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A PRÁTICA CLÍNICA
Me. Joanne Lamb Maluf
Processo Diagnóstico;
Intervenção Psicopedagógica;
Ferramentas de atendimento psicopedagógico;
- DIAGNÓSTICO -
Conhecimento (efetivo ou em confirmação) sobre algo,
ao momento do seu exame;
Descrição minuciosa de algo, feita pelo examinador, classificador ou pesquisador;
Juízo declarado ou proferido sobre a característica, a composição, o comportamento, a natureza etc. de algo, com base nos dados e/ou informações deste obtidos por meio de exame.
FONTE: http://www.dicionarioinformal.com.br/diagn%C3%B3stico/
Todo diagnóstico Psicopedagógico (Pp)
é, em si, uma investigação do que não
vai bem com o sujeito em relação a uma
conduta esperada.
WEISS (2002)
O diagnóstico Pp é o esclarecimento de
uma QUEIXA, do próprio sujeito, da
família e, na maioria das vezes, da
escola.
O diagnóstico Pp é composto de vários
momentos que temporal e
espacialmente tomam dimensões
diferentes conforme a necessidade de
cada caso.
WEISS (2002)
O diagnóstico Psicopedagógico não
implica apenas a aplicação e o uso de
provas e testes, mas exige outras
medidas e técnicas de avaliação, além
de trabalho de investigação, análise e
síntese de dados.
O Psicopedagogo deve preocupar-se em aperfeiçoar as técnicas de diagnóstico, procedendo a investigação sistemática:
Características pessoais (habilidades e limitações);
Meio socioeconômico;
Ambiente familiar;
Nível de adaptação e de aproveitamento escolar do paciente;
Etc.
O momento de avaliação é
uma etapa fundamental no
trabalho clínico!!!
O objetivo principal do diagnóstico
psicopedagógico é a identificação e o
entendimento das causas que provocam
determinado sintoma, determinada
dificuldade de aprendizagem.
Através do diagnóstico Pp busca-se
identificar as causas dos bloqueios que
se apresentam nos sujeitos com
dificuldades de aprendizagem (D.A)
Estes bloqueios podem apresentar-se de diferentes formas, por exemplo:
baixo rendimento escolar;
agressividade;
falta de concentração;
agitação;
etc.
O Psicopedagogo precisa considerar todos os aspectos objetivos e subjetivos observados nos diversos âmbitos:
Cognitivo;
Familiar;
Pedagógico;
Social.
Pessoal
Familiar atual Familiar passado
Sociocultural Educacional
Aprendizagem Sistemática
O diagnóstico Pp é um processo
compartilhado de coleta de dados e
informações relevantes dentro de uma
situação de ensino e aprendizagem.
SAMPAIO (2009)
A investigação psicopedagógica
permanece durante todo o trabalho
diagnóstico por meio de intervenções e
da “escuta psicopedagógica”.
“O diagnóstico para o terapeuta deve
ter a mesma função que a rede para o
equilibrista”.
FERNÀNDEZ (1990)
Portanto, o diagnóstico é a base que
possibilita suporte ao psicopedagogo
para que este faça o encaminhamento
necessário.
A maneira de realizar o diagnóstico
clínico varia entre os profissionais,
dependendo da postura teórica adotada.
Qualquer que seja a forma da primeira
entrevista, é importante dela se
extraírem contribuições para o
conhecimento e compreensão do
paciente nas áreas cognitiva, afetivo-
social e pedagógica e a possibilidade de
contextualização do quadro geral.
- EPISTEMOLOGIA CONVERGENTE –
VISCA (1987)
O diagnóstico começa com a consulta
inicial (dos pais ou do próprio paciente)
e encerra com a devolução.
Antes do início das sessões com o paciente, faz-se uma entrevista contratual com a mãe e/ou pai e/ou responsável, objetivando:
colher os dados pessoais;
saber o motivo da consulta (queixa);
ouvir as expectativas da família;
esclarecer sobre o trabalho psicopedagógico (identidade);
realizar o enquadramento.
A entrevista contratual é um contrato realizado com os pais ou responsáveis do paciente que será avaliado;
Objetivo: colher os dados pessoais e ouvir a queixa que trazem sobre o problema que a criança apresenta.
- CONTRATO -
- ENQUADRAMENTO -
Etapa importante e deve ser realizada na entrevista contratual com os responsáveis:
Tempo: sessão de 50 minutos;
Lugar: consultório;
Frequência: duas vezes por semana*
Duração: oito a dez sessões*
Os profissionais que optam pela linha
da Epistemologia Convergente realizam
a anamnese após as provas para que
não haja “contaminação” em função das
informações trazidas pela família.
Porém, alguns profissionais optam em
iniciar com a anamnese.
MOTIVO DA CONSULTA/QUEIXA (ESCOLA; PAIS; PROFISSIONAIS);
HISTÓRIA DE VIDA / ANAMNESE (FAMÍLIA);
4/5 SESSÕES DE AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA (INSTRUMENTOS);
ANÁLISE DO MATERIAL ESCOLAR;
ENTREVISTA ESCOLAR;
DEVOLUÇÃO – PROGNÓSTICO/ENCAMINHAMENTO(S)
DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO
QUEIXA – PRIMEIRO CONTATO TELEFÔNICO
Quando a família realiza o primeiro
contato telefônico com o terapeuta, já
está se efetuando um movimento
interno nela, o que pode ser o início de
uma mudança.
Faz-se necessário considerar, sempre,
a grande carga de ansiedade
depositada pelos pais nesse primeiro
contato, pois é um movimento que
poderá vir a se definir pró ou contra a
avaliação.
MOTIVO DA CONSULTA
MOTIVO DA CONSULTA
A queixa não é apenas uma frase falada
no primeiro contato, ela precisa ser
escutada ao longo de diferentes
sessões diagnósticas, sendo
fundamental refletir-se sobre o seu
significado.
As múltiplas formulações feitas pelos pais,
pela escola e pelo próprio paciente em sua
autovisão precisam ser analisadas;
Há nestas frases, pistas diversas que levam
à construção do fio condutor da anamneses
e às vezes, do próprio diagnóstico.
No atendimento a adolescentes e a
jovens adultos, a primeira entrevista
pode ser marcada por eles próprios e,
neste momento, apresentam a queixa
elaborada por eles mesmo.
Caberá ao Psicopedagogo desvendar a
QUEIXA e tomar conhecimento do
SIGNIFICADO da mesma.
HISTÓRIA DE VIDA
SESSÕES DE DIAGNÓSTICO
SESSÃO N.1
Vínculo com o paciente/ Entrevista com o paciente;
Hora do jogo;
Prova projetiva: Par Educativo;
Desenho livre;
Jogo (estruturado/livre)
O primeiro encontro do terapeuta com o
paciente é carregado de ansiedade de
ambas as partes.
Cada um deposita nesse encontro questões diferentes como:
O que acontece comigo?
Sou doente?
Sou burro?
O que será que a professora falou para ele(a)?
___________________________________________
Será que ele(a) me aceitará?
Será que descobrirei o que acontece?
Vínculo com o paciente/
Entrevista com o paciente
Subjetividade;
Empatia
Desejo de aprender;
Lúdico;
ENTREVISTA
ENTREVISTA
O LÚDICO NO PROCESSO
DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO
Todo profissional que trabalha com
crianças sente que é indispensável
haver um espaço e tempo para a
criança BRINCAR e assim melhor se
comunicar, se revelar.
No brincar, a criança constrói um
espaço de experimentação, de transição
entre o mundo interno e o mundo
externo.
HORA DO JOGO DIAGNÓSTICO
ENQUADRAMENTO ESPECÍFICO
Para a sessão lúdica são necessárias algumas combinações:
Uso da sala;
Uso do tempo;
Uso do material disponível;
Limites gerais de segurança pessoal, de conservação do material e da sala;
Papel d terapeuta: sua participação direta ou não nas diferentes situações (observar, compreender, cooperar, ser participante ativo, registrar, etc.)
- MATERIAL -
Dependerá do objetivo específico da
sessão, do tempo disponível e da idade
da criança.
Sugestões de materiais
Folhas de papel (brancas, pautadas, coloridas);
Lápis;
Apontador;
Tesoura*;
Canetinhas, lápis de cor, giz de cera;
Revistas;
Régua;
Pedaços de madeira
Cola*;
Massa de modelar;
Argila;
Tinta;
Pincéis;
Fantoches;
Miniaturas
Animais;
Etc.
- CAIXA -
Pode-se apresentar estes materiais em diferentes modalidades:
Inclusão em uma caixa;
Colocar o material (classificado) em uma mesa;
Forma mista.
- CONSIGNA -
“Você pode usar esse material para
brincar como quiser. Um pouco antes de
acabar o tempo eu aviso você.”;
OBSERVAÇÃO E AVALIAÇÃO DE
ATIVIDADES LÚDICAS
WEISS (2002)
A escolha do material e da brincadeira;
O modo de brincar;
A relação com o terapeuta;
Muitas situações podem ser
observadas, faz-se importante focar no
vetor APRENDIZAGEM e investigar o
que está envolvido nesse processo e
sua relação com a queixa de
aprendizagem.
É fundamental relacionar o observado
com os dados obtidos nos testes e nas
entrevistas de anamnese.
PROVAS PROJETIVAS
PSICOPEDAGÓGICAS
VISCA, J. Técnicas projetivas psicopedagógicas e pautas gráficas
para sua interpretação. Buenos Aires: Visca & Visca, 2011.
Investigam 3 domínios:
ESCOLAR;
FAMILIAR;
CONSIGO MESMO.
WEISS (2003)
PAÍN (1992)
PAÍN (1992)
- ESCOLAR -
Par Educativo (o vínculo de aprendizagem);
Eu com meus colegas (o vínculo com os colegas de sala de aula);
A planta da sala de aula (a representação do campo geográfico da sala e as
localizações, real e desejada da mesma).
- FAMILIAR -
A planta da minha casa (a representação do campo geográfico do lugar em que
mora e a localização real dentro do mesmo);
As quatro partes de um dia (os vínculos ao longo do dia);
Família educativa (o vínculo de aprendizagem com o grupo familiar e cada
um dos integrantes do mesmo)
- CONSIGO MESMO -
O desenho em episódios ( a delimitação da continuidade da identidade psíquica em função da
quantidade dos afetos);
O dia do meu aniversário (a representação que se tem de si e do contexto físico e sociodinâmico em um momento de transição de uma idade a outra);
Nas minhas férias (as atividades escolhidas durante o período de férias escolares);
Fazendo o que mais gosto (o tipo de atividade de que mais gosta)
VISCA (2011)
- IDADE -
- OBSERVAR -
PROVA PROJETIVA
PSICOPEDAGÓGICA:
PAR EDUCATIVO
POSIÇÃO DA FOLHA
TAMANHO TOTAL DO DESENHO
TAMANHO DOS PERSONAGENS
TAMANHO DOS OBJETOS
POSIÇÃO DOS PERSONAGENS
DISTÂNCIA ENTRE OS PERSONAGENS E
O OBJETO DE APRENDIZAGEM
TÍTULO DO DESENHO
RELATO
NOMES E IDADES
Há correspondência com o entrevistado;
Não há correspondência com o
entrevistado.
LOCAL DA CENA*
Âmbito escolar - melhor vínculo com a
aprendizagem sistemática, podendo ser
positiva ou negativa;
Âmbito extraescolar – melhor vínculo
com a aprendizagem assistemática.
- DESENHO LIVRE -
“O desenho
fala do
sujeito, da
sua
subjetividade,
da sua
posição frente
ao mundo”
O que torna o ato de desenhar
propício para a projeção
• O sujeito é “livre” para dizer ou fazer o que quiser, o
que o permite revelar o seu desejo;
• Liberdade de tempo;
• Não há bons ou maus desenhos;
• É possível ao sujeito falar sobre sua produção .
O que pode ser projetado através do desenho
A percepção consciente e inconsciente do sujeito em relação a si mesmo e as pessoas significativas do seu ambiente;
Sua forma de agir, atuar e se posicionar frente ao mundo;
Conflitos e sentimentos inconscientes;
Coisas que o sujeito não seria capaz de expressar em palavras, mesmo que consciente;
O que pode ser observado durante
a atividade
Observar qual é a sua postura frente a essa atividade:
•Ele se entrega confiante e confortavelmente a tarefa?
•Expressa dúvidas sobre sua habilidade e, nesse caso,
expressa essas dúvidas direta ou indiretamente,
verbalmente, ou através de atividade motora?
•Realiza movimentos, ou exibe expressões verbais que
revelam insegurança, ansiedade, autocrítica etc.
* IMPORTANTE *
Durante o diagnóstico psicopedagógico, o profissional deve levar em consideração TODO o processo avaliativo, jamais apenas a leitura do desenho como recurso isolado.
- JOGO ( ESTRUTURADO)
Estabelecimento de regras.
SESSÃO N.2
Análise do material escolar;
Prova projetiva: Família Educativa;
Jogo (estruturado/livre);
25 palavras do ditado balanceado.
MATERIAL ESCOLAR
- TÉCNICA PROJETIVA -
PROVA PROJETIVA
PSICOPEDAGÓGICA:
Família Educativa
“Desenhe a sua família, cada um fazendo
o que sabe fazer”
Ditado Balanceado - escrita
- DITADO BALANCEADO -
Autoria: Sônia Moojen
MOOJEN, S. A escrita ortográfica na escola e na clínica: teoria, avaliação e tratamento. São Paulo: Casa do psicólogo, 2009.
SESSÃO N.3
Provas operatórias (Piaget)– diagnóstico operatório;
Teste de memória (curto prazo e trabalho);
Teste de atenção;
Leitura/Interpretação de texto;
25 palavras do Ditado Balanceado.
A aplicação das provas operatórias
permitem ao investigador, conhecer o
funcionamento e o desenvolvimento das
funções lógicas do sujeito.
SAMPAIO (2009)
Permite investigar o nível cognitivo em
que a criança se encontra e se há
defasagem em relação à sua idade
cronológica, ou seja, um obstáculo
epistêmico.
Ao aplicar a prova, deve-se evitar
aplicar diversas provas de conservação
em uma mesma sessão para que não
haja contaminação das respostas.
A aplicação das provas operatórias tem
como objetivo determinar o nível de
pensamento do sujeito realizando uma
análise quantitativa, e reconhecer a
diferenças funcionais realizando um
estudo predominantemente qualitativo.
VISCA (1995)
É interessante que se altere entre
provas de conservação, classificação e
seriação.
Anotar/gravar a fim de compreender
detalhadamente todas as respostas e
comportamentos do paciente.
Para a AVALIAÇÃO as respostas são divididas em:
Nível 1 – Não há conservação, o sujeito não atinge o nível operatório nesse domínio;
Nível 2 ou intermediário: As respostas apresentam oscilações, instabilidade ou não são completas. Em um momento conservam, em outro não.
Nível 3 – As respostas demonstram aquisição da noção, sem oscilação.
ARGUMENTOS
É fundamental que o investigador
sempre questione ao final de cada
resposta “Como sabe? Pode me
explicar?”
Caso não seja questionado, perde-se a oportunidade de observar como o sujeito está pensando, bem como sua capacidade de argumentação e expressão verbal.
• Método Clínico
- ARGUMENTO -
Identidade;
Reversibilidade;
Compensação.
ARGUMENTO DE IDENTIDADE
“Tem a mesma quantidade porque não
tirou nem colocou nada.”
ARGUMENTO DE REVERSIBILIDADE
“Porque se voltar a fazer uma bola, terá a
mesma quantidade de massa que esta
outra bola.”
ARGUMENTO DE COMPENSAÇÃO
“Este vaso é mais alto, mas este é mais
fino.”
“Este é mais alto, porém este é mais
baixo.”
“As fichas só estão mais separadas.”
A criança poderá conservar, mas
também poderá apresentar dificuldade
nas argumentações.
ESTRATÉGIAS DO
ENTREVISTADOR
VISCA ( 1995)
O entrevistado deverá reconhecer a
igualdade inicial das bolinhas de
massa, das quantidades de líquido nos
dois copos, no conjunto de fichas, na
superfície verde, ou reconhecer a
diferença inicial no caso da prova de
comprimento; do contrário, não será
possível dar continuidade à prova.
Antes de dar continuidade á prova, é
importante confirmar se o sujeito
estabeleceu mesmo a
igualdade/diferença inicial.
“E então, como temos em quantidade
de massa/líquido, será que neste há
mais, menos ou há a mesma
quantidade que neste outro?
Caso o sujeito não reconheça a
igualdade/diferença não continuar a
aplicação da prova.
Faz-se a pergunta quando o
entrevistado responde sem explicar;
“Como sabes?
Pode me explicar?
Por que você acha que tem ....?
Antes de realizar o retorno empírico, pergunta-se ao entrevistado, por exemplo:
“Se você voltar a fazer uma bola com esta salsicha, ela ficará com a mesma
quantidade que esta bola, ficará com mais ou com menos?”
*** Aguardar a resposta antes de voltar ao retorno inicial.
Realiza-se concretamente o retorno ao
estado inicial;
Depois, passa-se para a próxima
modificação.
Se o sujeito conservar, deve-se inverter
a pergunta para observar se ele
mantém a explicação;
“Mas veja, esta salsicha está fininha,
será que ela não tem menos quantidade
de massa que na bola?”
A criança que já possui a noção de
conservação não mudará sua
resposta/explicação.
Se o sujeito não conservar, faça-o
lembrar da situação anterior em que a
bola se encontrava: “você lembra que,
quando era bola você havia me dito que
tinham a mesma quantidade?”
Se o sujeito responder que tem a
mesma quantidade, peça-lhe que
explique porque mudou de opinião.
O sujeito poderá dizer que tem a
mesma quantidade depois da contra-
argumentação, mas está oscilando na
opinião*
* encontra-se no nível de transição entre
o pré-operatório e o operatório concreto.
As contra-argumentações valem para
TODAS as provas de conservação.
“Uma vez um menino me disse que, na salsicha, havia menos do que na bola,
você acha que ele estava certo ou errado?”
* Fazer esta contra-argumentação em TODAS as provas de
conservação.
É realizada na prova de conservação de pequenos conjuntos discretos de elementos.
Ao final da prova, tapa-se com as mãos* uma das coleções de fichas e pergunta-se:
“Conte as fichas. Pode me dizer quantas fichas há embaixo de minhas mãos?
Como sabe?”
Pode-se sugerir a comprovação e uma
hipótese do sujeito de maneira concreta,
por exemplo:
Pesar, introduzir dois volumes iguais em
recipientes iguais que contenham igual
quantidade de líquido.
Esta etapa deverá ser feita se necessária.
Algumas crianças não obtém êxito em
uma das provas, mas apresentam
acerto operatório nas demais. É preciso
analisar o resultado geral das provas e
compreendê-las de forma qualitativa.
“Crianças muito dependentes dos adultos
podem ficar intimidadas com a contra-
argumentação do terapeuta, e passar a
concordar com o que ele fala, deixando de
lado a operação que já são capazes de fazer.
(WEISS, 2003)
- APLICAÇÃO -
Elaboração cuidadosa das perguntas, evitando-se erros e consequente alteração no resultado das provas.
Aplicação de um pequeno número de provas de conservação, em uma mesma sessão.
- APLICAÇÃO -
Precaução para que não haja uma possível contaminação das respostas do sujeito.
Alternância entre as provas de conservação, classificação e seriação.
Kit de Provas Piagetianas
1. Conservação de pequenos conjuntos discretos de
elementos;
2. Conservação da superfície;
3. Conservação de quantidade de líquido;
4. Conservação de quantidade de matéria;
5. Conservação de peso;
6. Conservação de volume;
7. Conservação de comprimento;
8. Mudança de critério (dicotomia);
9. Inclusão em classes;
10. Interseção de classes;
11. Seriação de palitos;
12. Combinação de fichas;
13. Predição.
AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO
LÓGICO COM BASE NAS EXPERIÊNCIAS
PIAGETIANAS
GOULART, I. Piaget: experiências básicas para a utilização pelo professor. Petrópolis: Vozes, 1995
VISCA, J. O diagnóstico operatório na prática psicopedagógica. São Paulo: Pulso Editorial, 2008.
SAMPAIO, S. Manual prático do diagnóstico psicopedagógico. Rio de Janeiro, 2009.
1. CONSERVAÇÃO DE PEQUENOS CONJUNTOS DISCRETOS
DE ELEMENTOS
2. CONSERVAÇÃO DA SUPERFÍCIE
3. CONSERVAÇÃO DE QUANTIDADE - LÍQUIDO
4. CONSERVAÇÃO DE QUANTIDADE - MATÉRIA
5. CONSERVAÇÃO DE PESO
6. CONSERVAÇÃO DO VOLUME
7. CONSERVAÇÃO DE COMPRIMENTO
8. MUDANÇA DE CRITÉRIO ( DICOTOMIA)
MUDANÇA DE CRITÉRIO ( DICOTOMIA)
9. QUANTIFICAÇÃO DE INCLUSÃO DE CLASSES
10. INTERSECÇÃO DE CLASSES
11. SERIAÇÃO DE PALITOS
PROVAS DE PENSAMENTO
FORMAL
12. COMBINAÇÃO DE FICHAS
13. PREDIÇÃO
- MÉTODO CLÍNICO -
MÉTODO CLÍNICO – Jean Piaget
É um procedimento para investigar
como as crianças pensam, percebem,
agem e sentem, que procura descobrir o
que não é evidente no que os sujeitos
fazem ou dizem, o que está por trás da
aparência de sua conduta, seja em
ações ou palavras (Delval, 2002).
O que o diferencia de outros métodos
é a intervenção sistemática do
experimentador diante da atuação do
sujeito e como resposta às suas
ações ou explicações
O experimentador procura analisar o
que está acontecendo e esclarecer
seu significado.
O experimentador deve se perguntar
a cada momento qual é o significado
da conduta do sujeito e a relação com
suas capacidades mentais.
A intervenção deve ser flexível e
sensível ao que o sujeito está fazendo.
A intervenção sistemática do
experimentador ocorre como reação às
ações ou respostas do sujeito e sempre
é guiada pela tentativa de descobrir o
significado de suas ações ou
explicações.
INTERVIR # INTERFERIR
Os sujeitos têm uma estrutura de
pensamento coerente, constroem
representações da realidade à sua
volta e revelam isso ao longo da
entrevista ou de suas ações.
O interesse está menos voltado ao
sujeito individual do que às
características gerais da forma de
explicar ou de resolver um problema.
O sujeito tem uma concepção do
mundo, geralmente implícita, da qual
ele próprio não tem consciência, mas
é dela que se vale para dar sua
explicação.
O experimentador deve buscar
esclarecer qual é o sentido dos
termos utilizados pela criança dentro
da estrutura mental deste sujeito
(criança)
É preciso que o experimentador vá
formulando hipóteses acerca da
explicação dada pelo sujeito, de suas
razões e de seu sentido, e
modificando-as ao mesmo tempo.
O experimentador deve modificar
suas perguntas ou a situação
experimental em função da conduta
ou das respostas do sujeito.
PROTOCOLOS
SAMPAIO, S. Manual prático do diagnóstico psicopedagógico. RJ, 2009.
- MEMÓRIA -
CAPPELINI, S.; MYTHE, II. Protocolo de avaliação de habilidades cognitivo-linguísticas. Marília: Fundep, 2008.
Memória Imediata
Ordem direta;
Ordem indireta.
Avaliação de aritmética;
Avaliação de consciência
sintática;
Avaliação da atenção;
etc.
CAPOVILLA, F.; SEABRA, A. Teoria e pesquisa em avaliação neuropsicológica.
São Paulo: Memnon, 2009.
Leitura/Interpretação de texto
- LEITURA -
Avaliar os aspectos de leitura ( tom de
voz; entonação; fluência; dificuldades
durante o ato de leitura; posição
corporal, etc);
INTERPRETAÇÃO DO TEXTO
Escolha do texto com nível adequado;
Questionamentos diretos e indiretos;
Capacidade de síntese;
Compreensão do fato principal;
Etc.
SESSÃO N.4
Teste de aritmética;
Produção textual;
Orientação espacial.
Produção textual
Orientação espacial
Noções de lateralidade;
Noções espaciais;
Coordenação motora;
Equilíbrio;
Preensão do lápis
Etc...
SESSÃO N.5
Orientação temporal;
Jogo (estruturado/livre);
Outra(s) atividade(s).
ORIENTAÇÃO TEMPORAL Você sabe me dizer que dia
é hoje?
Que dia vem antes de quarta?
Quantos meses há no ano? Quais são?
Em que mês estamos?
Em que mês comemoramos o Natal?
Quantas horas possui um dia?
Quais são as estações do ano?
Quantas horas tu fica na escola?
O que passa mais rápido:
- Uma semana ou sete dias?
- Doze meses ou um ano?
HIPÓTESE(S) DIAGNÓSTICA(S)
A hipótese responde à indagação do
problema de aprendizagem
anunciado no momento de
apresentação da queixa da
dificuldade de aprendizagem.
Ao elaborar uma hipótese, o
psicopedagogo/pesquisador nada
mais faz do que antecipar respostas
para o a queixa, e o faz em forma de
enunciado que o orientará na
condução de seu trabalho.
Hipótese é sinônimo de suposição.
Neste sentido, hipótese é uma
afirmação categórica (uma
suposição), que tende a responder ao
problema de aprendizagem
anunciado inicialmente.
É uma pré-solução para o problema
levantado.
A partir das afirmações da hipótese,
o psicopedagogo/pesquisador irá
coletar dados para verificar se elas
realmente ocorrem ou não.
DEVOLUÇÃO E
ENCAMINHAMENTO(S)
Devolução é uma comunicação verbal
feita ao final de toda a avaliação, em
que o terapeuta relata aos pais e ao
paciente os resultados obtidos ao longo
do diagnóstico psicopedagógico.
Não é suficiente apenas apresentar
conclusões;
Aproveitar o espaço para que os pais
assumam a situação em todas as suas
dimensões.
A entrevista de devolução não é um
momento isolado do diagnóstico, mas
uma parte de um processo iniciado com
o primeiro contato telefônico, parte de
um continuum que se prolonga no
tratamento.
WEISS (2002)
ENCAMINHAMENTO (S)
Após a devolução, faz-se necessário
o(s) encaminhamento(s) do paciente a
outros profissionais ou a nova etapa, a
intervenção psicopedagógica.
No caso de iniciar-se uma intervenção
psicopedagógica com o terapeuta que
realizou o diagnóstico, faz-se
necessário o estabelecimento de um
novo „contrato‟ com novas combinações.
INFORME PSICOPEDAGÓGICO
WEISS (2002)
Finalidade: resumir as conclusões a que
chegou o terapeuta na busca de
respostas às perguntas inicias que
motivaram o diagnóstico
psicopedagógico.
REFERÊNCIAS
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Alegre: Artes Médicas, 2007.
_____. Dificuldades de Aprendizagem: o que são? Como tratá-las? Porto Alegre: ArtesMédicas,
2000.
CORDIÉ, Anny. Os atrasados não existem: psicanálise de crianças com fracasso escolar. Porto
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FAGALI, Eloísa Quadros. “Por que” e “como” psicopedagogia institucional? Revista
Psicopedagogia. São Paulo: ABPp, v.17, n.46, 1998.
FONSECA, Sônia Azambuja. A formação do psicopedagogo: análise e reflexão. Revista
Psicopedagogia. São Paulo: ABPp, v. 13, n.28, 1994.
GONÇALVES, Júlia E. Transfer... o processo de transferência em psicopedagogia. Revista
Psicopedagogia. São Paulo: ABPp, v.19, n.52, 2000.
GOULART, I. Piaget: experiências básicas para a utilização pelo professor. Petrópolis: Vozes,
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MOOJEN, S. A escrita ortográfica na escola e na clínica: teoria, avaliação e tratamento. São
Paulo: Casa do psicólogo, 2009.
____________. Conceito de Psicopedagogia: uma prática para além do conceito teórico. Revista
Psicopedagogia. São Paulo: ABPp, v. 18, n.48, 1999.
_____. Dificuldades ou transtornos de aprendizagem? IN: RUBINSTEIN, Edith (org.)
Psicopedagogia: uma prática, diferentes estilos. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999.
NOFFS, Neide de Aquino & RACHMAN, Vivian C. B. Psicopedagogia e saúde: reflexões sobre a
atuação psicopedagógica no contexto hospitalar. Revista Psicopedagogia. São Paulo: ABPp, v.24,
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SAMPAIO, Simaia. Breve histórico da Psicopedagogia. IN:
http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/breve_historico.htm
VISCA, J. O diagnóstico operatório na prática psicopedagógica. São Paulo: Pulso Editorial, 2008.