A invisível cicatriz Nascer É ser novinho em folha e já deixar cicatriz Viver é cobrir os outros...

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A invisível cicatriz

Nascer É ser novinho em folha e já deixar cicatriz Viver é cobrir os outros de cicatrizes e ser coberto

Mas nem tudo são cicatrizes

Algumas incisões definitivamente não se fecham

Por isso aliás morremos Poema de Ruy Proença

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O recém-nascido chega ao mundo dotado de um repertório de capacidades bastante reduzido, em comparação ao que virá a adquirir.

INSTINTOS / AÇÕES REFLEXAS

GRANDE PLASTICIDADE: capacidade de aprendizado.

Odila Maria F.C. Mansur(Pedagoga)

A CRIANÇA É O PAI DO HOMEM (Wodsworth)

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A criança é, em todo lugar, dependente do adulto Sobrevivência: alimentação, higiene, proteção, aprendizado da Língua “Torna-se igual aos seus” SER HUMANO

Para cada criança que nasce há um projeto que o guarda, presente no discurso dos pais e da família.

NASCIMENTO: bebê real bebê “virtual” bebê que “virá a ser”

VIDA INTRA-UTERINA: acolhimento satisfação das necessidades memória do ser verdadeiro que somos útero = casa = primeiro local de memória

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NASCIMENTO:

introdução da criança num mundo com padrões de comportamento estabelecidos (cultura)

a criança aprende a desejar (valores) libertação se dará pela capacidade de aprendizado.

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Estruturas para interpretar e agir sobre a realidade:(diferençar, relacionar, resolver os problemas)

COGNIÇÃO

LINGUAGEM(diferença entre o humano e o animal)

Pensamento simbólico / representação mental /capacidade para nomear (18 meses)

AFETO ASPIRAÇÕES X REPULSA DOS ADULTOS

RESPEITO AO QUE É “SER CRIANÇA”

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Vínculo PrimárioVínculo Primário

• Memória emocional das experiências vividas nos primórdios da vida amígdala.

• Memória conceitual, cognitiva hipocampo.

• Os traumas precoces, profundos, são encerrados na amígdala.

• O processo terapêutico necessariamente confrontará os dois tipos de memória.

• A amígdala é um vigilante psicológico que a todo momento questiona: é alguma coisa que temo? Que odeio? Que me fere?

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Além da alimentação e higiene, necessidade de um contato afetivo contínuo, advindo de uma figura constante (mãe ou cuidador substituto)

DESENVOLVIMENTO PSICOAFETIVO

Criar um “clima emocional favorável”: formar laços, relação calorosa, formação e manutenção dos laços emocionais entre indivíduos.

SAÚDE MENTAL

A privação do afeto gera: angústia necessidade exagerada de amor sentimentos de vingança culpa e depressão

AFETO: A IMPORTÂNCIA DO APEGO

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Forte relação entre carência de vínculo afetuoso saudável na infância e delinqüência juvenil (Bowbly, 1988)

COMUNICAÇÃO CUIDADOR-BEBÊ:

palavra (tom de voz, ritmo) gestos disponibilidade

INVESTIMENTO AFETIVO

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Nosso Nosso primeiro primeiro local de local de

memória é memória é a vida intra-a vida intra-

uterina. uterina.

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CONFIANÇA

Confiança básica segurança interior Confiança no outro respostas às solicitações / ser

capaz de dizer não. Confiança nos próprios sentimentos resistir à

influência social (refletir por si mesmo) Confiança em nossas competências relacionais estar

apto, ser útil.

SENTIR-SE EXISTIR Presença, atenção, mudança de hábitos.

SENTIR-SE ACEITO “Você tem o direito de estar aqui”. “Você tem seu lugar na família”. “Eu te amo” (CONTATO FÍSICO)

SENTIR-SE APRECIADO Reforço positivo, incentivo, elogio

NECESSIDADES AFETIVAS FUNDAMENTAIS

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A identidade do “eu” é constituída a partir de conceitos, como qualquer coisa. O “eu” é reconstruído permanentemente a partir de nossas experiências mentais. Não sou hoje o que fui ontem.

Hoje 50%das crianças são vitimas de abusos físicos, sexuais e emocionais.

Vínculo PrimárioVínculo Primário

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Crianças não desejadas violência juvenil.

Difícil curar traumas perinatais. Crianças rejeitadas estão sempre esperando o pior.

Falta-lhes esperança.

No estabelecimento do vinculo primário, o pai e a mãe adivinham, captam, organizam, interpretam a demanda interior do filho.

A trama familiar, exceto pelo seio, é imaterial. É simplesmente emocional e mental.

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Sensório motor – tato, boca atuam como receptores proximais: intensa dependência biológica. O olhar da mãe, colocar a criança no colo, facilitam a necessária aproximação biológica. O jogo verbal, tátil entre mãe-filho é condição básica ao desenvolvimento afetivo,

a humanização do concepto.

Vínculo PrimárioVínculo Primário

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A CRIANÇA PRECISA:

Segurança do amor dos paisamor dos pais, sentir que tem o seu lugar, seu respeito próprio: sentimento de adequação (medo, “métodos” para chamar a atenção, manha, irritação...)

Tornar-se cooperadoracooperadora ajudar a arrumar o quarto, ir ao supermercado com a mãe... (agressividade, desobediência)

Receber calor emocionalcalor emocional (encorajamento ou alegria com seu sucesso)

Respeito a sua dorRespeito a sua dor não minimizar ou depreciar sua tristeza/ ajudá-lo a enfrentar.

Sentir-se valorizada e participantevalorizada e participante planejar a festinha de aniversário, a roupa que será comprada / “Que bom que Aninha aprendeu a ler!”

EDUCAÇÃO DA CRIANÇA: AMAR E LIMITAR

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Desenvolver habilidades e capacidadeshabilidades e capacidades nadar, dançar, jogar futebol, cuidar das plantas, lavar o carro...

De tempo, de acolhimento:acolhimento: colo, abraços, conversar...

Aprender pelo exemploexemplo dos pais.

Evitar críticasEvitar críticas: “Você é um desastrado”. Apontar a situação ao invés de apontar a criança.

Receber elogio, admiraçãoelogio, admiração: “que árvore bem feita!” Receber afeto incondicional: “amo você do jeito que você é”.

Ser estimulada a cooperarestimulada a cooperar, por meio do lúdico.Ex: bilhetes bem humorados (Socorro! Esvazie-

me! Com amor, O LIXO).

Ser tratado com respeitotratado com respeito: a criança trata os outros da forma como é tratada pelos pais.

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O QUE DÁ CERTO PARA ESTIMULAR A INTELIGÊNCIAComo as atitudes dos pais podem ajudar no desenvolvimento dos bebês. E o que não passa de mito, segundo estudos recentes.

FALAR ???O jeito típico de os pais falarem com os filhos, usado frases curtas, estendendo a pronunciação de sílabas e vogais, com uma voz aguda torna os sons mais claros para os bebês e ajuda no desenvolvimento da linguagem.

DEIXAR O BEBÊ NO CHÃOFicar no chão, sob a supervisão de um adulto, estimula os bebês a engatinhar para alcançar objetos e brincar. É uma oportunidade para aprender a coordenar os movimentos em resposta a estímulos visuais. O carrinho e o berço limitam a exportação.

DEIXAR ADULTOS À DISPOSIÇÃOOs pais que deixam os bebês em escolinhas ou creches devem procurar aquelas onde a relação crianças por professores é menor. Essa é uma boa medida para garantir que o bebê receba, além dos cuidados básicos, mais atenção e estímulos sociais.

DAR BRINQUEDOS DE MONTAROs brinquedos tecnológicos, como videogames, não estimulam a criatividade porque se baseiam na repetição de movimentos. Brinquedos que dão mais liberdade, como blocos de empilhar, são mais indicados. Em um estudo do pediatra Dimitri Christakis, crianças que brincavam com os blocos tinham um desempenho 15% melhor em testes de linguagem do que as que ficavam mais expostas a games à televisão.

BEIJAR, ABRAÇAR, APERTAR, BRINCAR, DAR ATENÇÃOPesquisas mostram que bebês privados de contato social constante podem ter problemas cognitivos e sociais. A área ligada à empatia seria pouco estimulada. O estresse aumentaria os níveis de um hormônio que prejudica o desenvolvimento das áreas ligadas à emoção e à memória.

CONTAR HISTORINHASContar histórias em voz alta aumenta a exposição aos sons que formam as palavras e ajuda a desenvolver as conexões cerebrais ligadas à linguagem. Interpretar as emoções do faz de conta também chama a atenção dos bebês, que usam as emoções dos pais como dicas para saber o que é importante aprender.

USAR A TV COMO BABÁA televisão não deve se tornar o principal passatempo das crianças. De acordo com um estudo da Universidade de Washington, a cada hora que bebês com menos de 3 anos passam na frente da televisão, aumentam em 10% os riscos de eles terem problemas de atenção no futuro. Os bebês se habituariam com o ritmo frenético das imagens televisivas.

MANTER O OLHO NO OLHOA Universidade de Dundee, na Escócia, concluiu que os carrinhos com o cesto voltado para a frente, que deixam o bebê de costas para os pais, inibem a interação social e afetam o desenvolvimento.

USAR VÍDEOS CRIATIVOSEstudos da linguista Patrícia Kuhl, da Universidade de Washington, mostram que a exposição a DVDs não é suficiente para ensinar aos bebês um ??????. Eles precisam de interação social cara a cara para aprender.

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Esteja atento para reconsiderar limites e proibições à medida que a criança vai se tornando capaz de assumir responsabilidades.Se a criança é muito pequena, não basta distraí-la ou propor-lhe outras atividades quando insiste em algo proibido. É preciso usar o não, deixando claro por que não é permitido.Evite ordens contrárias. A criança pode se aproveitar da contradição dos pais para fazer o que bem entender. Pior que isso, vai descobrir que, em casa, existem dois partidos, que ela poderás usar no momento certo.

LIMITES“Para se sentirem amadas e protegidas, as crianças precisam conhecer limites.”

Para se sentirem amadas e protegidas, as crianças precisam conhecer limites.Podemos dizer não, sem culpa, observando alguns princípios:Diga não à criança, sempre que necessário. O erro está em permitir tudo. Afinal, uma criança “não-frustrada” e que tem tudo está a um passo de se tornar um adulto problema.Quando disser um não, dê uma justificativa curta e clara. E lembre-se de que um não hoje deve continuar sendo um não amanhã e enquanto for necessário.