A Intervencao Psicopedagogica Na Instituicao Escolar
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Psicopedagoga Clnica/Pedagoga
A INTERVENO PSICOPEDAGGICA NA INSTITUIOESCOLAR: DILOGOS COM A PRTICA CLNICA.
Juliana Fernanda Cardoso de Oliveira
EIXO TEMTICO: Psicopedagogia escolar e clnica, ensino e aprendizagem.
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INTRODUO
O momento atual na educao de incluso em busca de um mundo melhor e
igualitrio para todas as pessoas, uma educao de solidariedade, politizao e mutao por
meio de um aprendizado que resulte em comportamentos mais democrticos e de respeitos a
alteridade.
Pensar nesta educao um grande desafio e nos permite refletir sobre quais atitudes
devemos tomar para que este objetivo na nossa educao seja de fato alcanado. Uma
dialogicidade fecunda e totalizadora considerando a integrao escolar como impacto decisivo
para a formao das pessoas.
As discusses giram em torno da implementao de estratgias que possibilitem a
integrao de todo corpo escolar visando o mesmo objetivo - a qualidade do processo de
ensino-aprendizagem e quais as melhores formas para chegar a este fator determinante, noperdendo de vista a incluso.
A mediao na escola, sob esta tica, implica em uma comunicao mais simtrica,
onde as partes dividem de forma mais equitativa a distribuio do poder como mtodo de
ensino que implica na formao para a vida em democracia. A Psicopedagogia atuando nas
instituies escolares vem se consolidando cada vez mais por ser uma cincia
multidisciplinar e que finda nos terrenos da mediao.
H uma grande preocupao com a incluso de sujeitos considerados erroneamente
pelo sistema, incapazes de superar suas dificuldades de aprendizagem ocasionadas por razes
biolgicas ou sociais.
A Psicopedagogia acredita que tanto o educando quanto a escola, numa parceria
incansvel, pode superar seus problemas. Por um lado o aluno que trs consigo a sua
experincia biopsicosocial prvia a escola, e por outro lado, a escola a passos lentos tentando
estruturar o ensino idealizado por clebres humanistas como Paulo Freire, Call Rogers,
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Wallon, dentre outros, encontrando ainda grandes dificuldades em razo da fragmentao do
sistema educacional.
O Psicopedagogo junto com docentes e Equipe Escolar deve colaborar para criar
estratgias que ajudem o rendimento dos estudantes, trabalhando juntos para melhorar osresultados a partir de relacionamentos positivos e de confiana mtua, prevenindo problemas
futuros e intervindo sem rupturas, utilizando de todas as ferramentas cabveis nos casos que
exigem maior ateno.
Muitas vezes, mesmo a escola viabilizando todas as condies para que o aluno
obtenha sucesso na sua aprendizagem, os problemas persistem e neste caso uma sondagem
sobre a vida do sujeito se faz necessria para identificar os elementos que esto culminando
no insucesso escolar. Dependendo da complexidade do caso, o sujeito dever ser
encaminhado para outros profissionais exteriores escola como o Psicopedagogo Clnico,
para uma avaliao ou um diagnstico visando orientar a escola e o educador sobre as
melhores formas de abordar as dificuldades daquele sujeito. Este trabalho do Psicopedagogo
Clnico e da escola precisa acontecer de forma dialgica, para se obter em conjunto os
melhores resultados.
DESENVOLVIMENTO
1. Consideraes Preliminares
Ensinar exige compreender que a educao uma forma de intervir no mundo(Paulo Freire 1996)
A reflexo baseada na prxis do ensinar deve ser constante. Ns educadores no
devemos esquecer que a escola o principal vis que conduz o ser a uma vida ntegra na
sociedade considerando pontos relevantes para a convivncia social, um dos pilares da
educao, em vista de formar cidados preparados para uma sociedade cada vez mais difcil
de viver, uma vez que marcada por desigualdades sociais, preconceitos, discriminaes,
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racismo, competies, dentre outros pontos que restringem o direito e anulam, muitas vezes,
os sonhos e as perspectivas de superao, perpetuando uma sociedade com poucos espaos
para quem sofre em busca de uma oportunidade.
A educao mesmo com algumas mudanas significativas, desde o seu nascimentocomo Instituio no sculo XVIII, infelizmente franquia estes desrespeitos para com os seus
educandos com a passividade e a falta de compromisso com a auteridade. difcil para alguns
educadores se colocar no lugar de um aluno com dificuldades de aprendizagem, s vezes em
virtude de anos de experincias sem as diretrizes de uma formao continuada ou por uma
vaidade intelectual ingnua, que o faz ilusoriamente acreditar que j domina todos os
conhecimentos necessrios para uma prtica eficiente, inclusive isentando-se de qualquer
responsabilidade em relao ao fracasso escolar, que por sua vez, considerado um sintomados elementos que esto interferindo no manejo natural da aprendizagem. Segundo Bossa
(2007), alm de ser um problema didtico-estrutural da Escola e no uma responsabilidade do
educando que nada mais que vtima destes sintomas. Fernandz (2001), destaca que a
postura psicopedaggica que a sustenta a de propiciar modalidades de aprendizagem que
potencializem possibilidades singulares de cada pessoa, oferecendo-lhes espaos em que
possa realizar experincias com ensinantes que favoream esse processo. Todavia, a ausncia
de reflexes dos profissionais com este perfil, s os desqualifica em um mundo que seencontra em constante mutao.
Educar estabelecer uma atividade unitria onde a mente humana, por meiode procedimentos analticos, possa estabelecer uma nova sntese quepossibilite a insero de informaes, convertidas em conhecimento, em umanova perspectiva (...). (VIGOSTSKY, 1987,p. 122)
No podemos intervir no mundo pela educao como sabiamente escreveu Paulo
Freire, sem humildade para compreender que somos seres inacabados e que o principal acesso
superao dos problemas a sensibilidade. E esta sensibilidade s adquirida com a ao
reflexiva sobre ns mesmos e o outro. O estudo e a pesquisa contribuem muito neste ponto
porque temos a oportunidade de somar nossa prtica teoria, socializando-as com outros
professores e outros profissionais da educao, renovando assim frequentemente a nossa
prtica pedaggica.
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comum alguns educadores na tentativa de justificar suas lacunas pedaggicas
comentarem que a teoria muito bonita, mas que a prtica completamente diferente,
romntica, ou seja, enquanto na teoria aprendemos conceitos como alicerce para a nossa
prtica pedaggica tendo como referncia algumas teorias expoentes para a Educao, na
prtica, encontramos o desafio de realidades extremamente complexas e que por vezes fogem
do nosso equilbrio emocional para lidar com os problemas e focar em resultados. Alm,
sobretudo, de nos exigir bastante habilidade, criatividade e flexibilidade para superar os
desafios. E justamente deste paradoxo que surge o questionamento: Como possvel aplicar
este ou aquele conceito nesta realidade? Como no adotar uma postura abrupta ou absorta
diante de tantos pensamentos antagnicos e que no condizem com os princpios de Educao
libertadora aprendidos em nossa formao?De fato, a prtica bastante complexa, no pelas
metodologias e a didtica utilizada, mas pela burocracia resistente e existente em nosso
ensino. Ainda no temos uma escola de fato democrtica, as hierarquias tradicionais ainda so
bastante salientes. Entretanto estes fatores no invalidam a teoria que aprendemos em anos de
estudos e pesquisas. Quando invalidamos a teoria, na verdade, como crianas, no passamos
pelo processo de equilibrao de Piaget e o conhecimento infelizmente no acomodou.
Deste modo a reflexo que nos subsidiar para encontrarmos o fio condutor para um ensino
de qualidade e mais, coragem para enfrentar o sistema e buscar com sabedoria a
transformao to almejada.
A Psicopedagogia tem o desafio de prevenir e intervir nos problemas de
aprendizagem, em parceria com a incluso para um mundo melhor. Melhor porque, quando
possvel aprender a erguer-se diante dos fracassos com o apoio da escola, torna-se mais bvio
o aprendizado de certos valores como a coletividade, solidariedade, auteridade dentre outros
determinantes para a formao de uma cidadania plena e que no cruza os braos diante dos
absurdos que somos obrigados a conviver diariamente. No h lugar mais propulsor para se
aprender a ser vencedor que a escola! Uma vez que a escola quem traduz o conhecimento da
linguagem da cincia para a linguagem da criana, ou seja, temos as ferramentas necessrias
para lapidar o processo de aprendizagem e o futuro desta sociedade, em favor dos nossos
educandos, ensinando-os a serem militantes dos seus ideais, enfrentando as injustias sociais e
semeando atitudes mais humanas.
Portanto, ensinar exige reflexo para intervir no mundo!
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3. A Dialtica da Prxis Psicopedaggica na Instituio Escolar junto aos docentes e a
equipe multidisciplinar
O indivduo um ser geneticamente social
(Wallon 1959)
Antes de nos aprofundarmos na prxis Psicopedaggica, bom entendermos o que
aprender e o que leva um sujeito ao fracasso escolar. Primeiramente, aprender algo inerente
ao ser humano. Desde muito pequeno, ainda no tero materno, o beb aprende por meio de
inmeras sensaes, especificamente os contatos com o psiquismo de sua me e os estmulosexternos.
Todavia, para que a aprendizagem ocorra, necessrio que um elemento esteja em
saudvel funcionamento em nosso organismo: o desejo. o desejo que ir mover o ser em
busca da aprendizagem, mas se por um acaso algo estiver errado com o desejar, ento o
processo de aprendizagem estar comprometido. Vrios fatores podem culminar na ausncia
do desejo de aprender, mas muitas vezes no apenas a ausncia do desejo de aprender que
provoca o no-aprendizado.
Fatores psicossociais so constantemente apontados como provocadores do fracasso
na aprendizagem, por isso que Wallon (1959) destaca que o indivduo um ser
geneticamente social, tendo em vista que o biolgico e o meio numa reciprocidade dialtica
para o desenvolvimento da pessoa, no sentido global fsico-psiquico e como tal pode se
manifestar no seu pensamento sendo fator determinante para o sucesso ou fracasso escolar.
Aprender resultado da busca pelo entendimento de algo desconhecido.
O ato de conhecer, aprender um determinado fato ou acontecimento chamado pela Psicologia como ato de aprender (compreender-julgar-interpretar-inferir-etc), isto , pensar. Neste sentido, o pensamento definido como a conduta resultante do ato de aprender as relaescompreendidas nas propriedades que caracterizam o objeto. Pensar disporde normas e regras (propriedades), que facultam o entendimento ou acompreenso de algo, dispondo-o em categorias ou classe de acordo com sua
classificao. (MACHADO, 1995, p. 68)
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Sendo o aprender algo inerente aos indivduos, para Weiss (2007), o fracasso escolar
causado por uma conjugao de fatores interligados que impedem o bom desempenho do
educando em sala de aula. Todavia, bom no confundir o educando com dificuldade de
aprendizagem com aquele que aprende, mas no tem a produo esperada pelo professor ou
pela famlia.
Ao pensar em Psicopedagogia, no podemos esquecer que ela surge para se
contrapor a fragmentao e tratar a aprendizagem de uma forma inteira, considerando fatores
cognitivos, sociais, afetivos e culturais. Desta maneira vasto o campo que o Psicopedagogo
precisa administrar para compreender melhor a realidade e encontrar os melhores resultados.
Tratando-se dos problemas de aprendizagem, precisamos analisar todo o cosmos que
o processo de aprendizagem est inserido, inclusive o trabalho dos docentes, a metodologia
aplicada, at a integrao escolar sobre o objetivo da excelncia educacional.
[...] O psicopedagogo atua intervindo como mediador entre o sujeito e suahistria traumtica. [...] O profissional deve tomar cincia do problema deaprendizagem e interpret-lo para a devida interveno. Com essa atitude, o
Psicopedagogo auxiliar o sujeito a reelaborar sua histria de vida,reconstruindo fatos que estavam fragmentados, e a retomar o percursonormal de sua aprendizagem. (...) Enfim, analisa a dinmica institucionalcomo todos os profissionais nela inseridos, detectando os possveisproblemas e intervindo para que a instituio se reestruture. (PORTO, 2007,p. 109)
O principal desafio do Psicopedagogo Institucional Escolar justamente
compreender esta realidade e promover uma constante troca de idias na prtica educativa,
prevenindo e intervindo nos problemas de aprendizagem ampliando as relaes humanas no
espao escolar.
Para Jorge Visca (1987) a contribuio do Psicopedagogo possibilita uma reflexo a
partir da idia de se articular saberes, proporcionando um melhor fluxo do conhecimento,
abrindo caminhos para a compreenso do fenmeno da aprendizagem.
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Para Vigotsky (1977) a relao do indivduo com o mundo est sempre mediada pelo
outro. Neste sentido, no h como aprender e apreender o mundo se no tivermos o outro,
aquele que nos fornece significados que permitem pensar o mundo a nossa volta.
Estas tarefas atribudas ao Psicopedagogo nos revelam a complexidade e ao mesmotempo a necessidade do seu papel mediador para a instituio Escolar. Hoje pensar na prxis
Psicopedaggica pensar numa prxis inclusiva e articulada. A educao inclusiva no um
dever apenas do Psicopedagogo, mas ele um profissional que tem o compromisso
fundamental com este propsito, cuidando para que os direitos da criana sejam assegurados.
O princpio de educao inclusiva que foi adotado na Conferncia Mundial de Educao de
Especiais: acesso qualidade realizada em Salamanca, no ano de 1994, cujo relatrio
preconiza:
Todas as escolas devem acolher a todas as crianas independentemente desuas condies pessoais, culturais e sociais; crianas incapacitadas e bem-dotadas, crianas de rua, de minorias tnicas, lingsticas ou culturais, dezonas desfavorecidas e marginais.
A educao inclusiva tem como fundamento tornar efetivos para todas as crianas,jovens e adultos o direito educao, a participao e a igualdade de oportunidades,
prestando especial ateno aqueles que vivem em situao de vulnerabilidade ou sofrem
qualquer tipo de discriminao. cada vez mais comum nos depararmos com educandos
portadores das mais variadas anomalias freqentando a escola regular. Entretanto tambm no
tem sido fcil mant-las nas Instituies de ensino regulares em virtude das necessidades
especiais destes educandos e a carncia de qualificao especfica para os educadores tendo
em vista atender os anseios destes alunos. A presena de um educando com necessidades
especiais em sala de aula requerem do educador e do grupo escolar, intimidade com conceitos
e prticas direcionadas, o que no tem ocorrido. O que na verdade tem sido comum, a
presena destes educandos em sala de aula sem um acompanhamento adequado. O sistema os
inclui na escola regular com o intuito trivial de cumprir com a burocracia legislativa sem a
preocupao com uma educao formativa. preciso promover uma educao de fato
igualitria, promover qualidade educativa para todos e no apenas utilizar a escola como
depsito de pessoas! A educao precisa ser sistemtica para todos!
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O mesmo ocorre com os alunos que chegam as escolas com variados problemas
sociais, dos mais simples aos mais graves. No h preparo e nem os recursos para conduzir de
forma articulada a educao desta clientela. Os resultados desta desorganizao continuaram
sendo noticiadas pela imprensa brasileira atravs da violncia nas escolas, do bullying, da
falta de patriotismo do povo brasileiro e tantas outras coisas que constantemente esto
escandalizando o pas e que exercem uma ligao direta com a educao.
Para Weiss (2007), uma boa escola deveria ser estimulante para o aprender; por essa razo, a
funo bsica dos profissionais da rea de educao deveria:
a) Compreender as condies de ensino para o crescimento constante do processo deensino-aprendizagem e assim prevenir dificuldades na produo escolar;
b) Fornecer meios, dentro da escola, para que o aluno possa superar dificuldades nabusca de conhecimentos anteriores ao seu ingresso na escola;
c) Atenuar, ou no mnimo contribuir para no agravar, os problemas de aprendizagemnascidos ao longo da histria pessoal do aluno e da famlia.
4. A Clnica Psicopedaggica e a Instituio Escolar
Quando surgi o problema de aprendizagem, a primeira a identificar que existe algo
de errado com o processo a escola, atravs do educador que acompanha o educando em sala
de aula. Aps serem aplicadas pela escola todas as possveis ferramentas para solucionar o
problema, e o Psicopedagogo Institucional realizar sondagens com a famlia e constatar algo
que ultrapassa o trabalho da instituio, a escola deve encaminh-la ao Psicopedagogo
Clnico, que ter a funo de intervir no s no problema, mas na sua etiologia.
O diagnstico realizado pelo Psicopedagogo Clnico uma ferramenta que ir
respaldar a terapia com a criana. por isso que a escola de fundamental relevncia para
elucidar pontos cruciais para se chegar a um diagnstico preciso sobre as causas que esto
levando o educando a apresentar dificuldades. Em determinados momentos, do processo
diagnstico que dura em mdia entre nove e doze sesses, como j havia sido mencionado, o
Psicopedagogo necessitar analisar o material escolar e entrevistar a escola em busca de uma
viso fidedigna sobre as condies em que este educando est inserido. No diagrama abaixo,
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possvel visualizar as diretrizes do diagnstico Psicopedagogico no espao Clnico, segundo
Weiss 2007:
A terapia que se inicia quando o Psicopedagogo Clnico j identificou o problema,
aps a concluso do diagnstico, consiste na interveno da Etiologia, promovendo a
reabilitao das dificuldades. Segundo Golbert (1985) o enfoque teraputico considera o
objeto de estudo da Psicopedagogia a identificao, anlise, elaborao de uma metodologia
de diagnstico e tratamento das dificuldades de aprendizagem.
Todavia, antes de lapidar com maior preciso o processo teraputico, bom entender
a fronteira entre Psicopedagogo clnico e Institucional e o Psiclogo, o que causa bastante
dvidas entre pacientes e estudantes de Psicopedagia e Psicologia.
Segundo (BOCK, 1999), a Psicologia uma rea tradicionalmente conhecida como
promotora da sade e, dentro dessa perspectiva, o profissional emprega seus conhecimentos a
favor de condies satisfatrias de vida, na sociedade em que vive e trabalha. Desta forma, o
Psiclogo tem apropriao para lidar com eventuais problemas de ordem emocionais que
possam atrapalhar o processo de aprendizagem do educando, como a ansiedade, a
desmotivao, a depresso etc. O Psicopedagogo Institucional, contudo, subsidia a escola
prevenindo os problemas de aprendizagem, atravs de seu olhar clnico, por meio de uma
Psicopedagogia mediadora e articulada. O Psicopedagogo Clnico por sua vez, acompanha
diretamente o processo pedaggico do educando por meio de instrumentos pensados
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especificamente para a Etiologia do problema de aprendizagem. Se for constatado que a causa
do problema de um determinado educando uma dislexia, o Psicopedagogo Clnico dever
propici-lo uma terapia centrada na dislexia, visando em favor do processo teraputico,
potenciais que a criana j traz consigo como a criatividade e outras habilidades.
5. Equvocos da Pedagogia
Atualmente, na prtica pedaggica a mania de alguns profissionais de encontrar
distrbios de aprendizagem para a maioria dos alunos com dificuldades algo a ser discutido.
Desconsiderar que uma criana tem algum distrbio ou dificuldade na realidade escolar, assim
como rotular uma criana que tem o seu desenvolvimento normal atrapalhado por alguma
dificuldade que no de origem patolgica e sim de natureza psicossocial, um erro grave.
necessrio bastante discernimento e critrios bem delimitados para se estabelecer os
diagnsticos.
Para Maria Fernandes (2008), hoje, a prtica pedaggica fixa-se em dois pontos: a
participao construtiva do aluno no processo de aprendizagem e a necessidade de
interveno do professor para a aprendizagem de contedos. Sabe-se que o conhecimento no
concebido como uma cpia do real incorporado diretamente pelo sujeito: pressupe uma
atividade, que ocorre medida que o indivduo recebe os conhecimentos, organiza-os e
integra-os aos j existentes.
comum na escola encontrar crianas com problemas de aprendizagem, seja de
ordem social ou biolgica, sendo rotuladas de preguiosas, lentas e desinteressadas devido
falta de sensibilidade de educadores e equipe tcnica em concentrar seu tempo pedaggicoem apenas ensinar e no em criar situaes que promovam uma aprendizagem significativa
Rogers (1977). necessrio que a escola d um basta na cultura do medo das novas
tendncias educacionais pensadas para uma educao muito mais rica e motivadora, inovem
seus currculos e Projetos Polticos Pedaggicos (PPP) para a primazia de contedos mais
dinmicos que ofeream maior interesse e agucem o desejo de aprender inerente a todo ser
humano.
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Segundo Weiss (2007), das crianas encaminhadas pelas escolas para a clnica
Psicopedaggica, apenas 10% so diagnosticadas com algum problema que necessita de
interveno clinica, ou seja, necessrio revermos nossa prtica e comear as mudanas em
nossa postura de submisso irreflexiva, frente complexidade dos contextos escolares.
Anlise dos Dados: Relato de Experincia de Interveno na Clnica Psicopedaggica.
A anlise dos dados tem uma grande contribuio para a confirmao da teoria alm
de permitir que o estudante reflita sobre sua prtica e elabore hipteses para a sua prpria
prtica profissional.
A experincia relatada no presente estudo ocorreu na Clnica de Psicologia do Centro
Universitrio de Joo Pessoa UNIP no processo obrigatrio de Estgio Supervisionado
como exigncia para concluso do curso de Ps graduao em Psicopedagogia Clnica.
Na prtica possvel perceber com maior veemncia a forte relao existente entre
Instituio Escolar e a Clnica Psicopedaggica.
Para o processo de diagnstico utilizamos o modelo proposto por Weiss (1994) que
caracterizado da seguinte maneira:
1- Entrevista Familiar Exploratria Situacional (EFES)
2- Anamnese
3- Sesses Ldicas Centradas na Aprendizagem
4 - Complementao com provas e testes
5 - Sntese Diagnstica Prognstico
6 - Devoluo - Encaminhamento
Acrescentamos aos tpicos mencionados a Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem
EOCA, proposta por Visca (1991).
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O primeiro contato com a famlia do educando ocorreu por meio de telefone com a
principal interessada pela recuperao dos problemas apresentados pela criana, a av
materna e logo depois pessoalmente, quando realizamos a Entrevista Familiar Exploratria
Situacional EFES.
O educando de 11 anos cursando o quarto ano do ensino fundamental, ainda no tinha
adquirido a habilidade da leitura e escrita, alm de apresentar tambm um quadro de
comportamento agressivo e de intolerncia acentuados. Tm dois irmos, um menino mais
velho de 14 anos e uma menina mais nova de 8 anos. Ele por sua vez o irmo do meio. Tem
muita afinidade com o irmo mais velho, no entanto, faz questo de humilhar e hostilizar a
irm mais nova.
Por meio da anamnese, instrumento de fundamental importncia para o trabalho do
Psicopedagogo, as primeiras evidncias e sistemas de hipteses foram surgindo ajudando-nos
a identificar pontos cruciais para o desenvolvimento das sesses.
O pai do educando presidirio, est recluso por envolvimento com o trfico de
entorpecentes e a me dislxica e esquizofrnica diagnosticada por uma Fonoaudiloga e
um Psiquiatra, segundo relato da av do educando. Os conflitos na vida desta senhora de 61
anos so intensos. A filha que vtima destas patologias agressiva e imprudente com toda a
famlia. Tm ataques permanentes de impulsividade que s aliviam quando sua me lhe
oferece dinheiro.
A dislexia um distrbio na leitura que acarreta dificuldades tambm na escrita.
provocada por uma disfuno no crebro podendo se manifestar no individuo auditivamente
ou visualmente, ou seja, o sujeito pode sentir dificuldades na aquisio do cdigo grfico em
virtude de deficincias no aparelho auditivo ou visual, ocasionando em confuses dos
fonemas e grafemas. Geralmente adquirida hereditariamente e provoca grandes frustraesaos estudantes que precisam conviver com esta patologia. Naturalmente observada por volta
dos 6 anos de idade quando o educando encontra-se em processo de alfabetizao. Alguns dos
sintomas mais freqentes da dislexia so:
grande dificuldade na aquisio da leitura e escrita; reverso de letras graficamente parecidas como b/p, m/n, q/ p, n/u, a/e; letras em espelho; Inverso de slabas em/me, sol/los, /ls/sal, par/pra;
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Adicionar ou omitir sons: casa-casaco, prato-pato; Apresentar leitura lenta demais; Dificuldade para lembrar seqncias: letras do alfabeto, dias da semana, meses
do ano etc; Dificuldade para aprender a ver horas; Ser rotulado de preguioso, imaturo, hiperativo ou desatento.
A dislexia atinge de 10% a 15% da populao mundial, sendo um problema mais
freqente nos meninos que nas meninas.
CONSIDERAES
Diante de uma atmosfera to complexa, que o processo de aprendizagem humana,
trabalhar de maneira isolada significa romper com os princpios da Psicopedagogia e colocar-
se diante do risco desnecessrio de no conseguir suprir as necessidades dos casos que
chegam as nossas Escolas e consultrios. Os desafios no so apenas de ordem
psicobiolgica, mas tambm de ordem psicossocial e este, o maior de todos os problemas.
A dialogigicidade interdisciplinar surge como ferramenta para administrar os
desafios de uma prtica pedaggica dinmica e que vm exigindo cada vez mais dos
profissionais da categoria educacional, novas estratgias para respaldar o ensino. A
Psicopedagogia desembarca neste universo, a fim de acrescentar com a perspiccia e o olhar
Clnico do processo de aprendizagem lanando propostas de preveno e Interveno
coletivamente.
. A pesquisa e a anlise reflexiva dos eminentes casos que chegam aos consultrios
psicopedaggicos evocaro cada vez mais uma educao de qualidade, democrtica
otimizados pela resiliencia daqueles que so os protagonistas dos estudos em Psicopedagogia
Clnica e Escolar: os educandos.
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