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A METODOLOGIA DE PROJETOS E O ENSINO AGROPECUÁRIO KAPP, Carlos Eduardo 1 MATOS JR., Moacir Ávila de 2 RESUMO Com a expansão da Educação Profissional no Paraná ocorrida a partir de 2004, tornou-se premente a elaboração de propostas pedagógicas compatíveis com as necessidades inerentes às Disciplinas Técnicas. Observa-se nos Colégios Agrícolas certas peculiaridades, como o regime de internato e a existência de uma Cooperativa – Escola, que levam o aluno a desenvolver espírito de liderança. Isso, aliado às aulas práticas e ao estágio supervisionado, que são características da educação profissional, contribui para a formação do aluno. A Metodologia de Projetos é uma ferramenta que pode contribuir nesse crescimento por ser uma proposta pedagógica que busca a participação dos alunos de forma ativa e responsável, através do planejamento e desenvolvimento das atividades escolares comandados pelos alunos em parceria com o professor. Neste trabalho, a proposta de implementação na escola da Metodologia de Projetos foi feita com os alunos da 3ª série do Curso de Agropecuária Sub-Seqüente do Colégio Agrícola Estadual Getúlio Vargas, em Palmeira – PR, num total de 31 alunos participantes e o tema abordado foi “Produção de Silagem”. Material Didático utilizado foi produzido no 2º Período do Programa de Desenvolvimento Educacional, um Caderno Temático com o tema Produção de Silagem. Esta proposta de implementação foi desenvolvida em uma carga horária de 32h e demonstrou ser útil na interdisciplinaridade e na formação do perfil exigido para o profissional Técnico em Agropecuária. Palavras-chave: educação profissional. colégios agrícolas. disciplinas técnicas. metodologia de projetos. Abstract With the expansion of Vocational Education in Parana occurred from 2004, it became urgent to draw up proposals consistent with the educational needs of Technical Disciplines. It is observed in Agricultural Colleges certain peculiarities, such as internship and a cooperative - School, leading the student to develop leadership. That, coupled with practical classes and supervised, which are characteristic of professional education, contributes to the formation of the student. The design methodology is a tool that can help in growth as an educational proposal that seeks the participation of students from active and responsible manner, through the planning and development of school activities led by students in partnership with the teacher. In this work, the proposed implementation of the methodology in school projects was made with students in the 3rd series of the Course of Agricultural Sub-sequent of the State Agricultural College Getúlio Vargas, in Palmeira - PR, a total of 31 pupils involved and the issue was addressed "Production of silage." Educational Material used was produced in the 2nd Period of the Program for Educational Development, a booklet with the theme Topic Production of silage. This proposed implementation was developed in an hour load of 32h and has proved useful in interdisciplinary and in shaping the profile required for the professional in Agricultural Technician. Key words: vocational education. agricultural colleges. technical disciplines. methodology of projects. 1 Professor PDE da disciplina de Veterinária no Colégio Agrícola Estadual Getúlio Vargas. 2 Orientador Mestre em Educação – área de concentração Metodologia do Ensino, docente do Departamento de Métodos e Técnicas de Ensino ministra aulas de Estágio Supervisionado em Educação Física para o Curso de Licenciatura em Educação Física.

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A METODOLOGIA DE PROJETOS E O ENSINO AGROPECUÁRIO

KAPP, Carlos Eduardo1

MATOS JR., Moacir Ávila de2

RESUMOCom a expansão da Educação Profissional no Paraná ocorrida a partir de 2004, tornou-se premente a elaboração de propostas pedagógicas compatíveis com as necessidades inerentes às Disciplinas Técnicas. Observa-se nos Colégios Agrícolas certas peculiaridades, como o regime de internato e a existência de uma Cooperativa – Escola, que levam o aluno a desenvolver espírito de liderança. Isso, aliado às aulas práticas e ao estágio supervisionado, que são características da educação profissional, contribui para a formação do aluno. A Metodologia de Projetos é uma ferramenta que pode contribuir nesse crescimento por ser uma proposta pedagógica que busca a participação dos alunos de forma ativa e responsável, através do planejamento e desenvolvimento das atividades escolares comandados pelos alunos em parceria com o professor. Neste trabalho, a proposta de implementação na escola da Metodologia de Projetos foi feita com os alunos da 3ª série do Curso de Agropecuária Sub-Seqüente do Colégio Agrícola Estadual Getúlio Vargas, em Palmeira – PR, num total de 31 alunos participantes e o tema abordado foi “Produção de Silagem”. Material Didático utilizado foi produzido no 2º Período do Programa de Desenvolvimento Educacional, um Caderno Temático com o tema Produção de Silagem. Esta proposta de implementação foi desenvolvida em uma carga horária de 32h e demonstrou ser útil na interdisciplinaridade e na formação do perfil exigido para o profissional Técnico em Agropecuária.

Palavras-chave: educação profissional. colégios agrícolas. disciplinas técnicas. metodologia de projetos.

AbstractWith the expansion of Vocational Education in Parana occurred from 2004, it became urgent to draw up proposals consistent with the educational needs of Technical Disciplines. It is observed in Agricultural Colleges certain peculiarities, such as internship and a cooperative - School, leading the student to develop leadership. That, coupled with practical classes and supervised, which are characteristic of professional education, contributes to the formation of the student. The design methodology is a tool that can help in growth as an educational proposal that seeks the participation of students from active and responsible manner, through the planning and development of school activities led by students in partnership with the teacher. In this work, the proposed implementation of the methodology in school projects was made with students in the 3rd series of the Course of Agricultural Sub-sequent of the State Agricultural College Getúlio Vargas, in Palmeira - PR, a total of 31 pupils involved and the issue was addressed "Production of silage." Educational Material used was produced in the 2nd Period of the Program for Educational Development, a booklet with the theme Topic Production of silage. This proposed implementation was developed in an hour load of 32h and has proved useful in interdisciplinary and in shaping the profile required for the professional in Agricultural Technician.

Key words: vocational education. agricultural colleges. technical disciplines. methodology of projects.

1 Professor PDE da disciplina de Veterinária no Colégio Agrícola Estadual Getúlio Vargas.2 Orientador Mestre em Educação – área de concentração Metodologia do Ensino, docente do Departamento de Métodos e Técnicas de Ensino ministra aulas de Estágio Supervisionado em Educação Física para o Curso de Licenciatura em Educação Física.

INTRODUÇÃO

A retomada da oferta da Educação Profissional foi assumida pela

Secretaria de Estado da Educação do Paraná como política pública no ano

de 2004. Nesse ano, o Paraná tornou-se o primeiro Estado da Federação a

implantar o Ensino Médio Integrado à Educação Profissional. Observou-se, a

partir de então, um crescente número de estabelecimentos de ensino.

Percebeu-se que, entre os anos de 2005 e 2007, o número de alunos

matriculados aumentou em mais de 40%.

A Educação Profissional, dentro do Eixo Tecnológico Recursos

Naturais, compreende tecnologias relacionadas à produção animal, vegetal,

mineral, aqüícola e pesqueira. Abrange ações de prospecção, avaliação

técnica e econômica, planejamento, extração, cultivo e produção referente

aos recursos naturais. Inclui, ainda, tecnologia de máquinas e implementos,

estruturada e aplicada de forma sistemática para atender às necessidades

de organização e produção dos diversos segmentos envolvidos, visando à

qualidade e sustentabilidade econômica, ambiental e social.

O Curso Profissionalizante Técnico em Agropecuária busca formar

profissionais que possam, entre outras atividades, planejar e projetar

atividades agropecuárias, implantar, monitorar e gerenciar atividades

agropecuárias e do agronegócio, planejar e implantar, em nível técnico, a

produção agroindustrial com qualidade alimentícia e sanitária.

A proposta deste trabalho é apresentar a metodologia de projetos

como uma ferramenta útil na formação deste profissional, por ser uma

proposta pedagógica que leva à participação ativa e responsável na

planificação e no desenvolvimento das atividades escolares. O processo de

aprendizagem torna-se uma ação conjunta, entre aluno e professor, que

passam a trabalhar com espírito de cooperação.

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A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO PARANÁ

Com a política de Expansão da Educação Profissional adotada pelo

Governo do Estado do Paraná, a partir de 2003 houve a retomada da oferta

da formação profissional de nível médio em diferentes áreas. As

modalidades ofertadas são as seguintes:

- Ensino Integrado: é destinada aos alunos egressos do Ensino Fundamental.

- Modalidade Subseqüente: destinada aos alunos egressos do Ensino Médio.

Dentre os cursos ofertados podemos destacar: Agropecuária,

Administração, Formação de docentes, Informática, Meio-Ambiente,

Química, Segurança do Trabalho, Enfermagem, Gestão, Secretariado,

Eletromecânica, Edificações, Turismo e Florestal.

Vale lembrar aqui o processo de desmonte que ocorreu na Educação

Profissional nos meados dos anos 90, em virtude das políticas vigentes.

Nessa época, ocorreu a reforma que estabeleceu uma nova configuração da

Educação Profissional, através do Decreto Federal nº 2208/97 e Portaria

MEC nº 646/97, com o apoio do Programa de Reforma da Educação

Profissional (PROEP), Portaria MEC nº 1005/97. Essa reforma repercutiu no

sistema federal de ensino e também nos estaduais. Com a reforma, houve a

redução na oferta dos cursos profissionalizantes e a criação dos cursos

modulares, que eram realizados concomitantemente com a Educação Média

ou como curso seqüencial a ela.

Aqui, convém ressaltar a resistência ocorrida na época em algumas

instituições de ensino, questionando e se colocando contrariamente a este

modelo. Como exemplo, temos os Colégios Agrícolas da Rede Pública

Estadual, que através do esforço de seus diretores, professores, funcionários

e alunos mantiveram essas instituições em funcionamento, apesar de todos

os percalços. Saliente-se também alguns cursos de Magistério da Rede

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Pública Estadual do Paraná que também continuaram funcionando; os

demais cursos técnicos existentes na época foram fechados.

Com a entrada em vigor do Decreto nº 5154/04 restabeleceu-se a

possibilidade de integração curricular dos ensinos médio e técnico. Isso

proporcionou a oferta do Ensino Profissionalizante em nível médio nas

diferentes áreas já citadas no início deste texto. Em decorrência da oferta

desses novos cursos, o governo do Estado do Paraná realizou um concurso

público para o preenchimento de vagas de Professor do Quadro Próprio do

Magistério (QPM) para atuarem nas disciplinas de formação específica dos

cursos da Educação Profissional. As vagas deste concurso foram distribuídas

em 10 áreas: Agropecuária, Indústria, Química, Construção Civil,

Informática, Gestão, Saúde, Turismo, Meio-Ambiente e Comunicação. Essas

áreas foram divididas em outras diversas sub-áreas. A graduação exigida

para o preenchimento dessa vagas foi: Engenharia Agronômica, Medicina

Veterinária, Zootecnia, Engenharia de Alimentos, Engenharia Agrícola,

Engenharia Mecânica, Engenharia em Eletrônica, Engenharia Química,

Engenharia Civil, Engenharia Cartográfica, Arquitetura e Urbanismo,

Processamento de Dados, Administração, Economia, Ciências Contábeis,

Engenharia Naval, Enfermagem e Turismo. Como pode ser observado, são

profissionais de diferentes áreas do conhecimento, todos com formação em

cursos de bacharelado e que desta forma não possuem formação

pedagógica. Inclusive, para efetivação no cargo, conforme Lei

Complementar nº 103/2004, de 15/03/2004, os aprovados deverão

participar do programa de formação pedagógica para obtenção de

licenciatura plena, sem a qual serão exonerados.

A realização deste concurso era uma antiga reivindicação das escolas

que oferecem ensino profissionalizante, principalmente os Colégios

Agrícolas, pois o último havia ocorrido na década de 70. O que se podia

observar, ao longo desses anos, era uma grande rotatividade dos

profissionais que atuavam nas disciplinas técnicas. Com um contrato de

trabalho precário, assim que surgia uma oportunidade na sua área de

formação, esses profissionais saíam das escolas. Espera-se que com esses

professores, agora concursados, possam-se formar quadros fixos nas

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escolas, sem a rotatividade que havia, melhorando assim a qualidade do

ensino.

HISTÓRICO DOS COLÉGIOS AGRÍCOLAS NO PARANÁ

Para melhor compreensão dos cursos Técnicos em Agropecuária é

importante pontuar alguns fatos sobre o histórico dos Colégios Agrícolas.

O ensino agrícola surgiu no Brasil em 1910, originário do Ministério da

Agricultura, e somente em 1946 pela Lei 9.613/46 a Lei Orgânica de Ensino

Agrícola ficou definitivamente institucionalizado como ensino agrícola de

grau elementar e médio, excluído o ensino de nível superior. Os

estabelecimentos de ensino agrícola em foram assim classificados:

• Escolas de iniciação agrícola – para ministrar o ensino de 1ª e 2ª

séries do 1º ciclo, concedendo ao concluinte certificado de Operário

Agrícola;

• Escolas Agrícolas – para ministrar as quatro séries do 1º ciclo,

oferecendo ao concluinte o certificado de Mestre Agrícola;

• Escolas Agrotécnicas – para ministrar as quatro séries do 1º ciclo e as

três séries do 2º ciclo conjuntamente, atribuindo ao concluinte o

diploma de Técnico Agrícola.

Em 1967, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,

surgiram os Ginásios Agrícolas mediante agrupamento das Escolas de

Iniciação Agrícola e das Escolas Agrícolas, onde se ministrava somente as

quatro séries do 1º ciclo (ginasial) e se mantinha a expedição de certificado

de Mestre Agrícola, enquanto que as Escolas Agrotécnicas passaram a ser

denominadas Colégios Agrícolas, ministrando apenas três séries do 2º ciclo

(colegial), conferindo aos concluintes o diploma de Técnico Agrícola.

Em decorrência do Decreto-Lei 200/67 o Ensino Agrícola foi

transferido do Ministério da Agricultura para o Ministério de Educação e

Cultura e em 1970 para o Departamento de Ensino Médio.

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Paralelamente às reformas administrativas que aconteciam na

instância federal, ocorreram reformas administrativas em nível estadual, e

em 1972 o Governo do Estado do Paraná transferiu para o Departamento de

Ensino de 2º Grau da Secretaria de Estado da Educação e Cultura, o

Departamento de Ensino Agrícola da Secretaria de Estado da Agricultura.

Em conseqüência, passaram para a administração do Departamento de

Ensino de 2º Grau os Colégios Agrícolas “Augusto Ribas” (Ponta Grossa),

“Arlindo Ribeiro” (Guarapuava), “Lysímaco Ferreira da Costa” (Rio Negro),

“Manoel Ribas” (Apucarana), “Getúlio Vargas” (Palmeira) e os Ginásios

Agrícolas “Assis Brasil” (Clevelândia), “Manoel Moreira Pena” (Foz do

Iguaçu), “Olegário Macedo” (Castro) e “Fernando Costa” (Santa Mariana).

Com a Lei 5.692 de 11/08/1971, os Colégios Agrícolas e os Ginásios

Agrícolas passaram a ofertar o curso Técnico em Agropecuária, aprovado

pelo Conselho Estadual de Educação em 1973. Em 1974 é criado o Colégio

Florestal de Irati, com a oferta do curso Técnico Florestal.

A partir da Lei Federal nº 9.394/96 que estabeleceu as novas

Diretrizes e Bases da Educação Nacional e da promulgação do Decreto

2.208/97 mudou o panorama da oferta educacional da Educação Profissional

no país. Por sua vez, o Conselho Nacional de Educação definiu através do

Parecer 16/99 as novas diretrizes curriculares dos cursos profissionalizantes

de nível técnico. A questão crucial posta pela reforma foi a separação do

antigo Segundo Grau (agora chamado Ensino Médio) da Educação

Profissional, que passou a ser um ensino pós-secundário, aumentando a

tradicional dualidade desse nível de escolaridade.

A partir de 1997, quem pretendia formação profissional de nível

técnico deveria concluir o Ensino Médio, para depois cursar o ensino

profissional técnico. Essa mudança legal e política provocou grande impacto

na forma de funcionamento das escolas agrícolas de nível médio ofertadas

no Paraná.

No caso do Paraná, pela possibilidade criada de organizar a Educação

Profissional em níveis básico, técnico e tecnológico, o efeito do Decreto

2208/97 ocasionou a cessação das matrículas no ensino técnico que era

ofertado no contexto da profissionalização prevista pela Lei 5.692/71. Em

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razão da política educacional do Estado para a Educação Profissional, foi

criada a Agência Paranaense de Desenvolvimento do Ensino Técnico –

PARANATEC - para coordenar a educação profissional na rede estadual. Os

Colégios Agrícolas e o Colégio Florestal foram então transformados em

Centros Estaduais de Educação Profissional e os cursos Técnico em

Agropecuária e Técnico Florestal foram cessados, passando os

estabelecimentos a ofertar cursos de Técnico em Agricultura e Técnico em

Pecuária separadamente, além de outros definidos pela PARANATEC.

Com a mudança de governo e as novas políticas para a Gestão

2003/2006, ocorreu a desativação da PARANATEC e a responsabilidade de

gerenciamento da Educação Profissional voltou para o Estado. A Secretaria

de Estado da Educação instituiu o Departamento de Educação Profissional, o

qual assume a execução das políticas educacionais inerentes à Rede

Estadual de Educação Profissional.

A situação da Rede Estadual de Ensino Agrícola e Florestal estava

precária, constatou-se total abandono dos Centros Estaduais, os quais

sobreviveram mediante esforços de seus quadros técnicos e das

comunidades onde estão inseridos. No entanto, estes esforços não foram

suficientes para permitirem a manutenção dos patamares de qualidade de

ensino que deveriam oferecer, o que justifica plenamente as diretrizes

atuais priorizarem a reversão da situação diagnosticada.

A rede Estadual de Ensino Agrícola e Florestal, até 2004, adotou dois

modelos de educação profissional, ou seja, os cursos seqüenciais “Pós-

Médios” e os cursos de nível técnico ofertados de forma concomitante ao

Ensino Médio. Na forma de concomitância existiam duas matrículas

separadas para o mesmo aluno, ou ainda três quando se tratava dos cursos

Técnico em Agricultura e Técnico em Pecuária, na chamada concomitância

interna.

A partir de 2004, com a finalidade de promover a melhoria dos cursos

técnicos, priorizou-se a implantação do Curso Técnico em Agropecuária

integrado ao Ensino Médio nos 13 CEEP e o curso Técnico Florestal no CEEP

de Irati, como resultado do trabalho coletivo realizado no decorrer do ano de

2003, o qual envolveu professores e técnicos dos CEEP, dos NRE, além de

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entidades de classe e das organizações de agricultura do Estado,

coordenado pelo Departamento de Educação Profissional da SEED.

OS CURSOS TÉCNICOS NO COLÉGIO AGRÍCOLA ESTADUAL GETÚLIO VARGAS

O Colégio Agrícola Estadual Getúlio Vargas (CAEGV) atualmente oferta

as seguintes modalidades de ensino: Técnico em Agroecologia – Integrado,

Técnico em Agropecuária – Integrado, Técnico em Agropecuária –

Subseqüente. A matriz curricular do curso integrado possui 29 disciplinas,

sendo 12 da Base Nacional Comum e 16 da Formação Específica, mais o

Estágio Supervisionado. No curso de Técnico em Agropecuária –

Subseqüente existem 18 disciplinas da Formação Específica mais o Estágio

Supervisionado.

O CAEGV conta, atualmente, com aproximadamente 250 alunos

matriculados nos diferentes cursos.

Cabe salientar certas peculiaridades que são inerentes aos Colégios

Agrícolas, como é o caso do regime de internato, onde o aluno irá morar na

escola sem a presença dos pais, estudar em tempo integral e trabalhar.

Outro aspecto a ser salientado é a grande diversidade na origem dos

alunos. Hoje, dos mais de 250 alunos matriculados no CAEGV, observa-se

que existe alunos de mais de 60 cidades do Paraná e alguns de outros

Estados. Esta convivência que ocorre no regime de internato, o fato de

haver alunos oriundos de diversas regiões, cada um com seus costumes

próprios, a existência de uma Cooperativa – Escola onde os próprios alunos

são os gestores, a oportunidade dos alunos realizarem o Estágio

Supervisionado na escola e fora dela são fatores que levam os alunos que

estudam nos Colégios Agrícolas a desenvolverem grande espírito de

liderança, pois observamos ex-alunos participando ativamente de diversas

organizações sociais, desde associações até administrações municipais.

De grande importância na reestruturação dos Colégios Agrícolas foi, a

partir de 2004, a isenção de cobrança da taxa de internato, pois sua

cobrança impediria que a maioria desses alunos continuasse seus estudos.

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PERFIL PROFISSIONAL DO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA

O profissional formado no Curso Técnico em Agropecuária deverá:

• Planejar e projetar atividades agropecuárias;

• Implantar, monitorar e gerenciar atividades agropecuárias e do

agronegócio;

• Planejar e implantar, em nível técnico, a produção agroindustrial com

qualidade alimentícia e sanitária;

• Planejar, elaborar, monitorar e implantar:

o A exploração e manejo do solo de acordo com as suas

características;

o As alternativas de otimização dos fatores climáticos e seus

efeitos no crescimento e desenvolvimento das plantas e

animais;

o Os programas de nutrição e manejo alimentar em projetos

zootécnicos;

o A produção e propagação de produtos agropecuários em

exploração dentro de princípios tecnológicos;

o Métodos e programas de melhoramento genético e produção

animal;

o A erradicação e controle de pragas, doenças e plantas

daninhas;

o Programas profiláticos, higiênicos e sanitários na produção

animal e agroindustrial;

o Relatórios e projetos topográficos e de impacto ambiental;

o Laudos, pareceres, relatórios e projetos agropecuários,

inclusive de incorporação de novas tecnologias aplicadas à

agropecuária;

o Sistemas de controle de qualidade na produção agropecuária;

o Projetos agropecuários para empresas e propriedades rurais.

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PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

O Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE é uma política de

Formação Continuada que busca a valorização dos professores que atuam

na Rede Pública Estadual de Ensino do Estado do Paraná, e incorpora os

princípios político-pedagógicos da SEED. Nessa nova concepção de

Formação Continuada, o governo estadual busca o reconhecimento dos

Professores, a organização de um programa que atenda as reais

necessidades de enfrentamento dos problemas da Educação, a integração

com as Instituições de Ensino Superior do Paraná, a criação e consolidação

para discussões teórico-práticas no interior da escola, a interação com os

demais Professores da Rede e a possibilidade de mudanças na prática

escolar.

As atividades do Programa foram realizadas, em sua grande maioria,

de forma presencial, nas Instituições de Ensino Superior Públicas do Estado

do Paraná e, à distância, com os demais Professores da Rede Pública

Estadual de Ensino, apoiados pelos suportes tecnológicos - atualmente

disponíveis na estrutura da SEED – e necessários ao desenvolvimento das

atividades didático-pedagógicas propostas.

O Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) possui, na sua

estrutura organizacional, atividades de integração teórico-práticas, de

aprofundamento teórico e atividades didático-pedagógicas com utilização

de suporte tecnológico. Estas atividades são realizadas em quatro períodos,

distribuídos em dois anos, excetuando-se os Professores PDE titulados.

As atividades de integração teórico-práticas, que fazem parte da

proposta de formação continuada, acontecem sob a orientação dos

Professores orientadores das IES. Sob essa orientação, o Professor PDE

elabora um Plano de Trabalho – que compreende o Projeto de Intervenção

Pedagógica na Escola e a Produção Didático-Pedagógica – e um Artigo

Científico, de acordo com a área/disciplina de atuação.

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O Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE - foi idealizado

durante a elaboração do Plano de Carreira do Magistério ( Lei

complementar nº 103, de 15/03/2004) e é um programa inovador que não

encontra similares em outros Estados. Pelo seu formato não é um programa

que propõe uma formação de modo isolado, fragmentado, com atividades

avulsas e desarticuladas, e por isso deverá promover uma melhoria na

educação do Estado do Paraná.

METODOLOGIA DE PROJETOS

A Metodologia de Projetos não é uma proposta pedagógica que exclua

todas as restantes. A Metodologia de Projetos não é a via única e universal

para aprender o que quer que seja. Ela deve ser utilizada em certas

condições e em paralelo com outras atividades educativas.

Deve haver na escola uma articulação entre várias formas de se

trabalhar. Deve-se procurar formas de tornar as diferentes abordagens de

ensino complementares e interativas.

O ensino formal, organizado segundo programas pré-estabelecidos,

continua tendo um papel importante.

O grande potencial educativo da Metodologia de Projetos resulta da

motivação que se gera nos alunos quando lhes é dada a oportunidade de

participarem de forma ativa e responsável na planificação e no

desenvolvimento de atividades escolares em que estão diretamente

envolvidos. Trata-se de uma motivação intrínseca, que vem do interior do

próprio estudante e que se distingue claramente de motivações mais

superficiais, como é o caso das notas.

O desenvolvimento da Metodologia de Projetos tem também

importantes implicações do ponto de vista cognitivo. Ao enfrentar novas

dificuldades é muitas vezes indispensável organizar as idéias, elaborar

novas sínteses, ou estudar assuntos que se conhece apenas de forma

superficial.

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O trabalho com projetos permite concretizar muitas vezes com

relativa facilidade aquilo que se procura em vão conseguir por outras

formas: a interdisciplinaridade. Isto porque os problemas postos pela vida

real são problemas essencialmente de natureza global cuja resolução exige

contribuições de diversas disciplinas.

Pelos contatos que proporciona entre os elementos do grupo e destes

com outras pessoas, pelo esforço que normalmente pressupõe de

organização, de comunicação e divulgação dos resultados, o trabalho de

projetos estimula o desenvolvimento das capacidades de expressão dos

alunos.

Com o trabalho de projetos os alunos têm muitas vezes a

oportunidade de dar a conhecer as suas facetas mais positivas. Enquadrado

numa dinâmica de grupo, o trabalho de projetos pode contribuir para o

desenvolvimento de facetas importantes da personalidade dos alunos. A

atmosfera estimulante, rica e socialmente saudável em que esta atividade

se desenvolve, pode despertar nos alunos qualidades como o sentido de

responsabilidade, confiança nas suas próprias capacidades, gosto pelo

trabalho bem feito e espírito de cooperação.

A Metodologia de Projetos apresenta também algumas dificuldades

para sua implementação no contexto das atividades escolares. Os alunos

estão quase sempre habituados a que se lhes diga tudo o que têm que

fazer. Assim, muitas vezes não têm a mínima noção de como é que podem

orientar o seu trabalho. Não sabem como começar, não têm idéia do que

devem fazer, atrapalham-se uns aos outros, geram discussões intermináveis

e não progridem em relação aos objetivos pretendidos.

Não é de um momento para o outro que o professor consegue colocar

um grupo de alunos a trabalhar com projetos. Isso envolve uma longa

aprendizagem, muita paciência, troca de experiência com os seus colegas e

planificação. É preciso que os alunos se habituem e sintam segurança em

trabalhar de uma nova maneira. Para isso, o professor deve ser capaz de

delinear e acompanhar o seu percurso de evolução, ajudando-os a

tornarem-se cada vez mais independentes.

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Os professores também sentem muitas vezes dificuldades para

trabalhar com projetos, diante da perspectiva de que sérias dificuldades

podem surgir no desenvolvimento destes. O trabalho de projetos é uma

proposta pedagógica que exige dedicação e envolvimento por parte dos

professores.

Não se deve pensar que os processos de surgimento,

desenvolvimento, execução e avaliação de atividades de projetos estão

totalmente compreendidos e podem ser transmitidos facilmente a qualquer

professor que por ele manifeste interesse. É necessário levar os professores

a assumir um novo quadro de atitudes e valores. É preciso que estes se

habituem à mudança, que ganhem o gosto pela aprendizagem permanente,

pelo desenvolvimento de um novo tipo de relações com os alunos, em que

em vez de serem os detentores exclusivos do saber, são antes

companheiros em um processo de aprendizagem conjunta.

ETAPAS NO DESENVOLVIMENTO DE UM TRABALHO DE PROJETOS

- Definição do Objetivo do Projeto: é a definição do que se

pretende realmente estudar ou realizar. Um projeto começa normalmente

por ser apenas uma idéia que precisa ser desenvolvida, aperfeiçoada,

negociada. Este processo deve conduzir ao estabelecimento claro de qual é

o objetivo do projeto, levando a que este seja ao mesmo tempo

compreendido, sentido, desejado, e assumido de forma responsável pelos

participantes. O tema do projeto pode ser definido pelo professor, por um

aluno ou pela turma. O importante é que seja de interesse de todos os que

nele estarão envolvidos. A clareza de objetivos do projeto é um dos

aspectos fundamentais para o êxito do mesmo. É importante que se tenha

em mira chegar a algum ponto, seja a determinadas conclusões, seja a um

produto final. É importante que no fim se tenha algo que se mostra, que se

discute, que atesta o trabalho desenvolvido.

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- Definição da Estratégia e da Metodologia a ser Adotada: uma

vez estabelecidos os objetivos do projeto, é preciso fazer uma planificação

adequada. Conforme os casos poderá ser conveniente distinguir várias

Fases, Atividades, Recursos e Intervenções. Nota-se entre os alunos e

professores pouco habituados ao desenvolvimento de trabalho de projetos,

um descuido com relação à planificação. A capacidade de improvisar é

importante quando se trata de resolver um problema imprevisto ou

enfrentar uma situação de emergência, mas não deve ser usada para a

condução de atividades complexas como o trabalho de projetos. Uma

planificação descuidada dificilmente nos permitirá avançar o projeto da

melhor maneira, além de que tornará muito mais complicado o processo da

sua posterior avaliação.

- Realização das Atividades: estas podem envolver ou não trabalho

de campo. No transcorrer desta etapa deve haver um processo continuado

de avaliação formativa de forma a se irem corrigindo os aspectos que se

revelem necessários. Se for o caso, deve-se reformular os objetivos e as

metodologias do projeto. Entre as características do trabalho de projetos

está o fato de ser flexível e auto-regulado.

- Tirar Conclusões, Concluir o Projeto: é nesta etapa que se

realiza uma avaliação preliminar global do resultado ou do produto

alcançado. Uma avaliação rigorosa contribui para uma melhor compreensão

do percurso efetivamente transcorrido, para uma clarificação e reforço do

que verdadeiramente se aprendeu, e para se tirarem lições para o

desenvolvimento de futuros projetos.

- Divulgação ou Comunicação dos Resultados: essa divulgação

ou comunicação pode assumir uma variedade de formas, desde trabalhos

escritos até apresentações orais, gravações, vídeos. Podem envolver

também a utilização de meios de comunicação social ou intervenções na

sociedade.

No desenvolvimento de um projeto, o produto final é de grande

importância porque é ele que dá unidade e consistência a toda a atividade.

Temos que nos preocupar com a qualidade do produto, pois isso estimula os

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alunos a procurarem fazer sempre o melhor. Para os educadores, o

crescimento e a aprendizagem dos alunos constitui sempre a preocupação

primordial.

A IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO COM OS ALUNOS

Tendo em vista a necessidade de implementar ações que venham a

colaborar com o processo de ensino-aprendizagem das Disciplinas Técnicas

dos Colégios Agrícolas, a proposta de se trabalhar com a Metodologia de

Projetos buscou auxiliar tanto os professores quanto os alunos no

desenvolvimento da especificidade da formação profissional.

A ação didática proposta se desenvolveu no espaço-escola do Colégio

Agrícola Estadual Getúlio Vargas e na comunidade, respeitando o processo

educacional contido nas Diretrizes e Orientações da SEED, bem como no

PDE.

A justificativa para a efetivação do projeto era que considerando que

os professores que atuam nas áreas de Disciplinas Técnicas em sua maioria

não possuem formação pedagógica e que os professores recém-

concursados ainda estão passando por processos de formação pedagógica,

bem como a falta de encontros para a discussão de metodologias

específicas e a falta de material didático específico ao ensino das

Disciplinas Técnicas, a Metodologia de Projetos surge como alternativa para

auxiliar o processo ensino-aprendizagem no Curso de Técnico em

Agropecuária.

Os objetivos propostos para o projeto eram apresentar e discutir a

Metodologia de Projetos com os professores da rede e implementá-la nas

Disciplinas Técnicas dos Colégios Agrícolas.

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O tema da proposta de intervenção abordado para Implementação na

escola através da Metodologia de Projetos foi “Produção de Silagem” e

ocorreu com os alunos da 3ª série do Curso de Agropecuária Sub-Seqüente

do Colégio Agrícola Estadual Getúlio Vargas, em Palmeira – PR, num total

de 31 alunos participantes.

Durante a Implementação da Proposta foi utilizada como uma das

ferramentas o Material Didático produzido no 2º Período do Programa de

Desenvolvimento Educacional, um Caderno Temático com o tema Produção

de Silagem. Esta proposta de implementação foi desenvolvida em uma

carga horária de 32h, conforme cronograma descrito no anexo I.

Entre os resultados obtidos durante a execução do cronograma de

atividades, percebeu-se boa aceitação por parte da direção, equipe

pedagógica, equipe técnico – administrativa e professores. Todas as etapas

foram realizadas de acordo com o previsto inicialmente e, conforme pode

ser observado no quadro abaixo, os resultados obtidos foram muito bons,

considerando-se que a média exigida para aprovação no CAEGV é 6,0.

Aproximadamente 90% dos alunos que participaram do projeto obtiveram

mais de 95% de aproveitamento, o que permite concluir que as atividades

tanto teóricas quanto práticas foram realizadas a contento.

Nº DE ALUNOS NOTA AVALIAÇÃO %25 10 8202 9,5 0601 9,0 0302 8,0 0601 7,5 03

16

25

10

82%

29,5

6% 19

3% 28

6% 17,5

3%

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

1 2 3 4 5

Nº DE ALUNOS NOTA AVALIAÇÃO %

Dentre as atividades realizadas, destacou-se o acompanhamento do

processo de produção de silagem nas dependências do Colégio e a Visita

Técnica a uma propriedade, onde os alunos acompanharam todas as etapas

do processo, o que torna o aprendizado mais palpável e esclarece dúvidas

porventura surgidas nas aulas teóricas.

Após a aplicação da Metodologia de Projetos para os alunos foi feito

um questionamento aos alunos: “Se você estivesse trabalhando em uma

propriedade rural e houvesse necessidade de produzir silagem para os

animais, você se consideraria apto/a a desenvolver as ações necessárias

para realizar tal tarefa?”

As respostas obtidas foram as descritas a seguir:

SIM 25 80,6%

NÃO 1 3,2%

PARCIALMENTE 5 16,2%

17

TOTAL 31 100%

80,6%

3,2%16,2%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

SIM NÃO PARCIALMENTE

Foi feita também uma pergunta aberta para os alunos sobre a

Metodologia de Projetos como forma de apresentar o assunto “Silagem” e

também se os objetivos foram atingidos. Vejamos algumas respostas:

- “Sobre a Metodologia, acho que foi ótimo, pois foi teórico e prático, o que

facilita muito o entendimento e no meu caso acho que o objetivo foi sim

atingido.”

- “Minha opinião é que foi bem apresentado porque não é só no papel que

a gente aprende, tem que ver e fazer para que se aprenda de verdade. Os

objetivos foram alcançados porque a maioria entendeu e aprendeu a fazer

silagem.”

- “É uma maneira diferente de se aprender, onde todos discutem o

assunto, dando ênfase ao assunto. E pra mim isto serviu muito, pois eu

nunca tinha tido contato como era feita a silagem.”

- “ É uma forma fácil de se aprender, pois fomos ver como se faz ao vivo, e

os objetivos na minha opinião foram atingidos, pois eu me acho apto para

organizar um processo de ensilagem.”

18

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Metodologia de Projetos é um instrumento que pode ser utilizado

em algumas situações nas Disciplinas Técnicas, principalmente nas que

possuem aulas práticas nos Colégios Agrícolas, considerando o conteúdo,

bastante extenso, e a falta de material didático específico.

A diversidade do ensino agropecuário poderia ser trabalhada através

da interação entre o ensino formal e diferentes abordagens de ensino

complementares e interativos. Algumas disciplinas têm conteúdo extenso e

complexo. Como exemplo, pode ser citada a disciplina de Criações da 1ª

série do Curso Técnico em Agropecuária. Os conteúdos tratados são os

mais variados, como Avicultura de Corte e de Postura, Cunicultura,

Apicultura, Sericicultura, Piscicultura, Minhocultura, Cotornicultura,

Helicicultura, Estrutiocultura, Animais Silvestres. Dentro de cada conteúdo,

devem ser tratados assuntos como Principais Raças, Alimentação,

Reprodução, Sanidade, Sistemas de Criação, Manejo, entre outras. Essa

grande diversidade de conteúdos, com suas peculiaridades próprias,

poderia ser trabalhada utilizando-se, em alguns momentos, a Metodologia

de Projetos, por ser uma proposta pedagógica que oportuniza a

participação ativa e responsável na planificação e no desenvolvimento das

atividades escolares. Aluno e professor tornam-se companheiros em um

processo de aprendizagem conjunta.

Por apresentar problemas de natureza global, cuja resolução exige

contribuição de diversas disciplinas, a Metodologia de Projetos incentivaria

a Interdisciplinaridade. E a interdisciplinaridade é o que se busca atingir,

porque os problemas da vida real são, normalmente, de natureza global.

O trabalho de Projetos exige qualidades de organização, de

comunicação, de troca de experiências, de independência, qualidades estas

que devem ser desenvolvidas nos alunos para que adquiram o perfil

necessário para exercer sua profissão como Técnicos em Agropecuária.

19

REFERÊNCIAS

ANTUNES, Celso. Um Método para o Ensino Fundamental: O Projeto. 2 ed. Vozes, 2002.

_____. O que é o Projeto. 1 ed. Vozes, 2001.

ARCO_VERDE, Y. Diretrizes curriculares da Educação Básica para a Rede Púlbica Estadual de Ensino. Curitiba, 2005, p. 29

BEHRENS, Maria Aparecida. Prática Docente e os Processos de Ensino e Aprendizagem. UNISULVirtual, 2005.

FERREIRA, E; GARCIA, S. O ensino médio integrado à educação profissional: um projeto em construção nos estados do Espírito Santo e do Paraná. In: FRIGOTTO, G.; CIAVATTA, M.; RAMOS, M. (org). Ensino médio integrado: concepção e contradições. São Paulo: Cortez, 2005, p.148-174.

FRIGOTTO, G.; CIAVATTA, M. Ensino Médio: ciência, cultura e trabalho. Brasília: MEC, SEMTEC, 2004, 338p.

HERNANDEZ; Fernando. A Organização do Currículo por Projetos de Trabalho. 5 ed. Artes Médicas,1998.

KUENZER, A. Ensino médio e profissional: as políticas do estado neoliberal. São Paulo, Cortez, 1997.

KUENZER, A. Exclusão includente e inclusão excludente: a nova forma de dualidade estrutural que objetiva as novas relações entre educação e trabalho. In: LOMBARDI, J.; SAVIANI, D; SANFELICCE, J. (org). Capitalismo, trabalho e educação. 3. ed. Ed. Autores Associados, 2005. P. 77-96.

KUENZER e GRABOWSKI. Educação profissional: pressupostos para a construção de um projeto para os que vivem do trabalho. Perspectiva. Florianópolis, UFSC 2006.

KUENZER, A. Palestra Editada. Palestra proferida no I Seminário Temático do PDE. Curitiba, 2007.

MARKHAM, T.; LARMER, J. Aprendizagem baseada em projetos: guia para professores de ensino fundamental e médio. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.

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ANEXO I

CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

ATIVIDADE CARGAHHORÁRIA

1)Apresentação da Proposta de Implementação para a

Direção, Equipe Pedagógica, Equipe Técnico – Administrativa

e Professores

1

2) Apresentação da Proposta de Implementação aos alunos 13) Fundamentação teórica dos alunos sobre Metodologia de

Projetos

2

4) Etapas no desenvolvimento de um trabalho de projetos 25) Levantamento bibliográfico e estudos sobre o tema da

intervenção – Produção de Silagem

4

6) Utilização do Material Didático – Caderno Temático –

Produção de Silagem

4

7) Aula com o professor João Carlos Hoffmann, engenheiro

agrônomo, sobre Produção de Milho para Silagem

2

8)Aula com o professor Silvonei Luiz Bach, engenheiro

agrônomo, sobre Máquinas e Equipamentos utilizados na

produção de silagem

2

9) Acompanhamento do processo de produção de silagem nas

dependências do Colégio Agrícola 410) Visita técnica a uma propriedade para acompanhamento

do processo de produção de silagem

4

11) Acompanhamento da utilização e qualidade da silagem

produzida no Colégio

2

12) Conclusões sobre os resultados obtidos através da

Proposta de Implementação

2

13) Avaliação 2TOTAL 32

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