A poética do cotidiano - s46f5f7ff782ca167.jimcontent.com · comunicações é na vídeo-arte. Sua...
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-Trazer a arte para a vida.
- A relação da arte com a tecnologia -
produtores culturais caseiros.
- A busca por uma estética da comunicação: mais
experiência, menos identidade.
A poética do cotidiano
A poética do cotidiano
- Para Denilson, uma estética da comunicação requer um
resgate do afetivo, do corporal como possibilidade de
comunicação.
- Devemos diluir cada vez mais as fronteiras entre arte
erudita, popular e massiva, desconstruir o dualismo
experimental/comercial, fazer dialogar objetos de valor
estético com produtos culturais e não considerá-los
apenas como mercadoria.
A poética do cotidiano
-Encarar imagens e processos como uma narrativa que traduz
a experiência do sujeito contemporâneo.
- A experiência tem por função tirar o sujeito de si, fazer com
que ele não seja mais o mesmo. A experiência revela e oculta,
tem espaços de luz e de sombra. Ela potencializa outras
vivências.
- A experiência não traz a verdade, mas apenas uma visão dela,
mediada por discursos sociais. A partir da vivência dessas
experiências se dá a construção das identidades.
A poética do cotidiano
-A experiência representa as brechas abertas em um sistema
demasiado fechado. É o caminho do risco, do desconhecido.
- A experiência se faz um fluxo a ser narrado e compartilhado.
- O ato de narrar implica num contexto indissociado do
mercado mas não deixa os fluxos aprisionados no lugar
comum e no liché, joga com esses elementos para uma
elaboração com uma pluralidade semântica em diálogo com o
público transformado em autor.
A poética do cotidiano
-Do embate com as materialidades nasce uma estética pop,
que não tem medo do fácil, que coloca no mesmo lugar o
erudito e o popular, o experimentalismo e a cultura de massa.
Uma estética centrada na experiência que se adéque ao
cotidiano, transformado em experiência multimidiática.
- Bourdieu e as concepções estéticas.
A poética do cotidiano -Torna-se importante a observação das pequenas coisas do
cotidiano. Nos tornamos um voyeur que procura
estar-no-mundo (ser-aí).
- É justamente no menor, no detalhe que residirá a resistência,
a diferença.
- Existe uma tradição a ligar o sublime com o infinito, mas a
partir da modernidade, surge uma outra tradição de ligá-lo
com o pequeno, o comum.
Poema
A poesia está guardada nas palavras - é tudo que
eu sei.
Meu fado é o de não saber quase tudo.
Sobre o nada eu tenho profundidades.
Não tenho conexões com a realidade.
Poderoso para mim não é aquele que descobre ouro.
Para mim poderoso é aquele que descobre as
insignificâncias (do mundo e as nossas).
Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil.
Fiquei emocionado e chorei.
Sou fraco para elogios.
Manoel de Barros
Tratado Geral das Grandezas do Ínfimo
A poética do cotidiano
-O que fazer quando o nosso cotidiano se transformou em
experiência multimidiática? Acelerar? Ou estabelecer
silêncios?
A poética do cotidiano
-A experiência da beleza que emerge de um cotidiano (mesmo
cheio de clichés) nos faz repensar o banal.
- A presença do sublime no banal estabelece um jogo de
tensões entre a contemplação e o olhar distraído. A rapidez e a
lentidão, aposta na leveza, na sutileza.
A poética do cotidiano - O sublime é uma alternativa ao discurso fatigado das
transgressões pós-modernas e à ladainha de um mundo
povoado de imagens, clichés e informações. Deve ser
encarado não como fuga do mundo, escapismo, mas afirmação
da possibilidade de encontro, da presença.
- O sublime é uma educação dos sentidos a partir do precário,
do contingente, de tudo que evanesce rápido, mas que brilha
inesperada e sutilmente.
A poética do cotidiano
- Para Burke o sublime é responsável por despertar fortes
emoções(incluindo dor e terror). Ele liga o sublime à vastidão
das dimensões, à aspereza, à tenebrosidade, à solidão ao
silêncio e à busca por algo maior.
A poética do cotidiano
- Para Kant o sublime se divide em matemático e dinâmico. No
sublime matemático, tem-se a impressão de que aquilo que se
vê vai bem além de nossa sensibilidade e se é levado a
imaginar mais do que se vê .É Daí, segundo Kant, nasce um
prazer inquieto, negativo, que nos faz sentir a grandeza de
nossa subjetividade, capaz de querer algo que não podemos
ter..
A poética do cotidiano
Já o sublime dinâmico está ligado não a uma infinita vastidão
mas a uma infinita potência: Aqui também fica humilhada a
nossa natureza sensível, da qual deriva ainda uma vez um
sentido de desconforto, compensado pelo sentimento da nossa
grandeza moral, contra a qual de nada valem as forças da
natureza.
A poética do cotidiano
-A transcendência pode se dar nesse mundo, no cotidiano,
poetizando esse cotidiano, por meio da concretude da imagem.
Nem tudo pode ser registrado. O real é subjetivo, depende da
percepção de cada um. O que é o real?
- O cinema traduz o encantamento do mundo no cotidiano
através de silêncios, da música e outros recursos.-
Kieslowski propõe um outro ritmo para o cotidiano. Um
ritmo que permita a contemplação como uma atitude do
presente, e não uma nostalgia de um mundo rural, mais
lento. A busca de beleza como uma decisão de vida.
A poética do cotidiano
- Propor uma estética do cotidiano significa pensar os espaços
e as narrativas da intimidade, da casa.
- Para avaliarmos as possibilidades da poética do cotidiano,
temos que enfrentar os problemas do real.
- O reconhecimento do banal na trama social nos conduz à
valorização de seu espaço natural: a comunidade, a multidão, o
ser/estar junto com, a vida coletiva desordenada e multicolorida
que se traduz em três palavras programáticas: senso comum,
presente, empatia.
A poética do cotidiano - O resentir o belo nos joga imensamente sós diante da obra. É
essa solidão que nos faz ter o desejo de participar de uma
comunidade.
- O ressentir o belo é a aisthesis. Para Dufrenne, a aisthesis é a
percepção pelos sentidos (e a estética seria a parte da filosofia
que esetuda os sentidos e o sensível).
A poética do cotidiano
- A aisthesis nos arranca do mundo aonde estamos, rojetando-
nos em um mundo entre o sujeito e a obra. Assim, a aisthesis
funda o imaginário. É ela que abre o ser humano para a
subjetividade e para a intersubjetividade. Aisthesis é o desejo
de compartilhar.
A poética do cotidiano
- A poética do cotidiano aponta para a serenidade, contra a
violência da sociedade em que vivemos.
As artes e as comunicações
convergem - Com a apropriação das técnicas, e das novas tecnologias
midiáticas, os artistas expandiram o campo das artes para
as interfaces com o desenho industrial, a publicidade, o
cinema, a moda, as subculturas jovens, o vídeo, a
computação gráfica, etc.
-Com a introdução de novas tecnologias, desde a
fotografia, não apenas a arte se transoformou, mas se
também os modos de ver a arte se transformaram. A
fotografia nos alertou para a percepção de que nossos
olhos não são inocentes e naturais.
As artes e as comunicações
convergem - A fotografia teve de brigar para ser reconhecida como
arte. Muitas vezes tentou imitá-la, como foi o caso do
movimento pictorialista. No entanto, a arte também se
apropriou da fotografia. O impressionismo, o dadaísmo,
o surrealismo, o suprematismo russo, a pop-arte, etc.
- Hoje a publicidade e a TV assimilam a linguagem da arte.
- O cinema é o exemplo mais claro de convergência entre
arte e comunicação. Seus pré-requisotos técnicos exitem
uma estrutura industrial.
As artes e as comunicações
convergem - O cinema sofre a influência tanto da literatura quanto da
televisão. E vice-versa.
- Outro ponto em que vemos as artes junto às
comunicações é na vídeo-arte. Sua estética é lúdica e
experimental. Muitas vezes critica a estética da televisão
comercial.
- Muitos recursos inventados pela vídeo-arte foram
incorporados pela publicidade e pela televisão.
- Também o desenvolvimento das técnicas permite o
surgimento de novas possibilidades para a vídeo-arte.
As artes e as comunicações
convergem -O que ainda diferencia a arte das demais práticas
mercadológicas comunicacionais é que a arte se preocupa
apenas com o ato criativo.
- Com o desenvolvimento das técnicas, valoriza-se mais a
engenhosidade que a genialidade.
- A possibilidade de todos serem produtores culturais, fez
as artes entrarem de vez na pós-modernidade: não há
cânones a seguir. A arte é plural, cheia de estilos, híbrida,
kitsch.
As artes e as comunicações
convergem -
- Outra tendência é o desenvolvimento da arte interativa
(relacionada às possibilidades também exploradas pela
publicidade em ambiente online)
As artes e as comunicações
convergem - Outro fator importante a ser observado é o
desenvolvimento das imagens digitais e 3D. A partir daí, o
material primário da fotografia torna-se maleável. A
fotografia deixa de ser mero índice/ícone.
- A união das artes às comunicações se dá através de
suportes ligados à matemática, à engenharia. Por isso,
Santaella propõe a emergência de uma outra estética. Uma
estética que transponha a fronteira entre ciência e arte.