-REI 81
A QUESTO DA REESTRUTURAO ESPACIAL E DO DESENVOLVIMENTO NAS PEQUENAS
CIDADES 91
A REDE URBANA DO SUL DE MINAS E O PAPEL DAS CIDADES MDIAS 100
MOBILIDADE URBANA: SITUAO, POSSIBILIDADES E ALTERNATIVAS 110
A EXPERINCIA DA CIDADE PELOS JOVENS 120
A INFLUNCIA DA CIDADE MDIA NA CONSTRUO DOS PROJETOS DE VIDAS DOS JOVENS
O CASO DE JUIZ DE FORA 129
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USO DO SIG NA IDENTIFICAO DE REAS APTAS PARA EXPANSO URBANA DE RIO
PARANABA/MG 138
ASPECTOS DA DEGRADAO AMBIENTAL DE UMA TRILHA RECREACIONAL NA SERRA DO
LENHEIRO, SO JOO DEL-REI, MG 149
ANLISE DO NDICE DE QUALIDADE DE GUA NO CRREGO GUA LIMPA A PARTIR DAS
ANLISES DE USO E OCUPAO DO SOLO E MORFOMETRIA 140
EROSO DOS SOLOS NA SERRA SO JOS, REGIO DE SO JOO DEL-REI MG, E SUA
RELAO COM INCNDIOS FLORESTAIS SAZONAIS 151
DELIMITAO DE REAS ALAGADAS DA BAIXADA MARANHENSE: UM ESTUDO DE CASO 162
ANLISE DA SUSCEPTIBILIDADE DA COBERTURA VEGETAL INCNDIOS FLORESTAIS NO
ESTADO DE MINAS GERAIS 172
A FEIRA DO PRODUTOR RURAL DE SO JOO DEL-REI /MG E OS IMPASSES NA INCLUSO
DOS PEQUENOS PRODUTORES LOCAIS NESSE ESPAO 180
A PRODUO DE FRUTAS NOS MUNICPIOS DE JABA E MATAS CARDOSO: EXPRESSES DO
AGRONEGCIO NO ESTADO DE MINAS GERAIS 189
A TERRITORIALIZAO DA REDE MIGRATRIA ENTRE O MUNICPIO DE SANTALUZ-BA E
CARMO DO RIO CLARO-MG 200
ANLISE DA EXPANSO DA CANA-DE-ACAR E DA COMPETITIVIDADE REGIONAL DO SUL DE
MINAS NO SETOR SUCROENERGTICO 210
O USO AGRCOLA DO TERRITRIO NA MICRORREGIO DE SO JOO DEL-REI-MG: UMA
ANLISE DO CULTIVO DA SOJA 220
INTERFERNCIA DOS MOVIMENTOS DE MASSA NA AGRICULTURA DE NOVA FRIBURGO E A
AGROECOLOGIA 227
MAQUETES DE PATRIMNIOS MUNDIAIS: PRTICA DE EDUCAO CARTOGRFICA E
PATRIMONIAL COM ALUNOS DO ENSINO MDIO DO COLGIO TIRADENTES, DIAMANTINA
(MG) 238
UM TRABALHO LDICO PELA EDUCAO PATRIMONIAL: REPRESENTAO DO STIO
ARQUEOLGICO DO PASMAR, SERRA DO ESPINHAO MERIDIONAL 246
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MAPEANDO PARA DEFICINTES VISUAIS O CRESCIMENTO URBANO DO CENTRO DO CRATO-
CE 256
OS DOMINNIOS MORFOCLIMTICOS NO BRASIL: UMA REPRESENTAO PARA A EDUCAO
BSICA 263
DESENHOS: UMA PROPOSTA METODOLGICA NO ENSINO DE GEOGRAFIA 273
ATIVIDADE DIDTICO-PEDAGGICA PARA ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL II: RELEVO E
USO OCUPAO DO SOLO 284
EDUCAO PARA O RISCO SOCIOAMBIENTAL: CONTRIBUIO DA GEOGRAFIA EM
ATIVIDADE DE EXTENSO 294
PARTICIPAO DO TEMA EDUCAO AMBIENTAL NO SIMPSIO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA
FSICA APLICADA DOS LTIMOS 10 ANOS 302
PRTICAS COTIDIANAS DAS CRIANAS NA UNIDADE DE PRODUO FAMILIAR E EDUCAO
NO CAMPO: UMA ANLISE SOBRE O BAIRRO RURAL MUZAMBO - ALFENAS (MG) 312
INCORPORAO DA GEOGRAFIA EM TEXTOS QUE ARTICULAM EDUCAO E TEMAS TNICO -
RACIAIS E OS APERFEIOAMENTOS NA FORMAO DE PROFESSORES COMO SUBSDIOS
PARA A PRTICA DA LEI 10.639/2003 320
O ESTGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO E A REALIDADE DAS PRTICAS DOCENTES NA
REDE DE ENSINO 330
GEOGRAFIA E EDUCAO PARA O RISCO UMA PROPOSTA DE PESQUISA 340
REPRESENTAO DO ESPAO URBANO EM MAQUETE: PROPOSTA DE ATIVIDADE DIDTICO-
PEDAGGICA 347
ATIVIDADES PRTICAS E ENSINO DE GEOGRAFIA: CONCEITOS BSICOS DE ORIENTAO
CARTOGRFICA 353
CONTRIBUIO DA BACIA SEDIMENTAR DO ARARIPE PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA NA
REGIO DO CARIRI: UM ESTUDO DE CASO NO INSTITUTO JOS BERNARDINO 364
EDUCAO AMBIENTAL E O ENSINO DE SOLOS: LIMITAES E SUGESTO COMO PRTICA
DE ENSINO 373
ARTICULAO ENTRE TEORIA E PRTICA NO ENSINO DE GEOGRAFIA: UMA ANLISE
VOLTADA PARA A CIDADE DE SO JOO DEL-REI 380
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ESTADO NEOLIBERAL E GLOBALIZAO: DOMINAO E DEPENDNCIA PERIFRICA 387
ESTUDO DAS CONSEQUNCIAS SOCIOESPACIAIS DO PROCESSO DE ENOBRECIMENTO DO
CENTRO HISTRICO DE TIRADENTES MG 396
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE MESORREGIES: O SUL E SUDOESTE DE MINAS E CAMPO
DAS VERTENTES 402
GEOPROCESSAMENTO E SENSORIAMENTO REMOTO COMO ANLISE DE REA URBANA - O
GRANDE CENTRO ECONMICO BRASILEIRO, O PROCESSO DE DESCONCENTRAO
ECONMICA E OS IMPACTOS SCIO-AMBIENTAIS 414
DESENVOLVIMENTO REGIONAL E ARRANJO PRODUTIVO LOCAL: REFLEXES A PARTIR DO
CIRCUITO DAS MALHAS NO SUL DE MINAS 425
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ESTIMATIVAS DE REAS DE
REGENERAO FLORESTAL A PARTIR DE
NDICES ESPECTRAIS
ESTIMATES OF FOREST REGENERATION AREAS FROM SPECTRAL INDICES
Fernanda Cristina Resende Graduanda em Geografia
Universidade Federal de So Joo del-Rei [email protected]
Avenida Visconde do Rio Preto, s/n Colnia do Bengo, So Joo del-Rei MG
Paula Resende Santos
Graduanda em Geografia Universidade Federal de So Joo del-Rei
[email protected] Avenida Visconde do Rio Preto, s/n Colnia do Bengo, So Joo del-Rei
MG
Tereza Beatriz Oliveira Soares Mestranda em Geografia
Universidade Federal de Minas Gerais [email protected]
Avenida Presidente Antnio Carlos, 6627 - Pampulha, Belo Horizonte - MG
Gabriel Pereira Professor do Departamento de Geocincias Universidade Federal de So Joo del-Rei
[email protected] Avenida Visconde do Rio Preto, s/n Colnia do Bengo, So Joo del-Rei
MG
Resumo
O Cerrado o principal tipo de vegetao no Brasil Central, cobrindo aproximadamente 22% do
territrio nacional. Com a utilizao de mtodos de sensoriamento remoto possvel avaliar
modificaes nas comunidades de vegetao e suas alteraes fenolgicas. Nesse sentido, o
presente trabalho teve como objetivo avaliar e mapear as reas regeneradas a partir de quatro
diferentes ndices multiespectrais extrados de imagens orbitais. Analisou-se a variao do ndice
de Vegetao por Diferena Normalizada (NDVI), ndices de Queimada Normalizados (NBR),
ndice de Vegetao Ajustado ao Solo (SAVI) e o ndice de Vegetao Melhorado (EVI) de uma
cena anterior e posterior ocorrncia da queima de biomassa. Posteriormente, foram geradas
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2
imagens diferena para quantificar o grau de mudana na vegetao. Como resultados os ndices
EVI e NBR apresentaram melhor distino entre as fisionomias vegetais, enquanto o ndice NBR
obteve resultado superior na anlise das imagens-diferena, apresentando as reas de
regenerao.
Palavras-chave: Cerrado; reas Regeneradas; ndices Multiespectrais.
Abstract
The Cerrado is the main vegetation type in Central Brazil, covering approximately 22% of the
national territory. With remote sensing techniques is possible to analyze variations in vegetation
community and alterations in vegetation phenology. Thus, the main objective of this study is the
evaluation and mapping of regenerated areas from four different multispectral indices derived
from orbital satellites. The analysis was performed using the Normalized Difference Vegetation
Index (NDVI), Normalized Burnt Ratio (NBR), Soil Adjusted Vegetation Index (SAVI) and the
Enhanced Vegetation Index (EVI) from two images, before and after the occurrence of a fire.
Subsequently difference images were generated to quantify the level of change in vegetation.
The results showed that the EVI and NBR indices presented better distinction between the
different vegetation types, while the NBR index obtained an improved result in the analysis of
diference images, presenting the regeneration areas.
Keywords: Savanna; Regenerated Areas; Multispectral Indices.
Introduo
O desmatamento e as queimadas so responsveis por alteraes na cobertura do solo na
superfcie terrestre e geram diversas consequncias, como a perda de fertilidade dos solos, m
qualidade do ar, o comprometimento da biodiversidade e a emisso de gases traos e aerossis
para a atmosfera (PEREIRA et al., 2009). A intensa frequncia de fogo numa regio ocasiona a
perda irreversvel de alguns recursos genticos, antes mesmo de se conhecer bem o potencial
desses recursos florestais (SILVA, 2001 apud PEREIRA et al., 2004). Com a expanso da
fronteira agrcola no pas e o crescente aumento das atividades agropecurias, as queimadas
so frequentemente utilizadas, pois se constituem como uma tcnica de baixo custo para os
agricultores. A forte presso que reas florestais sofrem por aumento de reas agricultveis faz
com que o nmero de incndios e a extenso de reas queimadas aumentem consideravelmente
(BATISTA, 2004).
O cerrado um dos principais biomas brasileiros, pois alm de conter uma rica
biodiversidade, ocupa, aproximadamente, 22% do territrio (RATTER et al., 1996). A retirada da
vegetao natural para a produo de carvo, a introduo de espcies exticas, como o
eucalipto, e a rpida expanso da agricultura mecanizada contriburam significativamente para a
diminuio das reas naturais do bioma Cerrado (BRANNSTROM et al., 2008; FURLEY, 1999).
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A mudana do uso e cobertura do solo, bem como reas queimadas, podem ser detectados
a partir de dados obtidos por satlites, pois apresentam resposta espectral especfica.
Globalmente, o sensoriamento remoto a principal ferramenta para o monitoramento da
cobertura vegetal, pois permite obter dados de reas extensas, em intervalos de tempo regulares,
no sendo necessrios numerosos e extensivos trabalhos de campo (FRANA; FERREIRA,
2005). A severidade de uma queimada influencia diretamente a capacidade de recuperao da
vegetao e a composio de espcies ps-fogo (SCHEPERS et al., 2014). Para tanto, vrios
ndices espectrais foram criados como intuito de monitorar a cobertura vegetal, medir a
densidade da vegetao e o vigor vegetativo e detectar os efeitos ps-fogo na vegetao.
Os ndices espectrais possuem simplicidade conceitual e eficincia. Assim, estes possuem
vantagens claras sobre outras metodologias de avaliao de severidade de queima e delimitao
de reas de regenerao. Esses ndices utilizam as informaes de reflectncia da superfcie de
bandas especficas do espectro eletromagntico, em que a maioria envolve faixas do
infravermelho prximo, devido alta reflectncia da vegetao nessa parte do espectro.
Enquanto a maior parte dos ndices utiliza apenas uma imagem, h tambm ndices bitemporais
que utilizam duas imagens, uma anterior e uma posterior ocorrncia do evento de regenerao
(SCHEPERS et al., 2014). Sendo assim, esse artigo prope estimar a regenerao da vegetao
em uma rea de cerrado a partir da utilizao de quatro ndices espectrais.
Caracterizao da rea de Estudo
A rea de estudo corresponde cena da rbita ponto 222/65, que abrange parte do territrio
dos Estados do Maranho e Tocantins, como pode ser visualizado na Figura 1. Essa rea foi
escolhida devido grande mudana no padro de cobertura vegetal, com forte presena da
agricultura e com a constante utilizao do fogo, o que faz com que a vegetao apresente
diferentes nveis de regenerao. Alm disso, dentro dessa rea encontra-se uma importante
rea de Proteo Ambiental brasileira, o Parque Nacional da Chapada das Mesas (MA), que
compreende uma rea de 159.951,62 hectares, e abriga espcies ameaadas, como o
Tamandu Bandeira e a Ona Parda. Grande parte da populao do entorno do Parque utiliza o
fogo com a finalidade de limpeza da rea para plantio de culturas de subsistncia e renovao
de pastagem. Alm disso, h tambm grandes pecuaristas, com pastos formados que, devido
aos menores custos, geralmente preferem o uso do fogo ao invs do uso de mquinas agrcolas
(MMA, 2007).
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Figura 1: Localizao da rea de Estudo.
Metodologia
Neste trabalho foram utilizados quatro ndices Espectrais distintos. O Normalized Difference
Vegetation Index (NDVI, equao 1) que amplamente utilizado em diversos tipos de estudo
sobre a cobertura vegetal, e est relacionado com a quantidade de vegetao sadia, utilizando
a alta reflectncia da vegetao nos comprimentos de onda da regio do infravermelho prximo,
e a absoro da radiao pela clorofila na regio espectral do vermelho. Comprimentos de onda
curtos so mais sensveis aos efeitos da atmosfera e o Enhanced Vegetation Index (EVI,
equao 2) explora essa propriedade atravs da utilizao da sensibilidade da faixa referente ao
azul do espectro eletromagntico para calibrar a faixa referente ao vermelho. Alm disso,
melhora o sinal de vegetao, dissociando o sinal do background do sinal da vegetao com um
fator de ajuste de fundo do dossel. O Soil Adjusted Vegetation Index (SAVI, equao 3) similar
ao NDVI, porm adiciona o fator de correo do solo para minimizar os efeitos do background.
Ainda, o Normalized Burn Ratio (NBR, equao 4) utiliza a faixa referente ao infravermelho
prximo e substitui a banda referente ao Vermelho, utilizado no NDVI, pela regio do espectro
eletromagntico que corresponde ao infravermelho mdio. Essa regio do espectro fortemente
absorvida pelo teor de gua na vegetao ou solos. A vegetao seca ou a exposio do solo
seco aps incndio aumenta a reflectncia e, assim, diminui o valor do ndice NBR (SCHEPERS
et al., 2014).
Para esse trabalho foram utilizadas imagens do sensor Thematic Mapper (TM) do satlite
Landsat 5. Este sensor possui uma resoluo espacial nominal de 30 metros, com resoluo
radiomtrica de 8 bits e resoluo temporal de 16 dias. Com o intuito de minimizar as distores
sistemticas presentes nas imagens, foi realizada a correo geomtrica, que permite a
comparao multitemporal das imagens provenientes de satlites distintos. A base de referncia,
necessria correo geomtrica das imagens, foi obtida a partir das imagens Geocover, que
so constitudas em dados da srie de satlites Landsat, submetidas a procedimentos de
ortorretificao para ajuste das imagens aos deslocamentos do relevo. Posteriormente, foi
realizada a gerao dos ndices a partir dos seguintes modelos matemticos:
-
5
4 3 4 3
4 3 4 3POS PRE
B B B BNDVI
B B B B
(1)
1 2 1 2
4 3 4 32 * 2 *
4 * 3 4 * 1 4 * 3 4 * 1POS PRE
B B B BEVI G G
B C B B C B L B C B B C B L
(2)
`
4 3 4 3*(1 ) *(1 )
4 3 4 3POS PRE
B B B BSAVI L L
B B L B B L
(3)
4 7 4 7
4 7 4 7POS PRE
B B B BNBR
B B B B
(4)
Em que b1, b3, b4 e b7 so as bandas do sensor TM, correspondentes s faixas do azul,
vermelho, infravermelho prximo e infravermelho mdio, respectivamente, e pre e pos
representam as imagens anteriores e posteriores ao episdio de queimada. L fator de ajuste
para o solo; G o fator de ganho e C1 e C2 so coeficientes de ajuste para efeito de aerossis
da atmosfera. Os valores dos coeficientes adotados pelo algoritmo do EVI so: L=1, C1=6,
C2=7,5 e G= 2,5 (HUETE et al., 1997)
Mtodos de converso dos Nveis de Cinza (NC) em valores de Reflectncia para o
TM/Landsat 5
Nvel Digital para Radincia
Para a utilizao de ndices espectrais em imagens de satlite com o intuito de extrao de
dados quantitativos, necessrio que seja realizado a correo atmosfrica das imagens.
Chandler e Markham (2003) calibraram radiometricamente os parmetros de converso do
sensor TM do Landsat 5 com procedimentos diferentes, aperfeioando a acurcia da calibrao
absoluta atravs de coletas em campo e de calibrao cruzada com o ETM+ do Landsat 7.
Em relao alterao dos nveis de cinza em radincia em cada banda, indispensvel o
conhecimento dos fatores de escalonamento dos nveis de cinza, radincia mnima e mxima, e
dos valores de nvel de cinza mximo e mnimo, descrita por Chander e Markham (2003) como:
min
max
minmax *
LNCNC
LLL (5)
Em que Lmax e Lmin representam o valor de mxima e mnima radincia escalonados para cada
banda do sensor TM; NC representa o nvel de cinza de cada pixel da imagem; NCmax representa
o nvel de cinza mximo e L representa a radincia para a banda expressa em W/m2.sr.m.
Radincia para Reflectncia aparente
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6
O clculo da reflectncia aparente, atravs da radincia aparente, proporciona boa acurcia
em situaes de cu com baixa nebulosidade, permitindo a comparao de imagens de diversos
sensores, j que as diferenas na irradincia no topo da atmosfera e os efeitos do ngulo solar
zenital so obtidos com boa preciso. A reflectncia aparente obtida a partir da expresso:
zenitalsol
m
pE
d
dL
cos.
..
2
(6)
em que cada banda espectral L representa a radincia aparente de cada pixel; d e dm
representam, respectivamente, a distncia instantnea e mdia Sol-Terra em unidades
astronmicas; Esol a irradincia solar mdia no topo da atmosfera e cos zenital representa o
cosseno do ngulo zenital. A irradincia mdia no topo da atmosfera (Esol) foi obtida atravs
Espectro Solar proveniente do Centro Mundial de Radiao (World Radiation Center).
Para a obteno dos clculos da distncia mdia Sol-Terra e do cosseno do ngulo zenital
foram utilizadas as seguintes expresses:
)284(
365
360.45,23 nsen (7)
xsenxsenxxd
dm2.000077,02cos.000719,0.00128,0cos.034221,000011,1
2
(8)
Sendo
365
)1(360 nx , onde n representa o dia juliano (9)
hcos.cos.cos.cos sensenzenital (10)
em que = latitude em graus e h = ngulo horrio (11)
Reflectncia da superfcie estimada pelo modelo 6S
Para a correo dos efeitos atmosfricos utilizando o modelo Second Simulation of the
Satellite Signal in the Solar Spectrum (6S), baseada em parmetros fsicos da atmosfera
(VERMOTE et al., 1997) foi necessria a transformao dos nveis de cinza em valores de
reflectncia aparente.
A aquisio de parmetros atmosfricos para serem utilizados no 6S uma condio
necessria para a aplicao do modelo. Aps este procedimento, os dados foram inseridos no
modelo, adotando como parmetros iniciais: visibilidade de 70 km, atmosfera tropical e modelo
de aerossis continental. Como nas imagens adquiridas no havia presena de nuvens,
constituiu-se da modelagem da radiao solar para a situao de cu limpo e assumiu-se que
os principais efeitos atmosfricos so a absoro pelos gases (dixido de carbono, oxignio,
vapor de gua e oznio) e espalhamento pelas molculas dos gases atmosfricos.
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4. Resultados e Discusso
As Figuras 2 e 3 apresentam os ndices Espectrais EVI, NDVI, NBR e SAVI para os anos de
1985 e 2011. Na Figura 2, as reas representadas pela vegetao densa esto representadas
pela cor verde. Percebe-se que os resultados provenientes do ndice EVI, as reas
representadas pela vegetao densa foram melhor discriminadas em relao aos outros alvos,
quando comparados com os resultados provenientes do ndice NDVI, . Na Figura 3, as reas em
tons amarelos representam o solo exposto e as reas verdes representam as reas de
vegetao, provenientes do ndice SAVI. Percebe-se que estes trs ndices (EVI, NDVI e SAVI)
apresentaram resultados visualmente muito distintos em relao discriminao dos alvos
presentes na cena. No ndice NBR a colorao vermelha representa as reas de solo exposto e
a cor verde escuro representa a vegetao densa, apresentando resultados visuais similares
com os do ndice SAVI. Assim, percebe-se que os ndices EVI e NDVI apresentaram variaes
sutis, mesmo entre classes extremas, como campo e floresta densa, tornando difcil a
discriminao destas classes. Desta forma, percebe-se que os ndices NBR e SAVI
apresentaram visualmente uma melhor distino entre as fisionomias vegetais.
Figura 2: Imagens dos anos de 1985 e 2011 com os ndices Espectrais NDVI e EVI.
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Figura 3: Imagens dos anos de 1985 e 2011 com os ndices Espectrais NBR e SAVI.
A Figura 4 mostra as imagens diferena dos ndices EVI, NDVI, NBR e SAVI para os anos
de 1985 e 2011. Foi calculado a diferena entre os valores de cada ano para detectar e quantificar
as reas em que ocorreu alterao nas classes, ou seja, acrscimo (representado pelos tons
verdes) ou reduo (representado pelos tons vermelhos)na vegetao. importante ressaltar
que as imagens resultantes do clculo desta diferena detectam todas as alteraes na
vegetao. Assim, quando os quatro ndices so comparados, percebe-se que o ndice NBR
apresenta uma melhor distino das reas vegetais que foram regeneradas aps a anlise das
imagens-diferena.
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Figura 4: Imagens diferena dos ndices EVI, NDVI, NBR e SAVI.
A Figura 5 exibe a delimitao das reas regeneradas provenientes dos quatro ndices
espectrais analisados, na qual possvel observar as regies em tons amarelos e verdes,
representando um acrscimo de fitofisionomias vegetais, regeneradas aps o ano 1985,
enquanto as regies mais claras representam pouca quantidade ou ausncia dessa biomassa
regenerada. Sendo assim, percebe-se que o ndice NBR apresentou visualmente um melhor
resultados comparados com os outros trs ndices utilizados, denotando uma maior distino
nas reas vegetais regeneradas.
Figura 5: rea total de regenerao.
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5. Consideraes finais
O emprego de ndices espectrais consiste numa importante ferramenta que pode ser utilizada
para a obteno de reas regeneradas a partir de queima ou corte da vegetao. A metodologia
proposta neste trabalho possibilitou a comparao de duas imagens com diferentes datas e a
obteno de informaes de forma rpida e criteriosa.
A partir das observaes e anlises das imagens, foi possvel observar que, apesar das
semelhanas entre os ndices, existem tambm pequenas diferenas, que podem implicar em
anlises distintas da vegetao. Assim, percebe-se que os valores obtidos para o NBR
apresentaram o melhor contraste entre as reas regeneradas e no regeneradas.
Referncias
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241, 2004.
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Land Use Policy, v. 25, n. 4, p. 455 - 608, 2008.
CHANDER, G.; MARKHAM, B. Revised Landsat-5 TM Radiometric Calibration Procedures and
Postcalibration Dynamic Ranges. IEEE Trans. Geosc. And Remote Sens. v. 41 n. 11, p. 2674
- 2677, 2003.
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avaliao de queimadas. Revista, volume, nmero, p. 3017 - 3023 2005.
FURLEY, P. A. The nature and diversity of neotropical savanna vegetation with particular
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HUETE, A.; Liu, H. Q.; BATCHILY, K.; VAN LEEUWEN, W. A comparison of vegetation indices
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PEREIRA. C. A.; FIEDLER, N. C.; MEDEIROS, A. B. Anlise de aes de preveno e combate
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RATTER, J. A.; BRIDGEWATER, S.; ATKINSON, R.; RIBEIRO, J. F. Analysis of the floristic
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And Remote Sens., v. 35, n. 3, p. 675 - 686, 1997.
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CARTOGRAFIA TTIL: ELABORAO DE
MAPAS
TACTILE CARTOGRAPHY: ELABORATION OF MAPS
Lucas Henrique Vicentini Viana de Carvalho Departamento de Geocincias DEGEO
Universidade Federal de So Joo del-Rei [email protected]
Av. Visconde do Rio Preto, s/n So Joo del Rei MG 36301-360
Gisa Fernanda Siega Rocha Departamento de Geocincias DEGEO
Universidade Federal de So Joo del-Rei [email protected]
Av. Visconde do Rio Preto, s/n So Joo del Rei MG 36301-360
Ana Luiza Corra Silva Departamento de Geocincias DEGEO
Universidade Federal de So Joo del-Rei [email protected]
Av. Visconde do Rio Preto, s/n So Joo del Rei MG 36301-360
Silvia Elena Ventorini Departamento de Geocincias DEGEO
Universidade Federal de So Joo del-Rei [email protected]
Av. Visconde do Rio Preto, s/n So Joo del Rei MG 36301-360
Taynara Mercs Ferreira Escola Estadual Dr. Garcia de Lima
[email protected] Avenida Leite Castro, 1384 Fbricas - So Joo Del Rei - MG
Resumo
O objetivo deste artigo apresentar a experincia de elaborao de mapas tteis com e sem
recursos sonoros. O estudo tem como fundamentao terico-metodolgica a perspectiva
histrico-cultural. A experincia relatada faz parte do projeto Cartografia Ttil: gerao de
material didtico e prticas pedaggicas como apoio ao ensino de geografia para alunos com
deficincia visual. Foram elaborados 4 mapas, na escala 1:87.200.000 e representando o relevo
do Brasil. O material utilizado foram placas de isso isopor, massa corrida e tinta de diversas
cores. Os recursos sonoros foram inseridos em dois mapas por meio do equipamento Pen friend
e pelo Sistema Maquete Ttil Mapavox. Outros dois, as informaes foram disponibilizadas em
braile e na escrita convencional. A avaliao da qualidade foi realizada por alunos cegos que
mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]
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frequentam aulas no Instituto So Rafael. Os resultados e anlises indicam a importncia do uso
de tecnologia de baixo custo na gerao de material didtico ttil. Estes facilitam e estimulam a
explorao das informaes disponibilizadas. Indicam ainda que ajustes so necessrios no que
se refere aos smbolos e a legenda nos mapas sem recursos sonoros. A vivncia no Instituto
mostra a importncia da ampliao de pesquisas na rea da Cartografia Ttil em Minas Gerais.
Palavras- Chave: Mapa Ttil; Tecnologia de baixo custo; Deficincia Visual;
Abstract
This article aims to present the experience of developing tactile maps with and without sound
resources. The study has theoretical and methodological base in the historical-cultural
perspective. The reported experience is part of the Project: Tactile Cartography: generation of
teaching materials and teaching practices to support the teaching geography to students with
visual impairments. Four maps were prepared, in 1:87.2 million scale and representing Brazilian
relief. The material used was polystyrene boards, spackle and different colors of paint. The sound
sources were inserted into two maps through the Pen Friend equipment and the Mapavox
Tactile Mockup System. Other two, the information was made available in Braille and in
conventional writing. Quality assessment was performed by blind students who frequent classes
in San Rafael Institute. The results and analyzes indicate the importance of using low cost
technology in the generation of tactile teaching materials. They facilitate and encourage the use
of the provided information. Also indicate that are necessary adjustments related to the symbols
and the subtitle on the maps without sound resources. The experience at the Institute shows the
importance of expanding research in Tactile Cartography in Minas Gerais.
Key-words: Tactile Map; Low-cost technology; Visual Impairment;
Introduo
No Brasil, ainda existem muitos obstculos a serem vencidos no mbito da Educao
Especial, mas no se pode negar que houve avanos significativos referentes incluso de
alunos com necessidades educacionais especiais (NEE) no ensino regular.
Mudanas, todavia, tm sido verificadas, determinadas por novas perspectivas. Concepes pedaggicas que encaravam o desenvolvimento como determinante da aprendizagem deram lugar a uma abordagem mais interativa em que a aprendizagem abre caminhos que favorecem o desenvolvimento (Marchesi e Martn, 1995, p. 9). Dessa forma, passou-se a no mais encarar os limites de pessoas com necessidades especiais como fronteiras demarcadas de antemo, e o papel da educao foi redimensionado para admitir sua importncia fundamental no desenvolvimento dessas pessoas (KAFROUNI, 2001, p. 2).
O educador desenvolve funo importante na formao do aluno com ou sem NEE. A
capacidade do professor em trabalhar com a diversidade dos alunos em sala de aula reflete
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diretamente no ensino/aprendizado dos educandos, pois o professor o mediador capaz de criar
situaes que facilitem a compreenso dos estudantes (CARMO, 2009). Para Ventorini (2012) a
integrao de um aluno no se resume apenas em sua colocao fsica no ambiente escolar,
mas em proporcionar a sua participao ativa em todas as atividades escolares e sociais. Em
sala de aula, como em outros ambientes da escola, o educando deve vivenciar situaes de
ensino e aprendizado que respeitem as diferenas e amenize as discriminaes. Na mesma
linha de pensamento, Laplane e Batista (2003 apud BATISTA, 2005) ressaltam que para que
haja a integrao de alunos com deficincia visual essencial o incentivo e estmulo por parte
do professor, independente da sua rea de atuao.
Ento, importante dar enfoque Cartografia Ttil dentro da Geografia para incluso e
aprendizado dos alunos com necessidades especiais. Alm disso, a produo de material
didtico necessria tanto para a Cartografia convencional quanto para a Cartografia Ttil
(SILVA, 2013). A Cartografia Ttil uma rea especifica da Cartografia cujo objetivo pesquisar
procedimentos metodolgicos de gerao e utilizao de documentos cartogrficos tteis. O
material, geralmente, composto por mapas, maquetes e grficos, No Brasil, as pesquisas na
temtica ainda so poucas e concentram-se no Estado de So Paulo e em Santa Catarina.
Constata-se, ainda, a realidade da escassez de pesquisas na temtica base de outros estados
do Brasil, como Minas Gerais (VENTORINI, 2014).
Por isso, foi criado em 2011 o Grupo de Cartografia Ttil da UFSJ, com o objetivo de produzir
material didtico ttil a atuar na formao continuada de professores, tendo como base a
realidade de Minas Gerais. O trabalho realizado por meio de uma parceria entre pesquisadores
de trs importantes IES: Universidade Federal de So Joo del-Rei (UFSJ), Universidade
Estadual Paulista (UNESP) e Universidade Federal do Rio de Janeiro e tem como parceira a
Escola Estadual So Rafael localizada no municpio de Belo Horizonte MG.
Dentre os conjuntos didticos gerados pelo Grupo, esto mapas tteis representando o relevo
do Brasil com e sem recursos sonoros. Neste artigo apresentada a experincia com os mapas.
Metodologia
O estudo relatado neste artigo faz parte do projeto1 Cartografia Ttil: gerao de material
didtico e prticas pedaggicas como apoio ao ensino de geografia para alunos com deficincia
visual, coordenado pela Profa. Dra. Silvia Elena Ventorini do Departamento de Geocincias da
UFSJ. O trabalho desenvolvido no Laboratrio de Cartografia, Geoprocessamento,
1 A pesquisa recebe o apoio financeiro dos rgos de fomento: Fundao de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES) por meio do acordo EDITAL 13/2012 - PESQUISA EM EDUCAO BSICA - ACORDO CAPES-FAPEMIG e Programa de Extenso Universitria - PROEXT - MEC/SESu. Dentre os itens financiados esto passagens e dirias para o desenvolvimento das atividades na Escola Estadual So Rafael.
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Sensoriamento Remoto e Ensino Labcar Campus Tancredo Neves e na Escola Estadual So
Rafael, localizada no municpio de Belo Horizonte.
O estudo tem como fundamentao terico-metodolgica a perspectiva histrico-cultural por
permitir indicar os lugares sociais que ocupam os participantes. Alm disso, possibilita considerar
a multiplicidade do outro e sua forma de perceber e organizar o espao. Neste pressuposto
terico-metodolgico os sujeitos provocam ao uns sobre outros ao mesmo tempo em que
sofrem a ao deles. O procedimento metodolgico deste trabalho tem como base as
publicaes de VENTORINI (2009, 2012).
A vivncia no Instituto Rafael indicou a necessidade dos alunos cegos e da professora em ter
mapas tteis que representassem o relevo brasileiro como apoio a abordagem de conceitos da
Geografia Fsica. Por isso, foram elaborados quatro mapas hipsomtricos em alto relevo. Os
materiais utilizados foram um mapa hipsomtrico do Brasil, escala de 1:87200000, papel vegetal,
placas de isopor, massa corrida, tintas de diversas cores e EVA. Foram usados moldes que so
encontrados no site: Cartografia Escolar a cartografia da sala de aula2, Figura 1.
Figura 1: Mapa do relevo Brasileiro (esq.) o mapa s com as curvas de nvel (centro.) e contorno
do Brasil e curvas de nvel de 200, 400 e 800 respectivamente (dir.).
Fonte: Cartografia Escolar a cartografia da sala de aula
Para a construo dos mapas foram adotadas as etapas:
a) Decalque das curvas de nvel do mapa base para o papel vegetal;
b) Transposio das curvas para as placas de isopor;
c) Recorte e colagem das curvas de nvel transferidas para as placas de isopor, respeitando seus
valores de altitude (Figura 2);
d) Revestimento com massa corrida (Figura 3);
e) Pintura conforme as regras de cores para o mapa hipsomtrico, para que o mapa possa ser
utilizado por alunos com baixa viso e normovisuais;
f) Insero de smbolos tteis, legenda em braile e escrita convencional;
g) Insero de informaes sonoras por meio do recurso Penfriend
h) Utilizao de placa de isopor forrada com camura azul para representar o oceano
2 http://cartografiaescolar.wordpress.com/cartografia-escolar-brasil-3d/
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Figura 2: Decalque das curvas de nvel
para as placas de isopor
Figura 3: Mapa com a massa corrida.
Fonte: Acervo dos autores.
Os quatro mapas foram divididos da seguinte forma: dois mapas foram escolhidos para
representar alguns pontos especficos do relevo da forma usual, utilizando texturas diferentes,
legenda em braile e em escrita convencional e nos outros dois mapas foram usados recursos
sonoros.
Os pontos e as texturas dos mapas da forma usual foram respectivamente:
a) Plancie do Rio Amazonas - Nmero 1 em braile
b) Pantanal - Tecido
c) Bacia do Rio So Francisco - Lona
d) Serra da Mantiqueira - Tela
e) Serra do Espinhao Papel sanfonado
f) Serra Gacha Cola quente
g) Monte Roraima - Barbante
h) Oceano Atlntico Papel camura (O nome foi colado diretamente no mapa).
Por fim, foram realizados os acabamentos necessrios com a colagem dos mesmos no EVA,
com o intuito de facilitar o manuseio e o armazenamento. O ttulo e a escala tambm foram feitos
em braile e em escrita convencional, Figura 4.
Figura 4: Mapa de Texturas finalizado.
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Fonte: Acero dos autores.
Nos outros dois mapas foram usados recursos sonoros e em um a PenFriend, Figura 5,
dispositivo em forma de caneta que permite gravar e disponibilizar recursos sonoros, as
informaes so acessadas quando a caneta colocada sobre adesivos com microchips. O
mapa em que foi usado a Pen Friend foram colocados os adesivos sobre os pontos: Plancie do
Rio Amazonas, Pantanal, Bacia do Rio So Francisco, Bacia do Rio Paran, Planalto da
Borborema, Monte Roraima e Oceano Atlntico. O mapa foi colado no EVA e as informaes
sobre a escala e o ttulo foram disponibilizadas com recursos sonoros.
Figura 5: Microchips, dispositivo Pen Friend e mapa ttil
Fonte: Acervo dos autores.
O outro mapa foi elaborado com o Sistema Maquete/Ttil Mapavox3 que composto por trama
de micro-chaves, Arduino, ContacAdapter e os softwares Mapavox e ArduServer. Para montar a
trama de micro-chaves, utilizaram-se fios wire wrap, 7 micro-chaves, Arduino e ContacAdpter.
As micro-chaves foram soldadas nos fios, respeitando o esquema de entrada e sada da trama.
Depois foram encaixadas no Contact Adapter, e no Arduino. O mapa foi perfurado e as micro-
chaves foram inseridas nos locais desejados. As informaes disponibilizadas referem-se a:
Plancie do Rio Amazonas, Pantanal, Bacia do Rio So Francisco, Bacia do Rio Para Planalto
Central, Litoral/Oceano Atlntico. O Quadro 1 apresenta os botes e as funes do programa
Mapavox, j a Figura 6, o mapa elaborado.
Nome dos botes Funes disponibilizadas em cada boto
Boto Autores
Ao teclar sobre esse boto, abre-se uma janela com informaes sobre os responsveis pelo projeto.
Inibe Sensores Inibe as micro-chaves e permite configurar ou demonstrar o programa sem a necessidade de ter a maquete fisicamente conectada.
3 O sistema Maquete Ttil/ Mapavox foi criado em 2003 por meio de uma pareceria entre pesquisadores da UFRJ e Unesp Campus de Rio Claro. Ao longo dos anos foi aperfeioado e no ano de 2013 foi criado pelo Prof. Jos Antnio dos Santos Borges o software ArduServer e pelo Prof. Diogo Fugio Takano o ContacAdap. A tualmente o aperfeioamento do Sistema realizado por meio da parceria entre a UFSJ, Unesp e UFRJ.
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Testar Sensores
Ao pressionar uma micro-chave na maquete, o quadrado com o nmero referente quela micro-chave ser demarcado. Esse recurso tambm possibilita verificar se existe algum tipo de mau contato entre os fios e as micro-chaves.
Editar mapa Esse boto permite a insero de informaes de textos, imagens e sons acerca da rea circunvizinha micro-chave selecionada na maquete.
Dados do Sensor
Na janela Dados deste Sensor so disponibilizados automaticamente pelo programa as localizaes dos eixos X e Y de cada sensor. No campo denominado Nome o usurio dever atribuir micro-chave um nome e no campo Nmero do Sensor dever ser informado o nmero da micro-chave em que esto sendo inseridas as informaes pelo usurio.
Novo Arquivo de Som Permite a insero de sons gravados atravs do gravador de sons do Windows, adquiridos na internet, de CD, entre outros
Boto Nova Voz
Disponibiliza um editor de texto para a edio das informaes desejadas. As informaes fornecidas atravs de edio de texto sero emitidas por uma voz sintetizada.
Boto Executa O usurio poder avaliar as informaes armazenadas para cada micro-chave ao clicar no boto executa.
Boto Remove Sons / Vozes
Com esse boto o usurio poder excluir sons.
Boto Remover Sensores
Esse boto serve para remover sensores colocados no mapa de edio
Boto Exibir Mapa Nesse boto o usurio seleciona a figura referente maquete conectada ao programa MAPAVOX.
Quadro 1: Botes e funes disponibilizados no programa Mapavox (VENTORINI, 2007, p.112).
Figura 6: Encaixe das micro-chaves no mapa
Fonte: Acervo dos autores.
A qualidade dos mapas gerados foi avaliada por alunos cegos do Instituto So Rafael.
Participaram das atividades trs alunos do 9 ano do Ensino Fundamental e um Professor de
Geografia, cego desde os cinco anos de idade. Primeiramente, os alunos tatearam os mapas
sem recursos sonoros. O objetivo foi avaliar a qualidade e quantidade de informaes
disponibilizadas, bem como se a textura era agradvel ao toque, se os smbolos eram adequados
a sensibilidade ttil do pblico alvo e se os educandos conheciam os conceitos bsicos de leitura
de mapas, como busca na legenda do significado de cada smbolo. Posteriormente, avaliou-se
o mapa com recursos sonoros, Figura 7.
Os testes com estes recursos foram realizados, primeiramente em laboratrio, no qual se
constatou a incompatibilidade do Sistema Maquete Ttil/Mapavox com o notebook que seria
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utilizado para a realizao dos testes no instituto. Solues esto sendo investigadas para
resolver o problema. Os testes realizados em laboratrio com o dispositivo PenFriend foram bem
sucedidos e, por isso, houve a sua avaliao pelos educandos. Os resultados foram descritos a
seguir.
Figura 7: Mapa em Braile e o Mapa com a Pen Friend.
Fonte: Acervo dos autores.
Resultados
Os mapas sem recursos sonoros foram avaliados, primeiramente pelo professor de Geografia
(cego desde os cinco anos). Para o docente as diferenas de altitude do relevo eram bem
perceptveis ao tato, porm os smbolos transmitiam a informao de que s o ponto onde estava
inserido possua determinada altitude. A sugesto do professor foi que cada representao de
altitude fosse revestida, por inteira, com uma textura diferente. Este procedimento, talvez, no
mascarasse a informao de que a altitude no era s em um ponto, mas em uma rea. Em
relao s informaes em braile, o professor sugeriu que a escala fosse representada pelo
smbolo de nmero anterior ao nmero 1, outro smbolo de nmero e o sinal de diviso, e
novamente o smbolo de nmero e as dimenses do terreno representado a cada centmetro.
Os resultados da avaliao dos alunos foram semelhantes ao obtido com o docente: com
relao ao material, todos afirmaram que no conseguiram localizar as texturas no mapa, mas
que este representava bem as diferenas de altitude do relevo. Acrescentaram que as
informaes da legenda esto muito distantes do mapa.
Como intuito de sanar os problemas apresentados, os smbolos elaborados com texturas
foram substitudos por letras em braile. No entanto, novamente os educandos ressaltaram que
os smbolos eram confusos e difceis de serem diferenciados do mapa. Destaca-se, que as
observaes e dilogos com a professora responsvel pela sala de aula indicaram que as
dificuldades na identificao dos smbolos (braile) no estavam relacionadas a dificuldades de
leitura dos alunos, mas ao material. O primeiro aluno a testar o novo mtodo no identificou as
letras no mapa e segundo a professora esse aluno um exmio leitor, se no o melhor da escola.
A segunda aluna identificou as letras fe g que correspondiam Plancie do Rio Amazonas e
ao Oceano Atlntico, respectivamente, que so lugares mais amplos e de fcil percepo. O
terceiro aluno tambm identificou apenas as letras f e g. Novos mapas esto em fase de
elaborao para sanar os problemas apresentados.
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O mapa elaborado com o dispositivo PenFriend teve resultados positivos. Os educandos no
conheciam a tecnologia e julgaram interessante a facilidade de uso e a plasticidade dos recursos
sonoros. Dos trs alunos que avaliaram a qualidade do material, dois encontraram todos os
pontos adesivos que acionam a PenFried. Outro aluno apresentou dificuldades, encontrando
apenas os adesivos que estavam ao redor do mapa, como o ttulo, oceano e escala. Este
equipamento ser avaliado por outros educandos da escola para a coleta de dados que
comprovem sua eficincia. Ser testado, tambm, o mapa elaborado com o Sistema Maquete
Ttil/Mapavox, assim que o problema de incompatibilidade for resolvido.
Consideraes Finais
A idealizao do desenvolvimento de mapas tteis representando o relevo do Brasil surgiu ao
constatar a necessidade de alunos e professores em ter tal material como apoio as aulas de
Geografia. O trabalho no Instituto tem confirmado a importncia de pesquisa na rea da
Cartografia Ttil, tendo com realidade o Estado de Minas Gerais. A vivncia no Instituto So
Rafael tem resultado em desenvolvimento de aes, tanto na produo de material didtico como
na divulgao da pesquisa por meio de publicaes acadmicas, como em cursos de formao
continuada de professores. O resultado da experincia vem ao encontro das discusses na
Conferncia Mundial sobre educao para Todos sobre o fato de que a matricula importante,
mas que por si s no garante o atendimento das necessidades de aprendizagem dos alunos
com NEE. As anlises dos resultados tm indicado que h escassez de material didtico e
estudos coerentes com a realidade de ensino de Geografia para os alunos com deficincia visual
que frequentam o Instituto. Alm disso, vem ao encontro das afirmaes sobre o fato de que
necessrio dar voz e ouvir as experincias dos sujeitos envolvidos neste processo, assim como
estabelecer parcerias em prol da garantia dos direitos de todos.
Referncias Bibliogrficas
BATISTA, C. G. Formao de conceitos em crianas cegas: questes tericas e
implicaes educacionais. Psicologia: Teoria e Pesquisa, Braslia, vol. 21. n 1, p. 7-15, 2005.
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http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-08032010-124510/en.php Acesso em 08
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Cartografia Escolar a cartografia da sala de aula. Disponvel em:
http://cartografiaescolar.wordpress.com/ Acesso em 03 de Setembro de 2014.
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21
KAFROUNI, R. PAN, M. A. G. S. A incluso de alunos com necessidades educativas especiais
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Universidade do Paran. 2001. Disponvel em:
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Setembro de 2014.
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deficiente visual. 2007, v. 2. Dissertao (Mestrado em Geografia) - Instituto de Geocincias e
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VENTORINI, S. E. A experincia como fator determinante na representao espacial do
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2012. Tese (Doutorado em Geografia) Instituto de Geocincias e Cincias Exatas, Universidade
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elaborao de material didtico e prticas pedaggicas. In: XXVI Congresso Brasileiro de
Cartografia, 2014, Gramado. Anais...Mapas conectando o Brasil e a Amrica, 2014. p. 1-8
http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs/index.php/psicologia/article/view/3316/2660http://www.cartografia.org.br/cbc/trabalhos/11/337/CT11-6_1404068573.pdfhttp://lattes.cnpq.br/8745379102017462
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22
APLICAO DE GEOTECNOLOGIAS PARA
ANLISE DO USO DO POR SOLO POR
MEDIES DE COMPOSIES
MULTIESPECTRAIS DOS SENSORES CCD
SATLITE LANDSAT 5 TM
APPLICATION TO ANALYSIS OF GEOTECHNOLOGIES USE IN SOIL FOR MEASUREMENTS COMPOSIESEIES MULTIESPECTRAL CCD SENSOR SATELLITE LANDSAT 5 TM
LEANDRO MAGNO LOPES D ASILVA Tecnologia para o Desenvolvimento Sustentvel
Universidade Federal de So Joo Del Rei, Campus Alto Paraopeba [email protected]
Ouro Branco, MG, Brasil
Resumo
O municpio de Conselheiro Lafaiete - MG localizado a aproximadamente 98 km da capital
mineira, Belo Horizonte. drenado pela bacia hidrogrfica do rio Maranho, sub bacia do Rio
Paraopeba. A pesquisa apontou problemas de degradao ambiental ao longo do rio Bananeiras
no tocante ao assoreamento do seu leito. Foram identificados dois pontos georreferenciados, um
na regio do distrito industrial e outro na regio onde houve o desaparecimento de uma represa
localizada no Parque Municipal Presidente Tancredo Neves. Os pontos de amostragem foram
utilizados para medir a taxa de refletncia multiespectral em diferentes perodos, visando analisar
as alteraes no uso do solo devido ao assoreamento acelerado, em funo de intervenes
antrpicas montante da rea de estudo. A anlise utilizada para representar a degradao
ambiental foi realizada por meio de interpretao de imagens orbitais do programas LANDSAT
TM 5, fotografias areas, registros fotogrficos e pesquisa de campo, com o objetivo de
apresentar a evoluo da rea degradada num determinado espao temporal.no inicio da
construo do Distrito Industrial, localizado no municpio de Conselheiro Lafaiete MG, foi
retirada a cobertura vegetal responsvel pela proteo do solo. A camada sensvel do solo
exposto sofre com a concentrao forada do escoamento dguas pluviais que tm provocado
alteraes da paisagem local em funo de um processo erosivo intenso na rea de denudao.
As ravinas e voorocas so a expresso maior desse fenmeno.
Palavras-chave: Eroso, Geomorfologia, Sensoriamento Remoto
Abstract
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23
The city of Hafizabad - MG located about 98 km from the state capital, Belo Horizonte. It is drained
by river basin Maranho, sub Paraopeba River basin. The survey pointed to problems of
environmental degradation along the river Banana regarding the silting up of its bed. Two
georeferenced points, one in the industrial area and other district in the region where there was
the disappearance of a dam located at the Presidente Tancredo Neves Municipal Park were
identified. Sampling points were used to measure the rate of multispectral reflectance at different
periods in order to analyze changes in land use due to the accelerated siltation, due to human
upstream of the study area interventions. The analysis used to represent the environmental
degradation was performed by interpretation of satellite images of Landsat 5 TM programs, aerial
photographs, photographic records and field research, with the aim of presenting the evolution of
the degraded area in a given space temporal.no start the construction of the Industrial District,
located in the city of Hafizabad - MG, vegetation cover responsible for protecting the soil was
removed. The sensitive layer of exposed soil suffers from the forced concentration of stormwater
runoff d'changes that have caused the local landscape due to intense erosion in the area of
denudation. The ravines and gullies are the highest expression of this phenomenon.
Keywords: Erosion, Geomorphology, Remote Sensing
INTRODUO
O municpio de Conselheiro Lafaiete, possui uma rea territorial de 370Km2, com distncia
rodoviria de 98 km de Belo Horizonte MG. O municpio de Conselheiro Lafaiete limtrofe com
os municpios de Congonhas, So Brs do Suau, Queluzito, Cristiano Otoni, Santana dos
Montes, Itaverava e Ouro Branco (Mapa 1) na regio do Campo das Vertentes. A temperatura
mdia anual oscila em torno de 24,9C mxima e 14,9C mnima. O relevo possui topografia
irregular caracterstica de mares de morro sendo 22% plano, 8% ondulado e 70% montanhoso,
sob a Serra do Espinhao. O ponto de maior altitude 1157 metros onde est localizado o
interflvio entre a bacia hidrogrfica do Rio Doce e bacia do Rio So Francisco (ALMG / IGA,
1999). A regio do municpio, possui solos jovens predominantes em sua grande poro que so
facilmente erodidos devido sua estrutura e ao dos agentes erosivos.
TEMA
Assoreamento e processos erosivos: estudo de caso antiga Represa localizada no Parque
Municipal Presidente Tancredo Neves em Conselheiro Lafaiete MG. Abordagem acerca das
alteraes geomorfolgicas por intervenes antrpicas, utilizando tcnicas de
Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto no monitoramento e anlise do espao geogrfico
da rea pesquisada(Mapa 1).
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24
PROBLEMATIZAO
O estudo da eroso, transporte de partculas nos cursos de gua e a deposio desses
materiais, so essenciais para determinar a vida til de lagoas e represas no processo de
assoreamento. Avalia-se a origem dos sedimentos estudando a fragilidade do terreno, assim
como o tipo de material depositado. medida que a deposio de sedimentos aumenta, a
capacidade de armazenamento do reservatrio diminui. A delimitao da rea de estudos
determinada por uma rea em processo de degradao pela perda e carreamento de solo,
drenada por um dos principais canais fluviais de fluxo permanente, contendo os afluentes do rio
com maior expresso regional, o rio Bananeiras.
A eroso em uma bacia hidrogrfica, como fenmeno natural, inicia-se pela ao das gotas
de chuva chocando-se contra a superfcie do solo sem proteo vegetal. Desenvolvem-se
processos de destruio, em trs etapas: desagregao das partculas do solo, separao das
partculas e arraste dessas partculas sob forma de enxurrada.
O assoreamento de reservatrios est associado aos processos erosivos, na medida em que
consiste no destino final da quase totalidade dos sedimentos desagregados, removidos e
transportados de reas erodidas e consequentemente depositados nos fundo dos rios e lagoas.
Com o decorrer dos anos a antiga Represa no localizada no Parque de Municipal Presidente
Tancredo Neves recebeu grande carga de sedimentos, provocando o assoreamento da mesma.
Mapa 1: Localizao e Hipsometria do municpio de Conselheiro Lafaiete, MG
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OBJETIVO
O presente trabalho tem como objetivo geral, demonstrar e discutir o processo gradual de
assoreamento de um corpo hdrico ao longo dos anos, utilizando as ferramentas oferecidas pelo
Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento aplicado na regio de estudo em questo: Distrito
Industrial em Conselheiro Lafaiete, MG.
JUSTIFICATIVA
O rio Bananeiras o principal curso de gua no municpio de Conselheiro Lafaiete, sendo
responsvel por parte do abastecimento no municpio. O assoreamento da antiga Represa
situada no Parque Municipal Presidente Tancredo Neves um indicador de que o rio vem
sofrendo alteraes em grande escala devidas o assoreamento. A alterao da paisagem devido
aos processos erosivos da rea pesquisada, no faz parte dos parmetros normais de uma
dinmica fluvial e poder, ao decorrer dos anos terem sua vazo comprometida.
REFERENCIAL TERICO
O assoreamento a obstruo de canais por sedimentos: areia ou detritos quaisquer de um
esturio, rio, ou canal. Pode ser causador de reduo da correnteza (CARVALHO, 1994). Este
processo uma das causas da alterao na dinmica de rios, devido reduo de sua
profundidade. Os processos erosivos, causados pelas guas, ventos, alteraes qumicas,
antrpicas e fsicas, que desagregam solos e rochas liberando sedimentos que sero
transportados.
O depsito destes sedimentos constitui o fenmeno do assoreamento (FAO, 1980). O
assoreamento um fenmeno geolgico e existe h tanto tempo quanto existem os mares e rios
do planeta, e este processo j depositou no fundo dos oceanos enorme quantidade de
sedimentos (FAO, 1980). Porm o homem vem acelerando este antigo processo atravs dos
desmatamentos, que expem as reas eroso. O assoreamento no chega a estagnar um rio,
mas pode mudar drasticamente sua dinmica (GUERRA, 1997). As partculas de solo so
transportadas para as partes mais baixas dos relevos e em geral, vo assorear os cursos de
gua represas e lagoas (GUERRA, 1997). Em solos cobertos por floresta a eroso muito
pequena e quase inexistente, mas um processo natural sempre presente e importante para a
formao dos relevos. O problema ocorre quando o homem acelera a degradao e deixa o solo
exposto, porque a eroso torna-se severa, e pode levar a grandes voorocas. (CARVALHO,
1994). Outro fator importante que, se as chuvas so freqentes e o terreno j est saturado
de gua, a tendncia que o solo nada mais absorva e com isso, toda a gua da chuva que
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precipitar, correr pela superfcie. Se o solo arenoso o arrastamento ser maior do que se ele
fosse argiloso.
Com o avano das tecnologias, em especial as Geotecnologias, a anlise do espao
geogrfico tornou-se um instrumento fundamental na gesto do espao. Para XAVIER-DA-
SILVA (1997), o Geoprocessamento pode ser definido como uma tecnologia, isto , um conjunto
de conceitos, mtodos e tcnicas erigido em torno de um instrumento disponvel pela
engenhosidade humana. A aplicao desta geotecnologia, e outras tcnicas como
Sensoriamento Remoto, destinado principalmente, a identificar e classificar entidades e eventos
registrados a distncia por diversos detectores. Hoje o Geoprocessamento tem aplicaes para
diversos fins: militares, geopolticos, industriais, comerciais e ambientais dentre muitas outras
aplicaes (XAVIER-DA-SILVA, 2004). MARTINELLI (2003) ressalta a importncia de se
comparar mapas temticos dentro de um mesmo territrio, criando cenrios de uma maior
abordagem geogrfica e espacial. Com o avano dos estudos cientficos sobre a Terra, cada vez
mais novas reas de conhecimento esto fazendo uso das geotecnologias. Hoje, estudos
ambientais tais como: Geologia, Ecologia, Geomorfologia, Geografia, Agronomia e Climatologia,
fornecem uma incrvel diversidade de temas a serem cartografados, como no exemplo de rios,
habitat natural, redes de infra-estrutura, formaes geolgicas, jazidas minerais, solos,
vegetaes, populaes e unidades de relevo.
METODOLOGIA
Inicialmente, foi realizada uma pesquisa e refino na literatura afim, por meio de leituras e uma
reavaliao sistemtica da documentao cartogrfica e bibliogrfica pr-existente disponveis
nas instituies pblicas tais como: Bibliotecas, GEOMINAS, IBGE, ALMG e Prefeitura de
Conselheiro Lafaiete. A carta topogrfica utilizada para anlise da drenagem e relevo
disponibilizada pelo IBGE Folha SF-23-X-A-VI-3. As bases cartogrficas digitais foram
adquiridas via Internet por meio de donwload de dados disponveis na internet como mapa de
solos GEOMINAS, imagens orbitais dos programas LANDSAT 5 e SRTM.
Os trabalhos de Sensoriamento Remoto e Fotointerpretao foram realizados com base em
fotografias areas monocromticas em escala de 1:10.000 e imagens orbitais do programa
LANDSAT 5TM com resoluo espacial de 30 x 30 metros, na faixa espectral compreendida
entre o Visvel e Infravermelho Mdio (0,4 m - 3 m), com resoluo de 8 bits. Foram utilizadas
imagens LANDSAT 5TM (Imagens: 1,2,3 e 4) obtidas no site do INPE(Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais), em rbita nos anos de 1984, 1986, 1990 e 2006, perodo de extino da
represa. Foram determinados dois pontos amostrais na regio de estudo, sendo um na rea do
distrito industrial (x = 626624,8297 S) e outro na rea da represa assoreada (y = 7713740,39 S),
em diferentes perodos. Por meio de anlise de identificao de pixels (Tabelas 1,2,3,4 e
Grficos 1,2,3,4) foi possvel medir a taxa refletncia dos alvos . Para tal prtica foram utilizados
os softwares SPRING 5.1 e ArcGIS 9.2, na combinao de bandas multiespectrais nos canais
B(3), G(4) e R(5), pelo software SPRING. No ArcGIS, foram trabalhados a anlise espacial,
-
27
correo e georreferencimento das imagens. A combinao destes softwares proporcionou
melhor qualidade no tratamento dos dados, gerando leiautes, mapas de altimetria delimitao
territorial e representao do espao geogrfico em estudo.
Imagens 1 e 2: LANDSAT TM 5, rbita 1984 e 1986, respectivamente.
Tabela 1: comportamento espectral imagem 1
C omportamento E s pec tral dos Alvos - 1984
0
50
100
150
200
250
300
B anda 1 B anda 2 B anda 3 B anda 4 B anda 5
Re
fle
ct
nc
ia
Area Dis tritoIndus trial
Area da R epres a
Azul Verde Vermelho I. V. Prximo I. V. Mdio
Grfico 1: comportamento espectral imagem 1
Comportamento Espectral
Definio do Alvo Banda 1 Banda 2 Banda 3 Banda 4 Banda 5
Area Distrito Industrial 61 61 25 41 66
Area da Represa 52 52 62 66 138
-
28
Tabela 2: comportamento espectral imagem 2
C omportamento E s pec tral dos Alvos - 1986
0
50
100
150
200
250
300
B anda 1 B anda 2 B anda 3 B anda 4 B anda 5
Re
fle
ct
nc
ia
Area Dis tritoIndus trial
Area da R epres a
Azul Verde Vermelho I. V. Prximo I. V. Mdio
Grfico 2: comportamento espectral imagem 2
Imagens 3 e 4: LANDSAT TM 5, rbita 1990 e 2006, respectivamente.
Tabela 3: comportamento espectral imagem 3
Comportamento Espectral
Definio do Alvo Banda 1 Banda 2 Banda 3 Banda 4 Banda 5
Area Distrito Industrial 59 59 53 64 129
Area da Represa 58 58 93 83 153
Comportamento Espectral
Definio do Alvo
Banda
1
Banda
2
Banda
3
Banda
4
Banda
5
Area Distrito Industrial 61 27 22 34 70
Area da Represa 52 23 19 8 6
-
29
C omportamento E s pec tral dos Alvos - 1990
0
50
100
150
200
250
300
B anda 1 B anda 2 B anda 3 B anda 4 B anda 5
Re
fle
ct
nc
ia
Area Dis tritoIndus trial
Area da R epres a
Azul Verde Vermelho I. V. Prximo I. V. Mdio
Grfico 3: comportamento espectral imagem 2
Tabela 4: comportamento espectral imagem 4
C omportamento E s pec tral dos Alvos - 2006
0
50
100
150
200
250
300
B anda 1 B anda 2 B anda 3 B anda 4 B anda 5
Re
fle
ct
nc
ia
Area Dis tritoIndus trial
Area da R epres a
Azul Verde Vermelho I. V. Prximo I. V. Mdio
Grfico 4: comportamento espectral imagem 4
CONSIDERAES FINAIS
Este trabalho apresentou resultados considerveis quanto ao uso das imagens
LANDSAT TM 5 como anlises de uso e ocupao do solo em perodos distintos. A utilizao
das imagens obtidas nos anos de 1984, 1986, 1990 e 2006, compreende o perodo de inicio e
extino da represa. As respostas espectrais obtidas representam a evoluo do uso do solo na
rea estudada, trazendo o seguinte resultado:
Imagem 1: Apresenta pouca alterao pela interferncia antrpica, na rea do Distrito
industrial e rea em construo do Parque Municipal;
Tabela 1 e grfico 1: Grande parte da energia na faixa espectral do visvel e IV Prximo
no ponto amostral do Distrito Industrial e alta refletncia no IV Mdio no ponto amostral,
incio da terraplanagem para construo da lagoa, solo exposto;
Imagem 2 :Apresentao intervenes antrpicas na regio do Distrito Industrial e
Parque Municipal;
Tabela 4: comportamento espectral imagem 4
Definio do Alvo Banda 1 Banda 2 Banda 3 Banda 4 Banda 5
Area Distrito Industrial 87 47 84 77 148
Area da Represa 60 26 30 50 74
-
30
Tabela 2 e grfico 2: Absoro de energia em grande parte da faixa espectral do visvel
e IV Prximo, alta refletncia no IV Mdio nos pontos amostrais do Distrito Industrial e
construo da Lagoa, retirada da vegetao solo exposto;
Imagem 3: Apresenta pouca alterao pela interferncia antrpica. Abertura de estradas
e instalaes de edificaes industriais, Nesta imagem possvel identificar a lagoa
coberta por gua;
Tabela 3 e grfico 3: Baixa refletncia no espectro do visvel e IV Prximo, no ponto
amostral da rea do distrito industrial, maior absoro no espectro do IV Pximo e Mdio,
devido absoro de energia pela gua da lagoa.
Imagem 4: Apresenta grande parte do solo exposto na regio do Distrito Industrial e
processos erosivos avanados como ravinas e voorocas e a regio da lagoa encontra-
se completamente assoreada;
Tabela 4 e grfico 4: Possui refletncia mdia na faixa espectral do visvel e maior na
faixa do IV Mdio da regio do Distrito Industrial. A rea assoreada da lagoa possui maior
absoro no espectro do visvel e IV Prximo e Mdio;
As Imagens 5 e 6, demonstram a alterao, quanto ao uso do solo em um perodo de 20
anos, tempo suficiente para o assoreamento completo da represa, bem como as Fotos 1 e 2,
apresentam a alterao da paisagem. Desta maneira, o trabalho apresenta a importncia da
utilizao geotecnologias para anlises de uso do solo.
Imagem 5 : Fotografia area ano de
1986
Fonte: Companhia Energtica de
Minas Gerais - CEMIG
Imagem 6: Imagem orbital ano
2006.
Fonte: Google Earth (linha do
tempo)
-
31
REFERNCIAS
CARVALHO, N.O - Hidrossedimentologia Prtica -Rio de Janeiro, CPRM ,1994 BRASIL. Fundao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE)
-
32
VALIDAO DO PRODUTO MCD12 DO
SENSOR MODIS PARA A AMRICA DO SUL
Validation of MCD12 Product of MODIS Sensor for South
America
Paula Resende Santos Geografia
Universidade Federal de So Joo del Rei [email protected]
Avenida Visconde do Rio Preto, s/n - Colnia do Bengo CEP 36301-360 - So Joo del-Rei (MG)
Ana Cludia de Mello Silvrio
Geografia Universidade Federal de So Joo del Rei
[email protected] Avenida Visconde do Rio Preto, s/n - Colnia do Bengo
CEP 36301-360 - So Joo del-Rei (MG)
Fernanda Cristina Resende Geografia
Universidade Federal de So Joo del Rei [email protected]
Avenida Visconde do Rio Preto, s/n - Colnia do Bengo CEP 36301-360 - So Joo del-Rei (MG)
Gabriel Pereira
Geografia Universidade Federal de So Joo del Rei
[email protected] Avenida Visconde do Rio Preto, s/n - Colnia do Bengo
CEP 36301-360 - So Joo del-Rei (MG)
Resumo
Dada a grande disponibilidade de produtos de Uso e Cobertura da Terra (UCT), torna-se
necessrio a realizao de constantes avaliaes sobre a acurcia da classificao dos produtos
para permitir ao usurio avaliar a utilidade e a concordncia de um mapa gerado a partir do
mesmo. Um dos mtodos utilizados para validar um produto o Coeficiente Kappa com a entrada
dos dados a partir de uma matriz de transio e a comparao com imagens de satlite de alta
resoluo espacial, sendo considerado timo com valores acima de 0,8. Os resultados da
validao mostram que a partir de 250 pontos sorteados aleatoriamente no produto MCD12Q1
-
33
para os anos de 2001 a 2012, foi gerado um Kappa 0,81, sendo considerado timo e confivel
para a produo de mapas de UCT.
Palavras-Chave: Validao; Kappa; MCD12Q1.
Abstract
Due to the great availability of Land Use and Land Cover products (LULC), is necessary the
evaluation of classification accuracy of products to allow the user to evaluate the utility and
agreement of a map generated from this classification. One of the methods used to validate a
product is the Kappa coefficient with the input data from a transition matrix and comparison with
satellite images of high spatial resolution, considered very good with values above 0.8. The
validation results showed that from 250 randomly selected points in MCD12Q1 product for the
years 2001-2012, was generated a Kappa of 0.81, considered optimal and reliable to produce
maps of LULC.
Key Words: Validation; Kappa; MCD12Q1
Introduo
A caracterizao do uso e cobertura da Terra (UCT) destinada para usos mltiplos em
diversas reas da cincia, alm de ser uma propriedade fundamental para o monitoramento da
paisagem em escalas temporais. A elaborao de mapas de UCT consiste no agrupamento de
padres homogneos e sua identificao em classes, que so marcados pela expresso espacial
da reproduo social, que circunscrita na paisagem principalmente com a converso de reas
de floresta com o avano da fronteira agrcola (OLOFSSON et al., 2012; SCHLINDWEIN et al.,
2007).
As converses no UCT modificam o albedo da superfcie e como consequncia o balano de
energia entre a superfcie e a atmosfera, trazendo implicaes para os ecossistemas e para o
clima em escala local, regional e global, sendo um dado de entrada para modelos ambientais. A
observao espacial das variaes no UCT tambm fornece subsdios para o diagnstico e
planejamento de gestores a fim de direcionar esforos para a conservao do meio ambiente e
planejamento urbano, com o levantamento de dados de Sensoriamento Remoto de baixo custo
(LAMBIN et al., 2003).
Atualmente h uma gama de produtos globais e regionais de UTC, dentre estes o produto
MCD12Q1 estimado pelo sensor Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer (MODIS), com
resoluo espacial de 500 metros. A acurcia da classificao deve ser analisada para permitir
aos usurios avaliar a utilidade e a concordncia de um mapa gerado a partir de um produto, que
evoluem ao longo do tempo medida que so adicionadas unidades de amostragem e removido
erros de classificao.
Olofsson et al., (2012) destaca que mapas de UCT esto sendo validados a partir de uma
metodologia independente, faltando consistncia nos mtodos de avaliao utilizados e a
-
34
ausncia de comunicao dos resultados, que facilitaria a comparao entre os mapas.
essencial que os produtos possuam uma avaliao contnua para garantir exatido de
classificao, porm h custos e problemas prticos para anlises de mapas em escala global,
havendo a necessidade de criao de um banco de dados atualizado constantemente por
colaboradores a fim de validar reas de produtos de UCT. O uso do coeficiente Kappa, um
procedimento estatstico, possui uma resposta satisfatria para a determinao da acurcia da
classificao.
Deste modo, um mapa de UCT no passa de uma hiptese at que seja testada sua
classificao utilizando dados de referncia de qualidade superior. Sendo assim, o objetivo deste
trabalho consiste na validao do mapa de UCT do produto Modis Land Cover Type (MCD12Q1)
para os anos de 2001 a 2012 a partir de imagens orbitais de alta resoluo espacial.
rea de Estudo
Localizada entre as coordenadas geogrficas N 1500 W 82 20 e S 56 00 W 82 20, a
Amrica do Sul abrange 12 pases, so eles: Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolvia, Peru,
Chile, Colmbia, Equador, Venezuela, Guiana, e Suriname.Com incidncia na regio oeste da
Amaznia brasileira, na divisa com a Colmbia e o Peru o Clima Tropical Equatorial, caracteriza-
se pela ausncia de uma estao seca definida, ocorrendo assim precipitao em todos os
meses do ano. Grande parte da regio Amaznica compreende o Clima Tropical de Mones,
com precipitaes no perodo chuvoso superiores a 1500 mm. J a regio do cerrado brasileiro
corresponde ao clima Tropical de Savana, com estao seca compreendida entre os meses de
julho a outubro causando queimadas (COUTINHO et al. 2002). Ao sul da Amrica do Sul, o clima
temperado e possui estaes bem definidas. J a regio leste, prximo ao Chile encontra-se
em clima rido, desrtico-frio.
Segundo Pillar (1995), biomas e zonas climticas possuem estreita relao. Para ela, essa
variao do clima no espao geogrfico e tambm no tempo causada pela alterao da
intensidade da radiao solar em diferentes latitudes. Bem como o clima tambm influencia no
processo de formao dos solos. A vegetao encontrada na rea estudada , tambm, assim
como em qualquer parte do planeta, bastante influenciada pelo clima da regio em que se
encontra.
Metodologia
Os mapas de UCT foram estimados pelo sensor MODIS e extrados do produto MCD12Q1.
Os dados deste sensor so disponibilizados gratuitamente pela National Aeronautics and Space
(NASA) com uma resoluo espacial de 500 metros. O produto possui onze classes relacionadas
cobertura vegetal, trs classes de mosaico e de reas sem vegetao (Urbano, Gelo e Solo
Exposto).
Os arquivos do produto so disponibilizados em Tiles (H09V08 e H14V14) no formato
Hierarchical Data Format (HDF), em que foi realizado o mosaico e a converso dos dados no
programa Modis Reprojetion Tool (MRT) para o formato Tagged Image File Format (TIFF) com
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35
a projeo LAT/LON e Datum WGS84. Os dados para o perodo estudado em formato TIFF
foram inseridos no aplicativo SPRING 5.2.3 em uma categoria numrica, reclassificados para
uma categoria temtica a partir do fatiamento dos nveis de cinza (NC's) e cruzados a parir da
tcnica de tabulao cruzada.
A anlise Kappa utilizada na avaliao da acurcia da classificao do produto com a
entrada de dados da matriz de transio no seu clculo. Assim, o coeficiente Kappa (k) a
medida da concordncia real menos a concordncia por chance. A concordncia real
representada pelos elementos na diagonal da matriz de transio que correspondem
compatibilidade da classificao feita pelo produto de UCT com anlise feita pelo usurio para o
mesmo ponto, enquanto que a concordncia por chance o valor do produto das linhas e das
colunas que representam o quanto a classificao est de acordo com os dados de referncia.
O coeficiente Kappa calculado pela Equao 1:
(1)
em que o valor na linha ( ) e coluna ( ), representa a soma da linha e a soma da
coluna da matriz de transio. O nmero total das amostras dado por e o nmero total de
classes (FIGUEIREDO; VIEIRA, 2007).
O coeficiente (k) possui nveis de desempenho para a acurcia do produto UCT, em que
avaliaes que possuam o coeficiente (k) prximo a 1,0 so consideradas com tima acurcia
enquanto que valores iguais ou menores que 0,2 so consideradas ruins, conforme pode ser
visualizado na Tabela 1.
Tabela 1: Acurcia da Classificao pelo ndice Kappa
Coeficiente
Kappa
Acurcia
< 0 Pssima
0 < k 0,2 Ruim
0,2 < k
0,4
Razovel
0,4 < k
0,6
Bom
0,6 < k
0,8
Muito
Bom
0,8 k 1,0 timo
Adaptado de FIGUEIREDO e VIEIRA (2007).
Com o intuito de selecionar pontos amostrais para validar o produto MCD12Q1 para a
Amrica do Sul, foram sorteados aleatoriamente 250 pontos para serem comparados com
imagens de alta resoluo espacial extradas dos Satlites Landsat 5, Ikonos e Geoeye e
inseridos em uma tabela para gerar o Coeficiente Kappa. O sensor Thematic Mapper (TM) a
bordo do Satlite Landsat 5, lanado em 1984 possui sete bandas espectrais uma resoluo
espacial de 30 metros e uma resoluo temporal de 16 dias
-
36
(http://www.sat.cnpm.embrapa.br/conteudo/missao_landsat.php). O satlite Ikonos, lanado no
final de 1999 com o sensor pancromtico (PAN), possui uma resoluo espacial de 1 metro,
enquanto que o seu sensor Multiespectral (MS) possui uma resoluo de 4 metros
(http://www.processamentodigital.com.br/2009/12/26/satelite-ikonos/). Assim como o Ikonos, o
satlite Geoeye tambm possui um sensor pancromtico e multiespectral com resoluo
espectral de 41 centmetros e 1,6 metros, respectivamente, com resoluo temporal de trs dias
(http://www.sat.cnpm.embrapa.br/conteudo/missao_geoeye.php).
Resultados
Os resultados mostram que a avaliao do produto MCD12Q1 para os anos de 2001 a 2012
gerou um coeficiente Kappa de 0,81, sendo considerado como timo, ressaltando a boa acurcia
do produto. As classes que apresentaram melhor avaliao foram a hidrografia, vegetao
arbustiva, rea urbana, reas de Gelo/Glaciar e Solo exposto, por serem alvos com
caractersticas espectrais bem marcadas, como pode ser visualizado na Tabela 2.
reas classificados como Floresta Ombrfila Densa, reas Alagadas Permanentemente e de
Predominncia Agrcola possuram uma acurcia muito boa, com o ndice Kappa em torno de
0,78; 0,79 e 8,0 respectivamente. As Classes que apresentaram o pior Kappa esto
representadas pela Savana e Mosaico de reas Agrcolas e Vegetao (0,2). reas classificadas
como Savana pelo produto foram reconhecidas como de predominncia agrcola e mosaicas
como reas agrcolas e de vegetao na validao a partirde imagens de alta resoluo,
enquanto que as reas classificadas como Mosaico Agrcola e Vegetao foram validadas como
Savana.
Tabela 2: Aplicao do coeficiente Kappa para a classificao do UCT do produto
MCD12Q1 para os anos de 2001 a 2012.
CLASSES KAPPA ACURCIA
Hidrografia 1,0 timo Floresta de Conferas - -
Floresta Ombrfila Densa 0,78 Muito Bom Floresta de Conferas Decidual - -
Floresta Estacional Decidual 0,60 Muito Bom Mosaico de Floresta e Pastagem 0,31 Razovel
Vegetao Arbustiva Fechada - - Vegetao Arbustiva Aberta 0,89 timo
Savana Lenhosa 0,54 Bom Savana 0,20 Ruim
Gramneas 0,56 Bom reas Alagadas Permanentemente 0,79 timo
Predominncia Agrcola 0,80 timo reas Urbanas 1,00 timo
Mosaico de reas Agrcolas/ Vegetao 0,20 Ruim Gelo/Glaciar 1,00 timo
Solo Exposto ou Vegetao Rala 0,82 timo
-
37
Como o sorteio dos pontos de validao do produto foi realizado aleatoriamente, trs classes
no foram selecionadas, dentre elas: Floresta de Conferas, Floresta de Conferas Decidual e
Vegetao Arbustiva Fechada.
Uma amostra da classificao realizada pelo produto MODIS pode ser observada na Figura
1, referente uma rea prxima da cidade de Manaus, na Amaznia. A comparao entre o
produto de UCT e uma imagem de alta resoluo espectral mostra a boa acurcia da
classificao, que atribui a Floresta Amaznia classe Floresta Ombrfila Densa, a cidade de
Manaus a rea Urbana e o Rio Negro classe Hidrografia.
Figura 1: Comparao entre o produto MODIS e uma imagem de Alta Resoluo
Concluso
O produto MCD12Q1 de UCT mostrou ser um produto com uma classificao confivel para
os usurios trabalharem, principalmente em escala global pela resoluo espacial moderada dos
seus dados. A disponibilizao gratuita e sua alta resoluo temporal tornam o produto mais
acessvel para pesquisas e estudos, alm de fomentar o planejamento e gesto da ocupao do
espao.
Referncias Bibliogrficas
COUTINHO, L.M.; MIRANDA, H.S.; MORAIS H.C de. O Bioma do Cerrado e o Fogo. Revista do Instituto de Estudos Avanados da USP, 50pp., 2002
FIGUEIREDO, G. C.; VIEIRA, C. A. O. Estudo do comportamento dos ndices de Exatido Global, Kappa e Tau, comumente usados para avaliar a classificao de imagens do sensoriamento remoto. In: Anais XIII Simpsio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Florianpolis, Brasil, p. 5755 - 5762, 2007.
LAMBIN, E. F.; GEIST, H. J.; LEPERS, E. Dynamics of Land-use and Land-cover change in tropical region. Annual Review of Environamental Resources, v. 28, p. 205241, 2003.
-
38
OLOFSSON, P.; STEHMAN, S. V.; WOODCOCK, C. E.; SULLA-MENASHE, D,; SIBLEY, A. M.; NEWELL, J. D.; FRIEDL, M. A.; Herold, M. A global landcover validation data set, part I: fundamental design principles. International Journal of Remote Sensing, v. 33, n. 18, p. 5768
- 5788, 2012.
PILLAR, V.D. 1995. Clima e vegetao. UFRGS, Departamento de Botnica. Disponvel em:
http://ecoqua.ecologia.ufrgs.br/ecoqua/publication.html Acesso: 16 de setembro de 2014
SCHLINDWEIN, J. R.; DURANTI, R. R.; CEMIN, G.; FALCADE, I.; AHLERT, S. Mapeamento do uso e cobertura do solo do municpio de Caxias do Sul (RS) atravs de imagens do satlite CBERS. In: Anais XIII Simpsio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Florianpolis, Brasil, p.
1103 - 1107, 2007.
-
39
AVALIAO DAS MUDANAS DE USO E
COBERTURA DA TERRA DERIVADAS A
PARTIR DO PRODUTO MCD12Q1 (2001-
2012)
EVALUATION OF LAND USE AND LAND COVER DERIVED
FROM MCD12Q1 PRODUCT (2001-2012)
Paula Resende Santos Geografia
Universidade Federal de So Joo del Rei [email protected]
Avenida Visconde do Rio Preto, s/n - Colnia do Bengo CEP 36301-360 - So Joo del-Rei (MG)
Gabriel Pereira
Geografia Universidade Federal de So Joo del Rei
[email protected] Avenida Visconde do Rio Preto, s/n - Colnia do Bengo
CEP 36301-360 - So Joo del-Rei (MG)
Leonardo Cristian Rocha Geografia
Universidade Federal de So Joo del Rei [email protected]
Avenida Visconde do Rio Preto, s/n - Colnia do Bengo CEP 36301-360 - So Joo del-Rei (MG)
Resumo
O advento de tcnicas de sensoriamento remoto permite que observaes das mudanas da
paisagem sejam feitas em sries temporais e a baixo custo. As mudanas no uso e cobertura da
Terra esto relacionadas principalmente com o avano da fronteira agrcola sobre reas de
vegetao nativa. Neste contexto, este trabalho tem como objetivo principal quantificar e analisar
a distribuio espacial das mudanas do uso e cobertura da terra na Amrica do Sul a partir do
produto MCD12Q1 do sensor Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer (MODIS) das
plataformas Terra e Aqua. Os resultados iniciais indicam que classes de uso e cobertura da terra
(UCT) como Floresta de Conferas, Floresta de Conferas Decidual e Vegetao arbustiva
fechada foram reclassificadas no mapa de UCT de 2012 devido aos erros no processo de
classificao automtica. As anlises mostraram que as classes Floresta Ombrfila Densa e
Savana foram convertidas para classes com o uso relacionado s atividades agrcolas,
-
40
principalmente na regio da fronteira agrcola brasileira que vai em direo a floresta amaznica.
Assim, pde-se verificar a importncia e a aplicabilidade do sensoriamento remoto para anlises
temporais da paisagem em escala regional e global.
Palavras-Chave: Uso e Cobertura da Terra; MODIS; MCD12Q1; Amrica do Sul.
Abstract
The Remote Sensing techniques allows the observation of landscape changes by temporal series
with low cost. The land use and land cover changes (LULCC) are related with agricultural frontier
expansion over forests. Thus, this article has as main objective quantify and analyze the spatial
distribution of LULCC in South America using the MCD12Q1 product derived from Moderate
Resolution Imaging Spectroradiometer (MODIS) of Terra and Aqua platforms. Initial results
indicate that LULC classes such as Evergreen Needleleaf Forest, Deciduous Needleleaf Forest
and Closed Shrubland were reclassified for 2012 LULCC map due to classification error in
automatic process. The analyzis showed that Evergreen Broadleaf Forest and Savannas were
converted to agricultural areas. Thereby, it is possible verify the importance and applicability of
remote sensing in temporal analysis of landscape on a regional and global scale.
Keywords: Land use and Land Cover; MODIS; MCD12Q1; South America.
Introduo
A denominao uso do termo uso e cobertura da Terra refere-se s atividades antrpicas e
as variaes de uso da terra (agricultura, reflorestamento, reas urbanas, etc.), descrevendo
como a cobertura modificada, enquanto que a denominao cobertura est relacionada com a
vegetao nativa, corpos hdricos, corpos rochosos e solo exposto, descrevendo os mosaicos
ecolgicos da Terra (PRAKASAM, 2010).
O conhecimento sobre o uso e cobertura da terra (UCT) fundamental em modelos
ambientais que representam processos fsicos entre a superfcie e a atmosfera, assim como, sua
influncia no balano de energia. Os mapas de UCT fornecem subsdios necessrios para a
avaliao de impactos ambientais, uma vez que a observao das variaes no UCT no est
desassociada de anlises de carter socioambiental, visto que as transformaes da paisagem
esto relacionadas com a interferncia do homem em ambientes natura