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antevisão III

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promotores

câmara municipalde abrantesPresidenteMaria do Céu Albuquerque

fundação estradaPresidenteJoão Lourenço Sigalho Estrada

coordenação geral do projectoIsilda Jana

museologia e história da arteFernando António Baptista Pereira

arqueologiaLuiz Oosterbeek(coordenação)Davide DelfinoGustavo PortocarreroFilomena Gaspar

textos Filomena GasparFernando António Baptista PereiraLuiz OosterbeekDavide DelfinoGustavo Portocarrero

catálogoPaulo PassosEdgar ReiAna TorradoGabinete de Comunicação / CMA

fotografiaFernando Sá BaioGabinete de Comunicação / CMA

montagem museográfica de peçasJosé Manuel Frazão

construção Construções António Martins Sampaio, Lda

produção de letteringGabinete de Comunicação / CMA

impressãoTipografia Central do Entroncamento, Lda

isbn978-97�-9���-4�-�

depósito legal���94�/�0

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Há projectos que marcam. Naturalmente não são consensuais.

Por uma razão ou por outra geram polémica. Criam discussão. Mobilizam vontades. Produzem correntes de opinião. Induzem à reflexão.Fomentam a participação.

Nenhum projecto, independentemente da sua dimensão, é fruto de um desígnio individual. São fruto de muitas horasde trabalho e de inúmeras reuniõesde equipas multidisciplinares.

Vão crescendo ao sabor de criação de consensos e de compromissos. Vão sendo construídos pelas doações daqueles que acreditaram que Abrantes é merecedor dos seus espólios e da sua confiança.

São os projectos estruturantes. Inspiradores. Ambiciosos. Mexem

com as pessoas. Não deixam ninguém indiferente. Têm impacto nas comunidades e nos territórios. Funcionam como âncoras para o desenvolvimento equilibrado e integrado do concelho. Condicionam a formade estar. Geram mais valias. Obrigama levantar o olhar para ver mais longe.

O MIAA é assim.Um desafio e uma oportunidade.E, como tal, deve ser encarado sem

medo e com confiança. Porque todos temos a capacidade de imaginar um futuro maior para o nosso concelho. Basta acreditar!Afinal, há valores que todos partilhamos.

E, em última análise, há um legado que, mesmo na diferença, nos une em prolde uma causa: Abrantes.

Ultrapassa as fronteiras do Centro Histórico. E tem a virtude de tocar as pessoas naquilo que elas têm de melhor, os seus corações e os seus afectos! Passados três anos, e muitas polémicas,

desde a primeira exposição de antevisão do MIAA, espero que Abrantese os Abrantinos saibam reconhecero potencial deste projecto.

Temos nas nossas mãos o que podeser uma das marcas mais diferenciadoras de Abrantes: o nosso património. Para nós é uma forma de prestarserviço à comunidade. Conservaros espólios. Investigar. Saber mais sobrea nossa história e as nossas origens. Expor. Mostrar o que aprendemos.E disponibilizar a informação.

É esta a nossa forma de trabalhar.No MIAA e em Abrantes.

Maria d o Céu AlbuquerquePresidente da Câmara Municipalde Abrantes

antevisão do museu ibéricode arqueologia e arte

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A terceira Exposição de Antevisãodo MIAA é atravessada por diversos fios condutores. Em primeiro lugar, quer na grande vitrina da nave, quer na do corredor que dá acesso ao Coro-Alto, dá-se um relevo especial aos materiais em bronze da Colecção Estrada, particularmente rica nesse domínio, apresentando um largo conjunto de figuras votivas realizadas nessa liga metálica que documentam a evolução na representação da figura humana e de elementos da Natureza, na Península Ibérica, desde a Proto-História ao final da Antiguidade Clássica. A partir do tema da figura humana, mostram-se também diversos adereços de vestuário, militar e civil, que abrangem igualmente as civilizações do Mediterrâneo Oriental, em particular a Grega, documentando com grande interesse a transformação das técnicasde combate no contexto de uma civilização constituída por cidades-estado, assim como ornamentos utilizadosna «última viagem», parao o Além,numa larga duração histórica.Dentro da categoria dos adereçose dos ornamentos, merecem particular destaque as fíbulas e fivelas, sobretudo as de origem visigótica, pela enorme representatividade que possuem entre as colecções ibéricas, bem como a comparação realizada entre a joalharia neoclássica (em que avultam duas belíssimas chatelaines) e as suas fontes de inspiração no mundo romano. Estabelecendo um acentuado contraste com os bronzes antigos, apresentam-se, no centro da capela-mor do Panteão dos Almeidas, em diálogo perfeito com os magníficos túmulos quatrocentistas e com o remanescente do Retábulo manuelino, três magníficos bronzes da fase inicial da obra de Charters de Almeida, recentemente doados ao MIAA, em conjunto com outras importantes obras do artista, que irão permitir reconstituir o seu itinerrário criativo completo no seio do futuro museu.

Um outro fio condutor que, desta feita, de forma explícita, se documenta na exposição, com um interessante espólio local diversificado no tempo e nos materiais que preenche a grande vitrina que ocupa o fundo de uma dependência que se abre no lado do evangelho, é a relação com os estudos e prospecções que têm sido realizados, ao longo dos anos, no território do concelho de Abrantes, possibilitando que o MIAA venha a ser, também, como se prevê, um importante museu da história da ocupação humana na região, ao lado da contextualização ibérica e internacional que vai possibilitar, graças às suas notáveis e diversificadas colecções.

Na nave da igreja, alargando os materiais à pedra, à madeira e à terracota e ainda dentro dessa dimensão de diálogo entre o local/regional e o nacional/internacional, apresentam-se, além da estatuária romana que tem integrado todas estas mostras, várias importantes e em alguns casos inéditas esculturas das colecções municipais e da colecção Estrada que documentam as transformações simbólicas, de gosto e de formas entre o final da Idade Média (século XV), o Renascimento e, finalmente, o Barroco.

Finalmente, no espaço do Coro-Alto da igreja, dá-se relevo à pintura, quer a duas peças do Naturalismo Português pertencentes à Colecção Estrada, uma Natureza-Morta de Malhoa e uma bandeira de porta pintada por António Ramalho, quer a importantes fases da obra de Maria Lucília Moita, a da chamada «reacção» à formação naturalista inicial da autora, de acentuada geometrização, e as seguintes, em que a sua pintura tendeu para um certo grau de abstracção, períodos que se documentam através dos géneros paisagem e retrato que, a seu modo, respondem aos fios condutores temáticos centrados na representação da figura humana e da Natureza que esta exposição e o futuro MIAA valorizam especialmente.

antevisão �Este catálogo segue um esquema idêntico

aos anteriores (Antevisões � e �), com textos iniciais a que se seguem abordagens aprofundadas de cada sub-tema, antesdas tabelas e fotos dos objectos respectivos, e a que se acrescenta, no final, um artigo científico sobre novas abordagens das sociedades da Idadedo Bronze no Sudoeste Peninsular.

Maio de 2011.

Fernand o António Baptista Pereira

7 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes�

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O Museu D. Lopo de Almeida criadoem 1922, albergou, desde a sua fundação em 1922, uma variedade de elementos representativos da história de Abrantese da Região.

Assim, entre o seu espólio encontrava-se arte sacra, documentação escrita, peças de cariz etnográfico, peças arqueológicas, elementos arquitectónicos de inegável valor histórico e artístico.

No que diz respeito à colecçãode arqueologia poderemos dizer queera constituída essencialmente por elementos avulsos, resultado da recolha ocasional e superficial, sobretudo oriundos da área do castelo de Abrantese zonas limítrofes do morro ondeeste se implanta.

Nesta altura a arqueologia limitava-sea uma recolha apaixonada, mais ou menos rigorosa, de vestígios exumados por pessoas sem formação específica, embora muito interessadas.

É assim que nos surgem alguns elementos oriundos de “explorações arqueológicas “ (termo da época) levadas a cabo em Alcolobre (Constância) – elementos de coluna em cerâmica, um bastão de mando, por exemplo.

Neste contexto integraram-se tambémos resultados da prospecção feita por Afonso do Paço, na área da Ribeira de Coalhos, com a recolha de belíssimos bifaces.

A partir dos anos 80 do século xx, iniciou-se uma nova fase de trabalhos arqueológicos no Concelho, tanto patrocinados pelo Estado e, sobretudo ligados a minimizações de impacto de trabalhos públicos, como incentivados pela autarquia Abrantina que criaria,em finais de 1994, um gabinetede arqueologia.

O trabalho do Gabinete teve sempre como propósito, salvaguardar o maior número possível de informação, num período especialmente perigoso parao património histórico e arqueológico, por via do grande incremento aos trabalhos públicos de grande fôlegoque então se fizeram.

Assim, foram intervencionados inúmeros sítios, quer directamente pelo gabinete, quer por diligência do mesmo.

Destes trabalhos, resultou um enorme manancial de informação que foi registada na Carta Arqueológicado Concelho da Abrantes (2009)mas também grande recolha de vestígios arqueológicos que, fazendo parte do acervo do Museu D. Lopo de Almeida, ajudam a construir o puzzle da nossa história e materializam o nosso passado comum.

O material que hoje expomos ilustraestes trabalhos de escavação, recolha superficial ocasional ou prospecção sistemática, realizados quer peloGabinete de Arqueologia, quer por outros investigadores que têm compreendidoa importância do nosso território.

Filomena Gaspar

as colecçõesdo museu d. lopo de almeida

9 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes8

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abrantes, o sudoeste,e o mundomediterrânico

O MIAA, com a colecção do Sr. João Estrada, constrói diversas reflexões, como sobre as relações entre arte e arqueologia ou sobre as relações entre o Sudoeste da Península Ibérica, o seu contexto Mediterrânico e as relações deste com outras regiões, em especial nos períodos que designamos por “Proto-História”e “Antiguidade Clássica”. É nesse sentido que se têm organizado sucessivas mostras da colecção (de que esta é a terceira),e é esse o sentido do texto que neste volume se publica sobre as origensdo urbanismo no Sudoeste peninsular.

É importante sublinhar, contudo,que o MIAA se constrói e afirmaem Abrantes porque a referida colecção tem aqui a possibilidade de se confrontar com o acervo arqueológico da região,que o Museu também integra.As peças da colecção Estrada, ainda que sem contextos precisos, permitem compreender os acervos de Abrantese desta região no quadro mais vasto que foi o dos intercâmbios a grande distância nesses períodos: por isso a preservação do património arqueológico local e a continuação da investigação vão ser da máxima importância e serão umas das funções do MIAA quando funcionar. Do mesmo modo, as peças do acervo municipal, ainda que mais limitadas na sua complexidade, oferecem não apenas a possibilidade de compreender contextos detalhados, mas também a de percorrer um espaço concreto (esta região) sem interrupções no tempo, desta forma ajudando à compreensão global das dinâmicas humanas no tempo e no espaço, desde os primeiros caçadores aos nossos dias.

Abrantes ocupa, por isso, um lugar nuclear na presente exposição.A mostra de materiais provenientesde escavações no Concelho está estruturada em seis “momentos”:

I. Caçadores do vale do Tejo. Alguns bifaces ilustram as primeiras ocupações humanas do vale do Tejo, pelo menos há 300.000 anos (como foi documentado na escavação da Ribeira da Ponte da Pedra, em Vila Nova da Barquinha). Alguns outros objectosem quartzito, provenientes do Povoadoda Amoreira (Abrantes), testemunhama actividade dos últimos caçadores--recolectores do vale, já num momentode transição para o agro-pastoralismo.

II. Pastores e Agricultores do Tejo.Uma placa de xisto e algumas lâminas de S.Facundo, e um vaso cerâmico da necrópole da Pedra da Encavalada (Jogada), testemunham as primeiras comunidades pastoris e agrícolasda região. Também de S. Facundosão um vaso carenado e alguns punhais em sílex (imitando formas metálicas),que correspondem aos primórdiosda metalurgia do cobre. Deste mesmo período será o “ídolo de cornos”de Constância.

o tempo, o espaço e os intercâmbiosnas colecções do miaa

III. Metalurgistas e Incineradores.Grande parte do acervo da colecção Estrada exposto nesta ante-visão encontra ecos em peças de Abrantes como a foice e o machado em bronze de Rio de Moinhos, ou a cerâmica da Mamoa do Souto ou do próprio Castelo (que foi ocupado na Idade do Bronze muito antes de nele se erguerem as actuais muralhas, e de onde também provém um machado sub-circular).Um pouco mais recentes, mas também com paralelos nas peças “proto-históricas” tardias da Colecção Estrada, são uma conta de colar púnica ou o bastão gravado que se podem observar. Esta é a época em que, também em Abrantes, se consolidaa metalurgia e se generalizam os rituaisde incineração dos mortos.

IV. Romanização.Cerâmicas, vidros e metais ilustram um momento decisivo para a estruturação do território abrantino e tagano em geral: a romanização e, com ela, a organização territorial, incluindo das redes de comunicação, que em grande medida ainda está na raiz das actuais redesde intercâmbio.

V. Abrantes medieval.Abrantes consolida-se no períodopaleo-cristão, assumindo depois uma dinâmica de crescimento económico associada às reformas da produção agrícola no contexto da consolidaçãodo Estado Português, e disso são testemunhas as peças expostas.

VI. Abrantes pós-medieval.Entre inúmeros outros testemunhos,as escavações de terrenos do antigo Convento de S. Domingos propiciadaspelo projecto do MIAA ilustrama continuidade e a importância crescente da ocupação de Abrantes nas épocas moderna e contemporânea.

Os momentos I, II e VI sãoilustrados a cinzento, pois enquadram cronologicamente os períodos não destacados na presente exposição.Os momentos III, IV e V são ilustradosa cores, que o visitante irá reencontrarna exposição de peças do acervo da Colecção Estrada, desta forma podendo, de forma simples, compreenderas coincidências cronológicas.

P.S. Agradecemos a Filomena Gaspar, Álvaro Baptista e Ana Rosa Cruz a sugestão de algumas das peças seleccionadaspara a presente mostra.

Luiz O osterbeek

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�� museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes��

BifacePaleolíticoPedra Dimensões:altura (27 cm)comprimento (6 cm)Proveniência – PegoBifacePaleolithicStoneDimensions:length (27 cm)width (6 cm)Provenance - Pego

BifacePaleolíticoPedra Dimensões:altura (16 cm)comprimento (10,5 cm)Proveniência – PegoBifacePaleolithicStoneDimensions:length (16 cm)width (10,5 cm)Provenance - Pego

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AlabardaCalcolítico

SílexDimensões:

comprimento (15,4 cm)largura (14 cm)

Proveniência – S. FacundoHalberd

ChalcolithicSilex

Dimensions:length (15,4 cm)

width (14 cm)Provenance – S. Facundo

AlabardaCalcolítico

SílexDimensões:

comprimento (15,4 cm)largura (14 cm)

Proveniência – S. FacundoHalberd

ChalcolithicSilex

Dimensions:length (15,2 cm)width (11,9 cm)

Provenance – S. Facundo

PlacaNeolíticoXistoDimensões:comprimento (17,6 cm)largura (12 cm)Proveniência – S. FacundoTabletNeolithicSchistDimensions:length (17,6 cm)width (12 cm)Provenance – S. Facundo

� PunhaisCalcolítico

SílexDimensões máximas:

comprimento (10,8 cm)largura (3,2 cm)

Proveniência – S. Facundo� PoignardsChalcolithic

SilexMaximum dimensions:

length (10,8 cm)width (3,2 cm)

Provenance – S. Facundo

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CopoCalcolítico

CerâmicaDimensões:

altura (7,1 cm)comprimento (12,1 cm)

Proveniência – S. FacundoCup

ChalcolithicCeramic

Dimensions:height (7,1 cm)

length (12,1 cm)Provenance – S. Facundo

� LâminasNeolíticoSílexDimensões máximas:comprimento (19,5 cm)largura (2,2 cm)Proveniência – S. Facundo� BladesNeolithicSilexMaximum dimensions:length (19,5 cm)width (2,2 cm)Provenance – S. Facundo

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Urna cinerária Idade do BronzeCerâmicaDimensões:altura (8 cm)comprimento (12 cm)Proveniência – SoutoCinerary UrnBronze AgeCeramicDimensions:length (8 cm)width (12 cm)Provenance – Souto

PúcaroIdade do Bronze

CerâmicaDimensões:

altura (33 cm)comprimento (31 cm)

Proveniência – SoutoJar

Bronze AgeCeramic

Dimensions:length (33 cm)width (31 cm)

Provenance – Souto

TaçaNeolíticaCerâmica

Dimensões:altura (8 cm)

comprimento (13 cm)Proveniência – Fontes

CupNeolithic

CeramicDimensions:

length (8 cm)width (13 cm)

Provenance – Fontes

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TacinhaIdade do Bronze

CerâmicaDimensões:

altura (6,5 cm)comprimento (11 cm)

Proveniência – Castelo de AbrantesCup

Bronze AgeCeramica

Dimensions:length ( 6,5 cm)

width (11 cm)Provenance – Castle of Abrantes

Machado de calaíte verdeIdade do BronzePedra Dimensões:altura (3 cm)comprimento (11 cm)Proveniência – Castelo de AbrantesAxeBronze AgeStoneDimensions:length (3 cm)width (11 cm)Provenance - Castle of Abrantes

PolidorIdade do BronzePedra Dimensões:altura (26 cm)comprimento (5 cm)Proveniência – Castelo de AbrantesPolisherBronze AgeStoneDimensions:length (26 cm)width 51 cm)Provenance – Castle of Abrantes

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�� museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes��

MachadoIdade do Bronze

BronzeDimensões:

altura (7 cm)comprimento (6 cm)

Proveniência – Rio de MoinhosAxe

Bronze AgeBronze

Dimensions:length (7 cm)width (6 cm)

Provenance – Rio de Moinhos

FoiceIdade do Bronze

BronzeDimensões:

altura (12,5 cm)comprimento (4,5 cm)

Proveniência – Rio de MoinhosSickle

Bronze AgeBronze

Dimensions:length (12,5 cm)

width (4,5 cm)Provenance – Rio de Moinhos

Conta de vidro oculadaOrientalizante,séculos VIII- VI a.C.Pasta vítreaDimensões:altura (2 cm)comprimento (1,5 cm)Proveniência – Rio de MoinhosBeadOrientalizing Period,8th-6th centuries BCGlassDimensions:length (2 cm)width (1,5 cm)Provenance – Rio de Moinhos

Cossoiros Idade do FerroCerâmicaDimensões:altura (2 cm)comprimento (3 cm)Proveniência – Rio de MoinhosElements of spindlesIron AgeCerâmicaDimensions:length (2 cm)width (3 cm)Provenance – Rio de Moinhos

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Bastão de comandoIdade do BronzePedra Dimensões:altura (19,5 cm)comprimento (6 cm)Proveniência – ConstânciaBaton of commandBronze AgeStoneDimensions:length (19,5 cm)width (6 cm)Provenance - Constância

Urna cineráriaIdade do Ferro CerâmicaDimensões:altura (16 cm)comprimento (15 cm)Proveniência – AlvegaCinerary UrnIron AgeCeramicDimensions:length (16 cm)width (15 cm)Provenance – Alvega

Ídolo de cornosCalcolítico

CerâmicaDimensões:

altura (12,5 cm)comprimento (10,5 cm)

Proveniência – ConstânciaIdol of horns

ChalcolithicCeramic

Dimensions:length (12,5 cm)width (10,5 cm)

Provenance – Constância

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UnguentárioRomano, séculos I-II d.CVidroDimensões:altura (10,5 cm)comprimento (7 cm)Proveniência – AlferraredeToilet bottleRoman, 1st-2nd centuries ADGlassDimensions:length (10,5 cm),width (7 cm)Provenance – Alferrarede

UnguentárioRomano, séculos I-II d.CVidroDimensões:altura (12 cm)comprimento (7,5 cm)Proveniência – Alferrarede Toilet bottleRoman, 1st-2nd centuries ADGlassDimensions:length (12 cm)width (7,5 cm)Provenance – Alferrarede

UnguentárioRomano, séculos I-II d.CVidroDimensões:altura (10 cm)comprimento (6 cm)Proveniência – Alferrarede Toilet bottleRoman, 1st-2nd centuries ADGlassDimensions: length (10 cm), width (6 cm)Provenance – Alferrarede

UnguentárioRomano, séculos I-II d.CVidroDimensões:altura (10 cm)comprimento (3 cm)Proveniência – Alferrarede Toilet bottleRoman, 1st-2nd centuries ADGlassDimensions:length (10 cm)width (3 cm)Provenance – Alferrarede

UnguentárioRomano, séculos I-II d.CVidroDimensões:altura (9,5 cm)comprimento (5 cm)Proveniência – Alferrarede Toilet bottleRoman, 1st-2nd centuries ADGlassDimensions:length (9,5 cm)width (5 cm)Provenance – Alferrarede

Garrafa rectangularRomano, séculos I-II d.CVidroDimensões:altura (22 cm)comprimento (6 cm)Proveniência – Alferrarede Rectangular bottleRoman, 1st-2nd centuries ADGlassDimensions:length (22 cm)width (6 cm)Provenance – Alferrarede

Garrafa circularRomano, século I-II d.C

VidroDimensões:

altura (22 cm)comprimento (14 cm)

Proveniência – Alferrarede Circular bottle

Roman, 1st-2nd centuries ADGlass

Dimensions:length (22 cm)width (14 cm)

Provenance – Alferrarede

TacinhaRomano, séculos I-II d.CVidroDimensões:altura (2,5 cm)comprimento (9 cm)Proveniência – Alferrarede CupRoman, 1st-2nd centuries ADGlassDimensions:length (2,5 cm)width (9 cm)Provenance – Alferrarede

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Anel com leão gravadoRomano, séculos I-II d.C

OuroDimensões:

altura (1 cm)comprimento (2 cm)

Proveniência – Alferrarede Ring with engraving of lion

Roman, 1st-2nd centuries ADGold

Dimensions:length (1 cm)width (2 cm)

Provenance – Alferrarede Anel com pedra verdeRomano, séculos I-II d.C

OuroDimensões:

altura (1 cm)comprimento (2 cm)

Proveniência – Alferrarede Ring with green stone

Roman, 1st-2nd centuries ADGold

Dimensions:length (1 cm)width (2 cm)

Provenance – Alferrarede

Pote Tardo-romanoCerâmicaDimensões:altura (53 cm)comprimento (52 cm)Proveniência – PegoPotLate RomanCeramicDimensions:length (53 cm)width (52 cm)Provenance – Pego

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Estela funeráriaMedievalXistoDimensões:altura (28,5cm)largura (6 cm)Proveniência – Abrantes Funerary steleMiddle AgesSchistDimensions:length (28,5 cm)width (6 cm)Provenance – Abrantes

Adereços de cinturãoÉpoca visigótica, século VI-VII d.C

BronzeDimensões do conjunto:

comprimento (11,5 cm) largura máxima (3,3 cm)

Proveniência: AlvegaElements of belt

Visigothic, 6th-7th centuries ADBronze

Dimensions:length (11,5 cm)

width (3,3 cm)Provenance – Alvega

PulseiraÉpoca visigótica,

séc.VI-VII d.CBronze

Dimensões:comprimento (7 cm),

largura (6,5 cm)Proveniência – Alvega

BraceletVisigothic,

6th-7th centuries ADBronze

Dimensions:length (7 cm)width (6,5 cm)

Provenance – Alvega

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e sem decoração (CE04648). Com a Idade do Ferro, para além das mudanças no campo da tecnologia, das estruturas sociais e das manifestações do sagrado,as culturas da Europa continental entram em contacto com as civilizações do mundo mediterrânico; as pulseiras permanecem nos adereços funerários, sobretudo na área cultural de Hallstatt, sendo caracterizadas quer pela sobreposição dos cabos simples (CE04628, CE04654) ou maciçose decorados (CE04629), quer pela recorrente decoração a de pequenos globos, típicas sobretudo dos gruposda Europa Centro-Oriental (CE04634), onde algumas produções hallstatticas sofreram influências da Cultura Cita, produzindo pulseiras com motivos zoomorfos (CE04658). Ao longo dos séculos, nas Idades dos Metais, as pulseiras eram adornos pessoais quer para mulheres, quer para homens, sendo achadas sobretudo nas sepulturas de incineração do final da Idade do Bronze, com outros elementos de adereços como fusos e adornos (mulheres) ou armas (homens). Adornos que acompanhamna vida de todos os dias bem como no além, provavelmente significando uma conceptualização da continuidade de modo e estilo de vida depois da morte, bem como a conservação da condição social.

Davide Delfino

ornamentos paraa última viagem:pulseiras da idade do bronzee idade do ferro

A Europa do segundo e do primeiro milénio a.C. conhece uma extraordinária variedade de culturas humanas, caracterizadas por diferentes manifestações sociais, artísticas, tecnológicas e rituais. Em meados deste período de dois mil anos, no final do segundo milénio a.C., intensificou-se também o uso do ritual funerário da incineração, que, no final da Idadedo Bronze, chega quase a substituira inumação, para depois voltarema co-existir ambos os rituais na Idadedo Ferro na maioria do continente.À frente desta admirável variabilidade cultural, alguns elementos da cultura material permaneceram imutáveis nas manifestações culturais humanas, querna dimensão quotidiana quer na dimensão ritual. Alguns destes elementos são as pulseiras, ornamentos pessoais, existentes desde o Calcolitico: trata-sede um ornamento de cor atraente e facilmente obtido forjando a frio ou a quente um fio de ouro ou de cobre, em formas simples ou mais complexas formando mais círculos em espiral.Para este período conhecemos pulseiras usadas como adereços funerários, mas certamente que também eram usadasno quotidiano. Na Idade do Bronze as pulseiras encontram-se em povoados, depósitos e, sobretudo, em contextos sepulcrais. Na Idade do Bronze Antigo, conservam a mesma forma que no Calcolitico, com um fio bastante finoe enroladas formando espirais,

mas iniciando a ter algumas decorações incisas, como os exemplares da Cultura de Unetice (CE04622, CE04627), na maioria ainda feitas só com cobre. Quando, na Idade do Bronze Final,a tecnologia e a produção de bronze atingem o seu cume, também entreas pulseiras aparecem exemplaresde excelente qualidade, maciças,de formas mais variadas e ricamente decoradas como na França alpina e atlântica (CE01792, CE01873, CE04625), quer em sepulturas, quer em depósitos. Na Europa Ocidental, pela mesma altura, na Cultura dos Campos de Urnas,as pulseiras que faziam parte dos adereços, principalmente de túmuloscom incineração, eram mais simples, sendo muitas delas constituídas por poucas voltas em bronze (CE04631)ou, na maioria, só uma volta, não maciça e decorada só com alguns motivos incisos nos cabos (CE04633, CE04651, CE04652, CE04653, CE04660), mas a forma e a consistência das pulseiras varia apesarda região e do gosto. Com o Bronze Final e a difusão dos Campos de Urnas pela Europa, algumas pulseiras da Europa Ocidental eram extremamente simples sendo muito finas e não decoradas (CE04662, CE04663, CE04664, CE04665, CE04666) ou simplesmente não decoradas (CE04635, CE04661) no caso das da Europa Central. No complexo âmbito territorial dos Campos de Urnas, também na Europa Oriental não faltam nos túmulos pulseiras mais maciças

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Munique: C.H. Beck’sche verlagsbuchhandlung

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�� museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes�4

Inv. CE04664Pulseira Europa Central-Ocidental, Cultura dos Campos de Urnas, sécs. XI- X a.C.Bronze Dimensões:altura (6,4 cm)comprimento (0,5 cm)BraceletCentral-Western Europe, Urnfield Culture, 11th-10th centuries BCBronzeDimensions:height (6,4 cm)length (0,5 cm)

Inv. CE04665Pulseira Europa Centro-Ocidental, Cultura dos Campos de Urnas, sécs. XI- X a.C.Bronze Dimensões:altura (6,4 cm)comprimento (0,4 cm)BraceletCentral-Western Europe, Urnfield Culture, 11th-10th centuries BCBronzeDimensions:height (6,4 cm)length (0,4 cm)

Inv. CE04666Pulseira Europa Centro-Ocidental, Cultura dos Campos de Urnas, Sécs. XI- X a.C.Bronze Dimensões:altura (6,1 cm)comprimento (0,4 cm)BraceletCentral-Western Europe, Urnfield Culture, 11th-10th centuries BCBronzeDimensions:height (6,4 cm)length (0,5 cm)

Inv. CE04661Pulseira

Europa Central,Cultura dos Campos de Urnas,

sécs. XII-XI a.C.Bronze

Dimensões:altura (6,4 cm)

comprimento (0,5 cm)Bracelet

Central Europe, Urnfield Culture,12th-11th centuries BC

BronzeDimensions:

height (6,4 cm)length (0,5 cm)

Inv. CE04662Pulseira

Europa Central-Ocidental,Cultura dos Campos de Urnas,

sécs. XI- X a.C.Bronze

Dimensões:altura (6,4 cm)

comprimento (0,5 cm)Bracelet

Central-Western Europe, Urnfield Culture, 11th-10th centuries BC

BronzeDimensions:

height (6,4 cm)length (0,5 cm)

Inv. CE04663Pulseira

Europa Central-Ocidental,Cultura dos Campos de Urnas,

sécs. XI- X a.C.Bronze

Dimensões:altura (6,4 cm)

comprimento (0,5 cm)Bracelet

Central-Western Europe, Urnfield Culture, 12th-11th centuries BC

BronzeDimensions:

height (6,4 cm)length (0,5 cm)

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�7 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes��

Inv. CE01792 PulseiraNorte de França, séc. XIII a.C.Bronze Dimensões:altura (12,5 cm)comprimento (13,2 cm)largura (1,4 cm)BraceletNorthern France, 13th century BCBronzeDimensions:height (12,5 cm)length (13,2 cm)width (1,4 cm)

Inv. CE04648Pulseira Europa Oriental, sécs. XI- IX a.C.Bronze Dimensões:altura (8,6 cm)comprimento (10,2 cm)BraceletEastern Europe, 11th-9th centuries BCBronzeDimensions:height (8,6 cm)length (10,2 cm)

Inv. CE01873Pulseira França, sécs. XII-XI a.C.Bronze Dimensões:altura (8,2 cm)comprimento (10,3 cm)largura (1,9 cm)BraceletFrance, 12th-11th centuries BCBronzeDimensions:height (8,2 cm)length (10,3 cm)width (1,9 cm)

Inv. CE04625Pulseira Europa Central-Ocidental, séc. XIII a.C.Bronze Dimensões: altura (6,5 cm)comprimento (2,2 cm)BraceletCentral-Western Europe, 13th century BCBronzeDimensions:height (6,5 cm)length (2,2 cm)

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�9 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes�8

Inv. CE04627 Pulseira Europa Central,Culturas de Unetice ou Straubing,sécs. XVIII-XVII a.C.Bronze Dimensões:altura (8,4 cm)comprimento (9,5 cm)BraceletCentral Europe,Cultures of Unetice or Straubing,18th-17th centuries BCBronzeDimensions:height (8,4 cm)length (9,5 cm)

Inv. CE04631Pulseira Europa Central-Ocidental,Cultura dos Campos de Urnas,sécs. XII a.C.Bronze Dimensões:altura (7,2 cm)comprimento (1,8 cm)BraceletCentral-Western Europe,Urnfield Culture,12th century BCBronzeDimensions:height (7,2 cm)length (1,8 cm)

Inv. CE04622Pulseira Europa Central,Cultura de Unetice,sécs. XIX- XIV a.C.Bronze Dimensões:altura (7 cm)comprimento (7,7 cm)BraceletCentral Europe,Culture of Unetice,19th-14th centuries BCBronzeDimensions:height (7 cm)length (7,7 cm)

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4� museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes40

Inv. CE04634Pulseira

Europa Central-Oriental,sécs. VII-VI a.C.

Bronze Dimensões:

altura (6 cm)comprimento (5,7 cm)

BraceletCentral-Eastern Europe,

7th-6th centuries BCBronze

Dimensions:height (6 cm)

length (5,7 cm)

Inv. CE04635Pulseira

Europa Central,Cultura dos Campos de Urnas,

séc. XII a.C.Bronze

Dimensões:altura (5,5 cm)

comprimento (5,8 cm)Bracelet

Central Europe, Urnfield Culture,12th century BC

BronzeDimensions:

height (5,5 cm)length (5,8 cm)

Inv. CE04658Pulseira Europa Central-Oriental,séc. V a.C.Bronze Dimensões:altura (4 cm)comprimento (6 cm)largura (1,6 cm)BraceletCentral-Eastern Europe,5th century BCBronzeDimensions:height (4 cm)length (6 cm)width (1,6 cm)

Inv. CE04628Pulseira Europa Central, séc. VI a.C. Bronze Dimensões:altura (1,1 cm)comprimento (1,1 cm)BraceletCentral Europe, 6th century BCBronzeDimensions:height (1,1 cm)length (1,1 cm)

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4� museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes4�

Inv. CE04633Pulseira

Europa Central-Ocidental,Cultura dos Campos de Urnas,

sécs. XII a.C.Bronze

Dimensões:altura (7 cm)

comprimento (0,6 cm)Bracelet

Central-Western Europe,Urnfield Culture,

12th century BCBronze

Dimensions:height (7 cm)

length (0,6 cm)

Inv. CE04651PulseiraAlemanha, Cultura dos Campos de Urnas, séc. XIII a.C.Bronze Dimensões:altura (6,1 cm)comprimento (6,4 cm)BraceletGermany, Urnfield Culture, 13th century BCBronzeDimensions:height (6,1 cm)length (6,4 cm)

Inv. CE04652 Pulseira Alemanha, Cultura dos Campos de Urnas, séc. XIII a.C.Bronze Dimensões:altura (7 cm)comprimento (7,6 cm)BraceletGermany, Urnfield Culture, 13th century BCBronzeDimensions:height (7 cm)length (7,6 cm)

Inv. CE04653Pulseira Alemanha, Cultura dos Campos de Urnas, séc. XIII a.C.Bronze Dimensões:altura (6,8 cm)comprimento (7,4 cm)BraceletGermany, Urnfield Culture, 13th century BCBronzeDimensions:height (6,8 cm)length (7,4 cm)

Inv. CE04629Pulseira

Europa Central e Península Balcânica, séc. VI a.C.

Bronze Dimensões:

altura (8,9 cm)comprimento (2,7 cm)

BraceletCentral Europe and Balkans,

6th century BCBronze

Dimensions:height (8,9 cm)length (2,7 cm)

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4� museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes44

mais que um elemento funcional: fibulas da peninsula ibéricadesde a proto-históriaà alta idade média

A fíbula resulta, basicamente, da evolução dos alfinetes em liga metálica da Idade do Bronze, destinados a fixarou prender duas ou mais peças de vestuário. A sua técnica de fabricação é semelhante à dos alfinetes, resultando da fundição em moldes de uma peça rectilínea e depois dobrando-a a frioou a quente até formar, então, uma fíbula. Inventada no final do ii milénio a.C. na área Mediterrânea, conheceu uma ampla difusão geográfica, estando presente igualmente na Península Ibérica.A palavra fíbula é latina e significa “gancho”ou “fecho”. Nesta exposição,são apresentados exemplares de fíbulas que podem ser encontradas na Península Ibérica durante um largo períodode tempo, começando pela Idadedo Ferro, passando pela época Romanae terminando já em pleno domínio Visigodo.

Em comum, todas estas fíbulas têma sua característica técnica básica, mas convém notar que o seu uso podia ser bastante diversificado, que não somente funcional. Assim, beneficiando da sua posição privilegiada no corpo humano, ou seja, no peito e como tal visível para toda a gente, a fíbula podia igualmente ser uma insígnia militar, religiosa,sócio-económica, profilática e simbólica. Uma mais correcta interpretação do seu uso está dependente de elementos como o contexto do seu achamento, o seu tamanho, a decoração que assume,entre outros.

Desde os primeiros exemplaresda Idade do Bronze Final, muito simples e de influência mediterrânica (CE00186),com a Primeira Idade do Ferro (período Orientalizante) aparecem fíbulas mais elaboradas, formadas por mais peças soldadas não só em bronze (CE03741)mas também em ouro (CE01289) e prata (CE01451, CE02595), aparecendo também elementos zoomorfos com significado simbólico. Na Segunda Idade do Ferro,a Península Ibérica foi a vários níveis sujeita a influências da cultura céltica de La Téne, sobretudo na sua parte oriental, estando sempre presentes nas sepulturas quer masculinas, quer femininas. Juntamente com as fíbulas de estrutura complexa, mas de sintaxe artística “abstracta” (CE03080, CE03089), assumem um particular significado simbólicoas zoomorfas, representando animais simbolicamente significativos (CE00226, CE00255), em particular o cavalo (CE00241, CE00242, CE00243), que era um animal ligado ao poder e aos níveis sociais elevados: combater com o auxílio dos cavalos ou criar estes animais para a elite guerreira contribuiu o nascimento duma ideologia equestre que as elites ostentavam quer na vida quotidiana, quer no além. O cavalo estava também ligado na mitologia celta a deuses duma certa relevância como Epona, deusa da fertilidade agrícola, e Taranis, deus guerreiro e fulminador. Em áreas da Península Ibérica menos influenciadas pela arte céltica do La Téne, aparecem fíbulas menos elaboradas estética e simbolicamente, mais com uma estrutura evidentemente mais desenvolvida e completamente diferente relativamente aos exemplares mais antigos.

Nestas novas fíbulas (CE00211, CE03104), o aro forma um círculo completo e a agulha sobrepõe-se-lhe, passando a ser esta e não aro, como nas fíbulas antecedentes, o elemento a ser decorado. No final da Idade do Ferro, as fíbulas passaram a ser ainda mais elaboradas, chegando a haver exemplares nos quaisa fíbula é tão-somente um suporte para uma decoração com um significado simbólico particular: como exemplo, veja-se uma fíbula celtibérica (CE03635) representando um guerreiro a cavalo, provável distintivo dum grupo socialou duma classe de guerreiros.

Já da época romana, encontram-senesta exposição seis fíbulas. Cinco delas (CE03079, CE03080, CE03081, CE03087e CE03116) são de origem itálica e podem ser encontradas um pouco por todoo império romano. Já a fíbula com4 espirais (CE03109) pertenceu a um membro das tribos bárbaras da Europa Oriental que serviu provavelmentecomo mercenário no exército romano.O seu uso, com uma forma diferente daquelas que eram habituais no mundo romano, indica um desejo de afirmar uma identidade autónoma. De notar ainda que as fíbulas CE03079 e CE03080 foram limpas recentemente, pelo queo seu brilho dourado original podeser visto, em contraste com a cor castanho-esverdeado que os antigos objectos de bronze têm actualmente.

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Casal de Cambra: Caleidoscópio

Por último, há ainda nove fíbulasda época visigótica, datáveis do séculos v-vi d.C. Dois tipos de tecnologia diferente podem ser aqui identificados. Um, feito segundo a técnica de cloisoneé, é composta por duas peças (CE00561e CE00562) em forma de ave, provavelmente águias. Já o outro grupo, foi feito mediante fundição, com decoração de tipo geométrico realizadoa cinzel e com várias das peças a apresentar prótumos de aves, sendo provável que também sejam águias (CE03229, CE03231, CE03244, CE03252, CE03257, CE03262 e CE03267).Ambas são peças de origem germânicae foram utilizadas pelos Visigodos depois da sua conquista da Península Ibéricae antes de se converterem ao catolicismo, funcionando assim, como claros marcadores identitários. Note-se também que estas fíbulas são geralmente encontradas em cemitérios, pelo que neste contexto a águia significava paraos Visigodos (cristãos, mas arianos e não católicos) a contemplação de Cristo.

Gustavo Porto carrero

e Davide Delfino

Inv. CE00186Fíbula Península Ibérica,sécs. IX- VIII a. C.BronzeDimensões:altura (5 cm)comprimento (10,7 cm)largura (0,3 cm)FibulaIberian Peninsula,9th-8th centuries BCBronzeDimensions:height (5 cm)length (10,7 cm)width (0,3 cm)

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47 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes4�

Inv. CE02595Fíbula

Península Ibérica, séc. VII a.C.Prata

Dimensões:altura (3,6 cm)

comprimento (10 cm)largura (1,5 cm)

Fíbula Iberian Peninsula, 7th century BC

SilverDimensions:

height (3,6 cm)length (10 cm)width (1,5 cm)

Inv. CE01289Fíbula

Península Ibérica e Itália ,séc. VII a. C.

OuroDimensões:

altura (5,9 cm)comprimento (6,9 cm)

largura (2 cm)Fibula

Iberian Peninsula and Italy,7th century BC

GoldDimensions:

height (5,9 cm)length (6,9 cm)

width (2 cm)

Inv. CE01451Fíbula com aplicação ornitomorfaPenínsula Ibérica, séc. VII a.C.PrataDimensões:altura (3 cm)comprimento (7,9 cm)largura (0,4 cm)Fíbula with application of birdIberian Peninsula, 7th century BCSilverDimensions:height (3 cm)length (7,9 cm)width (0,4 cm)

Inv. CE03741Fíbula Mediterrâneo Centro-Ocidental,séc. VII a.C.Bronze Dimensões:altura (2,2 cm)comprimento (6,4 cm)largura (0,4 cm)Fibula Central-Western Mediterranean, 7th century BCBronzeDimensions:height (2,2 cm)length (6,4 cm)width (0,4 cm)

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49 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes48

Inv. CE00243Fíbula com extremidade em forma

de cabeça de cavaloPenínsula Ibérica e Europa Céltica,

sécs. IV-III a. C.Bronze

Dimensões:altura (3,2 cm)

comprimento (12 cm)largura (0,5 cm)

Fibula with horse-headshape extremity

Iberian Peninsula and Celtic Europe,4th-3rd centuries BC

BronzeDimensions:

height (3,2 cm)length (12 cm)width (0,5 cm)

Inv. CE00242Fíbula zoomorfa com aro em forma de cavaloPenínsula Ibérica, sécs. V-III a. C.BronzeDimensões:altura (2,1 cm)comprimento (3,9 cm)largura (0,7 cm)Zoomophic fibula withring-shaped horseIberian Peninsula, 6th century BCBronzeDimensions:height (2,1 cm)length (3,9 cm)width (0,7 cm)

Inv. CE00241Fíbula zoomorfa com aro em forma de cavaloPenínsula Ibérica, sécs. V-III a. C.BronzeDimensões:altura (2,8 cm)comprimento (4 cm)largura (0,5 cm)Zoomorphic fibula withring-shaped horseIberian Peninsula, 5th-3rd centuries BCBronzeDimensions:height (2,8 cm)length (4 cm)width (0,5 cm)

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�� museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes�0

Inv. CE03089Fíbula

Europa Centro-Ocidental,sécs. V- IV a.C.

Bronze Dimensões:

altura (2,6 cm)comprimento (5,6 cm)

largura (2,6 cm)Fibula

Central-Western Europe,5th-4th centuries BC

BronzeDimensions:

height (2,6 cm)length (5,6 cm)width (2,6 cm)

Inv. CE00255Fíbula tipo La Téne B

Península Ibérica e França,séc. V a. C.

BronzeDimensões:

altura (3,5 cm)comprimento (3,9 cm)

largura (0,4 cm)Fibula of type La Téne B

Iberian Peninsula and France,5th century BC

BronzeDimensions: height (3,5 cm), length (3,9

cm), width (0,4 cm)

Inv. CE03104Fíbula Península Ibérica,séc. VI a. C. Bronze Dimensões:altura (1,8 cm.)comprimento (3,4 cm.) FibulaIberian Peninsula,6th century BCBronzeDimensions:height (1,8 cm)length (3,4 cm)

Inv. CE00211Fíbula de tipo anelar

Península Ibérica,séc. VI a. C.

BronzeDimensões:

altura (2,4 cm)comprimento (5,2 cm)

largura (0,7 cm)Ring fibula

Iberian Peninsula, 6th century BC

BronzeDimensions:

height (2,4 cm)length (5,2 cm)width (0,7 cm)

Inv. CE03084Fíbula Centro-Leste da Península Ibérica e Europa Céltica,sécs. V-III a.C.Bronze Dimensões:altura (2,8 cm)comprimento (6,3 cm)largura (8,4 cm)Fibula Central-Eastern Iberian Peninsula and Celtic Europe,5th-3rd centuries BCBronzeDimensions:height (2,8 cm)length (6,3 cm)width (8,4 cm)

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�� museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes��

Inv. CE03635Fíbula zoomorfa,

em forma de cavaleiro, Centro-Leste da Península Ibérica Bronze,

sécs. IV-III a.C. Bronze

Dimensões:altura (5,8 cm)

comprimento (6 cm)largura (0,8 cm)

Fibula with knight shape Central-Eastern Iberian Peninsula, 4th-

3rd centuries BCBronze

Dimensions:height (5,8 cm)

length (6 cm)width (0,8 cm)

Inv. CE03087Fíbula romana em formade ómegaImpério RomanoBronze Dimensões:altura (3,5 cm)comprimento (0,3 cm)Roman fibula withomega shapeRoman EmpireBronze Dimensions:height (3,5 cm)length (0,3 cm)

Inv. CE03109Fíbula bárbara em forma de espiralImpério RomanoBronze Dimensões:altura (3,5 cm)comprimento (3,2 cm)largura (0,2 cm)Barbarian fibula with spiral shapeRoman EmpireBronze Dimensions:height (3,5 cm)length (3,2 cm)width (0,2 cm)

Inv. CE03116Fíbula romana Império RomanoBronze Dimensões:altura (2,8 cm)comprimento (5,8 cm)largura (2,2 cm)Roman fibula Roman EmpireBronze Dimensions:height (2,8 cm)length (5,8 cm)width (2,2 cm)

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�� museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes�4

Inv. CE03079Fíbula romana

Império RomanoBronze

Dimensões:altura (3,7 cm)

comprimento (10,1 cm)largura (6,6 cm)Roman fibula

Roman EmpireBronze

Dimensions:height (3,7 cm)

length (10,1 cm)width (6,6 cm)

Inv. CE03080Fíbula romana

Império RomanoBronze

Dimensões:altura (3,5 cm)

comprimento (9 cm)largura (7,1 cm)Roman fibula

Roman EmpireBronze

Dimensions:height (3,5 cm)

length (9 cm)width (7,1 cm)

Inv. CE03081Fíbula romana Império RomanoBronze Dimensões:altura (3,5 cm)comprimento (5,7 cm)largura (1,7 cm)Roman fibula Roman EmpireBronze Dimensions:height (3,5 cm)length (5,7 cm)width (1,7 cm)

Inv. CE00562Fíbula visigóticaem forma de avePenínsula Ibérica,sécs. V - VI d.C.Bronze, rubi e pasta vítreaDimensões:altura (9,2 cm)comprimento (4 cm)largura (0,7 cm)Visigothic fibulawith bird’s shapeIberian Peninsula,5th - 6th centuries ADBronze, rubi and glassDimensions:height (9,2 cm)length (4 cm)width (0,7 cm)

Inv. CE00561Fíbula visigóticaem forma de avePenínsula Ibérica,sécs. V - VI d.C.Bronze, rubi e pasta vítreaDimensões:altura (7,6 cm)comprimento (3,7 cm)largura (0,7 cm)Visigothic fibulawith bird’s shapeIberian Peninsula,5th - 6th centuries ADBronze, rubi and glassDimensions:height (7,6 cm)length (3,7 cm)width (0,7 cm)

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�7 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes��

Inv. CE03252Fíbula visigótica Península Ibérica,

sécs. V - VI d.C.Bronze e ferro

Dimensões:altura (2,1 cm)

comprimento (5,8 cm)largura (0,4 cm)

Visigothic fibula Iberian Peninsula,

5th - 6th centuries ADBronze and iron

Dimensions:height (2,1 cm)length (5,8 cm)width (0,4 cm)

Inv. CE03257Fíbula visigótica Península Ibérica,sécs. V - VI d.C.Bronze e ferroDimensões:altura (3,6 cm)comprimento (13,7 cm)largura (0,3 cm)Visigothic fibula Iberian Peninsula,5th - 6th centuries ADBronze and ironDimensions:height (3,6 cm)length (13,7 cm)width (0,3 cm)

Inv. CE03231Fíbula visigótica Península Ibérica,sécs. V - VI d.C.Bronze e pedra duraDimensões:altura (5,2 cm)comprimento (14,2 cm)largura (0,4 cm)Visigothic fibula Iberian Peninsula,5th - 6th centuries ADBronze and hard stoneDimensions:height (5,2 cm)length (14,2 cm)width (0,4 cm)

Inv. CE03667Fíbula visigótica Península Ibérica,sécs. V - VI d.C.Bronze Dimensões:altura (3,4 cm)comprimento (7,7 cm)largura (1,7 cm)Visigothic fibula Iberian Peninsula,5th - 6th centuries ADBronze Dimensions:height (3,4 cm)length (7,7 cm)width (1,7 cm)

Inv. CE03229 Fíbula visigótica Península Ibérica,

sécs. V - VI d.C.Bronze e pedra dura

Dimensões:altura (6,2 cm)

comprimento (15,6 cm)largura (0,2 cm)

Visigothic fibula Iberian Peninsula,

5th - 6th centuries ADBronze and hard stone

Dimensions:height (6,2 cm)

length (15,6 cm)width (0,2 cm)

Inv. CE03244 Fíbula visigótica Península Ibérica,

sécs. V - VI d.C.Bronze e ferro

Dimensões:altura (3,9 cm)

comprimento (10,3 cm)largura (0,3 cm)

Visigothic fibula Iberian Peninsula,

5th - 6th centuries ADBronze and iron

Dimensions:height (3,9 cm)

length (10,3 cm)width (0,3 cm)

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�9 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes�8

Biblio grafia

Nicolini, G. (1969)

Les bronzes figurés des sanctuaires

Ibériques, Paris

Nicolini, G. (1973)

Les Ibères : art et civilisation,

Paris: Fayard Editions

Prados Torreira, L. (1992)

Exvotos Ibericos de Bronce del Museo

Arqueologico Nacional, Madrid:

Ministerio de Cultura

Ruta Serafini, A. (ed.) (2002)

Este preromana: una cittá e I suoi santuari,

Treviso: Canova

longo do corpo (CE0238, CE01662)ou com tiara (CE00236) com braços escondidos por baixo do manto (CE01718, CE01666, CE01717), em aptidãode oferente com véu (CE01688)ou com túnica comprida oferecendoum pão (CE03615) ou com túnica comprida oferecendo uma coroa (CE03626) ou com túnica comprida em acto de deitar um líquido de um rython (CE03618), em acto de rezar com túnica comprida e véu (CE03616). Pelas figuras sem sexo definido evidenciam-se aquelas completamente esquemáticas com um braço dobrado sobre o ventre (CE01720, CE01722), a cavalo (CE01709), só coma cabeça representada (CE01656), ou, finalmente, mais naturalísticas mas sem indicação do sexo (CE01724). Em geralas figuras mais naturalísticas eram fruto duma técnica mais sofisticada e custosa,

sendo fundidas com o método da cera perdida, sendo as figuras esquemáticas obtidas só batendo uma barrinhade bronze até formar a figura: em geralos ex-votos são portanto expressãode diferentes ateliês artesanais e/ou de fiéis com diferentes possibilidades económicas; na produção, a figura humana ganha importância: às vezes são evidenciadas certas partes do corpo, especialmente órgão sexuais, outras vezes certos movimentos do corpo ou aptidõesdo sujeito representado. A figura humana começa então a ganhar importância não na sua totalidade, mas nas suas expressões que eram achadas fundamentais para transmitir uma mensagem do fiela divindade.

Davide Delfino

a figura humana nos ex-votosde bronze iberos

Os Iberos constituem a expressão máxima da cultura arqueológicada Península Ibérica entre os sécs. vie i a.C., sobretudo deviso à sua refinada produção artística. Vivendo sobretudono Levante da Espanha, sofreram influências púnicas e gregas na organização social e na expressão da arte. Na produção escultórica revestiu particular importância a reproduçãoda figura humana, quer na esculturaem pedra, quer na torêutica. Esta última expressão artística, que consistiu na realização de estátuas em bronze,estava particularmente ligada aos cultos religiosos, sendo os vários santuáriosda cultura Ibera ricos em depósitos votivos de estatuetas em bronze de figuras humanas, animais e, em menor número, partes do corpo humano. Estas pequenas obras de arte são também conhecidas como “ex votos”, que na segunda Idadedo Ferro também são característicasde várias culturas do Mediterrâneo em contacto com as maiores civilizaçõesda época (gregos, púnicos e etruscos): trata-se de depósitos votivos com finalidades de agradecimento ou pedidoas divindades dos santuários. Da Cultura Ibera são conhecidas várias centenas de peças provenientes de santuários, fruto,na sua maioria, da recolha de coleccionistas desde os séculos xviiao xx, sendo em menor númeroaqueles obtidos em escavações arqueológicas. O estudo dos “ex votos”

dum ponto de vista cronológico e artístico é bastante problemático, não tendo uniformidade estilística e temáticanem tido sido obtidos na sua maioriaem contexto arqueológico. De facto, a principal característica dos ex-votos iberos é não ter uma peça perfeitamente iguala uma outra, aspecto igualmente visívelno conjunto de peças da Colecção Estrada, que conta com cerca oitenta exemplares, trinta e cinco dos quais, ligados a figura humana, são aqui apresentados. Sendo muito problemático datar as figuras numa base estilística, é mais fiável individuar três grandes categorias, produzidas entreo séc. vi e o séc. i a.C.: figuras masculinas, figuras femininas e figuras sem atributos sexuais. Entre as primeiras distinguem-se figuras desnudas (CE00234, CE01653, CE03628), desnudas com mãos recolhidas no peito (CE02747), com túnica comprida (CE01675, CE01686, CE01725), com túnica curta (CE01704, CE03619, CE03622), com túnica curta a cavalo (CE01710), armados com caetra (CE01726), com túnica e em posição de oferente (CE01727) e armadas de punhale túnica curta (CE03623). Nas figuras femininas, destacam-se mulheres desnudas ligeiramente esquemáticas (CE01668) ou mais naturalísticas com órgãos sexuais evidenciados (CE01705), com mãos recolhidas sobre o órgão sexual, quer com túnica comprida (CE00235, CE01661) quer com capuz (CE00237), com túnica comprida, véu e braços ao

Inv. CE02747Estatueta votiva masculinaPenínsula Ibérica, sécs. VI-I a.C.BronzeDimensões:altura (5,6 cm)comprimento (13,3 cm)largura (2 cm)Male votive statuette Iberian Peninsula, 6th-1st centuries BCBronzeDimensions:height (5,6cm)length (13,3 cm)width (2 cm)

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�� museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes�0

Inv. CE01704Estatueta votiva masculina

Península Ibérica,sécs. VI-I a.C.

BronzeDimensões:

altura (11,2 cm)comprimento (2,8 cm)

largura (1,3 cm)Male votive statuette

Iberian Peninsula,6th-1st centuries BC

BronzeDimensions:

height (11,2 cm)length (2,8 cm)width (1,3 cm)

Inv. CE01653Estatueta votiva masculina

Península Ibérica,sécs. VI-I a.C.

BronzeDimensões:

altura (8,3 cm)comprimento (1,3 cm)

largura (2,7 cm)Male votive statuette

Iberian Peninsula,6th-1st centuries BC

BronzeDimensions:

height (8,3 cm)length (1,3 cm)width (2,7 cm)

Inv. CE01725Estatueta votiva masculina Península Ibérica,sécs. VI-I a.C.BronzeDimensões:altura (7,7 cm)comprimento (2 cm)largura (1,2 cm)Male votive statuette Iberian Peninsula,6th-1st centuries BCBronzeDimensions:height (7,7 cm)length (2 cm)width (1,2 cm)

Inv. CE03628Estatueta votiva masculinaPenínsula Ibérica,sécs. VI-I a.C.BronzeDimensões:altura (7,9 cm)comprimento (2 cm)largura (0,7 cm)Male votive statuette Iberian Peninsula,6th-1st centuries BCBronzeDimensions:height (7,9 cm)length (2 cm)width (0,7 cm)

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�� museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes��

Inv. CE01709Estatueta votiva de cavaleiro

Península Ibérica,sécs. VI-I a.C.

BronzeDimensões:

altura (7,3 cm)comprimento (7,4 cm)

largura (1 cm)Votive statuette of knight

Iberian Peninsula,6th-1st centuries BC

BronzeDimensions:

height (7,3 cm)length (7,4 cm)

width (1 cm)

Inv. CE01710Estatueta votiva de cavaleiro Península Ibérica,sécs. VI-I a.C.BronzeDimensões:altura (7,5 cm)comprimento (6,4 cm)largura (2,7cm)Votive statuette of knightIberian Peninsula,6th-1st centuries BCBronzeDimensions:height (7,5 cm)length (6,4 cm)width (2,7 cm)

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�� museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes�4

Inv. CE01726Estatueta votiva de guerreiroPenínsula Ibérica,sécs. VI-I a.C.BronzeDimensões:altura (7,7 cm)comprimento (3,7 cm)largura (1,1 cm)Votive statuette of warriorIberian Peninsula,6th-1st centuries BCBronzeDimensions:height (7,7 cm)length (3,7 cm)width (1,1 cm)

Inv. CE03619Estatueta votiva masculina

Península Ibérica, sécs. VI-I a.C.

BronzeDimensões:

altura (5,7cm)comprimento (3 cm)

largura (0,8 cm)Male votive statuette

Iberian Peninsula,6th-1st centuries BC

BronzeDimensions:

height (5,7 cm)length (3 cm)

width (0,8 cm)

Inv. CE03622Estatueta votiva masculinaPenínsula Ibérica,sécs. VI-I a.C.BronzeDimensões:altura (4,6 cm)comprimento (2,1 cm)largura (0,8 cm)Male votive statuette Iberian Peninsula,6th-1st centuries BCBronzeDimensions:height (4,6 cm)length (2,1 cm)width (0,8 cm)

Inv. CE03623Estatueta votiva de guerreiroPenínsula Ibérica,sécs. VI-I a.C.BronzeDimensões:altura (6,8 cm)comprimento (2,3 cm)largura (1,2 cm)Votive statuette of warriorIberian Peninsula,6th-1st centuries BCBronzeDimensions:height (6,8 cm)length (2,3 cm)width (1,2 cm)

Inv. CE01724Estatueta votiva de figurahumana estilizadaPenínsula Ibérica,sécs. VI-I a.C.BronzeDimensões:altura (7,1 cm)comprimento (1,9 cm)largura (1,4 cm)Votive statuette of stylizedhuman figureIberian Peninsula,6th-1st centuries BCBronzeDimensions:height (7,1 cm)length (1,9 cm)width (1,4 cm)

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�7 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes��

Inv. CE03616Estatueta votiva feminina

Península Ibérica,sécs. VI-I a.C.

BronzeDimensões:

altura (8 cm)comprimento (4,3 cm)

largura (3,6 cm)Female votive statuette

Iberian Peninsula,6th-1st centuries BC

BronzeDimensions:

height (8 cm)length (4,3 cm)width (3,6 cm)

Inv. CE03618Estatueta votiva femininacom rythonPenínsula Ibérica,sécs. VI-I a.C.BronzeDimensões:altura (9,3 cm)comprimento (3,9 cm)largura (3,6 cm)Votive statuette of femalewith rythonIberian Peninsula,6th-1st centuries BCBronzeDimensions:height (9,3 cm)length (3,9 cm)width (3,6 cm)

Inv. CE01705Estatueta votiva feminina Península Ibérica,sécs. VI-I a.C.BronzeDimensões:altura (9,9 cm)comprimento (3 cm)largura (1,4 cm)Female votive statuette Iberian Peninsula,6th-1st centuries BCBronzeDimensions:height (9,9 cm)length (3 cm)width (1,4 cm)

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�9 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes�8

Inv. CE01668Estatueta votiva feminina

Península Ibérica,sécs. VI-I a.C.

BronzeDimensões:

altura (7,1 cm)comprimento (1,6 cm)

largura (0,9 cm)Female votive statuette

Iberian Peninsula,6th-1st centuries BC

BronzeDimensions:

height (7,1 cm)length (1,6 cm)width (0,9 cm)

Inv. CE01661Estatueta votiva feminina

Península Ibérica,sécs. VI-I a.C.

BronzeDimensões:

altura (6,5 cm)comprimento (2 cm)

largura (1,3 cm)Female votive statuette

Iberian Peninsula,6th-1st centuries BC

BronzeDimensions:

height (6,5 cm)length (2 cm)

width (1,3 cm)

Inv. CE03615Estatueta votiva de oferentePenínsula Ibérica,sécs. VI-I a.C.BronzeDimensões:altura (6,6 cm)comprimento (2,5 cm)largura (3,2 cm)Votive statuette of offererIberian Peninsula,6th-1st centuries BCBronzeDimensions:height (6,6 cm)length (2,5 cm)width (3,2 cm)

Inv. CE01688Estatueta votiva feminina Península Ibérica,sécs. VI-I a.C.BronzeDimensões:altura (5,7 cm)comprimento (1,5 cm)largura (2,3 cm)Female votive statuette Iberian Peninsula,6th-1st centuries BCBronzeDimensions:height (5,7 cm)length (1,5 cm)width (2,3 cm)

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7� museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes70

Inv. CE00238Estatueta votiva feminina Península Ibérica,sécs. VI-I a.C.BronzeDimensões:altura (6,1 cm)comprimento (3,1 cm)largura (0,5 cm)Female votive statuetteIberian Peninsula,6th-1st centuries BCBronzeDimensions:height (6,1 cm)length (3,1 cm)width (0,5 cm)

Inv. CE00235Estatueta votiva de túnicacomprida com mãos sobre vulvaPenínsula Ibérica,sécs. VI-I a.C.BronzeDimensões:altura (4,1 cm)comprimento (1,1 cm)largura (0,6 cm)Female votive statuetteIberian Peninsula,6th-1st centuries BCBronzeDimensions:height (4,1 cm)length (1,1 cm)width (0,6 cm)

Inv. CE00237Estatueta votiva feminina Península Ibérica,sécs. VI-I a.C.BronzeDimensões:altura (5 cm)comprimento (1,5 cm)largura (0,5 cm)Female votive statuetteIberian Peninsula,6th-1st centuries BCBronzeDimensions:height (5 cm)length (1,5 cm)width (0,5 cm)

Inv. CE00236Estatueta votiva humanaPenínsula Ibérica,sécs. VI-I a.C.BronzeDimensões:altura (4,8 cm)comprimento (0,7 cm)largura (0,3 cm)Male votive statuetteIberian Peninsula,6th-1st centuries BCBronzeDimensions:height (4,8 cm)length (0,7 cm)width (0,3 cm)

Inv. CE01662Estatueta votiva feminina Península Ibérica,sés. VI-I a.C.BronzeDimensões:altura (6,1 cm)comprimento (1,1 cm)largura (1,3 cm)Female votive statuetteIberian Peninsula, 6th-1st centuries BCBronzeDimensions:height (6,1 cm)length (1,1 cm)width (1,3 cm)

Inv. CE01718Estatueta votiva femininaPenínsula Ibérica,sécs. VI-I a.C.BronzeDimensões:altura (5 cm)comprimento (1,2 cm)largura (0,7 cm)Female votive statuette Iberian Peninsula,6th-1st centuries BCBronzeDimensions:height (5 cm)length (1,2 cm)width (0,7 cm)

Inv. CE01717Estatueta votiva femininaPenínsula Ibérica,sécs. VI-I a.C.BronzeDimensões:altura (4,9 cm)comprimento (1,3 cm)largura (0,9 cm)Female votive statuette Iberian Peninsula,6th-1st centuries BCBronzeDimensions:height (4,9 cm)length (1,3 cm)width (0,9 cm)

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7� museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes7�

Inv. CE01720Estatueta votiva de figura

humana estilizadaPenínsula Ibérica,

sécs. VI-I a.C.Bronze

Dimensões:altura (10,2 cm)

comprimento (3,2 cm)largura (0,8 cm)

Votive statuette of stylizedhuman figure

Iberian Peninsula,6th-1st centuries BC

BronzeDimensions:

height (10,2 cm)length (3,2 cm)width (0,8 cm)

Inv. CE01722Estatueta votiva de figurahumana estilizadaPenínsula Ibérica,sécs. VI-I a.C.BronzeDimensões:altura (10,8 cm)comprimento (4,3 cm)largura (0,9 cm)Votive statuette of stylizedhuman figureIberian Peninsula,6th-1st centuries BCBronzeDimensions:height (10,8 cm)length (4,3 cm)width (0,9 cm)

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7� museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes74

Inv. CE01675Estatueta votiva de figura

humana estilizadaPenínsula Ibérica,

sécs. VI-I a.C.Bronze

Dimensões:altura (5,9 cm)

comprimento (1,3 cm)largura (0,5 cm)

Votive statuette of stylizedhuman figure

Iberian Peninsula,6th-1st centuries BC

BronzeDimensions:

height (5,9 cm)length (1,3 cm)width (0,5 cm)

Inv. CE01727Estatueta votiva masculina

de oferentePenínsula Ibérica,

sécs. VI-I a.C.Bronze

Dimensões:altura (6,5 cm)

comprimento (1,7 cm)largura (0,8 cm)

Votive statuetteof offerer

Iberian Peninsula,6th-1st centuries BC

BronzeDimensions:

height (6,5 cm)length (1,7 cm)width (0,8 cm)

Inv. CE03626Estatueta votiva de oferentePenínsula Ibérica,sécs. VI-I a.C.BronzeDimensões:altura (5,7 cm)comprimento (1,1 cm)largura (1,9 cm)Votive statuette of offererIberian Peninsula,6th-1st centuries BCBronzeDimensionsheight (5,7 cm)length (1,1 cm)width (1,9 cm)

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77 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes7�

Inv. CE00234Estatueta votiva masculina

Península Ibérica,sécs. VI-I a.C.

BronzeDimensões:

altura (5,9 cm)comprimento (1 cm)

largura (0,5 cm)Male votive statuette

Iberian Peninsula,6th-1st centuries BC

BronzeDimensions:

height (5,9 cm)length (1 cm)width (0,5 cm

Inv. CE01666Estatueta votiva feminina

Península Ibérica,sécs. VI-I a.C.

BronzeDimensões:

altura (7 cm)comprimento (1,7 cm)

largura (0,6 cm)Male votive statuette

Iberian Peninsula,6th-1st centuries BC

BronzeDimensions:

height (7 cm)length (1,7 cm)width (0,6 cm)

Inv. CE01686Estatueta votiva de figurahumana estilizadaPenínsula Ibérica,sécs. VI-I a.C.BronzeDimensões:altura (6,8 cm)comprimento (1 cm)largura (0,2 cm)Votive statuette of stylizedhuman figureIberian Peninsula,6th-1st centuries BCBronzeDimensions:height (6,8 cm)length (1 cm)width (0,2 cm)

Inv. CE01656Estatueta votiva defigura humana estilizadaPenínsula Ibérica,sécs. VI-I a.C.BronzeDimensões:altura (9 cm)comprimento (0,7 cm)largura (0,4 cm)Votive statuetteof stylized human figureIberian Peninsula,6th-1st centuries BCBronzeDimensions:height (9 cm)length (0,7 cm)width (0,4 cm)

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79 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes78

A Col. Estrada tem um abundante conjunto de estatuetas romanas feitasem bronze, representando deuses, humanos e animais, apresentando-se várias delas nesta exposição.

Eram vários os usos que estas estatuetas podiam ter: como piedade, fidelidade, protecção, agradecimento, constituindo assim um componente importanteda vivência romana.

A escultura romana apresentada nesta exposição, divide-se, estilisticamente,em dois grandes grupos: num, as peças seguem as normas naturalistas da arte grega; já no outro, as peças são menos naturalista, destacando-se geralmente certos atributos das personagens representadas, continuando, assim,uma tradição mais antiga.

O primeiro destes grupos (de que são bons exemplos os Martes CE00746e CE02342) era consumido sobretudo pelas elites locais que procuravam imitar as peças de luxo da capital romana e ostentar cultura greco-romana, acabando estas peças por ter um papel importante na romanização das populações conquistadas.

Já o segundo grupo (de que são bons exemplos o Júpiter CE02738 e o Mercúrio CE02745) podia ser usado por qualquer grupo social, tendo conhecido uma produção maciça. O que se pretendiaera sobretudo usar a estatueta para um dos muitos usos indicados no início do

texto e os atributos essenciaisdas personagens representadaseram suficientes para tal. As peçasdeste segundo grupo, embora fossem mais numerosas no quotidiano romano, são menos divulgadas nos museus de arte e arqueologia, onde a preferência vai para aquelas do primeiro grupo.

Relativamente às peças de figuras divinas e humanas representadas, as mais numerosas são cinco representaçõesde Vénus (CE00518, CE0727, CE00741, CE03680 e CE04669), deusa do amor, e outras três de Marte (CE00746, CE02342 e CE03076), deus da guerra. Neste confronto entre amor e guerra, Vénus é apoiada pelo seu filho Cúpido, o espírito do amor, o qual está presente em duas estatuetas (CE02729 e CE02748). Também com duas estatuetas encontra-se representado Mercúrio (CE02731e CE02745), mensageiro dos deusese deus do comércio, eloquência, viajantes e ladrões, sendo visíveis alguns dos seus atributos como a bolsa e o caduceu.Com duas estátuas, temos Júpiter,rei dos deuses e avô de Rómulo e Remo, fundadores de Roma, estando representado com dois dos seus principais atributos (o relâmpagoe a águia) (CE02738) e em posição de lançamento de um relâmpago (CE02746). Outras estatuetas incluem uma de Apolo (CE00402), um dos deuses mais influentes, destacando-se entre as suas múltiplas funções as artes e oráculos; uma Fortuna (CE03728), deusa da sorte (boa ou má), estando representada com

estatuetas figuradas romanasem bronze da col. estrada

o seu principal atributo, a cornucópia; um Príapo (CEO1582), deus da fecundidade, mostrando o seu falo;uma personagem de rituais mitraicos, Cronos ou Mitra (CE02744);e, finalmente, um dançarino (CE01037).

Por último, destaque-se ainda algumas estatuetas de animais que tinhamum valor sobretudo simbólico. Assim, temos um rato (CE00645), criatura quase infernal, cujo papel destruidor podia ter duas diferentes aplicações: a utilização deste papel para vingança ou a sua supressão para realizar uma benfeitoria. Note-se também uma lebre (CE00649), animal lunar, associada à renovação perpétua da vida à semelhança da luaque morre para renascer. Outro animal presente é o javali (CE02343), alimento sacrificial dos deuses de tradição celta, muitos dos quais se mantiveram durante o domínio romano. Os dois últimos animais presentes são um bode (CE00628), símbolo da força genésicae vital; e um golfinho (CE03609), que teria um papel psicopompo, de condução das almas dos mortos para a Ilhados Bem-Aventurados.

Gustavo Porto carrero

Biblio grafia

AA. VV. (1978)

Bronzes Romains de Suisse, Lausanne:

Musée Cantonal d’Archéologie et d’Histoire

AA. VV. (1990)

Los Bronces Romanos en España, Ministerio

de Cultura, p. ��8, fig. �4�

Boucher, S. (1976)

Recherches sur les bronzes figurés de Gaule

Pré-Romaine et Romaine, École Française

de Rome

Oggiano-Bitar, H. (1984)

Bronzes Figurés Antiques

des Bouches-du-Rhône, Paris: CNRS

Rolland, H. (1965)

Bronzes Antiques de Haute Provence,

XVIII supplément à “GAULLIA”

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8� museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes80

Inv. CE02738Estatueta de Júpiter

Império RomanoBronze

Dimensões:altura (3,5 cm)

comprimento (4,1 cm)largura (1,4 cm)

Statuette of JúpiterRoman Empire

Bronze Dimensions:

height (3,5 cm)length (4,1 cm)width (1,4 cm)

Inv. CE02746Estatueta de JúpiterImpério RomanoBronze Dimensões:altura (6,7 cm)comprimento (3,2 cm)largura (2,6 cm)Statuette of JupiterRoman EmpireBronze Dimensions:height (6,7 cm)length (3,2 cm)width (2,6 cm)

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8� museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes8�

Inv. CE00518Estatueta de Vénus

Império RomanoBronze

Dimensões:altura (17,5 cm)

comprimento (6,5 cm)largura (2,5 cm)

Statuette of VenusRoman Empire

Bronze Dimensions:

height (7,2 cm)length (3 cm), width (1,2 cm)

Inv. CE00727Estatueta de VénusImpério RomanoBronze Dimensões:altura (18,6 cm)comprimento (7,5 cm)largura (2,2 cm)Statuette of VenusRoman EmpireBronze Dimensions:height (18,6 cm)length (7,5 cm)width (2,2 cm)

Inv. CE00741Estatueta de VénusImpério RomanoBronze Dimensões:altura (11,3 cm)comprimento (5,2 cm)largura (1,2 cm)Statuette of VenusRoman EmpireBronze Dimensionsheight (11,3 cm)length (5,2 cm)width (1,2 cm)

Inv. CE03680Estatueta de Vénus

Império RomanoBronze

Dimensões:altura (6,5 cm)

comprimento (3,3 cm)largura (1,1 cm)

Statuette of VenusRoman Empire

Bronze Dimensions:

height (6,5 cm),length (3,3 cm)width (1,1 cm)

Inv. CE04669Estatueta de Vénus

Império RomanoBronze

Dimensões:altura (15,2 cm)

comprimento (2,8 cm)largura (2,2 cm)

Statuette of VenusRoman Empire

Bronze Dimensions:

height (15,2 cm)length (2,8 cm)width (2,2 cm)

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8� museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes84

Inv. CE02729Estatueta de CúpidoImpério RomanoBronze Dimensões:altura (5,4 cm)comprimento (5,2 cm)largura (3,2 cm)Statuette of CupidRoman EmpireBronze Dimensions:height (5,4 cm)length (5,2 cm)width (3,2 cm)

Inv. CE02748Estatueta de CúpidoImpério RomanoBronze Dimensões:altura (7,6 cm)comprimento (3,2 cm)largura (2,6 cm)Statuette of CupidRoman EmpireBronze Dimensions:height (7,6 cm)length (3,2 cm), width (2,6 cm)

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87 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes8�

Inv. CE00746Estatueta de MarteImpério RomanoBronze Dimensões:altura (11,4 cm)comprimento (6,5 cm)largura (1,5 cm)Statuette of MarsRoman EmpireBronze Dimensions:height (11,4 cm)length (6,5 cm)width (1,5 cm)

Inv. CE02342Estatueta de MarteImpério RomanoBronze Dimensões:altura (9,8 cm)comprimento (4 cm)largura (2,1 cm)Statuette of MarsRoman EmpireBronze Dimensions:height (9,8 cm)length (4 cm)width (2,1 cm)

Inv. CE03076Estatueta de MarteImpério RomanoBronze Dimensões:altura (6,7 cm)comprimento (3,5 cm)largura (0,9 cm)Statuette of MarsRoman EmpireBronze Dimensions:height (6,7 cm)length (3,5 cm)width (0,9 cm)

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89 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes88

Inv. CE01582Estatueta de PríapoImpério RomanoBronze Dimensões:altura (9,3 cm)comprimento (3,6 cm)largura (3,2 cm)Statuette of PriapusRoman EmpireBronze Dimensions:height (9,3 cm)length (3,6 cm)width (3,2 cm)

Inv. CE02731Estatueta de Mercúrio

Império RomanoBronze

Dimensões:altura (8 cm)

comprimento (3,5 cm)largura (5,1 cm)

Statuette of MercuryRoman Empire

Bronze Dimensions:

height (8 cm)length (3,5 cm)width (5,1 cm)

Inv. CE02744Estatueta de Cronosou MitraImpério RomanoBronze Dimensões:altura (9 cm)comprimento (2,6 cm)largura (1,4 cm)Statuette of Cronosor MitraRoman EmpireBronze Dimensions:height (9 cm)length (2,6 cm)width (1,4 cm)

Inv. CE02745Estatueta de MercúrioImpério RomanoBronze Dimensões:altura (6,7 cm)comprimento (3,2 cm)largura (1,3 cm)Statuette of MercuryRoman EmpireBronze Dimensions:height (6,7 cm)length (3,2 cm)width (1,3 cm)

Inv. CE03728Estatueta de FortunaImpério RomanoBronze Dimensões:altura (8,4 cm)comprimento (2,7 cm)largura (1,4 cm)Statuette of FortunaRoman EmpireBronze Dimensions:height (8.4 cm)length (2,7 cm)width (1,4 cm)

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9� museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes90

Inv. CE00402Estatueta de ApoloImpério RomanoBronze Dimensões:altura (17,5 cm)comprimento (6,5 cm)largura (2,5 cm)Statuette of ApolloRoman EmpireBronze Dimensions:height (17,5 cm)length (6,5 cm)width (2,5 cm)

Inv. CE01037Estatueta de dançarino

Império RomanoBronze

Dimensões:altura (18,3 cm)

comprimento (4,7 cm)largura (3,8 cm)

Statuette of dancerRoman Empire

Bronze Dimensions:

height (18,3 cm)length (4,7 cm)width (3,8 cm)

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9� museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes9�

Inv. CE00628Estatueta de bodeImpério RomanoBronze Dimensões:altura (6,6 cm)comprimento (6,5 cm)largura (2,1 cm)Statuette of goatRoman EmpireBronze Dimensions:height (6,6 cm)length (6,5 cm)width (2,1 cm)

Inv. CE00645Estatueta de ratoImpério RomanoBronze Dimensões:altura (5,1 cm)comprimento (5,4 cm)largura (2 cm)Statuette of mouseRoman EmpireBronze Dimensions:height (5,1 cm)length (5,4 cm)width (2 cm)

Inv. CE00649Estatueta de lebreImpério RomanoBronze Dimensões:altura (8,1 cm)comprimento (9,5 cm)largura (3,5 cm)Statuette of hareRoman EmpireBronze Dimensions:height (8,1 cm)length (9,5 cm)width (3,5 cm)

Inv. CE02343Estatueta de javaliImpério RomanoBronze Dimensões:altura (3,2 cm)comprimento (6,3 cm)largura (1,6 cm)Statuette of boarRoman EmpireBronze Dimensions:height (3,2 cm)length (6,3 cm)width (1,6 cm)

Inv. CE03609Estatueta de golfinhoImpério RomanoBronze Dimensões:altura (3,2 cm)comprimento (14,7 cm)largura (2,8 cm)Statuette of dolphinRoman EmpireBronze Dimensions:height (3,2 cm)length (14,7 cm)width (2,8 cm)

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9� museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes94

Οι Ηλλενoιευχαλκoι.

Biblio grafia

Bottini, A., M. Egg, F. W. Von Hase,

H. Pflug, U. Schaaf, P. Schauer

e G. Waurick (1988)

Antike Helme; Sammlung Lipperheideund

Andere Bestande des Antikenmuseums Berlin,

Mainz: Verlag der Romisch-Germanischen

Zentralmueseums

Lorrio, A.J. (2009)

Las Guerras Celtibéricas,

In Almagro Gorbea, M. (ed.) Prehistoria

y Antigüedad, Historia Militar de España,

Madrid: Ediciones del Labirinto y Ministerio

de la Defesa, �0�-���

Quesada Sanz, F. (2008)

Armas de Grecia y Roma; forjaron la historia

de la antigüedad clásica, Madrid: La esfera

de los libros

Quesada Sanz, F. (2010)

Armas de la Antigua Iberia; de Tartessos

a Numancia, Madrid: La esfera de los libros

Na Grécia do inicio da Idade Clássica,a partir do séc. vii a.C., as tácticas de guerra passaram a basear-se na formação hoplita: formações fechadas compostas por cidadãos livres e com alguma riqueza – os oplites (soldados de infantaria com armamento pesado) –, os quais, em caso de conflito, serviram no exército de cidadãos. Trate-se de uma inovação na táctica militar, mas também directamente ligada à evolução da sociedade: por um lado, os combates baseavam-se no choque corpo a corpo entre formações pesadas, em ordem fechada e combate colectivo, de modo que as batalhaseram decididas pela derrota dumadas formações, quer por causa das baixas, quer por causa da perda de moral;por outro lado, a classe média, comerciantes e proprietários agrícolas, representavam a polis (cidade) em armas, sendo aqueles que realmente eram considerados cidadãos tendo só eles plenos direitos civis. O armamentodo oplita, era composto por elementos ofensivos como uma lança longa de três metros (δoρυ/dory) usada como arma principal e uma espada curta (ξιφoς/xiphos) usada como arma de emergência; mas eram as armas defensivas aquelas que melhor caracterizavam a infantaria que combatia em formação fechada: um grande escudo em forma de prato convexo (ασπις/aspis), protecçõesem bronze para as pernas (grevas),

uma couraça de linho reforçada com placas de bronze, ou toda em bronze,e um capacete de bronze: a Colecção Estrada tem vários destes dois últimos elementos. Os capacetes, também tinham conotações psicológicas, pois além de ser simples protecção, ocultavam tambéma cara, dando, dessa forma, aspecto mais inumano ao hoplita. O capacete que melhor representa esta dimensãoé o de tipo Coríntio, sendo o mais representado nas pinturas vasculares áticas, tendo conhecido diversas variantes. Na Colecção Estrada, estão presentes o tipo Coríntio evolucionado (CE02953), onde se observam melhorias na forma anatómica relativamente aos anteriores, e o tipo Ápulo-Coríntio (CE02954) que foi desenvolvido nas colónias gregas da Itália do Sul (Magna Grécia) e permitia posicionar melhor o capacete sobre a cabeça antes e depois do combate. Os capacetes do tipo Coríntio, se bem que limitassem a visão lateral, dado que no combate em formação fechada era suficiente ter apenas uma visão frontal, garantiam dessa forma uma excelente protecção para a cabeça contra os golpes de corte, bem como contra as armas lançadas. Um outro tipo de capacete, o Calcidico (CE01785) permitia uma melhor adaptação à fisionomia da cara do hoplita, contando com elementos móveis para a protecção das bochechas e uma melhor visão lateral. Relativamente

os gregos do belo bronze:protecções corporaisna grécia da idade clássica

às couraças, era fundamental que não limitassem o movimento do hoplita,bem como que fossem bastante robustas; também o seu aspecto brilhantes, conjuntamente com os capacetes de bronze, constituía um importante factor psicológico para aterrorizar e cegar os inimigos. Na Colecção Estrada há vários tipos de couraças, desde uma simples placa compósita formada para três círculos de bronze e originariamente fixada sobre uma couraça de linho endurecido (CE01786), até se chegara uma verdadeira couraça completae anatómica (CE03024), também feita para ser fixada sobre um corpete de linho. Desde o séc. iv a.C., com o aparecimento de infantaria mais ligeira, sobretudo no âmbito da abertura da infantaria a classes sociais inferiorese da difusão de mercenários, os pesados capacetes Coríntios e Calcídicos furam substituídos por capacetes mais ligeirose práticos. Nos soldados itálicos da Magna Grécia, que até aos sécs. iii-ii a.C. combateram como auxiliares do exército romano como tropas ligeiras, sobretudo na campanha de Numância, permaneceu a estrutura dos capacetes calcídicos mas com modificações na sua estrutura queos tornaram mais leves e práticos (CE01740), além de incorporarem alguns elementos de capacetes não gregos,como os celtas.

Davide Delfino

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97 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes9�

Inv. CE02953Capacete de tipo CorintioGrécia e Itália do Sul, séc. V a. C.Bronze Dimensões:altura (39 cm)comprimento (29 cm)largura (34,7 cm)Helmet of Corithian typeGreece and Southern Italy,5th century BCBronze Dimensions:height (39 cm)length (29 cm)width (34,7 cm)

Inv. CE01786Couraça de tipo Itálico-SamnitaItália do Sul, final sécs. V a.C.-IV a.C.

Bronze Dimensões:

altura (27 cm)comprimento (25 cm)

largura (0,2 cm)Breastplate of the

Italic-Samnite typeSouthern Italy.

Late 5th century-4th centuryBronze

Dimensions:height (27 cm)length (25 cm)width (0,2 cm)

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99 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes98

Inv. CE03024Couraça

Grécia e Itália do Sul, séc. V a. C.Bronze

Dimensões:altura (31,2 cm)

comprimento (28,5 cm)largura (0,4 cm)

BreastplateGreece and Southern Italy,

5th century BCBronze

Dimensions:height (31,2 cm)length (28,5 cm)

width (0,4 cm)

Inv. CE02954Capacete de tipo Ápulo-CoríntioGrécia e Itália do Sul, séc. V a. C.Bronze Dimensões:altura (26,5 cm)comprimento (23 cm)largura (31,2 cm)Helmet of Appulian-Corithian typeGreece and Southern Italy,5th century BCBronze Dimensions:height (26,5 cm)length (23 cm)width (31,2 cm)

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�0� museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes�00

Inv. CE01785Capacete Grécia e Itália do Sul, sécs. V-IV a.C.Bronze e prataDimensões:altura (35 cm)comprimento (24,7 cm)largura (18 cm)HelmetGreece and Southern Italy,5th-4th centuries BCBronze and silverDimensions:height (35 cm)length (24,7 cm)width (18 cm)

Inv. CE01740Capacete Península Ibérica, séc. III a.C.BronzeDimensões:altura (34,6 cm)comprimento (18,5 cm)largura (20 cm)HelmetIberian Peninsula, 3rd century BCBronzeDimensions:height (34,6 cm)length (18,5 cm)width (20 cm)

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�0� museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes�0�

O bronze, na Antiguidade, tinha uma multiplicidade de usos, sendo este fenómeno ligado ao extraordinário desenvolvimento da metalurgia do bronze, que permitiu uma enorme variabilidade de laboração, quer com novos métodos de fundição, quer com novas misturas de metais na liga de bronze. Nesta antevisão da Col. Estrada dedicada sobretudo ao bronze, apresenta-se aqui também um variado lote de peças de bronze etrusco-romanas. Ao contrário de outras peças apresentadas, em que se optou por apresentar várias peças de uma mesma temática, como escultura, pulseiras, fíbulas e fivelas, aqui a escolha incidiu na mostra conjunta de diferentes tipos de peças, que são representativas dos diferentes âmbito de uso do bronze, desde a maquilhagem pessoal (como os espelhos) até o simpósio aristocrático (como o olpe, a pátera ou as asas de sítula), o ornamento de carros de parada ou corrida e o equipamento doméstico. Os temas iconográficos são representativos da koiné (comunidade cultural) que formou no Mediterrâneo desde o v séc. a.C., a qual era caracterizada por elementos gregos e orientais que se difundiram no mundo antigo, sobretudo por meio da circulação de figuras e temáticas presentes nas pinturas em cerâmicas áticas.

Assim, comecemos com � espelhos etruscos, datáveis do século iv a.C., representando num dos lados personagens ou cenas mitológicas (CE00414, CE00571 e CE02528). Também presentes estão dois espelhos romanos, embora estes não apresentem decoração (CE2720 e CE03052). Uma outra peça, de origem etrusca ou romana, é um olpe ou jarrinho (CE01510). Já exclusivamente romanas, estão expostas as seguintes peças: uma lucerna de dois bicos (CE00425); duas asas decoradas, uma com putti (CE00749) e outra com Mitra (CE00750); um passador de arreios (CE00751); duas páteras (CE00684 e CE00999), as quais eram usadas em rituais de libação; uma situla (CE01020); um prótomo de leão usado como elemento decorativo de uma outra peça (CE03070); e uma aldraba em forma de cabeça de leão (CE04638).

Davide Delfino

e Gustavo Porto carrero

bronzes etrusco-romanos[vária]

Biblio grafia

AA. VV. (1990)

Los Bronces Romanos en España,

Ministerio de Cultura

Boube-Piccot, C. (1980)

Les Bronzes Antiques du Maroc, Rabat: Musee

Des Antiquites

Boucher, S. (1970)

Bronzes grecs, hellénistiques et étrusques des

Musées de Lyon, Lyon: Editions du Boccard

Feugére, M. (2002)

Militaria de Gaule Méridionale, �9. Le Mobilier

Militaire Romain dans le Dètatement de

L’Hérault, in Gladius, vol. XXII

Nazarena, V. (1981)

Catalogo delle lucerne in bronze del Museo

Archeologico Nazionale di Napoli, Istituto

Poligrafico

Inv. CE00751Passador de arreiosde veículoImpério RomanoBronzeDimensões:altura (14,5 cm)comprimento (4,3 cm)largura (0,9 cm)Rein ringRoman EmpireBronzeDimensions:height (14,5 cm)length (4,3 cm)width (0,9 cm)

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�0� museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes�04

Inv. CE04638Aldraba

Império RomanoBronze

Dimensões:altura (16,5 cm)

comprimento (12,2 cm)largura (4 cm)

KnockerRoman Empire

BronzeDimensions:

height (16,5 cm)length (12,2 cm)

width (4 cm)

Inv. CE03070Prótomo de leãoImpério RomanoBronzeDimensões:altura (7 cm)comprimento (10,1 cm)largura (7,2 cm)Head of lionRoman EmpireBronzeDimensions:height (7 cm)length (10,1 cm)width (7,2 cm)

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�07 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes�0�

Inv. CE00571EspelhoEtrusco, século IV a.C:BronzeDimensões:altura (22 cm)comprimento (11,4 cm)largura (0,9 cm)MirrorEtruscan, 4th century BCBronzeDimensions:height (22 cm)length (11,4 cm)width (0,9 cm)

Inv. CE03052EspelhoImpério RomanoBronzeDimensões:altura (16 cm)comprimento (9,5 cm)largura (0,2 cm)MirrorRoman EmpireBronzeDimensions:height (16 cm)length (9,5 cm)width (0,2 cm)

Inv. CE02720EspelhoImpério RomanoBronzeDimensões:altura (20 cm)comprimento (11,9 cm)largura (0,2 cm)MirrorRoman EmpireBronzeDimensions:height (20 cm)length (11,9 cm)width (0,2 cm)

Inv. CE02528EspelhoEtrusco, séc. IV a.C.BronzeDimensões:altura (27,7 cm)comprimento (3,5 cm)largura (0,3 cm)MirrorEtruscan, 4th century BCBronzeDimensions:height (27,7 cm)length (3,5 cm)width (0,3 cm)

Inv. CE00414EspelhoEtrusco, século IV a.C:BronzeDimensões:altura (17,3 cm)comprimento (7,5 cm)largura (0,3 cm)MirrorEtruscan, 4th century BCBronzeDimensions:height (17,3 cm)length (7,5 cm)width (0,3 cm)

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�09 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes�08

Inv. CE00999PáteraImpério RomanoBronzeDimensões:altura (1,8 cm)comprimento (25,4 cm)largura (15 cm)PateraRoman EmpireBronzeDimensions:height (1,8 cm)length (25,4 cm)width (15 cm)

Inv. CE00684PáteraImpério RomanoBronzeDimensões:altura (2,4 cm)comprimento (29,6 cm)largura (15,8 cm)PateraRoman EmpireBronzeDimensions:height (2,4 cm)length (29,6 cm)width (15,8 cm)

Inv. CE01020SitulaImpério RomanoBronzeDimensões:altura (20,1 cm)comprimento (26,5 cm),SitulaRoman EmpireBronzeDimensions:height (20,1 cm)length (26,5 cm)

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��� museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes��0

Inv. CE01510OlpeEtrusco ou RomanoBronzeDimensões:altura (15,2 cm)comprimento (5,8 cm),OlpeEtruscan or RomanBronzeDimensions:height (15,2 cm)length (5,8 cm)

Inv. CE00749AsaImpério RomanoBronzeDimensões:altura (14,5 cm),comprimento (4,6 cm)largura (1,4 cm)HandleRoman EmpireBronzeDimensions:height (14,5 cm)length (4,6 cm)width (1,4 cm)

Inv. CE00750AsaImpério RomanoBronzeDimensões:altura (14,5 cm)comprimento (4,3 cm)largura (0,9 cm)HandleImpério RomanoBronzeDimensions:height (14,5 cm)length (4,3 cm)width (0,9 cm)

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��� museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes���

Inv. CE00425Lucerna

Império RomanoBronze

Dimensões:altura (3,4 cm)

comprimento (15,2 cm)largura (9,6 cm)

Oil lampRoman Empire

BronzeDimensions:

height (3,4 cm)length (15,2 cm)

width (9,6 cm)

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��� museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes��4

A Col. Estrada possui um numeroso grupo de fivelas de cinturão visigóticas datáveis dos séculos v e vi d.C, sendo uma das mais importantes colecçõesque existe sobre este género de peças.São �� as que estão aqui apresentadas, todas elas feitas em bronze e constituídas por um aro e uma placa rectangularcom decoração constituída por vidrosou pedras preciosas feita com cabuchões isolados (CE02324, CE03657 e CE03658) ou em cloisoneé (todas as outras).

O uso destas fivelas de cinturãoera, simultaneamente, identitário,sócio-económico e funerário.

Identitário porque era usado somente pelos Visigodos, como forma dese distinguirem da população católica(os Visigodos eram cristãos, mas arianos). No final do século vi d.C.,com a conversão dos Visigodos ao catolicismo, o uso destas placas é abandonado e modelos usados pelas populações católicas são adoptados.

Mas também estas fivelas demonstravam estatuto sócio-económico. Note-se que nem toda as pessoas enterradas em cemitérios visigóticos tinham estas fivelas. Por outro lado, estas fivelas pertenciam sobretudo a um estratosocial intermédio, dado que imitavamas de personagens ainda mais ricas e poderosas, as quais eram exclusivamente de ouro e pedras preciosas. As fivelas aqui expostas são de bronze, cuja cor dourada imita o ouro, e têm muitas vezes vidro e pasta vítrea que imitam pedras preciosas como se pode, por exemplo, ver nas peças CE03657 e CE03658 que têm vidro vermelho a imitar uma das pedras preciosas mais populares desta época,as granadas.

Finalmente, também tinham um uso funerário. Note-se que várias destas fivelas apresentam na sua placa decoração em forma de cruz, algo que, pode ser interpretado como tendo valor apotropaico. Note-se também no simbolismo do cinturão propriamente dito, cujo objectivo é abraçar o falecido num círculo contínuo, impedindo a sua desintegração, funcionando, assim,como talismã protector.

Gustavo Porto carrero

fivelas visigóticas da col. estrada

Biblio grafia

Chevalier, Jean e Alain Gheerbrant (1994)

Dicionário dos Símbolos, Lisboa: Teorema

Ripoll, Gisela (1998)

Toréutica de la Bética, Barcelona:

Reial Acadèmia de Bones Lletres

Tait, Hugh (2008)

7000 Years of Jewelry, Firefly Books

Inv. CE03657Fivela Visigótica

Península Ibérica,sécs. V - VI d.C.

Bronze e pasta vítreaDimensões:

altura (5,7 cm)comprimento (11,7 cm)

largura (0,8 cm)Visigothic Buckle

Iberian Peninsula,5th - 6th centuries AD

Bronze and glassDimensions:

height (5,7 cm)length (11,7 cm)

width (0,8 cm)

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��7 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes���

Inv. CE02324Fivela VisigóticaPenínsula Ibérica, sécs. V - VI d.C.Bronze e pasta vítreaDimensões:altura (8,5 cm)comprimento (5,6 cm)largura (1 cm)Visigothic BuckleIberian Peninsula, 5th - 6th centuries ADBronze and glassDimensions:height (8,5 cm)length (5,6 cm)width (1 cm)

Inv. CE00570Fivela VisigóticaPenínsula Ibérica, sécs. V - VI d.C.Bronze e pasta vítreaDimensões:altura (8,5 cm)comprimento (5,6 cm)largura (1 cm)Visigothic BuckleIberian Peninsula, 5th - 6th centuries ADBronze and glassDimensions:height (8,5 cm)length (5,6 cm)width (1 cm)

Inv. CE03658Fivela VisigóticaPenínsula Ibérica, sécs. V - VI d.C.Bronze e pasta vítreaDimensões:altura (6,2 cm)comprimento (12,6 cm)largura (2,8 cm)Visigothic BuckleIberian Peninsula, 5th - 6th centuries ADBronze and glassDimensions:height (6,2 cm)length (12,6 cm)width (2,8 cm)

Inv. CE00560Fivela VisigóticaPenínsula Ibérica, sécs. V - VI d.C.Bronze e pasta vítreaDimensões:altura (12,4 cm)comprimento (5,8 cm)largura (0,7 cm)Visigothic BuckleIberian Peninsula, 5th - 6th centuries ADBronze and glassDimensions:height (12,4 cm)length (5,8 cm)width (0,7 cm)

Inv. CE00544Fivela VisigóticaPenínsula Ibérica, sécs. V - VI d.C.Bronze e pasta vítreaDimensões:altura (8,9 cm)comprimento (5,5 cm)largura (1,2 cm)Visigothic BuckleIberian Peninsula, 5th - 6th centuries ADBronze and glassDimensions:height (8,9 cm)length (5,5 cm)width (1,2 cm)

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��9 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes��8

Inv. CE00569Fivela VisigóticaPenínsula Ibérica, sécs. V - VI d.C.Bronze e pasta vítreaDimensões:altura (12,8 cm)comprimento (6,9 cm)largura (1 cm)Visigothic BuckleIberian Peninsula, 5th - 6th centuries ADBronze and glassDimensions:height (12,8 cm)length (6,9 cm)width (1 cm)

Inv. CE00563Fivela VisigóticaPenínsula Ibérica, sécs. V - VI d.C.Bronze e pasta vítreaDimensões:altura (11,2 cm)comprimento (6 cm)largura (0,6 cm)Visigothic BuckleIberian Peninsula, 5th - 6th centuries ADBronze and glassDimensions:height (11,2 cm)length (6 cm)width (0,6 cm)

Inv. CE00559Fivela VisigóticaPenínsula Ibérica, sécs. V - VI d.C.Bronze, madrepérola e pasta vítreaDimensões:altura (13,6 cm)comprimento (6,9 cm)largura (0,7 cm)Visigothic BuckleIberian Peninsula, 5th - 6th centuries ADBronze, nacre and glassDimensions:height (13,6 cm)length (6,9 cm)width (0,7 cm)

Inv. CE00567Fivela VisigóticaPenínsula Ibérica, sécs. V - VI d.C.Bronze e pasta vítreaDimensões:altura (13 cm)comprimento (6,8 cm)largura (0,7 cm)Visigothic BuckleIberian Peninsula,5th - 6th centuries ADBronze and glassDimensions:height (13 cm)length (6,8 cm)width (0,7 cm)

Inv. CE00548Fivela VisigóticaPenínsula Ibérica, sécs. V - VI d.C.Bronze, madrepérola e pasta vítreaDimensões:altura (10,1 cm)comprimento (5,1 cm)largura (0,7 cm)Visigothic BuckleIberian Peninsula, 5th - 6th centuries ADBronze, nacre and glassDimensions:height (10,1 cm)length (5,1 cm)width (0,7 cm)

Inv. CE00564Fivela VisigóticaPenínsula Ibérica, sécs. V - VI d.C.Bronze e pasta vítreaDimensões:altura (12,3 cm)comprimento (6,8 cm)largura (0,7 cm)Visigothic BuckleIberian Peninsula, 5th - 6th centuries ADBronze and glassDimensions:height (12,3 cm)length (6,8 cm)width (0,7 cm)

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��� museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes��0

Inv. CE00555Fivela VisigóticaPenínsula Ibérica, sécs. V - VI d.C.Bronze e pasta vítreaDimensões:altura (12,5 cm)comprimento (6,6 cm)largura (0,7 cm)Visigothic BuckleIberian Peninsula, 5th - 6th centuries ADBronze and glassDimensions:height (12,5 cm)length (6,6 cm)width (0,7 cm)

Inv. CE00553Fivela VisigóticaPenínsula Ibérica, sécs. V - VI d.C.Bronze e pasta vítreaDimensões:altura (12,2 cm)comprimento (6,4 cm)largura (1,1 cm)Visigothic BuckleIberian Peninsula, 5th - 6th centuries ADBronze and glassDimensions:height (12,2 cm)length (6,4 cm)width (1,1 cm)

Inv. CE00545Fivela VisigóticaPenínsula Ibérica, sécs. V - VI d.C.Bronze e pasta vítreaDimensões:altura (11 cm)comprimento (6,5 cm)largura (0,7 cm)Visigothic BuckleIberian Peninsula, 5th - 6th centuries ADBronze and glassDimensions:height (11 cm)length (6,5 cm)width (0,7 cm)

Inv. CE00565Fivela VisigóticaPenínsula Ibérica, sécs. V - VI d.C.Bronze e pasta vítreaDimensões:altura (13,6 cm)comprimento (7 cm)largura (1 cm)Visigothic BuckleIberian Peninsula, 5th - 6th centuries ADBronze and glassDimensions:height (13,6 cm)length (7 cm)width (1 cm)

Inv. CE00549Fivela VisigóticaPenínsula Ibérica, sécs. V - VI d.C.Bronze e pasta vítreaDimensões:altura (11,3 cm)comprimento (5,5 cm)largura (0,5 cm)Visigothic BuckleIberian Peninsula, 5th - 6th centuries ADBronze and glassDimensions:height (11,3 cm)length (5,5 cm)width (0,5 cm)

Inv. CE00546Fivela VisigóticaPenínsula Ibérica,sécs. V - VI d.C.Bronze e pasta vítreaDimensões:altura (12 cm)comprimento (6 cm)largura (0,7 cm)Visigothic BuckleIberian Peninsula,5th - 6th centuries ADBronze and glassDimensions:height (12 cm)length (6 cm)width (0,7 cm)

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��� museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes���

Inv. CE00552Fivela VisigóticaPenínsula Ibérica,sécs. V - VI d.C.Bronze e pasta vítreaDimensões:altura (12,4 cm)comprimento (6,6 cm)largura (1,1 cm)Visigothic BuckleIberian Peninsula,5th - 6th centuries ADBronze and glassDimensions:height (12,4 cm)length (6,6 cm)width (1,1 cm)

Inv. CE00542Fivela VisigóticaPenínsula Ibérica, sécs. V - VI d.C.Bronze e pasta vítreaDimensões:altura (12 cm)comprimento (6,5 cm)largura (0,7 cm)Visigothic BuckleIberian Peninsula, 5th - 6th centuries ADBronze and glassDimensions:height (12 cm)length (6,5 cm)width (0,7 cm)

Inv. CE00543Fivela VisigóticaPenínsula Ibérica, sécs. V - VI d.C.Bronze e pasta vítreaDimensões:altura (11,4 cm)comprimento (6 cm)largura (0,7 cm)Visigothic BuckleIberian Peninsula, 5th - 6th centuries ADBronze and glassDimensions:height (11,4 cm)length (6 cm)width (0,7 cm)

Inv. CE03659Fivela VisigóticaPenínsula Ibérica, sécs. V - VI d.C.Bronze e pasta vítreaDimensões:altura (6,4 cm)comprimento (11,5 cm)largura (1,4 cm)Visigothic BuckleIberian Peninsula, 5th - 6th centuries ADBronze and glassDimensions:height (6,4 cm)length (11,5 cm)width (1,4 cm)

Inv. CE03656Fivela VisigóticaPenínsula Ibérica, sécs. V - VI d.C.Bronze e pasta vítreaDimensões:altura (6,7 cm)comprimento (12 cm)largura (0,9 cm)Visigothic BuckleIberian Peninsula, 5th - 6th centuries ADBronze and glassDimensions:height (6,7 cm)length (12 cm)width (0,9 cm)

Inv. CE00556Fivela VisigóticaPenínsula Ibérica, sécs. V - VI d.C.Bronze e pasta vítreaDimensões:altura (5,6 cm)comprimento (8,4 cm)largura (0,7 cm)Visigothic BuckleIberian Peninsula, 5th - 6th centuries ADBronze and glassDimensions:height (5,6 cm)length (8,4 cm)width (0,7 cm)

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��� museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes��4

Nesta exposição pretende-se apresentar um conjunto de jóias presentes na Col. Estrada mas que, até agora, tem estado ausente nas anteriores antevisões: joalharia neoclássica. São seis as peças aqui apresentadas: duas chatelaines (CE04611e CE04615), ou seja, um fecho ornamental que se fixava na cintura ou bolsos para suspender o relógio, frequentemente acompanhado de pequenos objectos utilitários; dois relógios (CE04612e CE04616), um dos quais suspensona chatelaine; dois brincos (CE04614)e um colar (CE04613).

O período neoclássico tem lugarem finais do século xviii e iníciosdo século xix, verificando-se umrenovado interesse na arte clássica(o início das escavações em Pompeia,na Itália, e em Tróia, em Portugal,datam desta altura) por razões de vária ordem: política, cultural e estética.Em contraste com a joalharia anterior (barroca e rococó), assimétricae sobre-ornamentada, a neoclássicaé assumidamente simétrica e despojada, mais próxima, assim, de modelos clássicos. No entanto, este auto-proclamado renovar da arte clássica, se bem que apresentando algumas semelhanças, também apresentava várias diferenças.

Para melhor contrastá-las, apresentam-se também nesta exposição algumas peçasda Antiguidade. Assim, temos um disco etrusco, baseado em iconografia de origem grega, que representa Hércules a raptar Mlacuch (CE02447); duas aplicações com a cabeça de Cúpido (CE00589 e CE0262�), uma aplicação com uma cabeça de Júpiter (CE01461) e duas aplicações com cabeças femininas (CE00588 e CE01462), provavelmente deusas ou semi-deusas. Além disso estão presentes diversos pares de brincos (CE01391 e CE01392; CE01420 e CE01421; CE04688 e CE04689), um colar (CE01465) e dois anéis com gemas (CE02989 e CE02990).

Algumas diferenças são evidentes: novas peças de joalharia, inexistentes no mundo clássico, como as chatelaines e relógios. Outra diferença é o abundante usode decoração esmaltada na joalharia neoclássica, algo muito pouco usadona joalharia clássica. Finalmente, uma outra diferença relevante é o abundante uso de camafeus na joalharia neoclássica em diversos tipos de jóias (sendo de destacar aqui a influência do inglês Josiah Wedgwood); já na clássica o uso de camafeus reduzia-se aos anéis.

Gustavo Porto carrero

joalharia clássicae neoclássica da col. estrada:diferenças e semelhanças

Inv. CE02447DiscoEtrusco, séc. V a.C.OuroDimensões:altura (13,9 cm)comprimento (0,1 cm),DiscEtruscan, 5h century BCGoldDimensions:height (13,9 cm)length (0,1 cm)

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Inv. CE00588Aplique com cabeça femininaImpério RomanoOuroDimensões:altura (3,2 cm)comprimento (3,2 cm)largura (0,3 cm)Appliqué with female headRoman EmpireGoldDimensions:height (3,2 cm)length (3,2 cm)width (0,3 cm)

Inv. CE00589Aplique com cabeça de CúpidoImpério RomanoOuroDimensões:altura (3,7 cm)comprimento (3,5 cm)largura (0,7 cm)Appliqué with Cupid’s headRoman EmpireGoldDimensions:height (3,7 cm)length (3,5 cm)width (0,7 cm)

Inv. CE01461Aplique com cabeça de JúpiterImpério RomanoOuroDimensões:altura (3,7 cm)comprimento (3,5 cm)largura (0,7 cm)Appliqué with Jupiter’s headRoman EmpireGoldDimensions:height (3,7 cm)length (3,5 cm)width (0,7 cm)

Inv. CE01462Aplique com cabeçafemininaImpério RomanoOuroDimensões:altura (2,6 cm)comprimento (2,2 cm)largura (0,1 cm)Appliqué withfemale headRoman EmpireGoldDimensions:height (2,6 cm)length (2,2 cm)width (0,1 cm)

Inv. CE02621Aplique com cabeça de CúpidoImpério RomanoOuroDimensões:altura (3,6 cm)comprimento (3,7 cm)largura (0,1 cm)Appliqué with Cupid headRoman EmpireGoldDimensionsheight (3,6 cm)length (3,7 cm)width (0,1 cm)

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Inv. CE04613ColarEuropa(final século XVIII – início século XIX)Prata e camafeuDimensões:altura (22,8 cm)comprimento (0,5 cm)largura (11,3 cm)NecklaceEurope(late 18th century – beginning 19th century)Silver and cameoDimensions:height (22,8 cm)length (0,5 cm)width (11,3 cm)

Inv. CE04614BrincosEuropa(final século XVIII – início século XIX)Prata e camafeuDimensões:altura (4 cm)comprimento (0,5 cm)largura (2,1 cm)EarringsEurope(late 18th century – beginning 19th century)Silver and cameoDimensions:height (4 cm)length (0,5 cm)width (2,1 cm)

Inv. CE01391/92BrincosImpério RomanoOuroDimensões:altura (3,2 cm)comprimento (3,2 cm)largura (0,3 cm)EarringsRoman EmpireGoldDimensions:height (7,2 cm)length (2,3 cm)width (0,2 cm)

Inv. CE01420/21BrincosImpério RomanoOuroDimensões:altura (7,2 cm)comprimento (2,3 cm)largura (0,2 cm)EarringsRoman EmpireGoldDimensions:height (3,7 cm)length (3,5 cm)width (0,7 cm)

Inv. CE01465ColarImpério RomanoOuro e pedra duraDimensões:altura (39,5 cm)comprimento (2,3 cm) largura (0,9 cm)NecklaceRoman EmpireGold and hard stoneDimensions:height (39,5 cm)length (2,3 cm)width (0,9 cm)

Inv. CE04688/89BrincosImpério RomanoOuroDimensões:altura (4,2 cm)comprimento (1,7 cm)EarringsRoman EmpireGoldDimensions:height (4,2 cm)length (1,7 cm)

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��� museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes��0

Inv. CE04611ChatelaineEuropa(final século XVIII -- início século XIX)Ouro e esmalteDimensões:altura (11 cm)comprimento (1,8 cm)largura (5,5 cm)ChatelaineEurope(late 18th century -- beginning 19th century)Gold and enamelDimensions:height (11 cm)length (1,8 cm)width (5,5 cm)

Inv. CE04612RelógioEuropa(final século XVIII – início século XIX)Ouro, vidro e esmalteDimensões:altura (7,2 cm)comprimento (3 cm)largura (4,8 cm)ClockEurope(late 18th century – beginning 19th century)Gold, glass and enamelDimensions:height (7,2 cm)length (3 cm)width (4,8 cm)

Inv. CE04615ChatelaineEuropa(final século XVIII -- início século XIX)Ouro e esmalteDimensões:altura (12,5 cm)comprimento (0,7 cm)largura (5 cm)ChatelaineEurope(late 18th century -- beginning 19th century)Gold and enamel Dimensions:height (12,5 cm)length (0,7 cm)width (5 cm)

Inv. CE04616RelógioEuropa(final século XVIII – início século XIX)Ouro, vidro e esmalteDimensões:altura (5,8 cm)comprimento (1,6 cm)largura (4 cm)ClockEurope(late 18th century – beginning 19th century)Gold, glass and enamelDimensions:height (5,8 cm)length (1,6 cm)width (4 cm)

Inv. CE02989AnelImpério RomanoOuro e gema Dimensões:altura (2,1 cm)comprimento (2,1 cm)largura (1,8 cm)RingRoman EmpireGold and gemstoneDimensions:height (2,1 cm)length (2,1 cm)width (1,8 cm)

Inv. CE02990AnelImpério RomanoOuro e gema Dimensões:altura (2,6 cm)comprimento (2,7 cm)largura (1,2 cm)RingRoman EmpireGold and gemstoneDimensions:height (2,6 cm),length (2,7 cm)width (1,2 cm)

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A igreja de Nossa Senhora do Castelode Abrantes é, hoje, um edifício relativamente bem conservado, dos séculos XV e XVI, de nave única, com coro-alto e capela-mor, que integra um valioso património artístico aplicado, constituído por escultura monumental (portas, arcos, púlpito), excepcionais exemplares de tumulária dos séculos XV e XVI, vestígios de frescos quatrocentistas ou dos inícios de quinhentos e revestimentos azulejares, na capela-mor, de raras tipologias arcaicas («corda seca»). No altar-mor pode ver-se um exemplar quase único de moldura gótico-manuelina, em madeira, de um retábulo quinhentista, ainda in situ, subsistindo, exposta ao lado, uma das pinturas que o integrou, uma belíssima Adoração dos Magos que noutro local filiámos na oficina de Francisco Henriques, pintor luso-flamengo com actividade documentada entre ��09 e ���8. No nicho central da armação retabular encontra-se o orago da igreja, Santa Maria do Castelo, eventualmente uma imagem anterior reutilizada ou talvez mesmo coeva da armação retabular. Aproxima-se da obra atribuída ao escultor de Coimbra Diogo Pires-o-Velho, documentado de �47� a ���4.Esta estátua parece ser, iconografica e plasticamente, uma versão, em menor escala, da principal obra documentadado mestre, a Virgem com o Menino de Leça da Palmeira, encomendada porD. Afonso V em �478 e concluída em �48�.Com a colecção que foi recolhida na

igreja desde �9��, o Museu D. Lopo de Almeida, aí instalado, podia apresentar, entre outras peças de interesse, uma evolução da Escultura Portuguesa, do século XV ao século XVIII, com base em peças oriundas das igrejas da cidade. Estas colecções serão, como já foi dito nas exposições anteriores, integradas no MIAA, pelo que, para esta exposição, seleccionámos, um conjunto de estatuária e escultura retabular em pedra dos séculos XV e XVI, a que acrescentámos alguns exemplares barrocos em madeira, em alabastro e em terracota, tanto da colecção Estrada como das colecções municipais, que trataremos na secção seguinte.

As duas imagens quatrocentistasem pedra calcária que se expõem na nave são a Virgem do Leite, provenienteda igreja de S. Vicente, que apresenta considerável dimensão e excelente qualidade plástica, aproximando-se da obra atribuída ao escultor de Coimbra João Afonso, formado nos canteiros do Mosteiro da Batalha e autor de tumulária, retábulos e imaginária avulsa, nomeadamente de várias Virgenscom o Menino, activo nas décadas centrais de Quatrocentos (cerca de �4��a cerca de �470) e a notável Cabeça de Cristo, de proveniência desconhecida, porventura um fragmento de uma imagem de um Ecce Homo ou de um Senhor da Cana Verde, em que a intensidade da expressão dolorosaé traduzida com acentuada impassibilidade, que se pode atribuir à mesma oficina coimbrã, pelo tratamento plástico dos cabelos.No Museu Grão Vasco, em Viseu, existe um Cristo Ressuscitado, talvez anterior, que apresenta algumas afinidadescom esta escultura.

escultura sacra do góticoao barroco

Da época do Renascimento, destacamos a excepcional escultura em Pedra de Ançã representando S. Bartolomeu que terá pertencido, com outras esculturas subsistentes (um outro Apóstolo – talvez S. Pedro – e um Profeta ou Rei Mago), a um mesmo conjunto, eventualmente um Apostolado de um portal ou de um retábulo, e documenta, no seu rigor plástico, na pose «serpentinata» e na ousada anatomia de «esfolado», a plena assimilação do Renascimento pelas oficinas de Coimbra, resultanteda actividade de escultores francesesna cidade, nomeadamente Nicolau Chanterene, de ���8 a ���8.

Ainda no mesmo material e da mesma época seleccionámos um S. João Evangelista que deveria ter pertencidoa um mesmo conjunto com outros dois Evangelistas existentes na colecção.Ainda que as alegadas proveniências destas peças não sejam coincidentes,as suas características materiais e iconográficas parecem indicar que pertenceram ao mesmo conjunto,de que falta um quarto evangelista,S. Lucas, que faria par com o S. Marcos, constituindo o S. Mateus e o S. João o outro par, definindo possivelmente registos sobrepostos de um portal ou de um retábulo. A estátua seleccionada desta feita reflecte, sobretudo na caracterização individualizada e expressiva do rosto, a disseminação do gosto renascentista pelas oficinas de Coimbra que resultou da permanência nessa cidade do já citado escultor francês Nicolau Chanterene,de ���8 a ���8.

Biblio grafia

AA. VV.

Catálogos das Exposições de Antevisão

do MIAA, Abrantes, CMA, �009 e �0�0.

PEREIRA, José Fernandes Pereira

(co ord.) Dicionário de Escultura Portuguesa,

Lisboa, Caminho, �00�, (artigos sobre

escultores da Idade Média e do Renascimento

assinados por FABP).

BAPTISTA PEREIRA, Fernand o

António «O gosto artístico dos Almeidas»

in Actas do Colóquio comemorativo dos 500

Anos do Estado Português da Índia, Abrantes,

CMA, �009.

A exposição dedicada à escultura devocional da Idade Moderna termina com um sector, exposto na nave, juntoao púlpito, dedicado à imaginária em madeira, em alabastro e em terracota, pertencente tanto à colecção Estrada como às colecções municipais.Da primeira seleccionámos uma peçade pequeno formato, em alabastro, provavelmente espanhola, do final do século XVII, representando uma figura feminina que deverá representar umadas Santas Mulheres no Calvário, provavelmente Maria Madalena.Talvez da mesma época, mas de origem portuguesa e em madeira policromada,é a representação cenografada do Calvário, com Maria e S. João sobre uma base de sugestão rochosa. Já do século XVIII e de origem indo-portuguesa, em madeira policromada com mãos e rosto em marfim, é uma imagem da Imaculada Conceição. Completam a selecção oriunda da Colecção Estrada duas imagens portuguesas setecentistas de cunho algo popular, uma representanto Santo António e o Meninoe outra uma Santa Ana ensinando a Virgem a ler,em que a matriarca está sentadanum aparatoso cadeirão D. José.

Dentre as peças provenientes das colecções municipais avulta o grupode imagens em terracota policromada, dos séculos XVII e XVIII, pela sua relativa raridade, com destaque parauma Virgem do Leite e para uma possível Nossa Senhora do Carmo. No grupo das imagens em madeira, destacam-se uma excepcional Virgem com o Menino do século XVIII, estofada, dourada e policromada, recentemente restaurada,e duas representações seiscentistasdo tema da Imaculada Conceição,uma delas acéfala e sem policromia,o que faz pensar em imagem que terá sofrido ataques em época iconoclastaou de perseguição religiosa.

Fernando António Baptista Pereira

Inv. CE03783Calvário, com Jesus, Maria e JoãoPortugal, final do século XVIIMadeiraDimensões:altura (58 cm)comprimento (56 cm)Calvary, with Jesus, Mary and JohnPortugal, late 17th centuryWoodDimensions:height (58 cm)length (56 cm)

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Inv. CE02422Maria MadalenaEspanha, final do século XVIIAlabastroDimensões:altura (25 cm)comprimento (10,2 cm)Mary MagdaleneSpain, late 17th centuryAlabasterDimensions:height (25 cm)length (10,2 cm)

Imaculada ConceiçãoPortugal, século XVIIMadeiraDimensões:comprimento (92 cm)largura (42 cm)Immaculated ConceptionPortugal, 17th centuryWoodDimensions:height (92 cm)length (42 cm)

Inv. CE03756Imaculada ConceiçãoIndo-Portuguesa, século XVIIIMadeira e marfimDimensões:altura (43,4 cm)comprimento (18 cm)Immaculated ConceptionIndo-Portuguese, 18th centuryWood and ivoryDimensions:height (43,4 cm)length (18 cm)

Inv. CE04073Santo António e o MeninoPortugal, século XVIIIMadeiraDimensões:altura (85 cm)comprimento (26,5 cm)Saint Anthony with the ChildPortugal, 18th centuryWoodDimensions:height (85 cm)length (26,5 cm)

Inv. CE03784Santa Ana ensinandoa Virgem a lerPortugal, século XVIIIMadeiraDimensões:altura (38,5 cm)comprimento (19 cm)Saint Ann teachingthe Virgin to readPortugal, 18th centuryWoodDimensions:height (38,5 cm)length (19 cm)

Virgem do Leite Portugal, século XVIITerracotaDimensões:comprimento (55 cm)largura (30 cm)Virgin of MilkPortugal, 17th centuryTerracotaDimensions:height (55 cm)length (30 cm)

Nossa Senhora do CarmoPortugal, século XVIIITerracotaDimensões:comprimento (51,5 cm)largura (22 cm)Virgin of MilkPortugal, 18th centuryTerracotaDimensions:height (51,5 cm)length (22 cm)

Virgem com o MeninoPortugal, século XVIIIMadeiraDimensões:comprimento (126,5 cm)largura (47 cm)Virgin with ChildPortugal, 18th centuryWoodDimensions:height (126,5 cm)length (47 cm)

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Da multímoda e inevitavelmente desigual colecção de Pintura do Sr. João Estrada, ainda em estudo, decidimos trazer a esta Antevisão � do MIAAduas interessantes peças do Naturalismo Português, uma Natureza-Morta de José Malhoa (�8��-�9��) e uma bandeira de porta pintada com uma composição mitológica (Cupido) por António Ramalho (�8�8-�9��), que, à sua maneira, acompanham um dos fios condutores da exposição – as representações da Natureza e da Figura Humana – e constituem uma bela introdução às transformações operadas nesse paradigma de representaçãopela pintura de Maria Lucília Moita,que se apresenta na sequência.

Ambas as pinturas constituem,de algum modo, casos senão excepcionais pelo menos raros nas obras desses mestres, embora claramente expectáveis, atendendo à pratica de atelier e ao gosto da época, sobretudo das clientelas.Os dois pintores foram retratados pelo seu companheiro de geração Columbano Bordalo Pinheiro no famoso quadro«O Grupo do Leão», em que se encontram sentados, com outros artistas e intelectuais, a uma mesa da cervejaria Leão d’Ouro, ao Rossio, em Lisboa, tendo ao centro a figura tutelar de Silva Porto e, em pé, ao canto, a figura do autor.

José Malhoa tornar-se-ia umdos pintores mais apreciados dos finaisde oitocentos e primeiras décadas de novecentos, graças a inúmeras telas em que procurou retratar, de forma realista, situações e atitudes do povo português,o que lhe valeria o epíteto, algo exagerado, de pintor da portugalidadeou, mais apropriadamente, de «historiador da vida rústica de Portugal» (Diogo de Macedo). Com efeito, quadros como «A Severa» (em honra do qual foi composto um fado que o descreve, à maneira de uma ekphrasis, como «o mais português dos quadros a óleo»),o «Festejando o S. Martinho» ou«As Promessas» surpreendem, de forma magistral, situações da cultura das classes populares de então que facilmente se

tornariam clichés de uma certa visãodas manifestações culturais indiossincráticas do Povo Português. Apesar de muitos autores o considerarem alheado da evolução da pintura moderna, uma leitura mais recente mostra-o atento ao ambiente internacional ao longoda sua vida.

Malhoa cultivou com igual brilhantismo técnico e compositivo a Paisagem,o Retrato, a Pintura de História,as Cenas de Género, a Pintura Decorativa e, ocasionalmente, a Natureza-Morta,de que o quadro que se apresenta, assinado, é excelente exemplo, no inusitado recorte compositivo, a lembrar um «close up» fotográfico, e no inacabado do tratamento plásticonão apenas dos caules das flores mas sobretudo do fundo, deixando a imagem pairar como se fosse uma visão «macro» de um fragmento da Natureza.A pintura de António Ramalho revelou

cedo uma particular atenção à síntese plástica e à sobreposição de tons próximos que foram reveladas de forma pioneira por Édouard Manet, como acontece no belíssimo «Senhora de preto» (�884) da Casa-Museu Anastácio Gonçalves, assim como aos ambientes rurais e marítimos ou às cenas do quotidiano burguês e popular, tratados quase sempre de modo realista. Cultivou o retrato e realizou também importante obra de Pintura Decorativa na Figueira da Foz, em Évora e no Porto, géneroem que se insere a presente composição

da colecção Estrada, assinada, num formato que revela a sua função de bandeira de porta de um salão burguês, onde se representa, nos tons suaves do fim-de-século que evocam a arte nova, um Cupido agarrando o seu arco e flechas num ambiente paradisíaco dominado por conjuntos florais.

Fernando António Baptista Pereira

duas pinturasdo naturalismo português

Inv. CE04128A. Ramalho

Inv. CE04750José malhoa

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��9 museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes��8

Como já foi afirmado nos Catálogos anteriores, no futuro MIAA, a secção dedicada à Arte Contemporânea contemplará principalmente duasgalerias dedicadas às colecções legadasao Município de Abrantes pela Pintora Maria Lucília Moita e pelo EscultorJoão Charters de Almeida. Na exposição Antevisão 1, apresentou-se, no coro-alto da igreja de Nossa Senhora do Castelo, uma curta selecção de obras dos dois artistas. Na mesma ocasião, foi inaugurada a impressionante Cidade Imaginária Mar de Abrantes concebida por Chartes de Almeida na beira-Tejo, que, doravante, marcará a silhueta da cidade vista do rio.

Na Antevisão 2, e no mesmo localda igreja do Castelo, privilegiou-sea pintura mais recente de Maria Lucília Moita, já realizada no século XXI e então ainda inédita, relacionando-a com segmentos do seu percurso anterior, sobretudo com a fase mais abstracta,dita «orgânica», dos anos setenta.

Nesta Antevisão 3, escolhemos,para o mesmo local, outras importantes fases da obra de Maria Lucília Moita,a da chamada «reacção» à formação naturalista inicial da autora, de acentuada geometrização, e as imediatamente seguintes, em que a sua pintura enveredou pela experimentaçãoe tendeu para um certo grau de abstracção, períodos que se documentam através da paisagem e, sobretudo, do retrato que, a seu modo, respondem aos fios condutores temáticos centrados na representação da figura humana e da Natureza que esta exposição e o futuro MIAA valorizam de sobremaneira.

Ao longo da sua formação, realizada durante os já longínquos anos quarenta do século XX, Maria Lucília Moita absorveu as referências naturalistas,que impunham um certo primadoda visão exterior, quer dos grandes mestres que se habituara a admirar nas paredes da casa do seu primo,o médico e fino coleccionador Anastácio Gonçalves, cuja Casa é hoje Museu, quer

dos discípulos deles com que organizaraa sua aprendizagem. Todavia, logo no seu percurso inicial, a emergência de uma visão interiorizada do mundo visível dava os primeiros passos, pautando-se por uma busca da síntese espacial que se resolvia em grandes planos de cor-luz. Mas, manifestamente, tais realizações não satisfizeram a jovem artista e Maria Lucília Moita, depois de aprenderos rudimentos do fazer pictóricoe de se adestrar na representação naturalista da paisagem, vivendotambém ela um século de incessante experimentação de processualidades, sentiu a necessidade de percorrer novos caminhos, que, por vezes, passarampelo abandono temporário da pintura, em favor da poesia. Mas mesmo esse abandono se revelaria profícuo numa futura redescoberta da dimensão poética da pintura, tão cara à tradição orientale a certos procedimentos ocidentais, topos que viria a informar a sua obraa partir da década de oitenta.

A reacção à herança naturalistada sua formação culminou na exposição realizada em �9�0 na Galeria do Diário de Notícias. Nela apresentou uma sériede óleos marcados por uma acentuada geometrização da forma (que definiu como uma «procura de estrutura,de síntese») reforçada por pinceladas incisivas dadas paralelamente e por opções cromáticas de tons puros e mais lisos (como nas Casas de Trás-os Montes e no Retrato de Homem I, ambos de �9�9). Entre as pinturas apresentadasem �9�0 destacamos o Retrato de Rapariga, de �9�9, no seu contrasteentre a mancha vermelha da camisolae o rectângulo de luz na janela do fundo, ou a belíssima Árvore despojada,do mesmo ano, paisagem decantadaem que os troncos retorcidos se tornam personagens, pinturas que, com as anteriormente mencionadas, mostram bem os caminhos de renovaçãoque Maria Lucília tentava percorrer. Contudo, ninguém pareceu entenderessa busca de uma via própria: os antigos «compagnons de route» sentiram a deserção do campo naturalista, enquanto

pintura de maria lucília moita

os radicalismos modernistas não reconheceram a aproximação. A própria acabou por achar que entrara numa «fase de dureza» em que não se reconhecia.

A segunda fase experimentalista quese seguiu, no imediato regresso à pintura, a partir de �9��, conduziu a pintora à exploração do quadro como superfície, no trabalho sobre as texturas, exaltandoo matérico da própria execução pictural. Ficou célebre o seu quadro O Portão Azul, de �9��, feito à espátula e usando massa de vidraceiro com anilinas,que associa largos planos de cor à vibratilidade da superfície agitadamente texturada. Na mesma linha, embora não utilizando os mesmos materiais, mas sim o óleo, encontramos as Casas em amarelo, de �9�4, ainda à espátula, ou, já de �970, combinando a espátula com o pincel duro, a Azenha de Alferrarede, e Pedras e Água, esta anunciando uma visão cada vez mais analítica e quase microscópica da paisagem que irá desembocar na fase seguinte, habitualmente designadapor «orgânica».

A mudança de processo para a pinturaà espátula, usada preferencialmentenos muros e nas pedras, combinada depois com o pincel quase gasto e duro («como que escrevendo»...) na definição dos troncos (e dos rostos, no retrato),não só introduzira a ruptura definitiva com todo o legado anterior, como abriao vasto campo do espaço pictural à invenção processual. Todavia, em vezde se precipitar em perplexidades puramente formalistas, Maria Lucília Moita foi, assim, contribuindo paraa lenta gestação de uma visão cada vez mais interiorizada não apenas do mundo e dos seres como do próprio fazer. O definitivo abandono da espátulae o regresso ao pincel operaram um efeito de síntese entre a experiênciade geometrização da fase de revolta contra a pintura «aprendida» e a exploração matérica da escrita pictural que acabava de conquistar: em vários quadros dos inícios da década de setenta surge uma pintura vigorosa de pinceladas largas, verticais ou horizontais,

que prolonga e aprofunda uma visão cada vez mais analítica e quase microscópica da paisagem que vinha de trás e antecede a fase de desintegração figural que emergiria a partir de �974 e representao momento de maior aproximação à abstracção no itinerário da pintora.

Se em Casas espectrais, de �97�, cujo título tem origem no verso de uma poesia publicada no ano anterior («casas espectrais em cal / desapossada / tempos temporais»), na Natureza Morta em vermelho, de �97�, ou no magnífico Tronco derrubado, nas Formas vegetaise nos Troncos em fundo amarelo, todos do mesmo ano, a referência é, ainda, inteiramente perceptivel, embora em acentuada diluição, em Reflexos e em Dissolução em vermelho, ambos também de �97�, o caminho para a abstracção parece querer instalar-se.

No termo de uma lenta reaprendizagem dos valores expressivos da própria matéria pictural, que se verifica nos inícios da década de setenta, a experiência de regresso ao pincel fê-la, como acabamos de ver, desembocarnum tratamento cada vez mais abstractizante da forma pictural.

O passo final conscientemente dado nesse sentido ocorreria ao longo do ano de �974, que assistiu ao �� de Abril.A mulher culta e sensível que é Maria Lucília Moita, profundamente atentaaos outros, como se prova no seu livroA segurar o tempo, publicado um mês antes daquela data histórica, não poderia ficar alheia ao momento de libertação generalizada e de esperança colectiva vividas pela sociedade portuguesa. Julgamos que o belíssimo quadro Nuvem vermelha, precisamente de �974, alude, nessa nova linguagem abstracta recém-conquistada, à experiência de construção, por vezes dolorosamente vivida na incerteza do futuro, da Liberdadepor todos tão festejada.

Em sucessivas composições que se estenderam por um pouco mais de dois anos e definem uma abordagem que

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o saudoso Lima de Freitas viria a baptizar de «orgânica», devido às sugestões de «órgãos» e de «tecidos celulares» que se desprendem dos motivos, resultantes,na realidade, de uma visão cada vezmais próxima, de tipo microscópico,do próprio real, que, assim, se «desmaterializa», a pintora explorao “vazio” aparente da tela enquanto espaço de “achamento” da própria forma, que se torna assim fragmentária, imprecisa, fugidia, porque viva e quase incapturável pela cristalização do gesto pictórico, des-figurando ou mesmo pretendendo abolir a própria referência.

Contudo, quer nesses anos,quer mesmo posteriormente, nunca Maria Lucília Moita seria consideradaou se consideraria a si própria uma pintora verdadeira ou exclusivamente abstracta, tendo, por sinal, participado tanto na exposição Abstracção Hoje como na que se intitulou FiguraçãoHoje, ambas organizadas na Sociedade Nacional de Belas Artes, a primeiraem �97� e a segunda uns meses antes,em finais de 74.

Por outro lado, em diversos textos poéticos que escrevera e reunira, em �97�, na colectânea Apertado mundode dentro, essa desmaterializaçãoda referência ou a própria fragmentação do gesto, fazendo emergir o suporte,fora já anunciada, encontrando o seu equivalente ao nível da poesia numacerta desintegração da frase pela exploração expressiva do símbolo mínimo que é cada palavra-conceito,o que levou certos críticos a falarem numa aproximação (que não era senão intuitiva) ao «concretismo» minimalistae conceptual que impregnava a melhor poesia portuguesa de então.

Ao fim de algo mais de dois anosde deriva abstractizante e tendo sentido uma certa saturação, Maria Lucília Moita, sempre insatisfeita com o adquirido, reencontrou, no início da década de oitenta, a sua identidade a dois níveis,na estabilização da sua própria «escrita pictural», depois de sucessivas experimentações, voltando a ocupartodo o espaço plástico do suporte,e no «regresso» aos seus «temas»de sempre, em perfeita sintonia como intenso lirismo que a Natureza sempre despertou na sua apurada sensibilidade. Com efeito, ao sair do momento abstracto «orgânico», Maria Lucília regressou a um novo tipo de paisagismo, cada vez mais interior, apenas tornado possível por essa incontornável experiência de ascese formal que definira o seu percurso imediatamente anterior.

São poucos os pintores ocidentais quese têm mostrado sensíveis à interioridade poética da tradição do paisagismo oriental, toda ela procura da perfeição, não do que vemos ou queremos objectivamente representar da paisagem exterior, mas do efeito que esta produzno que será a paisagem interior da alma. Os estudiosos da arte do Extremo Oriente já por várias vezes sublinharam que o modo chinês de pintar a paisagemé equivalente ao acto de retratarum sentimento de elevação.

Procurámos demonstrar que a pintura «de dentro» que Maria Lucília Moita sempre realizou mas principalmente aquela que nos últimos vinte e poucos anos vem apresentando responde,de um modo faseado e na típica inquietude do seu modo de «estar no mundo», a esse grandioso desiderato comum ao Oriente e ao Ocidente: pintar a inesgotável riqueza da paisagem interior.

A reinvenção da paisagem na últimafase da obra de Maria Lucília Moitafoi acompanhada de uma renovaçãodo retrato, que a pintora sempre considerou como uma forma de cartografar rostos e sentimentos,do mesmo modo que as suas paisagens são retratos de sentimentos perantea Natureza e o Mundo. Em ambos os casos, Maria Lucília reinscreve, num discurso actual e ocidental, a visão poética da pintura oriental. Retrato e paisagem tornam-se, assim,

as duas faces mais visíveis de um modo pictórico que enlaça a sabedoria inerente às suas processualidades com os afectos e as emoções que funcionam como detonadores das próprias escolhas processuais, visando a expressãode um sentimento poético e místicosobre o Mundo.

Através das múltiplas paisagense dos muitos retratos que desenhaou pinta, como os que seleccionámos para esta Antevisão 3, Maria Lucília Moita coloca-nos perante uma paisagem interior que é feita da sua comunhão multifacetada com o Mundo, um mundo que a pintora insiste em querer vere ler como um poema.

2003-2011

Fernando António Baptista Pereira

O portão azul(1962)32X46

Do Outono196960X46

Do Inverno (Alentejo) 196960X46

A Pulquéria (�)197460X46

A Pulquéria (�)197764X70

Retrato199330X40

Rosto Máscara200330X40

Rosto de Rapariga195950X50

O Homem que vê de dentro

Rosto de Homem195945X35

Rosto de Homem196430X35 Rosto de Velho195030X22

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O longo percurso escultóricode Charters de Almeida que, numacurta Antologia, se mostra, quaseem simultâneo com esta Antevisão 3,na Galeria Municipal de Abrantes, a partir da generosa doação de dezenasde peças feita pelo autor à Cidadede Abrantes, para exposição no futuro Museu Ibérico de Arqueologia e Arte, apresenta diferentes tempos e formulações, assim como distintos materiais, através dos quais se foi desenhando um diálogo criativo profundamente original entre a inteligência e a emoção do fazer e do acto de projectar face às inquietações suscitadas pela incessante mudança das circunstâncias do ser e do estar na nossa época.

É interessante começar por lembrarque, no início da sua formaçãoartística, Charters de Almeida queriaser arquitecto e chegou mesmo a inscrever-se, em meados dos anos �0,no respectivo curso na Escola Superiorde Belas Artes do Porto, ao tempo dirigida pelo Prof. Arquitecto Carlos Ramos com uma extraordinária visão de abertura e experimentação, que marcaria todas as gerações aí formadas. Todavia, em parte por influência do Prof. Escultor Barata Feyo, figura incontornável na renovação da escultura pública em Portugal, nas décadas de �0 e �0, acabaria por se transferir para o Curso Superiorde Escultura, que terminaria em �9��, com uma tese classificada com vinte valores.

Seleccionámos para esta Antevisão 3três peças da primeira fase da obrade João Charters de Almeida, a que se convencionou chamar «dos bronzes»,em virtude da predominância dessa matéria como material definitivo, exactamente porque um dos fios condutores da presente mostra é a riqueza e diversidade de objectos realizados nessa liga metálica ao longo dos séculos. É importante assinalar que, desde o final dos anos setenta, os «bronzes» de Charters de Almeida não eram expostos em conjunto, pelo que a

Antologia na Galeria Municipalde Abrantes e esta Antevisão 3se revestem de particular significadona revisitação dessa fase inicial da sua obra, em que o escultor estava interessado na fluidez das formas e dos contornos,a que não era estranho um certo organicismo prevalecente durantea sua formação, que ecoaria na sua obra ainda durante muito tempo.

Ao longo dos anos sessenta e setenta,em que o seu trabalho foi extremamente apreciado por uma emergente clientela privada, o autor procurava uma certa dissolução do motivo, não ainda pelo recurso à abstracção geométrica ou à depuração formal, que viriam mais tarde na sua carreira, mas mediante uma muito própria vibratilidade das superfícies aliada a uma acentuada deformação/redefinição figurativas que se não esgotavam num formalismo esteticistaou numa mera projecção gestual antes traduziam uma vasta gama de temase problemas em soluções compositivase formais ousadas que se singularizaram no panorama da escultura portuguesade então.

A escolha dos «bronzes» de Chartersde Almeida, entre um conjunto de cerca de treze doados, recaiu sobre A Navedas Almas, de �970, e sobre as Memórias e A Grande Viagem, ambas de �980, que, pela sua temática de clara evocação existencial, estabelecem um profícuo diálogo com o espaço devocional e funerário da capela-mor da igreja de Santa Maria do Castelo e em particular com os dois túmulos quatrocentistas dos Almeidas, longínquos antepassados do escultor.

Fernando António Baptista Pereira

três bronzes de chartersde almeida

A Grande Viagem1968

BronzeAltura. 72 cm

Doação de Charters de Almeidaà CMA, em 2011

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Nave das Almas1968

BronzeAltura. 20 cm

Doação de Charters de Almeidaà CMA, em 2011

As Memórias1970BronzeAltura. 77 cmDoação de Charters de Almeidaà CMA, em 2011

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objectos, economiae sociedade nas origens da urbanização no sudoeste peninsular

A região

Podem-se identificar três grandes unidades geomorfológicas no Sudoeste da Península Ibérica: a leste, onde se situa a maior parte do território, prevalece o chamado maciço antigo, composto por xistos, granitos, gneiss e quartzitos, fornecendo importantes minérios (nomeadamente cobre, estanho e chumbo, mas também ouro); este complexo é separado do Atlântico pelas formações calcárias que emergiram na Era Secundária, em particular o maciço calcário Estremenho a Oeste e as formações montanhosas do Algarve a sul; no Terciário e Quaternário, o sistema hidrológico iniciou o processo de formação dos vales da região. O Rio Tejo é o maior do Sudoeste da Península Ibérica. Na composição da parte ocidental do território, a primeira divisão morfológica a ter em conta situa-se entre o território a norte do Rio Tejo (mais montanhoso, húmido e actualmente com solos férteis) e outro a sul desse rio (plano, seco, mais “mediterrânico”), que se prolonga pelas planícies das bacias do Guadiana e Guadalquivir. Outro contraste importante é aquele entre a região costeira (com um clima mais temperado) e a que lhe fica imediatamente a seguir, para o interior (onde uma cordilheira de montanhas de diferentes idades minimiza a influência moderadora do Atlântico no clima, permitindo um regime de clima continental). Uma terceira divisão é a grande micro-variabilidade dentro do território com a formação de várias sub-regiões ecológicas, por vezes extremamente pequenas, uma característica que é relevante para a ocupação humana, dado que, por um lado, aumenta a variabilidade de recursos num espaço reduzido, e por outro, favorece o isolamento de grupos humanos e o desenvolvimento de características culturais próprias. Uma economia mista baseada, primeiro, na pastorícia e, mais tarde, na agricultura, começou estruturar-se no 6º milénio a.C., consolidando-se no 4º milénio a.C. com uma rede de povoados agrícolas, partilhando uma paisagem estruturada por monumentos megalíticos e ligada por viajantes que asseguravam contactos de longa distância para trocas de alguns recursos e bens de prestígio (rochas verdes, sílex, placas de xisto, contas, arte móvel e, mais tarde, também o cobre). Ao longo de todo o 3º milénio a.C., esta rede de agricultores dá lugar a uma rede metalúrgica, principalmente no Alentejo, Huelva e Algarve Oriental, com povoados fortificados cada vez mais complexos (castros), uma dinâmica que parece entrar em colapso depois da “rede campaniforme”, no início do 2º milénio a.C., na transição para a Idade do Bronze. Parece paradoxal que tal complexo desenvolvimento, que sugere um aumento não só da riqueza mas também da guerra, não tenha originado, à semelhança do que aconteceu na Europa Central, um primeiro período de “sociedades

guerreiras”. Tal tem sido interpretado como um sinal de “fissão social”, isto é, como uma decisão das sociedades de se segmentarem, evitando o aumento da complexidade administrativa e social que poderia gerar hierarquização social. Apesar disso, pelo início do 2º milénio a.C. começam a surgir sinais de hierarquização social, sobretudo enterramentos individuais e, com eles, status individual, sugerindo que não era tanto o processo social que poderia ser comprometido pela fissão social, mas, ao invés, o processo de urbanização (um requerimento para um posterior desenvolvimento na direcção dos proto-estados). Esta possibilidade é, talvez, mais lógica, uma vez que não há sinais que a troca de matérias-primas tenha sido interrompida, mantendo-se o SO da Península Ibérica uma parte, ainda que marginal, das distantes redes da Europa e do Mediterrâneo. Acompanhando a decadência da superstrutura dominante no 4º e 3º milénio a.C. (incluindo a arquitectura e itens portáteis), a rede básica de agricultores, pastores e metalúrgicos parece ter continuidade, e com eles provavelmente o corpus de memórias (mitos, mas também as memórias do território e dos seus recursos, nomeadamente líticos e metálicos que já eram explorados no Calcolítico) e o conhecimento técnico que era transmitido por via oral e prática. É esta rede que domina no 2ºmilénio a.C., sem grandes alterações, até á Idade do Bronze Final.

O Sudoeste em transição: os principais indicadores arqueológicos

Os principais indicadores arqueológicos para a periodização (cronologia relativa), caracterização e interpretação do Bronze Final do Sudoeste são a cerâmica, os metais e as estelas. Para os dois rimeiros, é de particular importância uma abordagem tipológica juntamente com uma abordagem tecnológica, tendo em conta a importância cultural da tradição artesanal, a qual resulta quer de inovações quer da herança do “saber fazer” (Mannoni, Giannichedda 1996). Um exemplo na utilização dos dados tecnológicos para complementar os tipológicos, são os estudos de J.C. Senna Martinez sobre a metalurgia do bronze no Centro de Portugal (Senna Martinez, Pedro 2000; Figueredo, Araujo, Silva, Fernees, Senna-Martinez & Vaz 2006; Senna Martinez 2007; Figueredo, Silva, Araujo, Senna Martinez 2010).A cronologia da Idade do Bronze do SO da Península Ibérica

permanece incerta, com divergências entre os investigadores que, em todo caso, têm tendência para reconhecer maiores descontinuidades nos séculos XI a.C. (os mais antigos contactos pré-coloniais Cipriotas

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sociedade estratificada (em continuidade com o período anterior, com enterramentos individuais). O Bronze Final, com contactos com o Bronze Atlântico II (espadas pistiliformes, associadas às mais antigas estelas) que sugerem a emergência de sociedades guerreiras, parece ter tido inicio no século XII a.C. No sul de Portugal, enterramentos em cistas individuais têm início na viragem do 2º milénio a.C. (embora os monumentos megalíticos continuem a ser utilizados no norte e centro alentejano) e até ao século XVII a.C. parece já existir uma especialização regional com uma economia baseada na metalurgia e na pastorícia em áreas como Ourique, enquanto que a agricultura permanece predominante em Beja (embora haja poucas evidências de povoados, para além das necrópoles). Uma segunda fase, até ao século XII a.C., mantém as cistas funerárias, mas também inclui estelas com incisões de guerreiros e a progressiva introdução de cerâmica de ornatos brunidos e vários indicadores de relações de longa distância entre o Mediterrâneo e o Bronze Atlântico Final (espadas pistiliformes, machados de talão). É nesta fase que os cabeços dos montes são reocupados (depois do Calcolítico) e fortificados (e.g. Mangacha, Giraldo, Coroa do Frade ou S. Brás I). Ocorrem variações neste contexto: por exemplo, embora todos os enterramentos sejam individuais (em decúbito lateral e posição contraída), alguns são em túmulos cercados por muros (e.g. Atalaia) enquanto outros não o são (e.g. Vinha do Casão, Casas Velhas); também, uma evolução das estelas (baseada no armamento representado – Gomes 1995) pode ser notada; estelas decoradas com representações de espadas de influência do Mediterrâneo oriental e cerâmica com decoração geométrica, como também povoados fortificados (como Castro Marim) aparecem pela primeira vez no Algarve. Pequenos povoados associados a uma metalurgia do cobre em pequena escala sugerem uma sociedade baseada em famílias extensas, sendo que alguns autores (e.g. Garcia Sanjuan 1999) interpretam estes vestígios como sinal de uma sociedade tribal baseada em redes de parentesco, enquanto outros (e.g. J. Soares e C.T. Silva 2006) interpretam-nos como evidência de chefados (baseados na riqueza dos depósitos, nas estelas e na complexidade de alguns túmulos). Tendo em conta estes vestígios, e seguindo as mais actualizadas

cronologias de Torres Ortiz (2008), reconhece-se, na transição do século XI a.C., uma primeira fase de interacções de longa distância, nomeadamente com o mundo Atlântico, caracterizada pela presença de espadas do tipo Huelva, pontas de lança, contos de lança, punhais, fíbulas, passadores de arreios e até fragmentos de um capacete de crista atlântico (Ruiz-Galvez 1995), mas também cerâmica de ornatos brunidos e ocasionalmente facas de ferro. O acervo de Huelva incluía exemplares de ligações de longa distância; uma espada do tipo Huelva foi encontrado no acervo de Santa Marinella (Itália), datado da segunda metade do século X a.C. (Giardino 1995); uma fíbula do tipo de Huelva foi encontrada em Chipre (necrópole de Amathus, com uma cronologia similar - Torres Ortiz 2008). Da mesma fase, seriam os enterramentos de Roça do Casal do Meio (com uma fíbula ad occhio de origem siciliana) e a camada 3 do Monte do Frade com cerâmica de ornatos brunidos e uma faca de ferro (Vilaça 1995).De acordo com Torres Ortiz (2008), um estádio da Idade do

Bronze Final seria reconhecido em sítios como Nossa Senhora da Guia em Baiões, datado entre 950 e 825 a.C.), onde a cerâmica mantêm semelhanças com a do Sudoeste, mas os objectos de bronze

apresentam uma relação estreita com o acervo de Vénat. A maioria dos sítios característicos desta fase está localizada na parte mais ocidental da Península Ibérica, particularmente no Centro e Norte de Portugal (S. Julião, Baiões, Moreirinha, Quinta do Marcelo), sendo que a este período corresponderiam ainda os primeiros contactos fenícios na costa, confirmado pela ocorrência de cerâmica grega Geométrica, nurágica e da península italiana em Huelva (González de Canales, Serrano & Llompart 2004) e por vários objectos fenícios em Peña Negra (Alicante), incluindo facas de ferro, prata e contas de vidro. A Idade do Ferro Plena teve início depois de 825 a.C., com os

primeiros povoados fenícios (na sequência da fundação de Cartago, ligeiramente mais antiga), como Morro de Mezquitilla e Cerro de la Mora, ambos no sul da Península Ibérica, e, possivelmente, Cádis. Os Fenícios terão chegado ao Atlântico no final do século VIII-início do século VII a.C. (Alcáçova de Santarém – Arruda 2002, 2005).

O Sudoeste em transição: estruturas sociais e ligações de longa distância

A dimensão deste cenário, que sugere uma complexidade decrescente a oeste do Guadalquivir, levou Torres Ortiz a concluir que não se encontram sociedades estratificadas para além desse vale, embora os contactos com o Mediterrâneo e Atlântico precedam o horizonte de cerâmica de ornatos brunidos (embora esses contactos sejam esporádicos e maioritariamente com as ilhas do Mediterrâneo Central – Sardenha e Sicília), intensificando-se esses contactos depois de 1050 a.C. (quando a Península Ibérica se torna um importante intermediário entre ambas as áreas). É neste contexto que tem de ser discutido o problema de Tartessos.

Presume-se que a localização de Tartessos seja no Guadalquivir (Schulten 1941, 1950) e também em Huelva (Luzon 1962, Blasquez 1975). A localização específica perto de Huelva tem sido sugerida por Blazquez tendo em conta a localização no Vale do Rio Tinto de dois terços de toda a escória de metal encontrado do SO Ibérico, juntamente com um número incontável de fragmentos de metal que, possivelmente, foram transportados pelo Gualdalquivir para serem refundidos e depois exportados – a riqueza de Tartessos resulta desta função. Os seus principais indicadores culturais são os vasos pintados do Carambolo e a cerâmica de ornatos brunidos. A cerâmica de ornatos brunidos parece ter tido uma grande

longevidade, com uma origem antiga (datada da Idade do Bronze Final, com os tipos Alpiarça e Baiões no Centro de Portugal, e persistindo até ao século VI a.C.), mantendo assim um forte carácter indígena (que possivelmente está ligado a Tartessos), associada com um significado regional baseado nas variações regionais dentro do tipo B (sub-tipo B1 na Estremadura portuguesa com achados esporádicos no Baixo Alentejo e Algarve, ou B2 no Sudoeste espanhol – M. Maia 2003), embora não possa funcionar como indicador cronológico de detalhe precisamente por essa razão. Frequentemente, juntamente com elementos plásticos alongados (mamilos e linguetas), constitui o melhor indicador para os contextos do Bronze Final/ Tartessos (Soares 2005). As suas origens remontam pelo menos ao século XI a.C., associado às espadas em “língua de carpa” do

e Fenícios), IX a.C. (intensificação dos contactos com o Mediterrâneo e primeiras colónias fenícias) e VI a.C (integração definitiva nos circuitos comerciais mediterrânicos). De acordo com alguns autores (e.g. M.V.Gomes ou M. E. Aubet), o século XI a.C. teria sido marcado pela emergência de chefados, enquanto outros (e.g. L. Garcia Sanjuan ou M. Soares) continuam a ver nele uma sociedade baseada em parentescos tribais. (quadro i)

Após a descoberta do tesouro de Carambolo em 1958, Maluquer de Motes (1960) tornou-se o primeiro a concentrar-se nos vestígios arqueológicos, em vez das fontes escritas, em relação á discussão da real dimensão de Tartessos. Se bem que alguns autores não admitam a emergência de um Tartessos Pré-Fenício, i.e. anterior ao século VIII a.C. (Garrido 1979, Schubart 1982, Ruiz Mata 2000), a possibilidade de uma sociedade estatal ou para-estatal complexa, antes da chegada dos Fenícios a Cádis, tem sido defendida por outros investigadores, os quais designaram essa fase de diferentes maneiras: Fase Proto-Orientalizante (Almagro Gorbea 1977), Horizonte Pré-Colonial (Escacena e Frutos 1985) ou Horizonte Proto-Histórico (Aubet 1986). Estes autores, entre outros, datam as origens de Tartessos para os horizontes pré-coloniais com cerâmica de ornatos brunidos e pintada (tipo Carambolo). Torres Ortiz, nesta linha de pensamento, vê o Bronze do SO como um processo de transformação de uma sociedade baseada em laços tribais numa urbana e estratificada através de contactos contínuos com o Mediterrâneo Central e Oriental e com a Idade do Bronze Final Atlântico.A aceitação de uma tão antiga emergência de um complexo urbano

de uma sociedade indígena não diminui a dificuldades cronológicas, uma vez que não é claro quando este teve início. No entanto, certos elementos, nomeadamente depois do estudo de Torres Ortiz (2002), dão algumas indicações.

No Médio e Baixo Guadalquivir, a Idade do Bronze desenvolve-se em continuidade com o Calcolítico local, ao qual se adicionam algumas inovações (cerâmica carenada) em sítios como El Berruceco de Medina Sidonia, Huerto Pimentel de Lebija, Monturque ou Settefilla. Este estádio parece perdurar entre o século XVII e XIV a.C. (quando emerge a cerâmica Cogotas, juntamente com a cerâmica micénica do Heládico Final IIIa/IIIb). Os povoados são pouco conhecidos, mas parece que se localizavam em locais altos e fortificados. Sendo a agricultura a principal actividade e os enterramentos ainda colectivos, alguns autores (Ramos Muñoz et al. 1973) interpretam esta situação como sendo característica de uma sociedade do tipo chefado, com o centro em El Berrueco de Medina Sidonia. A este período inicial sucede o Bronze Final com elementos de Cogotas, até ao século X a.C. (quando são reconhecidos os contactos com o Bronze do Atlântico – e.g. espadas pistiliformes). O Bronze Final não parece ter chegado ao interflúvio entre o Guadalquivir e o Guadiana antes da segunda metade do século XI a.C.. Nas terras altas apenas são conhecidos alguns acampamentos temporários e necrópoles (El Trastejon, La Papua), sendo a extracção mineira a principal actividade (simultaneamente com a agricultura, sendo esta praticada nas terras baixas) e uma fonte de conflitos. A falta de indicadores de urbanização e de necrópoles individuais, leva alguns autores a considerar que se está perante uma sociedade hierarquizada mas não estratificada (Garcia Sanjuan 1999). A transição, no século XI a.C., passa directamente para o Bronze Final de Tartessos, sem haver propriamente um Bronze Pleno.Na Estremadura espanhola, a passagem de enterramentos colectivos

para individuais ocorre dentro de uma sociedade onde a agricultura e a exploração de estanho (superior à do cobre) são praticados. Na Idade do Bronze Final, os indicadores de acumulação de riqueza são importantes (e.g. o ouro de Sagrajas), reforçando a noção de uma

Séculos

xivxiiixiixix

ix

viii

viivi

H. Schubart1975

Bronze do SO I [fase daAtalaia – 1800…]Bronze do SO II[fase de Sta.Vitoria]

Almagro Gorbea 1977

Bronze I

Bronze IIBronze III

Orientalizante

M.V. Gomes 1995,N. Bicho 2006[Algarve]SO Bronze II

SO Bronze III

Silva & Soares1995

Centrado na Baixa Estremadura

Crescentes inputs Mediterrânicos

Castromartinez, Lull, Micó 1996

Bronze I

Bronze II

Orientalizante

Torres Ortiz2008

Fase da Ria de Huelva (1050-950)

Fase de Baiões-Plaza de las Monjas (950-825)Fase Colonial (post 825)

quadro i

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��� museu ibérico de arqueologia e arte de abrantes���

que, mesmo que a uma certa distância, a Península Ibérica fazia parte das redes mediterrânicas de bronze que entraram em decadência depois do século XII a.C. Todavia, as primeiras importações fenícias que não deixam dúvidas são de Paza de las Monjas, i.e., do século IX a.C.Uma ruptura do género da observada no Mediterrâneo não é tão

perceptível no SO Ibérico, sendo que tal pode dever-se a três possíveis cenários: a tensão entre os modos de exploração dos recursos e as estruturas de gestão social não ocorreu porque o processo de crescimento ainda estava por realizar, chegando apenas a esse ponto de viragem numa época mais tardia (possivelmente no século IX a.C.); ou porque a estrutura social de Tartessos era mais complexa que a de um chefado antes do século XI a.C.; ou a tensão não ocorreu porque uma sociedade mais complexa que um chefado teria resolvido a questão atempadamente.

Uma sociedade proto-urbana com um núcleo pouco estável?

Deve-se entender que, numa perspectiva morfológica, as bacias do Guadalquivir-Guadiana-Tejo formam uma unidade invulgar de planícies, como foi referido anteriormente. Dentro dela, não existem grandes barreiras naturais, e a base económica era semelhante, à excepção de alguns recursos minerais. Este aspecto já ocorria em épocas mais antigas, primeiro com o sílex e a anfibolite, no Neolítico, a mais tarde nas fontes metalúrgicas do cobre, estanho e, também, ouro. Neste cenário, os lugares centrais teriam tendência para emergir em áreas associadas a grandes produtividades e capacidade de distribuição destes recursos mais restritos. Neste cenário, os vestígios de uma metalurgia precoce no SO são também um indicador de complexidade da estrutura social indígena. Uma estrutura social complexa e provavelmente estratificada teria tendência para ser necessária para a gestão das redes e mecanismos que possibilitavam a difusão e desenvolvimento da metalurgia. Numa época mais antiga (desde o século XII a.C.), dominada pela

presença de cerâmica de ornatos brunidos e uma forte continuidade local, existiria um grande centro no Guadalquivir (Settefilla) possivelmente relacionado com o comércio ligado às cerâmicas Cogotas, como também uma região secundária e menos central no Alentejo, caracterizada pela presença de estelas incisas. Após os séculos X-IX a.C., temos um período com Carambolo e cerâmica de ornatos brunidos, centrada em Huelva (associado à capacidade de produção de metal, num momento em que a produção do metal é ainda nativa, mas em que as trocas começam a fugir ao controlo local, afastando-se os lugares de trocas – portos dos vales dos rios – para locais mais interiores). A cerâmica de ornatos brunidos deve ser considerada a partir daqui o principal indicador do complexo tartéssico. Quando um grupo humano procura elevar-se a si próprio imitando os “items da moda” de outro grupo, tende-se a encontrar sinais deste último (é o caso da cerâmica grega nos contextos da Idade do Ferro italiana – Cuozzo 2000). Quando se considera a distribuição da cerâmica do Carambolo, que se julga ser de grande prestígio, não se encontra grande difusão, ao contrário do que ocorre com a cerâmica de ornatos brunidos. Por um outro lado, permanecem bastante fortes as ligações com a área atlântica, sobretudo na metalurgia do bronze,

como evidenciam alguns tipos de objectos significativos para este período (espadas pistilliformes, primeiras espadas em língua de carpa, machados de argolas); também no centro de Portugal, nomeadamente nas Beiras, o tipo de metalurgia parece muito próximo do tipo atlântico e similar aquele da cultura de Cogotas, mas ao mesmo tempo com fortes influências mediterrânicas, como é o caso do grupo Baiões/St. Luzia (Senna Martinez, Pedro 2000; Senna Martinez 2010).Depois do século VIII a.C., com a presença directa dos

fenícios (na sequência da expansão forçada pelas campanhas assírias de Tiglath-Pileser III), é provável que as elites indígenas tendessem a afastar-se dos potenciais colonos, possivelmente mais para o interior para locais ainda acessíveis, mas de maior protecção, mostrando um menor interesse para com os mercadores fenícios (Alentejo e Vale do Guadiana?). Isto seria coerente com uma expansão posterior, desde a bacia Guadiana para as do Tejo e Sado, nos finais do século VII, que alguns autores interpretam como fenícia, mas outros sugerem que possa ser tartéssica, usando tanto os vestígios arqueológicos como a toponímia – os locais com nomes que terminam em “-ipo”, que podem ser considerados como um traço da língua turdetana, a qual se baseia na tartéssica (Torres Ortiz 2005). Ainda não se sabe até que ponto os modelos tartéssicos de economia, complexidade social ou capacidades metalúrgicas foram preservadas ou entraram num período de decadência. Neste modelo, assume-se as profundas redes de ligação

entre a Península Ibérica, o Mediterrâneo e o Atlântico, mas também a sua relativa autonomia das sequências do Mediterrâneo Central e Oriental. A partir de uma perspectiva estratégica, o SO Ibérico (onde os depósitos de metal são mais importantes) e grande parte da sua fachada atlântica eram de difícil acesso pelo mar (devido aos problemas de navegação no Atlântico) ou por terra tanto pelos Pirenéus como pela Meseta (no caso de um primeiro contacto de navegação com o Levante Espanhol), quando comparado com outras regiões no Mediterrâneo. Isto favorecia a autonomia mencionada, para ser apenas contrariada pela pressão das trocas do metal1.

Luiz Oosterbeek

Davide Delfino

Fernando António Baptista Pereira

Gustavo Portocarrero

1 Uma primeira versão deste artigo foi apresentada

numa comunicação no Congresso da European

Association of Archaeologists em Malta,

em Setembro de 2008, por Davide Delfino.

tipo Huelva, sendo usada continuamente até ao aparecimento da cerâmica a torno, nos séculos VI e V a.C. A sua área de dispersão inclui as regiões de Guadalquivir e de Huelva, com extensões para a Estremadura espanhola. Este tipo de decoração era aplicado principalmente em pratos com o rebordo extravasado, carenados, troncocónicos e vasos ovóides. Quanto às cerâmicas de Carambolo, alguns autores (Aubet, Barcelo & Delgado 1996) consideram que estas possam ter sido restritas a um uso cerimonial. A cerâmica de Carambolo dispersa-se ao longo do Baixo Guadalquivir (as origens da sua produção, de acordo com os estudos petrográficos), Huelva e Baixo Alentejo (Ourique), sendo a decoração geométrica aplicada a vasos de uso diário (taças largas, vasos carenados) de uma provável elite. Almagro Gorbea sugeriu que poderia ser restrita a acontecimentos religiosos ou cerimoniais, mas tal não tem uma base arqueológica. Este tipo de cerâmica (Castro Martinez 1996) parece pré-datar o horizonte fenício, sendo assim supostamente a típica produção tartéssica dos séculos XI e, pelo menos, X a.C. (com uma possível ligação à cerâmica Proto-Geométrica grega), evoluindo no século IX e principalmente no VIII a.C. (já com contactos com os fenícios) para a cerâmica tipo Castulo (Ruiz Mata 1985). A cerâmica pintada Carambolo tem sido relacionada com diversas influências mediterrânicas, a maioria no início do século VIII a.C. com a excepção de uma possível cerâmica Geométrica grega (embora a colonização grega pré-fenícia seja um tema com grandes reservas – mesmo que os recentes achados de cerâmica Heládica IIIa e IIIb no Llanete de los Moros, do século IX a.C., possam sugerir algo diferente). Assim, pelo menos na bacia do Baixo Gualdalquivir, parece estar presente uma rede centralizada deste tipo de bens de prestígio, provavelmente associados a sociedades de tipo chefado. As estelas funerárias do Alentejo poderiam, no entanto, assinalar um núcleo alternativo. Não são conhecidas produções centralizadas, até agora, para outras regiões ou períodos (onde a cerâmica de ornatos brunidos não tem essas características), mesmo existindo outros indicadores que podem sugerir uma dinâmica de deslocação dos centros.Esta deslocação já foi notada anteriormente e tem sido associada sobretudo às características do ecossistema (vd. Mathers 1994), embora também se possam considerar mudanças estratégicas no sistema de intercâmbios relacionadas com as vias naturais do território (como se refere adiante).

Deve-se ter em conta que o século XII a.C. é o período de maior crise não só das principais sociedades estatais (hititas, micénicos), mas também de outras desenvolvidas embora menos estatizadas (pré-urbanas mas mais complexas que chefados) do Mediterrâneo Central (e.g. Terramare). Poder-se-ia colocar a hipótese do mesmo processo ter ocorrido na Península Ibérica; no entanto, ao contrário das outras regiões, não parece ter existido nenhuma ruptura na rede cultural. De facto, a crise mediterrânica/europeia do século XII a.C. está sobretudo associada a um estado de rotura do modo de exploração territorial dos estados e chefados face ao crescimento demográfico (cf. Bernabo Brea, Cardarelli e Cremaschi 1997). As trocas de longa distância tornam-se confinadas a pequenos territórios, ao mesmo tempo que emergem produções independentes de bronze, só vindo a ser retomadas a partir do século X a.C. quando o comércio fenício aumenta. Para além da evidência arqueológica, isto talvez possa também corresponder à descrição da Bíblia de relações entre Tarshish (Tartessos?) e rei Hiram I de Tiro (Nijboer & van der Plicht 2008). Parece ocorrer uma décalage entre a sequência ibérica e a evolução oriental. (quadro ii)

A discussão sobre a fundação de Cádis tem um papel fundamental na compreensão das dinâmicas do Bronze SO nas suas relações com o Mediterrâneo. Embora Velleio Patercolo afirme que Cádis foi fundada 80 anos depois da destruição de Tróia, i.e. no século XII a.C., não existem indicadores de uma fundação portuária a 1100 a.C., embora ocorram indicadores de uma fase pré-colonial grega e também de contactos pré-fenícios (Giardino 1995):• Um selo cilíndrico proveniente do túmulo de Velez, em Málaga,

encontrada com lápis-lazúli, reproduzindo cenas iconográficas atribuído a ambientes sírios e cipriotas da primeira metade do século XIV (Blázquez 1973);• Uma figura de bronze proveniente das proximidades de Cádis,

com paralelos em objectos de Ugarit dos séculos XIV-XIII a.C. Levantando a hipótese de uma origem pré-fenícia de Tartessos,

Schulten sugeriu uma possível migração micénica no século XII a.C. (1924) ou uma migração dos Povos do Mar (1940), parcialmente retomada por M. Bendala Galán (1997). Estes antigos vestígios levaram S. Moscati (1985) a sugerir uma pré-colonização de origem síria-palestina, uma hipótese actualmente rejeitada. Mas elas sugerem

Séculos

xivxiiixii

xix

ix

viii

SO Ibéria

Bronze I

Fase Ria de Huelva (1050-950)

Fase Baiões-Plaza de las Monja(950-825)Fase Colonial(pós 825)

Italia

Bronze Final I

Bronze Final I - IIBronze Final III a/bBologna IA

Europa Central

Ha A1/2

Ha B1aHa B1b

Ha B2

Ha B3a

Grécia

LH IIIC-avancado

Sub-MicénicoPG Inicial/Médio

PG Final

EG / MG I

Tiro

Ferro InicialTiro XII-XIFerro MédioTiro X-VI

Ferro finalTiro V-II

Global

Bronze Final

Bronze Final

Bronze Final

FerroInicial/Médio

Ferro

quadro ii

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