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A influência das cores e materiais para as crianças autistas, no âmbito escolar Dezembro/2018 ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018 A influência das cores e materiais para as crianças autistas, no âmbito escolar Renata Scarano Pietra [email protected] Design de Interiores Ambientação e Produção do Espaço Instituto de Pós-Graduação IPOG Belo Horizonte, MG, 23 de dezembro de 2017 Resumo O autismo, também conhecido como TEA (Transtorno do Espectro Autista), é um distúrbio neurológico caracterizado por comprometimento na interação social, comunicação e alterações de comportamento. A lei de Diretrizes e Base de Educação Nacional (LDB) que trata sobre educação especial, aponta que uma criança autista tem o direito garantido em uma escola regular. O acesso destas crianças em ambientes escolares comuns podem gerar grandes avanços de inclusão devida diversidade social, porém, é preciso que o espaço seja adequado para recebê-los, ou poderá se tornar uma experiência negativa, um atraso no desenvolvimento psicológico-mental. Não discutiremos a respeito de um tratamento adequado, nem sobre um caso específico. Ao contrário, trataremos sobre a intervenção de um Designer e como isso afeta a qualidade de vida da criança e de seus familiares. A relação casa e escola devem ser primordiais durante esse processo. Cada criança é única, e com estes não seria diferente. Palavras-chave: Autismo. Inclusão. Interação. Diversidade. Adequação Introdução Este estudo se insere na área de conhecimento A cor e suas influências. As cores são muito utilizadas como explicação e associação de materiais para pessoas com deficiências. Para que as cores ganhem sentido, exploram-se os cinco sentidos (visão, tato, olfato, paladar e audição) podendo remeter a uma lembrança ou memória criada. Esses sentidos muitas vezes são intensificados nos indivíduos do Espectro Autista. Estima-se que há cerca de 2 (dois) milhões de Autistas no Brasil, e esse número vem crescendo a cada ano. O grau de comprometimento é de intensidade variável e as causas ainda são desconhecidas. Sabe-se que apesar da dificuldade de se relacionar, o contato e as relações sociais trazem inúmeros benefícios a sua saúde mental. Funções diárias, que para a maioria das pessoas soa comum podem para estes, serem experiências negativas e perturbadoras, pois, muitas vezes é uma reação direta a sua experiência sensorial. A educação infantil é uma das fontes principais do desenvolvimento e crescimento. Contudo, quantas crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista são vistas nas escolas? Quantas escolas possuem estrutura adequada para recebê-los? Não é o aluno que deve se adaptar a escola, e sim, a escola se adaptar ao aluno. Muito se discutiu a respeito do Transtorno do Espectro Autista. A primeira vez, em 1911, Bleuler associou o autismo com a esquizofrenia. Mais tarde Leo Kanner, psiquiatra austríaco, descreveu um caso clínico de um grupo com onze crianças para o seu artigo, utilizando da mesma expressão

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A influência das cores e materiais para as crianças autistas, no âmbito escolar

Dezembro/2018

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018

A influência das cores e materiais para as crianças autistas, no âmbito

escolar

Renata Scarano Pietra – [email protected]

Design de Interiores – Ambientação e Produção do Espaço

Instituto de Pós-Graduação – IPOG

Belo Horizonte, MG, 23 de dezembro de 2017

Resumo

O autismo, também conhecido como TEA (Transtorno do Espectro Autista), é um distúrbio

neurológico caracterizado por comprometimento na interação social, comunicação e

alterações de comportamento. A lei de Diretrizes e Base de Educação Nacional (LDB) que

trata sobre educação especial, aponta que uma criança autista tem o direito garantido em uma

escola regular. O acesso destas crianças em ambientes escolares comuns podem gerar grandes

avanços de inclusão devida diversidade social, porém, é preciso que o espaço seja adequado

para recebê-los, ou poderá se tornar uma experiência negativa, um atraso no desenvolvimento

psicológico-mental. Não discutiremos a respeito de um tratamento adequado, nem sobre um

caso específico. Ao contrário, trataremos sobre a intervenção de um Designer e como isso

afeta a qualidade de vida da criança e de seus familiares. A relação casa e escola devem ser

primordiais durante esse processo. Cada criança é única, e com estes não seria diferente.

Palavras-chave: Autismo. Inclusão. Interação. Diversidade. Adequação

Introdução

Este estudo se insere na área de conhecimento A cor e suas influências. As cores são muito

utilizadas como explicação e associação de materiais para pessoas com deficiências. Para que

as cores ganhem sentido, exploram-se os cinco sentidos (visão, tato, olfato, paladar e audição)

podendo remeter a uma lembrança ou memória criada. Esses sentidos muitas vezes são

intensificados nos indivíduos do Espectro Autista. Estima-se que há cerca de 2 (dois) milhões

de Autistas no Brasil, e esse número vem crescendo a cada ano. O grau de comprometimento

é de intensidade variável e as causas ainda são desconhecidas. Sabe-se que apesar da

dificuldade de se relacionar, o contato e as relações sociais trazem inúmeros benefícios a sua

saúde mental. Funções diárias, que para a maioria das pessoas soa comum podem para estes,

serem experiências negativas e perturbadoras, pois, muitas vezes é uma reação direta a sua

experiência sensorial. A educação infantil é uma das fontes principais do desenvolvimento e

crescimento. Contudo, quantas crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista

são vistas nas escolas? Quantas escolas possuem estrutura adequada para recebê-los? Não é o

aluno que deve se adaptar a escola, e sim, a escola se adaptar ao aluno. Muito se discutiu a

respeito do Transtorno do Espectro Autista. A primeira vez, em 1911, Bleuler associou o

autismo com a esquizofrenia. Mais tarde Leo Kanner, psiquiatra austríaco, descreveu um caso

clínico de um grupo com onze crianças para o seu artigo, utilizando da mesma expressão

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posta anteriormente por Bleuler. “O excepcional, o ‘patognomônico’, a desordem

fundamental é a inaptidão das crianças para estabelecer relações normais com as pessoas e

para reagir normalmente às situações desde o início da vida” (KANNER, 1943:253).

Entretanto, apesar de suas primeiras teorias contraditórias sobre a origem do transtorno e a

falta de afeto dos pais serem apontadas como fator desencadeador do distúrbio, Kanner

também citou mais tarde o fator biológico. Declarando “É reconhecido pelos observadores,

exceto por um pequeno número que está atrasado por um distanciamento doutrinário, que o

autismo não é, em sua origem, algo adquirido ou uma doença criada pelo homem”

(KANNER, 1968:257). Ao comparar as citações, é possível perceber como as ideias se

contrapõem. Os conceitos de Kanner se estendem ao longo dos anos, gerando discussões. Por

possuir um diagnóstico não muito simples, o termo autismo se estendeu por outras patologias,

dificultando assim os diagnósticos e tratamentos. Existem várias definições para autismo,

porém, raramente falam como eles se sentem. É preciso compreender o universo dos autistas

para poder projetar um espaço da melhor maneira, tendo como base o Sistema Sensorial.

Ambientes bem planejados são aqueles que procuram atender as necessidades de todos,

valorizando as diversidades.

Desenvolvimento

“Integração Sensorial é definida como sendo um processo pelo qual o Sistema Nervoso

Central organiza estímulos sensoriais para fornecer respostas adaptativas às demandas do

ambiente” (AYRES, 1979: 58). Respostas adaptativas exigem que o indivíduo experimente

um tipo e uma quantidade de estimulação sensorial que desafia, mas não sobrecarrega o

sistema nervoso central, neste caso, a manifestação de uma resposta adaptativa é

potencializada. Conforme experimenta vários graus, tipos e combinações de informação

sensorial no meio, seja em casa ou no ambiente escolar, ela responde produzindo respostas

adaptativas, uma resposta intencional que provoca com sucesso uma mudança no meio. Cada

vez que isso ocorre, seu sistema nervoso armazena esse conhecimento, utilizado para futuras

experiências. As diferenças podem ocorrer tanto pela severidade da desordem como pela

individualidade de cada criança. Quando não trabalhado de maneira adequada, o processo

sensorial disfuncional pode resultar no fracasso escolar, refletindo em movimentos frustrantes

e indesejados.

Resposta sensorial

Muitas crianças do Espectro aparentam ter complexos padrões de sensibilidades sensoriais.

Toda e qualquer ação da criança resulta em informação sensorial para o cérebro, o que

contribui para o processo de organização e integração. O sistema vestibular (que controla o

equilíbrio) continua a amadurecer até a adolescência, o que explica o porquê dos adolescentes

buscarem experiências intensas como as das montanhas-russas, enquanto que os adultos

geralmente não as toleram fisicamente. Para as crianças autistas o processo é o mesmo,

também recebem a informação sensorial que ajuda o cérebro a se organizar através de

atividades como rodar, balançar, correr, pular, bater, tocar, mastigar, apertar e cheirar. A

diferença é que geralmente necessitam fazer estas atividades por períodos maiores e de forma

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mais intensa do que as outras crianças. Algumas delas também continuam a precisar destes

tipos de estímulos engajando-se em comportamentos autoestimulatórios que não seriam

considerados apropriados para suas idades em nossa sociedade. Foram usadas algumas

estratégias no passado para interromper esses comportamentos considerados inadequados, que

iam de amarrar as mãos á terapias de eletrochoque. As versões mais modernas tendem a não

ser tão extremas, apesar de a filosofia ser a de eliminar ou redirecionar estes comportamentos

em nome da habilidade de se concentrar durante as aulas. Estas necessitam deste estímulo

sensorial para ajudá-las a organizar seus sentidos devido às diferenças neurológicas. A

interrupção forçada destas atividades pode aumentar os níveis de estresse, reduzir a integração

sensorial e a habilidade de se concentrar durante a aprendizagem. A criança com

Hipersensibilidade, ou seja, que possui uma percepção não regulada de maneira adequada,

quando sobrecarregada de estímulos pode escolher uma das três estratégias. A de luta, quando

reage gritando, jogando coisas ao chão, agredindo. O autista que foge do local que o perturba

intensamente, se recusa ir a algum local. E o terceiro ato, o de congelar, onde a criança

aparenta não ser perturbada pelo que acontece a sua volta e mais tarde explode em casa, ou o

contrário. Em casa ela demonstra estar calma e na escola não consegue se controlar,

apresentando um comportamento inapropriado. A Hipossensibilidade, ao contrário da

Hipersensibilidade, é observada quando a criança parece buscar os estímulos pulando,

olhando direto na luz, ou girando objetos rotativos incessantemente. A criança não foge da

sensação, ela a busca incessantemente. Podem apresentar um comportamento inconveniente

ou até perigoso. Os objetivos do procedimento da Integração Sensorial vão variar de acordo

com cada disfunção particular, tanto em crianças com Hipo (baixa sensibilidade) e Hiper (alta

sensibilidade), contudo, é preciso entender os sistemas e suas metas.

Figura 1 – Cinco sentidos

Fonte: https://www.linkedin.com/pulse/how-your-five-senses-can-help-michelle (2014)

O Sistema Vestibular ou de equilíbrio, é responsável pela movimentação, mudança da

velocidade ou direção do movimento. Influencia também no processo auditivo e de

linguagem, no aprendizado, nos comportamentos, na função óculo motora e no esquema

corporal. Para crianças com hipo é bom incentivar atividades que as ajudam a desenvolver o

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seu sistema vestibular. O Sistema Tátil tem seus receptores localizados no corpo todo, tendo

como lugares mais sensíveis a face, os dedos e, a sola dos pés. O toque é um componente

importante no desenvolvimento social. Ajuda a avaliar o ambiente e reagir em conformidade.

O Sistema Proprioceptivo permite saber exatamente em que posição estão as diversas partes

do corpo em cada momento. Permite que o indivíduo obtenha percepção e controle do

segmento do seu corpo como um todo. No Sistema Auditivo, por meio dos sons, tornou-se

possível identificar a presença de certos objetos, mesmo quando estes se situam fora do

campo de visão. Sistema Gustativo, processado através de receptores químicos na língua que

nos fala sobre diferentes sabores, doce, azedo, amargo, salgado e picante. Os indivíduos,

muitas vezes têm dietas restritas, como resultado de suas papilas gustativas supersensíveis.

Sistema Olfativo traduz a estimulação dos odores de impulsos que são reconhecidos pelas

regiões corticais apropriadas. Sistema Visual recebe informações do meio ambiente tais como

forma, cor, movimentos, profundidade, e também memória. Está ligado diretamente com o

controle de equilíbrio e postura, reagem às mudanças do corpo. Um dos mais importantes

sistemas fornece informações sobre nosso ambiente sem necessidade de proximidade, como

no caso de sabor, toque ou odor. A visão tem importância primordial em todos os aspectos de

nossa vida cotidiana. Diferentes áreas do cérebro, assim como diferentes processos de

percepção, são responsáveis por funções visuais específicas, tais como a percepção de

movimento, cor e profundidade. Através dessas percepções são adotados métodos para que se

possa criar um ambiente adequado. A criança é naturalmente atraída para atividades que

exigem e trazem organização cerebral dos estímulos sensoriais. O profissional na hora de criar

o espaço, precisa primeiramente conhecer sobre o Transtorno e suas particularidades,

utilizando de estratégias que busquem aprimorar a experiência sensorial, seja pela influência

das cores ou materiais. “A visão é produzida pela ação integral entre muitas partes do cérebro,

também incluindo estímulos visuais, somatossensorial, vestibular e comportamentos motores

relativos (AYRES, 1999:19)”. Uma maior compreensão do mundo sensorial dos indivíduos

do espectro permite que você possa ajudá-los a desenvolverem em um ambiente mais

confortável. Algumas estratégias podem ajudar quando se tenta criar um ambiente confortável

a fim de evitar a sobrecarga dos sentidos. Conscientização, saber que a disfunção sensorial

pode ser a razão para o problema, sempre examinar o ambiente. Ser criativo, usar a

imaginação para chegar à experiência positiva sensorial ou criar estratégias. E preparar, avisar

o indivíduo de possíveis estímulos sensoriais que podem ser surpreendidos, como lugares

lotados. Outra estratégia utilizada é a musicoterapia. É frequentemente utilizada com

indivíduos do Espectro. Proporciona aos indivíduos uma oportunidade única para se

comunicar, interagir e se expressar. Ambientes sensoriais são destinados a fornecer aos

indivíduos a oportunidade de estimular, desenvolver o equilíbrio dos sistemas sensoriais. Nas

escolas é importante ressaltar alguns obstáculos que podem se tornar distrações. O excesso de

ruído (muitas conversas paralelas, sinos, cadeiras raspando no chão), estímulos visuais

(pessoas, retratos na parede), desconforto nos materiais como giz e lápis (sensação do toque

frio ou duro). É preciso de estratégias para uma melhor adaptação, dentre elas, o

posicionamento longe de portas e janelas, livre de distrações. Móveis de fácil acesso e, se

possível, estações de trabalho individuais, textura de materiais mais confortáveis. Algumas

escolas especializadas já adotaram essa postura, porém, o acesso é bastante limitado. No

entanto, muitas famílias optam por adaptar um quarto em casa para criar um espaço de

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estimulação sensorial ou recarregar. Salas ou espaços sensoriais podem assumir várias

formas, branco, escuro, com som, interativo, tendo água ou jardim. Suas principais funções

tendem a ser terapêutico educacional e lazer, tudo em benefício do desenvolvimento. Os

equipamentos utilizados irão variar de acordo com a função e necessidade. Os estímulos

podem incluir música suave, almofadas vibratórias, as fibras ópticas, bolas de espelho, tubos

de bolha, camas de água, paredes tátil, discoteca, luzes e projetores. O equipamento pode ser

configurado com opções, a pressão de som e movimento que em seguida, ativa uma parte do

equipamento na sala. A criança vem para reconhecer causa e efeito. Desfrutar do espaço sem

desgaste emocional.

Figura 2 – Sala de relaxamento

Fonte: http://andreaalves.blog.br/criancas-autistas-apresentam-melhoras-com-pratica-de-yoga/(2013)

História da cor

A cor não tem existência material, é uma sensação provocada pela ação da luz no órgão da

visão. Seu aparecimento está condicionado à existência de dois elementos, a luz, que é um

objeto físico, e o olho, aparelho receptor. Os estímulos que causam as sensações cromáticas

estão divididos em cor-luz e cor-pigmento. A cor-luz é a radiação luminosa visível que tem

como síntese aditiva a luz branca. Sua melhor expressão é a luz solar, que reúnem de forma

equilibrada todos os matizes existentes na natureza. Já a cor-pigmento é uma substância

material que, conforme sua natureza absorve refrata e reflete os raios luminosos componentes

da luz que se difundem sobre ela. É a qualidade da luz refletida que determina sua

denominação. O fenômeno da percepção da cor é mais complexo que o da sensação. Nestes

entram apenas os elementos físico (luz) e fisiológico (olho), já na sensação entram também os

dados psicológicos que alteram substancialmente a qualidade do que se vê. Na percepção da

cor, distinguem-se entre os parâmetros básicos, matiz, valor e croma (saturação ou pureza da

cor). O matiz (comprimento de onda), é o estado puro da cor, sem o branco ou o preto

agregado, e é um atributo associado com a longitude de onda dominante na mistura das ondas

luminosas. O Matiz se define como um atributo de cor que nos permite distinguir o vermelho

do azul, e se refere ao percorrido que faz um tom para um ou outro lado do círculo cromático,

pelo qual o verde amarelado e o verde azulado serão matizes diferentes do verde. As 3 cores

primárias representam as 3 matizes primárias, e mesclando estes podemos obter as demais

matizes ou cores.

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Figura 3 – Matiz

Fonte: http://www.wikiwand.com/en/Hue (2017)

O valor (luminosidade ou brilho) pode definir como a quantidade de obscuridade que tem uma

cor, ou seja, representa o claro ou escuro que é uma cor com respeito a sua cor padrão. É uma

propriedade importante, já que vai criar sensações espaciais por meio da cor. Assim, porções

de uma mesma cor com fortes diferenças de valor (contraste de valor) definem porções

diferentes no espaço, enquanto que uma mudança gradual no valor de uma cor (gradação)

dará a sensação de contorno, de continuidade de um objeto no espaço. À medida que se

agrega mais preto a uma cor, se intensifica tal obscuridade e se obtém um valor mais baixo. À

medida que se agrega mais branco a uma cor se intensifica a claridade da mesma, obtendo-se

com isso valores mais altos.

Figura 4 –Valor

Fonte: http://blenderpower.com.br/teoriadascores/ (2014)

O croma (saturação ou pureza da cor) representa a pureza ou intensidade de uma cor

particular, a vivacidade ou palidez da mesma, e pode se relacionar com a largura de banda da

luz que estamos visualizando. As cores puras do espectro estão completamente saturadas.

Uma cor intensa é muito viva. Quanto mais se satura uma cor, maior é a impressão de que o

objeto está se movendo. Também pode ser definida pela quantidade de cinza que contém uma

cor: quanto mais cinza ou mais neutra for, menos brilhante ou menos "saturada" é.

Igualmente, qualquer mudança feita a uma cor pura automaticamente baixa sua saturação.

Para não saturar uma cor sem que varie seu valor, há que mesclá-la com um cinza de branco e

preto de seu mesmo valor. Uma cor intensa como o azul perderá sua saturação à medida que

se adiciona branca e se converta em celeste. A saturação da cor se diz que é mais baixa

quando se adiciona seu oposto (chamado complemento) no círculo cromático.

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Figura 5 –Croma

Fonte: http://acorsimplificada.com.br/sistema-de-ordenacao/ (2014)

Vários estudiosos se dedicaram a entender o fenômeno da cor. Os primeiros sistemas de cores

foram os de Newton e de Goethe. Isaac Newton estudou o fenômeno da difração, que

consistia na decomposição da luz solar em várias cores quando atravessava um prisma, e

denominou o conjunto de cores como espectro. O espectro é formado pela união das cores,

vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta. As sete cores que compõem a luz do sol

e que formam o arco-íris. Já o círculo cromático contém 12 diferentes cores, que são as

primárias, secundárias e terciárias que formam o espectro visível. O círculo cromático é usado

por artistas plásticos, estilistas, consultores de estilo e mais uma infinidade de profissionais

para conseguir uma harmonia de cores perfeita, facilitando, e muito, seu trabalho. O branco é

a luz pura, em uma reflexão total das sete cores; o preto é a ausência total de luz, pois ele

absorve todas as outras. Portanto, quando enxergamos a cor amarelo, significa que todas as

outras cores foram absorvidas, exceto o amarelo. Cores primárias são as cores puras, ou seja,

o vermelho, azul e amarelo. Cores Secundárias: união de duas cores primárias, por exemplo,

verde (azul e amarelo), laranja (amarelo e vermelho) e roxo ou violeta (vermelho e azul). Cores Terciárias: união de uma cor primária e uma secundária, por exemplo, vermelho-

arroxeado (vermelho e roxo) e vermelho-alaranjado (vermelho e laranja); amarelo-esverdeado

(amarelo e verde) e amarelo-alaranjado (amarelo e laranja); azul-arroxeado (azul e roxo) e

azul-esverdeado (azul e verde). Uma harmonização de cores deve trazer identificação. A

Harmonia Monocromática que consiste em combinar vários valores de uma cor. Numa escala

monocromática, a cor, ao ser misturado gradativamente com branco, perde a sua intensidade,

sendo dominada de valores altos, isto é, presença de luz (chave alta). Nesta mesma cor, ao

adicionarmos o preto, a sua intensidade diminui com a ausência da luz, e são denominadas de

valores baixos ou chave baixa. A faixa intermediária da escala corresponde à chave média.

Isocromia é a harmonia obtida em uma composição usando-se cores diferentes, mas que

implicam uma na outra. Uma pintura que tem o vermelho como cor predominante e o uso de

uma de seus matizes (vermelho/vermelho-arroxeado/vermelho-alaranjado) é uma isocromia.

Harmonia Triádica, é uma harmonia onde usam três cores equidistantes no circulo cromático.

Esse tipo de combinação consegue dar um efeito visual muito atraente e muito popular entre

os artistas porque oferece um alto contraste visual, ao mesmo tempo em que conserva o

balanço e a riqueza das cores. Cores complementares, cuja mistura produz o branco. Em

física, significa par de cores, uma complementando a outra. Quando utilizar esta harmonia,

escolher uma cor dominante, e utilizar a complementar para acentos e toques de destaque.

Utilizar uma cor para fundo e a outra para destacar os elementos de importância. Cores

quentes são o vermelho e o amarelo, e as demais cores em que elas predominam. Cores frias

são o azul e verde, bem como as outras cores predominadas por eles. Uma cor tanto pode

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parecer fria como quente, depende da relação estabelecida entre ela e as demais cores

determinadas na gama cromática. A temperatura das cores designa a capacidade que as cores

têm de parecer quentes ou frias. Depende do contraste, das cores do entorno e do brilho de

cada cor. Cores análogas são cores próximas na roda cromática, e por isso são parecidas e

criam certa naturalidade, por exemplo, Amarelo, Laranja e Vermelho.

Figura 6 – Classificação das Cores

Fonte: http://ladobgrafica.com.br/cores-terciarias/(2017)

O pigmento branco já era usado desde a era paleolítica e na Idade Média nos manuscritos.

Tanto na pintura quanto na tintura de tecidos, inclusive distinguiam dois brancos, o opaco e o

luminoso. Estão associados à pureza, inocência e a paz. E essa simbologia não está ligada

apenas à tradição europeia, mas também à africana e à asiática. Em certas regiões mais frias

do planeta, a neve ajudou a reforçar esse símbolo, dando à natureza um aspecto

monocromático. Na ciência mais moderna, o branco aparece como na teoria do Big Bang, a

explosão inicial que deu origem ao mundo, seria a luz primordial, o começo dos tempos. A

cor preta está carregada de aspectos simbólicos de cunho negativo: a morte, o luto, as trevas,

o medo, o pecado, ao inferno, aos mundos subterrâneos. Durante muito tempo foi uma cor de

difícil fabricação, e ainda é. Isto explica porque até ao final da Idade Média o Preto é bastante

raro nas pinturas. Representa luxo, medo, isolamento, solidão. Configura como uma das cores

mais empregadas nos diversos ramos da atividade humana. Encontra sua maior força em

oposição ao branco. O Vermelho é denominado cor fundamental. É a cor que mais se destaca

visualmente e rapidamente pelos olhos. Uma cor orgulhosa, ambiciosa e sedenta de poder.

Usado desde cedo, devido a facilidade de produção desse pigmento, obtido de diversas fontes

naturais. No mundo ocidental, remete ao Natal, luxo, espetáculos, amor e paixão. O amarelo

tem íntima ligação com o ouro, sol. Pouco visível quando aplicado sobre o branco. A mais

clara das cores, e a que mais se aproxima do branco na escala de tons. Ligado a ideia de

impaciência, calor, otimismo. Cor nacional, assim como o verde. O verde tem poder

tranquilizante e sedativo. Muito empregado em ambientes de repouso, estudo e saúde. Reúne

as melhores condições para decoração de interiores. O violeta (todas as cores resultantes da

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mistura do vermelho com azul) impressionou os homens desde os tempos remotos, de difícil

produção. Estão relacionados com saudade, ciúme, angústia e melancolia. A laranja tem

grande poder de dispersão. Cor energética, de alta vibração, de característica luminosa. Parece

avançar saltar frente ao observador. O azul foi desprezado durante anos, não estava presente

nas cavernas paleolíticas e nem neolíticas. Além de difícil fabricação também está relacionado

com mudanças religiosas profundas. A mais profunda das cores, transmite tranquilidade,

harmonia e serenidade. Cede lugar a fantasia e aos sonhos. Essa é a cor que representa o

autismo, devido sua maior incidência de casos no sexo masculino. O símbolo do autismo

caracteriza-se pela fita de conscientização, que é utilizada também por outras causas, mas em

cores diferentes, é permeada de simbologia. Além de trazer o quebra cabeça, sua peças, são

em cores diferentes isso representa a diversidade de pessoas e famílias que convivem com o

Transtorno. As cores fortes representam a esperança em relação aos tratamentos e à

conscientização da sociedade em geral.

Figura 7 – Símbolo do Autismo

Fonte: https://autismoeoterapeuta.com.br/significado-dos-simbolos-que-representam-o-autismo/(2014)

A oposição de cores, luz e sombra ou massa destaca os valores de uma obra de arte. A

oposição entre luz e sombra se desenvolve entre dois polos, o preto e o branco. Artistas como

Caravaggio eram capazes de explorar este espaço graças ao conhecimento de perspectiva e do

efeito físico da luz e das sombras sobre objetos. O contraste entre as cores dos corpos e do

cenário substitui as linhas de contorno na pintura. Essa utilização de luz e sombras ficou

conhecida como claro-escuro em italiano. No Impressionismo as cores quentes representavam

as cores do fogo, do sol e do verão. Enquanto as cores frias eram vistas na água, no céu, nas

árvores e na paisagem do inverno. Juntos, criam o contraste. O Impressionismo rompeu com

as barreiras e abriu espaço para Arte Moderna. Artistas pintavam ao ar livre e focavam sua

atenção na cor e na luz. Os pós-impressionistas faziam experimentos altamente pessoais

utilizando os conhecimentos dos impressionistas sobre luz e cor. Na primeira metade do

século XX, surgiram inúmeros movimentos artísticos – cubismo, futurismo, abstracionismo,

surrealismo, levando a pintura para uma nova direção. As cores passaram a ser desvinculadas

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A influência das cores e materiais para as crianças autistas, no âmbito escolar

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da realidade, podendo ser utilizadas para expressar emoções ou a personalidade do artista. Em

1960, surgiu mais um movimento, a Pop Art. O nome significa arte ótica, pois seus membros

utilizavam cores complementares ou contrastantes, perspectiva e luz para criar ilusões óticas.

Psicologia das cores

As cores possuem seus significados porque foram impostos limites pela natureza humana.

Cada grupo cultural insere um significado diferente. A visão difere de um indivíduo para

outro, de acordo com o estado fisiológico, diferenças naturais, pessoas que sofrem de alguns

Transtornos, Daltonismo, Catarata, ate mesmo a completa falta de visão. Os daltônicos

possuem dificuldade de distinguir principalmente cores primárias (como vermelho e verde),

além do azul e amarelo. Em casos mais raros, a total ausência de cor se faz presente. Trata-se

de uma alteração genética relacionada ao cromossomo X, a pessoa já nasce com Daltonismo e

não possui cura. Quem sofre de Catarata, sente a visão embaçada, destoada, dificultando

tarefas como ler, dirigir um carro ou interpretar a expressão das pessoas. Dá-se na fase senil, e

possui cura como a cirurgia de correção. Já para os autistas a percepção também se da de

forma diferente, não necessariamente se manifesta de acordo com as experiências, pois, a cor

pode causar uma sobrecarga sensório-visual, ou ser objeto de obsessão e alívio, de acordo

com a hiper ou hipossensibilidade de cada indivíduo. Na maioria das vezes estas crianças tem

menos capacidade de discriminação cromática independentemente de existir ou não alguma

hipersensibilidade. Quando bem colocadas, podem provocar equilíbrio emocional. Esses

sentimentos fortes de desejo ou desgosto podem interferir no aprendizado. As cores devem ser

mantidas simples, únicas e puras, ao invés de usar padrões bicoloridos ou multicoloridos. Em

alguns casos, usar imagens em preto e branco será a opção mais segura. O excesso de

informações e possibilidades pode gerar confusão.

Figura 8 – Visão Daltônica

Fonte: https://aminoapps.com/c/furry-pt/page/blog/daltonismo-

discromatopsia/vzxb_3rCnuLJpDMKr07law8z02bJZVpEE (2017)

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Figura 9 – Visão Daltônica

Fonte: http://carlostedeschi.com.br/cirurgia-de-catarata/o-que-e-a-catarata-curitiba/ (2017)

O azul estimula o sentimento de calma e de maior equilíbrio para as pessoas. Nesse caso, o

azul auxilia em situações em que a criança, por exemplo, apresenta uma sobrecarga sensorial,

algo que precisa ser lidado com sabedoria para o bem-estar. Ressaltando que isso representa

mais leveza no aspecto emocional. As cores laranja e amarela, por terem uma relativa

proximidade, são responsáveis pelo estímulo à socialização da criança. Um dos motivos que

levam a isso é o fato de a cor laranja, em especial, ser expansiva e quebrar a monotonia. Os

tons alaranjados exercem influência no bom humor e na criatividade da criança autista,

possibilitando-a a uma boa qualidade de vida, sobretudo nas relações com as pessoas.

Conclusão

Com base na pesquisa bibliográfica apresentada, podemos perceber a influência que a cor

exerce no dia a dia e no astral de cada indivíduo, principalmente daqueles com Transtorno do

Espectro Autista. O que cada um consegue perceber e sentir é um significado derivado de

nossas histórias compartilhadas e individuais. Essa consciência fornece um argumento

irrefutável para celebrar a diversidade, em vez de medo e conformidade. A pessoa autista

enxerga o mundo de outra maneira, mesmo tendo possibilidade de se integrar ao ambiente que

a cerca. A cor pode ajudar a mudar um comportamento, um sentimento. Ela remete a

sensações, mesmo quando não são vistas a olho humano, podem ser sentida. Algumas cores

adquiriram significados ao longo dos anos, outros foram associados de acordo com as

lembranças. Desde os tempos antigos, a paleta de cores sofria grande influência na sociedade. As tapeçarias eram tramadas a partir de cartões baseados na pintura de um artista, esses

cartões eram reaproveitados, vendidos ou readaptados posteriormente. As cores eram

privilégios dos mais abastados, quanto mais luminosa e pura mais tinha seu peso pago o

equivalente em ouro. As cores podiam ser de origem animal, mineral ou vegetal misturados a

um tipo de cola da época, em todos os casos a sua obtenção dependia de fatores climáticos, de

extração, de processos manuais lentos e muitas vezes caros. Quanto mais raro e difícil de

obter o pigmento, mais caro ficava seu peso. Com a chegada de Renascença, as cores usadas

na Idade Média mudaram quase repentinamente. A sociedade e o poder começaram a mudar

de mãos e as cores passaram não a determinar somente a classe social, mas também o poder

do indivíduo. Ao longo nos anos, as cores foram adquirindo novos significados, conquistando

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mais espaço. Hoje possuem grande valor na construção de um espaço, e no sistema de

Integração Sensorial. Uma abordagem da integração sensorial bem sucedida torna o indivíduo

capaz de processar a informação de maneira mais eficiente, levando a uma melhora da

autoestima, das habilidades motoras, do comportamento e adaptação aos diversos contextos

em que se encontram inseridos. Há uma melhora em seus relacionamentos, nos grupos

sociais, familiares, gerando uma melhor qualidade de vida a ela e aos que o rodeiam. As

crianças do Espectro Autista, de todos os níveis e particularidades, enfrentam o desafio da

convivência dia a dia. Abrir as portas para a diversidade é um desafio, portanto, nem todos

estão preparados para enfrentar. Algumas famílias cansadas do desgaste físico e emocional

optam pelo aprendizado em casa, com um profissional específico, que possa fazer o trabalho

da alfabetização. Mesmo diante de algumas limitações encontradas nos ambientes escolares,

como a recusa dos autistas nas escolas comuns, a necessidade de adaptação, a falta de

preparo, as pessoas tem buscado mais informações, encontrado profissionais que ajudam a

entender o processo e a importância do espaço. Transformar o ambiente onde estas crianças

vivem, seja escolar ou residencial, faz parte de todo o processo de desenvolvimento. É preciso

ir além, abrir espaço para o novo. Reformas são necessárias para que essas crianças possam

interagir e ganhar seu espaço no mundo que as rodeia.

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