A INFLUÊNCIA DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA SOBRE...
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A influência da Estratégia
Saúde da Família sobre
Indicadores de Saúde em
municípios do Rio de
Janeiro
ObservaRH Estação de Trabalho IMS/UERJ www.obsnetims.org.br
Novembro - 2012
Sobre os autores Celia Regina Pierantoni - Médica. Pós-doutora em Medicina Preventiva pela
Universidade de São Paulo. Doutora em Saúde Coletiva pelo IMS-UERJ. Professora
Associada do IMS-UERJ. Diretora da Estação de Trabalho IMS-UERJ da Rede
Observatório de Recursos Humanos em Saúde. Diretora do Centro Colaborador da
OPAS/OMS para Planejamento e Informação da Força de Trabalho em Saúde.
Endereço eletrônico: [email protected]
Carinne Magnago - Enfermeira. Mestre em Saúde Coletiva. Pesquisadora da
Estação de Trabalho da Rede ObservaRH - IMS-UERJ. Endereço eletrônico:
Tania França - Estatística. Doutora em Saúde Coletiva. Professora Adjunta do
IMSUERJ. Coordenadora de Pesquisa da Estação de Trabalho da Rede Observa
RH - IMS-UERJ. Endereço eletrônico: [email protected]
Ana Claudia Garcia - Assistente Social. Doutora em Saúde Coletiva. Bolsista DCR
- CNPQ/FAPES/UFES. Endereço eletrônico: [email protected]
Marcia Silveira Ney - Médica. Médica. Doutoranda do Programa de Pós-
graduação em Saúde Coletiva do IMS/UERJ. Bolsista de Pós-Graduação. Endereço
eletrônico: [email protected]
Karen Matsumoto - Enfermeira. Mestre em Saúde Coletiva pelo IMS-UERJ.
Endereço eletrônico: [email protected]
A influência da Estratégia Saúde da Família sobre Indicadores de Saúde em municípios do Rio de Janeiro
10º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva
Saúde da Família nos grandes
centros urbanos
Aumento do número de ESF ao longo dos
anos, sobretudo após a instituição do PAB e
incentivo ao PSF pela NOB 96, entretanto,
visualiza-se disparidade na implantação da
estratégia em municípios de grande porte,
sobretudo nas capitais (CAETANO e DAIN,
2002; BOUSQUAT, COHN e ELIAS, 2008).
A influência da Estratégia Saúde da Família sobre Indicadores de Saúde em municípios do Rio de Janeiro 10º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva
Saúde da Família nos Grandes
Centros Urbanos
Esse quadro vem se alterando, de modo que já é
possível visualizar um aumento mais expressivo
no número de ESF nos municípios de grande
porte, o que pode ser explicado, em parte, pelo
incentivo dado pelo MS ao desenvolvimento da
Atenção Básica em grandes municípios por meio
do Projeto de Expansão e Consolidação à Saúde
da Família (PROESF).
A influência da Estratégia Saúde da Família sobre Indicadores de Saúde em municípios do Rio de Janeiro 10º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva
Objetivo
Analisar o comportamento de indicadores
de saúde segundo implantação de ESF
em três municípios do Estado do Rio de
Janeiro com população superior a 500
mil habitantes quais sejam: Rio de
Janeiro, Nova Iguaçu e Duque de Caxias.
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Hipótese
A implantação e a consequente evolução do
número de ESF acarretam melhoria do estado
de saúde do indivíduo e do coletivo, podendo
esta ser traduzida através de indicadores de
saúde.
Estudo realizado pelo MS que apontou
resultados favoráveis à implantação da SF, tais
como a redução da mortalidade infantil e no
número de internações por acidente vascular
cerebral (BRASIL, 2008).
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Métodos
Estudo ecológico de séries temporais de variáveis
selecionadas nos períodos de 1998 a 2010.
A variável independente selecionada foi o número de ESF.
As dependentes foram:
• número de óbitos em menores de um ano de idade por
doenças infecciosas e parasitárias (DIP) por local de
residência contempladas no Capítulo I do Código
Internacional CID 10, versão 2008;
• número de internações por diarréia e gastroenterite de
origem infecciosa presumida por local de residência;
• número de internações por diabetes mellitus (DM) e de
internações por hipertensão arterial sistêmica (HAS)
essencial por local de residência.
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Métodos
Fontes de dados: DAB e DATASUS;
Excel;
Análise: estatística inferencial com cálculo
de coeficiente de Pearson (r) e teste de
significância do r de Pearson ao nível de
significância de 5% (α=0,05).
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Resultados
Tabela 1 – População, Equipes de Saúde da Família e cobertura
populacional segundo ano de implantação das primeiras equipes e ano de
2010, nos municípios de Duque de Caxias, Nova Iguaçu e Rio de Janeiro.
Municípios/Ano População N de ESF
implantadas
Cobertura
populacional (%)
Duque de Caxias
1998* 726.875 8 3.80
2010** 818.432 51 21.49
Nova Iguaçu
2000* 862.225 20 8.00
2010** 767.505 59 26.52
Rio de Janeiro
2000* 5.598.953 22 1.36
2010** 5.940.224 329 12.71
Fonte: MS/DAB; IBGE
* Dados referentes ao mês de dezembro.
** Dados referentes ao mês de setembro..
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Rio de Janeiro Tabela 2 - Evolução de equipes de Saúde da Família, óbitos por doenças
infectoparasitárias, internações por diarreia, diabetes e hipertensão segundo
ano no município do Rio de Janeiro.
Ano ESF
Óbitos por
DIP
Internações por
diarréia
Internações por
DM
Internações por
HAS
2000 22 118 863 3320 1355
2001 19 104 810 3249 1030
2002 23 97 590 2590 1238
2003 23 92 526 2354 1632
2004 57 104 557 2283 1829
2005 96 69 616 2430 1868
2006 118 68 417 2513 1897
2007 131 51 317 2582 2064
2008 128 60 362 1751 1297
2009 165 51 387 1980 1244
2010 219 - 459 1944 922
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Rio de Janeiro
• Óbitos infantis por doenças infectoparasitárias
– - 56%
– Correlação negativa muito forte com significância estatística:
r=-0,93; ρ=7,22
• Internações por diarréia
– - 6%
– Forte correlação negativa com significância estatística: r= -
0,71; ρ=3,01
• Internações por diabetes
– - 41%;
– Forte correlação negativa com significância estatística: r=-
0,70; ρ=2,92
• Internações por hipertensão essencial
– - 31%
– Correlação negativa muito fraca sem significância
estatística: r=-0,09; ρ=0,28
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Nova Iguaçu
Tabela 3 - Evolução de equipes de Saúde da Família, óbitos por doenças
infectoparasitárias, internações por diarreia, diabetes e hipertensão segundo
ano no município de Nova Iguaçu.
Ano ESF
Óbitos por
DIP
Internações por
diarréia
Internações por
DM
Internações por
HAS
2000 20 21 1157 355 355
2001 25 21 1057 335 335
2002 25 12 1520 317 317
2003 26 17 1262 331 331
2004 28 18 783 300 300
2005 30 11 735 387 387
2006 50 22 402 333 333
2007 50 12 261 300 300
2008 55 8 28 262 201
2009 45 9 39 322 132
2010 59 - 444 246 120
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Nova Iguaçu
• Óbitos infantis por doenças infectoparasitárias
– - 57%
– Correlação negativa moderada, porém não significante: r=-
0,44; ρ=1,42
• Internações por diarréia
– - 61%
– Forte correlação negativa com significância estatística: r=-
0,85, ρ=4,90
• Internações por diabetes
– - 30%;
– Correlação negativa moderada e estatisticamente
significante: r=-0,68; ρ=2,81
• Internações por hipertensão essencial
– - 51%
– Correlação negativa fraca sem significância estatística: r=-
0,35, ρ=1,13
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Duque de Caxias Tabela 4 - Evolução de equipes de Saúde da Família, óbitos por doenças
infectoparasitárias, internações por diarreia, diabetes e hipertensão segundo
ano no município de Duque de Caxias.
Ano ESF
Óbitos por
DIP
Internações por
diarréia
Internações por
DM
Internações por
HAS
1998 8 33 216 305 169
1999 8 22 418 360 161
2000 28 31 286 439 106
2001 28 18 310 386 159
2002 28 19 593 374 258
2003 30 20 530 496 423
2004 31 21 625 428 467
2005 50 10 461 398 387
2006 63 12 164 391 407
2007 66 8 112 396 361
2008 68 5 87 197 191
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Duque de Caxias
• Óbitos infantis por doenças infectoparasitárias
– - 81%
– Forte correlação negativa com significância estatística: r=-
0,85; ρ=5,28
• Internações por diarréia
– - 3%
– Correlação negativa moderada não significante: r=-0,53;
ρ=2,12
• Internações por diabetes
– - 16%;
– Correlação negativa fraca não significante: r=-0,31; ρ=1,11
• Internações por hipertensão essencial
– - 3%
– Correlação positiva fraca sem significância estatística: r=-
0,28; ρ=0,97
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Discussão
Figura 1 - Evolução do percentual de cobertura populacional pela Saúde da Família no Brasil e nos municípios selecionados, 2000-2010. Rio de Janeiro, 2010.
Municípios: taxa de
crescimento de mais de
350%.
Nacional: taxa de
crescimento pouco mais
de 200%.
Municípios: cobertura
populacional de pouco
mais de 15%.
Nacional: cobertura
populacional ultrapassa
os 52%
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Discussão
• Dados nacionais refletem principalmente a situação
de pequenos municípios, visto que, a SF
inicialmente foi implantada em regiões de baixa
densidade populacional onde pesava a escassez de
serviços de saúde (CAPISTRANO, 1999).
• Não obstante a baixa cobertura populacional pela
SF nos municípios, o estudo dos indicadores de
saúde selecionados apontou taxa de decréscimo de
óbitos e hospitalizações desde a implantação das
primeiras equipes.
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Discussão
• A frequência de óbitos por doenças
infecciosas e parasitárias apresentou
maior decremento, seguida da
freqüência de internações hospitalares
por diarreia, o que pode ser resultado da
atuação dos profissionais de saúde
através da educação em saúde.
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Discussão
• Os indicadores referentes à hospitalização por doenças crônicas apresentaram menores decréscimos em relação aos outros indicadores estudados, o que pode ser devido à dificuldade em adesão ao tratamento destas doenças que exige a adoção de dieta, prática de atividades físicas e muitas vezes o uso de medicamentos e; ao diagnóstico tardio. Esses fatores podem desencadear complicações e agravos a saúde que acabam por demandar hospitalizações, tais como insuficiência cardíaca congestiva, infarto agudo do miocárdio, e insuficiência renal.
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Conclusão
• A estratégia de SF exerceu mudanças nos
indicadores de saúde dos municípios estudados,
com destaque para a redução de óbitos por
doenças infecciosas e parasitárias e internações
tendo por causa a diarréia;
• Não há elementos suficientes demonstrados
nesta pesquisa para afirmar a baixa
resolutividade da SF na assistência a portadores
de doenças crônicas.
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Obrigada!
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