A pesquisa em saúde como instrumento de mudanças política e social · 2017-10-03 · • Ele...
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A pesquisa em saúde como
instrumento de mudanças política e
social
Danielle Groleau PhDAssociate Professor, Associaite director of graduate studies,
Departement of Psychiatry,McGill University
Senior investigator, Jewish General Hospital
Fonds de Recherche Québec - Société & Culture
Determinantes Sociais da
amamentação entre Franco-
Canadenses que vivem em contexto
de pobreza (FQRSC)
PI: Danielle Groleau PhD
Co-investigator: Phyllis Zelkowits PhD
Research assistants :Marguerite Soulière & Catherine Sigouin
Departements of Psychiatry & Family Medicine
Problema
•Os benefícios da amamentação para a saúde são
inúmeros
•As desvantagens associadas aos benefícios para a
criança originam-se na proteção da AMAMENTAÇÃO
EXCLUSIVA. Porque?
– Adoece com mais frequencia, menos acesso a alimento
nutricionalmente equilibrado, usa mais os serviços de saúde
•Embora houvesse melhora recente na média de adesão a
amamentação, as mães pobres FC continuam com as
menores taxas de amamentação (inicio e duração)
•Sub-representada no grupo clínico de mães que deu à luz
a bebês de BP: birth to LBW babies: Amamenta <
Objetivo
Identificar os determinantes
socioculturais da
amamentação entre
Francofônicas Canadense que
vivem em contexto de
pobreza.
• População: Mães Franco-canadenses em desvantagen
• n= 62: 31 amamentavam & 31 usavam fórmulas
• 50% das mães – primíparas Média de idade das mães : 23
• Entrevista etnográfica realizada no primeiro mês após o parto
• Validação com as mães e profissionais
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Milieu urbain Milieu semi-urbain
Milieu rural
Allaitement
Biberon
Razões das mães para não Amamentar
• Peito sem função nutritiva, mas sim sexual
• Preservar a exaustão da energia
• Bebê recusa porque tem pouco leite
• Muita sensibilidade dolorosa
Consenso da família sobre a opção do
alimento infantil: um desafio
• As mulheres que optaram por mamadeira são aquelas cujos entes
queridos têm um discurso pró- mamadeira mais unânime
• A persistência da duração da amamentação é mais frequentemente
associada ao discurso pró-amamentação entre os parentes
• Entre as mães que abandonaram a amamentação na fase inicial,
mais parentes tiveram opiniões divergentes sobre a melhor escolha
da alimentação infantil.
E o suporte das Enfermeiras?
Mães que abandonaram a amamentação receberam, em média,
menos apoio e aconselhamento de enfermeiras do que aquelas
que persistiram.
O apoio das enfermeiras desde o nascimento foi um fator chave
na persistência da mãe para amamentar. Ele fez uma grande
diferença entre aquelas que abandonaram no início e aquelas
que foram capazes de continuar.
Seios? Para que servem?
• 59% das mulheres que optaram pela mamadeira não
perceberam que os seios tinham uma função
nutricional– Amamentar não é natrual. Seios tem função sexual
• 68% das mulheres que amamentam mais que um
mês, a consideram natural.
• AM interfere com o ‘capital simbólico’ das mulheres
O que é capital simbólico?
• Bourdieu foi um etnógrafo sociólogo, da escola
pós-estruturalista, professor de Colégio
Francês.
• Um de seus interesses principais foi explorar em
que processos as classes sociais se
reproduzem.
• Ele argumentou que o acesso ao poder é
governado pelo totalidade do capital a que uma
pessoa tem acesso. Ele não é apenas
econômico, mas também social, cultural e
simbólico.
Fonte de capital é PODER
• Capital Econômico: salário, economias &
bens
• Capital Social: suporte & rede social
• Capital Cultural: educação formal &
Conhecimento
• Capital simbólico: prestígio & respeito, o
que tem realizado na vida, o que pode
fazer e qual é o seu papel (is)
Como o capital e o poder se
conectam à amamentação?
•A amamentação é uma fonte de capital /
poder para jovens mães que vivem em
situação de pobreza?
– Famílias & entes queridos são contra a
amamentação
•Amamentar empodera essas mulheres?
Amamentação em espaço público
Mães sentem-se desconfortáveis para amamentar em espaço
público
SEXUALIZAÇÃO DA AMAMENTAÇÃO E
HIPERSEXUALIZAÇÃO DOS SEIOS SÃO AS MAIORES
BARREIRAS A AMAMENTAÇÃO
AM > 1 Semana Abandona a AM
< 1 semana
Mamadeira
desde o
nascimento
19,3% 54,5% 65%
Como as mulheres de classe média podem superar a
barreira da hipersexualização da amamentação?
• Elas têm mais capital cultural:
– Mais educação formal as tornariam mais críticas da
hipersexualização .
– Elas compartilham com seus entes queridos o valor do
conhecimento cientifico em favor da amamentação para otimizar a
prática da 'boa mãe’.
• Elas têm mais fontes de capital sinbólico:
– Status Social, profissão, boa mãe, atraente
• Então elas têm mais fontes de poder para enfrentar
desafios & negociar a amamentação:
– Com os entes queridos que poderiam discordar de sua decisão pela
alimentação infantil
– Com estranhos e outras pessoas que olham quando amamentam
em público
Quanto as mulheres que vivem na pobreza?
– Menos capital cultural (educação formal):
• Muitas tendem a ter internalizar a hipersexualização
do corpo e dos seios das mulheres que aparecem
nos meios de comunicação.
– Menos fonte de capital simbólico (respeito):
• Somente duas fontes de capital simbólico: ser uma
‘boa mãe’ e ser atraente como um status social ou
trabalhar para sê-lo.
• Aquelas com prática de "boa mãe" baseiam-se mais
no conhecimento experimental familiar do que no
conhecimento científico.
• A amamentação é um desafio a identidade maternal
delas.
Quais são os riscos para as mães que
vivem na pobreza ao optar pela
amamentação
– Perda do capital simbólico: respeito
• Mãe imoralsentimento ambivalente sobre a
experiência incorporada
• Perda sobre o poder de sedução
– Perda de capital social ao ir de encontro aos
entes queridos:
• Escolhas divergentes
• Falta de suporte durante períodos vulneráveis
Amamentação & Pobreza• Não é só uma decisão individual masuma
prática sóciocultural incorporada às questões
de pobreza, identidade materna e espaço social
• Os serviços de suporte preciam estar acessíveis
às mulheres que vivem em contexto de pobreza
mas, os serviços que o promovem precisam
empoderá-las antes que elas optem pela
manutenção da amamentação.
• O Caso Quebec de pobreza, provavemlmente é
muito similar a outros países com disvantagens
econômicas na América do Norte.
Publications
2016. Groleau, Danielle, et al. "Empowering women to breastfeed: Does the Baby Friendly
Initiative make a difference?." Maternal & child nutrition.
2013 Groleau, D., Sigouin C, N. D’Souza Power to negotiate spatial barriers to breastfeeding in
a western context: when motherhood meets poverty. Health & Place 24: 250–259.
2012 Groleau, D., Sibeko, L. Infant feeding in the margins: navigating through the conflicts of
social and moral order. Beyond Health, Beyond Choice. Breastfeeding Constraints and Realities.
Chap 17: 203-214. Eds. M. Labbok, P. H. Smith, B. Haussman. Rutgers University Press.
2009 Groleau, D., & Cabral, I.E., Zelkowitz, P. Enhancing generalizabiity : moving from an
intimate to a political voice. Qualitative Health Research. 9 (3):416-26.
2009 Groleau, D. & Rodriguez, C. Breastfeeding and poverty : Negotiating cultural change and
symbolic capital of motherhood in Québec, Canada. pp. 80-98. In Eds. Dykes F & Hall Moran V
(2009) Infant and Yound Child Feeding: Challenges to implementing a Global Strategy. Pg.
240. Wiley-Blackwell: Oxford.
2006 Groleau, D. “Psycho-cultural determinants of low breastfeeding rates and duration in
French-canadians living in context of poverty and marginality “Public Health Nutrition, 9:7(A): 166.
Thank you!
FRQSC & Ministry of Health and Social
Services, Goverment of Quebec
• To the hundreds of women in Québec
that participated in these studies...