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ANO XX • N.º 232 • PREÇO: E 1,50 PUBLICAÇÃO MENSAL ASSINATURA ANUAL: E 15,00 OUTUBRO 2018 A voz do regionalismo desde 1999 Sede: Rua das Escolas Gerais, 82 - 1100-220 LISBOA - Tel./Fax 218 861 082 - [email protected] www.casapampilhosadaserra.pt | Delegação: Travessa de S. Pedro, nº 4 3320-236 Pampilhosa da Serra | Director: Carlos Simões A NÃO PERDER ... 3 PADRE JOÃO PRIOR RECEBE HOMENAGEM NA SUA DESPEDIDA Pág. 4 Pág. 7 Pág. 10/11 Pág. 5 Pág. 5 Pág. 15 Pág. 3 Pág. 12

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ANO XX • N.º 232 • PREÇO: E1,50 PUBLICAÇÃO MENSAL ASSINATURA ANUAL: E15,00 • OUTUBRO 2018

A v o z d o re g i o n a l i s m o d e s d e 1 9 9 9Sede: Rua das Escolas Gerais, 82 - 1100-220 LISBOA - Tel./Fax 218 861 082 - [email protected] – www.casapampilhosadaserra.pt | Delegação: Travessa de S. Pedro, nº 4 3320-236 Pampilhosa da Serra | Director: Carlos Simões

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A cor do mês de Outubro, está associada a tons quentes típicos de outo-

no. O amarelo ou o vermelho são as cores típicas das folhas cadu-cas que jazem caídas no chão, criando a manta morta, que ferti-liza e cria solo nas nossas serras. Neste mês as condições clima-téricas são marcadas por alguma irregularidade. Muitas vezes, as temperaturas caem significa-tivamente e a chuva abunda, e costuma-se dizer que "Outubro chuvoso, Dezembro ventoso", quando as temperaturas são altas, o povo diz “Outubro quente traz o diabo no ventre”. Este Outubro, apesar de ter caído alguma chuva, manteve temperaturas elevadas, esperamos que não tenha trazido o “diabo no ventre”.

Pelas nossas serras as cores do outono vão salpicando a paisagem ainda negra fruto dos incêndios do ano passado, mas está especialmente marcada pela proliferação das invasoras, princi-palmente o eucalipto e as mimo-sas, o que não se afigura nada de bom para a biodiversidade e qualidade dos ecossistemas tipicamente serranos.

A vindima já está feita e o vinho já ferve ou já ferveu. É tempo de lavar a adega e fazer os preparativos para a apanha da castanha e da azeitona.

Outubro não é por tradição um mês com muitas realizações por parte das coletividades regionalistas, mas porque vai sendo tempo de Castanhas, pelo concelho preparam-se já inúmeros magustos nas nossas aldeias e dos quais damos conta nesta edição. Infelizmente muitos castanheiros arderam e por isso vamos ter que “impor-tar” o produto por norma a man-ter a realização do tradicional Magusto, sendo certo que é um momento de convívio e motivo para reunir com conterrâneos e amigos que se deslocam nesta época do ano à sua terra natal, aproveitando ainda o Dia de Finados no dia 1 de Novembro, para homenagear os seus entes queridos que já partiram.

Pampilhosa da Serra é terra de grandes figuras nas mais diver-sas áreas da sociedade, que têm levado bem longe o nome do seu concelho de origem e o têm dignificado. Referimos o caso do Juiz Conselheiro António Henriques Gaspar que, na hora

de saída de presidente do Supre-mo Tribunal de justiça, recebeu merecida condecoração por parte do Presidente da Repúbli-ca, para quem deixamos aqui o nosso reconhecimento e agra-decimento.

Salientamos a recente apro-vação em Assembleia Munici-pal do Regulamento de Apoio á Reconstrução de habitações não permanentes, num esforço finan-ceiro da autarquia, no sentido de manter e incentivar a vinda de muitos pampilhosenses que, apesar de viverem nos grandes centros urbanos, vêm à sua aldeia natal e ali tem as suas raízes. Se não tiverem casa na sua terra não voltam cá mais, por isso, é uma iniciativa que saudamos, e que certamente visa manter e reforçar a atividade económica do conce-lho. Uma terra sem gente é uma terra morta, e assim, parecemos que pelo menos em férias ou em muitos fins de semana, continua-remos a ter atividade económica e pessoas no concelho, lutando assim contra o seu progressivo despovoamento e incentivando a vinda dos descendentes.

Saudamos ainda o espirito solidário de muitos no sentido de devolver a normalidade, feli-cidade e um sorriso a quem foi afetado pelos incêndios de 2017. Em Fajão, o grupo ADRO e a sua coordenadora Joana Moreira, são um exemplo de tudo o que de bom o povo português tem quando toca a ajudar o próximo. O convívio realizado em Fajão no dia 13 de outubro foi disso exemplo, no qual sublinhamos e subscrevemos os agradecimen-tos dados àquele movimento solidário, que foram poucos para todos os voluntários, junta de freguesia e às coletividades regionalistas que apoiaram com fundos. Bem hajam todos os que ajudaram.

A terminar saúdo e agradeço ao padre João Prior, na hora da sua despedida do concelho, a sua missão pastoral, desejando as maiores felicidades e saúde, assim como, lamento a morte do Sr. Américo Pires, de Armadouro, encontrado morto à porta de sua casa na noite da passagem da tempestade Leslie, apresentando as mais sentidas condolências à família enlutada.

O Director, Carlos Simões

Jornal “Serras da Pampilhosa”

Fundado em Junho de 1999

Ficha Técnica

Presidente: José Ferreira

Director: Carlos Simões (TE-1232)

Sub-Director: ... .... ....

Redactores:António Amaro RosaAníbal PachecoJorge Ramos

Colaborador no Território: Zé Manel (CO1623)

Colaboradores nesta edição:Abel AlmeidaGustavo BrásJ. Marques de AlmeidaManuel NunesMaria do Céu Brito

Paginação e Grafismo:Beta VicenteSérgio Vicente

Montagem e Impressão:Vigaprintes-Artes Gráficas, Lda.Núcleo Empresarial Quinta da Portela, n.º 38Guerreiros – 2670-379 LouresTelefone: 219 831 849 Fax: 219 830 784E-mail: [email protected]

Propriedade: Casa do Concelho da Pampilhosa da Serra

Sede: Rua das Escolas Gerais, n.º 82, 1100-220 Lisboa

Telefone: 218 861 082

E-mail:[email protected]

Distribuição:Casa do Concelho da Pampilhosa da Serra

Periodicidade: Mensal

Tiragem: 1.500 exemplares

Depósito Legal n.º 228892/05Inscrito no Instituto da Comunicação Social sob o n.º 123.552

O Estatuto Editorial está disponível para consulta em www.casapampilhosadaserra.pt

Todos os artigos são da exclusiva responsabilidade dos seus autores e não traduzem a opinião da Direcção do Jornal e/ou dos órgãos sociais da Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra.

2 CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA

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EDITORIAL

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O Juiz Conselheiro António Henriques Gaspar, cessou, no mês de outubro, o seu

mandato de Presidente do Supremo Tribunal de Justiça.

O exercício de tão elevadas funções na Suprema instância judicial da República, prestigiou o país e o poder judicial, enchendo de júbilo e de incontido orgulho os seus conterrâ-neos, nascidos ou oriundos de Pampi-lhosa da Serra e de outros concelhos limítrofes.

Evocando tais circunstâncias, um grupo de pampilhosenses decidiram promover a realização de um almoço de homenagem ao ilustre magistra-do, que terá lugar no Villa Pampilho-sa Hotel, em Pampilhosa da Serra, no próximo dia 24 de novembro, (concentração a partir da 12h30m no local), convidando todos os que a ele se desejem associar.

As inscri-ções deverão ser feitas, com a maior ante-cedência possí-vel, até ao dia 15 de Novem-bro, para os seguintes endereços eletrónicos: [email protected] ou [email protected] ou ainda pelos Telemóveis 932864184 – António Olivença; 967722174 – Cristina Alves e 919072455 – José Neves.

O custo do almoço é de 26,00€, que poderá ser pago por transferência para o NIB 0010 0000 7738 1610 0019 3 - BPI após inscrição, ou pago, antecipadamente, no local/dia do almoço.

A comissão organizadora:José Alberto Braz; António Olivença;

Cristina Alves; José Alberto Neves

ALMOÇO DE HOMENAGEM AO CONSELHEIRO

ANTÓNIO HENRIQUES GASPAR

No dia 26 de setembro, 16 técni-cos do Município estiveram presentes num workshop de

promoção da aprendizagem ativa e experimental, intitulado “Telescópio – Janela para o universo”, uma iniciativa da CIM-RC, dinamizada pelo Explo-ratório – Centro de Ciência Viva de Coimbra.

Dirigida por Dário Fonseca, dos serviços técnicos do «Exploratório Ciência Viva» de Coimbra, esta sessão teve como principais finalidades capa-citar os participantes relativamente ao manuseamento de alguns instrumentos de observação astronómica, nomea-damente os telescópios, assim como elucidar para algumas particularidades relativas aos elementos astronómicos, como as características das estrelas ou a identificação de constelações.

No que aos telescópios diz respei-to, formam abordados alguns tópicos relacionados com a sua composição, evolução ao longo do tempo e também a sua utilização.

A sessão não terminaria sem que antes os participantes fossem convida-dos a integrar a parte prática da mesma, através da observação do sol ao telescó-pio, sendo agora desejável que os técni-cos consigam aplicar todo o conheci-mento recebido em atividades futuras, dirigidas para a área da astronomia.

Esta iniciativa foi promovida pela Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra com o apoio do Muni-cípio de Pampilhosa da Serra e dinamizada pelo Exploratório – Centro de Ciência Viva de Coimbra.

EXPLORATÓRIO DE COIMBRA DINAMIZOU WORKSHOP PARA TÉCNICOS DO MUNICÍPIO

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CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA 3

tação, garantindo um apoio de 40% de cada intervenção realizada.

O autarca recordou que este é um mecanismo “pioneiro” e “exclu-sivamente financeiro”, que o “estado colocou à nossa disposição atra-vés do orçamento de estado e do Fundo de Apoio Municipal. Depois de aprovadas as candidaturas, sabe-remos exatamente o montante de que precisamos, sendo que depois temos que fazer o pedido ao FAM até 30 de novembro, daí a urgência dos prazos para entrega de candida-turas, completou.

Ainda que este prazo seja efetiva-mente curto, Jorge Custódio, Vice--Presidente da Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra, salientou que esta é uma medida que não é para ficar no ar. É para ser exequível e atingir o maior número de candi-daturas possível”, até ao próximo dia 9 de novembro. Nesse sentido,

referiu ainda que “o que está aqui em causa não são casas de férias. São casas de pessoas que conti-nuam com o ´cordão umbilical´ ligado à aldeia e que se não recu-perarem as suas habitações talvez nunca mais lá voltem”, esclareceu.

Como é amplamente conhecido, este é um apoio que exclui as habi-tações devolutas. Por esse motivo, para comprovar a utilização efetiva das habitações não permanentes, de forma a estarem elegíveis à luz deste regulamento, os proprietários terão de possuir um contrato de fornecimento de água ou eletricida-de, ativo à data do incêndio causa-dor dos danos ou destruição.

Grande parte da sessão foi preen-chida com a interação entre o públi-co presente - que colocou diversas questões relativas à aplicação práti-ca do regulamento - e o Executi-vo, ao qual se juntou o Engenheiro

Fernando Alves, Chefe da Divisão Técnica de Obras e Urbanismo do Município, para uma abordagem o mais esclarecedora possível, relati-vamente a todos tópicos analisados.

José Brito, daria por termi-nada esta sessão, após dirigir uma palavra de apreço a todos os presentes pela disponibili-dade demonstrada, relembra-do também os motivos pelos quais a Autarquia e “todos os Pampilhosenses” partiram para a execução deste regulamento. “Se houver reconstrução é evidente que as nossas aldeias em termos paisagísticos se alterarão, mas o fundamental é que as pessoas mantenham a vontade de visitar o concelho e por lá permane-cer. Queremos moti-var as pessoas a ir à Pampilhosa da Serra”, concluiu.

Actualidade

No dia 15 de outubro, o Executivo e Técnicos do Município de Pampilhosa

da Serra, promoveram uma sessão de esclarecimento na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a propósito do regulamento de apoio à reconstrução de habitações não permanentes, na sequência do incêndio que, há exatamente um ano atrás, devastou parte do conce-lho.

Esta foi uma tentativa de elucidar a vasta comunidade Pampilhosense residente em Lisboa – cerca de 30 000 pessoas – relativamente a este regulamento, para que o mesmo possa contribuir para alavancar a reconstrução de habitações não permanentes, afetadas pelo incên-dio de outubro.

Relembre-se que este apoio, da inteira responsabilidade do Muni-cípio, não referencia as casas de primeira habitação, uma vez que essas já foram abrangidas pelo primeiro programa de reconstru-ção impulsionado pelo governo, encontrando-se agora sob alçada da CCDR – Comissão de Coordena-ção de Desenvolvimento Regional.

Para uma plateia de 50 pessoas, a sessão começaria com a interven-ção do Sr. Presidente da Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra, através de uma abordagem explica-va do regulamento supramenciona-do, na tentativa de esclarecer, desde logo, possíveis questões relativas à sua aplicação prática, salientando--se que o apoio terá um teto máxi-mo de 80.000 euros para cada habi-

MUNICIPIO CLARIFICA EM LISBOA O APOIO À RECONSTRUÇÃO DE SEGUNDAS HABITAÇÕES

ASSEMBLEIA APROVA REGULAMENTO PARA CONSTRUÇÃO DE HABITAÇÕES NÃO PERMANENTES– Candidaturas encerram a 9 de novembro– Requalificação do Mercado Municipal continua em bom ritmo

Impulsionar a construção de habi-tações não permanentes afetadas pelos incêndios de 2017, era um

desejo já por diversas vezes manifes-tado pelos membros executivo do Município Pampilhosa da Serra. Este desejo traduziu-se num projeto de regulamento pioneiro a nível nacional, sendo agora uma realidade. O referido projeto de “Regulamento Municipal do Programa de Apoio à Reconstru-ção de Habitações Não Permanentes, afetadas pelos incêndios de 2017”, após obter parecer positivo pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), foi aprovado em reunião de Câmara e mais recentemente aprovado por unanimi-dade em Assembleia Municipal de dia 21 de setembro, já publicado no Diário da República, 2.ª série — N.º 186 — 26 de setembro de 2018.

Sob a presidência de Hermano Almeida (Nelito), a sessão ordinária da Assembleia Municipal decorreu no salão nobre dos Paços do Concelho, pelas 20:00 horas, cumprindo a ordem de trabalhos previamente divulgada. O momento mais aguardado era sem dúvida a apresentação e votação da referida proposta de regulamento. No uso da palavra, José Brito, Presidente da Câmara Municipal, referiu que “Há muita gente que não reconstrói porque não tem possibilidade. No fundo, a obrigação que temos é de tentar alavancar a constru-ção das casas nas nossas aldeias. Com este regulamento, o que nós queremos é moti-var as pessoas a reconstruir, ainda que não tenhamos hipótese de pagar tudo”.

Segundo referiu, o executivo cama-rário “não colocará em causa o normal

funcionamento do Município”, num esforço financeiro exclusivamente da sua responsabilidade, mas que, irá recorrer ao Fundo de Apoio Municipal, previsto no orçamento de estado para este ano que estipula o apoio à recons-trução de segundas habitações afetadas pelos incêndios.

Esclarecendo a referida proposta de Regulamento, agora aprovada, José Brito, referiu que o apoio é de 40% a fundo perdido para um limite máximo de 80 000€, sendo que “casas devolutas ou inutilizadas há muito tempo, não terão direito a este apoio”. Por outro lado, os proprietários de segundas habitações que por sua iniciativa já reconstruiram o que lhes pertence, também serão abrangidos por este mecanismo. “Com a devida apresentação dos documentos comprovativos do que gastaram, aqueles que já reconstruiram não podem ficar de fora deste apoio. São pessoas a quem nós temos o dever de apoiar também”, salien-tou ainda o autarca.

No que diz respeito ao período de admissão de candidaturas, o presi-dente alertou para a necessidade de todos os interessados respeitarem as datas previstas neste regulamento, que estipula o dia 9 de novembro como limite máximo para apresentação de candidaturas. “Vamos criar um gabinete de apoio à reconstrução de habitações não permanentes. Tudo isto vai ter de ser decidido num prazo muito curto e nós queremos ser muito rigorosos na avaliação às candidaturas.”, referiu.

Apesar do prazo de candidaturas ser efetivamente curto, José Brito, expres-sou a sua vontade em atingir o maior número de pessoas possível, no fundo,

“para que todas estas povoações voltem a ficar bonitas como sempre foram.”

O autarca salientou que apesar de ainda não serem conhecidos os valores envolvidos nesta medida, a mesma não será um entrave à principal missão do executivo: “melhorar a qualidade de vida dos Pampilhosenses.”

“Quando tomei posse para este último mandato já tinham acontecido os incên-dios do 15 de outubro. Na altura referi que tínhamos uma tarefa enorme para este mandato: ajudar as pessoas a reconstruir em 4 anos o que um incendio destruiu em 24 horas. Desta forma estamos perante um grande desafio, que nos vai envolver a todos, mas creio que também irá moti-var muitos Pampilhosenses a reconstruir”, concluiu.

Para além da aprovação por unani-midade deste importante regulamen-to, a Assembleia Municipal de dia 21 de setembro abordou também outros assuntos, designadamente as Festas do Concelho 2018, tendo os deputados César Oliveira e Jorge Pires destacado o êxito alcançado e sublinhado a gran-de contribuição de Acácio Teixeira, como patrocinador do Seaside Sunset Sessions. O deputado António Caeta-no destacou o trabalho desenvolvido pela GNR de Pampilhosa da Serra durante as festas, tendo desempenhado a sua missão de uma “forma digna”, contrariando o que se passou há uns tempos atrás, enaltecendo a figura do comandante Luciano Costa. O elogio aquela força da ordem foi também sublinhado pelo presidente da Câma-ra Municipal, José Brito, agradecendo também aos Bombeiros o seu trabalho meritório.

Nas informações prestadas pelo executivo e relativamente a vias de comunicação e arruamentos registá-mos a pavimentação da EN112 próxi-mo de Carvalho, requalificação de arruamentos em Pescanseco Fundeiro, Aldeia do Meio, Moradias e Cabril, reparação e/ou limpeza de vias em Pescanseco do Meio, Póvoa, estrada Pescanseco-Alto de Fajão, Praçais, estrada Pampilhosa-Póvoa, várias estradas em Fajão-Vidual e limpeza de estradas florestais em Unhais-o-Velho e Dornelas do Zêzere.

Em relação às obras municipais salientamos a continuação da requali-ficação do Mercado Municipal, a cons-trução de novo bloco na escola-sede do agrupamento de escolas Escalada e a construção do Parque de Autoca-ravanas.

Relativamente a apoios, o município apoiou a Comissão de Melhoramentos de Porto de Vacas para reparação do açude, inauguração do monumento ao Barqueiro e requalificação do Moinho/Azenha junto à aldeia.

No capítulo das águas e saneamento, registámos a continuação da abertura de estrada para a captação em Vale Pardieiro, colocação de depósito em

Ponte de Fajão, prolongamento de conduta em Moradias, substituição de ramal em Aldeia do Meio e outras intervenções em redes e estações.

Foram ainda atribuídos subsídios a diversas instituições, dos quais destaca-mos o valor de 15.000 euros á Fábrica da Igreja para apoio na reconstrução da capela de Decabelos, totalmente destruída no incêndio de 2017; para a CIM de Coimbra cerca de 4.900 euros; Fundo de Apoio Municipal (FAM), 22.100 euros; Grupo Cultu-ral de Pampilhosa da Serra (Carnaval e outros), 8.000 euros; Associação Empresarial de Pampilhosa da Serra, 35.000 euros; Transdev – Rodoviária do Interior, pelo transporte escolar e de pessoas em 2018-2019, cerca de 126.900 euros; Federação de Triatlo de Portugal, 4.550 euros; Federação Portuguesa de Xadrez, 5.500 euros; APFPS (Incentivo à Criação de Empre-go) e Associação de Caça e Pesca de Dornelas do Zêzere, (5.000 euros cada); Comissão de Melhoramentos de Porto de Vacas, 7.000 euros e às Ligas de Melhoramentos de Póvoa da Rapo-seira e de Cabril (3.000 euros cada).

Carlos Simões

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4 CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA

Actualidade Opinião

O Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST) em colaboração com o Município

de Pampilhosa da Serra, associaram-se mais uma vez para promover uma dádi-va de sangue. A ação teve lugar no dia 27 de setembro, das 09h00 às 13h00, na Biblioteca Municipal de Pampilhosa da Serra.

Assim, o IPST e o Município convi-daram a comunidade Pampilhosense a participar nesta iniciativa essencial para a saúde, no fundo para que, cada vez mais, se consigam salvar vidas humanas.

A iniciativa contou com 42 inscri-ções e 36 colheitas, sendo que 6 colhei-tas foram adiadas.

O IPST tem por missão garantir e regular, a nível nacional, a atividade da

medicina transfusional e da transplanta-ção e garantir a dádiva, colheita, análise, processamento, preservação, arma-zenamento e distribuição de sangue humano, de componen-tes sanguí-neos, de órgãos, teci-dos e células de origem humana.

O Muni-cípio de Pampilhosa da Serra e o IPST e x p r e s s a -ram os seus

agradecimentos a todos aqueles que contribuíram ativamente na colheita de sangue e que acreditam que “Dar sangue, é dar vida”.

No decorrer da manhã de dia 9 de outubro, os representan-tes dos 19 Municípios que

integram a Rede Intermunicipal de Bibliotecas da Região de Coimbra, reuniram-se no em Pampilhosa da Serra, nas instalações da Biblioteca Municipal Dr. José Fernando Nunes Barata.

À partida para esta sessão, Alexan-dra Tomé, vereadora do Município de Pampilhosa da Serra, salientou a importância deste encontro, cujo enfoque principal passou pela “troca de experiências e partilha de ideias”, onde se procurou perceber que medi-das podem ser tomadas para “atrair públicos diversificados às bibliotecas”, tendo em vista o crescimento integra-do desta rede intermunicipal.

Tendo em vista a interligação entre as diversas comissões técnicas entretanto concebidas e para que este crescimento seja sustentável, a rede de bibliotecas da CIM RC, conta com o apoio da DGLAB - Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas. Nesse sentido, Bruno Eiras, diretor de serviços desta entidade, alertou para a necessidade de se adotarem

“estratégias partilhadas” e para uma “intervenção de conjunto entre a rede intermunicipal”. Para além disso, cons-tatou que é também necessário adotar a oferta às necessidades detetadas em cada comunidade”.

Para atingir estes desígnios, da ordem trabalhos prevista para a reunião constaram os seguintes tópi-cos de discussão: Concurso Nacional de Leitura 2018-2019; Programa de Apoio Ao Desenvolvimento de Servi-ços da Bibliotecas Públicas e o Plano de ação para o ano de 2019.

No que diz respeito ao Concur-so Nacional de Leitura, foi definido nesta sessão que a fase intermunicipal da região de Coimbra será organiza-da pelo concelho da Figueira-da-Foz. Contudo, Bruno Eiras, deixou a ressal-va de que este “não será um evento apenas da Figueira-da-Foz, mas de toda a região de Coimbra. Trata-se de uma oportunidade para marcar a presença de todas as bibliotecas muni-cipais e de todas as regiões da comu-nidade intermunicipal. Acontece num sítio mas permite potenciar toda a região”, concluiu.

QUATRO DEZENAS ADERIRAM À DÁDIVA DE SANGUE

REDE INTERMUNICIPAL DE BIBLIOTECAS DA REGIÃO DE COIMBRA REÚNE NA VILA

Todos nós, pampilhosenses e descendentes, fomos certa-mente confrontados com a

notícia de que a Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra criou um regulamento pioneiro de apoio à reconstrução de segundas habitações, na sequência do flagelo que foram os incêndios de junho e outubro de 2017. É certo que poderão surgir ideo-logias que aleguem ser injusto finan-ciar a fundo perdido habitações que não sejam permanentes, sendo que as habitações consideradas permanentes receberam financiamento do estado para efeitos de reconstrução ou obras de conservação. É certo que poderão argumentar que se tratam de “casas de férias” e que o erário público não deve ser utilizado para suportar obras em habitações do género. Permitam--me que discorde de tais argumen-tos. Todos aqueles que conhecem a realidade do concelho de Pampilhosa da Serra irão concordar quando digo que tais habitações são fundamentais para a economia do concelho. Que as mesmas são responsáveis pela quin-tuplicação de residentes no concelho durante os meses de verão e, consecu-tivamente, conferem maior sustenta-bilidade aos serviços existentes neste concelho do interior. Estas habitações não são meras “casas de férias”. Estas habitações são a ligação de muitos pampilhosenses e descendentes a este belo concelho e a principal razão pela qual, ano após ano, regressam às suas origens, alguns dos quais fazendo-o, inclusivamente, quase todos os fins--de-semana.

Os incêndios de junho e de outu-bro de 2017 foram a maior atrocidade que alguma vez assisti na minha vida. Em poucas horas milhares de hecta-res foram devorados pelas chamas. Centenas de pessoas perderam a vida, entre elas a nossa conterrânea Maria Ângela Brás Domingues. Mais de 600 habitações foram afetadas só no nosso concelho deixando um rasto de devastação que ainda hoje se mantém. Fazendo minhas as palavras do Sr. Presidente da Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra, temos de “ajudar as pessoas a reconstruir em 4 anos o que um incêndio destruiu em 24 horas”. Mas infelizmente nem tudo é fácil.

Na tentativa de sensibilizar todos os proprietários de habitações não permanentes afetadas pelos incêndios de junho e outubro 2017, o execu-

tivo municipal deslocou-se a Lisboa (localidade onde reside a maioria da população descendente de Pampi-lhosa da Serra), no passado dia 15 de outubro de 2018 (exatamente um ano após o incêndio de outubro de 2017), para realizar uma sessão de informação a fim de esclarecer todos os interessados sobre o regulamento nº 622-A/2018. Infelizmente apenas cerca de 50 pessoas compareceram. Compreendo que o dito regulamento financia apenas 40% da obra, estan-do os restantes 60% ao encargo do proprietário, mas relembro que tais 40% são a fundo perdido e são fruto de um esforço dos pampilhosenses e da Câmara Municipal, a nível orça-mental, que terá de se endividar de forma a poder fornecer esse finan-ciamento. Ainda assim houve quem comparecesse apenas com o intuito de ludibriar quem se esforça por recons-truir o que realmente era utilizado.

Para vos situar, a Câmara Muni-cipal solicita, no n.º2, do artigo 4.º do referido regulamento, “existência de contrato de fornecimento de água ou eletricidade, no imóvel objeto do pedi-do de apoio, ativo à data da ocorrên-cia do incêndio, causador dos danos ou destruição” algo que se evidencia óbvio quando se trata de comprovar a utilização de uma habitação. Ora, para todos aqueles que se julgam donos da razão, que conseguem argumentar que não tinham contrato de água e luz porque não precisavam, alegando que se abasteciam de furo artesiano, para efeitos de abastecimento de água, e de petróleo, para efeitos de ilumina-ção, lembro que, tratando-se de um regulamento que visa as habitações não permanentes, uma habitação sem contrato de água e luz, é considerada, de acordo com o disposto na alínea a), do n.º 2, do artigo 2.º do Decreto-Lei 159/2006, prédio ou fração autóno-ma devoluta, não podendo por isso ser abrangida pela denominação de habitação não permanente. Surgiu também quem questionasse a neces-sidade de fornecer 3 orçamentos para efeitos de candidatura, classificando esta exigência sem cabimento. Que não fazia sentido as pessoas desloca-rem-se tantas vezes ao concelho de Pampilhosa da Serra só para tratar da sua candidatura. Pois bem, o que não faz sentido algum é a utilização de tais argumentos. Ora, bem sabemos que um orçamento não é assim tão

difícil de obter para quem realmente se preocupa com os seus bens, e o que não falta, felizmente, no nosso conce-lho são empreiteiros para o fazer, e se lhes custa assim tanto deslocarem-se à Pampilhosa da Serra talvez não faça sentido manter as propriedades. Infe-lizmente existe sempre alguém que pretende o trabalho todo feito, que se aproveita da boa vontade política e se esquece que estamos a tratar de fundos públicos. É por estas e por outras que, infelizmente, existe a necessidade de criar burocracia, pagando, na boa gíria popular, o “justo pelo pecador”. Que os bons pampilhosenses e descenden-tes não se deixem cair pela burocracia. Que a compreendam e a aceitem pois infelizmente é necessária. Saibam que a Câmara Municipal e o seu executivo camarário não tencionam prejudicar ninguém, muito pelo contrário, que pretendem ajudar quem sempre nos visitou em detrimento de quem nunca o fez.

Bem sei que quando este artigo for publicado estarão já provavelmente encerrados os prazos para apresenta-ção de candidaturas. Não posso mais fazer que desejar que tenha sido um sucesso e que todos os pampilhosen-ses estejam bem cientes da importân-cia deste regulamento e da reconstru-ção das habitações não permanentes no concelho de Pampilhosa da Serra. Que tenham sido abrangidas o maior número possível das mais de 500 habi-tações que ficaram sem resposta do estado. Enquanto pampilhosense não posso deixar de mostrar o meu orgu-lho por termos sido o primeiro muni-cípio a dar resposta a este mecanismo de apoio, conforme previsto em orça-mento de estado para 2018, através dum regulamento que foi exemplo para vários municípios também eles atingidos pelos incêndios de 2017.

Juntos, iremos reconstruir Pampi-lhosa da Serra!

Gustavo Brás

ESTAS HABITAÇÕES NÃO SÃO MERAS “CASAS DE FÉRIAS”

Realizou-se no dia 10 de outu-bro, no Centro de Ciência Viva de Constância, a Reunião

Geral de Mediadores da EPIS – Empresários Pela Inclusão Social. A sessão contou com a presença da Senhora Vereadora da Educação do Município, Dr.ª Alexandra Tomé e da Dr.ª Sílvia Marques, colaboradora da autarquia e mediadora EPIS, bem como de diversos mediadores e repre-sentantes autárquicos de diferentes concelhos do país.

Este encontro representa também o assinalar simbólico do início do novo ano letivo com todos os mediadores que, de norte a sul a país, se empe-nham na promoção do sucesso escolar dos alunos. Nesse sentido, assistiu-se à Conferência “Atenção, Memória e Velocidade de Processamento: Os Alicerces da Aprendizagem”, com a

participação do Neurocientista da Universidade de Aveiro, Doutor Pedro Bem-Haja.

A sessão terminaria com a apre-sentação dos resultados nacionais do Projeto EPIS, relativos ao ano letivo 2017/2018, assim como a apresenta-ção do plano de atividades para o ano letivo 2018/2019.

Recorde-se que a EPIS – Empre-sários Pela Inclusão Social, criada em 2006, tem por missão a promoção da inclusão social em Portugal, através da capacitação de jovens necessita-dos, por intermédio da educação, da formação e da inserção profissional, como forma de estimular o seu poten-cial ao longo da vida. Para o efeito, a associação conta com o apoio de mediadores alocados aos diversos Municípios e Escolas.

MUNICÍPIO PARTICIPA NA REUNIÃO GERAL DE MEDIADORES EPIS

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CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA 5

Actualidade

MUSEU MUNICIPAL JUNTOU CRIANÇAS E SENIORES NAS JORNADAS EUROPEIAS DO PATRIMÓNIO

Decorreu nos dias 29 e 30 de setembro de 2018, a 7ª edição do Granfondo

Aldeias do Xisto, uma prova de ciclismo que, como o nome indica, teve como cenário os territórios das Aldeias do Xisto da região centro do país.

Uma prova velocipédica Gran-fondo é uma experiência sem paralelo, estando aberta a todos os amantes do ciclismo que gostam e desejam conhecer e usufruir das sensações de uma verdadeira etapa de montanha. Trata-se de uma “festa do ciclismo, mais do que uma competição”, segundo refere a orga-nização do evento.

Conforme nota de imprensa do Município de Pampilhosa da Serra, no dia 20 de setembro, o salão nobre da Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra acolheu a cerimónia de apresentação desta 7ª edição do Gran Fondo Aldeias do Xisto.

A apresentação da prova contou com a presença de Pedro Machado, Presidente do Turismo Centro de Portugal; José Brito, Presidente da Câmara Municipal da Pampilhosa da Serra; Paulo Fernandes, Presi-dente da Câmara Municipal do Fundão e Presidente da ADXTUR - Agência para o Desenvolvimen-to Turístico das Aldeias do Xisto; Joaquim Gomes, organizador da Volta a Portugal em Bicicleta; e Américo Silva, diretor desportivo da equipa profissional Efapel, além de António Queiroz, da Ultra Spirit Sports, empresa que organiza este

Gran Fondo.Na ocasião, Pedro Machado

salientou a importância deste even-to para a região. “Associamo-nos ao Gran Fondo Aldeias do Xisto e a outros eventos de ciclismo e ciclotu-rismo porque o ADN da bicicleta tem muita expressão no Centro de Portugal. É a modalidade despor-tiva mais democrática, pois passa à porta de casa das pessoas, e a região Centro gerou muitos campeões ao longo do tempo”, considerou. Além disso, sublinhou, “eventos como este Gran Fondo estão em convergência com o que o mercado turístico procu-ra atualmente”. “Há uma tendência generalizada para a procura do turis-mo ativo e desportivo e esse é um dos vetores que levam a região a crescer, uma vez que o Centro de Portugal é competitivo no turismo ativo e de natureza, além do turismo de Histó-ria, cultura ou gastronomia. A região tem condições únicas para gerar novas oportunidades de produtos turísticos e modelos de negócios nestas áreas. Estes territórios podem ser o luxo do século XXI”, acrescentou.

O icónico evento para os aficio-nados do ciclismo está de volta para a sua sétima edição, na tentativa de fazer cumprir novamente o desíg-nio que esteve na génese da sua criação, em 2012: proporcionar aos amantes da modalidade a possibili-dade de por um dia “serem os prota-gonistas e viverem por dentro aquilo que são as emoções de um grande evento de ciclismo”, tal como frisou António Queirós da organização do evento.

Esta prova traduz-se no “reconhe-cimento por parte de todos os promo-tores de que estamos num território com grandes potencialidades para a prática do ciclismo”, salientou José Brito. “Temos feito um esforço muito grande para promover esta modalida-de na região, sendo que a ADXTUR também tem sido incansável no que diz respeito à promoção de atividades, nesta e noutras áreas, que atraem imensas pessoas ao território.” O autarca adiantou ainda que estes eventos são importantíssimos para “darem vida ao território” e “promo-verem a sustentabilidade daqueles que acreditaram nas potencialidades do mesmo e investiram em áreas como a restauração ou o alojamento.”

Para António Queirós, “a excelên-cia das paisagens, do território e das pessoas que aqui trabalham”, assim como o “cariz das aldeias do xisto” muito vincado por este território, justificam a escolha do Concelho de Pampilhosa da Serra para, uma vez mais, se assumir como um dos princi-pais anfitriões do evento. “Procurare-mos que a Pampilhosa seja sempre o epicentro da prova”, referiu.

Também Paulo Fernandes, enal-tecendo a capacidade crescente dos territórios de interior “recebe-rem eventos desportivos de primeira linha”, salientou que “este é um proje-to de cooperação” que expressa e dá visibilidade à “componente territo-rial”, enquadrando-se “perfeitamen-te naquilo que é o ADN das aldeias do xisto.”

Para além dos fantásticos enqua-dramentos da icónica Barragem de Santa Luzia e das cumeadas da zona do Fajão, este novo percurso levou os participantes a descobri-rem recantos fantásticos adjacen-tes ao Rio Zêzere, que vai serpen-teando ao longo do território da Pampilhosa da Serra. No concelho do Fundão foi também o Zêzere a marcar grande parte dos percursos, com passagem noutros cenários que ficam registados na memória dos participantes, como o Cabeço do Pião, o Alto do Açor e as encos-tas da Gardunha, junto da aldeia de Alcongosta, na já famosa região da Cereja do Fundão.

No dia 30 de setembro de

2018, os 926 participantes pude-ram optar por duas distâncias: 557 atletas optaram pelo Mediofon-do, com 110 km e 2.200 metros acumulados de subidas; 369 atle-tas optaram pela distância rainha (Granfondo), com 153 km e 3.300 metros de acumulado de subidas. De salientar que estavam represen-tados 12 países, o que demonstrou a consolidação da aposta na inter-nacionalização desta prova.

Este foi um evento para os apai-xonados da modalidade, que lhes permitiu, por um dia, serem prota-gonistas de uma grande prova, vivendo por dentro as emoções de um grande evento de ciclismo. Para além da vertente desporti-va propriamente dita e da parti-lha por uma paixão comum, esta prova, desde a sua criação em 2012, permite que os participantes descu-bram locais e paisagens surpreen-dentes, muito vincadas pela auten-ticidade das Aldeias do Xisto.

Se por um lado a maioria dos atletas participantes são amado-res, por outro, esta 7ª edição do GranFondo, apresentou dois traje-tos bastante rigorosos, cujos níveis de dificuldade se assemelharam a algumas etapas das mais conhe-cidas provas nacionais e interna-cionais de ciclismo. Os sinuosos percursos começaram e termina-ram no concelho do Fundão, sendo que cerca de metade dos mesmos se desenrolou em deslumbrantes locais do concelho de Pampilhosa da Serra, como o Alto do Xiqueiro, as cumeadas da zona de Fajão, ou a

icónica Barragem de Santa Luzia. A propósito deste evento, e

citando nota do Município de Pampilhosa da Serra, José Brito, Presidente da Câmara Municipal, salientou o esforço assumido pela ADXTUR, que “tem feito um traba-lho notável, não só na promoção do ciclismo na região, como também em outras iniciativas que atraem mais pessoas a este território ao qual pertence o Município de Pampi-lhosa”. Para o autarca, esta é uma região onde “para além de condições excecionais para esta prática, temos ainda outas potencialidades que não podemos desperdiçar como a água de qualidade, o ar puro, as paisagens lindíssimas ou a boa gastronomia.” Por isso, considera que “temos o dever de aproveitar e preservar estas condições únicas e atrair pessoas que possam usufruir de tudo isto e que deem mais vida a todo este território das aldeias do xisto.”

Bruno Nogueira e Michel Machado, acabariam por se sagrar os grandes vencedores das provas de GranFondo e MedioFondo, respetivamente.

De facto, um dos maiores méri-tos deste evento, reside no facto conseguir aliar as potencialida-des do território à prática de uma modalidade com uma vasta história no nosso país.

Carlos SimõesFoto de capa: http://www.granfondopremium.com/

aldeias-do-xistoFotos: CMPS

PAMPILHOSA NO EPICENTRO DO 7º GRANFONDO ALDEIAS DO XISTO– 926 participantes em representação de 12 países

No âmbito da comemoração das Jornadas Europeias do Património, o Museu

Municipal de Pampilhosa da Serra dinamizou a atividade “Memoran-do Afetos” que envolveu utentes do Lar de Idosos / Unidade de

Cuidados Continuados e crianças do Jardim de Infância da Casa da Criança, no decorrer da tarde do dia 28 de setembro.

Este agradável «confronto» geracional ocorreu na Santa Casa da Misericórdia de Pampilhosa da

Serra, onde os pequenos e graúdos foram postos à prova através do «Jogo do Património», criado pelo Museu Municipal. Foram igual-mente realizadas outras atividades lúdicas, como o tradicional «Jogo do Burro», permitindo assim que os mais novos tivessem contacto com tradições e hábitos que se foram desvanecendo ao longo do tempo.

Para além dos jogos dinâmicos, salientou-se a proliferação do saber geracional, invocado na pessoa de José Henriques da Cunha, um reconhecido difusor e defensor do património cultural do território. Deste modo, o património material e imaterial pampilhosense esteve em evidência ao longo de toda a atividade.

Sabendo que a memória e as manifestações culturais têm um papel crucial na preservação da identidade dos pampilhosenses, esta peculiar partilha de experiên-cias proporcionou um dia diferente a todos os envolvidos, sendo que

o objetivo primordial do Museu Municipal acabou por ser uma vez mais alcançado: a tomada de cons-ciência para a salva-guarda do vasto e valio-so património existente no território.

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6 CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA

No dia 30 de setembro 2018, promovido por uma comis-são organizadora, compos-

ta por três dedicadas paroquianas pampilhosenses, Fernanda Alves, Inês Pereira e Anabela Pinto, realizou--se nas instalações da Santa Casa da Misericórdia de Pampilhosa da Serra, um almoço de despedida e homena-gem o Sr. Padre João Creoulo Prior.

O padre João foi ordenado em 15 de agosto de 1961. Pessoa bem conhecida e estimada pelos relevantes serviços prestados ao concelho duran-te 12 anos, onde pregou a fé cristã como pároco. Nasceu em 20 de julho

de 1936, tendo uma idade e saúde que já não o ajudava na sua missão, tendo partido no mês de setembro de Pampilhosa da Serra para a Casa Sacerdotal Santa Joana, em Aveiro, mais perto de sua terra natal e fami-liares, e lá decerto continuará a pregar sua fé com maior sossego.

A atividade sacerdotal no conce-lho, fica agora apenas a cargo do Sr. padre Orlando Henriques com as 9 paróquias a seu cargo, onde já se encontra há 6 anos. Até agora, o padre João e o padre Orlando ajudavam-se mutuamente, agora só, ainda se vai tornar mais difícil o bom desempe-nho das suas funções de transmitir a todos nós a palavra e a fé em cristo, o que merece de todos o maior reco-nhecimento. Bom seria, se possível, a quem de direito colocar junto de

si alguém que o ajudasse a tal difícil missão.

Entre as mais de 300 pessoas presentes no almoço de homena-gem, o Município de Pampilhosa da Serra marcou presença com o seu presidente, vice-presidente e verea-dora da cultura, nomeadamente, José Brito, Jorge Custódio e Alexan-dra Tomé, presidentes das juntas de freguesia de Pampilhosa da Serra, Cabril, Dornelas do Zêzere, Janeiro de Baixo e Portela do Fojo-Machio, nomeadamente Nuno Almeida, Anabela Martins, Joaquim Isidoro, José de Jesus Martins e Henrique

Marques, o presidente da Associação de Solidariedade Social de Dorne-las do Zêzere, Manuel Isidoro, que tem a difícil missão de zelar pelos idosos de sua freguesia e não só, assim como o senhor provedor da Santa Casa da Misericórdia, António Sérgio Martins.

Findo o almoço chegou a hora de ouvir alguns oradores, iniciando o Sr. padre Orlando que coordenou as intervenções. Agradeceu a presen-ça de todos e enalteceu a figura do homenageado pelo excelente traba-lho desempenhado, estando já há 6 anos na sua companhia, com quem muito aprendeu para transmitir aos outros. “Vai partir para outro local, lá continuará a desempenhar sua missão, onde decerto passará o resto de sua vida, onde rezará por nós, deixando saudades,

espiritualmente estará sempre presente”, referiu na ocasião o padre Orlando.

O senhor Provedor da Santa Casa da Misericórdia, enalteceu igualmen-te o homenageado pelos relevantes serviços prestados ao concelho e à Igreja. Disse ter sido “uma honra rece-be-lo nestas instalações, quando de sua chegada a este concelho, honra também na festa de despedida, também nestas instalações, indo para outro local mas certamente que o seu coração ficará entre todos nós”, disse o provedor, entregan-do de seguida o brasão lembrança da instituição, “para que não se esqueça e continue a rezar por todos nós”.

O presidente da Associação de Solidariedade Social de Dornelas do Zêzere, agradeceu ao Padre João tudo o que fez pela associação que dirige, “levando a fé a seus utentes, onde foi sempre por muito estimado”, oferecen-do-lhe a figura de cristo cruxificado, trazendo também uma lembrança dos utentes da sua instituição, cons-tituído por um enorme terço por eles feito, e um envelope contendo a seguinte mensagem:

“Senhor Padre João, os idosos (uten-tes) da Associação de Solidariedade Social de Dornelas do Zêzere, não podiam ficar alheios á festa de home-nagem que, alguém em boa hora, teve a iniciativa de organizar. Na impossi-bilidade de estarmos presentes, fazemos chegar a nossa voz com um abraço do tamanho do MUNDO. Agradecemos as palavras amigas que sempre nos transmitiu nas homilias das santas missas celebradas na nossa casa-institui-ção. Que ainda possa espalhar a palavra de fé como pastor da igreja de cristo por longos anos…São os nossos votos, bem-haja.”

As juntas de freguesia atrás referi-das, tal como todos oradores enalte-ceram a figura do Padre João, ofere-cendo-lhes lembranças alusivas ao ato que se estava vivendo, sendo unani-mes em consideram que “quando para elas olhar, assim como as outras, jamais esquecerá este dia, assim como todos nós o não esqueceremos a sua passagem por esta paróquia”.

A Comissão organizadora na pessoa de sua líder Fernanda Alves, uma dedicada colaboradora da igreja, conhecedora do que foi do trabalho do senhor Padre João no concelho, com ele tendo lidado diariamente, disse que “a sua memória será para

sempre recordada”, desejando-lhe as maiores felicidades. Em nome da organização, ofereceu-lhe uma pren-da, constituída por uma cadeira, com sistema elétrico para se ajustar como desejar, que espera ser da maior utili-dade e para o seu conforto no local para onde vai permanecer ainda por muitos anos.

O senhor presidente do Município de Pampilhosa da Serra, José Brito, salientou a ilustre figura do Padre João e a bem merecida homenagem, agra-decendo-lhe o que fez pelo concelho durante 12 anos. “Vai sair, mas será por nós sempre recordado com sauda-

de, felicitando-o por ter vindo para um concelho do interior já com 70 anos, vindo-nos transmitir sua sabedoria. E, para que não mais se esqueça de nós, nos anos que vai passar em outro local, oferecendo-lhe a Medalha de Prata do Município, que decerto irá guardar reli-

giosamente, não se esquecendo de nós, assim como nós não nos esqueceremos de si”, disse o edil, terminando referindo--se ao padre Orlando, desejando-lhe as maiores felicidades para a difícil missão que vai continuar a desem-penhar.

A sessão de intervenções foi encer-rada pelo homenageado que, visivel-mente emocionado, mas feliz, disse que, vai partir “levando todos no cora-ção”, pedindo desculpa por “algumas falhas que tenha tido”. Agradeceu as importantes lembranças que recebeu, as quais guardará “religiosamente”, e agradeceu as palavras que lhe foram dirigidas, assim como a presença de todos, à comissão organizadora, não só pela prenda oferecida, assim como, por lhe ter proporcionado “este ines-quecível dia”.

Obrigado Padre João e muitas feli-cidades.

Zé Manel

ActualidadePADRE JOÃO PRIOR RECEBE HOMENAGEM NA SUA DESPEDIDA– 300 pessoas presentes no almoço de despedida– Entregue Medalha de Prata do Município– Autarquias e instituições de solidariedade social reconhecem os 12 anos de relevante serviço no concelho

Nos termos do artigo 8º dos Estatutos, e do artigo 25º, alínea a) do Regulamento Interno, convoco, todos os associados, para a Assembleia Extraordinária da Sociedade União e Progres-so de Covanca, a realizar no dia 18 de novembro de 2018, pelas 10:00 horas, na Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra, sita na Rua das Escolas Gerais nº 82, em Lisboa, com a seguinte Ordem de Trabalhos:

Ponto único: Eleição dos Órgãos Sociais para o biénio 2018-2020.Não havendo à hora marcada o número suficiente de associados, a Assembleia Geral Extraordinária funcionará uma hora depois, com

qualquer número de associados presentes.Covanca, 1 de outubro de 2018

O Presidente da Assembleia GeralCarlos Alberto da Costa Pereira Simões

Nota informativa:Não havendo lugar à eleição nesta Assem-bleia Geral extraordinária, aplicar-se-á o Parágrafo Único do artigo 21º do Regula-mento Interno da SUPC:

“ARTIGO 21.ºOs membros dos órgãos sociais mantêm-se em exercício efectivo até serem empossados os seus sucessores, até ao prazo máximo de 90 dias, sendo convocada neste período Assem-bleia Geral, para eleger novos corpos gerentes. Parágrafo único - Não havendo novos corpos gerentes, será nomeada uma comissão admi-nistrativa com o mínimo de três sócios efec-tivos”.

SOCIEDADE UNIÃO E PROGRESSO DE COVANCA

ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA CONVOCATÓRIA

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CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA 7

Actualidade

Decorreu no dia 13 de outubro de 2018 o IV Open Internacional de

Xadrez de Pampilhosa da Serra, uma iniciativa do pampilhosense Grande Mestre António Fernan-des, com a colaboração do Muni-cípio de Pampilhosa da Serra e da Federação Portuguesa de Xadrez.

Após as edições de 2010, 2011 e 2012, este prestigiado evento da modalidade regressou assim

ao concelho serrano, com um total de 110 inscritos, de 12 nacionalidades distintas.

“Tive jogadores que me ligaram dos EUA, de Espanha, da Polónia e de outros países para virem jogar à Vila de Pampilhosa da Serra, o que significa que este concelho, é já um marco da modalidade”, salientou António Fernandes, Grande Mestre de Xadrez (título máximo atribuído pela Federa-

ção Internacional).Para o Campeão Nacional em

título, este é um “torneio de exce-lência”, que coloca Pampilhosa da Serra num patamar de referên-cia no panorama internacional da modalidade. Os 8 participantes com o título de “Grande Mestre” presentes nesta edição, são exem-plo disso mesmo, sendo que um deles, o Espanhol Daniel Nieto, viria mesmo a consagrar-se como o grande vencedor do torneio.

Este torneio foi também o 1º do Circuito Nacional de Partidas semi-rápidas da FPX 2018/2019, no qual apenas puderam partici-par os jogadores filiados na Fede-ração Portuguesa de Xadrez. No entanto, os jogadores interessa-dos que nunca estiveram filiados ou cuja última filiação tenha sido realizada há mais de cinco anos, puderam beneficiar de apoio da organização, de modo a poderem participar no torneio.

Contudo, neste torneio parti-ciparam jogadores de todas as idades, profissionais, amadores e das mais diversas posições do ranking. Nesse sentido, houve uma preocupação clara, por parte da organização, de premiar dife-rentes categorias de participan-tes, tais como escalões etários juvenis, a melhor classificação feminina, o melhor veterano, a melhor equipa, entre outras.

Mas nem só de Xadrez se tratou esta 4ª edição. No decor-rer do evento, com o intuito de

OPEN DE XADREZ RECEBEU 110 PARTICIPANTES DE 12 PAÍSES

o tornar mais inclusivo e para que os acompanhantes dos parti-cipantes pudessem descobrir parte do território Pampilhosen-se, o Município proporcionou--lhes uma visita a alguns pontos turísticos do concelho, como a

Barragem de Santa Luzia, a Praia Fluvial de Pampi-lhosa da Serra ou o Museu Municipal.

No dia 21 de agosto, o Município de Pampilho-sa da Serra, recebeu a

4ª Cerimónia de Atribuição do Reconhecimento de Práticas em Responsabilidade Social e Sustentabilidade, promovida pela APEE – Associação Portu-guesa de Ética Empresarial.

Pela primeira vez, a cerimó-nia deslocou-se de Lisboa para o centro do país, naquela que a organização considera uma “homenagem à resiliência das populações afetadas pelos trágicos incêndios de 2017.”

“Ficamos muito agradecidos

quando iniciativas destas vêm ao nosso encontro. Ajudar é vir, estar connosco”. As palavras são de José Brito, Presidente da Câma-ra Municipal de Pampilhosa da Serra que depois de enaltecer a descentralização desta iniciativa, procurou alertar os empresários e empreendedores presentes para as crescentes adversidades que os territórios de interior enfrentam. “O nosso grande problema é fazer com que o investimento neste terri-tório gere emprego para de alguma forma segurar a nossa juventude. É preciso perceber estas dificuldades e ter a coragem para investir, no

fundo para poder travar tudo isto que tem sucedido nos territórios de interior ao longo dos anos”, referiu.

Em análise estiveram 38 boas práticas candidatas às diferentes categorias em dois eixos distin-tos: Responsabilidade Social e Objetivos de Desenvolvimen-to Sustentável. Esta iniciativa, procurou assim distinguir a implementação de políticas e modelos de boa governação em organizações dos setores público e privado, com e sem fins lucrati-vos, que criam valor para as suas partes interessadas e contribuem ativamente para o desenvolvi-

mento sustentável.De facto, os conceitos de

desenvolvimento sustentável e responsabilidade social, cons-tituíram-se como os temas centrais desta cerimónia. No discurso inaugural, Mário Parra da Silva, fundador da APEE, considerou que o mundo empre-sarial enfrenta hoje uma “nova economia global, com uma nova ética”, na qual a economia está ao serviço da comunidade e não serve exclusivamente para “enri-quecimento dos acionistas”. Para o Chair of the board da Global Compact Network Portugal, “é na geração que ainda não nasceu que mais temos de pensar, pois tem o direito de receber mais do que

aquilo que nós recebemos”. Nesse contexto, referiu que “a respon-sabilidade social chama atenção das empresas para o que elas podem fazer pela envolvente: os seus próprios trabalhadores e tudo aquilo que as rodeia”.

Ao longo da sessão, entre prémios de reconhecimento de práticas e menções honrosas, foram entregues 24 distinções a empresas, entidades públicas e organizações da economia social, sendo que é de realçar a menção honrosa atribuída à Santa Casa da Misericórdia de Pampilhosa da Serra, na categoria Comunidade.

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE ÉTICA EMPRESARIAL PREMEIA EMPRESAS E ENTIDADES PÚBLICAS– Santa Casa da Misericórdia de Pampilhosa da Serra recebe Menção Honrosa

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Actualidade Opinião

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Actualidade

O Projeto “CLDS-3G Pampilhosa ATIVA!”, promovido pela Associa-

ção de Solidariedade Social de Dornelas do Zêzere, a Santa Casa da Misericórdia de Pampilhosa da Serra e o Projeto EPIS, dina-mizaram no dia 24 de setembro, com o apoio do Município de Pampilhosa da Serra, uma ação de informação na aldeia de Pescanse-co Fundeiro sobre saúde mental: sentir, refletir e prevenir.

Esta iniciativa surge no decurso do incêndio de outubro de 2017, que fustigou grande parte do concelho e deixou a comunidade fragilizada a vários níveis, nomea-damente a nível emocional.

A sessão teve como mote “Conversas comunitárias… faça de hoje um novo começo”. Os principais objetivos foram: infor-mar e esclarecer sobre emoções e reações normativas em momentos de trauma e catástrofe; sensibili-zar e capacitar para a identificação

de situações para posterior inter-venção psicossocial; promover atitudes preventivas em situações de crise e desenvolver competên-cias de gestão emocional.

Os 21 participantes envolve-ram-se de forma ativa ao longo de toda a “conversa”, criando-se

um momento de catarse para alguns e suporte emocional para outro. Para além dos Psicólogos que orientaram toda a atividade, esteve presente a Dra. Alexandra Tomé, Vereadora do Município de Pampilhosa da Serra.

Estes encontros têm sido dina-mizados nas aldeias do Concelho de Pampilhosa da Serra onde o incêndio de 2017 deflagrou com maior intensidade. Têm sido uma mais valia para a população, que por um lado recolhe informação sobre os vários comportamentos/emoções normativas e patológi-cas em momentos de crise e por outro percebem como e quando devem procurar ajuda de profis-sionais de saúde. Para além disso trata-se de um momento de parti-lha de experiencias que se pode apresentar como “terapêutico”.

CONVERSAS COMUNITÁRIAS SOBRE SAÚDE MENTAL

No sábado, dia 6 de outubro, mais de meia centena de caminhantes participaram

na “Descida Noturna Pedestre 18”, uma atividade para os amantes do pedestrianismo que, pela segunda vez, procurou aliar a prática desta modalidade à (re)descoberta de belíssimos locais do território Pampilhosense.

Desta feita, os participan-tes foram convidados a subir ao

ponto mais do Cabeço da Urra, de onde puderam apreciar o exube-rante pôr-do-sol, seguindo-se

uma entusiasmante caminhada de cerca de duas horas até chegar ao centro da Vila de Pampilhosa da Serra.

Tal como previsto, foi um final de tarde repleto boa disposição, onde para além da aconselhá-vel prática de exercício físico, os participantes, puderam descobrir imponentes paisagens circunda-das por trilhos surpreendentes.

No final, houve ainda tempo

para um lanche de confraternização entre os participantes.

58 CAMINHANTES DESCERAM DO CABEÇO DA URRA À VILA

organização viu-se forçada a cancelar as 3 passagens previs-tas no troço de Machio de Baixo – Portela do Fojo, moti-vada pelas condições meteo-rológicas adversas, originadas pela passagem do Furacão Leslie.

Mas a prova não abrandou e o segundo dia do evento ficou marcado pelas 3 passagens no troço de Lobatos – Sobral Magro, antigo circuito do mundial de rallys que surpreen-deu aficionados e concorrentes, proporcionando momentos de

grande espetáculo ao público presente.

Os vencedores foram Fernan-do Teotónio (piloto) e Luís Morgadinho (navegador), nesta etapa do Troféu Rally Regio-nal do Centro, enquanto que a dupla Nuno Mateus (piloto) e Paulo Pimentel (navegador), dominaram a etapa a contar para o Campeonato Centro de Ralis, conquistando o lugar mais alto do pódio.

A esta iniciativa da Penela Race Events, associaram-se o Município de Pampilhosa da

Serra, os Bombeiros Voluntá-rios de Pampilhosa da Serra, a Guarda Nacional Republi-cana de Pampilhosa da Serra e demais patrocinadores, que tudo procuraram fazer para que, apesar das condições meteorológicas desfavoráveis, o espetáculo decorresse sem incidentes graves, para valoriza-ção e prestigio da modalidade a nível regional.

Foto de Capa: MarkesFoto

No fim-de-semana de dias 13 e 14 de outu-bro, decorreu a 6º

edição do rally de Pampilhosa da Serra, uma prova organizada pela Penela Race Events, com o apoio do Município de Pampi-lhosa da Serra, que contou para o CCR (Campeonato Centro Rally) e para o TRRC (Troféu Rally Regional do Centro).

Os 19 inscritos no evento iniciaram a sua participação com duas passagens na Super Especial Noturna, no Sábado, sendo que no dia seguinte, a

FURACÃO NÃO ABRANDOU A 6.ª EDIÇÃO DO RALLY DA PAMPILHOSA

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10 CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA

Entrevista

Serras da Pampilhosa – O senhor Aníbal Pacheco é provavelmente o mais antigo colaborador do SERRAS DA PAMPILHOSA. Quando o projecto arrancou em 1999 acredita-va que o jornal chegaria aos dias de hoje, dada a reduzida taxa de sobre-vivência que caracteriza a história da imprensa pampilhosense?

Aníbal Pacheco – O meu primeiro contacto com o “SERRAS” ocorreu na data da realização do 1.º Congresso do Regionalismo Pampilhosense, de que guardo boas memórias, tanto pela sua organização como pela qualida-de das comunicações apresentadas e dos debates que suscitaram. Ao ver e apreciar o seu número zero à disposi-ção dos participantes naquele evento, a minha reacção, como pampilhosense, regionalista, colaborador da imprensa regional e interessado na cultura, foi de agradável surpresa. Considerando que o nascimento do jornal vinha abrir uma janela de vitalidade ao regiona-lismo, nomeadamente nas vertentes cultural e associativa, podendo tornar--se um veículo privilegiado da divul-gação dos valores do concelho, sejam eles de natureza patrimonial, social, económica ou cultural, foi fácil assumir o compromisso de colaborar nos seus conteúdos com a regularidade possível, a ponto de, olhando para estes 19 anos de publicação, serem raros os números do “SERRAS” que não incluem traba-lhos cuja temática procuro sempre ligar ao concelho ou às suas instituições.

Serras da Pampilhosa – Ao longo destes quase 20 anos o SERRAS tem conhecido algumas mudanças. Na sua óptica, é possível detectar e carac-terizar as várias fases da história deste jornal?

Aníbal Pacheco – É com natura-lidade que o “SERRAS” vai trilhando o seu caminho como órgão de infor-mação regional, fiel à rota traçada pelos seus criadores e assumida pela comunidade pampilhosense. A uma primeira fase, algo problemática, não isenta de riscos por ser inovadora num contexto regional onde os problemas de desenvolvimento material cons-tituíram sempre a mola impulsiona-dora da acção associativa, segue-se a implantação do jornal no seio da famí-lia pampilhosense, com vista à criação duma base de apoiantes instiucionais,

angariaçâo de assinantes, atracção de colaboradores e anunciantes que pudesse constituir o pilar de susten-tação do jornal. Mercê da dedicação de quantos o fazem, a sua evolução positiva é uma realidade que engran-dece o regionalismo, valorizada pelas mudanças que se foram introduzindo com o rodar do tempo tanto na área dos conteúdos como no grafismo, na qualidade do papel ou na alteração do formato. Falando de conteúdos, não sendo possivel enumerar neste curto espaço as diversas rubricas que o “SERRAS” nos disponibilizou nestes quase 20 anos de publicação, não deixo de realçar a importância de espaços como Aldeia do mês, Arquivo históri-co pampilhosense, Literatura popular da Beira-Serra, Livros & Autores ou As nossas tradições, entre outros.

Serras da Pampilhosa – Numa época caracterizada pela aparência, pela leitura rápida e sobretudo pelas redes sociais, que papel pode ainda desempenhar o SERRAS?

Aníbal Pacheco – A disponibilida-de das redes sociais onde muitos assun-tos, designadamente de carácter social ou político, encontram um fácil campo de divulgação, associada ao desenvolvi-mento, sempre cada vez mais robusto, das novas tecnologias da informação, é um facto que deve merecer uma refle-xão sobre o futuro, sendo de supor que, mais cedo ou mais tarde, muitos jornais em papel, como já sucede, irão desaparecer das bancas. Tal como para adquirir um livro não dispenso a ida à livraria, o ambiente propício para procurar e fazer escolhas, também não passo sem a leitura diária do jornal que me acompanha há muitos anos, pois, para além das vantagens que me proporciona em termos de conteúdos informativos, a comodidade da leitu-ra ou a sensação do contacto com o papel imprimem a estes momentos de lazer uma sensaçâo que não se verifica naquelas circunstâncias. Para mim, ler um jonal ou um livro online não é a mesma coisa que em papel.

Serras da Pampilhosa – Os pampi-lhosenses valorizam suficientemente o seu único jornal?

Aníbal Pacheco – Em relação à questão que agora me coloca, desta-co o facto de nos últimos anos ter aumentado o número de pampilho-

senses a escrever no “SERRAS”, o que é um sinal positivo, mas não possuo elementos concretos que me permi-tam emitir uma opinião fundamentada sobre o grau em que valorizam o jornal, sendo suposto admitir que terão por ele um carinho muito especial, como propriedade sua, criado e gerido por pampilhosenses e destinado a toda a comunidade. O que posso dizer é que se não forem os pampilhosenses a valo-rizar o “SERRAS”, até por ser o único que tem a marca do concelho, não sei quem o fará por eles, presumindo que ninguém, de perto ou de longe, assu-mirá essa valorização. Acho que exis-tem razões para que nos orgulhemos da caminhada deste projecto cultural do regionalismo pampilhosense. Mas só isso não chega, é preciso que toda a comunidade se identifique com o nosso jornal, que este vá evoluindo na diversidade dos conteúdos, preser-vando sempre a sua matriz fundadora, de modo a que continue a dar voz ao regionalism e a divulger o concelho e as suas instituições.

Serras da Pampilhosa – Além de colaborador da imprensa local e regional, o senhor Aníbal Pacheco é autor de vários livros nomeadamen-te sobre a história e a etnografia de Unhais-o-Velho. Relativamente ao restante concelho, que avaliação faz sobre produção monográfica? Conhe-cemos suficientemente a história e a cultura das restantes freguesias?

Aníbal Pacheco – Na minha vida ligada aos jornais, que já vem da juven-tude, o tema principal da minha inter-venção jornalística esteve sempre liga-do à problemática regional, com natu-ral relevo para o município pampilho-sense. É que, embora afastado do seu território desde que dele saí para pros-seguir a formação académica, fican-do as visitas periódicas reduzidas ao tempo de férias, nunca o chamamento das raízes deixou de me acompanhar, a ponto de viver os problemas do muni-cípio como se nele continuasse ainda a residir. Foi esse circunstancialismo que me levou a integrar a Assembleia Municipal durante três mandatos, que me proporcionaram um contacto de proximidade com a realidade local e apreciar a dedicação dos autarcas na construção dum município volta-do para o desenvolvimento, aberto ao exterior e focado na elevação dos parâmetros de qualidade de vida da comunidade pampilhosense. Embora todas as nossas povoações tenham, duma forma geral, um passado comum que as identifica, haverá com certeza diferenças entre elas em muitos aspec-tos ou particularidades. Já escrevi há anos que seria um bom serviço pres-tado à cultura se todas as freguesias do concelho pudessem elaborar obras de carácter monográfico sobre o seu passado histórico, incluindo lendas, tradições, gentes e formas de vida, técnicas agrícolas, mitos e crenças, pois todas elas terão matéria suficiente para fundamentar trabalhos desta natureza

e pessoas capazes de os concretizar, de modo a salvaguardar memórias identi-tárias que constituem um património cultural que se vai perdendo.

Serras da Pampilhosa – Tem planos para publicar uma nova obra?

Aníbal Pacheco – Considero a escrita uma forma de grande relevância na esfera da comunicação, mas nesta

fase da vida escrever um novo livro é um projecto que está fora das minhas cogitações. Por diversas razões. Para além do prazer que a escrita me dá, até pelo facto de, em livro ou na impren-sa, representar uma espécie de tribu-to prestado às minhas raízes serranas, à gente boa e simples que habitava a minha terra há muitas décadas, a

ANÍBAL PACHECO, UM JORNALISTA SERRANO« Se não forem os pampilhosenses a valorizar o “SERRAS”, até por ser o único que tem a marca do concelho,

não sei quem o fará por eles»Aníbal Pacheco constitui um nome familiar. Ao longo de várias décadas e em diferentes órgãos regionais de comunicação social escrita (como o “Correio da Serra”, “A Comarca de Arganil”, o “Jornal de Arganil” ou até mesmo a “Arganilia”), o nosso entrevistado constitui um fenómeno raro de compromisso com a Beira Serra e de domínio da língua portuguesa. Ao caminharmos para o 20.º aniversário do “SERRAS DA PAMPILHOSA”, fomos falar com aquele que é, provavelmente, o mais antigo colaborador do nosso jornal. António Amaro Rosa

PERFILANÍBAL PACHECO nasceu

em Unhais-o-Velho (Pampilhosa da Serra), onde fez a instrução primária, continuando a formação académica em Coimbra.

Fez toda a sua carreira profissional no Instituto Nacional de Estatística (INE) para cujos quadros entrou em 1958. Foi responsável pela instalação dos serviços regionais do INE em Ponta Delgada (Açores), ficando colocado na sua direcção. Posteriormente, transitou, a seu pedido, para a direcção dos Serviços de Estatística da Região Norte, com sede no Porto, onde passou à aposentação.

O desejo de contribuir para o desenvolvimento do município em que nasceu levou-o a integrar a Assembleia Municipal de Pampilhosa da Serra durante três mandatos.

Em termos associativos, é associado da Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra, desde 1961, tendo colaborado na criação e organização da sua biblioteca. Foi fundador da União Progressiva de Unhais-o-Velho, vice-presidente e presidente da Direcção. Foi ainda confrade-fundador da Real Confraria do Maranho, juiz-ajudante (vice-presidente da Assembleia Geral) e membro da comissão eleita para elaborar o Regulamento Interno da Confraria e o Livro de Usanças.

É colaborador assíduo da imprensa regional, com milhares de trabalhos dispersos pelo Correio da Serra, A Comarca de Arganil, Jornal de Arganil, Arganília, O Varzeense e, desde a sua fundação, Serras da Pampilhosa,

de que é redactor. Foi co-fundador da revista cultural “Arganília”, sendo colaborador desde a sua fundação, membro do Conselho Consultivo e do Conselho Editorial.

Publicou “Um século da população do distrito autónomo de Ponta Delgada (1868 -1971”.

Com uma bibliografia marcada pela fidelidade às raízes pampilhosenses, publicou os seguintes títulos:

“Coisas da Minha Terra”, com prefácio do Senhor D. Eurico Dias Nogueira, Arcebispo-Primaz de Braga;

“Regionalismo Serrano”, prefaciado pelo jornalista António Lopes Machado;

“A Paróquia de S. Mateus de Unhais-o-Velho – do séc. XVII ao séc. XX”, com prefácio do Padre Joaquim Pereira de Almeida, pároco da freguesia.

“A Freguesia de Unhais-o-Velho – subsídios para uma monografia”, prefaciado pelo Padre Joel Carlos Batista Antunes.

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CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA 11

Entrevista Actualidade« Seria um bom serviço prestado à cultura se todas as freguesias do concelho pudessem elaborar obras de carácter monográfico

sobre o seu passado histórico, incluindo lendas, tradições, gentes e formas de vida, técnicas agrícolas, mitos e crenças»

todas aquelas pessoas que, em condi-ções muito adversas, labutavam desde o nascer do sol até desaparecer no horizonte, com o suor dum trabalho honesto e sempre com dignidade e um relacionamento solidário que lhes eram inatos. Para a gente desse tempo o passado era fonte de conhecimento e inspiração tanto na labuta agrícola como na preservação das memórias recebidas de antanho.

Serras da Pampilhosa – Além do património natural, Pampilhosa da Serra possui um reduzido património cultural imóvel. Conhecemos e valori-zamos devidamente esse património?

Aníbal Pacheco – É geralmente reconhecido por quem o visita que o concelho tem paisagens deslumbran-tes, rios e barragens, praias fluviais com bandeira azul, ruralidade, afabilidade das gentes, ares lavados, segurança e

tranquilidade que constituem fortes motivos de atracção para cada vez maior número de apreciadores da natureza e dos seus encantos. Essa ofer-ta turística precisa de ser complemen-tada por iniciativas de índole cultural, o que já vai acontecendo, numa procura crescente do seu alargamento e valori-zação. Se na área do património edifica-do o concelho tem dado passos signi-ficativos, a verdade é que também no respeitante ao cultural não se podem ignorar os avanços que o município tem dispensado ao sector da animação, promovendo interessantes iniciativas através das quais se procura conjugar a cultura com o lazer tendo como alvo os diversos estratos etários da população.

Serras da Pampilhosa – O que falta fazer no campo do património cultural pampilhosense? Que papel deve desempenhar a sociedade civil?

Aníbal Pacheco – Quando se está longe dos acontecimentos e, nessa medida, se não dispõe de elementos considerados essenciais para funda-mentar uma opinião sobre qualquer assunto, penso que se torna difícil emiti-la em termos concretos face a uma realidade que nos ultrapassa. Pare-ce evidente que nos últimos anos a atenção das instituições e, em particu-lar, da gestão autárquica, mostra uma evolução marcadamente positiva em termos culturais, não se afigurando difícil elencar um conjunto de acções orientadas para o fomento desse sector. Na área do património cultural, pode-remos citar alguns bons exemplos com a marca do regionalismo como serão, certamente, a criação da estrutura etnográfica ou a fundação do nosso “SERRAS DA PAMPILHOSA” que, com uma fidelidade às raízes que é a sua marca, há já 19 anos que chega regularmente a casa dos pampilho-senses. Talvez muitos pampilhosenses ignorem que a Casa do Concelho teve desde a sua criação uma componente cultural bastante diversificada, promo-vendo a participação de crianças em colónias de férias na praia ou cursos de instrução primária, realizando palestras e conferências, exposições, projecções de filmes, concursos de poesia ou criando uma biblioteca na sede. Uma sociedade civil devidamente organi-zada e consciente da importância do papel que lhe cabe desempenhar na animação da vida local pode consti-tuir uma forte alavanca no fomento da cultura, quer por iniciativa própria quer no apoio aos projectos oficiais. Nesta envolvência, parece-me de salien-tar uma manifestação de património cultural do concelho que nem sempre terá sido devidamente valorizada e que tem a ver com a criação literária de muitos pampilhosenses com obra publicada tanto em prosa como nas áreas da poesia ou do conto.

Serras da Pampilhosa – Participa e acompanha o movimento regiona-

lista há várias décadas. Que balanço faz sobre a acção deste movimento associativo?

Aníbal Pacheco – A minha ligação ao regionalismo pampilhosense come-çou 1960, data em que me inscrevi como associado da Casa do Concelho, “apadrinhado” por um grande amigo, o saudoso Dr. António Lourenço, então vice-presidente da Direcção. Até à minha saída para os Açores, por razões profissionais, passei por diversos cargos nos corpos sociais da Casa concelhia, mantendo até hoje a qualidade de asso-ciado. O regionalismo constitui um fenómeno social que, pelas suas raízes populares e objectivos, talvez possa-mos considerar único no país. Baseado no voluntarismo e na solidariedade, sempre foi encarado e vivido como um agregador de pessoas e de meios com a finalidade de desenvolverem esforços comuns no sentido de dotar as aldeias dos equipamentos básicos que pudessem ir ao encontro da satis-fação de algumas das suas múltiplas necessidades. Tal como era entendido e vivido num período que abarca cerca de quatro décadas, terá sido um movi-mento de certo modo revolucionário ao romper com a indiferença estatal na promoção do desenvolvimento das aldeias do concelho onde tudo faltava, esquecidas por governos longínquos e abandonadas por um poder municipal sem capacidade humana ou financeira que pudesse dar satisfação às necessi-dades básicas da população. A história desse período está feita, é conhecida, o seu balanço tem uma enorme marca de solidariedade que só poderá ser igno-rada por quem não viveu as circuns-tâncias sociais, políticas e económicas que marcaram a vida das nossas aldeias pelos anos trinta do século passado.

Serras da Pampilhosa – O regio-nalismo já ultrapassou a sua crise de identidade? Que papel cabe hoje ao regionalismo?

Aníbal Pacheco – O regionalismo, tal como o conhecemos, foi no passado

um movimento social bastante dife-rente daquilo que é nos nossos dias. Não direi que seja melhor ou pior, as mudanças devem ser analisadas em face da realidade de tempos tão desi-guais como foram os anos 30 ou 70 do século passado. O importante é que se mantenha fiel à sua matriz fundadora, a união dos pampilhosenses, o amor ás raízes, a solidariedade, o olhar para o futuro Os tempos mudaram, o poder local adquiriu dignidade, o quadro das suas atribuições viu-se reforçado dos meios humanos e materiais indispen-sáveis para materializar um processo de desenvolvimento sustentado que vai evoluindo com o passar dos anos. Assim, o regionalismo do passado viu-se praticamente esvaziado dos objectivos fundamentais que o alimen-tavam, encontrava-se perante um dile-ma quanto à sua sobrevivência, o que deu origem a uma reflexão sobre a sua utilidade num novo tempo. Muitas opiniões surgiram, umas a marcarem--lhe um funeral algo antecipado, outras, que sempre advoguei, a pensar na sua continuidade, não nos moldes tradi-cionais que deixaram de ter sentido, mas aproveitando o espírito gregário dos pampilhosenses, a organização existente e os interesses da comuni-dade, compatibilizando os objectivos com as necessidades do novo tempo histórico. Não olvidando o passado, olhando o futuro, penso que, no essen-cial, a identidade do regionalismo se mantém, não como promotor de obras materiais mas como interventor na promoção social das nossas aldeias, na animação das festas locais, na revitali-zação de tradições, defesa do ambiente, preservação do património, fomento de acções nos domínios da cultura, do lazer e da solidariedade, continuando a ser um factor positivo na conjuga-ção de esforços de desenvolvimento do concelho em perfeita sintonia com o poder local.

No decorrer da tarde do dia 3 de outubro, a Federação Portugue-sa de Futebol (FPF), dirigiu-se

ao concelho de Pampilhosa da Serra, para proceder à entrega simbólica das chaves relativas às duas casas reabilitadas por aquela Federação, na sequência dos incêndios que fustigaram o concelho no ano transato.

Este apoio surgiu no âmbito da campanha de angariação de fundos "Tudo por Portugal", dinamizada pela FPF, cujo dinheiro obtido foi aplicado na reconstrução de doze casas de primeira

habitação nas zonas mais afetadas pelos incêndios de 2017. Deste modo, a gener-osidade da FPF permitiu alavancar a construção das duas habitações sinali-zadas no concelho de Pampilhosa da Serra, cuja concretização esteve a cargo da empresa Mateus&Ribeiro.

Assim, foi em ambiente de grande emoção que a comitiva composta pelo Sr. Presidente da Associação de Fute-bol de Coimbra, Horácio Antunes, pelo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra, José Brito, restantes membros do executivo autárquico e os

representantes da FPF, Dra. Francisca Araújo e Engº. Pedro Prudêncio, se diri-giu para as habitações agora reabilitadas a fim de levar a cabo o ato simbólico de entrega das chaves.

“Depois do inferno que passámos, esta-mos agora a viver um sonho”. Foi desta forma que na aldeia dos Padrões, Luís Fernandes, na presença da sua esposa, Ana Batista, agradeceu a todos os inter-venientes neste processo de construção, que agora permite o recomeço de uma nova etapa nas suas vidas, junto dos seus dois filhos, num lar com ótimas condições. Também Lucília Pereira Batista, de 77 anos, tem agora uma habitação renovada, na aldeia de Ceiro-quinho, onde não conseguiu esconder a alegria sentida neste momento tão especial. “Não tenho palavras suficientes para agradecer a toda a gente”, contou visivelmente emocionada.

Para José Brito, a entrega das chaves destas duas habitações, constituiu-se como um “momento importantís-simo”, apenas possível graças à “atitude magnânima” da Federação Portuguesa de Futebol que agilizou todo este processo, em colaboração com a Asso-ciação de Futebol de Coimbra, de uma

forma muito rápida e com uma “eficiência extraordinária”.

Nesse contexto, também Horácio Antunes, salientou a generosidade da FPF na pessoa do seu Presidente, Dr. Fernando Gomes, que com a colabo-ração de alguns patrocinadores e de muitos Portugueses, permitiram à federação recolher “algumas verbas para ajudar na recuperação destas casas”. Se por um lado, o ano passado foi de grandes dificuldades, por outro se não fosse o “altruísmo e sentido de solidariedade de entidades como a FPF, talvez tivesse sido bem pior”, completou.

No total, foram aplicados 721.941,79€, distribuídos por 12 casas em diversos Municípios. Este mont-ante adveio das receitas de bilheteira dos jogos particulares com os Estados Unidos e Arábia Saudita e através das linhas telefónicas do call center solidário instalado na Cidade do Futebol, bem como dos donativos feitos diretamente à FPF. No distrito de Coimbra, para além das duas habitações mencionadas, foram ainda reconstruídas mais duas habitações ao abrigo desta iniciativa.

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE FUTEBOL APOIOU RECONSTRUÇÃO DE CASAS EM CEIROQUINHO E PADRÕES

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12 CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA

Actualidade

BOLSAS DE ESTUDO PARA ALUNOS QUE INGRESSARAM NO ENSINO SUPERIOR

À semelhança do que acontece desde 2003, o Município de Pampilhosa da Serra, voltará a

apoiar os jovens estudantes residentes no Concelho, que tenham concluído o 12.º ano de escolaridade e que, no presente ano letivo, ingressaram no ensino superior.

Esta atribuição é uma valorização do mérito dos alunos, possibilitando--lhes a frequência num nível de ensino

que tantos custos acresce às famílias. A referida medida, constitui-se também como uma alavanca de apoio social que tanto tem beneficiado os jovens Pampilhosenses, minorando as desi-gualdades que intervêm, não raras vezes, como fator impeditivo no aces-so à educação.

O período disponível para candi-datura às referidas bolsas iniciou no passado dia 15 de outubro e termi-

na a 15 de novembro de 2018. Este foi o período de candidaturas esco-lhido, de forma a conseguir abranger todos os alunos candidatos ao ensino superior, independentemente da fase do concurso nacional em que foram admitidos, uma vez que a lista de alunos admitidos na 3ª fase, apenas foi conheci-da no passado dia 12 de outubro.

O projeto “CLDS-3G Pampilhosa ATIVA!”, promovido pela Asso-ciação de Solidariedade Social

de Dornelas do Zêzere com o apoio do Município de Pampilhosa da Serra, volta a promover aulas de Ballet para crianças e jovens do Município.

Esta atividade, que teve início no dia 20 de outubro, destina-se a crianças e

jovens dos 3 aos 15 anos e conta com a parceria da Academia de Bailado da Lousã. As aulas decorrem aos sábados, no Pavilhão Municipal de Pampilhosa da Serra.

O Ballet é responsável por comprova-dos benefícios como o desenvolvimento da expressão rítmica e do ouvido musical, a melhoria e/ou correção da postura, a

coordenação de movi-mentos, o estímulo da flexibilidade e força muscular, a concentra-ção o desenvolvimento de características como a perseverança, a auto-disciplina, a organiza-ção e a criatividade ou o aumento da autocon-fiança e das competên-cias de interação social.

BALLET PARA CRIANÇAS E JOVENS

Em reunião do Conselho Geral da Ordem dos Advogados, realizada no

dia 28 de Setembro de 2018, que teve lugar na sede da Ordem dos Advogados, em Lisboa, foi deliberado atribuir a Medalha de Ouro da Ordem dos Advogados ao, Conselheiro António Henriques Gaspar, Presidente do Supremo Tribunal de Justiça.

Na deliberação do Conselho Geral a que tivemos acesso podemos ler:

“No uso da competência que lhe é conferida pelo disposto no artigo 6.º, do Regulamento n.º 107/2007, de 6 de Junho, o Conselho Geral da Ordem dos Advogados deliberou, por unanimidade, a atribuição da Medalha de Ouro da Ordem dos Advogados ao Exmo. Senhor Conselheiro António Silva Henriques Gaspar.

A atribuição de tal distinção visa enaltecer o contributo do Exmo. Senhor Conselheiro António Silva Henriques Gaspar para a defesa do Estado de Direito Democrático e no reconhecimento da relevância da

Advocacia para a sua afirmação.Esta distinção, no momento em

que o Exmo. Senhor Conselheiro António Silva Henriques Gaspar cessa as suas funções de Presidente do Supremo Tribunal de Justiça homenageia um percurso ao serviço dos ideais da Justiça, dos direitos fundamentais dos cidadãos e do aperfeiçoamento da Ciência Jurídica.”

O Conselheiro António Silva Henriques Gaspar, cessou funções de Presidente do Supremo Tribunal de Justiça no dia 4 de outubro de 2018, nasceu em 1949, na Pampilhosa da Serra. Nomeado para o STJ a 20 de Março de 2003, foi anteriormente Procurador-Geral Adjunto no Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República (1987-2003) e também Agente de Portugal no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (1992/2003), membro do Comité Director dos Direitos do Homem (1994/2003) e membro do Comité Contra a Tortura das Nações Unidas

(1998/2001).É juiz conselheiro do Supremo

Tribunal de Justiça, de que foi eleito Vice-Presidente em Março de 2006 e reeleito em 2009. Tomou posse como Presidente do STJ em 12 de Setembro de 2013. Tem colaboração em várias revistas jurídicas. Publicou o livro “Justiça – Reflexões Fora do Lugar-comum”.

A Medalha de Ouro da Ordem dos Advogados é um prestigiado galardão atribuído a entidades ou a individualidades que tenham contribuído relevantemente, pela sua ação e mérito, para a defesa dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, identificando–se com os ideais da justiça, da defesa do acesso ao direito e da construção do Estado de direito, ideais que norteiam a ação da Ordem dos Advogados.

Os nossos parabéns por estas tão prestigiantes distinções.

Carlos SimõesFotos: www.csm.org.pt

Por ocasião da cessação de funções como Presidente do Supremo Tribunal

de Justiça e do Conselho Superior da Magistratura, o ilustre pampilhosense Juiz Conselheiro António Henriques Gaspar foi, no dia 03 de Outubro de 2018, condecorado por Sua Excelência o Senhor Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com as insígnias da Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo em cerimónia no Palácio de Belém.

PAMPILHOSENSE CONDECORADO COM A GRÃ-CRUZ DA ORDEM MILITAR DE CRISTO

ADVOGADOS ATRIBUEM MEDALHA DE OURO A HENRIQUES GASPAR

SENIORES EM SESSÕES DE PSICOLOGIA POSITIVA PARA COMBATER SOLIDÃO

O Projeto “CLDS-3G Pampi-lhosa ATIVA!” promovido pela Associação de Solidarie-

dade Social de Dornelas do Zêzere, com o apoio do Município de Pampi-lhosa da Serra, dinamizou, no passa-do dia 4 de outubro, duas sessões de psicologia positiva intituladas "Mais vale tarde do que nunca”.

Dirigida aos seniores com mais de 65 anos em situação de isolamento e solidão, esta iniciativa foi impulsiona-da pelo “Clube do Otimismo” e teve

como principais objetivos a promoção do convívio entre pares e a vivência de experiências através de dinâmicas de grupo motivacionais.

Para além disso, estas ações permi-tiram o desenvolvimento de atitudes potenciadoras de bem-estar, valoriza-ção de competências pessoais, redefi-nição de objetivos de vida e redução do sentimento de solidão.

As sessões decorreram nas fregue-sias Fajão-Vidual e Unhais-o-Velho, nas quais participaram 38 seniores.

O Município de Pampi-lhosa da Serra continua a promover um vasto conjunto de atividades

físicas desportivas, para os mais variados gostos e idades.

As atividades físicas nas quais se poderá inscrever desde já, são:

Aero Local; Aqua Fit; Ginástica Sénior; Hidroginástica Sénior; Treino Personalizado; Zumba; Aqua Zumba;

Escola de Natação; Musculação; e Natação para bebés.

As atividades decorrem de segunda a sexta-feira, entre as 10H15 e as 20H45.

As aulas de Ginástica Sénior têm lugar em todas as freguesias.

Consultar inscrições e calendarização, na página da Câmara Municipal em http://www.cm-pampilhosadaserra.pt/frontoffice/pages/431?news_id=1965

ATIVIDADES FÍSICAS DESPORTIVAS

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CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA 13

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14 CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA

Regionalismo Actualidade COVÕES TEVE FESTA E ALMOÇO CONVIVIO

Covões é uma pequena aldeia do concelho e freguesia de Pampilhosa da Serra, muito

sacrificada pelos últimos fogos, tal como muitas do interior altamente esquecido pelo poder central. A aldeia está geograficamente bem localizada, tendo ali bem perto do Rio Unhais, o que permite aos seus habitantes e visitantes, deleitarem-se em agradável ambiente natural junto à passagem das límpidas águas do rio, constituindo assim um privilégio para aquelas gentes.

Apesar desta vantagem, a população de Covões com residência permanente é muito diminuta, sendo grande parte do tempo apenas duas pessoas. Contudo, tal facto não impede que por altura da sua Festa Anual em honra de sua padroeira Nª. Senhora de Fátima, compareçam todos os que lhes é

possível, originando uma simples mas já famosa festa, à qual se juntam muitos visitantes.

Este ano a Festa teve lugar no dia 26 de agosto, organizado pela sua coletividade, o Grupo de Melhoramentos de Covões, presidida pelo muito dedicado José de Almeida Alexandre que, embora não sendo de lá natural, está ligado à aldeia por laços matrimoniais. Reconhecido regionalista sempre voluntarioso, José Alexandre, acompanhado pelos seus dignos colaboradores e contando com a ajuda das autarquias locais, tudo tem feito pelo engrandecimento da sua terra de acolhimento, proporcionando melhores condições sociais, salientando a sua Casa de Convívio, um autêntico museu, onde estão expostos muitos dos apetrechos usados por nossos

antepassados, honrando assim sua memória pela sua passagem por este maravilhoso paraíso chamado Terra que não sabemos aproveitar suas maravilhas nestas curtas férias que cá viemos passar.

O José Alexandre sempre provido de vontade em trabalhar para o bem comum, não só na sua terra Natal, Soeirinho, como nesta que o acolheu, assim como na Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra e seu Rancho folclórico em que participa há longos anos, na Associação de Combatentes do Concelho de Pampilhosa da Serra, e outros mais, não se poupa a esforços para ajudar.

Foi opinião generalizada na aldeia que a Festa anual de Covões decorreu de forma excelente, assim como o já referido Almoço de Convívio realizado no dia seguinte, onde compareceram mais de 70 pessoas. Além de muitos naturais da aldeia, estiveram presentes vários amigos/as, de Malhadas da Serra, Carvoeiro, Pessegueiro, Sobral Bendito e a imprensa regional com o jornal SERRAS DA PAMPILHOSA. O almoço decorreu da melhor forma, com uma refeição simples e familiar,

tendo o mesmo sido confecionado e servido pelas pessoas da aldeia que, pelo que pudemos assistir, foi do agrado de todos.

Do agrado de todos foi também a recente construção de uma estrutura metálica, cobrindo o excelente recinto de festas da aldeia, construção que contou com o Município de Pampilhosa da Serra como principal colaborador, infraestrutura que vem proporcionar melhores condições, sendo o mesmo este ano inaugurado.

José Alexandre cansado, mas visivelmente satisfeito pela forma como tudo tinha e estava a decorrer, com sua humildade característica, dirigiu-se a todos os presentes agradecendo a

presença, assim como a todos os que colaboram para confeção e serviço do almoço, salientando a presença do jornal Serras da Pampilhosa. Informou os presentes da construção da nova cobertura do recinto de festas, agradecendo ao Município, e a todos que colaboraram para mais esta realidade.

Assim terminou mais uma festa religiosa anual, da mais alta importância para a manutenção da fé das populações, e o já tradicional almoço, uma terra pequena mas de gente grande.

Zé Manel

FOGO LAVROU PRÓXIMO DO ESTEIRO– Chamas não ameaçaram habitações mas foram combatidas por mais de 200 bombeiros, apoiados por 54 viaturas e 8 meios aéreos

Pelas 14:22 h o r a s do dia 5

de outubro de 2018, deflagrou um incêndio numa área florestal perto da aldeia de Esteiro, na freguesia de Janeiro, concelho de Pampilhosa da Serra, distrito de Coimbra.

Conforme confirmou à agência Lusa fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro de Coimbra, as chamas lavraram “em dois flancos”, tendo sido rapidamente dominado pelos bombeiros, e dado como em resolução cerca das 16h00 do mesmo dia.

As chamas, que chegaram a ser combatidas por mais de 200 bombeiros, apoiados por 54 viaturas e oito meios aéreos, não puseram

habitações em risco, indicou a mesma fonte.

No local, uma zona de povoamento florestal localizada entre os distritos de Coimbra e Castelo Branco, no sudeste no concelho da Pampilhosa da Serra, um dos mais martirizados pelos incêndios de outubro de 2017, mantinham-se, pelas 17h00 daquele dia, 167 bombeiros, apoiados por 44 viaturas e cinco meios aéreos.

Carlos SimõesFotos: Lusa

Na manhã do dia 14 de outu-bro, um homem de 81 anos foi encontrado morto na aldeia de

Armadouro, freguesia de Cabril, Pampi-lhosa da Serra, disse à agência Lusa fonte da GNR. "O corpo foi encontrado à porta de casa e transportado para o Instituto Nacional de Medicina Legal", disse a fonte.

Segundo reportagem divulgada na SIC Noticias, o incidente aconteceu quando o Sr. Américo Pires regressava a casa, a poucos metros da sede da União e Progresso de Armadouro, onde era habitual passar o serão a jogar às cartas. O mau tempo não o demoveu de seguir caminho para sua casa, eram cerca de 23:00 horas da noite, numa altura em que o vento soprava forte e a aldeia esta-va sem luz.

Segundo o repórter pode apurar junto da população, o idoso acabou por cair junto à sua casa, e só às 8 da manhã a vizinha da frente deu o alerta. “Só demos conta de manhã porque não havia ninguém na rua, porque avisaram para

não sair e depois também faltou a luz…não havia luz em casa nem na rua”, referiu a vizinha Maria Nunes. “Ele conhecia bem este caminho, já o fazia há anos. Acabou por tropeçar e caiu sozinho e demos com ele de manhã”, referiu Alberto Ramos, sobrinho do falecido. “Terá batido com a cabeça”, adiantou a vizinha.

Américo Pires foi encontrado já cadá-ver. Segundo a SIC Notícias, a GNR confirmou que pelos indícios recolhidos no local, a morte do idoso terá sido consequência da tempestade que se abateu na região naquele final do dia e se

estendeu pela madrugada.Foi precisamente nessa noite que

se verificou a passagem da tempesta-de Leslie na região, contudo, uma outra fonte da GNR, em declarações à agên-cia Lusa, não relacionou diretamente a morte com o vento forte provocado pela passagem da tempestade Leslie na região Centro, que fustigou os distritos de Leiria e Coimbra, estando as causas por confirmar pelas autoridades.

Carlos SimõesFoto: SIC Noticias

HOMEM ENCONTRADO MORTO À PORTA DE CASA NO ARMADOURO– Falta de luz e vento forte provocado pela tempestade Leslie pode estar na origem da morte

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Actualidade Cultura

CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA 15

os mouros, sustentada por Dom Dinis. Foi comenda da Ordem de Cristo e pertenceu às comendas do Padroado Real, sendo avaliada em 100 mil reis no ano de 1600.

De salientar que este rico patrimó-nio religioso, tanto interior, como exterior se encontra em excelente estado de conservação, assim como das outras aldeias da freguesia, onde em cada qual existe uma capela, cada qual com seu adorado/a padroeiro/a, e onde todos os anos é feita festa em sua honra. Assim temos: no Esteiro - Senhora do Pé da Cruz; Porto de Vacas - S. Miguel; Machialinho - S. Vicente; Souto do Brejo - S. Jacin-to; Brejo de Baixo - Santo António; Brejo de Cima - Nossa Senhora da Guia; Urgeiro - S. Mamede (de notar que Urgeiro não pertence á freguesia de Janeiro de Baixo, mas pertence à mesma paróquia).

Para que este património se encon-tre em bom estado de conservação é necessário muita dedicação, e angaria-

ção de fundos para as enormes despe-sas. Destacamos a figura de António Pires Mendes, sendo secretário da comissão da Fábrica da Igreja, a qual é presidida pelo padre Orlando Henri-ques da paróquia, sendo o tesoureiro José de Jesus Martins, e ainda um cola-borador em cada aldeia da freguesia. Sendo no Esteiro, Porto de Vacas, Machialinho, Souto do Brejo, Brejo de Baixo, Brejo de Cima e Urgeiro, os paroquianos Carlos Campos Caeta-no, José Martins Costa, Manuel Pires Pereira, António Vicente Batista, José Antunes Vaz, Silvério de Oliveira e Manuel Fernandes Costa, respetiva-mente.

É assim com o esforço e dedicação destes homens e mulheres, com boa vontade e trabalho gratuito em prol de todos nós, assim como muitos outros, que este património se mantem na generalidade em bom estado de conservação.

Zé ManelColaboração de António Pires Mendes

Janeiro de Baixo é uma aldeia sede de freguesia do concelho de Pampilhosa da Serra, classificada

como “Aldeia de Xisto”, com seu belo casario antigo, assim com as suas tipi-cas ruas, na sua grande maioria em excelente estado de conservação.

A sua situação geográfica é privile-giada localizada num dos meandros do Rio Zêzere que circunda a aldeia, originando terrenos agrícolas de boa qualidade.

No aspeto social, desportivo e cultural, a aldeia de Janeiro de Baixo está dotada de excelentes infraestrutu-ras, designadamente a sua Praia Fluvial que atrai muita gente, o parque de Campismo e bungalows, o Parque de Merendas e o recinto desportivo, entre outros.

A sua Liga de Melhoramentos dispõe igualmente de muito boas instalações, os quais com apoio do

Município e da Junta de freguesia, presidida atualmente pelo dedicado José de Jesus Martins, têm dotado sua terra com muito boa qualidade de vida. Dispõe de um circuito pedes-tre que é dos melhores existentes no concelho. Neste circuito o trajeto inicia-se na aldeia, continuando à beira do Rio Zêzere por alguns quilómetros, acompanhando o curso das águas do rio, ouvindo o agradável som ambien-te, apreciando e saboreando a nature-za. Continua subindo até ao cimo de um monte onde se pode apreciar uma bela paisagem, incluindo a aldeia de Janeiro de Baixo, descendo, e já junto da aldeia, passa pelo antigo fontenário onde os antigos se iam abastecer do precioso liquido, passando pelo centro histórico, havendo oportunidade de apreciar sua beleza até chegar ao local de partida.

O património religioso de Janeiro

de Baixo é muito estimado pelas popu-lações e é altamente rico. Para visitá-lo tínhamos à nossa espera o anterior presidente da Junta de freguesia, Antó-nio Pires Mendes, que se dedica de corpo e alma à sua boa conservação, que amavelmente nos acompanhou na sua visita.

Iniciámos na Igreja matriz, sendo seu padroeiro São Domingos, que tem a festa em sua honra a 8 de Agosto. A sua imagem está exposta no altar-mor, acompanhada da Senhora do Rosário, Divino Espirito Santo, Nossa Senhora de Fátima e de Lurdes. Dispõe de mais dois altares laterais, onde se encon-tram as imagens de Santa Ana e Sagra-do Coração de Jesus.

Na aldeia existem mais duas cape-las, a de São Sebastião, santo que em sua honra é oferecido anualmente á população um Bodo. Uma tradição secular, que foi prometido para que uma epidemia desaparecesse, como aconteceu, sendo uma tradição que na certeza continuará. A outra capela da aldeia, a primeira a ser construída, é a de Santo Cristo, existindo registos de batismos, casamentos e óbitos desde o século XVI.

A povoação esteve anteriormente integrada nos concelhos de Covilhã, Fundão e Fajão, em 1885 passou a pertencer ao concelho de Pampilhosa da Serra, onde pertence atualmente. A origem deste povoado surge em torno da capela de Santo Cristo e, em 1757 tinha 117 fogos. Os primeiros registos remontam a 1320/1321, quando foi taxada em 80 Libras na guerra contra

PATRIMÓNIO RELIGIOSO DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRAFREGUESIA DE JANEIRO DE BAIXO

No dia 28 de setembro, pelas 21h30, subiu ao palco do Auditório Municipal a peça

«Caminho Marítimo para a Desgra-ça», um espetáculo da companhia DRA/MAT que chegou à Pampilho-sa da Serra no âmbito do Ciclo de Teatro «Mise en Scène»

Esta peça para toda a família é uma criação coletiva de Hugo Inácio e Telmo Ferreira e fala daqueles que através do seu infortúnio, construíram os grandes feitos dos quais ainda hoje nos podemos orgulhar, prometendo proporcionar inúmeras gargalhadas.

Sinopse:Nascidos em Lagos, nos anos 70

do séc. XV, dois antigos mareantes são banidos devido aos vários bulícios por eles causados.

Chegados a Lisboa, vagabundeiam

pelas ruas e são capturados como bandidos.

No dia 7 de julho, do ano da graça de 1497, decorriam os preparativos para a saída das naus de Vasco da Gama rumo à India. Imperava um clima de grande festa e alegria, enfei-tavam-se as ruas, assava-se o porco e, no culminar do festejo enforcavam-se dois bandidos. Algo unia o porco que rodava no espeto e aqueles dois tristes. Mas eis que tudo muda com a chegada da boa nova, homens livres seriam se embarcassem na frota com viagem de ida e volta até à Índia. Porém, como bem se sabe, não pode haver tanta fortuna sem o triste fado de meia dúzia de desgraçados.

FICHA TÉCNICA E ARTÍSTICA:Direção artística e musical: Hugo

Inácio e Telmo Ferreira IIntérpretes: Hugo Inácio e Telmo

Ferreira IDesenho de luz: Club.e - Pedro

Santos & Tadeu Silva IVÍDEO ART: Bianca Ferreira IProdução: DRA/MAT

CICLO DE TEATRO MISE EN SCÈNE apresenta... Comédia “Caminho Marítimo para a Desgraça”

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16 CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA

Actualidade

Conforme anunciado em comunicado do Turismo de Portugal de dia 18 de Setem-

bro de 2018, está a decorrer a segunda fase de candidaturas ao Programa de Investimento em Territórios de Baixa Densidade, com um incentivo de 25 milhões de euros.

Este programa foi lançado pelo Governo, através da Turismo Fundos, tendo como objetivo apoiar o inves-timento na aquisição de imóveis, nas regiões abrangidas pelo Programa Nacional para a Coesão Territorial, para desenvolvimento de atividades turísticas nos territórios de baixa densidade.

Nesta nova fase do programa, são

enquadráveis os investimentos em obras de adaptação, ampliação ou

requalificação dos imóveis adquiri-dos e passam a poder ser adquiridos

prédios mistos ou rústicos. As candi-daturas estão abertas até dia 31 de março de 2019.

Conforme divulgado em artigo publicado pelo site www.dinheirovi-vo.pt , a secretária de Estado do Turis-mo, Ana Mendes Godinho sublinhou a importância deste instrumento para dinamizar projetos turísticos no Interior, acrescentando que é “uma oportunidade para a requalificação de imóveis e para a atração de novos inves-tidores para estas regiões”.

Segundo a mesma fonte, o presi-dente da Turismo Fundos, Pedro Moreira, refere que “ao alargar o âmbito do modelo de atuação das operações de investimento imobiliário,

pretende criar as condições financei-ras mais adequadas para estimular o aparecimento de melhores projetos de investimento que permitam uma maior valorização do património cultural e natural localizado nos municípios de baixa densidade”.

Para a Pampilhosa da Serra, trata-se de um grande incentivo ao investi-mento e uma grande oportunidade para o futuro do turismo no concelho. A aquisição e reconstrução de imóveis degradados com potencialidades para o turismo rural é sem dúvida uma potencialidade ainda pouco explora-da.

Carlos Simões

Neste Verão, pela primeira vez, a Castanheira da Serra viveu um acontecimento inédito,

“Um dia em que vivemos o regresso ao Passado”, com a recriação de uma feira típica do século XVIII, a época de D. José I e do Marquês de Pombal.

Logo pela manhãzinha do dia 12 de Agosto, a aldeia encheu-se de gente, vindos de Lisboa, França e mesmo das aldeias vizinhas para com os residentes, vivermos um dia diferente nesta aldeia florida. Assim, ao primeiro toque do sino da capela todos os habitantes e visitantes acorreram ao largo da festa, previamente engalanado, para dar inicio ao que seria o grande acontecimento: Acabava de chegar o mensageiro enviado pelo Marquês de Pombal para fazer um levantamento, na Castanheira da Serra, dos prejuízos causados pelo Terramoto de 1755.

O mensageiro chegou acompanhado de uma grande comitiva e à sua chegada, no largo da festa, encontrava-se o casal mais abastado da aldeia com os vizinhos, para efectuar os respectivos cumprimentos. Após esta recepção, o Mensageiro fez um discurso explicando a razão da sua vinda à Castanheira da Serra, o que muito

agradou à população que o saudou com uma grande salva de palmas. Foi então declarado o inicio dos festejos com a abertura das tasquinhas com “comes e bebes” e algum artesanato típico dessa época.

E porque se estava a festejar em “Honra de Santiago”, aproveitando esta oportunidade, um grupo naturalista veio expressamente da Universidade de Coimbra com o objectivo de recolher produtos do reino vegetal, animal e mineral para levarem para o museu da dita Universidade, que se estava a organizar nessa época! Para a concretização deste objectivo foram organizados vários grupos de vizinhos (“peddy paper”), que assumiram com muito profissionalismo e interesse a sua missão e que chegaram a conclusões muito interessantes para os naturalistas e residentes, contribuindo também para o progresso da Castanheira.

Ao longo do dia foram-se desenrolando várias recriações históricas, como danças típicas, jogos de crianças, performances do “Fado de Coimbra”, tendo sido também expostas as quadras a concurso, cujo tema era “A Castanheira da Serra”.

Ao fim da tarde, depois de apurados

os vencedores dos concursos, foram atribuídos os prémios simbólicos aos vencedores do “peddy paper” e concurso de quadras.

Como o dia já ia longo, chegou o momento de dar por concluída a celebração e este dia de “Alegre Regresso ao Passado”, mas sem antes assistirmos a mais um momento alto da jornada, “A Queimada”, para afastar maus olhares e agoiros, como era habitual na época. Isto com a

preciosa ajuda das bruxas presentes!Foi mais um apontamento de boa

disposição e partilha, que estou certa de ter deixado boas recordações em todos os que estivemos presentes.

Cerca das 22h, regressámos ao século XXI, para assistirmos e participarmos no bailarico animado pelo grupo “LAMIRE”, que se prolongou pela noite dentro.

No dia 13 de Agosto, celebrámos a festa religiosa em honra de S. Tiago, Santo Padroeiro da Castanheira

da Serra. Mais uma vez se juntou a população para participar na Eucaristia, seguida de procissão, abrilhantada pela Filarmónica de Coja, a quem dirijo um elogio e agradecimento muito especial pela excelente actuação que tiveram nesta celebração religiosa.

Após as cerimónias religiosas, seguiu-se um almoço servido pelo restaurante “O Saboroso” a mais de 140 pessoas. Prosseguimos depois

com a abertura da quermesse e animação com música de baile, a cargo do DJ KLIPPER, com a festa e convívio prolongados pela madrugada dentro.

Finalmente terminados estes dias de festa, reuniu-se a Assembleia Geral da Comissão de Melhoramentos da Castanheira da Serra, no dia 14 de Agosto.

Dando cumprimento à ordem de trabalhos, procedeu-se à reeleição dos corpos sociais da Colectividade

para o próximo biénio de 2019/2020.A Comissão de Melhoramentos

da Castanheira da Serra não quis deixar de manifestar o seu agrado pela boa disposição e convívio que se viveu nos dias de festa. O elevado número de participantes, a colaboração que sentimos de todos, sem excepção, deixou-nos uma vez mais recompensados por todo o esforço desenvolvido.

Nada teria sido possível sem

este apoio, em que todos nos sentimos membros da família de Castanheirenses.

Um Obrigado muito sentido, em nome de todos os elementos que compõem a Comissão de Melhoramentos da Castanheira da Serra.

Pela Direcção,Maria do Céu Brito

CASTANHEIRA DA SERRA VIVEU UM DIA DE “REGRESSO AO PASSADO”

FUNDO DE APOIO AO INVESTIMENTO NO INTERIOR ABRE NOVA FASE DE CANDIDATURAS– Incentivo de 25 milhões de euros– As candidaturas podem ser submetidas até 31 de março de 2019 – Enquadráveis os investimentos para aquisição, obras de adaptação, ampliação ou requalificação de imóveis para turismo

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CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA 17

Cultura Regionalismo AS NOSSAS MONTANHAS E A NOSSA GENTE – 30

A colisão do zelo do Ti Abílio com o zelo da Ti Luísa, que descrevi na minha “crónica”

nº 29, é um de muitos episódios de um drama que, desde os primeiros tempos da República, se foi desen-volvendo em algumas terras das nossas montanhas.

Na noite de 15 de Maio de 1937, sábado, numa sede de freguesia do nosso concelho, três homens, que se consideravam os guardiões dos ideais da “República”, reuniram-se na adega de um deles, à volta de uma mesa de castanho, na qual sobressaíam duas garrafas de aguardente (uma de bagaço, outra de medronho), uma garrafa de jero-piga e um jarro de vinho.

- Três assuntos tornaram urgente esta reunião – declarou aquele que tinha convocado a reunião e que, na aldeia, era conhecido por “O Arrota-Sentenças”. – O primeiro é prestarmos a nossa homenagem ao Mestre Afonso Costa, que, como sabeis, morreu, esta terça-feira, em Paris. O segundo é analisarmos a situação em Espanha: as coisas estão a correr mal para os nossos, naquela maldita guerra civil. O terceiro é vermos o que é que ainda podemos fazer pelo pobre povo do Vidual de Baixo, que está a deixar-se enganar por abutres sem alma…

- Ai da malícia! – lamentou-se o irmão do “Arrota-Sentenças”, enquanto bebia mais um copo de aguardente. – Ai da malícia!

- Proponho, meu querido mano e meu querido compadre – assim se dirigiu o presidente aos seus

companheiros -, que prestemos a nossa singela homenagem ao Mestre. Porque, após a sua morte, lá no exílio, longe da sua e nossa Pátria, estamos aqui como irmãos órfãos de pai. Hoje, mais que nunca, a República tem necessidade de que, a uma só voz, proclamemos como ele: “Serei pela República!”.

Enchendo a sua xícara com medronheira e convidando os companheiros a encherem os seus copos, o presidente com jeropiga e o irmão do presidente com baga-ceira, o compadre do presidente convidou ao brinde:

- Brindemos ao Mestre Afonso. Brindemos à República.

Brindaram, vibrando em unís-sono:

- Ao Mestre! Pela República!Quando o “Arrota-Sentenças” se

preparava para retomar a palavra, o seu irmão, conhecido por “O Muro das Lamentações”, irrompeu num choro fino como o de uma corneta de cana delgada:

- Ó Mestre por tão poucos amado e por tantos odiado neste império da malícia, ordena ao Céu para que exista, a fim de que, lá, cantando tu a glória do Arquiteto Supremo, este te mande calar para que, em atenção aos teus méritos, os anjos e os arcanjos, os querubins e os serafins e todas as potestades e dominações celestes cantem, em consonância com a glória dEle, a tua glória! Que todos os espíritos da República Celestial te glorifiquem! Que todos te venerem! Que todos te magnifiquem!

E, transformando o choro fino num ronco grosso como o de uma corneta de cano de abóbora, prosseguiu:

- E daí, da República Celestial, sentado à direita do Cordeiro Imac-ulado que está sentado à direita do Supremo Arquiteto Presidente, ordena ao Inferno para que exista a fim de que, lá, urrando, uivando e ganindo sob as forquilhas dos acóli-tos e serviçais do Mafarrico, aque-les que, nos gólgotas das efémeras monarquias da vaidade, te crucific-aram sofram o suplício do perpétuo abrasamento!

Depois de ter advertido o “Muro das Lamentações” de que a aguardente lhe estava a provo-car uma verbosidade delirante, roubando-lhe o discernimento que “a gravidade da hora” reclamava, o “Arrota-Doutoradas” incitou os seus companheiros a uma análise e a uma avaliação de acontecimentos que exigiam destes zelosos “Vigi-lantes da República” decisões difí-ceis e ações perigosas.

É que, nessa mesma noite, num outro local da mesma sede de freguesia, estavam reunidos outros três homens que se consideravam zelosos defensores de outros ideais e zelosos vigilantes de um outro modelo de República. E o zelo de um grupo estava em colisão com o zelo do outro grupo, tal como, naquele Verão de 1911, o zelo da Ti Luísa tinha entrado em colisão com o zelo do Ti Abílio.

Manuel Nunes

Sobral Valado, uma das maio-res aldeias da freguesia e concelho de Pampilhosa da

Serra, da qual dista cerca de seis quilómetros, foi outrora, muito habitada mas não resistiu ao desti-no das aldeias das nossas serras, severamente atingidas pela deser-tificação humana e, é hoje, infe-lizmente, uma aldeia como tantas outras do concelho e da Beira Serra, lutando pela sua existência.

Os seus filhos ou descenden-tes, foram obrigados a ausentar-se para outras terras, especialmente para a grande Lisboa, na procu-ra de melhores meios de vida e subsistência, para si e seus descen-dentes, bens que a terra madrasta e esquecida, não lhes podia dar.

No verão, especialmente no mês de Agosto, a aldeia volta a fazer lembrar os tempos de outro-ra e a ter aquela alegria e movi-mento, vendo-se as ruas, ruelas ou becos, cheios de gente nova, com o regresso dos seus descen-dentes, que aqui vão mantendo as casas herdadas de seus pais ou avós, numa tentativa de dar continuidade à aldeia, porque as terras de cultivo espalhadas pelas mais diversas localidades, longe e de fraca qualidade produtiva, há algum tempo que foram abando-nadas, muito por falta de braços humanos para as trabalhar, são hoje palco atractivo para os terrí-veis incêndios que periodicamen-te nos atormentam.

Em 09-11-1947, já com alguma debandada para Lisboa e outros destinos, os seus filhos, ainda nascidos na aldeia, resolveram criar uma colectividade regio-nalista, à qual, depois de várias escolhas, deram - e bem - o nome de União Progressiva de Sobral Valado, com o fim de:

“a) - conseguir a máxima solida-riedade entre os naturais e oriundos de Sobral Valado;

b) - concorrer, quanto possível para o aperfeiçoamento moral e social dos seus associados e, dentro destes princípios, dispensar-lhes toda a protecção e auxílio na satis-fação das suas necessidades;

c) - concorrer por todos os meios ao seu alcance para os melhora-mentos e engrandecimento de Sobral Valado.”

Estes objectivos dos nossos estatutos, têm sido largamente alcançados por todas as direcções.

Muito graças a esta colectivida-de e ao seu desempenho através dos anos, tem contribuído para o progresso verificado, e para a sua existência como aldeia serrana, agora muito desertificada, claro, mas onde ainda dá muito gosto visitar e viver, possuindo todos os requisitos necessários à vida de hoje e a poucos quilómetros da sua sede de concelho.

Aproxima-se, mais uma vez, a data da fundação da União Progressiva de Sobral Valado, com cerca de 71 anos de vida inin-

terrupta, (09-11-1947). Todos os anos esta efeméride tem sido comemorada - e muito bem - com um almoço para dar solenidade a esta data.

Três pontos devem ser real-çados nestas comemorações: O esforço dos fundadores; A dedica-ção dos continuadores; e o exem-plo dos jovens que se determi-naram a dar continuidade a essa obra altamente meritória e com tanta razão de ser como há setenta e um anos.

Já por aí se ouviu dizer que o regionalismo deixou de ter signi-ficado.

Amigos sobralvaladenses: quando vos disserem isso, não acrediteis. Essa afirmação é da mesma origem da que nega, também, a validade - sagrada vali-dade - do nacionalismo. Porque o amor à Pátria começa com o amor à nossa terra natal.

No regionalismo cabem todas as ideias nobres da vida, porque o regionalismo é viver de mãos dadas, em solidariedade operante, é sermos todos por um, e um por todos.

Vamos continuar o nosso regio-nalismo, para sermos dignos dos homens de há setenta e um anos.

Aos jovens se comete tão grata e empolgante tarefa.

J. Marques de Almeida

DE SOBRAL VALADO A UNIÃO PROGRESSIVA FUNDADA HÁ 71 ANOS

A c a n t a r e i -ra, era um móvel feito

com umas tábuas mais ou menos aparelhadas.

Teria mais ou menos prateleiras, conforme o espaço onde tinha de estar e, a sua localização

era na cozinha. Era neste móvel que se depositava o cântaro da água, que depois de se ir encher à fonte ali chegava limpa e fresca. Na canta-reira, colocavam--se outros artigos que faziam parte da cozinha, pratos, a almotolia do azeite, a frigideira, a concha, a cantara de lata, etc. Foi um artigo muito usado pelo nosso povo.

Abel Almeida

USOS E COSTUMES DO NOSSO POVO (18): CANTAREIRA

É tempo de outono, época do S. Martinho e provar o vinho. É tempo de castanhas e Magus-

tos, pelo que abaixo damos conta dos convites que nos chegaram para estes tradicionais convívios:

CAMBAA Comissão Associativa de Melho-

ramentos de Camba vai realizar uma grande Torresmada e Magusto, no dia 3 de novembro, pelas 12:30 horas, na Casa de Convívio em Camba.

Haverá Torresmos da Matança com grelos e á tarde um lanche ajan-tarado com um Magusto e diversos petiscos. Não faltem em Camba.

CARVOEIROComissão de Melhoramentos

do Povo do Carvoeiro convida para participar no tradicional Magusto Carvoeirense, que se irá realizar no dia 3 de Novembro, na Casa do Povo de Carvoeiro.

Do programa consta pelas 11:00 horas uma Sessão de Esclarecimento acerca da reabertura da Casa do Povo de Carvoeiro. Pelas 18:00 horas um Lanche ajantarado, com caldo verde, torresmos, entremeadas, castanhas, sobremesa, agua pé, vinho, sumos, água e café.

CASTANHEIRA DA SERRA

A Comissão de Melhoramentos der Castanheira da Serra convida para o seu tradicional Magusto e realizar no dia 3 de novembro, em Castanhei-ra da Serra.

Venham conviver connosco e transformar este dia num agradável divertimento. Saudações a todos.

CEIROQUINHOA Comissão de Melhoramentos

de Ceiroquinho vai levar a efeito

o seu Magusto anual no próximo dia 3 de Novembro (Sábado), pelas 15H00, no largo da Eira.

À noite, contamos com a vossa presença na Casa de Convívio, onde por 5,00 € poderão disfrutar de um menu ligeiro. Contamos convosco.

MONINHOO Grupo Regionalista Amigos de

Moninho vai realizar no dia 11 de novembro o Magusto de S. Marti-nho.

Haverá carnes grelhadas, chouriço assado, queijos e pão, acompanhado com a boa Jeropiga. Inscreve-te já. (7,50€ p pessoa, 4,00€ até aos 10 anos). Vem conviver.

VALE SERRÃOA União Progressiva de Vale

Serrão vai realizar no dia 24 de novembro, o seu tradicional Magusto em Vale Serrão.

O encontro está marcado para as 13:00 horas na Casa de Convivo, onde não faltarão bons petiscos, a boa castanha e a bom vinho. Não faltem.

MATAA Sociedade Recreativa e Progres-

so da Mata vai levar a efeito no dia 1 de dezembro, pelas 15H30, um Magusto Tradicional, na Mata, com boas castanhas assadas à moda anti-ga, torresmos à moda da terra com batata cozida, legumes e a respetiva pinga. Esperamos contar com a vossa presença.

Nota: Outros Magustos e convívios se realizarão nesta época do ano, dos quais daremos conta logo que tenhamos essa informação.

Carlos Simões

AÍ ESTÃO OS TRADICIONAIS MAGUSTOS

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18 CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA

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CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA 19

e ofensivos, que acabaram por ditar a diferença. O resultado acaba por ser bastante enganador face ao que aconte-ceu ao longo dos 90’.

O trio de arbitragem liderado por Pedro Tomás não realizou um trabalho feliz. Aos 19’ deixou-se eludir pela expe-riência de André Gonçalo e assinalou grande penalidade. Grande penalidade que poderia ter marcado aos 65’, com André Gonçalo novamente como prota-gonista, o jogador do Condeixa ainda rematou ao lado mas antes parece ter sofrido falta. Aos 70’ foi Dias a reclamar uma grande penalidade para o Pampi-lhosense depois de ter sido derruban-do dentro da grande área. Estes são os lances mais contestados pelas duas equi-pas, num jogo em que existiram mais erros embora de menor importância.

Resultados:Marialvas 4-0 Académica SFPampilhosense 1-4 Condeixa

União FC 2-0 EirenseVigor Mocidade 6-0 Lagares da Beira

Tourizense 3-0 CarapinheirensePenelense 1-3 Naval 1893

Ançã FC 3-1 TochaBrasfemes 0-5 Sourense

Próxima Jornada: Tocha – PenelenseNaval 1893 – Tourizense

Sourense – CarapinheirenseAcadémica SF – Ançã FC

Eirense – MarialvasCondeixa – Vigor MocidadeLagares da Beira – União FCBrasfemes – Pampilhosense

Jorge Ramos

Desporto

Dia 8 de outubro de 2017, o Grupo Desportivo Pampi-lhosense recebia o Febres e

empatava a uma bola, com um golo de Curica. Nessa data, estávamos todos muito longe de imaginar o que acon-teceria depois, e que desde de então a equipa serrana não voltaria a disputar mais nenhuma partida naquele recinto. Até dia 21 de outubro de 2018! Dia em que o Pampilhosense deixará de

utilizar outros campos emprestados e poderá, finalmente, voltar a jogar na sua verdadeira casa com o conjunto do Condeixa a “apadrinhar” este regresso.

Já passou mais de um ano desde do último desafio em Pampilhosa da Serra. Desde de então a equipa serra-na jogou sempre em casa empresta-da, aguardando pelo dia em que o Estádio Municipal de Pampilhosa da Serra voltasse a poder receber jogos.

As obras já foram concluídas e a equipa serrana pisou pela primeira vez o novo relvado sintético, no penúltimo treino antes do jogo de domingo, dia 21.

Mais de um ano depois, o futebol e o Pampilhosense estão de regresso a Pampilhosa da Serra, para satisfa-ção dos sócios e adeptos que podem voltar a sentir as emoções de domingo à tarde!

Jorge Ramos

4ª Jornada da Divisão de Honra AF CoimbraEstádio Municipal de Pampilhosa da SerraAssistência: cerca de 250 espetadoresÁrbitro: Pedro TomásAssistentes: Ricardo Vinagre e Nuno GuerraAo intervalo: 1-2Pampilhosense: Kiko, Seco, Renato, Kiko, Flávio Salgado, Rafa (Miguel Barreto 67’), Ronaldo, Will (Amândio 59’), Simão (Abel 78’), Ricky e Dias.Suplentes não utilizados: Cédric, Cristiano, Cesar Palheira e Rola.Treinador: Carlos AlegreCondeixa: Manu, Rodolfo, Zito, Dani Alves, Hugo Oliveira (Leo Teixeira 54’), André Gonçalo (Rui Barbosa 66’), Hugo Amado (André Jorge 75’), Moura, Rui Pereira, Wilson e Rafa.Suplentes não utilizados: Manuel Lopes, Ricardo, Montenegro e JuniorTreinador: Pedro IlharcoAção Disciplinar: Amarelos: Ricky 50’, Seco 64’, Flávio Salgado 67’ e Renato 83’ (Pampilhosense).Golos: Simão 43’ (Pampilhosense); Dani Alves 20’ (gp), Rui Pereira 39’ (gp) e 63’ e Leo Teixeira 59’ (Condeixa).

Num jogo marcado pelo regresso do Pampilhosense à sua verdadeira casa, os serranos tentavam dar segui-mento à caminhada 100% vitoriosa no campeonato. Mas do outro lado estava um Condeixa que, sendo um dos principais candidatos ao títu-lo, estava proibido de perder mais pontos neste arranque de temporada.

Assistiu-se uma excelente partida de futebol, com as equipas a jogarem o “jogo pelo jogo” em busca do golo. O primeiro sinal de perigo surgiu logo aos 5’, para o Condeixa através da cabeça de Rui Pereira, a desviar por cima na sequência de um canto. Mas ocasião mais clara aconteceu aos 14’, para o Pampilhosense, com Seco a cruzar à medida e Dias, ao segundo poste com tudo para fazer o golo, a cabecear ao lado. Até que aos 19’ André Gonçalo tem uma incursão pela esquerda, entra na grande área e consegue “cavar” uma grande penalidade a Seco. Dani Alves foi chamado a converter e na marca dos 11m não desperdiçou colocando

o Condeixa em vantagem. O Pampi-lhosense respondeu, estava a conseguir algum domínio sobre o adversário, mas é o Condeixa que de forma fria vai ampliar o marcador. Aos 38’ André Gonçalo, novamente, tem um bom lance individual dentro da grande área e é derrubando, agora sem duvidas, pelo guardião serrano, sendo assinalada grande penalidade. Desta feita foi Rui Pereira chamado a converter, o joga-dor visitante não tremeu e fez o 2-0. O Pampilhosense não baixou os braços, manteve a mesma toda, e Ricky, aos 42’, dá um primeiro sinal ao rematar fraco para as mãos de Manu quando tinha espaço para fazer melhor. Na jogada imediata, aos 43’, Dias serviu de cabeça Simão e este rematou para o fundo das redes visitantes reduzindo o marcador para 2-1. Antes do intervalo o empa-te podia mesmo ter surgido, aos 45’, depois de uma excelente jogada coletiva com Simão a servir Dias e o avançado pampilhosense, quase na pequena área, a rematar ao lado.

Na segunda parte o Pampilhosense tentou entrar forte, mas foi o Condeixa que aproveitou o adiantamento da equi-pa serrana para fazer o 3-1 e sentenciar o encontro. Aos 59’ o Condeixa lançou a bola nas costas da defensiva serra-na e Leo Teixeira, acabado de entrar, ultrapassou Kiko e fez o golo. Pouco depois o Condeixa vai resolver de vez a questão, ao marcar de forma muito rápida uma falta para Rui Pereira e este rematar forte e colocado para o quarto golo da sua equipa. O Condeixa conti-nuou a aproveitar o adiantamento do Pampilhosense e André Gonçalo, aos 65’, surgiu isolado a rematar ao lado. Já aos 76’ foi Leo Teixeira a entrar dentro da grande área a rematar para defesa de Kiko. Até final destaque para Manu, que por duas ocasiões negou o golo, quase certo, à equipa do Pampilhosense. Na primeira foi a remate de Ricky à entrada da grande área, na segunda foi a Dias que rematou colocadíssimo e só não fez um golo de bandeira porque o guardião do Condeixa fez a defesa da tarde.

O Pampilhosense disputou o “jogo pelo jogo”, frente a uma equipa com argumentos para discutir o titulo de campeão. Em jogo jogado a equipa serrana não foi inferior ao Condeixa, mas cometeu alguns erros, defensivos

“PAMPILHOSENSE” DE REGRESSO A CASA UM ANO DEPOIS

5ª Jornada da Divisão de Honra de Futsal AF CoimbraPavilhão Bairro dos Carvalhos na LousãAo intervalo: 0-1Cinco inicial: João Ferreira, João Coelho, Alberto Silva, Marco Pestana e João MirandaJogaram ainda: Daniel Silva, Diogo Tomás, Tiago Parrança, Latado, Cláu-dio Faustino. Tiago Coelho e Tiago Rocha.Treinador: Nuno PestanaGolos: Alberto Silva 19’, Cláudio Faus-tino 30’, Latado 36’ e Miranda 37’ e 38’

A formação do Pampilhosense tentava o terceiro triunfo consecuti-vo no campeonato e cimentar uma posição na tabela. Do outro lado estava uma equipa ainda à procura dos primeiros pontos na tabela.

O Pampilhosense tinha de ser uma equipa competente para não se deixar surpreender pelo um Ac. Gândaras que ainda não tinha somado qual-quer ponto. E foi isso que aconteceu! Os serranos demoram a inaugurar o marcador, pese embora o maior caudal ofensivo que não se traduzia em golos, também muito por culpa do guarda-re-des adversário. A merecida vantagem pampilhosense só surgiu perto do final

do primeiro tempo, por intermédio de Alberto Silva. Resultado com que se chegou ao intervalo, uma vantagem escassa face ao que aconteceu.

Na segunda parte o acerto na fina-lização do Pampilhosense melhorou, foi mais objetivo, e Cláudio Faustino fez o 2-0, dando maior tranquilidade aos serranos. Na ultima fase do jogo desenhou-se a justa goleada com Lata-do a fazer o 3-0 e Miranda a bisar no encontro ao fechar o marcador em 5-0.

Vitória justa do Pampilhosense num jogo em que dominou a toda a linha, pecando apenas no capitulo da finalização. Terceira vitória consecutiva no campeonato que deixa a equipa a apenas um ponto do primeiro lugar na tabela. Para a próxima jornada o Pampi-lhosense vai folgar.Resultados: São João Sub23 0-5 Lavos

Ançã FC 2-0 S. Martinho CortiçaSanta Clara 1-4 Domus Nostra

Prodema 2-2 U. Chelo

Ac. Gândaras 0-5 PampilhosenseCP Miranda Corvo – Miro (adiado)

Próxima Jornada: Pampilhosense (descanso)

INFANTIS3ª Jornada do Campeonato de Infan-

tis Futsal AFCPampilhosense 1 – 3 Académica SF A

Resultados:Pampilhosense 1-3 Académica SF A

União 1919 2-2 São JoãoNS Condeixa 1-3 S. Martinho Cortiça

Classificação: Pampilhosense - 8º lugar, 0 pontos

Próxima Jogo (dia 3NOV):União 1919 – Pampilhosense

BENJAMINS3ª Jornada do Campeonato de

Benjamins Futsal AFCEsc. Viveiro 5 - 1 Pampilhosense

Resultados:CP Miranda do Corvo 1-7 Serpinense

Esc. Viveiro 5-1 Pampilhosense Esc. João Veloso 1-11 NS Condeixa

Classificação:Pampilhosense – 5º lugar, 3 jogos, 1

vitória, 2 derrotas, 3 pontosPróximo Jogo (dia 3NOV):União 1919 – Pampilhosense

Jorge Ramos

FUTSAL - TERCEIRA VITÓRIA SEGUIDA EM TONS DE GOLEADA — AC. GÂNDARAS 0 – 5 PAMPILHOSENSE

Futebol - Classificação:Futsal - Classificação:

FUTEBOL - DEPOIS DE 3 VITÓRIAS CONSECUTIVAS O PAMPILHOSENSE ESTREIA NOVO RELVADO A PERDER — G.D. PAMPILHOSENSE 1 - 4 CONDEIXA

Page 20: A NÃO PERDER 3 PADRE JOÃO PRIOR RECEBE Pág. 4€¦ · relativas aos elementos astronómicos, como as características das estrelas ou a identificação de constelações. No que

Actualidade

Da freguesia de Fajão-Vidual chega-nos um exemplo de verdadeira resiliência e

generosidade, protagonizado pelo movimento ADRO. Desde o grande incêndio de 2017, este movimento conseguiu mobilizar mais de um milhar de voluntários que em conjunto, através de inúmeras iniciativas, “acenderam uma luz de esperança” junto da comunidade local. “Passado um ano é agora tempo de apreciar as coisas boas que aconteceram no último ano, fruto do trabalho e dedicação de todos”. Nesse sentido, “a Junta de Freguesia de Fajão-Vidual e a Câmara Municipal, convidaram os voluntários a regressar à terra para celebrar e nós, ADRO, convidámos a população a juntarem-se a nós”, salientou Joana Moreira, uma das fundadoras deste movimento.

Se por um lado é verdade que os incêndios do ano transato deixaram um rasto de destruição sem precedentes no nosso concelho, por outro, é também nestas alturas que a capacidade de resiliência e de solidariedade do ser humano

mais se evidencia, nomeadamente sob a forma de atitudes e estórias verdadeiramente inspiradoras.

Uma dessas estórias chega-nos através do movimento ADRO - Apoio ao Desenvolvimento Reconstrução e Ordenamento, criado pelos irmãos Joana Moreira e João Pedro Moreira, em conjunto com amigos de ambos, que após os incêndios de outubro de 2017 decidiram pôr mãos à obra para ajudar a população da Freguesia de Fajão-Vidual, em Pampilhosa da Serra, da qual são descendentes.

O ADRO nascia assim imediatamente após o incêndio de 15 de outubro, “através da vontade de várias pessoas que já tinham ido à Freguesia algumas vezes”, sendo que a “primeira intervenção no terreno viria a acontecer no fim-se-semana seguinte ao flagelo que afetou o concelho”, tal como frisou Joana Moreira, principal impulsionadora do movimento.

Desde então, a resiliência deste grupo de jovens, todos eles escoteiros, já conseguiu mobilizar mais de um milhar de voluntários, oriundos de diversos pontos do

país e, inclusivamente, de países estrangeiros como a Bélgica, a Espanha ou Israel. Em conjunto, nas diferentes aldeias da Freguesia de Fajão-Vidual, levaram a cabo um conjunto de intervenções que se têm mostrado fundamentais para que as pessoas que ali residem, no fundo, possam restabelecer a sua rotina, em conformidade com a que tinham antes do incêndio.

“Procurámos fazer um levantamento de necessidades. Fomos bater à porta das pessoas para perguntar o que lhes tinha acontecido. Ouvimos parte das suas histórias, do seu sofrimento e ouvimos também aquilo que elas precisavam. Tornou-se claro que haveria uma grande diferença entre aquilo que o estado iria fazer e aquilo que as pessoas precisavam”, esclareceu Joana.

A professora primária e escoteira em Queluz durante 15 anos, referiu que todos os fins-de-semana, “às 9h00 no adro da igreja de Fajão”, escuteiros, civis, amigos de amigos e inclusivamente pessoas que por espontânea vontade se ofereceram para ajudar, reuniram-se sucessivamente para dar um novo alento às gentes da Freguesia, focando-se “onde o estado não poderia ajudar, como a reconstrução de galinheiros ou chiqueiros, limpeza de linhas de água, terrenos e até mesmo a limpeza de parte do Rio Ceira, na zona de Ponte de Fajão, em parceria com a Câmara Municipal”.

Um ano após a catástrofe, é agora “tempo de voltar e apreciar as coisas boas que aconteceram no último ano, fruto do trabalho e dedicação de todos.” Queremos marcar a data de 15 de outubro, mas agora com um acontecimento feliz.”

Há um ano atrás, pela primeira vez em Fajão-Vidual, foi impossível

fazer algo que impedisse o fogo de atingir a população. Ainda assim, a onda de generosidade e espírito de entreajuda gerada pela ADRO, com o contributo de inúmeras pessoas e entidades, permitiu que as gentes locais fossem retomando a sua vida e a sua rotina. Este fim-de-semana serviu para enaltecer o contributo de todos aqueles que ali “acenderam uma luz de esperança”. Assim, “a Junta de Freguesia e a Câmara Municipal, convidaram os voluntários a regressar à terra para celebrar e nós, ADRO, convidámos a população a juntarem-se a nós”, concluiu Joana Moreira.

Foi precisamente com esse intuito que a Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra, em conjunto com a Junta de Freguesia de Fajão-Vidual, lançou o convite a todos o que colaboraram neste movimento, para um jantar/convívio que se realizou no sábado, dia 13 de outubro de 2018, seguido da atuação do grupo musical Real Companhia, do qual é líder o artista pampilhosense e fajaense Fernando Pereira, natural da aldeia de Porto da Balsa. O referido jantar serviu de mote para um fim-de-semana recheado de boa disposição e inúmeras atividades, para a qual

toda a comunidade foi convidada a associar-se.

Neste evento, estiveram mais de uma centena de pessoas da freguesia, muitos amigos e convidados, dos quais destacamos Joana Moreira na qualidade de coordenadora principal do movimento ADRO Fajão-Vidual, Carlos Alegre como vereador da Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra, Carlos Simão presidente da junta de freguesia de Fajão-Vidual, Isaura Fernandes pela direção da Liga Pró-Melhoramentos da freguesia de Fajão e Ana Proença pela Associação dos Escoteiros de Portugal. Estiveram ainda presentes as juntas de freguesia de Cabril com Anabela Martins, e Pampilhosa da Serra com Nuno Almeida.

Com o adro da igreja de Fajão cheio de gente, o convívio e alegria foi a nota dominante naquele dia 13 de outubro, havendo ainda lugar a diversas intervenções proferidas pelas personalidades presentes, das quais o jornal Serras da Pampilhosa dará conta em reportagem mais alargada a publicar na próxima edição.

Fotos de Joana Freitas

UM ANO DEPOIS, ADRO FAJÃO-VIDUAL COMEMORA O “ACENDER DA LUZ DA ESPERANÇA”