A Ópera Na Amazônia Durante o Séc. XIX

8
ANPPOM – Décimo Quinto Congresso/2005 514 A ÓPERA NA AMAZÔNIA DURANTE O SÉCULO XIX: JOSÉ CÂNDIDO DA GAMA MALCHER E O MELODRAMA BUG JARGAL Márcio Páscoa [email protected] Resumo O presente artigo aborda as questões candentes do panorama histórico musical do Norte do Brasil, a partir do melodrama Bug Jargal, de José Cândido da Gama Malcher (1853-1921). Palavras-chaves: 1.Ópera; 2. Amazônia; 3. Século XIX Abstract This paper deals with important historical and musical northern brazilian questions detectible in Bug Jargal, melodrama composed by José Cândido da Gama Malcher (1853- 1921). A presente comunicação de pesquisa concluída, traz assunto derivado da tese doutoral do autor deste ensaio e enfoca o gênero operístico e seus constitutivos históricos e estéticos no ambiente do Norte do Brasil, durante o século XIX. O objetivo da pesquisa que deu luz a estas linhas foi a investigação das atividades e mentalidades em curso no Brasil setentrional durante a chamada «Época da Borracha», período de fausto econômico e grande movimentação social e cultural na região amazôni- ca. A abordagem utilizada levou em conta uma relação histórico-cultural da música, bus- cando muito mais um sentido para as estruturas do que o estabelecimento de uma estrutura para os possíveis sentidos que viessem a ser encontrados. Desta forma, orientado o traba- lho mais à hermenêutica, sem entretanto deixar eventualmente de dialogar com modelos analíticos tradicionais e de áreas afins, mesmo que parcialmente ou em contexto, teve-se como finalidade maior a busca de sentido do patrimônio intelectual de época e lugar defi- nidos. Houve preocupação historiográfica para definir e abordar objetos, de modo a poder enquadrar-se na chamada História Cultural.

description

Importante artigo de Márcio Páscoa

Transcript of A Ópera Na Amazônia Durante o Séc. XIX

ANPPOM Dcimo Quinto Congresso/2005514 A PERA NA AMAZNIA DURANTE O SCULO XIX: JOS CNDIDO DA GAMA MALCHER E O MELODRAMA BUG JARGAL Mrcio Pscoa [email protected] Resumo Opresenteartigoabordaasquestescandentesdopanoramahistricomusicaldo NortedoBrasil,apartirdomelodramaBugJargal,deJosCndidodaGamaMalcher (1853-1921). Palavras-chaves: 1.pera; 2. Amaznia; 3. Sculo XIX Abstract Thispaperdealswithimportanthistoricalandmusicalnorthernbrazilianquestions detectible in Bug Jargal, melodrama composed by Jos Cndido da Gama Malcher (1853-1921). A presente comunicao de pesquisa concluda, traz assunto derivado da tese doutoral do autor deste ensaio e enfoca o gnero operstico e seus constitutivos histricos e estticos no ambiente do Norte do Brasil, durante o sculo XIX. Oobjetivodapesquisaquedeuluzaestaslinhasfoiainvestigaodasatividadese mentalidadesemcursonoBrasilsetentrionalduranteachamadapocadaBorracha, perodo de fausto econmico e grande movimentao social e cultural na regio amazni-ca.Aabordagemutilizadalevouemcontaumarelaohistrico-culturaldamsica,bus-cando muito mais um sentido para as estruturas do que o estabelecimento de uma estrutura paraospossveissentidosqueviessemaserencontrados.Desta forma, orientado o traba-lhomaishermenutica,sementretantodeixareventualmentededialogarcommodelos analticostradicionaisedereasafins,mesmoqueparcialmenteouemcontexto,teve-se como finalidade maior a busca de sentido do patrimnio intelectual de poca e lugar defi-nidos. Houve preocupao historiogrfica para definir e abordar objetos, de modo a poder enquadrar-se na chamada Histria Cultural. ANPPOM Dcimo Quinto Congresso/2005515 Assim sendo, as fontes desta pesquisa so os peridicos belenenses do sculo XIX, as verses manuscritas, orquestral e pianstica, do melodrama Bug Jargal, de Jos Cndido da Gama Malcher (1853-1921), iconografia referente sua montagem de estria e aos canto-res que vieram ao Par no citado perodo, alm do material bibliogrfico de poca diversa. A obra musical em questo, escolhida dentre a averiguao de outras possveis, foi consi-derada aqui no de maneira complexamente internalizada, mas em amplo dilogo com fa-tores externos e as mltiplas vises que oferecem. Osresultados,comforapluralmesmo,renem-seemum,talvezmaior,queodo conhecimento sobre uma regio e poca da qual pouco se sabe ou, o que mau, muito se presume. Nem esta pesquisa tem a pretenso de ditar linhas, quanto mais a de ser completa. A sua oferta de caminhos, entretanto, de par com o que muito j feito por outros distintos pesquisadoresbrasileiroseestrangeiros,peadescobertovriasoutrasquestes,asquais na impossibilidade de examinar em completo aqui, faz com que se empreenda uma sntese. Emverdade,aindamuitopoucooquesesabesobreaperanoBrasiloufeitapor brasileiros.Quasetudoquecirculaentrediletantesemesmoprofissionaisdevriasreas ligadas ao espetculo diz respeito to somente obra de Carlos Gomes, s notcias resumi-dasdesteedeoutrosautoresquearestritabibliografiabrasileirareproduzdesdemuitas dcadas passadas, ou ainda a raros feitos recentes que inevitavelmente caem em silncio. Entretanto, as dimenses do gnero lrico no pas so bem maiores e mais difusas do que comumente se pensa.OmencionadocompositorparaenseJosCndidodaGamaMalcher,assimcomoda maioria de seus colegas de ofcio poca, esto em relativo anonimato o que no seno parte de um mal maior que aflige o pas, concernente ao descaso institucional e moral para com o patrimnio. Compositor, regente, pianista, empresrio, Gama Malcher atendeu a exigncias de seu meio, no s no exerccio destas muitas atividades, mas at mesmo no simples fato de ter vindoaseentregarexclusivamenteaelas,numapocaemquesepensaqueaAmaznia onde ele nasceu era uma regio to agreste culturalmente quanto o meio natural que a ca-racteriza. Entretanto, a relao da Amaznia com a pera, ou o espetculo teatral musicado que comelapodeserconectado,vemseguramentedepocasmaisdistantesqueadocitado artista. ANPPOM Dcimo Quinto Congresso/2005516 JnosculoXVIIIencontram-senotciasdeteatrosemMacap1eBelm2,aopasso quetambmsurgiramdaasnotciasdosprimeirosespetculoscujafiliaoeestrutura sugeremquesetratassemdeentremezes,ouperadecordel.Estegneropopularmente conhecido em Portugal em fins de setecentos deve ter sido praticado por autores ptrios e mesmoamaznidas,conformeseentendedealgunselementosdapeaPastoresdoAma-zonas, do poeta amazonense Bento Aranha (1769-1811), levada cena em Belm nos co-meos do sculo XIX.3 No se sabe ao certo a autoria das vrias peas neste possvel formato vistas na capital paraense e mesmo na vizinha So Luiz, durante os anos de virada entre os sculos XVIII e o XIX, assim como tambm so obscuros os elencos que as encenaram. Mas alguns anos depois, j a meio de oitocentos, uns poucos grupos teatrais, e dentre eles os devotados ao lrico, passaram a desempenhar funes mais regularmente em Belm, sendo desta poca os primeiros nomes de que se tem maior notcia. Aindaqueapoucaregularidadeeaprecariedadedetaisexibiesnopermitisse comparaes com o movimento que se observava na sede imperial brasileira, elas parecem ter sido bastante auspiciosas, a ponto de se verem conjugadas com apresentaes em outras capitaisnacionais4e,acimadetudo,porfomentaraconstruodeumteatrodemaiores propores.OTeatrodaPaznasceprecisamentea,deumanecessidadeemoferecerumaparato mais condizente com os anseios pblicos e com a movimentao que j se avolumava nos antigos palcos como o do Teatro Providncia.5 Embora inaugurado em 1878, o Teatro da Paz viu sua primeira estao lrica somente em1880,nosendoeleoprimeirodaAmazniaaabrigarumespetculooperstico,pois mesmoemBelmovelho Providncia j o fizera nos anos da dcada de 1820 em diante. Tampoucofoiporcausadonovopalcoprovincialquenasceuainspiraolocalparaa composio do gnero operstico dentre os nortistas. Algumas dcadas antes Henrique Eu-llio Gurjo (1832-1885) j havia sido estipendiado pelo governo paraense para se aplicar nos seus estudos de msica na Itlia, o que resultou na criao da pera Idlia. Por vontade

1 Baena, 1979, p.192, in Salles1995, p.7 2 Pscoa, 2003, p.14 3 Idem 4 Notcias de que comanhias lricas de indefinida dimenso passaram por Recife e So Luiz em direo a Belm, podem ser lidas em Publicador Maranhense, 9 de janeiro de 1855 e Dirio do Maranho, 3 de setembro de 1855 5 Dados mais significativos e pormenorizados a este respeito podem ser encontrados em Salles, 1995, e Pscoa, 2003 ANPPOM Dcimo Quinto Congresso/2005517 doseuautoraobra s foi cena em 1881, dcadas depois de ser composta, quando pde ento ser exibida em primeira mo aos paraenses, a quem estava dedicada.6 Neste mesmo ano o jovem Gama Malcher comeava a despontar em Belm, chegado ele tambm de um perodo de estudos na Itlia. Seu caminho ainda envolvera uma etapa na Pensilvnia, onde obteve o diploma de engenharia para o agrado do pai, o mdico Jos da Gama Malcher.7 A interinidade deste no cargo de presidente provincial em alguns momen-tos do comeo da dcada de 1880 pode ter ajudado o jovem maestro na sua ascenso den-tro do nascente ambiente lrico do novo teatro.8 ObtendopautanoTeatrodaPaz,GamaMalcherconstituiuentoumaempresapara organizar a temporada lrica de 1882 e com ela trazer Carlos Gomes ao Par, atendendo estria do Salvator Rosa em Belm. Infelizmente a temporada que comeara exitosa termi-nou disturbada por problemas vrios.9 Por causa disto, mas tambm pelo recesso do Teatro da Paz para obras ao final de sua primeiradcada de existncia, somente em 1890 Gama Malcher pde realizar outra aven-turaempresarialsemelhante.Parecetersidoigualmenteauspiciosa,pois,almdenovos ttulos que atualizavam o gosto do pblico local (La Gioconda, Carmem), estreava na altu-ra a sua primeira pera, Bug Jargal, que em seguida seria encenada em So Paulo e no Rio de Janeiro.10 EnquantoIdliadeHenriqueGurjofoiconstitudasobumtemaromanesconum formato tradicional de 3 atos e numa estruturao clssico-romntica, Bug Jargal foi con-cebido como um melodrama em 4 atos-talvez um dos ltimos de sua espcie- em que se vem influncias da grand opera, mas tambm da tradicional planificao cnica italia-na.11

Comosepercebe,ambasasobrasforamcriadastardiamente,seforemcomparadas produo europia de seus dias. O caso de Idlia parece ser mesmo o da descontextualiza-o:nosadataavanadaeseuformalismomusicaljmuitovistoquealimitarama pouco mais de um par de rcitas quando da sua estria.12 A temtica do drama romntico,

6 Idlia foi estreada em 3 de novembro de 1881 por um elenco de notoriedade queles dias. A pera est atualmente em lugar incerto, a despeito de ter sido bastante apreciada em seus dias, inclusive por Carlos Gomes. 7 Cernicchiaro, 1926, p. 314 8 Pscoa, ob.cit., p.28 9 Idem 10 Desde a estria no Teatro da Paz, a 17 de setembro de 1890, at a ltima vez que se tem notcia de sua representao, ainda naquela temporada, a 3 de maro de 1891, Bug Jargal obteve por volta de uma dzia de rcitas. 11 Pscoa, 2003. 12Folha do Norte, 28 de fevereiro de 1915 ANPPOM Dcimo Quinto Congresso/2005518 com inspirao no medievo europeu, recheado de personagens nobilirquicas de discutvel valor moral, pertenciam ao extremo oposto do sculo. AindaqueBugJargaltenhasevalidotambmdeaspectosformaisrelativamenteul-trapassados,oseuautornoselimitouaelesnaconcepodramatrgicadasuapeade estria. O seu apego tradio enxerga-se perfeitamente no uso formal de cenas maneira de Gioacchino Rossini, ou mesmo de Gaetano Donizetti e Giuseppe Verdi, incluindo-se os casos inspirados no modelo francs de grand opera.A disposio dos temas musicais obedece a preceitos clssicos em grande parte e tam-bmsocomunsasconvergnciasdramatrgicasparafavorecerformulaesconhecidas, como a cano de Bug Jargal, ou o bailado do quarto ato. Entretanto, Gama Malcher mostrou-se de grande ecletismo ao relacionar com tais va-loresumconjuntodeoutroselementosbemmaiscontemporneosaosseusdias,comoas melodias longas e sinuosas, descrio musical de eventos fsicos e emotivos, temas recor-rentesemhibridismocomaidiafixaedemotivocondutorealgunsefeitosharmnicos quedesatendemtradio.13Mesmonoaspectortmicoencontram-senovidades,como o carimbouolundqueserelacionampersonagemIrma,emdoismomentosdiferentes domelodrama.14Contudo,opontoforteaelaboraoestticadaobra:estruturaode cenasemformatoespecular,equilbriodeantagonismosquesugeremidiaplatnica,di-nmica tendente a oposies de situao, com evidencivel influncia aristotlica e trajet-ria e desfecho de par com o Neoplatonismo.15 Com isto, as fontes de Gama Malcher se abrem para alm da produo verdiana ou in-fluenciada por Verdi. A inspirao no autor italiano e nos valores da tradio lrica penin-sular so explicveis quando se sabe que Gama Malcher viveu e estudou algum tempo em Milo, onde constituiu famlia. Mas para alm deste vnculo forte com as razes verdianas, o compositor paraense deve ter mantido contacto com o ambiente esttico-musical germ-nico, talvez a obra de Richard Wagner ou por ele influenciada. O contraste entre procedimentos distintos de compor revela que Gama Malcher se an-tecipou em alguns aspectos, direcionando-se j ao Naturalismo. A constituio de um can-tabileelaborado,precedidodenarrativafarfalhadajumpontodecomparaocoma obra de Puccini que estava por ser escrita. Outro indcio importante o da concentrao da

13 Jornal do Commercio, 27 de fevereiro de 1891.14Pscoa,2003:Ousodocarimbedolundsoapenasexemplosmaisflagrantesdetantassituaesdevariedadee pluralidade rtmica que se podem observar na obra.ANPPOM Dcimo Quinto Congresso/2005519 trama em um ncleo de personagens de densidade psicolgica, sem espao para comprim-rios (e portanto sem freqentes episdios de divertimento).Otratamentodoassuntoparecesertambmumpontodegrandeelaborao.Mesmo que baseado na novela mais antiga de Victor Hugo, Gama Malcher e seu libretista, o italia-noVincenzoValle(autordeLabilia,segundoprmiodoclebreconcursodaCasaSon-zogno,vencidopelaCavalleriaRusticana,em1890),deramrelevantescontornosderea-lismo trama. No s pelo assunto abolicionista ser um dos temas candentes do Brasil de oitocentos,emespecialdaAmaznia,16maspelafundamentaodoassuntoprincipal,o amor, ser tratado como um paradigma da relao humana, fazendo entrelaar o vis polti-co-social ao psicolgico-emotivo de modo a no poderem se diferenciar.17 A trama passa-se em So Domingos e alude aos acontecimentos sociais e polticos que levaramaosurgimentodaprimeirarepblicanegranaAmrica,oHaiti.BugJargalli-vrementeinspiradonopersonagemhistricoToussaintLouverture.18Nomelodramaele um dos lderes negros, ao lado do temvel Biass, em torno de quem se formar uma revol-tadegrandespropores.OlatifundirioAntonioD'auvergneyeseusobrinhootenente LeopoldoD'auvergneysoosrepresentantesinstitucionaisdasforascoloniais.Maria, noiva deste e filha daquele, desperta o amor de Bug Jargal por ter salvado sua vida de uma severa punio, o que provoca o cime da escrava Irma, enamorada do protagonista. Com este sexteto, mais coro e os elementos j assinalados, desenvolve-se o essencial para que um drama romntico-realista converta-se num melodrama que se posiciona a ca-minho do ultra-realismo. Curiosamente, a prtica do juste milieu (que mistura caractersticas de um modelo ao outro)foilargamentepraticadono teatro brasileiro como forma de conjugar pblicos mo-ralmentetradicionaiscomobrascadavezmaisdotadasdeelementosdedescriorealis-ta.19 Por outro lado, se observado por este sentido do ecletismo no uso dos procedimentos tcnicos e estticos de compor, Gama Malcher surpreendentemente comparvel ao que se observa na arquitetura desta virada do sculo XIX para o XX. Talvez mesmo por se encon- 15 Pascoa, 2003, Cap.5 16 O Amazonas foi a segunda unidade brasileira a abolir a escravatura, em 1884, meses depois do Cear. 17Almdasverseseletrnicasemlnguaoriginal,anovelaBugJargalpodeserencontradaemversesimpressasna lnguaportuguesa,dasquaisoferece-se,comoreferncianabibliografia,umexemplovindodasobrascompletasde Victor Hugo, editadas em Portugal. 18 Uma substancial anlise do tema histrico associado novela foi escrita por Pierre Laforgue e pode ser encontrada em http://groupugo.div.jussieu.fr/Groupugo/89-06-17Laforgue.htm 19 Faria, 2001 ANPPOM Dcimo Quinto Congresso/2005520 trar s portas de um tempo em que mltiplos caminhos pudessem ser tomados pelos msi-cos em sua profisso e artistas em geral. O xito do Bug Jargal esteve aparentemente limitado aos recursos financeiros do seu autor. Na condio de empresrio, planejou que a companhia fosse a So Paulo e ao Rio de Janeiro.Paravencerresistnciasemambososlugares,oqueaindaumfatonosdiasde hoje,inseriunocarteloaestriadeoutrasduasperasdeautoresnacionais,Moema,de AssisPacheco,eCarmosina,deJooGomesdeArajo,estaltimajexibidanoTeatro dalVerme,deMilo,em1888.Entretanto,naexcursoaosudestebrasileiroprecisouse associar a terceiros, que logo faltaram com as responsabilidades, provocando assim o des-monte da companhia. 20 Parece ser desta poca a troca de correspondncia entre Gama Malcher e o editor itali-ano Sonzogno, o que refora rumores da poca de que Bug Jargal pudesse ganhar difuso internacional.21 VoltandodefinitivamenteparaBelm,GamaMalchernopdemaisempreender companhias lricas como fizera dantes, mas no parou de compor. Em 1895 estreou na es-taoopersticadoTeatrodaPazasuasegundapera,Iara.Maistardeaindaescreveria Idlio,quedeveriatersidolevadacenaem1905masfoicanceladapormotivospouco esclarecidos,ecomooltimoemaisobscurotrabalho,intituladoSeminarista,estigual-mente perdido.22 Fontes e Bibliografia 1.Manuscritos GAMA MALCHER, Jos Cndido da - Bug Jargal, (partitura) verso orquestral, 4v. Depo-sitadonaBibliotecaAlbertoNepomuceno-InstitutoNacional de Msica, Rio de Janeiro, sob o nmero 3270.GAMA MALCHER, Jos Cndido da - Bug Jargal, (partitura) reduo para piano, 4v. De-positado na Biblioteca Alberto Nepomuceno - Instituto Nacional de Msica, sob o nmero3269. 2.Fontes eletrnicas http://groupugo.div.jussieu.fr/Groupugo/89-06-17Laforgue.htm

20 Jornal do Commercio, 27 de fevereiro de 1891 21 Gazzetta Musicale di Milano, 26 de outubro de 1890, pp. 689-690. 22 Folha do Norte, 11 de junho de 1905. A pera deveria estrear com a clebre Tina Poli Randaccio em um dos papis principais, mas a jornada extenuante da companhia parece ter abreviado a temporada.ANPPOM Dcimo Quinto Congresso/2005521 3.Fontes impressas CERNICCHIARO,VicenzoStoriadellaMusicanelBrasile:daitempicolonialisinoai nostri giorni (1549-1925), Milano, Fratteli Riccioni, 1926 FARIA,JooRoberto-IdeiasTeatrais:osculoXIXnoBrasil,SoPaulo:Perspecti-va/Fapesp, 2001. HUGO, Victor - Noventa e Trs e Bug Jargal, Barcelos: Civilizao Editora, 1991. SALLES,Vicente-pocasdoTeatrono Gro-Par: ou, apresentao do teatro depoca Belm, UFPA, 1994, 2v. PSCOA,Mrcio-peranaAmaznianapocadaBorracha(1880-1907):BugJargal, deJosCndidodaGamaMalcher,Coimbra,2003,2v.Tesededoutorado.Universidade de Coimbra. 4. Peridicos Dirio do Maranho (So Luiz), 3 de setembro de 1855 Folha do Norte (Belm), 11 de junho de 1905; 28 de fevereiro de 1915 Gazzetta Musicale di Milano (Milo), 26 de outubro de 1890 Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), 27 de fevereiro de 1891 Publicador Maranhense (So Luiz), 9 de janeiro de 1855