A Pomba do Espírito Santo

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LUSOPHIA  VITOR MANUEL ADRIÃO   A Pomba do Espírito San to Por Henrique José de Souza (Laurentus)  Segunda-feira, Jun 20 2011 Sem categorialusophia21:27 Cavalga a AVE DA VIDA se queres saber.   Abandona a tua VIDA se queres viver.   A Voz do Silêncio O Espírito Santo manifestado em forma de AVE não se firma apenas nas  belíssimas páginas do Cristianismo, inclusive nas duas conhecidas passagens em que o  mesmo “Espírito Santo, em forma de POMBA, desce sobre Jesus, no momento em que  João Baptista o consagra nas águas tranquilas do Rio Jordão”, e no Dia de Pentecostes , “em forma de línguas de fogo (Fogo  Alado) sobre os Apóstolos”, dando -lhes o dom do  conhecimento de todas as línguas e de tudo o mais quanto faz parte da MENTE UNIVERSAL. A AVE é, pois, o símbolo da SABEDORIA ou Conhecimento Divino, por outro nome, TEOSOFIA. Ela é a expressão, digamos, ideoplástica do TERCEIRO LOGOS, que o mesmo Cristianismo reconhece como “Terceira Pessoa da Santíssima Trindade”, dando -lhe mesmo o nome de

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LUSOPHIA – VITOR MANUEL ADRIÃO  A Pomba do Espírito Santo – Por Henrique José de Souza

(Laurentus) Segunda-feira, Jun 20 2011

Sem categorialusophia21:27 

Cavalga a AVE DA VIDA se queres saber. 

 Abandona a tua VIDA se queres viver. 

 A Voz do Silêncio 

O Espírito Santo manifestado em forma de AVE não se firma apenas nas belíssimas páginas doCristianismo, inclusive nas duas conhecidas passagens em que o  mesmo “Espírito Santo, emforma de POMBA, desce sobre Jesus, no momento em que  João Baptista o consagra nas águastranquilas do Rio Jordão”, e no Dia de Pentecostes,  “em forma de línguas de fogo (Fogo

 Alado) sobre os Apóstolos”, dando-lhes o dom do conhecimento de todas as línguas e de tudoo mais quanto faz parte da MENTE UNIVERSAL.

A AVE é, pois, o símbolo da SABEDORIA ou Conhecimento Divino, por outro nome, TEOSOFIA.

Ela é a expressão, digamos, ideoplástica do TERCEIRO LOGOS, que o mesmo Cristianismoreconhece como “Terceira Pessoa da Santíssima Trindade”, dando-lhe mesmo o nome de

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“ESPÍRITO SANTO”, isto é, Pai, Filho e Espírito Santo, cuja expressão em forma humana éaquela da SAGRADA FAMÍLIA ou JOSÉ, JESUS e MARIA.

Todas essas maravilhosas interpretações da TRINDADE DIVINA em nada diferem das escriturasorientais, seja na TRIMURTI (“Três Corpos”, ou Brahma – Vishnu – Shiva), seja naquela “Ave

de HAMSA chocando SETE OVOS”, que outros não são, senão, os SETE DHYAN-CHOANSidênticos aos SETE ARCANJOS ou Anjos da Presença diante do TRONO, iniciaticamentealegorizados nos candelabros de SETE VELAS que figuram nos altares dos Templos doCristianismo. O mesmo termo tibetano CHOAN equivale a CISNE, outra AVE SAGRADA quefigura nas lendas escandinavas. É o SWAN inglês, o SCHWAN germânico, o ZWAN dinamarquês,sempre a referida AVE no seu excelso e iniciático sentido ARCANGÉLICO, ao qual a mesmaTEOSOFIA denomina de SÉTIMO PRINCÍPIO ou “Princípio Crístico”, e os gnósticos deAUGOEIDES, o mesmo deus CUPIDO, no seu virginal sentido de AMOR UNIVERSAL, atingindo o“coração” dos verdadeiros filhos da Parelha Divina. 

Em uma das estâncias do LIVRO DE DZIAN  (Dzin, Djin ou JINA), como um dos mais antigoslivros do Oriente, e hoje não mais figurando em nenhuma das suas bibliotecas, encontram-seestas reveladoras palavras, que também concordam com as da teologia da supracitada Igreja:

“Do UNO-TRINO surgiram os SETE AUTO-GERADOS”, isto é, aqueles mesmos Arcanjos ou

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Dhyan-Choans, necessitando apenas que se seja um Iniciado para saber interpretar o “Espíritoque vivifica por baixo da letra que mata”.  

A UNIDADE, o TERNÁRIO e o SEPTENÁRIO formam o cabalístico numerou 137, a que somos osprimeiros a dar a maior importância, além do mais, porque a sua soma cabalística ONZE

significa: “a Volta ao Divino”. Sim, a UNIDADE que é, ao mesmo tempo, TRINA em Essência eSÉPTUPLA em Manifestação ou Evolução. A Ilha de Itaparica, na Bahia, é caracterizada poresse número: 1 – a Ilha por inteiro; 3 – a largura; 7 – a extensão (em léguas).

A famosa bailarina Pavlowa possuía sete cisnes brancos, no lago da sua residência, aos quaisprodigalizava carinhos inexcedíveis. Tem-se a impressão de que a grande intérprete da artede TERPSICORE era entendida em assuntos ocultistas ou teosóficos. Depois da sua morte, uma um foram morrendo todos eles. Como se sabe, um dos bailados mais famosos da referidaartista, é: A MORTE DO CISNE .

Na Mitologia, JÚPITER traz consigo a ÁGUIA, como símbolo da Sabedoria. Do mesmo modo

que, entre os povos da América Central (Maias, Quichuas, Toltecas, Astecas, INCAS, etc.), oFALCÃO, por exemplo, era considerado “ave sagrada”. O COLIBRI, por sua vez, ao lado da“Serpente IRISIFORME alada”, entre os Nahoas possuía um simbolismo dos maistranscendentes. O termo irisiforme quer dizer “com forma de arco-íris”, isto é, com as setecores  do espectro solar, que a bem dizer são as mesmas dos TATVAS ou “forças subtis daNatureza”. E consequentemente, as cores dos sete Planetas, cujos “Anjos tutelares”, segundoa Astrologia (Miguel, Gabriel, Samael, Rafael, Saquiel, Anael e Cassiel), são os mesmosArcanjos ou Dhyan-Choans já falados anteriormente.

A TEOSOFIA ensina que “cada um dos SETE DHYAN -CHOANS dirige um dos sete estados de

consciência que a Mónada tem de percorrer em toda a sua trajectória evolucional duranteuma Ronda ou Ciclo”. Na arte musical – como expressão de tamanha verdade – a escala é

formada de SETE NOTAS. E quantas vezes a mesma seja repetida (digamos 7×7 = 49, na razãode sete Raças-Mães e sete sub-raças para cada uma delas), um ACORDE – composto de trêsnotas – que aí também pode ser repetido como se fora a referida Mónada deslizando do Divino(o Agudo) ao Terreno (o Médio) e ao Infraterreno (o Grave), ou seja, ao SEIO DA TERRA, aoSANCTUM-SANCTORUM onde se acha o grande Mistério espiritual do nosso Globo, poucoimportando opiniões contrárias… É o LUGAR onde elaboram as chamas do Fogo Sagrado, oFOGO SERPENTINO ou KUNDALINI. Aquele mesmo Fogo que, “através da sarça ardente, falou aMoisés, ordenando-lhe que se descalçasse, pois estava pisando em terra sagrada”… 

No magnífico livro místico  A VOZ DO SILÊNCIO, da autoria da Sr.ª Helena Petrovna Blavatsky,por ela compilado de um outro antiquíssimo com o título de O Livro dos Preceitos de Ouro,encontram-se os profundos e iniciáticos ensinamentos que aqui transcrevemos:

“Olha as hostes das Almas. Vê como pairam elas sobre o mar tempestuoso da vida humana. Ecomo, exaustas, sangrando, de ASAS QUEBRADAS, vão caindo uma após outra, nas ondasencapeladas. Batidas pelos ventos ferozes, perseguidas pelos vendavais, são arrastadas paraos sorvedouros e somem pelo primeiro grande vórtice que encontram.

“Se, passando pela Sala da SABEDORIA, queres chegar ao VALE DA FELICIDADE, fecha,

discípulo, os teus sentidos à grande e cruel heresia da “SEPARAÇÃO”, que é aquela que tesepara dos demais.

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“Que aquilo que em ti e de ORIGEM DIVINA não se separe, engolfando-se no mar de MAYA(ilusão dos sentidos), do Pai Universal (a Alma), mas que o PODER DO FOGO se retire para acâmara do coração e o domínio da Mãe do Mundo.”  

Sim, dizemos nós, o “Poder de Fogo” e a “Mãe do Mundo” são nomes dados a KUNDALINI,

como um dos poderes místicos, digamos, o principal que faz do discípulo um ADEPTO ouHomem Perfeito. A sua câmara é o “coração”, mas a sua “morada” está no chakraMULADHARA, situado no cóccix   (uma espécie de “Bela Adormecida ou Branca de Neve àespera do Príncipe Encantado, em seu túmulo de cristal…”). Tal centro de força ou CHAKRAse acha em oposição ao situado no vértice ou alto da cabeça, com o nome de chakraCORONAL (Sahasrara, Brahmananda, etc.). A coroa  dos sacerdotes, dos reis, donde “reisdivinos”, do mesmo modo que a auréola dos santos da supracitada Igreja, têm a sua origemem tudo quanto acabamos de dizer.

Conhece-se aquela maravilhosa passagem da vida de António Vieira, quando ele diante do

Altar da Virgem Maria (com o seu papel também de  Ave ou Espírito Santo) sente um ESTALOna cabeça, e perde os sentidos… Daquela hora em diante o discípulo IGNORANTE passou aMESTRE, ADEPTO, Homem Perfeito ou Iluminado. Começou a ter “o conhecimento perfeitodas coisas”. Trata-se do fenómeno da “manifestação de Kundalini”, aquele mesmo que, noDia de Pentecostes, se manifestou sobre as cabeças dos DOZE APÓSTOLOS DO CRISTO.

Na seita dos Quakers (ou tremedores) na América do Norte, os seus adeptos quando recebemo “espírito santo” põem-se a tremer convulsivamente, para não dizer, em forma epiléptica.Do mesmo modo, entre os adeptos da “macumba” (ou baixo africanismo), ao receberem o“santo”. Tanto estes como os médiuns do espiritismo não são mais do que formas grosseirasdessa manifestação superior do Eu ou Consciência Universal (agindo em cada um como

fracção do Grande Todo), pois que, de outro modo, não passa de “manifestaçãomomentânea” (quando não de embuste, como na maioria dos casos) muitas vezes de

entidades astrais, larvas ou micróbios dessa natureza, em actividade por conta do mau lastroexistente no ambiente ou ovo áurico de semelhantes pessoas, que, a bem dizer, não passamde “passivos” ou doentes. O homem deve ser consciente dos seus actos para que seja,também, responsável pelos mesmos perante a Lei que a tudo e a todos rege (ou Dharma, a LeiJusta). O próprio termo “irresponsável” define o indivíduo que pensar e agir de modocontrário.

Tal como os Dhyan-Choans ou Arcanjos, os sete Astros por Eles dirigidos, etc., o Homempossui sete “centros de forças” ou CHAKRAS. E isto, além do mais, para provar que “ele devepercorrer os sete estados de consciência, a fim de se tornar aquele mesmo Adepto ou HomemPerfeito”. Para tanto se lhe apontam os 3 iniciáticos caminhos: JNANA (Conhecimento),

BHAKTI (Amor, Devoção, etc.) e KARMA, que é o do meio, através do qual ele palmilha navida, sujeitando-se a todos os obstáculos por ele mesmo criados nesta e em outrasencarnações anteriores.

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Citemos outras passagens de A Voz do Silencio, para comprovarem as bem nossas de hoje:

“Então, do coração (como câmara de Kundalini) esse PODER subirá à SEXTA região média, aolugar entre os OLHOS (chakra frontal ou AJNA, onde os faraós egípcios traziam o UREUSmágico, e na Índia, “o olho de Shiva” para as castas elevadas, sacerdotais, etc.), quando se

torna a respiração da ALMA ÚNICA, a Voz que enche tudo, a Voz do MESTRE”. 

E isto porque, segundo as mesmas escrituras orientais, “quando o discípulo está preparado, oMESTRE aparece”, que outro não é, senão, a própria Consciência. “Busca dentro de ti mesmoo que procuras fora”, é outra sentença das referidas escrituras. 

“É só – continua  A Voz do Silêncio – quando poderás ser UM que anda nos céus, que pisa osventos por cima das ondas, cujos passos não tocam nas águas” (como naquela passagem davida de Jesus, em que Pedro, por não ter a devida fé em si mesmo e na palavra do MESTRE,quase se afoga. “Ó homem de pouca fé…!”). 

“Antes que ponhas o pé sobre o degrau superior da escada, a escada dos sons místicos, tensde ouvir de SETE MANEIRAS, a VOZ DE TEU DEUS INTERIOR.

“A primeira, é como a VOZ SUAVE DO ROUXINOL cantando à sua companheira uma canção de

despedida (“o canto do CISNE na hora da morte”). 

“A segunda, vem como o SOM de um címbalo de prata dos DHYANIS, acordando as ESTRELAS

RUTILANTES.

“A terceira, é como o lamento melodioso de um espírito do oceano prisioneiro na sua concha.  

“A quarta, é seguida pelo CANTO DA VINA (espécie de ALAÚDE).

“A quinta, é como o sem de uma flauta de bambu gritando aos teus ouvidos. Muda depoispara um clamor de TROMPA.

“A sexta, vibra como o rumor surdo de uma nuvem de trovoada. 

“A sétima, absorve todos os outros sons. Eles morrem e não tornam a ouvir-se.

“E quando estão mortos e postos aos pés do MESTRE, então o discípulo se entrega ao ÚNICOcom Ele, nele, portanto, vivendo.” 

“Viver a Vida Una” é termo conhecido por Teósofos e Ocultistas.  

Em resumo, mais uma vez dizemos, o Espírito Santo manifestado em todas as religiões, lendase tradições, é a AVE SAGRADA da Sabedoria Divina. E como tal, representa o TERCEIROLOGOS. É a Voz que vem dos Céus e se manifesta na Terra como PALAVRA. Segundo foi ditoem outros lugares, a sua Morada é o Sanctum-Sanctorum (que no homem é figurado no

Muladhara) da Mãe-Terra, MATER-RHEA ou Matéria. Algo assim como se disséssemos que o

Espírito (Purusha) aí se une com a Matéria (Prakriti).

Em nosso artigo dedicado a Colombo (número 110 da revista Dhâranâ), ao estudarmos a sua

sigla e brasão, citámos a saudação que o mesmo nela fazia, seja ao ESPÍRITO SANTO, emforma de Pomba, como a MARIA, em forma de  Água, Mar , etc. Mesmo porque MARIA provém

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de Mar, as Águas, etc. E a prova é que, nas pias de água benta, dois MM entrelaçadosencontram-se por cima, não apenas para simbolizar o nome de Maria mas, também, paraexpressar o signo de AQUARIUS.

E como Colombo pertencesse à Ordem de Avis (anteriormente houve uma outra mais secreta

ainda, vide o supracitado número de Dhâranâ, com o nome de MARIZ), o que nos obrigou afazer os “iniciáticos trocadilhos” que se seguem:  Ave, Maria! Ave, Espírito Santo!  –diziaColombo na referida SIGLA. Enquanto nós outros:  Avis-Maris, Aves-Marinhas.  AVIS RARIS IN TERRIS. De facto, “o grande Navegador Aghartino ou Jina” não passava de AVE RARA na Terra.O seu nome provém de COLUMBA, a POMBA de todas Iniciações, o ESPÍRITO SANTO dasHomenagens Divinas. Do mesmo modo que, em grego, chamando-se ele CHRISTOFERENS-COLUMBUS, “é aquele que carrega consigo o Cristo”. Donde a lenda de S. Cristóvão que“carregava, de um lado a outro do rio, as pessoas que dele necessitassem, até que um diacarregou o próprio Menino Jesus”. O sentido verdadeiro, entretanto, dessa passagem “de um

lado a outro”, é aquele de salvar as almas, conduzindo-as ao Céu, ao outro lado da Vida.

Donde o termo PONTÍFICE ou “construtor de pontes”, que é muito mais antigo que oCristianismo.

Passemos a narrar um fato memorável que se passou no próprio Rio de Janeiro (antiga capitalbrasileira):

“A imagem de N.ª Sr.ª de Copacabana (cópia da que existe no Santuário de Copacabana, àsmargens do Titicaca, na Bolívia. Copacabana também foi um dos Chefes ou Manus da RaçaInca, etc.) foi trazida ao Brasil por uma comissão de senhoras bolivianas. Na solenidade daentrega, feita na praça da Matriz de Copacabana, após o temporal que se desencadeounaquele momento, uma POMBA BRANCA veio pousar na cabeça (chacra coronal, donde coroa,

etc.) de Nossa Senhora. O facto causou uma sensação tão grande que a multidão se atirou dejoelhos diante da imagem… E o académico Pedro Calmon aproveitou a sublime apoteose

divina para o seu brilhantíssimo discurso (os jornais da época noticiaram largamente o facto – 1943). É curioso assinalar que a imagem de N.ª Sr.ª de Copacabana primitivamente possuíauma COROA com uma  pomba nela pousada, segundo narrou o Major Ugarteche emconferência realizada no auditório do Ministério da Educação.”  

E tudo isto, prezado e ilustre leitor, para falarmos no caso que vem empolgando toda aimprensa brasileira – principalmente a paulista e a carioca – do mesmo modo que as pessoasque o assistiram no momento e posteriormente: “Uma POMBA BRANCA, sem que se soubessede onde veio, pousou na FRONTE de uma jovem professora (facto também idêntico ao domomento de expirar a “virgem de Orleans”, na inquisitorial fogueira…), de nome Otília Diasde Almeida Ferraz. Além de “muito amiga dos seus discípulos”, era devota do ESPÍRITO SANTO

e de São Jorge. Muitos dias antes de morrer, começou a ver uma POMBA BRANCA sobre acabeça. Logo depois da sua morte, o quarto encheu-se de um perfume estranho de rosas. Apomba que não a deixava um só instante, bicava as mãos das pessoas que procuravam tocarno cadáver… E acompanhou o enterro, postando-se num dos braços da CRUZ da sepultura damorta, onde aí esteve muitas horas, para depois as pessoas da família da morta a trazerempara casa onde se acha até hoje”… 

Como sabem os Ocultistas e Teósofos, o TERCEIRO LOGOS é assinalado por “um círculo com

uma CRUZ no centro”. Do mesmo modo que o chakra MULADHARA ou Raiz, possuindo QUATRO

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pétalas, forma uma CRUZ PERFEITA. O perfume da ROSA e a excelsitude da CRUZ, apresentamum outro símbolo, que é aquele da ROSACRUZ.

A mesma “protegida do Espírito Santo e de São Jorge”, além da visão que teve muitos diasantes de morrer, não mais quis tomar nenhum alimento, pedindo mesmo a MORTE, isto é,desejando ir para o mesmo LUGAR donde viera a misteriosa AVE, a ARCA, BARCA ouAGHARTA. Sim, como aquela do NOÉ bíblico (que lido anagramaticamente dá o ÉON grego,como “a  manifestação da Divindade na Terra”), que voltou “trazendo no bico o ramo deoliveira”. Sim, o “Ramo Racial Árico”, após a grande Catástrofe Atlante…  

Do ARCO, ARCA, BARCA ou AGHARTA também era JEANNE D´ARC, pois, como afirma o seupróprio nome, o ARCO (arco-íris) é “a ponte que conduz as almas de um lado para outro”, embusca da IMORTALIDADE. A “Barca de Osíris” tinha a mesma função, ao navegar no rio NILO.Nilo, Nihil ou Nada, do aniquilamento da vida terrena pela permanência eterna no Tudo… daVida Divina.

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Jeanne D´Arc, a Jina da Arca, mas também, um dos seus Kshatriyas ou Guerreiros.

Tomé de Souza, primeiro governador do Brasil, adoptou para a sua bandeira o símbolo daPOMBA DE NOÉ, com a conhecida frase latina: SIC ILLA AD ARCAM REVERSA EST . “Assim voltouela para a ARCA”. A Prefeitura da capital baiana até hoje tem por Brasão e Armas a mais belade todas as alegorias ao Divino Espírito Santo. Não fosse ela a CIDADE DO SALVADOR, a Terra

de SANTA CRUZ e de Todos os Santos. E como tal, dos Mistérios da sua própria DESCOBERTA…  

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Em nosso Colégio Iniciático, uma JOVEM que vivia mais “no mundo da razão que no dailusão”, mal acabou de exalar o último suspiro, TRÊS POMBAS BRANCAS existentes na casa deseus pais, desapareceram, rumando para lugar ignorado… 

O seu nome, que era LUCÍLIA, obriga-nos à uma interpretação mais que verdadeira: LUCÍLIA éaquela que se dirige para a “Ilha da LUZ”. 

E com isto, só nos resta afirmar que, mesmo nesta hora trágica por que atravessa o mundo,nele ainda existem SERES cuja ORIGEM nos obriga a aclamá-los do mesmo modo que o fizemosa COLOMBO:

 AVIS RARIS IN TERRIS. 

(Revista Dhâranâ n.os 142 a 144 – Abril de 1951 – Ano XXVI) 

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Símbolos e Brasões – Por Henrique José de Souza Sexta-feira, Jun 172011

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… É este tríplice carácter de instrução, audácia e longa paciência que temos de salientar em Cristóvão Colombo. 

No começo de uma nova era, sobre o limite incerto em que se confundem a Idade Média e ostempos modernos, esta grande figura domina o século, cujo movimento recebeu e que por 

sua vez vivifica. – HUMBOLDT.

MAIS UMA VEZ, COLOMBO… 

A ninguém, por mais ilustre que seja, é dado fazer estudo aprofundado sobre certaspersonagens históricas, muito menos quando a própria História é a primeira a ignorar osmenores detalhes das suas vidas, como no caso de Colombo, a sua pátria e filiação.

Quanto ao que do mesmo dissemos em nosso artigo anterior intitulado Colombo e Cabral – 

verdadeira Introdução aos outros dois que o seguiram, ou sejam, Paracelso e Cagliostro e S.Germano, para provar sua “origem aghartina” e, como tal, “Arauto da   Missão Y”, ou seja

aquela em que a S.T.B. há longos anos se acha empenhada e que abrange todo o continenteamericano – não passam de «fantasias teosóficas», como disseram muitos, a  começar poralguém de responsabilidade que assim taxou os nossos estudos sobre os Lugares Jinas doBrasil, incluindo a Serra do Roncador  que tantas vítimas tem  ocasionado, não por lhequererem descobrir os valores históricos mas pela ganância de todos os tempos por parte decertos desbravadores, do mesmo modo que de “missionários religiosos, propagadores da fécristã, catequizadores, enfim, dos índios”. Pobres índios! Torpemente explorados por

semelhante gente… em busca, sim, de ouro, diamantes e outros “achados”, por isso mesmodignos de ser rebuscados pelas autoridades competentes… 

Obrigados somos, porém, a volver a tão delicado quão precioso assunto, devido a pequenasfalhas notadas no referido trabalho, dentre elas, a falta de comentário ao brasão de Colombo,mesmo que fazendo parte do texto original, mas que no entanto foi descurado devido ao

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excesso de trabalho, quer na composição, quer na revisão de dois números de granderesponsabilidade, como foram os anteriores desta revista, o que permitiu que o mesmo“ficasse no rol do esquecimento”… Errare humanum est!

Mas, como não haja mal algum que não traga certas vantagens, aí está o presente e sacrificial

esforço, que obriga o autor, embora doente, a volver à cena de uma peça mais do que fraca,para ser talvez vaiado por uma meia dúzia de exigentes, em tão selecta plateia, como é aformada pelos leitores desta revista. Acontece, porém, que o seu papel neste segundo actoda mesma peça é apenas de comentador da própria História, representada em mãos maisprovectas como são as do ilustre poliglota e hebraísta português G. L. Santos Ferreira, e as donão menos ilustre genealogista António Ferreira de Serpa (há pouco falecido em Lisboa), porsua vez, comentadores da obra de Dom Tivisco intitulada SALVADOR GONSALVES ZARCO,  eisso possa valer de “defesa”, de protecção ao confronto que de certos trechos o mesmo fazcom as suas «petulantes e teosóficas afirmativas» que, a bem dizer, «não passam de

fantasias».

Nesse caso, aproveitará ainda o autor tão generosa oportunidade para atingir outros pontosque, embora ligados estando à vida do Descobridor do Novo Mundo, vão alcançar a Obra emque a S. T. B. se acha empenhada. Razão, portanto, do presente estudo – segundo e últimoacto da peça COLOMBO E CABRAL – possuir o seguinte título: Símbolos e Brasões.

Comecemos pelo trecho principal do capítulo I, ao qual o autor dá o nome de Servindo deIntrodução:

“Uma grande preocupação dominou o espírito do famoso descobridor do Novo Mundo até àhora da sua morte: a de ocultar qual era a sua pátria e o seu nome. E se uma vez afirmou

“haver saído de Génova e ter nascido nela”, não deve concluir-se daí que fosse genovês, oumesmo italiano de nação; pois, nesse caso, teria de admitir-se que, ao passo que cercava do

maior mistério a sua personalidade e origem (ambos os grifos são nossos), ele próprio asdenunciava espontaneamente, por inconcebível leviandade.” 

Não se deve esquecer que ambos os comentadores do livro por nós citado procuram provarque Salvador Gonsalves Zarco era de origem portuguesa, por isso mesmo – embora tão valiosotrabalho que a outros supera, além do mais, por se servir da mais preciosa de todas as chavesque é a  filológica  – bem longe está de expressar toda a verdade, ou seja aquela por nósapontada no nosso primeiro trabalho: que Colombo era de “origem aghartina”, no que dizrespeito à sua maternidade, pouco importa que o pai tivesse sido um nobre de sangue ao

mesmo tempo  português e castelhano, para fazer jus “à descida das Mónadas ibéricas” – através do chamado “Itinerário de Io” – que deveriam formar a nova civilização ameríndia,cujo fenómeno é completado por uma outra misteriosa Personagem, também de estirpeaghartina (pouco importa o que diga a História a seu respeito), ou seja, Pedro Álvares Cabral.

Donde intitularmos a sua missão de “codicilo do espiritual testamento de Colombo, legado aomundo”. 

Já nos referimos, em outros trabalhos, ao “fenómeno das trocas de certas criançasprivilegiadas”, que variam de Hierarquia segundo o valor desses mesmos trabalhos que têm adesempenhar no mundo. Assim, existem os directamente provindos da Agharta, aos quais

poderíamos denominar de “deuses”, os imediatamente inferiores, ou de trabalhos de origemmais terrena do que divina, como, por exemplo, o dos “descobridores”, etc., “semi-deuses”

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ou super-homens, se o quiserem, por isso mesmo, um pai terreno para uma mulher ou mãeaghartina. O mesmo termo Srinagar  – já o dissemos em outros trabalhos – além dos seus setesentidos cabalísticos (a chave filológica, portanto, figurando entre eles…), quer dizer: Sri ou

senhor , do mesmo modo que senhora, e  Agar , que bem claro se apresenta para o jáconhecido termo  Agharta. Nesse caso, o Templo Budista onde estivemos em 1899/1900 (ao

Norte da Índia), compõe-se de “seres positivamente aghartinos”, além do mais, por as suasgalerias subterrâneas alcançarem certas regiões da mesma Agharta 1, senão mesmo, achamada “Ilha Imperecível ou Shamballah”, para muitos, infelizmente, apenas um mito, umatradição de tempos remotos. Sim, “tempos remotos”, em que a Humanidade foi dirigida pelospróprios deuses. Haja vista, na Atlântida, sete regiões ou cidades para uma oitava,representando na Terra um Sistema Planetário, e que eram dirigidas pelos tradicionais “SeteReis de Edom” (Dhyan-Choans ou Espíritos Planetários), enquanto na oitava, “por detrás dealtíssimas muralhas”, a manifestação da própria Divindade, na sua Tríplice Forma… 

Como Lohengrin, ocultando o seu nome e pátria, segundo as lendas escandinavas, Colombo

fazia o mesmo, embora certa vez forçado, como afirma a História, a dizer que “havia saído deGénova e nela ter nascido”. Acaso ou não, o facto é que o Conde de Cagliostro dizia a mesmacoisa, acrescentando, porém, que “a sua mãe o havia abandonado na sarjeta de uma das ruasde Génova”. Tal cidade – do mesmo modo que Veneza – foi outrora escolhida para residênciaprofana de vários Adeptos, dentre eles, o conhecido no mundo teosófico como “o Veneziano”.Veneziano ou Venusiano, tanto vale, na razão de Venésia ou Venúsia, Velúsia ou Véu deVénus, Véu de Akasha, etc. As escrituras sagradas do Oriente afirmam que “os Fundadores dagrande Família Humana vieram de Vénus” (“Senhores de Vénus”, como são chamados), porsinal que “portadores de três valiosas ofertas ao mundo: Trigo, Mel e Formiga”, com a

interpretação até hoje desconhecida, a não ser através de trabalhos anteriores por nósoferecidos ao mundo: Trigo, como alimento humano ou terreno; Mel, como alimento divino, a

própria Teosofia ou Sabedoria dos Deuses, dos Super-Homens, Génios ou Jinas, tambémchamado “Licor de Shukra” (ou de Vénus), “Ambrósia dos Deuses”, etc. E quanto a Karma – opróprio Karma Universal ou aquele que provém de Cima, dos Céus (“Queda dos Anjos”, etc.),depois aumentado pelos homens, na razão do individual e do colectivo – nenhum animal maisapropriado para simbolizar o humano Karma do que a Formiga, se é justamente aquele quedestrói, que aniquila o seu esforço, o seu suor, o seu trabalho. Sim, Karma, o mesmo queobriga o homem a renascer tantas vezes quantas sejam necessárias para esgotar, redimir, as

suas faltas passadas… 

Em resumo, o que ambos os autores do livro que estamos comentando desejam provar, é que

o Descobridor do Novo Mundo era de origem portuguesa.

No estudo da sigla do grande navegador, revelam que ele na sua juventude cometera umcrime, e foi a razão de usar desse processo para ocultar o seu nome e origem. Senão,vejamos:

“Vê-se que a assinatura se presta a duas leituras distintas: a do nome suposto que onavegador assumiu, e a de uma sentença, que foi a regra ou o programa da sua nova vida. Aprimeira poderia ser declarada, em caso de necessidade; a segunda, subentendida por umaforma misteriosa, reservava-a só para si, e a ninguém a terá revelado excepto aos seusconfessores.

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“Examinemos uma e outra. Se algum dia fosse obrigado a explicar a sua firma (e a Inquisiçãoteve, por vezes, curiosidades semelhantes e bons argumentos para as apoiar), Colombopoderia responder: – Cristo, Maria e José são os meus patronos espirituais. Saúdo-os sempre

antes de escrever o meu nome: Christo, salvé; Maria, salvé; Josephe, salvé;  Xpo ferens é osanto de meu nome; o ponto e a vírgula, que são o cólon gramatical, representam o meu

apelido Colón.

“Mas, lá no íntimo da sua alma, a interpretação era outra. Ele via a sentença que o condenaraà morte civil, e voluntariamente se impusera:  XPO FERENS, criptograma de Salvador ; os SSS,passando em claro os nomes dos três patronos – Cristo salvo, Maria salva, Josephe salvo –, ocriptograma de Consalvis; e o S, que fica isolado superiormente, criptograma de Zarco, porter o acento zarco, da escrita hebraica, exactamente a forma do nosso S. As palavras

completavam o texto: “Salvador Gonsalves Zarco, aquele que roubou, desapareça”! 

“E o leitor vai ver, no decurso deste pequeno estudo, quanto esta dolorosa confissão eratristemente verdadeira. Salvador Gonsalves Zarco morrera no dia em que saiu de Génova enela nasceu o vagabundo Cristobal Colón, o homem sem pátria e sem família – mais tarde omaior do mundo, no seu tempo.

“Tudo quanto deixo escrito seria apenas uma série de conjecturas – honestamente deduzidas,sim, mas em todo o caso, uma série de conjecturas – se a feliz inspiração do Sr. Ferreira

Serpa não houvesse chamado a minha atenção para o misterioso livro de D. Tivisco.” 

De facto, mais adiante, comentando tal livro cita o texto hebraico que, “para o autor,concorre para tais conjecturas se tornarem mais ou menos prováveis. Transformavam-se numa

realidade histórica”. E vem a tradução do referido texto:

“Este ímpio, tendo sido colocado em governador (magnificus) na ilha de Chios, maltratou edefraudou o seu príncipe, e fugiu vestido como jornaleiro do arrabalde e fingindo-se mudo; ecorreu mundo; mas envergonhado e arrependido, emendou-se e voltou para o seu país natal,e tomou o nome de Cristobal Colón.” 

E depois de inúmeras páginas, procurando desvendar outros tantos textos hebraicos (extraídosdo Teatro Genealógico que contém as  Árvores de Costados das principais Famílias do Reinode Portugal e suas conquistas, tomo I do referido livro do prior D. Tivisco de Nasao), cita oseguinte: “Levanta-te, levanta-te, Salvador Gonsalves Zarco” (como valor numeral oucabalístico de 1112). Para dizer logo abaixo:

“Não tenho, pois, dúvida em afirmar, e nisso convirá seguramente o crítico de boa fé, que oano de 1692, segundo centenário do descobrimento da América, foi escolhido para a

sensacional revelação, pelo facto de se prestar a esta interpretação profética: “O Mundo dirá:Retira-te, Colón. Levanta-te, levanta-te, Salvador Gonsalves Zarco”! 

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“Falhou o oráculo, como vimos, em razão de um caso imprevisto; mas, o ano da Justiçaaproxima-se.” 

E, contudo, dizemos nós, mesmo com o auxílio do Sr. Ferreira Serpa, tais conjecturascontinuam de pé, pois que a ambos faltavam certos conhecimentos que, muitas vezes, para o

mundo profano não passam – como já tivemos ocasião de dizer – de «meras fantasiasteosóficas», ou mesmo ocultistas, se o quiserem.

Cagliostro também passou por ter roubado o “Colar da Rainha”, com o pseudóni mo de JoséBálsamo, de que se serviu alguém que lhe era contrário, ou mesmo que fosse um tulku(espécie de sósia) seu, para despistar, salvar situações, como aquelas em que poderia,também, cair o grande navegador, desde que, sendo “filho da Agharta”, não podia dizer, defacto, a sua pátria e filiação. O verdadeiro sentido esotérico já o demos em nosso estudoanterior, e dele não nos afastamos um só milímetro, em que pese as opiniões contrárias. Nãoé por simples prazer que terminamos os nossos trabalhos de maior responsabilidade com a

frase latina VITAM IMPENDERE VERO, para não ter de dizer, embora sem arrogâncias nemhumanas vaidades: Quod scripsi, scripsi. 

Repetimos: por mais lógicas que sejam tais provas, não passam de meras suposições, para nãodizer, especulações de quem não conhece a fundo os mistérios que envolvem a Vida Humana,muito mais as de certas Personagens, que a própria História é a primeira a desconhecer,chamem-se Colombo, Cabral, Paracelso, Cagliostro, S. Germano e até mesmo NapoleãoBonaparte, “o Leão do Naipe” (espadas, por ser um guerreiro) que desejava ter uma Buona ouBoa Parte nos destinos do Mundo, com a “formação dos Estados Unidos da Europa, como lhefoi encomendada sob juramento solene, nas galerias subterrâneas da Pirâmide de Gizeh…” Eque hoje os “monstros do fim do ciclo” desejam, criminosamente, imitá -lo. Por isso mesmo,

destruídos, aniquilados serão pelos próprios albores do Novo Ciclo, portador de melhores diaspara o Mundo. Ninguém poderia acreditar que o apoteótico fenómeno cíclico (fim do século

XV, ou Colombo, e começo do XVI, ou Cabral) dos respectivos descobrimentos da América edo Brasil, estivesse sujeito à “velha civilização europeia” e também à afro -asiática, se com oreferido fenómeno se dava, justamente, a fusão racial do humano Passado com o Presente,para a realização do Futuro: o advento, quase simultâneo, da 6.ª e 7.ª Sub-Raças do CicloÁrio, cujo espiritual movimento está nas mãos da S.T.B. desde o ano 1924, para não apontar ode 1900, quatro séculos justos depois do Descobrimento do Brasil.

Já em pleno século IX, a Península Ibérica encontrava-se sob o domínio (ou fusão) árabe, quetanto concorreu para a cultura de que ela mesma serviu de portadora aos povos ameríndios.

E séculos e mais séculos antes, ainda, o Manu Ur-Gardan (Ur , Fogo; Gardan, donde provém oGarden ou Jardim, na língua anglicana) conduzia um Ramo celta para o litoral europeu, ouseja, o “velho Portugal” – PORTUS-GALLIAE , de galos ou gauleses – que a intuição do insigne

poeta lusitano cognominou de “Jardim da Europa à beira-mar plantado”. 

E por termos falado dos “monstros do fim do ciclo”, seguidos por outros monstros oudegenerados que lhes são simpáticos, pouco importa a que país pertençam… tivemos ocasiãode dizer, em velho estudo nosso publicado nesta revista, à guisa de profecia, que “em breve oimperador Hailé Selassié faria uma vilegiatura  ao país donde fora destronado”, por

conhecermos melhor do que outros a sua verdadeira origem… e, cons equentemente, que o“Leão de Judá (que figura em vários brasões, inclusive no de Colombo…) acabaria apor vencer

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a Loba itálica”, o que de facto se deu, podendo ele mesmo cumprir o que havia prometido,isto é (servindo de eco à nossa voz…), “substituir a Loba itálica, da praça principal de Adis-Abeba, pelo Leão de Judá”, graças ao poder do “Cavalo alado”, ou seja, S. Jorge, precioso

símbolo aghartino, ou do Cavaleiro Akdorge, Maitri ou Maitreya, como décimo Avatara deVishnu, ou o Redentor-Síntese da Humanidade. E como S. Jorge também seja patrono da

velha Albion, a velha Gália… tal acontecimento se deu com o valioso auxílio do referido país:a Inglaterra.

Quanto a Hailé Selassié, sempre protegido, viveu pelas duas iniciais de seu nome, ou sejam He S, desde que o J que lhe falta ao termo Judá pertence… –  Judá, Jove,  Jeove ou Jehovah… 

Infelizmente, o precioso símbolo da velha Romakapura, ou seja, “a loba que amamentaRomulus e Remulus”, pseudo-fundadores de Roma, por mais sagrado que seja acabou por cairem mãos profanas, para não dizer, indignas… Mãos cobertas de crepe, ou de negra

musseline… luto pesado sobre uma nação de génios, de artistas, e até de Adeptos… 

Romulus e Remulus, Castor e Pollux, Helios e Selene, Gémeos Espirituais, amamentados como precioso leite que deu nome ao continente Pushkara (o sétimo ou o nosso), ou seja, o de“mar de leite, de manteiga clarificada”, como dizem as velhas escrituras orientais. Sem falardo lugar em que a nossa Obra nasceu, “Montanha Sagrada”, projecção granítica da Ser ra daMantiqueira ou “manteigueira”, como objecto que é de guardar tão precioso alimento…  

Eram pais de Romulus e Romulus (pouco importa que o não saiba a História) Romulus eKapura, donde provém o próprio nome da velha cidade atlante, mais acima apontada,ROMAKAPURA.

Passemos agora à decifração das suas Armas, segundo o livro que estamos comentando, nocapítulo intitulado Um pouco de Heráldica, para podermos, por nossa vez, dar a suaverdadeira interpretação esotérica ou oculta:

“Investigadores modernos, no empenho de apurarem a verdadeira origem de Cristobal Colón,têm estudado, sob os mais variados aspectos, o Brasão de Armas que julgam ter ele usado,

unânimes na esperança de encontrarem, no quarto quartel desse escudo, ou ainda numquinto quartel, que lhe supõem embutido em ponta, alguma indicação que os conduza àdescoberta do seu verdadeiro nome de família. Ainda até hoje nenhum resultado satisfatóriofoi obtido neste sentido (mais uma prova da sua “origem aghartina”, dizemos nós), apesar deum desses investigadores – Patrocínio Ribeiro – haver estado muito próximo de descobrir a

verdade; e não a descobriu, talvez, por só ver em Cristobal Colón, como rudemente confessa,um plebeu enfatuado, desejoso de ostentar em público atributos de nobreza a que não tinhadireito (embora, dizemos nós, “o seu reino não fosse deste mundo”!!!). 

“O documento autêntico, que tem sido base do estudo de tais investigadores, é a Provisão deIsabel, a Católica, de 20 de Maio de 1493, reproduzida por Navarrete no 2.º volume da sua

Colección de los viajes y descubrimientos que hicieron por mar los  españoles desde fines delsiglo XV , na qual se lê:

“… un Castillo es un Leon, que nós vos damos por Armas: conviene a saber, el Castillo decolor dorado en campo verde, en el cuadro del escudo de nuestras Armas, en lo alto a manoderecha, y en a otro cuadro alto a Ia mano izquierda un León de púrpura en campo blanco

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rampando de verde, y en otro cuadro bajo a la mano derecha unas islas doradas en ondas demar, y en outro cuadro bajo, a la mana izquierda las Armas vuestras que sabiades tener, las

cuales sean conocidas por vuestras Armas y de vuestros hijos y descendientes para siempre, jamás…” etc.

“Conquanto seja um pouco confusa a redacção deste documento”, continua o autor citado, “ébem compreensível o seu sentido: concede-se ao primeiro almirante do Mar Oceano,  por acrescentamento às Armas que ele sabia pertencer-lhe, um quartel de Castela, um quartel deLeão e um quartel comemorativo do descobrimento das Índias Ocidentais.

“Os quartéis de Castela e de Leão foram concedidos com alteração nos respectivos esmaltes,por não ser permitido em Espanha, naquela época, usar tais quartéis con los colores reales:assim, o de Castela (que é de vermelho com castelo de ouro) ficou de verde com castelo deouro, e o de Leão (que é de prata com leão rampante de púrpura) ficou de prata com leãorampante de verde. O quartel comemorativo era azul, ondado de prata, semeado de ilhas deouro, como deve dizer-se em boa linguagem heráldica.

“Consideremos agora o quarto e último quartel. Em primeiro lugar, é a existência destequarto quartel que nos dá a ideia de se limitar a régia concessão a um simples

acrescentamento de Armas, dado, portanto, à pessoa reconhecidamente nobre e que tinha

Armas próprias, ficando assim posta de parte a hipótese de mercê nova concedida a um

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plebeu, com o fim de o nobilitar. Não descreve essas Armas a Provisão, nem tinha quedescrevê-las, e deixa ao cuidado do agraciado debuxá-las como devessem ser debuxadas. Issoseria tarefa bem grata e bem fácil para qualquer outro; para Colón era, porém, uma

verdadeira impossibilidade, visto haver muitos anos que deixara de ter pátria  e família (?).Como poderia agora denunciar uma e outra, no escudo de suas Armas, se tinha o máximo

empenho em ocultá-las? (é nosso o grifo).

“E foi talvez, por isso mesmo, que ele não se aproveitou da régia concessão, pois não constaque, em tempo ou lugar algum, usasse tais Armas. Mas se não as usou, nem por isso deixou defornecer aos seus descendentes indicações precisas sobre os esmaltes e peças do seu quartoquartel, que uniformemente aparece em todos os armoriais como sendo de azul com cincoancorotes de ouro postos em sautor . Digo ancorotes e não âncoras, por serem realmenteancorotes e não âncoras as peças ali representadas. O ancorote difere da âncora não somentepor ser de menor dimensão, mas pela ausência do cepo transversal perpendicular à haste: é a

empennete dos franceses, o kedger dos ingleses.

“Vejamos como este quarto quartel representa um dos cinco escudetes das Armas Reais de

Portugal (não esqueçamos que o autor defende a ideia de Colombo ser português, quando eleestá para Espanha como Cabral para Portugal, embora que ambos sejam “aghartinos”…). É deazul, como esses escudetes, e tem, como eles, cinco peças postas em sautor . As cinco peças

são de prata no escudo real (Fig. A) e eram de ouro no de Salvador Gonsalves (Fig. B)  por diferença de esmalte, pois não era menos rigorosa em  Portugal do que em Espanha aproibição de usar qualquer quartel das armas reais sem diferença.

“As peças são, nos escudetes das armas reais, cinco besantes ou dinheiros, e no escudo doAlmirante cinco ancorotes (Fig. C), palavra equívoca de agoroth ou angoroth, que na línguahebraica também significa dinheiros, moedas e, portanto, besantes. Mediante este artifícioiludia Colón, sem faltar à verdade, a curiosidade que, aliás, não podia evitar, dos que lheperguntavam como era o quartel das suas Armas a que a Provisão se referia.

“A estampa colorida representa, pois, o escudo de Armas de Salvador Gonsalves, como lhoconcedia a Provisão Régia de acrescentamento e assim se brasona:

“Esquartelado: 1 de verde com um castelo de ouro, que é de Castela; 2 de prata com um leão

de verde, que é de Leão; 3 de azul aguado de prata, semeado de ilhas de ouro, que écomemorativo do descobrimento das Antilhas, 4 de azul, com cinco besantes de ouro, postosem sautor, que é de Portugal. Timbre: um dragão de vermelho, que é dos Infantes do Reino.  

“Pelo que respeita a um famoso quinto quartel, “embutido em ponta”, no qual se tempretendido ver as Armas de variados Colomos, Colombos, etc. (ainda bem, dizemos nós, que

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aparecem diversos Colombos “sósias ou tulkus do verdadeiro”…), de não menos variadasPlasencias e outras terras de Itália e de Espanha (e não sei mesmo se de Portugal), não vale apena discuti-lo (lá isso, dizemos nós, está certo, pois discutir o que se não conhece… é coisa

bem difícil!); em primeiro lugar, e decisivamente, porque a Provisão lhe não faz a menorreferência; e depois, porque o seu valor probativo – se algum lhe pudesse ser atribuído – 

correria parelhas com o de certos documentos supostamente autênticos, que apareceminesperadamente nos arquivos públicos (todo o grifo é nosso), e com os quais se pretende darcomo resolvidos graves problemas da História ou da Arte (apoiado!).” 

Vejamos, agora, a revelação esotérica das Armas de Salvador Gonsalves Zarco, com o seupseudónimo da mesma natureza ou de Cristos-Columbus – com o vero sentido exposto emnosso estudo anterior, sendo que o de Cristobal equivale a Cristos e Baal, ou o “Deus-Cristo”,o 7.º Princípio teosófico, a Consciência Universal, etc., etc.

O Dragão Vermelho, Dragão Tamásico ou Terreno, equivale ao do Seio da Terra das tradições

transhimalaias (vide, por exemplo, a obra de Marques de Riviére,  A l’ombre des monastères

thibétains), “o Dragão Celeste” ou aquele que caiu do Céu arrastando com a sua cauda tudoquanto encontrou no caminho, até mesmo 22 Estrelas, que desde então se apagaram… e quena Cabala equivalem aos 22 Arcanos Maiores, etc. Simboliza, também, o Dragão da Sabedoria,pouco importa se alado ou marinho.

Por isso que tal Dragão pousa sobre o capacete de todos os Cavaleiros ou Guerreirosjuramentados, pouco importa a Ordem a que pertençam. E tendo como armas de defesa aespada e a lança, por sua vez preciosos símbolos iniciáticos encontrados em todas as velhaslendas e tradições, dentre elas, a “lança de Longino ou Longuinho”, da qual se serviu a Igrejapara a sua Tragédia do Gólgota. Sim, Lohan ou Chohan e Gina ou Jina, como se fora o próprio

filho (um dos sete) alanceando ou fazendo sangrar o coração de seu Pai, o Cristo, Mitra,Maitri, o Sol, etc. Tradição esta que já provém dos tempos imemoriais da Atlântida…

“Imemoriais”, sim, para o mundo profano, o vulgo, o que ignora a sua própria origem, oserros passados, até os dos próprios deuses… homens-dragões, centauros… deuses infundidosem homens, por sua vez, positivamente animais.

Dragões de Sabedoria, Leões de Fogo, Agnisvattas, Pitris Solares e também Kumaras. Não tempor origem a Humanidade a árvore Genealógica dos Cabiras ou Kumaras? Nesse caso, DragõesMarinhos os Barishads, como Pitris (ou Pais) Lunares.

Por isso que tanto o Brasão de Colombo como o de Cabral são cercados de ramos partidos do

mesmo Tronco. Tronco Divino e não Humano. Tronco Deífico ou Aghartino. Cabral, Capris,Capricórnio, Cumara, etc. Cristóvão Colombo simbolizando a 3.ª Pessoa (que ele mesmosaudava de modo velado) da Trindade ou Espírito Santo, por isso mesmo, Colombina ouPomba.

Razão porque, cinco dias antes de encontrar terra, ao ver alguns pássaros, sinal da suaproximidade, escreveu no diário de bordo: “que as mais ilhas que têm os portugueses, pelasaves as descobriram”. Sim, como aquela pomba solta por Noé, da sua  Arca ou Barca ( Agharta), para ver se as águas haviam secado, vindo ela ter novamente a bordo, portadorade um ramo de oliveira, “símbolo da Paz e da Esperança. Esperança de Porto e Salvamento”.

Sic illa ad arcam reversa est!

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Como já dissemos em nosso estudo anterior:  Aves ou Avis, tanto vale. Por isso, Colombo (ouColombina) outra coisa não foi senão AVIS RARIS IN TERRIS… 

Quanto aos cinco ancorotes, em substituição a cinco dinheiros, moedas, etc., a sua vida em

 jogo estava – como no jogo de dados – no descobrimento do Novo Mundo.

E cinco por estarmos em franco quinto Sub-Ramo ou Sub-Raça da 5.ª Raça-Mãe (a Ária), donde

deveriam sair, respectivamente, como foi dito antes, os 6.º e 7.º Ramos sub-raciais… noquinto continente. Por isso ele, o grande clarividente aghartino, os contava pelos cincodedos, como tivemos ocasião de dizer em nosso artigo anterior. Sim, Europa, Ásia, África,Oceânia e América… “Ovo de Colombo” ou Colombina, que dá ao Mundo a forma esférica… 

E quanto ao termo ancorote (ou pequena âncora), de que o famoso hebraista se socorre, commuita propriedade, dos termos agoroth ou angoroth, estes mesmos, provenientes do termogrego ANGOS, que na antiga Medicina queria dizer “útero”, mas em verdade, “Seio da Terra”(Materno ou da Matéria, Mater Rhea). Sim, o Lugar donde o mesmo procedia. Nesse caso, a

verdadeira e única Arca ou Barca para onde os Manus conduzem o seu Povo, tanto nasocasiões de seleccionar as sementes, como nas horas trágicas, para que ele não sucumba como restante, a plebe, os componentes de um velho ciclo… Não fez o mesmo Noé, conduzindopara a Arca a sua Família, o seu Povo, a Semente escolhida, pouco importa a falsainterpretação da Igreja?

 Anchora-vitae ou âncora da vida é um velho símbolo que já provém da Atlântida, servindosempre para designar algo que possa salvar seja a quem for, principalmente o Mundo. Dondeo termo, SALVADOR, que se tem como verdadeiro de Colón ou Colombo, ou seja, Salvador Gonsalves Zarco.

A Âncora equivale, também, à Cruz e ao Coração. Neste caso, ela por si só, Esperança, Fé eCaridade!

Que dizer das oito ilhas de ouro em vagas oceânicas? Sete Dvipas ou Continentes, mais um,para representar a Evolução total da Ronda, como também um “Sistema Geográfico”, como

fomos os primeiros a cognominar a cada um daqueles que formam as sete mais umaEmbocaduras Aghartinas na face da Terra, por outro nome, Montanhas  Sagradas… Sim, nadescida de Norte a Sul, “Itinerário de Io”, das Mónadas ou Sementes de que são formadastodas as sete Raças-Mães e respectivas Sub-Raças, Ramos e Famílias. 

Os vários Colombos de que falam, por sua vez, diversos escritores, dentre eles Harrisse,possuíam pais chamados Doménicos, Domingos, melhor dito, o Demiurgos, o Criador do Mundoentre os gnósticos, para não dizer desde logo, o Sol Espiritual, aquele mesmo  Aton, o DiscoSolar , do qual Amenophis IV tomou o nome, fazendo-se chamar Kunaton, ou seja, “o amadode seu Pai Aton”… 

Falta falar no “castelo de ouro” com os seus 3 torreões, todos terminados em tríplice formaou a da letra Shin, que o grande hebraista esqueceu de citar, senão ambos os autores do

precioso livro que estamos comentando. Se ele mesmo reproduz os SSS da sigla do grandenavegador, embora que lhe dando um sentido bem diverso do nosso.

Eis aí, mais uma vez, a comprovação do que denominamos de Governo Oculto (ou Espiritual)do Mundo, que, como agora o conhece o leitor, é composto de 3 Pessoas, simbolizando a

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própria manifestação da Divindade na Terra. Em vez de dizer: Salve, Jesus (ou Cristo), Salve,Maria, e Salve, Josephe (ou José) (que é, de facto, uma cobertura, um disfarce para a suaprópria origem, e em nome de quem agia ele na face da Terra, e não que “fosse um criminoso

a disfarçar, a encobrir seu crime passado”, como querem ambos os ilustres escritores), sim,deveria dizer: Salve, Pai, Salve, Filho, Salve, Mãe ou Espírito Santo. Mas, no escrínio de seu

coração, três nomes bem diversos, que não podem ser aqui divulgados… Nesse caso, se oquiserem, apenas: Salve, L! Salve, P! Salve, D! Iniciais de tão preciosos Nomes que desdetempos imemoriais, através de mil transmutações e espirituais movimentos, vão tomandovários sentidos, na razão das sete chaves cabalísticas… 

Em relação à Trindade que envolve a vida de todos os Seres evoluídos, constata-se, porexemplo, que foi a 3 de Agosto de 1492 que Colombo partiu de Palos (sem falar nas 3 famosascaravelas) e em 12 (se o quiserem, soma reduzida novamente: 3…) de Outubro avista terra, ailha do Guanay, Guanahan ou Guanahani 2, uma das Lucaias, dando-lhe o seu próprio nome (?)

–  Salvador  (San Salvador): “A la primera que yo falle puso nombre de San Salvador a

comemoración de su alta magestad (que majestade? Perguntamos nós…) el qualmaravillosamente todo este andado (há dado?); los indios la llaman Guanahan”, assim deixouescrito no diário de bordo.

Interessante, ainda, que fosse um tal Lorenzo Girardi (florentino), negociante em Lisboa,como quer a História, quem apresenta Colombo a Toscanelli, que a este faz entrega da suacarta pedindo informações geográficas… Outro termo que, por sua vez, se repete a cada passona História, especialmente na da nossa Obra, como o leitor já deve estar farto de o saber.

Haja vista: S. Lourenço dos Ermitãos ou Ansiães, no concelho de Bragança, e também emSintra, em Portugal. S. Lourenço de Goa, ponto de passagem do “adolescente das 16

primaveras” para alcançar Ceilão, Calcutá e finalmente o Norte da Índia, ou Srinagar. E 21anos depois, S. Lourenço no Sul de Minas, em cuja Montanha Sagrada nasceu espiritualmente

a Obra em que a S.T.B. se acha empenhada. Sem falar naquele acidente em que o mesmoadolescente, com 3 anos apenas de idade, cai sobre uma grelha candente, ou seja, oconhecido martírio a que foi submetido o Santo da Igreja que traz o mesmo nome, e a quemFilipe II faz construir, como seu patrono, o Escurial, em forma de grelha. O mesmo Rei quepossuía duas Colunas ou Ministros, ou seja, como J, Jnana, Conhecimento, Iluminação, etc., ogrande Árias Montano (o Ário do Monte ou da Montanha), e o B ou Bhakti, como Justiça, ouaquela que traz a Espada, o famoso Duque d´Alba… 

S. Lourenço a estância de águas minerais como a de Portugal, foi fundada por Lourenço daVeiga. E para que a causalidade fosse mais adiante, o construtor da Vila Helena, sede daPresidência Geral da S.T.B., se chama Vicente Lorenzo, e ainda continua na referida

localidade o seu papel de “construtor ou obreiro”, mesmo que não seja um Iniciado… 

AS ARMAS DA CIDADE DO SALVADOR

No artigo anterior dedicado a Colombo e Cabral, já tivemos ocasião de falar sobre as Armasactuais da cidade fundada por Tomé de SOUZA, na razão da pomba que traz no bico o ramoda oliveira, cercada pelo conhecido lema Sic illa ad arcam reversa est (Assim voltou ela paraa ARCA).

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Resta-nos fazer o mesmo com as velhas Armas, que agora nos chegam às mãos pela gentilezade um grande Irmão e amigo, o Dr. Jaddo Couto Maciel (o mesmo que enviou as usadasactualmente), ilustre e digníssimo funcionário da Prefeitura da mesma cidade, além de

incomparável propagandista da Paz Universal, como fundador do Núcleo Pacifista VínculoInternacional de Amizade, cultuado através do Esperanto, por toda a parte do Globo. Por isso

mesmo, um nome de grande projecção no mundo espiritualista, inclusive na Índia, através doMahatma Gandhi, que lhe dedica a maior consideração, respeito e amizade. A ele, pois, sedeve o comentário que vamos fazer das referidas Armas:

Os mesmos torreões do Brasão de Colombo são aí vistos, sendo que para formar o central oudo meio, é substituído pela mesma âncora: a anchora-vitae a que nos referimosanteriormente, na descrição, por sua vez esotérica, das Armas do grande descobridor daAmérica. O símbolo actual da cidade já figurava no centro, sem falar nos mesmos ramos daÁrvore dos Cumaras, dos Cabiras, dos Caprinos ou Cabralinos… existentes tanto no Brasão deColombo como no de Cabral. De envolto aos referidos ramos e alongando-se para fora, dois

 golfinhos, por sinal que encontrados não só em velhas fontes daquela cidade, como em outrasdo mundo. Haja vista, as duas fontes de S. Lourenço dos Ansiães, como já tivemos ocasião de

descrevê-las. Aquela de certa praça de S. Lourenço de Goa e, finalmente, à direita da praçaprincipal de Srinagar, província de Cachemira, no Norte da Índia, onde uma jovem – espéciede Samaritana – nos oferece e aos demais da comitiva, em seu púcaro de barro, um pouco doprecioso liquido saído da boca dos referidos animais. Golfinhos, no Zodíaco exclusivamenteanimal, correspondem ao Geminis do Zodíaco misto ou vulgarmente conhecido. Os “Gémeosnascidos das águas”, como são todos os Manus que se apresentam sempre em  forma-dual(“irmãos-esposos”, como dizem as lendas). Por isso também tidos como Peixes ou PISCIS.Nessa razão, Manco-Capac e Mama-Oclo ou Coya, fundadores de Cuzco, ou seja, a primeiradinastia inca. O mesmo termo Manchu ou Machu-Pichu que se dá à cordilheira ali existente, já

o dissemos em vários estudos nossos, provém do mesmo étimo, isto é, Manu-Piscus ou Piscis,

Peixes, etc.

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Pelo que se vê, as velhas Armas da cidade fundada por Tomé de Souza possuem ensinamentosgrandiosos, por isso que muito maiores do que julgam os profanos, ou aqueles que se atrevema falar de assuntos que lhes são completamente desconhecidos.

Uma outra causalidade interessante, que figura no nome de Tomé de Souza:

O Souza da família de quem estas linhas escreve (a família humana ou terrena…) e o T, que

também ressalta do nome de “Dom Tivisco de Nasao Zarco e Colona, apelidos do 1.º donatáriodo Funchal”. Sendo que Tivisco de Nasao é anagrama de Jacinto de Souza (nome já conhecidodo avô de JHS), dando a um dos ii de Tivisco o valor de J, o que então era vulgar, como sepode ver na página 99 do livro de que tivemos de comentar alguns trechos, por serem capazesde testemunhar as nossas próprias afirmativas, no rápido estudo que fizemos no númeroanterior desta revista, sobre Colombo e Cabral, servindo, como foi dito, de Introdução aosdemais que o seguiram: Paracelso e Cagliostro e S. Germano.

Em resumo, BAHIA – TOMÉ DE SOUZA, na razão anagramática para SRINAGAR – TEMPLO

BUDISTA, no Norte da Índia onde estivemos, ou então S.T.B. – SOCIEDADE TEOSÓFICABRASILEIRA.

A BANDEIRA OU AS ARMAS DA S.T.B.

Qualquer pupilo do nosso Colégio Iniciático, sem tergiversação alguma, responderiaimediatamente a quem lhe perguntasse sobre as cores e as Armas da Bandeira da S.T.B.:

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 Amarelo e azul, na razão da própria Missão Y em que está empenhada a mesma S.T.B. Sim, o

azul de Budhi e o amarelo ouro de  Atmã, desde que os dois não se podem manifestar emseparado. É o Budhi-Taijasi, ou o Mental Iluminado pelo 7.º Princípio teosófico, o Cristo, seassim o quiserem, de todas as religiões, desde que não concebido apenas comoindividualidade, mas o maior grau de elevação a que qualquer pessoa pode chegar na vida. Jádizia S. Paulo que “todo o ser bom pode falar ao Cristo, em seu homem interno”, e nãoespecificava religião alguma. Nesse caso, as duas doutrinas, a do Olho (ou da Mente) e a doCoração (o Carácter), bastantes para ser alcançado o referido grau, ou sejam as duas conchasda Balança da Vida, em fiel ou equilíbrio.

Não são, ainda, essas duas cores agindo no ovo áurico de cada indivíduo, na parte superior dacabeça, que indicam essa mesma elevação? O azul sobrepujando o lado esquerdo ou “olho de

Vénus” ligado à narina do mesmo lado ou lunar, enquanto o amarelo ouro do lado direitosobre o “olho de Budhi”, este, por sua vez, relacionado com a narina do mesmo lado ou solar,

na razão secreta de que “Budhi ou Mercúrio é o Sol Espiritual que se oculta po r trás daqueleque se eleva e declina, diariamente, no horizonte celeste”. Oriente e Ocidente!… Dia e Noite!

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Luz e Sombra! Espírito e Matéria! Em se fundindo ambos, a Vida Una, a Consciência Universal,o Hálito Divino fazendo pulsar o Coração do Mundo!…  

Sete régias coroas, todas elas terminadas em tríplice forma, como os torreões dos maisfamosos brasões, inclusive o de Colombo, além de representarem as sete Raças-Mães, os sete

estados de Consciência por que a Mónada tem de passar durante uma Ronda completa,multiplicando-se por si mesmas formam o precioso número 21, ou seja, a letra Shin hebraica,de que tanto se falou neste trabalho. Salvador, Srinagar, Souza… e outros termos. Paraformar o número 22, o Thau, o Mundo, a Laurenta, etc., ou seja, a 8.ª Coisa, Cidade, Dvipa, onome que lhe quiserem dar, todo o conjunto central do Brasão: em cima, o tradicionalDragão, já antes explicado no de Colombo, porém, o nosso Dragão  amarelo, de Ouro ou

 Átmico… sobrepujando as 3 iniciais JHS, tantas vezes reveladas e discutidas para termos defalar a seu respeito. Por baixo, a Flor-de-Lis, com as suas 3 pétalas, Lírio ou Loto Sagrado dosLagos Iniciáticos, da própria Shamballah, e não “o lírio do brejo” da profecia de Paracelso,

que foi destruído com a Bastilha, com os Bourbons de França, com a Revolução Francesa, para

que fossem “lançados os alicerces do novo Templo de Jerusalém”, que nada tem de comumcom a actual cidade da Palestina, mas com a própria Shamballah, “Cidade da Luz”, Moradados Deuses, por isso mesmo, interdita aos mortais, aos homens vulgares, àqueles cujo coraçãoestá repleto de maldade, e a mente envolta nos densos véus da ignorância.

Quanto ao LPD 3, que enfeixa ou serve de remate a tão excelso quão misterioso Brasão, ospreciosos Nomes com que, desde tempos imemoriais, é conhecido o Governo Oculto ouEspiritual do Mundo, como já foi dito, passando por diversas metamorfoses de acordo com aprópria Evolução Humana, inclusive aquelas da nossa última Revelação no número anteriordesta revista, que servem para expressar o Manu da 7.ª Sub-Raça: LOURENÇO-PRABASHA-DHARMA.

E quanto aos Pupilos, como preciosa SEMENTE figurada no lema SPES MESSIS IN SEMINE , por

sua vez revelado na mesma ocasião: LAUDATE PUERI DOMINE .

Terminada a peça, pouco importa se fraca, não há como repetir mais uma vez, em lugar doRidi pagliacci, mesmo que a chorar: 

VITAM IMPENDERE VERO! 

NOTAS

1) Vários jornais acabam de publicar o seguinte telegrama proveniente de Barca de Amieira (elogo Barca!…), em Portugal: 

“Perto da povoação de S. Jorge (?) das Matas, existem uns terrenos denominados “ Algarve daSobreira” pertencentes ao Sr. João Gonçalves. Há nesses terrenos um buraco largo e profundo– coisa para quatro metros de boca – cuja origem nem as pessoas mais idosas do sítio sabemexplicar.

“O Sr. João Gonçalves, curioso e decidido, já por várias vezes convidara alguns indivíduospara descerem com ele ao fundo do misterioso buraco, mas todos recusavam.

“Há dias foi mais feliz. Perto de 160 pessoas reunidas, munidas de cordas, baldes, roldanas eluzes, dirigiram-se com o Sr. João Gonçalves para junto da grande abertura. O Sr. João

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Gonçalves desceu e com ele, outros. A trinta metros de profundidade encontraram uma salaespaçosa, cavada na rocha, e de onde partem diversas galerias em diferentes direcções,muito compridas e terminando junto de grandes lagos.”  

São as tais “regiões jinas” a que nos referimos em vários artigos desta revista, inclusive as do

Brasil em Mato Grosso (Serra do Roncador, das Ararinhas ou, simplesmente, Araras, etc.), noParaná (Vila Velha, Ponta Grossa) e em Minas Gerais (S. Lourenço, S. Tomé das Letras, etc.,etc.).

2) Em tupi, Guanandi é uma árvore que dá precioso leite, um tanto viscoso como amangabeira. Neste caso, mais uma vez fazemos lembrar o termo Pushkara, do nossocontinente, ou aquele que as escrituras orientais denominam de “mar de leite, de manteigaclarificada”, etc. 

3) O mistério do L.P.D. é tão antigo que se perde na noite dos tempos e relacionava-se, nociclo anterior da Evolução Humana, com as iniciais de LORENZO PAOLO DOMICIANI e com as

da sua esposa de todos os tempos, LORENZA FELICIANI DOMICIANI, sendo a diferença do P (masculino) para o F  (feminino) simbolizada pelas duas formas da CRUZ ANSATA (das quais,diga-se de passagem, apenas uma é conhecida do mundo profano, a masculina…),representadas a seguir:

Comefeito, a significação verdadeira da CRUZ ANSATA ou CRUZ DE ANKH, símbolo dos maispreciosos do velho Egipto, onde, reza a tradição, tiveram origem todos os Movimentos em prolda Redenção Humana, nos tempos áureos de KUNATON e NEFERTITI, é o CAMINHO, a ROTA,apontada pelo Espírito de Verdade, periodicamente, e seguido por todos quantos Lhe sãofiéis.

Efectivamente, o símbolo pode ser decomposto em

 

que são dois hierogramas sagrados dos egípcios, denominados Rô e Tau, significando,

respectivamente, a boca por onde se manifesta o Verbo e o caminho que esta Voz Divinaaponta.

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Desse modo, pode ser traduzido, como vocábulo, pela palavra ROTA (associação de Rô e Tau),que em nossa própria língua significa “Caminho”. Além deste sentido, lendoanagramaticamente a palavra ROTA, vamos encontrar, entre outras, TARO E ATOR, palavras

sobejamente conhecidas dos leitores desta revista e de quantos se dedicam ao estudo daTeosofia, para que tenhamos necessidade de insistir sobre o seu valor oculto.

(Revista Dhâranâ n.º 111 – Janeiro a Março de 1942 – Ano XVII) 

Comentários Desligados

Colombo e Cabral (estudo esotérico) – Por Henrique José deSouza Domingo, Jun 12 2011

Sem categorialusophia16:18 

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“Com três caravelas conquistarei um reino que não é o meu.” – Palavras de Colombo, que omundo desconhece.

Em antigos estudos nossos, quando nesta mesma revista tivemos que falar das duasprodigiosas figuras que foram Colombo e Cabral, não podíamos deixar de aplicar a “chave

filológica”, como uma das mais preciosas com que se iniciam os homens.  

Assim, ao tratarmos de Colombo, por exemplo, desdobrámos o seu pseudónimo em Cristo eColombo, Columbus, Colombina, etc., que no final de contas vai ter à Pomba – como símboloda Terceira Pessoa da Trindade Cristã que tanto vale pela “Terceira Manifestação do Logos”,chamem-lhe de Espírito Santo ou outro nome qualquer.

Por isso que se punha ele sob a protecção dessa mesma Trindade, porém, disfarçada comoCristo, Maria e José ou Yoseph (como se diz em hebraico), mas, em verdade, ocultando umaoutra Chave, que não poderiam descobrir os mais conspícuos filólogos.

Em brilhante artigo assinado por um nome ilustre que é o de Lindolfo Collor, por sinal que aolado de um outro, por sua vez da autoria de alguém muito querido em nosso País, ou seja, oAlmirante Gago Coutinho, transparece a famosa sigla constante do codicilo do testamento de

Colombo, transmitida como a autêntica ao seu filho e herdeiro D. Diogo.

Não podemos deixar de ficar extasiados diante das decifrações criptográficas do filólogoportuguês major Santos Ferreira, pois que sem ser um versado em Ocultismo, para não dizer,em Teosofia, desvendou a parte mais terrena ou humana da referida sigla. Nem sequer éleitor desta revista, embora ela já conte dezasseis anos de existência, correndo todo o Brasile alcançando mesmo diversos países do mundo, principalmente, na Europa, Portugal e

Espanha, e em nosso continente, todo ele, quer ao Norte quer ao Sul, cujos museus,instituições culturais e pessoas ilustres disputam a sua posse.

Parabéns, pois, não só ao ilustre poliglota e hebraísta português Santos Ferreira, como aoautor do precioso trabalho publicado em O Jornal, de 12 de Outubro, dedicado à Descobertada América, lastimando outro tanto não podermos fazer com o eminente genealogista António

Ferreira de Serpa, por ter falecido há pouco em Lisboa.

Procuremos, nós outros, pois, revelar o que de mais secreto (ou esotérico) faz parte dareferida sigla e os possíveis pontos de vista do mesmo Colombo, e também de Cabral, diantede outros estudos que lhes temos dedicado no decorrer dos 17 anos de existência da

Instituição que dirigimos, e 16 desta revista, como o seu órgão oficial desde 1925, ou seja umano depois da fundação material da primeira.

É por essa sigla encontrada no codicilo do testamento do grande Almirante que diversospaíses, tanto tempo depois do mesmo ter morrido – como Cabral – na maior das misérias eabandonado por amigos e pelo próprio rei Fernando, por ter dado crédito aos seuscaluniadores, agora fazem questão de o “terem como filho” (1).  

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Fac-símile da escrita e da SIGLA de Colombo, reproduzido da obra Amerika, de Rudolf 

Cronau 

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Cristóvão Colombo e seu brasão 

Já tivemos ocasião de dizer que o Grande Iniciado, que era Colombo, colocava-se sob aprotecção da “Sagrada Família”, como são chamados  Jesus, Maria e José (note-se que elepreferiu substituir o nome da Jesus pelo de Cristo… e isso tem muita importância esotérica),

mas, em verdade, ocultando uma outra Chave, referente ao que todo o Iniciado reconhececomo “Governo Espiritual do Mundo” formado por “Três Pessoas distintas e Uma sóverdadeira”, na razão da Tríade Superior teosófica, a Mónada ou Co nsciência Universal. Comoutras palavras, “o Rei do Mundo e os seus Dois Ministros ou Colunas Vivas”. Note -se mesmoque em tal sigla figura um S no vértice da pirâmide formada com as 7 referidas letras, e nas

duas filas inferiores ou por baixo da primeira figuram também 3 letras, na razão do mesmoGoverno Espiritual do Mundo.

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No entanto, o S superior (que tanto vale por Salvador , como algo mais ainda) relaciona-se àLinha SERAPIS de Adeptos, que naquela época não estava ainda formada na face da Terra, porisso mesmo, falava e agia Ele, Colombo, ao mesmo tempo como um Serapis (reportem-se ao

deus Serapis egípcio e seus sacerdotes, etc.) e como “Sumo-Sacerdote Aghartino”, tal comoNostradamus, Paracelsus e outros mais, cada qual com a sua missão ou papel no mundo, isto

é, quer como “profetas, teurgos, terapeutas”, etc., quer como navegadores ou descobridores.Muito mais interessante sabendo que o mesmo Colombo, descobrindo o Novo Mundo, estavatrabalhando pelo Advento de dois Ramos raciais: o 6.º no Norte-América, e o 7.º no Sul-América, e cujos Ramos no futuro se interpenetrarão ou formarão um só. Sim, daqui a algunsmilénios, quando justamente a 5.ª Raça-Mãe ou Ária tiver alcançado o máximo da suaevolução (2).

E a prova de tudo isso acha-se no restante da mesma sigla: S A S, para “Sumo-SacerdoteAghartino”, sendo que como homenagem à sua verdadeira Pátria – a AGHARTA – a inicial desta

fica no meio e os dois SS em lateralidade, na mesma razão, aliás, do referido Governo

Espiritual do Mundo, isto é, o Rei no centro e os dois Ministros nas referidas extremidades. Foide tão transcendente mistério que saíram as Duas Colunas do Templo de Salomão, até hojeadoptadas pela Maçonaria, embora esta bem longe esteja de saber, com exactidão, overdadeiro significado dos seus símbolos. Uma Coluna de Ouro ou Solar, e outra de Prata ouLunar. Na Vedanta, são os dois Caminhos:  Jakin ou Jnana, Conhecimento, Iluminação, etc., eBohaz ou Bhakti, Devoção, Mística, Amor, mas, em verdade, Justiça. A expressão, portanto,do mesmo Rei Salomão:  Justo e Sábio, como o são todos os Iluminados. Tais iniciais figuramnos nomes e nas vidas de muitos dos referidos Seres. Haja vista  João Baptista, anunciador de

 Jesus (ou Jeoshua Ben Pandira). E este tem por palco cénico da sua vida:  Jerusalém e Belém.

 José Bálsamo foi o pseudónimo de Cagliostro, até ao dia em que um “charlatão”, ou antes,Mago Negro, se assenhoreou, muito propositadamente, de semelhante nome, para… destruir

os transcendentais esforços do Grande Iniciado.

O Grão-Mestre, nas Sociedades Secretas, representa o terceiro Caminho da Vedanta, que é ode Karma. Por isso, toma lugar entre as duas Colunas. É, ainda, a haste central da Balança,cujas duas conchas (Amor e Sabedoria ou Justiça) devem estar equilibradas, sob pena de nãoser um Adepto ou Homem Perfeito.

Vejamos, agora, a segunda série de 3 letras, ou sejam, K , M Y. Qualquer membro da S.T.B.(também 3 iniciais) diria imediatamente: Cristo – Missão Y , nome por que é conhecido o nossoTrabalho, justamente por abranger os dois referidos “Ramos raciais” para cujo Advento, como

foi dito anteriormente, veio Colombo descobrir o novo ou 5.º continente. Ele os contava peloscinco dedos da mão, pelos cinco sentidos, pelos Tatvas ou “forças subtis da Natureza”, quetambém são cinco, etc. Por isso mesmo, não podia enganar-se. Assim, toma como exemploum ovo, para ser colocado de pé em cima da   mesa em Morno, em torno da qual estavamaqueles que o contestavam, como fizeram com Jesus, no Templo, os sacerdotes ou doutores…Além disso, o ovo – como um embrião – representa um  por venir ou  porvir : o futuro que aliestava lançado ou jogado… em cima de uma mesa. Não uma profecia vulgar, mas… a Ciênciados Magos, Adeptos, Iluminados, etc. No Tarot (cartas de jogar ou Arcanos Maiores e Menoresem número de 78, ou sejam, 22 Maiores e 56 Menores), o Arcano 7 ou o número total da sigla(1+3+3 igual a 7…) é representado pelo Carro ou Merkabah. Hieroglificamente, é uma flecha, com a ideia de arma, de instrumento que se emprega para governar (não era Colombo um

grande navegador, a ponto de dominar a tripulação revoltada e vir ter aos umbrais do NovoMundo?…), dirigir, vencer, etc., a todas as coisas na vida. Duas flechas põe ele na sua

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assinatura (Christoferens), uma apontando para o Céu e outra para o Seio da Terra,referindo-se o ponto que às duas separa à própria Terra, o seu eixo, etc. Esotericamentefalando, como um Iluminado que era vencedor se fez dos 3 Mundos: o Divino, o Humano e o

do Seio da Terra, para os ignaros, o Inferno, mas, em verdade, “Reinos Inferiores”, por seoriginar do termo In-fera.

Astronomicamente falando, tal Arcano e letra correspondem ao signo de Gémeos… e só issodaria para escrever um compêndio, inclusive no que diz respeito à Direcção da referidaMissão Y , em tudo e por tudo, em forma-dual.

Quem conhece o Tarot, sabe muito bem que tal Arcano é representado por um Rei que dirigeo Carro… onde se acham atreladas duas Esfinges, ou Andróginos em separado: o Pai-Mãedirigido pelo Filho. Nesse caso, Cristo, Maria e José ou Yoseph, mas no seu verdadeirosentido… e não naquele mayávico ou “ilusório”, que muito propositadamente lhe deu oGrande Iniciado, numa época em que quem não fosse cristão, melhor dito, católico (não foi

Isabel, a Católica, quem lhe ofereceu as 3 caravelas?…), não arranjava coisa alguma na vida,facto que ainda hoje muitas vezes acontece.

Quanto à sua própria assinatura (em cima, a razão de ser do seu trabalho, ou em nome dequem Ele, Colombo, levava avante semelhante Missão na face da Terra. E por baixo, de modovelado, quem Ele era…), CRISTOFERENS, ou “aquele que conduz, que leva o Cristo”, não sóem seu nome (como uma das interpretações), mas, também, “o que conduz o Cristo” ao NovoMundo. Por isso mesmo, “com três caravelas conquistarei um Reino que não é o meu”, namesma razão das palavras atribuídas a Jeoshua, como um outro Cristo: “o meu Reino não édeste mundo” (3). 

O Ermitão ou HOMEM PERFEITO 

Note-se, ainda, que a palavra CRISTOFERENS, escrita como se vê na sigla, ou do modo

greco-latino, possui 9 letras. E o Arcano 9, no mesmo Tarot, é representado pelo

ERMITÃO, Iluminado ou Homem Perfeito. Razão de trazer na mão uma lanterna acesa,

“iluminando o caminho” a quantos o quiserem seguir. 

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A sua letra é o Teth hebraico, representado hieroglificamente por um TECTO, telhado ou

cumeeira. Símbolo, portanto, de protecção. Não implorava a protecção de uma Trindade

(3 vezes 3 igual a 9…) o mesmo Colombo, digamos, aquela sob cuja égide ele mesmo se

encontrava, com semelhante Missão? 

Astronomicamente, corresponde ao signo do Ledo. Esse mesmo “Leão ou Dragão de Ouro” dafamosa profecia de Paracelso (além daquela da Flor-de-Lis que seria destruída, da qualfalamos neste mesmo número na Secção dedicada a São Lourenço, na razão da queda dosBourbons, ou seja a mesma Monarquia, para a implantação da República francesa), dizíamos,serviria de símbolo para um Henrique que deveria vir do Oriente, e, embora mal interpretadapelos “profetas” de hoje que, diga-se de passagem, “proliferam como erva daninha”…baralhando o verdadeiro sentido das coisas. Não é também interessante que o Brasil tenhaessa conformação geográfica? (4)

A soma total da sigla é 16, isto é, 7+9 = 16:  A Casa de Deus, como é chamado semelhante

Arcano. Como Terra da Promissão ou Nova Canaã, todo o Continente Americano representa a“Casa de Deus”, como prova ter sido até agora poupado pela grande destruição por que estápassando o mundo… 

Não fomos também, embora nada sejamos (na razão do Ego sum qui sum, ou “Eu sou quemsou”…), improvisado navegador, indo da cidade do Salvador, que passa por ser a do nossonascimento, a Portugal… e dali a São Lourenço de Goa, depois a Ceilão, Calcutá, a caminhodo Norte da Índia?

Por uma dessas interessantes causalidades, o emblema da prefeitura da referida cidade é “apomba solta por Noé que volve conduzindo no bico o ramo de oliveira”, e por baixo a

conhecida frase latina, SIC ILLA AD ARCAM REVERSA EST (assim voltou ela para a Arca ouBarca). Barca, Arca, Caravela, o quer que seja, tanto se refere ao próprio termo Cristo,

Salvador , etc., como ao de Colombo, Colombina ou Pomba… do Espírito Santo. 

As Armas da velha cidade de THOMÉ DE SOUZA 

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Donde, a Maha-Yana ou “Grande Barca de Salvação” do Budismo do Norte, em um de cujosTemplos estivemos, do mesmo modo que, antes de chegarmos a Calcutá tocando em Ceilão,estivemos em contacto com a Hina-Yana ou “Pequena Barca de Salvação” do Budismo do Sul,

em cujo lugar vieram juntar-se à comitiva Dois misteriosos Seres, para formarem umTERNÁRIO com alguém da comitiva, se os outros (mais  quatro…) completavam o iniciático

número 7. Sem temor de fazer cair sobre nós a “Ira  de Jehovah”, chamá-los-íamos deKUMARAS, pois um deles, além do mais, possuía  “pés tão pequeninos” que pareciam decabrito… Mas paremos aqui, por ser vedado dizer o resto.

Quanto à Salve ou Ave-Maria, etc., que se encontra em tal sigla, faz-nos lembrar também, nanossa tão simples maneira de interpretar as coisas, o de  Ave-Mare (Maria provém de Mare, oMar, etc., estamos fartos de ensinar), nesse caso, uma “ave marinha”, se era Colombo era um

 grande navegador , sem falar no resto, que é muito mais importante ainda:  Ave ou Avis (AvisRaris in Terris”, que ele também era…), se do mesmo Colombo se diz “ser um filho bastardo

de um príncipe da Casa de Avis, e… o último dos rebentos de D. Henrique”. Com vista à

Ordem de Avis que, muito antes, chamava-se de Mariz.

Por que havia Colombo de ter por nome exotérico Salvador Gonçalves Zarco?

Quanto ao termo Salvador , já se falou por demais. Sobre o de Gonçalves ou Consalves, os doisilustres filólogos portugueses disseram o que lhes foi possível dizer. E de modo sem igual, doponto de vista profano ou exotérico. Quanto ao  Alves final do segundo nome, faz aindalembrar o de Avis, o de Álvares, e, por que não dizer?, de um outro Ser muito mais misteriosoainda, que se chamou Nun´Álvares (o Condestável).

 Albor  ou  Alvor  (a alvorada de um Novo Ciclo com a descoberta, por sua vez, de um Novo

Mundo), também provém de ALBOREA,  Al-Bordi (Montanha Primordial, etc.), e finalmente Albion que possui a mesma AGHARTA, dentre os diversos nomes que as tradições de vários

países lhe dão. A “velha Albion” é a mesma Inglaterra, como um dos pedaços da Atlântidapoupados pela grande catástrofe… 

Quanto ao termo ZARCO, desdobra-se em Z (Zeus, Zero, Zoro ou Goro, donde o termo “Goroou Sacerdote do Rei do Mundo”, que se encontra nas escrituras transhimalaias) e ARCO, poisque ao mesmo “arco-íris” se denomina de “ponte de fio de navalha”, que conduz de umMundo a outro, na razão do “Mundo de Duat, Mundo Jina, Astral”, etc., que separa o Humanodo Aghartino; do mesmo modo que, em sentido contrário ou de subida, elevação, etc., oponto de partida é o Humano ou Terreno, ficando o Astral em relação com o “Véu Akáshico ou

de Maya”, ou seja, o mesmo que a Cabala, na sua linguagem velada, denomina de Quod superius, sicut quod inferius… justamente por separar o Terreno do Divino. Zero-arco ouastro (astral, etc.) foi o nome de um dos Seres da série dos ZOROASTROS, que em verdade,como “religião do Fogo ou Solar”, demonstra que ZERO -ASTRO não é outro senão o próprio

Sol. E a prova é que o grande faraó Kunaton  instituiu o culto ao “disco (ou zero) solar”. E Aton equivale ao mesmo Sol (5).

Outrora, escrevia-se Espanha com H, por isso mesmo, as 3 letras que compõem o nome deHelena Petrovna Blavatsky , mesmo porque a sua Missão, ao lado de Olcott, para a América doNorte ocultava aos nomes dos países donde vieram para aí as Mónadas (a Península Ibérica),

isto é, Hespanha e Portugal, firmando-se muito especialmente no Brasil. Depois de fundada anossa Obra, passam tais letras a significar: HOJE PELO BRASIL!

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Não são os dois idiomas usados na América do Sul? Isso, além do mais, vem provar que,exotericamente falando, Colombo, por adopção ou escolha de pátria, era espanhol, enquantoCabral era português, mas na verdade a sua verdadeira Pátria, como foi dito, tanto se acha no

Gonçalves de Colombo, como no Álvares de Cabral.

Pedro Álvares Cabral e seu brasão 

Se se traçar uma linha recta de Porto Seguro (Atlântico) até alcançar o lado oposto ouPacífico, atingiremos Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, algo assim como uma “marcha paraOeste”, ou de se unirem os dois “mares-oceanos”, como se dizia antigamente. Outrossim,traçando-se uma vertical partindo da Serra do Roncador, em Mato Grosso, da qual tantofalamos em nossos escritos, vai-se ter a Vila Velha, em Ponta Grossa, no Estado do Paraná.Razão de se dizer de modo velado, mesmo agora ainda o estamos fazendo, que… numatranscendental geminidade, alguém vem ao mundo, à nossa Obra, de Mato Grosso, enquanto

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um outro do Paraná, e a seguir mais um, de Porto Seguro, no Sul da Bahia, e finalmente umúltimo ou quarto, de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, para dar razão de ser a um CRUZEIROMágico, que embora traçado na face da Terra tem a forma idêntica em seu seio, e nos céus a

esplendorosa constelação possuidora do mesmo nome, que a bem dizer é o precioso símboloestelar da Pátria Brasileira. Donde possuir ela a Ordem do Cruzeiro, como a mais alta

distinção que se pode conceder a um homem ilustre, um herói, um benemérito, enfim, sejanacional ou estrangeiro (6).

Volvendo às 3 iniciais H.P.B. no que diz respeito a Helena Petrovna Blavatsky, foi ela, ao ladode Olcott, uma espécie de Yokanan ou Anunciadora – além do seu papel, como já foi dito,para a 6.ª Sub-Raça no Norte-América – de um par verdadeiro, cujos nomes sãocompletamente idênticos, ou sejam, Henrique e Helena. Uma simples casualidade, e não quetenha algo a ver uma forma-dual com a outra.

JHS, como se viu, sai da cidade do Salvador indo a Portugal, onde, além do mais, existe uma

estância hidromineral (como a Sul-Mineira) denominada S. Lourenço dos Ansiães, região essaonde há muitos anos se reuniam os primeiros Membros de uma Ordem Secreta denominadados Marizes (dos Morias, dos Mouros, etc.), dos quais existem ainda muitos ramos familiaresno velho Portugal com esse nome, e por sinal que José de Alencar, no seu imortal romance OGuarani, ao pai e irmão de Ceci deu os nomes de António e Diogo de Mariz. Pouco importaque o contestem, mas foi dessa mesma Ordem que surgiu a mais conhecida, ou seja, a deAvis. Não se deve esquecer que a dos Templários, por sua vez, se transformou na Ordem deCristo. A cor da fita e do emblema dos Avises era Verde, enquanto a de Cristo, Vermelha. Aunião entre ambas forma a cor da primitiva Ordem donde ambas saíram: a dos Marizes. Sim,com essas mesmas cores (verde e vermelho) surgiu o Pavilhão da Pátria Portuguesa… Mistériosque o mundo profano não sabe nem pode descobrir…! 

Assim, o “Sumo-Sacerdote Aghartino KRISTOFERENS COLUMBUS”, se assim o quiserem,

também era Grão-Mestre dos Taichús-Marús (7), relacionados com os 22 Templos Aghartinos(os mesmos Arcanos Maiores) de que fala Saint-Yves d´Alveydre numa de suas obrasocultistas, embora de modo velado. Cada Sumo-Sacerdote Aghartino forma lateralidade comum outro Ser, para um de maior categoria que fica no centro, pois sendo 7 as Cidades dareferida Região, na razão de 3 Templos para cada uma delas, dirigidas por essa mesmaTrindade (a Trindade de Colombo e de todos os Grandes Iniciados…), formam o número 21,que unidos a uma Síntese de todas as 7 Cidades (ou uma 8.ª, tal como na Atlântida)completam o número 22. A tal Cidade daremos, de preferência, o nome SHAMBALLAH, por ser

o mais conhecido de todos, embora tenha o seguinte significado: SHAMBA, SHOMA, etc., eALLAH, isto é, “a Cidade Lunar, a Cidade dos Deuses”, etc., por ser uma Ilha. Sim, a chamada“Ilha Imperecível”, pois que nenhum cataclismo a pode destruir… 

Da mesma maneira que a palavra constituída por sete letras, que é também a chave daFranco-Maçonaria, ou seja VITRIOL (termo alquímico muito conhecido, para a famosa fraselatina VISITA INTERIORA TERRAE RECTIFICANDO INVENIES OMNIA LAPIDEM, tantas vezes pornós empregada), apontava essa Região Sagrada a que acabamos de nos referir, assim tambémas sete letras superiores da sigla de Colombo, como já o dissemos e provámos tanto quanto épossível fazer-se através de uma revista como esta, ligadas se acham com a mesma Regiãoantes apontada, com a missão do grande navegador, e até ao futuro, ao porvir para o qual

estava ele trabalhando… Sim, pois o mesmo S, que serve de cúspide a semelhante pirâmide,tanto pode ser o de Salvador , como de Srinagar e até de São Lourenço, deixando de parte o

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A, que possui um outro sentido que não vem ao caso apontar. Nesse caso, 3 SSS como os quefiguram entre as sete letras da sigla de Colombo.

A missão de Cabral não é mais do que um codicilo para o espiritual Testamento de CristóvãoColombo. Foi ele – como Pedro – a pedra fundamental, ao raiar do século XVI (1500), do

Grande Edifício Humano.

Por isso, a capital baiana de Cristóvão Colombo traz o nome de Cristo ou SALVADOR, enquantodo outro o de BAÍA CABRÁLICA ou VERA CRUZ.

1500! Ano de Cristo ou Cristiano, como o verdadeiro ROSACRUZ. Sim, a rubra (ouensanguentada) Flor Crística (cor da referida Ordem em Portugal) cercada de espinhos… no

centro de uma CRUZ .

Um século que se finda: Colombo. Outro século que começa: Cabral. Séculos XV e XVI. OKumara, a Casa de Deus, segundo os mesmos Arcanos.

No XVII, o Ocultismo da Renascença. A Revolução de Oliver Cromwell na Inglaterra, aFrancesa no século imediato. Cem anos justos antes de ser implantada a República Brasileira.Do mesmo modo que a misteriosa passagem dos Condes de Cagliostro e São Germano na faceda Terra… 

As 3 iniciais LPD (sempre 3…) que o mesmo Cagliostro trazia no peito, como Grão-Copta de

certa Fraternidade Egípcia, com o significado de LILIA PEDIBUS DESTRUE, e com a qual foi, defacto, “destruída a Flor-de-Lis dos Bourbons” (vide o nosso estudo neste número, na Secçãodedicada a São Lourenço), para não dizer, implantada a República Francesa, e um século emeio depois, de modo caótico (ou oposto), foram as mesmas que a destruíram,  já entãoservindo de nomes a certas personagens, chamem-se elas Laval (Leon Blum), Petain,Daladier , ou mesmo Darlan… 

Nós outros, de há muito já as tínhamos exaltado em nossa própria Obra, isto é, na parte doGlobo onde se dá a Construção e não a Destruição… através do termo LAUDATE PUERIDOMINE, “louvai, crianças, ao Senhor”. Sim, porque é nelas que se acham todas as esperançasda SEMENTE que há-de germinar e produzir os frutos de uma Nova Civilização, ou não fosse o

nosso lema Spes Messis in Semine, “a esperança da colheita está na SEMENTE”. 

Sim, a Obra começou – desta vez – em SRINAGAR, para se consolidar ou objectivar em São

Lourenço através daquele “par” que, para o mundo, passa por ter nascido na “Cidade doSalvador”. 

LORENZO PAOLO DOMICIANI, por sua vez, era o nome secreto do Conde de São Germano,pouco importa que ninguém o saiba ou ouse contestar as nossas palavras… 

São Germano representava o CONSTRUENS, enquanto Cagliostro o DESTRUENS. O equilíbrioentre ambos, equilibra também a Evolução geral do Mundo. LOURENÇO PRABASHA DARMA – pouco importa que todos agora o saibam – é o nome do Manu. Sim, o Manu da 7.ª Sub-Raça… 

Repetimos: LOURENÇO PRABASHA DHARMA, sim, porque o Oriente aí está representado no

sânscrito como língua sagrada na velha Aryavartha. Enquanto o Ocidente no português dotermo LOURENÇO. Língua, por sua vez, Sagrada, pelo privilégio de ser a adoptada nas duas

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Pátrias Irmãs, que melhor seria dizer, Mãe (Portugal) e Filho (Brasil). Não exigiu a Lei que oOriente se fundisse no Ocidente?

Quanto à Língua Portuguesa, ressoa como o canto dos Devas (Anjos) no Heptacórdio Celeste.No Grande Concerto Universal da Cadeia Septenária, não foi ela a escolhida para a Civilização

conhecida sob o nome de “7.ª Sub-Raça do Ciclo Ário”? Por isso que a Missão da S.T.B., no quediz respeito ao continente sul-americano, é denominada de Missão dos Sete Raios de Luz.

Dizer as afinidades que o referido termo (LOURENÇO) tem com a Obra em que a S.T.B. seacha empenhada, não fica bem em semelhante trabalho, e, sim na Secção dedicada a elemesmo, que é sempre a “Chave que fecha o portal de cada um dos números do seu órgãooficial, a revista DHÂRAN”. 

LAURENTA é o nome que tem o 22.º ou último Arcano Maior, também chamado O MUNDO. Ésua letra o Thau hebraico, que tem por hieróglifo o seio. Seio da Mulher ou Mãe, queamamenta o seu filho na primeira das 4 idades da vida. Seio, também, da Mãe-Terra, para

todos os seres que nela habitam, por isso mesmo, seus filhos. “Seio da Terra” ou “Laboratóriodo Espírito Santo”, como o denominam as escrituras sagradas do Oriente. Espírito Santo,como se disse em outros lugares, simbolizado pela  Ave ( Avis) solta por Noé (lidoanagramaticamente, é o ÉON grego, com o significado de: “Manifestação da Divindade naTerra”), e que volta com o esperançoso ramo de oliveira no bico ( Ramo racial, entretanto, setodo o Manu, seja Moisés ou outro qualquer, vem sempre à frente de uma nova Raça ouCivilização…). 

Nos primitivos alfabetos hebraicos, tal letra era representada por uma cruz, embora até hojeignorado fosse tão obscuro simbolismo, que outro não é senão o Thau, como 22.ª letra do

referido alfabeto, relacionar-se, cabalisticamente, com O Mundo. Não é esse o significado doArcano 22? Uma cruz tanto vale pelo número 4 (4 braços, etc.), e a prova é que,

astronomicamente falando, possui o seguinte símbolo:

ou seja, o mesmo Mundo… com o seu pesado madeiro kármico às costas. Enquanto Vénus,como seu reflexo nos céus, é justamente o contrário:

Por isso que da mesma vieram Aqueles que dirigem a Terra: os “Senhores de Vénus”. 

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Como Manifestação Divina ou Terceiro Logos, é inscrito de outro modo:

Sim, a cruz passa para o centro do círculo, ou, antes, para “o seio da Terra”. Símbolo,

portanto, do Espírito Santo, como Terceira Pessoa dessa mesma Trindade.

Júpiter, assinalado do seguinte modo:

equivale a um “quatro”. E quando se coloca sobre seu divino Trono, o mesmo número fica aíinvertido:

Trono ou Cadeira, tanto vale.

Não é a mesma Terra o 4.º Globo do nosso Sistema? E tudo nele não se regula por um“compasso quaternário”? As 4 Idades, Ciclos ou Yugas, como lhes chamam as mesmasescrituras orientais; as 4 fases lunares, as 4 marés, os quatro tempos respiratórios (inspirar,guardar o ar nos pulmões, expirar e conservá-lo fora); as 4 idades da vida humana (infância,

adolescência, maturidade e velhice). O lema da Esfinge, é: SABER-OUSAR-QUERER-CALAR. Eassim tudo o mais… 

Razão porque a última lâmina do Tarot é representada por “uma Jovem a quem se dá o nomede LAURENTA”, além do mais, por estar cercada de louros ou lauréis… Em cada canto da

referida lâmina, um dos 4 Animais da Esfinge, simbolizando também os 4 pontos cardeais, quesão dirigidos cosmicamente pelos 4 Maharajas (ou “Grandes Reis”…). No baralho de jogar,quatro não são esses mesmos Reis, na razão dos 4 naipes que o compõem?… Do mesmo modo,os 4 elementos: Terra, Água, Fogo e Ar. E na sua parte mais transcendente a Palavra Sagrada,por sua vez, é composta de 4 letras: IOD-HE-VAU-HE, embora o segundo He tenha umapronúncia bem diferente da que julgam os mais conspícuos hebraístas.

E, como prova material e indiscutível de tudo isso, não foi em São Lourenço, sobre o cume

duma Montanha, que começou o trabalho de arregimentar as Mónadas que, em torno deLOURENÇO PRABASHA DHARMA, irão constituir, nas terras descoberta por Colombo e Cabral,as civilizações dos últimos Ramos raciais?

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Montanha Sagrada como o Monte Merú, o Monte Sinai, o Gólgota, o Tabor, o Albordi, o Moria etantas outras mais… 

O mistério insondável das Montanhas! Nelas nascem os rios que fogem em cristalinos coleios(semelhantes à marcha de Kundalini, o Fogo Serpentino) para os “mares-oceanos”, como

eram outrora chamados os grandes mares. Nelas nascem todas as Obras de carácter divino! Enelas são sacrificados os Mártires dessas mesmas Missões… (oito) 

O facto de alguém se chamar Pedro Alvares Cabral e adoptar por brasão vários ramos de uma Árvore (a Árvore Genealógica dos Kumaras ou Cabiras), tendo em baixo, no escudo, doisCABRITOS, e em cima ou no “cume”, na cúspide, etc., um outro um pouco menor, na razãode uma Trindade Kumárica, ou Pai, Mãe e Filho, denota superiores conhecimentos esotéricosque não os podem ter homens vulgares, por mais ilustres que sejam. Bastava isso paraconfirmar tudo quanto dissemos a seu respeito.

Por isso mesmo vamos parar aqui, por já termos falado demais, embora direitos nos facultasse

a Lei para tanto, justamente quando dois “fronts” completamente distintos se apresentamaos olhos do mundo: o das Forças do Mal dirigindo o Ciclo agonizante, e o das Forças do Bem,por sua vez, dirigindo o Ciclo que ressurge das cinzas do Passado, para fazer jus ao preciosoconceito do sociólogo mexicano José Vasconcelos, ao dizer: “É dentre as bacias do Amazonase do Prata que sairá a Raça Cósmica realizadora da Concórdia Universal, por ser filha dasdores e das esperanças de toda a Humanidade”. 

Salve, Árvore Genealógica dos Cabiras, honrada nos preciosos nomes Cristóvão COLOMBO ePedro Alvares CABRAL!

Vitam impendere Vero! 

NOTAS

(1) Já tivemos ocasião de dizer em um dos referidos artigos: “Fiquem com as glórias, mas aomenos deixem ao homem… as suas misérias, além do mais porque outra foi a sua verdadeiraPátria”… 

(2) Vide O Verdadeiro Caminho da Iniciação, e outros estudos nossos por esta revista, ondetratamos com maior profundeza do magno problema dos ciclos raciais.

(3) Sobre o verdadeiro significado do termo Cristo, veja-se o longo estudo que fizemos nonosso livro O Verdadeiro Caminho da Iniciação e em várias publicações desta revista.

(4) Todos os países possuem a sua, tal como o exige a Lei. Um até em forma de bota… Botadifícil de descalçar diante de um outro Leão, que é aquele de Judá, que volveu à praça deAdis-Abeba em lugar da Loba… como tanto o desejava o imperador Heilé Selassié com as suasduas enigmáticas iniciais, só faltando um J, se é que não o possui em seu nome secreto… 

(5) KUNATON lido anagramaticamente, ou seja, NOTANUK, quer dizer: “o doador de favores,o que empresta a vida a todas as coisas”, etc., embora até hoje ninguém tenha decifradosemelhante mistério… O mesmo deus Ptah do Egipto, note-se bem, representa o Terceiro

Aspecto daquela mesma Trindade a quem implorava Colombo, etc. Do mesmo modo, é “odistribuidor de favores”!… 

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(6) A Ordem do Cruzeiro possui cinco graus: 1.º Grã-Cruz, 2.º Grande Oficial, 3.ºComendador, 4.º Oficial e 5.º Cavaleiro.

(7) Em artigo nosso publicado nesta revista em 1927, dissemos sobre o assunto as seguintespalavras:

“A AGHARTA mantém 22 Templos ou os 22 Arcanos Maiores de Hermes, que são ainda as 22

letras de vários alfabetos, inclusive o hebreu, e representa o ZERO místico (Zero Astro ou Sol,tanto vale, donde o nome ZOROASTRO, etc.) ou o Incognoscível. O Zero é Tudo ou Nada. Tudopara a Unidade harmónica. Nada sem Ela. Tudo pela Sinarquia, Nada pela Anarquia.

“Um outro Templo encobre essa (serve de escudo, de “círculo de resistência”, etc.): é o daMaçonaria dos Taichús-Marús, cujos ramos se estendem, secretamente, na Ásia e em muitospaíses cristãos.

“Esta Maçonaria, melhor dito, Fraternidade Secreta, cujo Templo é mais conhecido, dizemos

hoje, como o dos Bhante-Yaul ou Jaul (na razão das duas iniciais das Colunas do Templo deSalomão, ou  J e B,  Jakin e Bohaz, etc.) compõe-se de 30 Lojas, e cada Loja, por sua vez,compõe-se de um Mestre e 33 Obreiros (deixemos passar a numeração, que não é bem essa,

aparte opiniões contrárias), e cada Obreiro tem 33 Discípulos. Ela possui por detrás das suas33 Lojas um Conselho, presidido por um Ser de Hierarquia elevada (o mesmo “Rei do Mundo”,Melkitsedek, o nome que lhe quiserem dar).” 

(oito) Cuidado, porém, com os “messias guerreiros”, que sendo também 3 na agonia de umCiclo para o nascimento de outro… mais parecem “avataras” demoníacos, como aqueles 3flagelos de Deus: Átila, Gengis-Khan e Tamerlão. 

(Revista Dhâranâ n.º 110 – Outubro a Dezembro de 1941 – Ano XVI) 

Comentários Desligados

O misterioso Cristóvão Colombo – Por Vitor Manuel Adrião Quarta-feira, Jun 8 2011

Sem categorialusophia15:02 

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Com três caravelas conquistarei um reino que não é o meu. 

(Palavras de Cristóvão Colombo, reveladas por Henrique José de Souza)

Assim foi, com a esquadra formada pela nau capitania Santa Maria (com 100 tonéis e40tripulantes), a nau Pinta (com 55 tonéis e 26 tripulantes) e a nau Niña (com 60 tonéis – tonel é a medida náutica de capacidade – e 24 tripulantes), em 1492 apresentando o NovoMundo ao Mundo.

Sobre a Epopeia Marítima dos Portugueses em Quinhentos, pela documentação historiográficae iconográfica dada à luz por eminentes investigadores, muito já se sabe. Ainda assim,permanece obscuro um personagem insistindo em manter-se no contraditório da mesmadocumentação historiográfica, motivo da sua envolvência na bruma espessa do mistério,

documentação essa referente ao mesmo não raro inconsistente e contraditória, quando nãoinventada, como foi o caso dos tristemente famosos «documentos» de Pontevedra, Galiza,forjados em 1914 por Enrique de Arribas y Turull. Refiro-me a Cristóvão Colombo (1451-1506).

Do muitíssimo que sobre ele já se disse e escreveu, permeio a polémicas acesas eapaixonadas, em que entram genoveses, espanhóis, galegos e portugueses desde os finais do

século XIX, com a introdução recente dos estudiosos ingleses e norte-americanos na discussãocolombina, a verdade é que, apesar de todos esses esforços, mantém-se aparentementeindecifrável a origem ou naturalidade e os lances principais, não raro controversos econtraditórios, sobre quem era e que missão teria Cristóvão Colombo, pois que os seus dadosbiográficos são escassos, e o que se respiga aqui e ali sobre os mesmos é susceptível de

leituras diversas e igualmente, não raro, controversas e contraditórias. Com tudo isso, mesmoassim teima em permanecer sobre os demais factores o halo de sobrenatural e misterioso dapessoa e vida do almirante, indo inflamar ainda mais a polémica.

Primeiro acreditou-se ter ele nascido em Génova, Itália, de origens humildes; depois emCastela, de raízes judaicas e com foros tardios de nobreza, hipótese que logo passou à Galizae veio a ser desmentida, quando se provou que os documentos sobre a mesma haviam sidoinventados no começo do século XX. Logo que foi denunciado o logro, a autoria galega ficou

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desacreditada, como igualmente as hipóteses castelhana e genovesa, graças ao douto ecreditado português da época o dr. Patrocínio Ribeiro, que foi quem iniciou a escolaportuguesa de estudos colombinos. Com tudo isso, em plena confusão documental, a forjada

e a não forjada, em que o dédalo dos políticos dos vários países interessados pretendia para sia origem da pessoa de Cristóvão Colombo, exclusivamente por razões de prestígio nacional

em conformidade às políticas do momento, os investigadores do tema acabaram chegando anenhuma conclusão definitiva.

Manteve-se o enigma, qual esfinge irritante ante a impaciência contínua do inquirido nãosabendo que resposta dar. Qual era a origem de Cristóvão Colombo? Qual era a sua verdadeiramissão? E, sobretudo, quem ele era realmente?

Esboçarei neste estudo algumas pinceladas contributivas, sem pretensões a definitivas mastão-só contributivas, à decifração do “mistério Cristóvão Colombo”. Mais que a historiografiacronológica irei abordar a sua  fácies oculta, mítica, iniciática, pois que nela decerto estará,

como tentarei comprovar, a interpretação deste enigma secular.

Começo pelo elogio e referência obrigatória ao primeiro autor português que iniciou escolacolombina: o já citado dr. Patrocínio Ribeiro, que em 1927 publicou um livro preciosoreferente ao tema e, por quanto sei, foi o primeiro devidamente ordenado em letrasimpressas pelo sistema bilíngue português-inglês, iniciativa do autor decerto parauniversalizar a sua tese. É obra rara mas que foi reeditada posteriormente (1).

No ano imediato, 1928, um seu condiscípulo nesta temática colombina, Pestana Júnior, antigoMinistro das Finanças, também publicou um livro dedicado ao tema, muito pouco conhecidomas do qual me satisfaço em possuir um exemplar rubricado pelo autor (2).

Essas duas obras pioneiras viriam a ser rematadas magistralmente pelo professor MascarenhasBarreto em 1988, num livro de grossura razoável no qual procura provar, por exaustivocardápio documental e assentando a sua tese na Kaballah judaico-cristã, nomeadamente a

Gematria (3), ter sido português o almirante Cristóvão Colombo (4).

Contudo, para que o reconhecimento merecido vá para o seu legítimo donatário, quem maisaprofundou e clareou o esoterismo colombino, em três textos magistrais, foi o luso-brasileiro(ou que descende de portugueses, nomeadamente de Tomé de Souza, 1.º Vice-Rei do Brasil)Professor Henrique José de Souza (São Salvador da Bahia, 15 de Setembro de 1883 – SãoPaulo, 9 de Setembro de 1963) (5), polígrafo de raro talento com uma vida toda ela ao serviço

incondicional da Cultura e do Espírito.

Ainda segundo Mascarenhas Barreto, prosseguindo a tese iniciada por Patrocínio Ribeiro,Cristóvão Colombo era filho [bastardo? – pergunto eu] do Infante D. Fernando, Duque de Viseue de Beja, Mestre da Ordem de Cristo, e terá nascido no Baixo Alentejo, na herdade do Montedos Columbais, perto das vila de Colos e Cuba, no actual concelho de Odemira, suspeição já

levantada muito antes, cerca de 1926, pelo eminente galego D. Ricardo Beltran y Róspice,presidente da Comissão da Casa das Índias e da Academia Real de História, na sua obraCristóbal Colon, Genovez? : «que o descobridor da América não nasceu em Génova e que foioriundo de algum lugar da terra hispânica, situada na banda ocidental da Península, entre os

Cabos Ortegal e São Vicente», isto é, entre o extremo Norte da Galiza e o extremo Sul doAlgarve. Os autores portugueses instalam Colombo, com provas exaustivas, precisamente na

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citada herdade alentejana. O próprio Paolo Toscanelli, célebre cosmógrafo italiano que secorrespondeu com Cristóvão Colombo, em carta dirigida de Génova a Lisboa, datada de 1474,exalta Portugal entusiasticamente e trata o almirante por  português. Diz: «Não me

surpreende, pois, por estas e muitas outras coisas que sobre o assunto poderiam ainda dizer-se, que tu, que és dotado de uma tão grande alma, e a mui nobre Nação Portuguesa, que em

todos os tempos tem sido sempre enobrecida pelos mais heróicos feitos de tantos homensilustres, tenhais tão grande interesse em que essa viagem se realize».

Dos seus dois filhos, Diogo e Fernando Colombo (em castelhano, Diego e Hernan Colon), esteúltimo, radicado em Espanha, manifesta o estranhíssimo do desconhecimento absoluto danaturalidade de seu pai, e tem as seguintes palavras flagrantes na sua obra biográfica Vidadel Almirante: «Ele quis que fosse desconhecida e incerta a sua origem e pátria». Dentreoutras razões, adianto eu agora, certamente por causa da lei do segredo de Estado quevingava em razão das políticas controversas e hostis entre portugueses, espanhóis e

genoveses, os principais interessados na descoberta e conquista marítima de novas terras,

consequentemente tomando para si ainda maiores riquezas. Como Portugal estava à dianteirado processo, e logo tudo quanto fosse português era francamente hostilizado pelosadversários, decerto conviu ao almirante esconder, por motivos políticos, essa suapressuposta naturalidade portuguesa, para isso inclusive criando “blagues” à volta da suaorigem verdadeira, tendo adoptado a língua castelhana como oficial pela mesma razão estatalda lei do sigilo, como também por ter sido bem acolhido na corte dos reis católicos, Fernandoe Isabel, a cujo serviço esteve após ter fixado domicílio no país vizinho, em 1486. Em casaalheia adoptam-se os costumes dos hospedantes, assim mandam as regras da boa educação eética nos países civilizados, o que prevalece até hoje. Tendo o retratado em 1479 contraído

matrimónio com Filipa Perestrelo, filha do navegador Bartolomeu Perestrelo, como informamos autores portugueses, descobre-se que:

a) Pedro Álvares Cabral, redescobridor oficial do Brasil, casou-se com Isabel de Castro, netade Isabel Perestrelo (mãe de Filipa Perestrelo), pelo que, por afinidade, era primo deCristóvão Colombo;

b) Luís Vaz de Camões, autor de Os Lusíadas, era bisneto de João Vaz de Camões, irmão deGonçalo Vaz de Camões, avô do marido de Inês Dias da Câmara, e como esta era meia-irmã deCristóvão Colombo, este era, por afinidade, em terceiro grau ascendente parente do poetaépico;

c) Vasco da Gama era bisneto de Estêvão da Gama, tio de Guiomar Vaz da Gama, portanto,seria tio-avô de Luís Vaz de Camões, que o tornou personagem principal da sua obra épica. Ecomo a mesma Guiomar Vaz da Gama era tia-avó de Lopo Vaz de Camões, casado com Inês

Dias da Câmara (meia-irmã de Cristóvão Colombo), o descobridor do caminho marítimo paraas Índias Orientais era parente do almirante das Índias Ocidentais (6).

A famosa sigla com que Colombo se assinava na carta ao seu filho Diogo, fechada em Sevilha a29 de Abril de 1498, parece ser a que contém, dentre outros elementos mais, o seu nome e asua origem verdadeiros, tanto históricos como sagrados, usando da criptografia cabalísticaque, por si só, inquestionavelmente assinala o almirante como um hermetista.

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O ilustre investigador Afonso Dornelas (possível descendente de um irmão do navegador JoãoGonçalves Zarco), ao examinar a sigla do almirante, verificou que o traço oblíquo terminalprecedido de um ponto se chama colon, tanto em português como em castelhano. É o sinalgráfico de pontuação separador de frases num mesmo período, a que os antigos chamavamseparador “imperfeyto” e os modernos chamam correntemente de “ponto e vírgula”, sendo o

“perfeyto” os “dois pontos”. 

Como Xpo, em grego, significa “Cristo”, e como Ferens, em latim, significa “aquele que leva,que transporta”, Afonso Dornelas concluiu que a sigla criptográfica deveria indigitar umnome. Traduzindo “Cristo- ferens” por Cristóvão e juntando-lhe o sinal colon (./), obteve:Cristóvão Colon (7).

Na continuação dessa análise mais criptográfica que paleográfica, o investigador Saul SantosFerreira, ilustre poliglota e hebraísta português, verificou que o caracter gráfico ./ ( colon ou“ponto e vírgula”) correspondia ao sinal < (aspa) da escrita hebraica, denominado zarga,zargo ou zarco.

Ora Zarco é o apelido português celebrizado pelo já referido navegador João Gonçalves Zarcoque, ao serviço do Infante D. Henrique, juntamente com Tristão Teixeira descobriu oArquipélago da Madeira (1419), vindo a ser nobilitado com o sobrenome de Câmara.

Um dos mais íntegros genealogistas do século XVII, Alão de Morais (8), alude a um rumor deque o nome zarco poderia provir da mutação da palavra zargo, significando “vesgo”, pelo queo apelido se deveria a uma alcunha, resultante dum defeito ocular.

Essa dedução, com base num rumor não fundamentado, está vazia de base filológica, poisainda que a palavra significativa de “vesgo” ou “zarolho” seja zargo, já zarco adjectiva

expressamente um homem que “tem os olhos azuis claros ou garços”, provindo do étimoárabe zarcá (9).

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O investigador Saul Santos Ferreira considerou, coerentemente, que Cristoferens nada tinha aver com São Cristóvão, o qual, segundo a lenda hagiográfica, transportara aos ombros oMenino Jesus de uma margem para outra dum rio caudaloso. Concluiu que, na linguagem da

primitiva Igreja Moçárabe da Hespanha, a palavra Cristóbal  significava “Cristo Senhor”,correspondente à própria pessoa do Salvador. Para ele, a sigla deveria exprimir:

“Cristo

salve, Maria salve, José salve”, é expressão equivalente a “Cristo, Maria et Joseph

consalvis”. Desta maneira, deparava-se-lhe a palavra consalves, ou seja, gonçalves. 

Santos Ferreira considerou Xpo Ferens como sendo Salvador , os três SSS como Gonçalves, e ./

como Colon, Zarco, obtendo assim o nome civil do almirante das Índias Ocidentais: Salvador Gonçalves Zarco (10).

 X M Y  exprime, como se viu, Cristo-Maria-Yoseph, Joseph ou  José, servindo de “santo-e-senha” entre os trinitários fundados por São João da Matha e São Félix de Valois em 17 deDezembro de 1198, e que inicialmente antes de terem Regra própria adoptaram a de SãoBento, dos quais seria donato ou irmão leigo o próprio Cristóvão Colombo (e nisto encontrajustificativa o seu nome no grego Kolon, “membro, parte, participe”), pois que é a CruzTrinitária que enfuna as velas das naus capitaneadas por ele na rota certa do continenteamericano. Além disso terá, tal como a Ordem da Santíssima Trindade ou, em diminutivo,Trinitária, perfilhado a ideia messiânica das três Idades do Mundo já propalada no século XIIIpor um outro beneditino mas da Regra de Cister: o abade Joachim do mosteiro de Fiore, na

Calábria. Colombo chega mesmo a assumir-se joaquimita confesso, como bem atestam os seusescritos, ou melhor, os documentos que fez reunir para servirem de prova aos seus pontos devista. Constituíam-nos trechos de João Rupescissa da Roca Talhada, condenado por heresia(11).

Os trinitários, cujo ideal paraclético e parúsico, futurista portanto, avizinhavam-nosideologicamente dos bernardos e dos franciscanos “beguinos”, e até mesmo dos carmelitas noque têm de hipertúlico, e por seu pendor de expansão, centrífugo próprio a criar diásporaextracontinental, mesmo reservando-se na desculpa da sua principal missão ser resgatar

cristãos escravos na África, desde muito cedo travaram-se de boas relações com a OrdemMilitar de Nosso Senhor Jesus Cristo, vulgo Ordem de Cristo (sucessora directa e herdeirauniversal da Ordem dos Templários), e a própria insígnia do seu Instituto era muitíssimaidêntica à Cruz pátea da Milícia Templária, esta que também portou o nome de “Cavaleiros

Pobres de Cristo e da Santíssima Trindade” (Pauperes Comilitones Christi SantaequeTrinitatis). Tanto mais que quando do processo de legalização da Ordem de Cristo, quem ocoordenou foi o trinitário Frei Estevão de Santarém, pregador e confessor da rainha D. Isabele do monarca seu marido, D. Dinis. Aos seus conselhos, intercessão e indústria, escreveu FreiManuel da Esperança, se atribui justamente parte notável da glória que rendeu a Portugal afundação desta Ordem (12).

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Translatio Trinitatis (Porto) 

Não terá sido mero acaso, perante as evidências já expostas, o facto das primeiras ilhasnorte-americanas avistadas pelo almirante serem baptizadas com os significativos nomes deSan Salvador, Cuba e a cidade de Trinidad, além de a uma enseada e a um rio recém-

descobertos baptizá-los com estes dois nomes inconfundíveis: Puerto de Santa Maria de Belen e Rio de Belen, que é dizer, Rio Tejo defronte a Santa Maria de Belém, por esse tempo umpequeno povoado ao ocidente de Lisboa.

Em outras e vastas toponímias dadas às terras recém-descobertas, há ainda mais indícios da

origem portuguesa do almirante. Por exemplo: Vale del Paraizo – foi em Vale de Paraíso,povoação próxima de Vila Franca de Xira, que Cristóvão Colombo foi recebido por D. João IIde Portugal e onde esteve hospedado três dias em Março de 1493, quando, vindo de regressoda descoberta do Novo Mundo, intencionalmente arribou a Lisboa. Isla de San Juan Bautista – São João Baptista, paróquia de Beja desde 1320. Castelo Verde foi a primeira fortalezafundada por Colombo na América – indo identificar-se à toponímica de Castro Verde, ao sul de

Beja. Cabo de San Vicente – Cabo de São Vicente, no extremo ocidental da província doAlgarve. Por aqui fico, para não me alongar demasiado na similitude das toponímias lusa ecastelhana e correr o risco de maçar o leitor… 

Cristóvão Colombo  –  “Aquele que transporta a Pomba do Cristo” – tão-somente é o nome

sacramental e não cartorial, portanto simbólico, do Iniciado que foi, ficando assim conhecidopara a posteridade, enquanto o nome baptismal ficaria oculto em cifra gemátrica que,solucionada, desvelaria o seu de joaquimita confesso, muito possivelmente ligado ainda a umInstituto muitíssimo mais secreto: a Ordem de Mariz, a quem em Espanha a de Montesa (defunção idêntica à de Cristo portuguesa) deu cobertura exterior.

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Referindo-se a Saul Santos Ferreira e ao ilustre genealogista António Ferreira Serpa,comentadores da obra de Dom Tivisco intitulada Salvador Gonsalves Zarco, o ProfessorHenrique José de Souza adiantou (13):

«Não se deve esquecer que ambos os comentadores do livro por nós citado procuram provar

que Salvador Gonçalves Zarco era de origem portuguesa, por isso mesmo, embora tão valiosotrabalho que a outros supera, além do mais por se servir da mais preciosa de todas as chaves,que é a filológica, bem longe está de expressar toda a verdade, ou seja, aquela por nósapontada: a de que Colombo era de “origem aghartina”, no que diz respeito à suamaternidade, pouco importando que o pai tivesse sido um nobre de sangue ao mesmo tempoportuguês e castelhano, para fazer jus à “descida das Mónadas ibéricas”, através do chamado“Itinerário de Ió”, que deveriam formar a nova civilização ameríndia, cujo fenómeno écompletado por uma outra misteriosa personagem, também de “estirpe aghartina” (poucoimportando o que diga a História a seu respeito), ou seja, Pedro Álvares Cabral. Donde

intitularmos a sua missão de “Codicilo do Testamento Espiritual de Colombo ao Mundo”.»  

Quanto à relação do almirante com a presença do Divino Espírito Santo, o Professor H. J.Souza também a refere com a sua rara e preciosa pena (14):

«O Espírito Santo, manifestado em todas as religiões, lendas e tradições, é a  Ave Sagrada daSabedoria Divina. E, como tal, representa o Terceiro Logos. É a Voz que vem dos Céus e semanifesta na Terra como Palavra. A sua Morada é o Sanctum-Sanctorum da Mãe-Terra, Mater-Rhea ou Matéria. Algo assim como se disséssemos que o Espírito aí se une com a Matéria.

«Em nosso artigo dedicado a Colombo, ao estudarmos a sua sigla e brasão, citámos asaudação que o mesmo nela fazia, seja ao Espírito Santo (em forma de Pomba), como a

Maria, em forma de Água, Mar, etc. Mesmo porque Maria provém de Mar, as Águas, etc. E aprova é que, nas pias de água benta, dois MM entrelaçados se encontram por cima delas, não

apenas para simbolizar o nome de Maria mas também para expressar o signo de Aquário.

«E como Colombo pertencesse à Ordem de Avis (anteriormente houve uma outra mais secretaainda, com o nome de Maris), o que nos obrigou a fazer os “iniciáticos trocadilhos” que seseguem: Ave, Maria! Ave, Espírito Santo! – dizia Colombo na referida sigla. Enquanto nósoutros:  Ave Maris, Aves Marinhas,  Avis raris in Terris! De facto, o “Grande NavegadorAghartino ou Jina” não passava de  Ave rara na Terra. O seu nome provém de Columba, aPomba de todas as Iniciações, o Espírito Santo das homenagens divinas. Do mesmo modo queem grego chamando-se ele Christoferens Columbus, é “aquele que carrega consigo o Cristo”.

Donde a lenda de São Cristóvão “que carregava, de um lado ao outro do rio, as pessoas quedele necessitassem, até que um dia carregou o próprio Menino Jesus”. O sentido verdadeiro,entretanto, dessa passagem “de um lado ao outro”, é aquele de salvar as almas, conduzindo -as ao Céu, do outro lado da Vida. Donde o termo  pontífice, ou “construtor de pontes”, que é

muito mais antigo que o Cristianismo.»

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Esses dois excertos de estudos do Professor Henrique José de Souza poderão explicar muitacoisa acerca de Cristóvão Colombo, a começar por querer manter incógnita a sua verdadeiraorigem, apesar de em dado momento se ter declarado natural de Génova, todavia ocultandoos nomes do seu pai e da sua mãe, que não se sabe quem foram. Não creio que tenha

mentido, mas antes criado não uma nova “blague” e sim “charada iniciática”, feita não emGénova, onde afinal não há qualquer sinal plausível da sua presença aí, mas possivelmenteem Lisboa e com o encobrimento de um italiano seu amigo radicado na capital do país:Lorenzo Giraldi, comerciante e intermediário entre ele e Paolo Toscanelli, comerciante ecartógrafo que cedeu várias cartas marítimas a Colombo, que assim soube quanto os italianosconheciam do mar de longo e das ilhas que nele haviam. Quanto ao pressuposto da sua«origem genovesa», tal é expressamente alegórico e de sentido iniciático, senão repare-se:Génova fica, obviamente, na Itália, e sendo a Itália os «pés» da Europa, essa parte do corpocontinental e humano é astrologicamente regida pelo signo dos Peixes, afinal, sendo o signonatal de Portugal. Génova é vizinha de Veneza ou Vénus que, só por «acaso», é planeta de

natureza feminina e logo representa a Mãe Divina, Universal. Também, só por «acaso», Vénus rege Lisboa e Sintra, esta a Montanha de Eleição da Soberana Ordem de Mariz, ela mesma

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vinculada aos  Arqueus  ou venustos Kumaras com os quais Colombo era um, assim comoCabral… cuja espiritual Essência de ambos, desde Quinhentos, coroa o cume da árvoregenealógica dos deuses, santos e heróis da Raça dos Lusos.

Ainda sobre Veneza, tive ocasião de proferir numa carta reservada escrita para São Lourenço

de Minas Gerais do Sul, Brasil, em 7.06.2005: «Veneza tem relações íntimas com Lisboa,inclusive no aspecto astrológico. Ambas as cidades estão sob a égide de Vénus, ainda assimVeneza tendo por ascendente o Leão (de São Marcos, em latim, o mesmo Makara sânscrito…“omphalo” ou ponto central da cidade), enquanto Lisboa a Júpiter (em Peixes… os mesmos do Tejo).

«Durante muito tempo a  gôndola foi o principal meio de locomoção pelas canais de Veneza (em Portugal, e da mesma maneira, temos  Aveiro…), todos eles desaguando na grande lagunaa que se liga a lenda do misterioso dragão ou crocodilo habitando nas suas profundezas. Masesse último é simbólico de Makara, por habitar tanto na terra como na água, o que vai bem

com a natureza psicomental do mesmo Makara de 1.ª categoria, vários deles dando protecçãoferoz (este termo fica bem com a lenda… ) ao maior Dhyani português enquanto aí esteve, nasegunda metade do século XIX, cujo nome também era leonino.

«O onomástico gôndola divide-se em gundu (alemão), “intrépido”, e dôia ou gôla, do alemãowurm, “serpente”. Portanto, representa a “serpente intrépida” vogando sobre as profundezasdrágonas da laguna, na realidade e pelo formato da barquinha, expressando a própria Lua com a sua órbita serpenteante em volta da Terra a cujas águas e emoções ela assiste,transformando-as nas etéreas e no amor de Vénus, de cujas energias ela é ainda «espelho»para a mesma Terra. Mas  gundu ou  guntu também significa “guerreiro”, no mesmo dialectoalemão. Esse “guerreiro” é representado pelo gondoleiro com a sua espada, antes, remo

arrastando a barquinha por águas seguras… para que não encalhe… no lodo doutros remos ouRamos de Raças lunares, mais passionais que mentais. Assim, o conjunto expressa o Divino

Kartikeya ou “Guerreiro Celeste” na sua Barca levando ao casal Enamorado (Arcano VI, oAndrógino em separado) ao Porto Seguro da Felicidade de um novo 5.º Sistema de EvoluçãoUniversal… exactamente o de Vénus, consequentemente, assenhoreado por Arabel.»

A sua devoção e culto ao Divino Espírito Santo, a Maria, ou melhor – por que não dizer? –, aobediência que devia à Ordem de Mariz, levou o almirante a conduzir a sua esquadra chefiadapela nau Santa Maria, para grande estranheza da maioria dos expedicionários, invés dedirectamente às ilhas Canárias sob domínio de Castela, ao arquipélago dos Açores, domínioportuguês. Aqui, na ilha de Santa Maria, entrevistou-se com o seu governador, o capitão D.João Castanheira, antigo cavaleiro da Ordem de Avis passado à de Cristo, quase de certezaprotector dos trinitários e franciscanos, pois que foram estes a povoar em primeira mão os

Açores, levando o Evangelho Eterno guarnecido pelas Armas Temporais de Cristo. Há,inclusive, uma ilha açoreana dedicada à memória dos trinitários: a Terceira, não só por ser aterceira ilha do arquipélago a ser descoberta mas também, sobretudo, por evocar a TerceiraPessoa da Santíssima Trindade: o Espírito Santo.

Em Santa Maria, onde ordinariamente se diz que o almirante foi mal recebido, na realidadefoi mal percebido pelos seus pares de Castela que o acompanhavam na aventura, feitas assaudações, feitos os relatórios à Ordem de Cristo, abonada de provisões e água de novo a

esquadra se fez ao largo, em rota só conhecida do almirante que a soubera na Escola Náuticado Infante Henrique de Sagres, onde aprendera as “primeiras letras” da navegação de longo,

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e foi engolfar-se propositadamente, após passar as ilhas de Cabo Verde, nas correntes eventos de noroeste, hoje conhecidas de todos quantos andam no mar, que inevitavelmentelevariam às costas das Índias Ocidentais, assim chegando à actual América do Norte. Processo

semelhante aplicou Pedro Álvares Cabral para alcançar a América do Sul, navegando umpouco mais de largo transversalmente indo aportar, ontem como hoje e inevitavelmente, ao

areal de Porto Seguro na costa da Bahia brasileira.

Alguns, senão a maioria dos historiadores, poderão contrapor que durante largo tempoCristóvão Colombo acreditou ter chegado à Índia Oriental, e depois passado a acreditar, comigual firmeza, que chegara ao Japão, e aí procurado avidamente o contacto com os indianos

ou os japoneses. Pois sim, mas deveria não se esquecer ou ignorar que tais informações nãosão coevas do tempo da vida do almirante: foram escritas após a sua morte – paradesacreditar a sua grande figura intentando mostrar o quão pouco afinal sabia de cartografiae navegação – por aqueles mesmos ingratos que o meteram a ferros e o deixaram morrer nadoença e na miséria: os inquisidores da Igreja em Espanha, apoiados por uma nobrezaenciumada, despótica e oportunista ávida das riquezas imensas do Novo Mundo.

Ademais, a prerrogativa “Três Índias” vai bem com o conceito geográfico medieval queadentrou a Renascença, pois essas subdividiam-se em Próxima Índia, Extrema Índia e MédiaÍndia, correspondendo, respectivamente, às partes Norte e Sul do subcontinente indiano e àregião africana hoje denominada Etiópia. Após a chegada ao continente americano por

Cristóvão Colombo e Pedro Álvares Cabral, nos séculos XV-XVI, essas terras passaram a serdenominadas de Índias Ocidentais, contrapondo-as às Orientais, mas sempre realçando odesignativo  Ásia, tanto com o sentido imediato de território longínquo e exótico, para oviajante europeu, como, principalmente, com o de  Assiah ou “Mundo”, cuja conquistaespiritual teve a primazia da Gesta Dei per Portucalensis.

O professor Mascarenhas Barreto – assim como os seus seguidores portugueses, o último masnão menos valoroso professor Manuel da Silva Rosa em parceria com Eric J. Steele (15) – 

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acredita no seu livro, que é a sua tese, ter sido Salvador Gonçalves Zarco um espião portuguêsde D. João II posto ao serviço dos reis católicos de Espanha. Não penso assim, pois nem osacontecimentos da época, com cronologia provada e documentada, e tampouco o direito

canónico me permitem admitir essa ideia. Porque se Colombo pertencia à Ordem de Cristo,então só o Geral da mesma poderia decidir sobre o aprazar ou emprestar a prazo o navegador

à Coroa, mas nunca o rei, pelo menos legitimamente, pelo que os conhecimentos detidos peloalmirante à Ordem os devia e à Ordem, na pessoa do seu Geral, devia prestar contasdetalhadas, ou seja, os relatórios com todos os pormenores, e nunca à pessoa do monarca:este ficaria a par do indispensável, a fim de saber se o seu «investimento» corria ou não bem,e pouco mais. Foi sempre assim ao longo do processo das Descobertas Marítimas, pelo que aposição de independência de Cristóvão Colombo ante a Coroa não era excepcional. Por isso,tive ocasião de dizer algures: todos sabiam que a Escola de Sagres sabia, mas nem todossabiam o que a Escola de Sagres sabia.

Mesmo assim e sabendo-se que a legitimidade do Instituto Militar de Cavalaria e Religião

estava sujeita, por um lado, ao Governador e Mestre Geral, que era quem se correspondiadirectamente com o Rei, e por outro lado, à Mesa Bispal e logo ao Papa, ela veio a serostensivamente anulada e apropriada por D. João II, quando assassinou nos paços de Setúbal oseu cunhado D. Diogo, Mestre da Ordem de Cristo e 4.º Duque de Viseu, por pertencer aopartido da Casa de Bragança que o rei detestava e acabou extinguindo (só sendo restauradano reinado de D. João IV), e por ambicionar o domínio da Ordem, então senhora dos mares eterras conhecidas, o que significava um incomensurável poder e uma indescritível riquezaexclusivos à sua real pessoa. Decepando a linhagem bragantina que conduzia até ao primeirorei de Portugal, ordenando a execução em 1483 do duque de Bragança e levando à fuga do

marquês de Montemor, do conde de Faro e de outros acusados; amordaçando o clero que seopunha a tal política de “quero, posso e mando”, ficando como exemplo geral a decapitação

pública do bispo de Évora, D. Garcia de Meneses, em 1484, e executados, presos ou mandadospara o degredo muitos outros; dominada a Ordem de Cristo pelo assassinato do seu Mestre eGovernador, também em 1484, o qual também era irmão de D. Leonor, mulher do rei,declaradamente favorável ao partido da Casa de Bragança, ficava assim D. João II com oterreno político-social livre de opositores, inteiramente aberto para fazer o que quisesse ecomo entendesse… e com tudo isso não se livrou a morrer de forma estranha, diz -se, porenvenenamento, ele que repetia constantemente do alto de sua prepotência e domínio: «Eu

sou o senhor dos senhores, não o servo dos servos».

Foi nesse ambiente que se encetaram as negociações entre Cristóvão Colombo e D. João II, as

quais continuaram depois dele já estar aprazado aos reis católicos, Fernando II de Aragão eIsabel I de Castela. Estou mais em crer que terá havido uma concordata sobre o empréstimodo almirante português aos reis do país vizinho, negociações essas levadas a cabo com aingerência directa, ainda assim discreta, das Ordens de Cristo e de Montesa, cujosembaixadores negociavam em nome dos seus administradores, e cuja ambição maior, secretamas que se apercebe em várias partes dos escritos do almirante, seria a realização do velhosonho sinárquico dos antigos Templários, de quem eram descendentes directos: o de unir oOriente ao Ocidente e neste edificar o Templo ou Casa da Jerusalém Celeste, visão propícia à

III Idade, e o espaço da sua inauguração só podia ser numa terra virgem, livre edesconhecendo o que fosse mal e pecado, logo, num novo mundo, e a tanto ficou destinado oquinto continente – a América.

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Provável

retrato de Cristóvão Colombo. Pormenor do quadro “Virgen de los Navegantes” pintado

por Alejo Fernández entre 1505 e 1536, exposto na “Sala de los Almirantes” do Alcazar

Real, Sevilha.

Aliás, ainda em Baza o almirante teria assegurado a Fernando e a Isabel que a sua façanhaseria consagrada «à reconstrução do Templo» (16). Adiantou mais na sua obra muito curiosa,

que deixou inédita, intitulada Libro de las Profecias, em que se jacta de ter sido o escolhidodo Céu para descobrir o Novo Mundo. Nesse livro de revelação divina escrito por Colombo háperíodos interessantíssimos, como, por exemplo, os dois seguintes que traduzo do castelhanopara português: «Quem duvida que este lume não foi do Espírito Santo, assim como de mim, o

qual com raios de claridade maravilhosa consolou com a sua santa e sacra Escritura a vozmuito alta e clara com 44 livros do Velho Testamento, e 4 Evangelhos com 23 Epístolas

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daqueles bem-aventurados Apóstolos, avivando-me a que eu prosseguisse, e de contínuo semcessar um momento me avivam com grande pressa?» – «… e digo que não somente o EspíritoSanto revela as coisas por vir às criaturas racionais, mas que no-las mostra por sinais do céu,

do ar e das bestas quando lhe apraz.»

Face a quanto disse até aqui, não deixa de opor-se o que será o busílis da questão: seCristóvão Colombo era português, por que optou por Espanha em vez, como seria natural, doseu próprio país?

Certamente em razão das ideias egocêntricas e das atitudes repressivas de D. João II e àmaior aceitação do seu projecto por parte dos reis católicos, principalmente de D. Isabel, osquais certamente queriam tomar parte na diáspora marítima e respectivo empório que atéentão Portugal detinha como único donatário universal. De maneira que a concordata deceder Cristóvão Colombo a Espanha só podia ser feita em primeira mão pelas Ordens de Cristoe de Montesa (17), vindo depois as Coroas interessadas. Assim se refrearia também a

desmesurada ambição de D. João II e se abriria caminho para firmar, como esse acto legítimo,a posterior partilha do Mundo entre Portugal e Espanha pelo Tratado de Tordesilhas (1494).Tanto assim é que, após a chegada de Cristóvão Colombo às Antilhas em 1492, no anoseguinte iniciam-se de imediato conversações em Madrid sobre o domínio dos mares,requeridas pela Coroa portuguesa.

De acordo com Manuel J. Gandra (18), o conflito entre Colombo e D. João II deveu-se ao factodeste soberano entender controlar e orientar todo o processo para seu próprio proveito.Contudo, durante o reinado cesarista deste “Príncipe Perfeito”, como o alcunhou a História,ainda assim não deixando de ser assassino mesmo alegando razões de Estado, é incontestávelque brilharam firmes as luzes de Cultura e Conquista, não tanto por mérito real mas mais por

iniciativa da corte, resultado exclusivo das ideias “humanistas e iluministas” provindas deItália, abrindo a Renascença, entradas em Portugal reinando ainda D. Afonso V.

As represálias contra a nobreza que se lhe opunha, paralelamente à supressão dos concelhos eà espoliação da Ordem de Cristo (19), que se transforma no centro de reacçãoantiprincipesca, de cujas caravelas as suas insígnias são substituídas pelas armas reais – dasquais já eliminara também a Cruz de Avis –, enfraqueceram substancialmente as energiasnacionais. D. João II não entendeu o simbolismo expresso nas Armas portuguesas,determinando a modificação da disposição dos escudetes dentro do Escudo de Armas dePortugal, na denominada “Operação de endireitar o Escudo”, efectuada em 1485. 

O monarca deseja que Cristóvão Colombo o sirva incondicionalmente; sabe da sua sabedoriade mar e que, ademais, é conterrâneo alentejano pertencente à melhor cepa da árvoregenealógica nacional. Isto mesmo explicita ele em carta ao almirante (20):

«Cristóbal Colon.

«Nós D. João [...] vos enviamos muito saudar. [...] E quanto à vossa vinda cá, certo, assimpelo que apontais como por outros respeitos para que vossa indústria e bom engenho nos seránecessário e prazer nos há muito de virdes porque o que a vós toca se dará tal forma de quevós deveis ser contente. [...] E por tanto vos rogamos e encomendamos que vossa vinda seja

logo e para isso não tenhais pejo algum e vos agradeceremos e teremos muito em serviço.Avis, 20 de Março de 1488. A Cristóvam Colom nosso especial amigo em Sevilha.»

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O certo é que Cristóvão Colombo (grafado na carta de dois modos diferentes, o últimonotoriamente em português arcaico) não atendeu ao pedido do monarca, pois ao dirigir-se aD. João II, escreveu-lhe: «Vós recebestes a Cristóvão Colombo como amigo, desejastes vê-lo,

e o agasalhastes no princípio com muita humanidade. Depois disto não cometeu delito algum,e deliberais sobre tirar-lhe a vida: proceder assim é faltar ao direito das gentes, e querer

atropelar sem pejo as leis mais santas da sociedade» (carta transcrita por D. Diogo de Souzaem sua História de Portugal, p. 697, Lisboa, 1852). Referindo-se a este rei, Colombo jáafirmara antes: «[...] digo milagrosamente, porque fui ter a Portugal, cujo rei entendia dedescobrimentos mais do que nenhum outro: Ele (Deus) lhe atalhou a vista, ouvidos e todos ossentidos, que quase em 14 anos não lhe pude fazer compreender o que digo».

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Carta de Cristóvão Colombo (21.3.1502) 

Contudo também não foi fácil ao navegador tornar aceites os seus projectos na corte deCastela, como desabafa numa carta endereçada aos monarcas castelhanos: «Já sabem vossasAltezas que andei sete anos em vossa corte importunando-vos por isto; nunca em todo esse

tempo se achou piloto nem marinheiro, nem filósofo, nem de outra ciência que todos nãodissessem que a empresa era falsa; que nunca eu encontrei ajuda de ninguém salvo de FreiAntónio de Marchena, depois daquela de Deus eterno».

Esse Frei António de Marchena professaria no mosteiro de La Rabida da Ordem Terceira deSão Francisco na Província de Espanha, sendo português de nação, cujo nome nos documentosmais recentes não condiz com o nos mais antigos, que confirmam o na carta de Colombo,como demonstra com todo o rigor a resposta que lhe deu Isabel, a Católica: «Parece-nos queseria bom que levásseis convosco um bom astrólogo e parece-nos que seria bom para isso FreiAntónio de Marchena, porque é bom astrólogo, e sempre nos pareceu que se conformava com

o vosso parecer» (21).

Por seu turno, Las Casas também diz (22):

«Segundo parece por algumas cartas de Cristóbal Colon escritas por sua mão (que eu tive nasminhas) aos Reis desta Isla Espaniola, um religioso que tinha por nome Frei António deMarchena foi quem muito o ajudou, para que a Rainha se persuadisse e aceitasse a petição.Nunca soube a que Ordem pertenceu, mas creio que fosse a de São Francisco, por conhecerque Cristóbal Colon, depois de Almirante, sempre foi devoto daquela Ordem. Tampoucoconsegui saber quando, nem em que ponto, nem como o favoreceu ou que entrada teve comos Reis o já dito Padre Frei António de Marchena.»

É muito natural que o consignado autor desconheça que tipo de intervenção exerceu oreligioso português junto da corte castelhana, e também não será de admirar que tivesse sidoele o intermediário nas negociações do aprazamento de Cristóvão Colombo entre a Ordem de

Cristo, o rei português e os reis de Aragão e Castela. A verdade é que ele acompanhou sempreo almirante nas suas viagens ao Novo Mundo. Na primeira, e pela lista incompleta daequipagem que chegou até aos nossos dias, também figuravam os nomes de dois grumetesportugueses: «João Arias, filho de Lopo Arias, de Tavira, e Bernaldim, criado de Afonso,marinheiro do piloto João Rodrigues, de Mafra». Também a transacção comercial com osnaturais fez-se em moeda portuguesa, como relata Colombo aos soberanos espanhóis: «Vi dar16 novelos de algodão por três ceotis de Portugal, que é uma branca de Castela…» O ceotil 

(nome derivado de Ceuta) foi mandado cunhar por D. João I, em comemoração exclusiva daprimeira empresa marítima dos portugueses em África no ano 1415, de que resultou aconquista dessa praça africana para o domínio português. Ademais, nos escritos que deixou àposteridade, em latim e castelhano, verifica-se nos escritos do almirante nessa última língua,

bastando uma análise muito superficial, que a ortografia castelhana é arrevesada e a maioriados termos são portugueses ou, então, aportuguesados, pois que muitos vocábulos pertencem,a rigor, à língua portuguesa, e a construção sintáxica, como era na época, é positivamentelusitana.

Ainda que tenha oferecido a Espanha a glória inigualável da descoberta do caminho marítimo

para a América, assim iniciando um novo ciclo da Civilização, contudo, os louros da vitóriaforam depostos na cabeça do mercador italiano Américo Vespúcio, que afinal, ao contrário do

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que é crença geral aceite, nem sequer deu o seu nome,  Américo, ao continente descoberto, América, porque o seu nome verdadeiro era Alberico (23), e os naturais da costa americanaonde Colombo chegou, os Amariques. Mas o poder do vil metal agitado pela política viciosa de

sempre, fez cair o justo e levantar o injusto… De maneira que Vespúcio nada teve a ver com oprocesso marítimo, apenas o secundou ou menos que isso, se levar-se em conta que mesmo

antes de Colombo os portugueses da Escola Naval de Sagres já haviam chegado à Terra Nova eao Labrador (24). Vespúcio não era português nem de Sagres, mas Colombo era, e aí recolheuas informações necessárias ao sucesso da sua empresa. O italiano genovês (a quem algunshistoriadores posteriores deram gratuitamente parentesco com Cristóvão Colombo, ponto departida da ideia insubstanciada do almirante ter sido genovês) não passou de um comerciantefretador de navios, para ir sacar o que não lhe pertencia, perseguindo de longe a esquadraexpedicionária, como também fez com a de Pedro Álvares Cabral. Como homem de negóciosnum país governado pelo papado, convinha aos reinos vassalos de Roma manter com esta asmelhores relações político-económicas. O mais que Vespúcio fez foi aproveitar-se (deixando-

se aproveitar…) de tudo quanto os outros fizeram, inclusive de boa parte do conhecimento de

navegação e instrumentos náuticos. A sua fama assenta nisso, e nada mais!… CristóvãoColombo, por sua vez, foi votado ao ostracismo e à miséria, que geralmente é a recompensadada aos Grandes Homens pelos pobres de espírito cujo agradecimento nunca vai além dointeresse imediato, e é assim que escreve no seu Diário esta frase dolorida, referindo-se a sipróprio: «O que te está sucedendo agora é a recompensa dos serviços que prestaste a outrosamos». Outros amos eram os reis de Aragão e Castela, o que desmente formalmente a origemespanhola de Colombo, porque o seu verdadeiro amo era o rei de Portugal.

Rei de Portugal repressor e narcisista, portanto, tirano e egocêntrico, cuja última fase da

repressão foi preparada pelo Concílio de Tentro e executada pelos “cães de fila” da ortodoxiaoficial cesarista, os dominicanos (domini canes), através da Inquisição.

A carta do monarca português ao almirante, citada anteriormente, era um “salvo -conduto”para ele entrar no reino «sem que sejais preso, retido, acusado, citado, nem demandado pornenhuma causa, ora cível, ora crime de qualquer qualidade». Isto demonstra que Colombonão andaria nas melhores relações tanto com D. João II como nas boas graças do Santo Ofício,talvez por suspeita de partidário da Casa de Bragança, e talvez também por suspeita deheresia por simpatia às ideias cabalísticas dos sefarditas judeus. Seja como for, o certo e queele não atendeu ao convite do rei e ficou-se por Sevilha. Tudo isso leva-me a deduzir que terásido com grande contrariedade que D. João II viu-se forçado a ceder “Cólon-Zarco” ao reino

vizinho, só o tendo feito talvez por motivos políticos que as leis da diplomacia internacional

impunham, assim não podendo dispor do almirante para espantalho dos seus «espalhafatos denavegação», ele que não era da Ordem de Cristo e tampouco alguma vez fora ao mar. «Só oestar em Sintra e sentir o cheiro do mar, causa-me náuseas», confessou uma vez quando, porrazões de Estado, contrariado teve que ir aos paços de Sintra, pois que a detestava… 

Pela leitura esotérica, antes, teosófica da sua sigla, Cristóvão Colombo desvela-se o AdeptoReal que foi. Os três SSS da sua assinatura criptográfica são os mesmos da celebraçãopentecostal do Paracleto, que tanto os cátaros como os templários e os descendentes destes,os freires cavaleiros de Cristo, evocavam como Sanctus Spiritus Salvatorem, que inscreviamem listeis e representavam por três SSS. Essa celebração também esteve presente na Ordem

Livery Collar , no País de Gales, colar esse formado por 18 letras S, numa sequência senária

das iniciais do lema templário Sanctus Spiritus Salvatorem. Ela foi introduzida em Portugalpelo príncipe plantageneta John of Gaunt, ou João de Gante (25). O primeiro português a

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granjear a distinção do Livery Collar foi D. Afonso Furtado de Mendonça, em pleno reinado deD. João I.

Essa Milícia gália era para os ingleses o que a de Cristo era para nós, portugueses, e a deMontesa para os espanhóis. E tanto uma como as outras possuíam raízes joaquimitas, logo,

parúsicas ou vocacionadas ao Advento.

Outra Ordem da mesma natureza e também gália, era a Rose Collar , colar esse constituídopor 24 letras S, numa sequência senária do mesmo lema templário, tendo suspensa a “Rosa decinco pétalas” (dobradas) a quem os ingleses chamam Tudor . Foi Grão-Mestre desta Ordem sirThomas Moore (26), que ainda viveu no mesmo século de Cristóvão Colombo, este que, aocolaborar com a Coroa espanhola salvou a Aliança luso-britânica de dissolver-se, num subtiljogo diplomático, ao interferir junto da Coroa inglesa por intermédio dos reis espanhóis,evitando assim que D. João II causasse mal ainda maior à  paccis política ibérica e europeia, ePortugal pudesse ter parte activa e a “parte de leão” na “partilha do Mundo”, que foi o

resultado do Tratado de Tordesilhas entre os monarcas ibéricos.

A empresa marítima de Colombo foi, pois, planejada em Portugal e encetada em Espanha. Eleuniu a Península Ibérica e foi seu  pontífice ante a América, o quinto continente, sob o signode Aquarius, anunciando já o Ex Occidens Lux pelo prenúncio do Ex Oriens Umbra!

Igualmente é comum acreditar-se, nos meios de historiografia, que Cristóvão Colombo foi umconverso judeu aventureiro (27), um marrano, castiço  ou “cristão-novo”, por causa da suadocumentação conhecida estar recheada de elementos mais judaicos que cristãos, de notóriascaracterísticas messiânicas, pelo que, sem mais nenhuma outra análise e aprofundamentonecessário, é remetido para a Kaballah Sefardita, a hispânica.

Está provado que no sangue de Salvador Gonçalves Zarco corria a fina essência da Nobreza dePortugal, e também o facto dos judeus terem tido uma importância inquestionável nosvectores cultural, religioso, político e económico da Idade Média e Renascença. A tradição

rabínica, patrística, era o elo de ligação entre a Sinagoga e a Igreja, entre as Escrituras Velhae Nova, como também o assento do Cognoscio Secretum que era a Tradição IniciáticaOcidental: a Kaballah, acasalada indissociavelmente com a Gnose, assim sendo o “espíritoencoberto” tanto do dogma e magistério eclesial como sinagogal. 

Decerto Cristóvão Colombo, pelas provas apresentadas nos seus documentos quesobreviveram aos cinco séculos, terá sido um marejador ou dominador dos arcanos mais

profundos e sigilosos da Kaballah, certamente pela sua intimidade ao meio sinagogal de Bejae de Sevilha, lugares em cujas proximidades viveu. O seu mundo ideal, espiritual tão mal-entendido, o seu valor profético e teúrgico, davam-lhe um aspecto sobre-humano. Colombonão foi tão-somente o homem e o navegador, foi igualmente o génio inspirador advido,

certamente, dessa mesma tão lendária quanto impenetrável  Agharta, Terra Proibida (aprofanos) e Terra Modelo do Paraíso Terreal (em que se inspira a famosa lenda do “Ovo deColombo”), a Pátria de Eleição do tetramorfo Preste João. 

Dela,  Agharta, escreveu o almirante: «Não é possível a ninguém alcançar esse ParaísoTerrestre, salvo por Vontade Divina» (28).

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Uma outra ideia sugestiva sobre o carácter cabalístico de Cristóvão Colombo reside nos seuslivros predilectos e nas cartas que escreveu ao seu filho Hernan Colon, ou Fernando Colombo.É visível o seu grande interesse pelo Livro dos Profetas, que foi por ele copiado em grande

parte, principalmente as Profecias de Isaías, que citava frequentemente nas cartas e nodiário, conforme o seu biógrafo ulterior, o espanhol Las Casas (29). Depois (todos expostos no

Museu Colombino de Sevilha) o livro do cardeal Pietro D´Aille, Imago Mundi; um livro dePlutarco publicado em Sevilha, em 1491; a Naturalis Historia, de Plínio, anotada por ele emportuguês, em espanhol e um pouco de italiano (bem ao gosto de mostrar erudição como eracostume na época, e que no século XVII Frei Jerónimo Munster demonstrou na sua Virgo

 Aurea); um Marco Polo latino, De Consuetudinibus et Conditionibus Orientalium Regionum; aTragédia, de Séneca; um Tratado de Santo António de Florença e a Filosofia Natural de SantoAlberto Magno. Ainda um livro com muitas anotações sobre a vida do Papa Pio II, um

 Almanaque de Navegação e um livro de Abraão Zacuto, judeu português praticante deAstrologia cabalística e quem D. Manuel I deverá a inspiração de adoptar a Esfera Armilar,

símbolo do deus egípcio Thot-Hermes, padroeiro do Hermetismo.

De maneira que a sigla criptografada de Cristóvão Colombo não deixa de possuir diversossegredos bem ocultados, todos eles de conteúdo iniciático profundo que se completam entresi como peças de um  puzzle. Eles elevam o almirante muito acima das hipóteses, dosinfundamentos e dos perjúrios, tão-só assinalando-o Ser de grandeza rara.

Nesse sentido, tal sigla mostra-se mais que simples assinatura criptográfica: possuicaracterísticas de mandala, isto é, “forma geométrica de função mágica”. Agora irei dar omeu contributo, à luz da Sabedoria Divina e segundo entendo, à descodificação do sentidohermético da mesma.

Pela Kaballah, termo hebraico significando “Tradição” e “Livro cerrado”, logo, sinónimo de“Tradição Secreta” judaico-cristã, Maurice Privat (30) afirma que o S repetido três vezes é

igual a 15 vezes 3 (45), ou 4 mais 5 igual a 9, número cabalístico da Terra representada pelo…“Ovo de Colombo”, que se mantém erecto após cortar-se uma das extremidades, que noGlobo equivale ao Pólo Sul em que o mesmo assenta.

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Em Aritmosofia 45 exprime a herança, o legado. Com esse sentido, a Missão do Templo foi,consequentemente, legada a Cristóvão Colombo pela sua herdeira Ordem de Cristo. Por outrolado, 15 dividido por 3 dá 5, correspondendo no Tarot caldaico de São Germano ao Mestre dos

 Arcanos, o Grande Hierofante que está entre as duas tradicionais Colunas salomónicas (a daSabedoria –  Jnana ou Jakin – e a do Amor  – Bhakti ou Bohaz), portanto, sendo o Iniciador .

Por conseguinte, Colombo expõe o seu título o grau sem rodeios com a letra A (alephe) aocentro da sigla, o que vale dizer: “Eu sou o primeiro de minha Ordem”. 

Ele terá sido o continuador da Missão Templária na Península Ibérica levando-a ao NovoMundo extremo-ocidental, ao Norte e Centro da América, tal como o seu primo, Pedro ÁlvaresCabral, também ligou a Península Ibérica ao Centro e Sul da mesma América, tomando por

ponto de expansão ibero-ameríndia o Brasil.

De maneira que Colombo devia as cartas e os mapas, que lhe permitiram navegar de longo atéao Novo Mundo, não a Toscanelli (que alguns, por interesses pessoais, desde o início do século

XX afirmam ter sido roubado por ele…) e sim à Ordem de Cristo e à Escola de Sagres, massempre sujeito à política inviolável da lei do sigilo.

Postas as coisas assim, é muito natural que se pergunte porque terá o almirante «roubado» ascartas náuticas de Toscanelli, que presumidamente indicavam a rota para as ilhas doextremo-ocidente, se após isso deu tantos passos para encontrar documentos seguros? Élógico que se responda, assim mesmo, que tudo isso terá sido uma invenção caluniosa urdidamuitos séculos depois da sua morte, para se poder atribuir a origem do almirante à glória eprestígio deste ou aquele país sem glória e prestígios provados nas Descobertas Marítimas,

aqui, claramente a Itália.

Quanto à sigla, como se viu, está assim predisposta:

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Pelo que uma das suas interpretações iniciáticas, exclusiva de minha lavra, será:

1.º S = Salvador.

2.º S = Salvo, Consalo, Gonçalo, Gonçalves.

3.º S = Sarco, Çarco, Zarco.

A = Asgardi, Agharta, Terra Modelo, Omphalo do Mundo.

X = Xesed, Chesed, a 4.ª sephiroth, “esfera” ou “emanação divina” correspondendo ao“Governo ou Domínio Espiritual do Mundo”. 

M = Metraton, o Primeiro Criador, o Senhor do Mundo.

Y= Yahvé, a Divindade.

Xpõ Ferens = “Portador da Pomba de Cristo”, Cristóvão Colombo. 

No que resulta a mensagem seguinte:

Salvador Gonçalves Zarco, de Agharta! 

Deus conceda o Senhorio Espiritual do

Mundo ao seu 

Cristóvão Colombo. 

Visto assim, trata-se, pois, da saudação laudativa dum dignitário eleito do Rei do Mundo,Melki-Tsedek, pois que deste Cristóvão Colombo teria sido uma projecção tulkuística ou“representação viva” no Mundo Humano destinada à Obra Maior da sementeira de futura enova Civilização em novo Continente.

Essa não é uma afirmação “dada de barato”, pois por volta de 1480 Colombo escreveu aosmonarcas espanhóis uma carta expressiva na qual se apresentava como o Príncipe do Mundo,o próprio Metraton: «Deus, que fez Ele de mais a Moisés ou a David?» E falando de si mesmo,adiantou: «Desde que nasceste sempre Ele (Deus) se preocupou contigo… Deu ao teu nome ummaravilhoso eco sobre a Terra» (31).

Uma outra interpretação iniciática da sigla, completando-se com a primeira, será:

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Que setraduz por:

Salve, Salve Deus Lustríssimo, Salve! 

Deus Supremo Criador do Mundo, 

 A Ti o teu 

Portador da Pomba do Cristo. 

 Adonai-Shadai é a fórmula evocatória da “Protecção Divina”, muito corrente entre cabalistase templários afeiçoados à Gnose, e inclusive entre os hermetistas da Rosacruz.

«Ainda hoje – escreve Jean Marquès de Rivière – alguns judeus utilizam o chamado Shadai,

que todas as crianças israelitas usam no momento da cerimónia dita Bar-Mitzwah. É umamedalha redonda na qual está inscrito o Nome Divino Shadai, cujo uso é de tradiçãoimemorial. Este Nome Divino encontra-se, de resto, em muitos textos mágicos e simbólicos.»(32)

Finalmente, uma terceira interpretação da sigla, complementar das anteriores, será:

Assim se desvela, mais uma vez, o “santo-e-senha” de Joaquim de Flora, em cujo “Evangelhodo Futuro” beberam várias correntes da Cristandade, nomeadamente os cistercienses, ostemplários, os trinitários e os franciscanos “beguinos”, sendo crível para judeus e cristãos queo III Templo de Salomão, correspondente à Jerusalém Celeste, deveria corresponder à III

Idade do Espírito Santo, com começo na Península Ibérica, nomeadamente Portugal, masestendendo as suas ramas frondosas a algum continente virgem, desconhecido mas nãoignorado, de todos os males humanos criados durante as I e II Idades (33).

Com estas minhas hipóteses, cimentadas na documentação colombina disponível, as quais

constituem a minha tese de Cristóvão Colombo ter sido um grande Navegador corporalmentenascido português e espiritualmente aghartino, creio deixar ao respeitável leitorado uma

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série de pistas historiográficas e de revelações iniciáticas, destarte coadjuvando em tornar a“História velada” História desvelada à Raça de quantos por este mundo afora mantêm viva achama gloriosa da Portugalidade.

NOTAS

1) Patrocínio Ribeiro, A Nacionalidade Portuguesa de Cristóvão Colombo – The PortugueseNationality of Christopher Columbus (Solução do debatidíssimo problema da suaverdadeira naturalidade, pela decifração definitiva da firma hieroglífica). LivrariaRenascença, Joaquim Cardoso, 1927. Reedição pela Fundação Lusíada, cerca de 1992, na“Colecção Lusíada Documentos”, I. 

2) Pestana Júnior, D. Cristóbal Colom ou Symam Palha, na História e na Cabala. Compostoe impresso na Imprensa Lucas & Cia., Lisboa. A edição terá sido feita cerca de 26 de Maio de1928.

3) A Kaballah compreende literalmente três espécies de operações, a saber: o Notarikon, oua arte dos signos; a Gematria, consistindo nas comutações e combinações das letras epalavras; a Temurah, ou as transposições das letras, das palavras e dos números.

4) Mascarenhas Barreto, O Português Cristóvão Colombo (Agente secreto do rei Dom JoãoII). Edições Referendo, Lisboa, 1988.

5) Henrique José de Souza, Colombo e Cabral, revista “Dhâranâ”, n.º 110, 1941, Brasil.Símbolos e Brasões, revista “Dhâranâ”, n.º 111, 1942, Brasil.  A Pomba do Espírito Santo,revista “Dhâranâ”, n.os 142/144, 1951, Brasil.

6) Mascarenhas Barreto, ob. cit. 

7) Afonso Dornelas, Elementos para o estudo etimológico do apelido Colon. In “Boletim daAcademia das Ciências de Lisboa”, Classe Letras, vol. XX, pp. 407-422.

oito) Cristóvão Alão de Morais, Pedatura. Lisboa, 1670.

9) António de Morais Silva, Dicionário da Língua Portuguesa, vol. II. Rio de Janeiro/Lisboa,1891.

10) Saul Santos Ferreira, Salvador Gonçalves Zarco (Cristóbal Colon). Os Livros de Dom

Tivisco. Lisboa, 1930.

11) John Leddy Phelan, The Millenial Kingdom of the Franciscans in the New World  – AStudy of the writings of Gerónimo Mendietta (1525-1604). Berkeley and Los Angeles, Univ.

of California Press, 1956.

12) Abade Correia da Serra, Os verdadeiros sucessores dos Templários e o seu estado em1805. In “Archives de l´Europe”, tomo VIII, 1805. Texto reeditado em Sintra, na revista“Graal”, Verão/Outono de 1982, com notas de Manuel J. Gandra.

13) Henrique José de Souza, Símbolos e Brasões. Revista “Dhâranâ”, n.º 111, 1942, Brasil. 

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14) Henrique José de Souza,  A Pomba do Espírito Santo. Revista “Dhâranâ”, n.os 142/144,1951, Brasil.

15) Manuel da Silva Rosa, Eric J. Steele, O Mistério Colombo Revelado. Ésquilo – Edições eMultimédia, Lisboa, 1.ª edição Outubro de 2006.

16) Salvador de Madariaga, Christophe Colombe. Ed. Calmann-Lévy, Paris.

17) A Ordem Militar de Montesa, no país vizinho do nosso, teve desempenho público

semelhante ao da Ordem Militar de Cristo, em Portugal. Extintos os Templários, Jaime II deAragão, temeroso de que os imensos bens dessa Ordem caíssem em mãos estranhas ao seureino, solicitou de Clemente V autorização para constituir um Instituto que substituísseaquela e tomasse a seu cargo as propriedades da mesma. Nada conseguiu desse papa, porémsim do seu sucessor, João XXII, que para tal fim expediu uma bula em 1317, adjudicando àOrdem de Santa Maria de Montesa todos os bens que os Templários possuíram nos domínios domonarca aragonês. O castelo de Montesa, no reino de Valência, foi a sede da Ordem

nascente, motivo do nome adoptado. Os seus componentes deram muitos exemplos deheroísmo e esplendor, lutando em campanhas, tanto dentro como fora da Península Ibérica. Ainsígnia usada, após várias vicissitudes, é a de Alcântara, em sabre, carregada com uma cruzplana de goles.

18) Manuel J. Gandra,  Martinets de Pasquallys e a tradição Quinto Imperial. Textoinserido na sua tradução do livro Tratado da Reintegração dos Seres Criados, de Martinetsde Pasquallys. Edições 70, Lisboa, 1979.

19) Não é demais repetir que a principal base de sustentação da Coroa, capaz de competir

com ela, era a Ordem de Cristo, que se encontrava, quando D. João II subiu ao trono,solidamente ligada às mais nobres Casas do Reino. A sua administração andava, então, noramo real que D. João II detestava. Como exemplo, repito, D. Diogo de Almeida, 4.º Duque deViseu e Administrador da Ordem, foi apunhalado até à morte dentro dos paços de Setúbal

pelo próprio rei, seu cunhado, com o apoio de três fidalgos desejosos dos favores reais, quelogo foram atendidos: João da Silveira, pago com o título e terras de barão de Alvito, Diogode Azambuja, pago com o baronato da Azambuja e a comenda de Cabeço de Vide, e Antão deFaria, pago com o cargo de chefe dos besteiros da Câmara e alcaide de Palmela. Houveramoutros mais implicados da armadilha fatal estendida ao Mestre da Ordem de Cristo, quepensava ir a uma entrevista amistosa com o rei quando, na realidade, o esperava uma fatídicacâmara escura com o real assassino escondido num canto dela e os três comparsas prontos a

agarrá-lo e dominá-lo. In D. Diogo de Souza, História de Portugal desde os tempos primitivos até à fundação da Monarquia e desta época até hoje. Lisboa, 1852.

20) Esta carta, cuja autenticidade foi comprovada por diversos autores nacionais e

estrangeiros, é transcrição parcial do texto completo inserto nos livros citados de PatrocínioRibeiro e de Pestana Júnior. Cf. ainda o mesmo texto em Navarrete, Collecion de los viajesy descubrimientos, e em Teixeira de Aragão,  Memória acerca do descobrimento da

 América, 1852; a mesma carta no opúsculo de Luciano Cordeiro, De la decouverte del´Amerique, 1876, e em Henri Vignand nos Nouvelles etudes critiques sur la vie deChristophe Colombe, Paris, 1911.

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21)  In “Carta-mensageira” dirigida pelos reis católicos ao almirante, em 25 de Setembro de1492, dando-lhe várias instruções para a sua viagem ao Novo Mundo, publicada por Navarretenos Documentos Diplomáticos.

22) In Historia general de las Indias, parte 1.ª, capítulo XXXII.

23) Vitor Manuel Adrião, História Secreta do Brasil – Flos Sanctorum Brasiliae. Madras

Editora Ltda., São Paulo, 2004. E  A Ressurreição de Portugal (Ser, Identidade,Pensamento). Edição da Academia de Letras e Artes, Estoril, 2009.

24) Jaime Cortesão, Os Descobrimentos Portugueses, vol. II, cap. “Viagens para Ocidente”.Edição Imprensa Nacional – Casa da Moeda, Lisboa, Dezembro de 1990.

25) Duque de Lencastre, quarto filho do rei Henrique III de Inglaterra e pai de D. Filipa deLencastre que viria a casar com D. João I, rei de Portugal, matriz da “Ínclita Geração” eorigem da Aliança Luso-Britânica, que hoje a mais antiga do mundo.

26) Sendo Lord Chanceler do rei Henrique VIII de Inglaterra, sir Thomas Moore recusou-se areconhecer a autoridade do seu soberano como chefe supremo da Igreja inglesa, assimseparada da Igreja romana, e também não dando o seu consentimento a que aquele monarcase divorciasse da rainha D. Catarina de Aragão. Por isso foi preso, tendo estado um ano na

Torre de Londres, e depois decapitado, em 1535, sendo posteriormente canonizado como SãoTomás Maurus, um dos mais ilustres pensadores do seu tempo, a quem se deve a obraliterária, de inspiração Rosacruz, Utopia, onde na mesma coloca à cabeça do enredo umnavegador português, Rafael Itlodeo.

27) Simon Wiesenthal,  A Missão Secreta de Cristóvão Colombo. Editorial Futura, Lisboa,1974.

28) Salvador de Madariaga, Christophe Colombe, p. 268. Editions Calman-Lévy, Paris.

29)  Colombo era judeu, artigo não assinado. In revista “Planeta”, n.º 22, Junho 1974.Editora Três, Brasil.

30) In Le Grand Nostradamus, n.º 1, Maio, 1934. Esta revista deixou de publicar-se em 1936.

31) Salvador de Madariaga, ob. cit., p. 554.

32) Jean Marquès de Rivière, Amullettes, Talismans et Pantacles. Editions Payot, Paris.

33) Vitor Manuel Adrião,  As Forças Secretas da Civilização (Portugal, Mitos e Deuses),capítulo “O misterioso Cristóvão Colombo”, pp. 171 -190. Madras Editora Ltda., São Paulo,

2003.

Comentários Desligados

Brahman-Dharma, o Caminho da Verdadeira Iniciação – Por Vitor Manuel Adrião Quarta-feira, Jun 1 2011

Sem categorialusophia12:47 

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Sintra,

1980 

 Asato ma sat gamaya Guia-me do irreal ao Real 

Tamaso ma yiotir-gamaya Da treva à Luz 

Mritior-ma amritam gamaya. Da morte à Imortalidade. 

Falar e escrever sobre o que seja um discípulo verdadeiro, avizinha-se tarefa árdua, quaseimpossível de descrever… É recordar a solidão, mesmo quando se está rodeado de gente,fidelíssima companheira de quem se desfez do mundo e procura a riqueza do Eterno; élembrar amarguras, tristezas e injustiças morais e físicas, recompensa certa que o mundo dá

a quem ao mundo tudo dá. É impossível descrever com exactidão o que seja um Iniciadoverdadeiro, ou tão-só verdadeiro discípulo, que, em comparação com a consciência comumdos seus semelhantes em Humanidade, já está na cumeeira do seu Género.

Mesmo assim, com toda a dificuldade, tentarei descrever em linhas gerais o que seja oIniciado e o Caminho da Verdadeira Iniciação, desde já pedindo desculpa por alguma

insuficiência acaso apresentando-se no que se segue.

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Como já se sabe, a 4.ª Vaga de Vida ou Expiração Monádica do Supremo Demiurgo, o LogosPlanetário, é a Humana ( Jiva). Processando a sua Evolução através do compasso quaternário,esta Vaga soprada da Boca do Eterno apresenta-se hoje em 4 tipos de consciência bem

definidos de acordo com o seu maior ou menor progresso evolucional. Assim, tem-se:

A) Primitivos. Os seres recém-saídos da terceira Vaga de Vida, a Animal, e entrados no estadoHumano. Consequentemente, possuem poucas reencarnações humanas estando, ao nível dapersonalidade ou “eu” inferior, completamente desligados consciencialmente do Eu Superior,Espiritual, sendo a sua principal função alinhar entre si os veículos dessa mesmapersonalidade, inteiramente desencontrados ou desalinhados uns dos outros. Estes seresforam, na ocasião, a vanguarda do Reino Animal, os mais adiantados no desenvolvimentointerno quanto à passagem do Emocional para o Mental Concreto.

B) Civilizados. A vasta maioria humana, isto é, o homem que pensa no plano objectivo ouconcreto com bastante potência podendo, vez por outra, ainda assim excepcional e

rarissimamente, ter ténues vislumbres da Mente Superior, subjectiva, ou seja, do CorpoCausal. Neste estado, os sentimentos mais nobres do homem dirigem-se quase exclusivamenteà sua família e amigos mais chegados, ainda que também possa ter, nos seus limites estreitos,acessos de compaixão pelos desconhecidos em sofrimentos que, mesmo não sendo seusfamiliares nem amigos chegados, em boa verdade são seus irmãos em Humanidade, pois quetodos provêm e estão ligados monadicamente ao Deus Único, o Logos Soberano da Terra, eassim, na essência última, todos constituem uma verdadeira Família Planetária a qual hoje,aparentemente, anda dispersa ou desavinda entre si. Para o cultivo cada vez maior dessacompaixão ou amor ao próximo, inquestionavelmente as religiões verdadeiras, não as falsasque transformam os altares em “balcões de negócios”, através dos seus sistemas morais sãoimprescindíveis à manutenção do tecido social e a impedir que o Homem regrida à

animalidade bestial. Para o homem desta condição a matéria objectiva, visível e tangívelpelos sentidos físicos, constitui a mestra suprema nas suas realizações imediatas. Para ele,toda vida resume-se ao concreto do positivismo, inclusive a religião, onde para entender osubjectivo tem de o objectivar, assim só acreditando em Deus quando Ele tem formasemelhante à sua e age como ele agiria, pagando a uns com os carvões do eterno braseiroinfernal e premiando a outros com as róseas e eternas nuvens celestiais. E assim, pacata enaturalmente, inconscientemente o homem vai palmilhando o caminho da sua evolução rumoao destino incógnito mas, quiçá, promissor… 

C) Idealistas. Os mais adiantados da Humanidade comum. Por norma, assumem os postos de

chefia dos vários ramos da estrutura social (educação, filosofia, religião, artes e letras,política, ciência, força militar, economia, etc.). Muitos destes homens e mulheres já estãomuito próximos da tomada de consciência da Divindade na Natureza Universal,consequentemente, da Divina Lei Suprema que a tudo e a todos rege, e, não raras vezes, osMestres Soberanos da Humanidade, os Mahatmas  ou “Grandes Almas”, servem-se delesinspirando-os, geralmente sem suspeitarem minimamente, a uma boa condução e educaçãoda restante Família Humana no caminho do verdadeiro Progresso, sinónimo de VerdadeiraIniciação Colectiva, visto o Homem comum, devido à sua própria ignorância cega (avidya),como é natural quando a Vida-Energia ( Jiva) predomina e a Vida-Consciência ( Jivatmã) aindaestá em semente, correr o risco permanente de cristalizar na matéria bruta, à semelhança do

aconteceu a parte extensa da Humanidade na anterior Cadeia Lunar, acontecimento que a

Bíblia simboliza no episódio da mulher de Lot (Lut ou Lupe, “Lua”) ter se transformado numa«estátua de sal», isto é, cristalizado na sua evolução lunar, passando à Cadeia seguinte, a

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Mas, como pode um comum mortal enraizado em padrões intelectuais preestabelecidos e em

preconceitos emocionais irrevogáveis, de súbito entrar em conflito aberto com essa condiçãopsicomental ao começar a interessar-se e a dedicar-se inteiramente aos assuntos metafísicos,

criando as condições interiores para vir a ser, doravante, um Gotrabhu  ou “Aspirante aoAspirantado”? 

A Substância Universal preenche a Vida-Energia e esta reage cada vez mais sensivelmente porciclos prévia e perfeitamente estabelecidos pelas Hierarquias Criadoras do Universo, cujainfluência chega até ao metabolismo psico-biológico do Homem. Geralmente um Gotrabhu torna-se tal após completar um longo ciclo de reencarnações durante o qual recolheu asexperiências necessárias à sua maior consciência e consequente amadurecimento interior, eassim acabando por despertar para a Vida do Espírito, ou seja, começar a predominar nele a

Vida-Consciência. Contudo, logicamente que o tempo de duração até esse despertar interiorvaria de pessoa para pessoa, tudo dependendo do seu mais rápido ou mais lento

amadurecimento consciencial, mesmo que tudo esteja conformado aos ritmos certos dorelógio sideral que é o Zodíaco, corpo de manifestação das 12 Hierarquias Criadoras em tornodo Logos Solar.

Os Grandes Mestres de Amor-Sabedoria são as provas cabais de que assim é. No esforçopermanente de transformação, sublimação e assunção sobre si mesmos, na opera magna atravessando quantas vidas foram necessárias mas sem perderem o entusiasmo que os impeliaavante – até aos pés do seu Mestre Interior reflectido nalgum Mestre Exterior que desde oinício os encaminhava, os inspirava de fora, até se tornarem UM com o MESTRE, finalmente,

também eles transformados em Adeptos Reais ou Verdadeiros –, por vezes elevaram-se em

metade do tempo preestabelecido pela Lei Maior, para sempre se libertando da “lei damorte”, ou seja, das cadeias férreas do Ciclo de Necessidade da Roda do Destino que os

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condicionava à Lei de Prakriti, a Matéria original do Mundo das Formas, e que é a alavancaimpulsionadora de Dharma, Karma e Samsara, isto é, da Consciência, do Discernimento e do

Movimento.

Paulatina e pacientemente, Eles, Excelsos Mestres Soberanos da Humanidade, porque

 Ativarnas (“acima das castas”), quando foram simples mortais decerto também realizaram osseus pequenos exercícios espirituais aconselhados por seus Mentores. Aos poucos, semdesistirem e com uma confiança ilimitada “Naqueles que tudo sabem e podem”, foramrealizando a sua Integração espiritual, o Alinhamento vital entre o seu “eu” inferior e o “Eu”Superior; primeiro da Personalidade material com a Individualidade espiritual, e a seguirdesta com a Mónada Divina. Seguidamente, da Mónada com o Logos Planetário e, por fim,com o Solar, assim se tornando, efectivamente, Homens Divinos participes directos daConsciência do Universo.

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Existe um “momentum” próprio para o despertar da consciência espiritual e a consequentesatisfação das necessidades desta. De maneira que nada adianta o lamento comum do«porque não despertei mais cedo?», pois só quando a alma está suficientemente

amadurecida, ela desperta. Antes disso… impossível. Por regra geral, há quatro meios para

ingressar no Caminho do Progresso Interior ou da Verdadeira Iniciação:

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1.º) Pela companhia daqueles que nele já entraram;

2.º) Ouvindo e lendo ensinamentos específicos sobre a Doutrina Oculta;

3.º) Pela reflexão esclarecida, isto é, pela própria força do pensamento constante e raciocínio

cerrado pode chegar por si mesmo a parte da Verdade;

4.º) Pela prática da virtude, o que quer dizer que um longa série de vidas virtuosas, ainda quenão implique necessariamente um aumento da intelectualidade, acaba por desenvolver num

indivíduo a intuição suficiente para que ele compreenda a necessidade de entrar no Caminho,e veja qual a direcção que esse Caminho toma.

Quando o iniciante começa a estudar e a praticar os ensinamentos da Sabedoria Divina(Teosofia ou Gupta-Vidya), vivenciando-os o melhor que pode e sabe, por norma acontecemdois factos interessantes que são, por assim dizer, despoletados pelo arranque espiritual:

A) Aceleramento kármico. À sua volta o até então sólido e belo mundo social, desmorona-secomo coisa velha, podre e gasta. A sua consciência agora interessada por mais altos e dignosvalores dos que até então o possuíam, vai-lhe precipitar o desfazer das ilusões mundanas,portanto, advindo as desilusões dolorosas. Doravante, em seu íntimo, a sociedade profanadepara-se-lhe um monte de cinzas, uma fogueira de paixões intensas nele já apagadas, de

ilusões perdidas ou desfeitas. Os “bons e dedicados amigos” de antanho, fiéis companheirosde boémia e vida passional, passam a ser vistos com outros olhos ao aperceber-se que tal«amizade» é interesseira, finita e caduca, toda ela se  prendendo à forma e não à totalidadedo ser . Geralmente basta uma ligeira discordância, e pronto… fica-se sem o «bom e velhoamigo». A família deixa de ter o exclusivo das suas atenções e interesses, quando dilata essas

mesmas atenções e interesses ao restante Grupo Humano. Então, é praticamente certo,advêm os aborrecimentos: «Como é possível você, criatura sã e inteligente, acreditar em taistolices?», reagem os familiares e «amigos» incapazes de entender o que a larga e horizontalmente humana, em que estão, jamais poderá responder, pois a resposta está um tom acima,

na profunda e vertical mente espiritual. Aqui, neste conspecto social, para seu bem odiscípulo deverá usar de muita discrição e prudência, visto a ostentação ou exibicionismo sóservir para agravar a situação e, dessa maneira, acabar sendo marginalizado…  por culpa sua.A sua profissão como “ganha-pão” certo, também tende a encará-la como uma monotonia«sem préstimo algum», o que está de todo errado e pode corrigir se encarar a profissão, sejaela qual for, como um contributo imprescindível para o bem geral da sociedade, sendoretribuído com o salário certo e merecido com que se sustentará e aos seus. Vista assim, a

actividade profissional não deixa de ser uma perfeita meditação activa.

 A Humanidade sofre por ter feito do amor um pecado e do trabalho um castigo.  – Disse oProfessor Henrique José de Souza, ou seja, aquele que os Teúrgicos e Teósofos entendem

como o Venerável Mestre JHS.

A vida do aspirante enche-se de problemas, vindo perturbar o seu sossego social até há poucoimperturbável. Se for pessoa ainda pouco segura, não deixará de perguntar-se: «Será aTeosofia e o Ocultismo uma manha diabólica?». Diga-se, de passagem, que muitos iniciantesconvencem-se que de facto assim é, e pronto: exorcismo aos livros e textos teosóficos e

ocultistas, ao fogo com eles e os seus diabolismos – vade retro Satanás! – juntamente com osdiabólicos propagadores de tamanhas insanidades, e logo tratar de esquecer para sempre essa

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«loucura momentânea» que os arrastou por «interesses idiotas» que «só azar trazem». Seacaso algum deste género ainda estiver filiado na convencional religião estatal, por certo nãodeixará de procurar o padre-cura para obter a remissão do seu pecado capital em ter

ambicionado, debalde… levantar o VÉU DE ÍSIS!

Ainda não chegaram os seus “momentuns”, e por isso acontece tal. Pressentem mas nãoarriscam… há que aguardar mais uns anos ou, então, uma próxima vida, sim, porque Naturanon facit saltus, isto é, a Natureza não dá saltos.

Se a vida do aspirante se “enche de problemas” (na realidade eles sempre existiram, comofactores psicossociais não resolvidos e que são o lastro nocivo da consciência remoendo-se, oudo remorso da alma), ainda assim é porque o seu karma pessoal foi acelerado pelos Anjos doDestino, a fim de se esgotar mais rapidamente, debitando numa vida o que normalmentelevaria cinco ou seis a debitar, contudo sempre e matematicamente em conformidade com assuas capacidades de suportar. Isto faz parte do Plano Iniciático proposto aos candidatos ao

Adeptado, fenómeno a que o Professor Henrique José de Souza chamou de “Colapso daVelocidade”. A paciência, a humildade e a aceitação das provações, tudo isso temperado coma fé esclarecida nos Mestres e no Mestre Interno, juntamente com o amor dedicado a toda aVida e o estudo aplicado das Causas, acabará levando o discípulo à superação da consciênciaordinária e assim, passando a encarar as circunstâncias imediatas de uma maneira superior,conseguirá a força da energia necessária para vencer as tribulações diárias.

B) Superstição psicomental. Esta é uma verdadeira chaga viva para a maioria esmagadora dosestudantes dando os primeiros passos no estudo e compreensão da Teurgia e Teosofia, indoredundar manifestamente tanto num crencismo pueril quanto num puritanismo castrante, eisto porque o seu sistema psicomental ainda está muitíssimo dependente dos seculares

padrões morais das religiões vigentes os quais, é forçoso reconhecer, limitam mais do quelibertam. De maneira que ao início ainda se mantém uma série de condicionalismos, mais ou

menos inconscientes, os quais são um rigoroso e intocável tabu para o neófito. Por exemplo, équase comum vê-lo inibir-se de se afirmar e agir com rigor e determinação em certassituações conflituosas onde a sua presença é imprescindível, mas que escusa recusandoassumir-se, assumindo assim a sua fraqueza, e isto tão-só por causa da sua tendênciaemocional em resvalar para o bem famoso puritanismo do não dever agir muitomaterialmente, em que situação for, porque simp lesmente não é… espiritual. Pessoalmente,conheço inúmeras pessoas assim, auto-emparedadas psicomentalmente num tabu subtilrotulado de «espiritualismo» mas que é, em boa verdade, é um completo materialismo, mas

muito mais falaz, por ser subtil, quase invisível ou despercebido aos sentidos imediatos: omaterialismo «sentimentalista», fruto de uma mal cultivada religiosidade psíquica. É óbvioque deverá haver educação espiritual da pessoa, cultivando o carácter pela moral e ainteligência pela cultura, portanto, uma educação esclarecida, liberta de tabus epreconceitos sócio-religiosos, sempre aberta a novos horizontes de sabedoria e conhecimentoporque, na Vida como ela é, realmente não existem padrões definitivos, visto tudo sermutável e móvel, desde logo devendo o aspirante dotar-se de uma mente muito «elástica»,sempre pronta a reconhecer e integrar horizontes cada vez mais vastos e esclarecedores.

O Iniciado ocidental, com a sua própria Tradição Espiritual, inserido num esquema de vidadiária a mais profana que o força a afirmar-se a cada momento, tem de assumir a condição de

verdadeiro guerreiro, sempre a favor do Espírito mas sem desprezar a Matéria, espalhando emredor, através do exemplo facultado pelo seu carácter e cultura firmes, a chama viva da

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espiritualidade, esta que não se acende com “fraquezas e medos” mas com ousadia e valentiaante uma civilização materialista e consumista, o mais supérflua possível, que não respeitanada nem ninguém… excepto os mais fortes, e estes devem ser os verdadeiros espiritualistas.

Dois grandes tabus ou congestionamentos psicológicos afligindo o principiante no Caminho da

Iniciação são, sem dúvida, aqueles referentes ao sexo e à alimentação. Apesar do muito quejá disse e escrevi sobre esses dois factores, repito mais uma vez que a função sexual nãoexiste para ser reprimida, como coisa imunda e pecaminosa, nem abusada, como factormentecapto e possessivo, antes encarada como função normal da Lei da Vida e que o seu usodevidamente enquadrado e regrado faz do sexo um acto santo, de preferência exercido atrês: o homem, a mulher e Deus como Espírito Santo manifestando-se por eles, o que irátornar a relação íntima uma espécie de santa eucaristia, na qual o homem depõe no altarventre da mulher a semente da criação que ela alimenta com o amor que impele a ambos,para deles surgir o terceiro elemento: o filho, o fruto bendito do acto puro.

Sobre a alimentação, quase descarece dizer que o vegetarianismo integral só deve ser usadopor quem dele necessita verdadeiramente, e não por alguma espécie de auto-imposiçãofanática, não profiláctica, na busca de uma qualquer «pureza física», exercício usualmentereparando-se naqueles que possuem mente vegetativa, o que lhes dá um forte pendoremocional. Na sua obra magistral, A Verdadeira Iniciação, o Professor Henrique José de Souzadescreveu a complexidade alimentar ao distinguir as carências temperamentais dos linfático,bilioso, nervoso e sanguíneo, cada qual com as suas necessidades alimentares específicas.

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De maneira nenhuma pretendo, clara ou encapotadamente, fazer alguma espécie de apologiaa Pantagruel, mas sim tentar fazer perceber que as coisas dão-se no momento exacto oupróprio, em conformidade à necessidade natural que desponta, e nunca de outra maneira

artificial nascida de alguma artificiosa imposição psico-física, mais ou menos religiosa-espiritualista cujas noções, apresentando-se pouco claras, inevitavelmente redundam numadistorção psicomental, não raro revelada como neurastenia e hipocondria, doenças de foroclaramente psíquico. A melhor e única maneira de evitar essas gravidades será tentar não

contornar ou enganar a sua própria natureza, e escusar-se a qualquer espécie de fanatismopuritano, este o eterno auto-castrador inibindo o Homem de viver-se perfeita eintegralmente, pois que o “enjaula” centripetamente em si mesmo o que, mais uma vez, sópode desfechar em desânimo, em desespero e, inclusive, nas tristemente famosas afectaçõespsíquicas.

A esse respeito, passo a citar o seguinte excerto de um texto interno da Escola Teúrgica, poro considerar bastante esclarecedor deste assunto do sexo e da alimentação:

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«Algumas escolas de pensamento, de base esotérica, advogam como ponto fundamental parauma perfeita realização espiritual a completa e total subjugação do corpo humano, queestamos a tratar, quer pela absoluta proibição da ingestão de álcool ou de alimentos de

origem animal, quer pela absoluta proibição de quaisquer contactos ou relações de tiposexual.

«Neste particular a perspectiva da Escola Teúrgica é específica, dado o seu vínculo à TradiçãoOculta Ocidental. Os discípulos que estão ligados à Grande Fraternidade Branca alcançaram arealização interior não pela repressão dos processos físicos vitais, mas sim pelo seu correctoenquadramento numa perspectiva superior de ordem espiritual. O problema não consiste namanutenção ou abolição da vida sexual, mas na perspectiva que o discípulo tem dela e dolugar e importância que lhe confere. A função sexual é uma função vital, tão vital como arespiração ou a nutrição. Reprimi-la, longe de conduzir à realização, poderá ocasionar nodiscípulo perturbações de ordem psicológica e, sobretudo, aquela cegueira ilusória que

caracteriza o fanatismo.

«Da mesma maneira se coloca o problema dos regimes alimentares que poderão estaraconselhados aos discípulos. Não se nega, de forma alguma, a importância que pode ter emcertos momentos específicos a não ingestão de alimentos animais ou bebidas alcoólicas e anão manutenção de relações sexuais, como propiciatórias a uma correcta integração emcertas cerimónias de cunho ritualístico ou templário. O que se quer dizer é que a extremaconcentração do discípulo sobre esses aspectos pode conduzi-lo à mais perigosa e insidiosaforma de materialismo, à concentração total sobre o corpo físico denso (sob disfarceespiritualista), quando outros aspectos importantes da realização espiritual são descurados.»

É assim que, natural e alegremente, o discípulo vai paulatinamente crescendo em sua

consciência interior até que ele e o Eu Divino se absorvam um no outro, liberto de peias etabus personalísticos como as clássicas características morais das religiões exotéricas e cultos

afins claramente emocionais, ainda assim necessárias à condução da Humanidade comum masnão do discípulo, se acaso pretende integrar o escol privilegiado do número de eleitos ou aelite espiritual do Género Humano.

Informam ainda os Grandes Mestres da Humanidade que o desenvolvimento interior da pessoaisolada e não em grupo, por muito boa vontade que tenha, não deixa de acarretar o perigo decair no desânimo, na inércia e na desistência.

Quando um indivíduo desperta para os interesses espirituais, geralmente começa a ler e a

estudar sofregamente livros de Escolas diversas, cada qual com o seu método de preparaçãoespiritual, consequentemente, sendo as suas informações dispersas, desencontradas de umapara as outras, por serem diferentes, mas ele, num misto de ingenuidade e inadvertido, porvezes chega a misturar todos esses métodos numa amálgama de conceitos que só podem

resultar, inevitavelmente, numa complexidade de erros didácticos e técnicos. Sei, porexperiência própria, quão dificílimo é persuadir alguém assim do seu erro, e, pior ainda,quando esse alguém pelo seu carisma tem aceitação pública, pois que irá transmitirpreceitos, conceitos e métodos imprecisos junto do auditório e dos seus seguidores, havendoa forte possibilidade de quase todos eles, se não todos, ainda estarem dando os primeirospassos do primeiro passo no Caminho.

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Outros, infelizes, apartam-se de qualquer Grupo Espiritual ou Ordem Esotérica e sós, por suaconta e risco, entregam-se a práticas de índole mentalista e mágica. No caso, sempre tãofácil de acontecer, do exercício ou operação correr mal, quem os salvará das forças

ingratamente atraídas – se estão isolados – dessa maneira arriscando-se a doenças psicofísicas,à loucura e à indução ao suicídio (como aconteceu no século XIX com o famoso mago Eliphas

Lévi, que após invocar de espada em punho o Espírito Imortal do Excelso Apolónio de Tiana,caiu inerte perdendo para sempre o juízo… mas acompanhando-o doravante e sempre atendência suicidária. Acabou os seus dias pobre mendigando pelas ruas de Paris…), neste casoindício claro de perda da Alma, isto quando não tombam imediatamente fulminados demorte?

Também nesse último campo tenho experiência vivida, pelo que não deixo de alertar osprincipiantes no Caminho da Verdadeira Iniciação quanto aos perigos subjacentes aos métodosaplicados isoladamente, particularmente os mágico-animistas, perigos acrescidos quando se

enfronham numa miscelânea medonha de técnicas de Escolas diversas que recolheram aqui e

além na literatura pública, mas sem que, realmente, pertençam efectivamente a alguma.

Ademais, quer após a morte ou então durante o período de sono aquando a alma se libertatemporariamente da veste física, para onde irão as almas dessas pessoas? Para as «escolasastrais sintéticas», como afirmam alguns em sua defesa? Mas nada disso existe, pois é puraignorância fruto da ingenuidade psíquica. Não há «escolas sintéticas astrais onde se ensinasabedoria esotérica cósmica feita de todas as fontes espiritualistas do mundo a qual aí seassume síntese cósmica», pois tal não condiz com nada, a começar pela Ordem e HarmoniaUniversal. O que há, sim, são os Santuários Espirituais ou Retiros Privados ( Ashrams) dosGrandes Mestres da Humanidade, cada qual com a sua tónica de ministrar o ConhecimentoÚnico, e todos tributando Àquela que os sintetiza como Fonte Suprema desse mesmo

Conhecimento Universal: Shamballah, a “Mansão do Amanhecer”, também chamada“Santuário de Kundalini” e “Laboratório do Espírito Santo”.  

Acontece que esses infelizes tão-só errarão no Astral ou Mundo Emocional, Psíquico,envolvidos em belos sonhos róseos, até que entendam que nesta Era de Globalização, deFraternidade Universal do Género Humano cada vez mais se solidificando, não é mais possívelnem faz parte das Regras da Grande Fraternidade Branca a evolução pessoal isolada.

Em princípio, como boas e genuínas existem 49 Escolas de Espiritualidade à semelhança dos49 Raios de Luz do Logos Único, com esses coadunadas. Umas desenvolvem-se mais peloaspecto “Amor” e outras mais pela “Sabedoria”, mas todas expressando o aspecto “Vontade”de Bem Fazer, sendo a Egrégora  ou “Alma Colectiva” de cada uma e de todas unidas, “atrolha e o cinzel” dos Grandes Mestres na construção do Edifício da Perfeição Humana. 

Como se sabe, cada Raio (constituído de 7 sub-raios, logo, 49 Raios, 7 principais cada qual

com 7 subsidiários) representa um Aspecto do Logos Planetário o qual sendo um sub-aspectodo Logos Solar, Este manifesta-se por Ele. É assim que o 2.º Raio do Logos Solar – sendo o 2.ºsub-raio do 1.º Raio do Logos Central do Sistema de Evolução Universal, ocultando-se pordetrás daquele – se manifesta na Terra pelo 2.º sub-raio do 3.º Raio. De maneira algo similar,ao nível da evolução humana aquele que começa a destacar-se desta, primeiro reconhecendoas suas necessidades interiores e depois procurando uma Escola que as satisfaça, a qual esteja

de acordo com a sua tónica, começa assim a realizar, paciente e abnegadamente, os graus

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que o levarão aos pés do seu Mestre, e ele mesmo acabando por se tornar Mestre, tal qual aborboleta saída do casulo.

O objectivo supremo de todas as verdadeiras Fraternidades Iniciáticas sempre foi e será umsó: o de levar o ser humano a se auto-conscientizar e a viver a sua realidade interior, os seusverdadeiros e, em última análise, únicos objectivos na vida. Não apenas uma vida vegetativa,mas uma vida plena, universal, em que a vida como energia se acresce, transforma em mais

vida, energia e CONSCIÊNCIA. Sim, porque a Verdadeira Iniciação é a da transformação daVida-Energia em Vida-Consciência… de um e todos no Todo. 

Dentro e fora do esquema geral da Iniciação, existem dois tipos gerais de homens emevolução: o místico devocionalista e o ocultista mentalista.

O primeiro evolui pela linha vertical de menor resistência do Sistema de Evolução, ligando-seao Aspecto “Amor” do Logos Planetário e realizando-se pela Doutrina do Coração. Reparte-se

em dois aspectos:

A) O místico contemplativo. Aquele que vive única e exclusivamente de si para Si, a Mónada

Divina, apartando-se da agitação psicomental da restante Humanidade indo introverter todasas suas capacidades psicofísicas, motoras e mentais, para isso se servindo das qualidades do2.º Raio de Amor-Sabedoria e, principalmente, do 6.º Raio do Devocionalismo, este comosendo a “8.ª inferior” daquele. É o asceta, o anacoreta, o que vive num solilóquiopermanente de si para Deus e nada mais, estabelecendo a ligação do veículo de consciênciaEmocional com o Intuicional e deste com o Monádico, a “Centelha na Chama”. Da absorção ouintegração na Mónada Divina resulta o não mais voltar, o não mais reencarnar, ou então só alongo prazo, se ainda tiver débitos kármicos, caso excepcionalíssimo, pois o místico

contemplativo purifica-se e ascende à Altura de Deus pelo rigor da Hatha e Bhakti Yogas, istoé, a do domínio físico, chegando a tomar feições de mortificação, e a do controle emocional,a quem dá combate permanente até anular toda e qualquer expressão de emotividade.

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B) O místico activo. Aquele que apesar de integrado em algum mosteiro não vive em clausuramas em claustro, ou seja, não deixa de participar no serviço aos seus e à Humanidade atravésdas qualidades do 2.º Raio de Amor-Sabedoria, do 4.º Raio da Harmonia Artística ou do 6.º

Raio do Devocionalismo, esses que são precisamente as Linhas ou Tónicas dos seus respectivosDirigentes Espirituais: Nagib, Hilarião e Kut-Humi. De modo que o místico activo aplica os

métodos devocionais para também ele assumir-se em Deus mas pelo serviço ao Divino e aosMestres –  a “Assembleia dos Santos e Sábios”, de que fala a Igreja cristã – através daHumanidade desfavorecida.

Seja como for, em si só o método devocional não é de todo perfeito, pois o místico propendesempre para as inclinações psicomentais do exclusivismo e do fanatismo, este sob a forma depietismo beato.

Quanto ao segundo aspecto, evolui em elíptica espiralada como linha de maior resistência doSistema de Evolução, devido desenrolar-se com maior lentidão e o discípulo para evoluir fazer

contacto directo com a Matéria, com o Mundo das Formas com todas as suas tramas, dramas evitórias, acabando por recolher de tudo isso uma experiência inaudita e inédita postando-o,face às Hierarquias Universais, como JAVA-AGAT, o “Grande Mago da Matéria” em que se fezjusto e perfeito pelo desenvolvimento do Mental, da “Sabedoria” do Logos ou Deus da Terra,característica fundamental da chamada Doutrina do Olho.

O ocultista, confundido na Humanidade comum, por ser seu dever servi-la impessoal eanonimamente, vai estabelecer a ligação consciencial do seu corpo Mental com o Espiritual edeste com o Divino. Este desenvolvimento é processado por meio das tónicas que lhe sãoespecialmente afins, como sejam os sistemas da meditação ocultista e da ritualística. Repara-se nisso a aplicação dos métodos da Raja e da  Jnana Yogas, ambas destinadas ao

desenvolvimento do Mental, tanto humano como espiritual, e igualmente a influência na suavida do 1.º Raio da Vontade ou Poder, do 3.º Raio da Actividade Inteligente, do 5.º Raio do

Conhecimento Científico e do 7.º Raio da Ordem ou Magia Cerimonial, precisamente as Linhasde Forças por que se exprimem os seus Supremos Dirigentes, os Preclaros Adeptos Vivos  Ab-

 Allah, São Germano, Morya e Serapis Bey .

Mas também a via mental do ocultista por si só é falha, por ele propender sempre àsinclinações psicomentais do autoritarismo, não raro manifesto como xenofobismo, e doegoísmo intelectual, sob a forma de descompaixão por vezes encapotada no floreado vaidosodo que é simples narcisismo.

A Perfeição do Ser ou o seu Perfeito Equilíbrio está tão-só em desenvolver o Mental a par doEmocional, a Sabedoria acalentada pelo Amor, razão mais que suficiente para o ProfessorHenrique José de Souza ter proferido: «Quando o Homem na Terra colocar a Mente ao lado doCoração, alcançará as maiores venturas do Céu». E logo a seguir, adiantar: «A Humanidade só

pode alcançar a Neutralidade vivendo em luta com o Bem e com o Mal. Porque é daí quenasce, justamente, a Neutralidade. Do ilusório conduz-me ao Real, das trevas à Luz, da morteà Imortalidade. A Imortalidade se acha na Neutralidade. Bendita seja a morte aparente dascoisas terrenas para a morte-ressurreição das coisas divinas».

Esse Perfeito Equilíbrio ou Neutralidade Perfeita encontra-se no 4.º Raio sob a chancela do

Mestre Hilarião, aliás, a Linha Andrógina que caracteriza a Vontade de Deus na hora presenteda Manifestação e Evolução Universal.

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Assim, “par e passo”, o discípulo iniciado nos Mistérios Menores conferidos por algumaConfraternidade Iniciática legalmente credenciada pela Grande Loja Branca dos MestresSupremos da Humanidade, vai se acercando da 1.ª Iniciação Maior que é a do verdadeiro

Aspirante, aquando envereda decisivamente no Caminho do Adeptado. Agora, chegados aqui,convém assinalar o seguinte que não é tão raro como possa parecer à primeira vista: um

indivíduo pode ter todos os graus simbólicos de determinada Escola, mas não ter sequer a 1.ªIniciação Real, ou, então, ter somente a 1.ª Iniciação Simbólica e no entanto deter já em suanatureza interna as 1.ª, 2.ª ou 3.ª Iniciações Reais auferidas junto da Loja dos Mahatmas. Istodemonstra como tudo é relativo e se descobre nas características culturais e morais da pessoaque, de facto, seja Iniciada verdadeira. De maneira que o mestre de grau de determinadaescola espiritualista poderá não passar de simples aprendiz ante aquele que pela primeira vezestá recebendo dela a respectiva iniciação simbólica… 

Tudo depende do progresso espiritual ao longo do esteiro das vidas sucessivas, com o

consequente esgotamento do karma pessoal. A evolução da Alma não se mede por graus

escolásticos, sejam quais forem, mas sim pelo seu acercamento ao  Augoeides, o Eu Divino, equanto mais perto fica mais iluminada está. À Confraternidade cabe tão-somente ajudarnessa evolução e nada mais, visto NINGUÉM EVOLUIR POR ALGUÉM.

Contudo e para maior segurança humana e espiritual de todos, reafirmo que só em perfeitaunidade auferida junto de uma Confraternidade verdadeiramente Espiritual se pode evoluirsem percalços desnecessários e até, quantas vezes, dramáticos!… Ademais, um GrupoEsotérico Humano é a manifestação de um Mestre Real, constituindo o seu Núcleo, tal qualtoda a Hierarquia Planetária em volta do seu Logos é a manifestação da Hierarquia Universaltendo como Centro o Logos Solar, o Deus Supremo do nosso Universo Sistémico.

A analogia das coisas dispersas novamente reunidas, leva ao entendimento da UnidadeUniversal.

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Acerca da aproximação do discípulo ao Altar do Fogo Sagrado da Iniciação, com a

antecedente debastação dos seus “eus” inferiores como lhe é exigida para que possa penetrara Luz, é assunto comentado, num misto de severidade e beleza, no Poema  A Voz do Silêncio,inspirado no “Livro dos Preceitos de Ouro” da Escola Transhimalaia dos  Arhats e dado aoOcidente pela extraordinária Helena Petrovna Blavatsky (Upasika), cuja tradução para alíngua portuguesa se deve a Fernando Pessoa. Diz:

«Há apenas um Caminho para o caminheiro, e só bem no seu final se pode ouvir a “Voz doSilêncio”. A escada pela qual ascende o candidato é formada de degraus de sofrimento e dor,que só podem ser aplacados pela voz da virtude. Ai de ti, discípulo, se em ti restar um sóvício que não tenhas deixado para trás. Pois então a escada cederá e te deitará abaixo; o seupé está apoiado no profundo lodo dos teus pecados e falhas, e antes que possas atravessareste largo abismo da matéria, tens que lavar os teus pés nas Águas da Renúncia. Cuida que

não ponhas um pé ainda sujo no primeiro degrau da escada. Ai daquele que ouse macular umsó degrau com pés lamacentos. A lama vil e viscosa secará, tornar-se-á pegajosa, e acabarápor colar-lhe o pé ao degrau, e como uma ave presa no visco do caçador astuto, ele seráafastado de todo o progresso ulterior. Os seus vícios tomarão forma e o arrastarão à queda.Os seus pecados levantarão a voz, como o riso e o soluço do chacal depois do sol posto; osseus pensamentos se tornarão um exército, e o levarão com escravo cativo.

«Mata os teus desejos, discípulo; torna impotentes os teus vícios antes de dares o primeiropasso na solene viagem.

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«Estrangula os teus pecados, e emudece-os para sempre, antes de levantares o pé para subira escada.

«Silencia os teus pensamentos e fixa toda a tua atenção em teu Mestre, que ainda não vêsmas já sentes.

«Funde num só todos os teus sentidos, se queres estar seguro contra o inimigo. É só por meio

desse sentido, oculto na cavidade de teu cérebro, que o íngreme caminho para o teu Mestrepode descortinar-se aos olhos turvos da tua alma.

«Longo e penoso é o Caminho diante de ti, ó discípulo! Um simples pensamento sobre opassado que deixaste para trás te arrastará para baixo, e terás que começar de novo a subida.

«A Luz do Único Mestre, a áurea e imarcescível Luz do Espírito, lança os seus fúlgidos raiossobre o discípulo desde o primeiro instante. Os seus raios penetram as espessas nuvens damatéria.»

Alcança, por fim, a 1.ª Iniciação Real. Unido ao seu Mestre Interno, é levado aos pés do seuMestre pessoal que o consagra efectivo Aspirante ao Adeptado. Aqui o Discípulo adquire opoder equivalente ao do Reino Mineral, correspondendo – nesta 4.ª Cadeia Planetária divididaem 7 Rondas em cuja 4.ª estamos – à 1.ª Ronda de Saturno (Ar), pelo que este 1.º Grau do

 Aspirante ou Sotapati equivale ao Nascimento espiritual.

Passados alguns anos ou várias vidas – quiçá! – conquista a 2.ª Iniciação Real, que lhe éconferida, através do seu Mestre pessoal, pelo próprio Mestre do Mundo, o Bodhisattva,função hoje assumida pelo Cristo (JEPHER-SUS ou MAITREYA), indo adquirir poder equivalenteao do Reino Vegetal durante a 2.ª Ronda Solar (Fogo). Este é o Grau do Probacionário ouSakadagamin, do que recebe o Baptismo espiritual e está destinado a passar as mais variadasprovações como esgotamento kármico e adquirição da consciência necessária à superação dafatídica “Roda dos Renascimentos”. 

Por norma, ainda que hajam raras excepções, até à 3.ª Iniciação pode acontecer que oDiscípulo não tenha consciência imediata de que é realmente Iniciado, e isso só é detectável,aos olhos dos demais com lucidez e esclarecimento, pela suas virtudes, sapiência e vontade

inquebrantável em prosseguir no Caminho da Evolução, mesmo “contra todos os ventos emarés” do tempestuoso mundo profano.

Na 3.ª Iniciação Real é finalmente  Aceite pelo seu Mestre pessoal, criando este uma teia outela etérica (podendo ser destruída se o discípulo recuar no seu progresso) que ligará os doiscomo um só. Nesta fase e através do seu Mestre, o Discípulo é consagrado pelo Senhor doMundo, o Rei do mesmo como Melkitsedek ou Chakravarti, acontecendo a Transfiguração ouMetástase da personalidade com o seu Eu Divino, e é chamado de Anagamin passando a deterpoder semelhante ao do Reino Animal durante a 3.ª Ronda Lunar (Água).

Advém, finalmente, a 4.ª e última Iniciação Real no Caminho do Discipulado. Ele é já umsemi-Mestre, um semi-deus. Neste período o Iniciado é Unido à Consciência do LogosPlanetário, assumindo-se um Chresto ou  Arhat, cuja Crucificação derradeira da sua

personalidade permite-lhe o acesso, pelo domínio da Terra (4.ª Ronda – Reino Humano), ao

Reino dos deuses e de Deus, ou seja, a própria  Agharta–Shamballah. É, pois, repito, um Chresto, “Ungido ou Iluminado divino” porque Arhat de Fogo.

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Só na 5.ª Iniciação se pode considerar o Discípulo um Mestre Verdadeiro, Mahatma ou Asheka.Equivale à Ressurreição na tomada de posse do 5.º Reino Espiritual, por sua consciência ir atéo próprio Logos Solar e, consequentemente, ter o domínio pleno do 5.º Elemento ou

Quintessência da Natureza – o Éter, com que já se tece a 5.ª Ronda de Vénus da actual CadeiaPlanetária.

Mas falar do divino Adepto, do Dhyani-Jiva como  Jivatmã, só se pode fazer por metáforas,pois que Ele é realidade misteriosa para além de toda e qualquer concepção finita doimperfeito intelecto humano. É falar de Deus Antropomórfico e, ao mesmo tempo, do PaiInterno… assim, em boa verdade, Deste não se pode falar com justeza e perfeição, não porser dogma proibido e sim por limitação humana, só restando o essencial a um e a todos:procurar senti-Lo, ouvi-Lo, vivê-Lo!… 

Mesmo assim, para um entendimento mais perfeito que o intelecto humano sempre exige,devo informar haverem ainda as 6.ª e 7.ª Iniciações, as de Choan e Mahachoan 

correspondentes à  Assunção e ao Pentecostes, equivalentes à 6.ª Ronda de Mercúrio(Subatómico – Permeabilidade) e à 7.ª Ronda de Júpiter (Atómico – Plasticidade) com quedesfechará a Cadeia actual.

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Quando o Homem atinge o Adeptado, os Senhores do Karma Universal (Maharajas)apresentam-lhe e deixam à sua escolha um de 7 Caminhos por que doravante poderáprosseguir a sua evolução, como sejam:

1.º – Caminho do Logos Central (Mahaparabrahman)

2.º – Caminho do Logos Solar (Parabrahman)

3.º – Caminho do Logos Planetário (Brahman)

4.º – Caminho dos Arqueus (Assuras)

5.º – Caminho dos Arcanjos (Agnisvattas)

6.º – Caminho dos Anjos (Barishads)

7.º – Caminho dos Homens (Jivas)

Antes de prosseguir para o desfecho do presente capítulo, devo responder à seguinte questãoque me foi colocada por um estudante e a qual é pertinente ao tema em causa: – Está oEspírito dentro ou fora do Homem? Entendendo a Centelha Divina como sendo de naturezasubtil e não física, respondo que o Espírito localiza-se sobre o Homem e envolve-o como umaCachoeira de Luz ou Aura Gloriosa, síntese de todas as demais, pelo que é vista como ummaravilhoso arco-íris resplandecente, ainda assim sobressaindo o tom púrpura ou cor de sol-posto. À medida que os “centros vitais” (chakras) humanos são desenvolvidos em proporçãocrescente, mais a Luz Espiritual manifesta-se por eles na Alma e no Corpo, e com isso maiorse torna a Consciência no Homem. Chama-se a isto Iluminação e Iniciação, ou seja, a

Iluminação Interior que permite a Iniciação Exterior, para com isso chegar ao domínio plenodas Leis da Vida, ou seja, ao Adeptado.

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De maneira que a disciplina que leva à Realização Integral do Homem, apresenta-se com trêsetapas:

1.ª – A Preparação, que desenvolve os sentidos espirituais;

2.ª – A Iluminação, que aviva a Luz Espiritual;

3.ª – A Iniciação, que permite a comunicação com Deus e os Deuses.

Para terminar este estudo, já longo, dou o remate final com um trecho de texto interno doColégio Teúrgico, o qual se apresenta com a lucidez e a abertura mental que só a Sabedoria

Iniciática das Idades pode conferir a um e a todos:

– A Via do Discipulado é algo extremamente difícil. A inflexibilidade dos Mestres perante a

conduta dos Discípulos não deixa de ser acompanhada do maior amor, da mais profundacompreensão perante as suas grandezas e misérias. Também os Mestres foram um diaDiscípulos, também Eles caíram e se levantaram nessa senda tortuosa, também Eles se viramabatidos, vezes sem conta, pelo destino, numa esquina qualquer da vida. É Camões quemmaravilhosamente resume toda a tragédia contida nas vidas do Discípulo, nesta sibilina frase:“Erros meus, má fortuna, amor ardente”. 

Mais do que ninguém sabem os Mestres dar o devido valor àquilo que custa ser Discípulo. Esteé, na realidade, um guerreiro e cada vitória, cada sucesso, tirado a ferros, arrostado contra adureza de um meio, que nada perdoa e de nada se compadece, é uma página imortal escrita

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quantas e quantas vezes com o sangue, o suor e as lágrimas dolorosamente arrancadas a umacondição que apenas se pode gabar de ser humana. O Discípulo é acima de tudo um homemhumilde, palmilhando a vida sem nada ter de verdadeiramente seu porque tudo dá no serviço

desinteressado aos outros, quantas vezes de rastos, o rosto contra o pó, pois só desse modo sepode olhar Deus face a Face. Ou não estivesse Ele no Centro da Terra… E assim se transforma

o Discípulo um Homem Sábio.

O Homem Sábio não é aquele que faz tudo bem feito, mas sim o que tendo uma má atitudesabe corrigir o seu erro e humildemente pedir desculpa.

O Homem Sábio não é aquele que só tem pensamentos puros, mas sim o que, ao ter umpensamento impuro, consegue de imediato envolvê-lo numa onda de amor, neutralizando-o.

O Homem Sábio não é aquele que só tem certezas, mas sim o que sabe forjar na dúvida aforça do seu carácter, a constância dos seus ideais.

Os Discípulos de Aquarius estão, de facto, hoje em dia, vivendo em condições interioresextremamente duras, mas também infinitamente promissoras.

Nada se consegue sem esforço e “quem quiser passar além do Bojador, tem de passar além dador”. 

OBRAS CONSULTADAS 

Henrique José de Souza,  A Verdadeira Iniciação. Reimpressão das edições de 1939, 1957 e

1969 em 1980 pela Associação Editorial Aquarius, Rio de Janeiro. Última impressão: 2001, SãoLourenço (MG).

Carlos Lucas de Souza, O Raiar de um Novo Mundo (Órgão Monumental da CivilizaçãoEubiótica). Brasília, 1968.

Luzes da Iniciação Eubiótica, colectânea de textos de António Castaño Ferreira e SebastiãoVieira Vidal. Nova Brasil Gráfica e Editora Ltda, São Lourenço (MG), primeira edição emFevereiro de 2006.

Coletânea de autores, Os Grandes Iluminados. Aquarius, Fundo Editorial, Rio de Janeiro,1968.

Roberto Lucíola, Dhyanis. Caderno “Fiat Lux” – 17, Novembro de 1998, São Lourenço, MinasGerais, Brasil.

Roberto Lucíola, Iniciação. Caderno “Fiat Lux” – 34, Fevereiro de 2003, São Lourenço, Minas

Gerais, Brasil.

Helena Blavatsky,  A Voz do Silêncio. Versão portuguesa por Fernando Pessoa. EditoraCivilização Brasileira S.A., Rio de Janeiro, 1969.

Vitor Manuel Adrião, Dogma e Ritual da Igreja e da Maçonaria. Editora Dinapress, Lisboa,1.ª edição Setembro de 2002.

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Vitor Manuel Adrião,  A Ordem de Mariz (Portugal e o Futuro). Editorial Angelorum, Lda.,Carcavelos, Maio de 2006.

Vitor Manuel Adrião, Portugal, os Mestres e a Iniciação. Via Occidentalis Editora, Lda.,Lisboa, 2008.

Diálogos Agarthinos – Correspondência Epistolar entre Vitor M. Adrião e Luís A. W. Salvi,

três volumes. Edições Agartha, Alto Paraíso de Goiás, 2008.

Coletânea de autores,  A Teurgia e a Fraternidade Espiritual Portuguesa. EdiçãoComunidade Teúrgica Portuguesa, Sintra, 2011.

Alice A. Bailey, Iniciação Humana e Solar . Fundação Cultural Avatar, Niterói – Rio deJaneiro, 1975.

C. W. Leadbeater, Os Mestres e a Senda. Editora Pensamento, São Paulo, 1977.

Textos Internos da Comunidade Teúrgica Portuguesa.