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A PRODUÇÃO DE ARROZ VERMELHO NO VALE DO PIANCÓ E AS AÇÕES DE...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL MODALIDADE A DISTÂNCIA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
A PRODUÇÃO DE ARROZ VERMELHO NO VALE DO PIANCÓ E AS
AÇÕES DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O SETOR – Um Estudo de
Caso sobre o Município de Santana dos Garrotes - PB
Francimária Florentino de Souza
Pós-graduando lato sensu em Gestão Pública Municipal - UFPB
Débora Gerlane Gomes de Alcântara
Professora do Departamento de Economia - UFPB
RESUMO
O presente estudo analisa a produção do arroz vermelho no município de Santana dos
Garrotes, Estado da Paraíba. Trata-se de um estudo de caso, realizado através de pesquisa de
campo e aplicação de questionário junto à duas comunidades rurais mais representativas do
município. A pesquisa engloba aspectos como: infraestrutura, renda do produtor, sistema de
produção, comercialização, organização social, assistência técnica e de crédito. O estudo tem
caráter exploratório, com aspectos qualitativos e quantitativos. Os resultados revelam que a
maioria dos agricultores tem renda de um salário mínimo, sua produção é destinada ao
consumo da família e a outra parte é comercializada. Vale ressaltar que os agricultores
trabalham sem uso de tecnologia. Além disso, pode-se constatar que os agricultores são
beneficiados por crédito rural, só que desviam para outras finalidades. Mesmo enfrentando
vários obstáculos, a produção do arroz vermelho nos últimos anos vem aumentando devido à
organização dos agricultores na busca de melhorias para a sua produção e comercialização.
Foi comprovada que a cultura do arroz vermelho é uma importante alternativa de sustento,
renda e geração de emprego. Observou-se que a região do Vale do Piancó foi destaque no
ano de 2011, sendo responsável pelo 3º lugar ocupado pela Paraíba na produção do arroz
vermelho. É nesta região onde o arroz consegue se sustentar, mesmo enfrentando
insuficiência de políticas públicas para o setor, pois com avanços conseguidos pela associação
dos produtores de arroz vermelho, os agricultores estão começando a criar novas perspectivas
e a confiar no seu produto.
Palavras chaves: Agricultura. Arroz vermelho. Políticas Públicas.
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1-INTRODUÇÃO
A agricultura é uma das mais importantes atividades do mundo, pois fornece a maior
parte dos nossos alimentos e bebidas. Quanto maior é a produção agrícola e a produtividade
maior será a economia dos pais, via de regra, representando no caso do Brasil, mais que o
dobro do valor da produção animal e vegetal extrativista juntas. Nela estão incluídas as
lavouras temporárias tais como algodão herbário, amendoim, arroz, feijão, milho, soja, trigo,
dentre muitas as culturas permanentes, a exemplo do algodão arbóreo, café, laranja e outras.
A produção agrícola existe desde o século XVI, mas até hoje não é dada a importância
necessária para a expansão, ou seja, apesar de existir o Ministério da Agricultura, pouca
contribuição é dada aos agricultores, no que se refere à capacitação e linhas de crédito para
que os agricultores possam aumentar a produção e a produtividade. O acesso ao crédito é
fundamental para a aquisição de equipamentos, organização dos produtores e maior
divulgação do arroz vermelho.
O arroz vermelho foi introduzido no Brasil pelos portugueses no século XVI, na então
capitania de Ilhéus. No entanto, ali não conseguiu se desenvolver, mas teve grande aceitação
no Maranhão nos dois séculos seguintes. Em 1772 o cereal foi até proibido de ser cultivado
pelo Governador do Maranhão. Com isso, a produção migrou para região semi-árida, onde
ainda é encontrado, principalmente no estado da Paraíba (PEREIRA, 2004; SLOW FOOD,
2010).
A Paraíba é o maior Estado produtor de arroz vermelho do Brasil e onde ele ainda é
conhecido como “arroz da terra”, sendo sua produção concentrada nas regiões do Vale do
Piancó e Vale do Rio do Peixe (PEREIRA, 2004).
O Vale do Piancó é uma área no sul do Estado da Paraíba bastante reconhecida por sua
produção de arroz vermelho, uma variedade da espécie Oryza sativa. Os agricultores do Vale,
com suas lavouras de subsistência, enfrentam uma série de problemas, entre eles, a falta de
assistência técnica e apoio de qualquer natureza. Existem muitas reivindicações quanto ao
baixo preço cobrado pelo produto, falta de tecnologias, assistência técnica insuficiente e falta
de inventivo à comercialização do produto por parte da gestão pública municipal. Com base
no contexto exposto pretende-se investigar as dificuldades que os agricultores têm em adquirir
novos recursos para construção de seu plantio e ampliação de sua capacidade de produção.
Nesse sentido questiona-se: Qual o papel das ações municipais e de outras entidades
governamentais no sentido de apoiar a Associação dos Pequenos Produtores de Arroz
Vermelho de Santana dos Garrotes - PB?
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Santos (2004) ressalta que o reconhecimento destas peculiaridades é fundamental na
formulação de estratégias e de políticas de incentivo ao desenvolvimento da agricultura
familiar, visto que permite a convergência de esforços entre as diferentes classes sociais, onde
o entendimento torna-se importante para o desenvolvimento econômico local.
O trabalho da terra é uma atividade econômica de singular importância para o
desenvolvimento de diferentes países, pois, sem ele, nenhum progresso duradouro, livre,
soberano e estável poderá estabelecer-se em qualquer sociedade. Com a evolução dos
métodos e tecnologias agrícolas surgiu à passagem da agricultura empírica para a chamada
agricultura científica. A agricultura científica é, nos dias atuais, a resposta tecnológica às
questões de produtividade e produção, ainda permitem sérias controvérsias sobre a forma de
equacioná-las e, principalmente, sobre as reais possibilidades de superá-las face às dimensões
socioeconômicas que as envolvem e dos problemas de ajustamento que criam e gravam.
(HONÓRIO 1987, P. 73-74.).
Baseado neste contexto, o presente trabalho estuda a produção de arroz vermelho no
Vale do Piancó, em especial no município de Santana dos Garrotes-PB, buscando investigar
as possíveis ações da Gestão Pública Municipal quanto ao cultivo e incentivo a
comercialização da produção. Observar o desenvolvimento da rizicultura e a forma com que
os agricultores vêm atuando em suas lavouras é de fato entender que com força de vontade e
organização não existem obstáculos.
Para tanto, definiu-se como objetivo geral analisar a viabilidade do cultivo do arroz
vermelho como alternativa de sustento e renda para os agricultores do Vale do Piancó. A
título de objetivos específicos buscou-se: Caracterizar a evolução da cultura do arroz
vermelho na região do Vale do Piancó; Identificar os problemas enfrentados pelos
agricultores nas suas lavouras; Averiguar qual o papel da Associação dos pequenos
agricultores de arroz vermelho; Levantar estatísticas sobre a produção e comercialização do
produto.
Para melhor compreensão, o artigo está assim estruturado: Fundamentação teórica,
apresentando as temáticas políticas públicas na agricultura Brasileira, política agrícola do
ministério da agricultura, produção e comercialização do arroz vermelho; Os Procedimentos
metodológicos, demonstrando o uso de pesquisa de campo, onde foram levantadas
informações junto aos agricultores de duas comunidades rurais do município de Santana dos
Garrotes-PB. Também foram realizadas entrevistas com o secretário de agricultura do
município e o presidente da associação de produtores do arroz vermelho; Nas análises, estão
expostos os resultados da pesquisa, destacando-se o histórico da evolução da produção arroz
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vermelho, estatísticas da produção, comercialização e renda dos agricultores e as ações da
gestão pública municipal e órgãos envolvidos na expansão do arroz vermelho; Por último,
apresenta-se a conclusão dos resultados alcançados.
2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1- Políticas Públicas na Agricultura Brasileira
As políticas agrícolas, de 1930 a 1965 são bem conhecidas, bem como o deslocamento
do centro dinâmico da economia. A partir do início dos anos 30, a decadência do café impôs
diversificação das atividades agrícolas e dinamização do processo de industrialização pelas
novas possibilidades que se abriam de importações. O setor agrícola, antes confundido com o
setor exportador, abre-se para a produção para o mercado interno, embora continue e
desempenhar papel fundamental no comércio brasileiro. (GRAZIANO, 1998).
Nessa época cresce a classe média urbana, dentro da qual se destacavam a burocracia
civil e militar, grupos financeiros internacionais, os comerciantes e os novos industriais que
surgiam sob a proteção da política cambial. A política cambial articulava os interesses dos
segmentos dominantes da burguesia brasileira. Na década de 60, particularmente em seus
anos finais, havia um conjunto de condições macroeconômicas e políticas internas que
possibilitaram uma mudança qualitativa no padrão de desenvolvimento da agricultura e no
lugar que ela passava a ocupar no padrão geral de acumulação do país.
A política de crédito rural subsidiado não apenas permitiu reunificar os interesses das
classes dominantes em torno da estratégia de modernização conservadora da agropecuária
brasileira, como também possibilitou ao Estado restabelecer o seu poder regulador
macroeconômico mediante uma política monetário-financeira expansionista. ( ibid., 1998).
A política agrícola brasileira, nos anos 70, foi caracterizada pelo modelo de
intervenção planejada, visando à promoção de mudanças estruturais, na base técnica,
econômica ou social. O principal instrumento de política nos anos 70 a 80 foi o crédito rural
que viabilizou e consolidou a agricultura. No caso das agroindústrias, as políticas tenderam a
ter caráter mais especifico ligada a certas atividades, produtos e a programas de
desenvolvimento rural integrado nas regiões mais atrasadas. A política de crédito rural
subsidiado não apenas permitiu reutilizar os interesses das classes dominantes em torno da
estratégia de modernização conservadora da agropecuária brasileira, como também
possibilitou ao estado restabelecer o seu poder regulador macroeconômico mediante uma
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política de crédito rural é considerada o carro- chefe da política de modernização
conservadora até o final dos anos 70. (GRAZIANO, 1998).
No final da década de 80 e, principalmente nos anos 90, esse modelo também entrou
em crise, em razão das inconsistências internas das políticas voltadas para o setor agrícola,
bem como das inconsistências entre estas políticas setoriais e as ações no plano
macroeconômico, mormente aquelas voltadas para a estabilização monetária. A política
agrícola dessa época teve importância para as políticas macroeconômicas, sobretudo a partir
dos pacotes econômicos e da liberalização. (BUAINAIN, 1997).
Os agricultores familiares nunca tiveram organização e força a ponto de influenciar as
instituições governamentais que tomam as principais decisões de política agrícola. Além
disso, nos últimos anos, com os ditames neoliberais, a política agrícola tornou-se subsidiária e
está hoje completamente submetida às determinações macroeconômicas, prevalecendo sempre
às políticas fiscal, monetária e cambial. ( DENARDI, 2001).
No momento atual, observando a experiência da política agrícola passada, pode se
constatar uma reorientação da atuação governamental na promoção do desenvolvimento
agrícola. Atualmente a política destaca como componentes principais, a política de crédito e
de preços mínimos, mas também a política de seguro agrícola, funcionando como subsidiária
à política de crédito. No que tange às políticas públicas destinadas à agricultura familiar,
destacam-se hoje no país, a Previdência Social e o Pronaf.
O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) é a primeira
política pública diferenciada em favor dos agricultores familiares brasileiros. O Pronaf é uma
conquista dos movimentos sociais e sindicais de trabalhadores rurais nas últimas décadas e
vem socializando o financiamento de custeio de produtos, sistemas e pacotes tecnológicos
tradicionais. A Previdência Social, por sua vez, é uma política pública que oferece um
benefício monetário às pessoas em situação de vulnerabilidade.
2.2-Política Agrícola do Ministério da Agricultura
A Política Agrícola do Ministério da Agricultura tem sua base nas ações voltadas para
o planejamento, o financiamento e o seguro da produção. Por meio de estudos na área de
gestão de risco, linhas de créditos, subvenções econômicas e levantamentos de dados, o apoio
do estado acompanha todas as fases do ciclo produtivo. Essas ações se dividem em três
grandes linhas de atuação: gestão do risco rural, crédito e comercialização.
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2.2.1- A gestão do risco rural
Conforme o Ministério da Agricultura (2011), o zoneamento agrícola de risco
climático é um instrumento de política agrícola e gestão de riscos na agricultura. O estudo é
elaborado com o objetivo de minimizar os riscos relacionados aos fenômenos climáticos e
permite a cada município identificar a melhor época de plantio das culturas, nos diferentes
tipos de solo e ciclos de cultivares. A técnica é de fácil entendimento e adoção pelos
produtores rurais, agentes financeiros e demais usuários. São analisados os parâmetros de
clima, solo e de ciclos de cultivares, a partir de uma metodologia validada pela Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e adotada pelo Ministério da Agricultura.
Desta forma são quantificados os riscos climáticos envolvidos na condução das lavouras que
podem ocasionar perdas na produção. Esse estudo resulta na relação de municípios indicados
ao plantio de determinadas culturas, com seus respectivos calendários de plantio.
De acordo com o Ministério da Agricultura (2011), o zoneamento agrícola de risco
climático foi usado pela primeira vez na safra 1996 para a cultura do trigo. Recebe revisão
anual e é publicado na forma de portarias, no Diário Oficial da União e no site do ministério.
Dados atuais revelam que os estudos de zoneamentos agrícolas de risco climático já
contemplam 40 culturas, sendo 15 de ciclo anual e 24 permanentes, além do zoneamento para
o consórcio de milho com braquiária ( planta invasora das lavouras), alcançando 24 Unidades
da Federação.
Cabe ressaltar, que o zoneamento agrícola corresponde a direcionar a exploração de
certas culturas para regiões onde sejam menos sujeitas a adversidades. O Processo de
zoneamento agrícola pode ser estimulado por programas de crédito, preços mínimos,
modernização tecnológica e outros conduzidos pelo governo, onde se inclui o próprio seguro
rural. (HONÓRIO, 1987).
2.2.2- Seguro rural
Proteger-se de riscos causados por adversidades climáticas é imprescindível para o
produtor que, ao contratar o seguro rural, pode recuperar o capital investido em sua lavoura ou
empreendimento. O Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) oferece ao
agricultor a oportunidade de segurar sua produção, por meio de auxílio financeiro que reduz
os custos de contratação do seguro.
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O objetivo básico do seguro rural é contornar as consequências sociais e econômicas
advindas dessas frustrações, diluindo seus prejuízos entre o maior número possível de
segurados. Para tanto, o agente segurador conta com um fundo constituído basicamente pelos
chamados prêmios de seguro cobrados de todos os seus segurados e destinado a cobrir
eventuais prejuízos sofridos por alguns deles. A concretização desses prejuízos, tecnicamente
denominada sinistro, tem certa probabilidade de ocorrência. Essa probabilidade corresponde
ao grau de risco que varia de um caso a outro e guarda estreita relação com o valor do
respectivo prêmio. (HONÓRIO, 1987).
Como é evidente, o seguro não elimina riscos, mas apenas pulveriza seus efeitos entre
maior número de agentes, tornando-os, assim, mais suportáveis. Ele se corporifica num
contrato formalmente elaborado entre uma campanha seguradora ou o governo e o segurado.
Nesse contrato, denominado apólice de seguro, está previsto o direito de o segurado, mediante
o prévio pagamento do prêmio, obter a indenização correspondente ao sinistro coberto, caso
ele venha realmente a se efetivar. Na apólice estão inscritas as condições do seguro. Dentre
elas destacam-se os riscos cobertos e os critérios de indenização que, no caso do seguro rural,
pode ser a cobertura dos custos incorridos pelo produtor com o preparo do solo, sementes,
fertilizantes, corretivos, defensivos, mão de obra, tratos culturais e outros itens. Quando a
frustração da safra não é completa, o valor dos custos recuperados é descontado da
indenização. (Ibid., 1987).
Outro critério, de caráter mais abrangente, é indenizar o produtor pelo valor de
mercado da produção sinistrada, o que configura uma forma mais aperfeiçoada de seguro
rural, pois cobre o efetivo prejuízo e não apenas os custos não recuperados. A dificuldade
operacional desse critério é definir com exatidão tal valor, pois, quando ocorrem perdas, os
preços se elevam mais que proporcionalmente, em face da baixa elasticidade-preço da
demanda por bens de origem rural, passando a situar-se em níveis bem superiores aos que
resultariam de condições normais de oferta. O seguro rural é um instrumento de largo alcance
social e econômico, ele que livra o produtor das consequências de prejuízos que venha a
sofrer, além de propiciar-lhe maior segurança para a tomada de decisões, pois a irregularidade
das condições bioclimáticas é a principal fonte de incerteza a que estão submetidas as
atividades rurais. (Ibid., 1987).
A subvenção econômica concedida pelo Ministério da Agricultura pode ser pleiteada
por qualquer pessoa física ou jurídica que cultive ou produza espécies contempladas pelo
programa e permite ainda, a complementação dos valores por subvenções concedidas por
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estados e municípios. Para contratar o seguro rural, o produtor deve procurar uma seguradora
habilitada pelo ministério no programa de subvenção.
2.2.3- Crédito rural
O Crédito Rural abrange recursos destinados a custeio, investimento ou
comercialização. A função primordial é permitir que as atividades rurais sejam conduzidas
com padrões de eficiência mais elevadas. Assim, ele tem um importante papel alocativo
quando existe adequada disponibilidade de fatores de produção e tecnologias e o produtor,
contando com estímulos econômicos para mobilizá-lo. Nesse caso, o crédito propicia maior,
flexibilidade para que o produtor coloque em prática decisões que lhe possibilitem explorar
seu empreendimento rural de forma mais eficiente. Apesar de sua importância como indutor
do aumento da produção e da produtividade, o crédito não deve ser encarado, a exemplo do
que freqüentemente ocorre, como fator isolado na busca desse objetivo. Nessas
circunstâncias, ele passa merecer excessiva ênfase como instrumento de política de
desenvolvimento rural e, além de não surtir os efeitos desejados, acaba representado a causa
de grandes distorções. (HONÓRIO, 1987).
O crédito corresponde a um valor, chamado principal, obtido por período de tempo
determinado, mediante o pagamento de encargos financeiros que incluem comissões, ágios,
impostos e sobretudo os juros, ou seja, a renumeração do principal. Para caracterizar uma
operação de credito é necessário um financiador (supridor ou mutante), um tomador
(mutuário), que é o produtor, além de finalidade, valor, prazos, garantias e encargos
financeiros. O crédito pode atender as três finalidades básicas: custeio, investimento, e
comercialização. Nessa classificação geral podem, inclusive, ser enquadrados os recursos
aplicados na compra de terras (credito fundiário), o credito de pré- comercialização destinado
a financiar a colheita e a preparação do produto antes de vendê-lo e outras linhas especificas
de financiamento. (Ibid., P.152, 1987).
Os créditos de custeio ficam disponíveis quando os recursos se destinam a cobrir
despesas habituais dos ciclos produtivos, da compra de insumos à fase de colheita. O crédito
de investimento possibilita a aquisição de terras, animais de trabalho ou reprodução, tratores,
colheitadeiras e equipamentos de uso rural, fundação de lavouras perenes e formação de
pastagens, correção e conservação do solo, abertura de canais de drenagem, obras de
irrigação, construção de armazéns e outros itens que compõem o capital de instalação e o
capital de exploração permanente de um empreendimento rural. O crédito de
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comercialização asseguram ao produtor rural e a suas cooperativas os recursos necessários à
adoção de mecanismos que garantam o abastecimento e levem o armazenamento da colheita
nos períodos de queda de preços. O produtor pode pleitear as três modalidades de crédito rural
como pessoa física ou jurídica. As cooperativas rurais são também beneficiárias naturais do
sistema.
O prazo e o valor desses financiamentos dependem da finalidade que se destinam,
podendo ser liquidados de uma única vez ou em parcelas. Em alguns, como é o caso dos que
se destinam a culturas perenes cuja produção leva algum tempo para iniciar-se, o prazo de
liquidação, especialmente no crédito de investimento, pode incluir um período inicial
chamado prazo de carência, durante o qual não há pagamento do principal, dos encargos ou de
ambos. Para assegurar a liquidação dos créditos de custeio e investimento os supridores
podem exigir que o produto faça o seguro safra, o penhor de máquinas, equipamentos e
produtos (inclusive ainda não colhidos), a hipoteca de suas terras e bens a elas incorporados e
ofereça outras garantias reais, a exemplo da alteração fundiária, ou mesmo pessoais, como o
aval e a fiança. Nos financiamentos e comercialização a garantia mais comumente solicitada,
embora nem sempre única, é o penhor mercantil do produto armazenado. (HONÓRIO, 1987.
pag. 153 a 154).
Aspecto importante a considerar é a taxa de juros incidente sobre as diferentes linhas
de financiamento dirigidas ao setor rural, em sua rentabilidade tende a situar-se em níveis
inferiores aos de outros segmentos, enquanto seus riscos e necessidades de crédito, tanto em
valor quanto em prazos, são usualmente maiores. Por esse motivo, os encargos financeiros
normalmente representam uma parcela expressiva dos custos de produção, o que constitui um
forte apelo para o fornecimento de crédito subsidiado, vale dizer, a juros inferiores aos
praticados no mercado. Embora esse apelo tenha procedência, é preciso considerar, antes de
tudo, que o subsídio creditício, especialmente em períodos de aceleração inflacionária, afasta
o interesse dos agentes financiadores, pois sua concessão acarreta prejuízo e deteriora a
capacidade real de financiamento dos supridores. (HONÓRIO, 1987, p. 154).
Outra forma de evitar o desvio de crédito favorecido é exercer rigorosa fiscalização.
Cabe registrar, a propósito, a observação de Sayad (1977), segundo o qual essa medida não
supera totalmente o problema, pois, em certos casos, o crédito apenas substitui os recursos
próprios do produtor, liberando-os para aplicações alternativas cujas oportunidades inclusive
crescem à medida que se desenvolve o mercado financeiro. Diante disso, o crédito subsidiado
pode gerar resultados bem diferentes dos esperados, pois quando não é totalmente desviado
pra outras atividades, pode inflamar o mercado de terras e representar, inclusive, um forte
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estímulo para que alguns produtores abandonem o meio rural, ora porque se sentem atraídos
em deixar essa condição em face dos elevados preços que podem conseguir pelas suas
propriedades.
Apesar dessas dificuldades, o subsidio ao crédito é um mecanismo utilizado no Brasil
e em outros países, embora as experiências bem-sucedidas indiquem a necessidades de se
montar um sistema de credito rural desvinculados das demais linhas de financiamento o que,
aliás, ocorre em outros países, para que seja possível adaptá-las às condições especificas do
setor rural. Dentre tais experiências, cabe mencionar os exemplos dos Estados Unidos, da
Austrália, da Espanha e, especialmente, o da França onde as poupanças captadas no meio
rural são prioritária e criteriosamente aplicadas em beneficio dos próprios produtores. Ano a
ano, o governo Federal tem alocado cada vez mais recursos para o crédito rural. A maior parte
do dinheiro destina-se a créditos de custeio para cobrir os gastos rotineiros com as atividades
no campo. Esse dinheiro é tomado diretamente nos bancos ou por meio das cooperativas de
crédito. (HONÓRIO, 1987, p. 156).
O CMN (Conselho Monetário Nacional), com base em solicitação do Mapa Mapa
(Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), aprovou voto promovendo ajustes nas
normas de financiamento do crédito rural. As seguintes medidas tiveram vigência dia
01.07.11: fixar limite de crédito único de R$ 650 mil para todas as culturas e atividades;
aumentar de R$ 200 mil para R$ 300 mil o limite de financiamento de investimento, ao
amparo de recursos obrigatórios do crédito rural; criar linha de crédito, até o valor de R$ 1
milhão, para a fundação, ampliação ou renovação de lavouras de cana; criar linha de crédito,
até o valor de R$ 750 mil, para a aquisição de reprodutores e matrizes bovinas ou bubalinas;
criou linha especial de crédito(LEC) para laranja; elevar parâmetros considerados no
financiamento à cooperativas para pré-custeio ou para a aquisição de insumos e de bens para
fornecimento aos cooperados; elevar de R$ 500 mil para R$ 700 mil a renda bruta anual para
enquadramento no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural -Pronamp; elevar o
limite de crédito de custeio de R$ 275 mil para R$ 400 mil, no Pronamp; elevar o limite de
crédito investimento de R$ 200 mil para R$ 300 mil, no Pronamp. O quadro 1 a seguir,
apresenta dados do Crédito Rural-Safra 2010/2012.
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Quadro 1: Crédito Rural - Safra 2010/2012 - Em R$ bilhões
Financiamento 2010/2011 2011/2012 Variação
Custeio e comercialização 75,6 80,2 6,08%
Juros controlados 60,7 64,1 5,60%
Juros livres 24,9 16,1 8,05%
Investimento 18 20,5 13,89%
Linhas Especiais 6,4 6,5 1,56%
Total 100 107,2 7,20%
Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Política Agrícola.
Para a safra 2011/2012, o governo vai manter e ampliar a ação de seus instrumentos de
políticas públicas, notadamente o crédito rural, bem como os mecanismos de apoio à
comercialização e gestão de risco rural. Em apoio à comercialização da próxima safra, estarão
disponíveis R$ 5,2 bilhões para aquisições diretas e equalização de preços. Os preços
mínimos dos grãos, em virtude das condições de mercado, foram mantidos nos mesmos
valores da safra anterior, com exceção do milho e do feijão. O quadro 2 apresenta dados sobre
produção, importação, consumo, exportação e estoque final da safra do arroz em casca nos
anos de 2005/2011 no Brasil.
Quadro 2: Brasil - Balanço de Oferta e Demanda - Em 1.000 toneladas
Produto
Safra
Estoque
Inicial
Produção
Importação
Suprimento
Consumo
Exportação
Estoque
Final
Arroz em casca
2005/06 3.732, 1 11.971,7 827, 8 16. 531,6 13. 000,0 452,3 3.079,3
2006/07 3.079, 3 11.4208 1.069, 6 15. 569, 7 12. 000, 0 312, 3 2.326,6
2007/08 2.326, 6 12.2653 589, 9 15.181,8 12. 930, 0 789,9 1.891, 9
2008/09 1.891, 9 12.702,0 908, 0 15. 501, 9 12. 500, 00 894, 4 2.107, 5
2009/10 2.107, 5 11.660,9 1.044, 8 14.813, 2 12.500,00 627, 4 1.685, 7
2010/11 1.685,8 13.613,1 600, 0 15. 898, 9 12.800,00 1300, 0 1.798,9
Dados: CONAB. Levantamento setembro 2011
As projeções de produção e consumo de arroz, avaliadas pela Assessoria de Gestão
Estratégica do Mapa, mostram que o Brasil vai colher 14,12 milhões de toneladas de arroz na
safra 2019/2020. Equivale ao aumento anual da produção de 1,15% nos próximos dez anos. O
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consumo deverá crescer a uma taxa média anual de 0,86%, alcançando 14,37 milhões de
toneladas em 2019/2020. Assim, a importação projetada para o final do período é de 652,85
mil toneladas. A taxa anual projetada para o consumo de arroz nos próximos anos, de 0,86%,
está pouco abaixo da expectativa de crescimento da população brasileira.
3- PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Foi realizado um estudo do tipo exploratório na Comunidade Aroeiras no município de
Santana dos Garrotes, Paraíba, no período de outubro a dezembro de 2011, com a finalidade
de ampliar o conhecimento a respeito da produção e comercialização do arroz vermelho. De
acordo com Chizzotti (1995, p.104) a pesquisa exploratória objetiva, em geral, “provocar o
esclarecimento de uma situação para a tomada de consciência”.
O estudo trata de uma análise descritiva, e tem como objetivo investigar as
dificuldades dos agricultores em adquirir novos recursos para a construção do seu plantio,
podendo assim ampliar sua capacidade de produção. A pesquisa descritiva, segundo
BARROS (1986), é aquela em que o pesquisador observa, registra, analisa e correlaciona
fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los.
Nesta pesquisa apresenta-se um estudo de caso sobre a produção de arroz vermelho no
município de Santana dos Garrotes-PB. Para Gil (1994), “esse método se fundamenta na idéia
de que a análise de uma unidade de determinado universo possibilita a compreensão da
generalidade do mesmo ou, pelo menos, o estabelecimento de bases para uma investigação
posterior, mais sistemática e precisa”.
O método utilizado na abordagem do estudo foi quantiqualitativo. A abordagem
quantitativa foi obtida por meio de um levantamento bibliográfico e documental através das
seguintes fontes: Internet, Revistas, Livros, Jornais, o Sindicato patronal e Sindicato rural,
Emater e Secretaria de Agricultura da Prefeitura Municipal de Santana dos Garrotes-PB. E
também com o auxílio de um questionário estruturado com perguntas objetivas e subjetivas
direcionado aos agricultores. O mesmo foi aplicado visando coletar estatísticas sobre a
produção e comercialização do arroz vermelho e também coletar dados sobre as ações da
gestão pública municipal e outros órgãos que possam estar envolvidos no cultivo do arroz.
Já a abordagem qualitativa foi realizada por meio de um Estudo de Campo, com a
finalidade de buscar informações sobre as necessidades e potencialidades dos agricultores na
produção do arroz vermelho. Para Godoy (1995), “no olhar qualitativo valoriza-se o contato
direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo estudada.”
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Para isto foi aplicado um questionário com os agricultores do município de Santana
dos Garrotes-PB, compreendendo 50 produtores de arroz vermelho, considerada esta uma
amostra bem representativa, haja vista, a quantidade de 77 agricultores associados. Além de
entrevistas com o presidente da Associação dos agricultores do arroz vermelho1, o Secretário
de Agricultura do Município de Santana dos Garrotes – PB2 e o Consultor técnico da
Faepa/Senar3, com a finalidade de constatar as ações para a expansão do cultivo e
comercialização do arroz vermelho. O local de coleta foi a Comunidade Aroeiras do
município de Santana dos Garrotes-PB, onde há a maior concentração de produtores,
sabendo-se que no Vale do Piancó, vários municípios cultivam o arroz. A coleta de dados é a
etapa da pesquisa em que se inicia a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas
selecionadas, conforme conceituam Lakatos e Marconi (2002).
Quadro 4 : O número de agricultores entrevistados
Comunidade Número de agricultores entrevistados
Sitio Aroeiras de cima 20
Sitio Aroeiras de baixo 30
Total de agricultores 50
Fonte: Elaboração própria.
4- ANÁLISE DE RESULTADOS
4.1- Histórico da evolução da produção arroz vermelho
O Arroz é considerado a principal fonte de energia para a maioria das pessoas, e o
nosso País é o maior produtor de arroz branco do Hemisfério Ocidental. O Arroz vermelho
foi o primeiro arroz introduzido no Brasil, quando foi trazido pelos portugueses para a
capitania de Ilhéus, no século XVI e acabou migrando para o semi-árido nordestino, onde até
hoje tem a preferência dos habitantes dos Sertões da Paraíba, do Rio Grande do Norte e de
1 Agradecimento: José Soares Filho Presidente da Associação dos produtores do arroz vermelho do município de
Santana dos Garrotes-PB.
2 Agradecimento: Lindoberto Costa de Araújo Secretario da Agricultura do município de Santana dos Garrotes-
PB.
3 Agradecimento: Francisco Batista dos Santos, consultor técnico da Faepa/Senar- PB
14
Pernambuco. O Arroz vermelho que ainda é pouco conhecido no Brasil, constitui na Paraíba
um dos principais alimentos da culinária regional. O Estado é o maior produtor do país. O
mercado se expandiu e os produtores estão fornecendo o arroz para Estados como: São Paulo,
Rio de Janeiro, Paraná, Brasília, além de atender o consumo do Estado da Paraíba e
circunvizinhos.
O Arroz vermelho é beneficiado pelo Rio Piancó por ter uma bacia hidrográfica de
solos naturalmente férteis, que viabiliza sua produção. No Vale do Piancó, estão envolvidos
na produção do arroz, cerca de 2.000 produtores de pequena escala, que cultivam pequenas
glebas. O preparo da terra se dá no período do mês de dezembro, onde o corte do solo é feito
pela tração animal, e não há utilização de agrotóxicos. O plantio é realizado na segunda
quinzena de janeiro, período que começam as primeiras chuvas. Os sistemas de cultivo ainda
são bastante rudimentares, sendo plantado predominantemente por pequenos agricultores,
como lavoura de subsistência, numa área de 5 mil hectares, tendo produção aproximada de
2.500 kg/ hectare.
Quadro 3: Produção do Arroz vermelho no Município de Santana dos Garrotes
Anos Quantidades(t)
2007 800
2008 1.000
2009 700
2010 900
2011 1.000
Fonte: Sindicato dos Agricultores do Município de Santana dos Garrotes-PB
Pelo quadro, percebe-se que, no ano de 2011, a produção de Arroz vermelho do
Município de Santana dos Garrotes aumentou. Isso deve-se às chuvas que foram regulares,
porém brandas, diferentemente de 2009 e 2010, onde a produção caiu devido às elevadas
chuvas, pois o arroz é dito de sequeiro, ou seja, não requer muita água.
Na região do Vale do Piancó existe uma tradição no cultivo de Arroz vermelho. O
arroz lá cultivado pode ser considerado um produto ecologicamente limpo, pois nunca
recebeu qualquer tratamento com agrotóxicos. Um exemplo da integração desses agricultores
na região do Vale do Piancó é o da cidade de Santana dos Garrotes que criou a Associação
dos produtores de arroz vermelho, este ano a cidade foi sede do 1º Seminário e Festa do Arroz
vermelho da Paraíba, contou com seminários, palestras, festival de gastronomia, artesanato e
concurso para a escolha da rainha e da princesa do arroz vermelho. O evento contou com a
15
participação de pessoas de todos os municípios do Vale do Piancó e de Técnicos da Faepa,
Emater, Governo Federal, Ibama , apoio da Prefeitura Municipal e Associação dos produtores
de arroz vermelho.
O trabalho principal da Associação dos produtores está focado no fortalecimento da
mesma e melhoramento das condições de trabalho para o processamento do arroz colhido.
Segundo o presidente, a Associação conta com 77 produtores associados, sendo que, no
município já são mais de 400 agricultores que produzem o arroz vermelho. Os produtores
buscam maior capacitação e linhas de crédito para aumentar a produção e a produtividade,
também reclamam quanto ao preço do produto por ser de baixo valor e reivindicam
tecnologias e assistência técnica.
De acordo com informações técnicas da Faepa/Senar ( 2011), mesmo com a queda de
50% da produção, devido às fortes chuvas de março, estima-se que o arroz vermelho gere uma
renda anual de R$ 7,2 milhões. Com a alta produtividade, a Paraíba é reconhecida como o
refúgio do arroz vermelho, e atualmente alcança o topo nacional do ranking de maior
produtividade. A região do Vale do Piancó foi responsável por conceder à Paraíba o 3º lugar
na produção de grãos de arroz neste ano.
O cultivo do arroz vermelho é tradição na região do Vale do Piancó. Há mais de 50
anos, vinte municípios da região desenvolvem a cultura do arroz, e cerca de 10 mil pessoas se
encontram atualmente envolvidas no trabalho agrícola. Mais de dois mil pequenos produtores
desenvolvem, através da agricultura familiar, a produção do arroz em uma área de
aproximadamente cinco mil hectares. Em todos os municípios são produzidos anualmente 3,6
toneladas do grão, que na região é conhecido como o ouro vermelho.
Os municípios do Vale do Piancó têm ao todo uma população de 170.195 habitantes.
Seu território ocupa uma área de 6.339.653 km². O clima da região é quente e seco. A
vegetação predominante é o cerrado. A Economia dos municípios tem sustentáculo na
agricultura, com a plantação de algodão, milho, arroz, feijão. O setor pecuarista dedica- se à
criação de gado bovino, suíno e caprino.
Segundo o consultor técnico da Faepa/Senar a produção de arroz no Vale do Piancó
em ano normal de chuva produz 6.000 toneladas e em ano atípico de chuva produz
aproximadamente 2.000 toneladas. O Vale do Piancó recebe investimentos dos Bancos do
Brasil e Nordeste.
A escolha da cidade de Santana dos Garrotes para referente pesquisa se deu porque o
município é o principal produtor de arroz vermelho da região do Vale do Piancó, seguido de
Pedra Branca, Nova Olinda, Piancó, Olho D'água e Itaporanga. O município de Santana dos
16
Garrotes localiza-se no Vale do Piancó, na região Sudoeste do Estado da Paraíba. Seu
território ocupa uma área de 353.813 km². Sua população no último censo - zona urbana- foi
3.736 hab. e a população rural 3.530 hab., ao todo o município tem uma população de 7.266
habitantes. O clima da região é quente e seco. Hidrografia: Riacho Santana, Maracujá e
Gravatá. A vegetação predominante é o cerrado. A economia do município gira em torno da
agricultura, com a plantação de algodão, milho, e arroz, em pequenas propriedades. O setor
pecuarista dedica-se à criação de gado bovino, suíno e caprino.
Segundo o técnico da Faepa/Senar o município de Santana dos Garrotes, recebe
investimentos dos Bancos do Brasil e Nordeste com linhas de créditos do Pronaf (Programa
Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar e FNE (Fundo Constitucional de
Financiamento do Nordeste).
A produção do arroz no município permanece aumentando, apesar da queda da
produção na Paraíba no ano 2011, o município teve uma produção de 1.000 toneladas, com
isso, o presidente da Associação dos produtores de arroz vermelho afirma que o município só
ganhou, pois no ano passado, o valor da saca do produto (60 kg) alcançava o preço médio de
R$55,00 no mês de maio, subindo em dezembro para R$85,00 a saca. Neste ano, as chuvas
resultaram em uma queda de 50% na produtividade na Paraíba, o que significou
paradoxalmente um maior lucro para os agricultores, que estão vendendo a saca de 60 kg por
R$ 100,00 reais.
O arroz branco é cultivado em 150 dias, enquanto que a variação do arroz vermelho é
plantado em janeiro e leva apenas 115 dias para ser colhido. Além disso, economicamente
falando, o arroz vermelho é mais valorizado, e ele apresenta uma maior durabilidade. Esse
arroz não tem problema de armazenamento e quanto mais tempo estocado, melhor o produto.
Dessa maneira, o produto tem um valor agregado superior. É mais rápido para produzir e gera
mais lucros para os produtores da região. Segundo o secretário da agricultura do município,
em dezembro os produtores ainda comercializam o arroz colhido em maio e conseguem um
valor mais satisfatório pela saca.
O Presidente da associação dos produtores de arroz vermelho, juntamente com o apoio
da secretária de agricultura do município conseguiram, através do Governo Federal, com o
Programa de Aquisição de Alimentos-PAA para agricultura familiar um empréstimo de
R$197.755,00, onde estão sendo beneficiados 77 produtores do município, segundo ele, a
associação tem um projeto para a aquisição de um prédio, e quanto as máquinas, estão
pleiteando um empréstimo junto ao Banco do Brasil e Pronaf no montante de R$232.000,00 .
17
O Presidente da associação espera que esse ano ainda consiga mais esse grande benefício para
os agricultores.
4.2- Estatísticas da produção, comercialização e renda dos agricultores que produzem
arroz vermelho.
Os resultados apresentados pelo presente estudo revelam que a região Vale do Piancó,
no Alto Sertão da Paraíba, é a maior produtora de arroz vermelho do país, entre as 20 cidades
da região que produzem o arroz vermelho destaca-se o município de Santana dos Garrotes.
Conforme retrata o quadro 3 o referido município a cada ano vem aumentando sua produção e
isso se deve à organização dos produtores. A comercialização do arroz colhido é efetuada
diretamente por meio de revenda ou atravessador.
A tabela 1 a seguir, mostra a renda dos agricultores que produzem o Arroz vermelho
na Comunidade Aroeiras do Município de Santana dos Garrotes - PB.
Tabela 1: Renda dos agricultores
Renda dos agricultores
(Salário Mínimo-SM)
Amostra
(50 agricultores)
%
1 SM 30 60%
2 SM 15 30%
3 SM 5 10%
Total 50 100%
Fonte: Elaboração própria.
De acordo com a tabela 1, 30 pessoas (60%) têm renda de 01 salário mínimo, 15
pessoas (30%) tem renda de 02 salários e 5 pessoas(10%) tem renda de 03 salários.
A maioria dos agricultores tem renda de um salário, adquirido através da produção de
arroz e dos benefícios do governo Federal, como o bolsa família. A tabela 2 apresenta a forma
de aquisição das sementes.
Tabela 2: Aquisição das sementes de arroz vermelho
Sementes para plantio Porcentagem
Compra 65%
Guarda de um ano para outro 35%
Fonte: Elaboração própria.
18
Com relação à aquisição das sementes para o plantio, como mostra a tabela 2, os
agricultores, na grande maioria, compra as sementes para montar suas lavouras, e não
recebem nenhuma ajuda da Gestão Pública Municipal ou Emater. E também pode-se
constatar que as sementes colhidas, em sua maior parte, é para a subsistência das suas
famílias e a outra parte é vendida, hoje a saca 60 Kg custa R$100,00 reais.
A tabela 3 a seguir, mostra o método que os agricultores utilizam para o corte da terra
nas suas lavouras.
Tabela 3: Método para o corte da terra
Método para o corte da terra Quantidade
Animal 15%
Trator 85%
Fonte: Elaboração própria.
Na tabela 3 percebe-se que a maioria dos agricultores do município de Santana dos
Garrotes utiliza o corte da terra através de tratores. Os agricultores recebem ajuda da
Prefeitura Municipal de Santana dos Garrotes-PB em parceria com a Associação dos
produtores. Segundo o secretário de agricultura no ano 2011, a prefeitura disponibilizou 1.000
horas de trator, onde foram beneficiadas 200 pessoas com 5 horas de corte de terra através de
trator, representando um gasto para prefeitura de R$ 9.000,00. Os agricultores enfrentam
problemas quanto à utilização de máquinas beneficiadoras conhecidas como despolpadeiras;
são rudimentares, apresentando problemas na regulagem para o beneficiamento. Todas as
etapas do processamento, da recepção à expedição, são realizadas em um mesmo ambiente,
com paredes de tijolos aparente, sem acabamento, teto sem forro, portas rústicas de madeira, o
que torna o ambiente mais propício à contaminações.
Tabela 4: Beneficiados com o crédito rural
Credito rural Quantidade
Sim 75%
Não 25%
Fonte: Elaboração própria.
A tabela 4 mostra que os agricultores são beneficiados por crédito rural, só que na
maioria dos casos os agricultores recebem os créditos e não investem na produção do arroz,
desviam para outras finalidades, os agricultores não têm noção de que tipo de crédito estão
19
adquirindo, grande parte desses agricultores não tem nível de instrução formal, ou seja, são
analfabetos, e por mais que recebam crédito não sabem investir para melhorar a produção do
arroz vermelho. Quanto à assistência técnica, vários são os cursos promovidos pelo Senar da
Paraíba (Serviço de Nacional de Aprendizagem Rural), Faepa (Federação da
Agricultura e Pecuária da Paraíba) em parceria com a Associação dos Produtores do
Arroz vermelho. De todos os entrevistados apenas 5% disseram nunca ter participado de
curso de aperfeiçoamento, mas mesmo participando, poucos colocam em prática o que é
orientado pelos técnicos, justamente porque sempre seguem os “velhos hábitos” e acabam não
tratando da terra como se deve.
De acordo com o Ministério da Agricultura (BRASIL), do mês de julho de 2010 a
janeiro de 2011, os agricultores familiares receberam financiamento rural do Pronaf na ordem
de R$7.433,40. Já o maior financiamento no mesmo período foi constatado na agricultura
empresarial, um montante na ordem de R$56.387,00
4.3- Ações da gestão pública municipal e órgãos envolvidos na expansão do arroz
vermelho
Foi observado que os agricultores contam com ajuda da Prefeitura Municipal de
Santana dos Garrotes-PB para expandir a produção e conquistar novos mercados. A Prefeitura
no ano 2011contribuiu com agricultores que produz o arroz vermelho desde o custeio do corte
da terra, cursos de aperfeiçoamento para melhorar sua produção bem como prestou total apoio
à divulgação do arroz vermelho. No ano de 2011, a Prefeitura Municipal juntamente com o
Senar da Paraíba e a Faepa promoveram o 1 ° Seminário do arroz vermelho o qual foi um
grande evento festivo para divulgação do arroz vermelho. Os agricultores do município já
foram, inclusive, divulgar o arroz vermelho em outros países com o apoio da Prefeitura e do
Sindicato Rural. A Prefeitura divulga através da sua assessoria de imprensa todos os eventos
da Associação dos produtores de arroz vermelho.
É importante enfatizar que a Associação com a ajuda dos produtores de arroz
vermelho juntamente com a Prefeitura Municipal de Santana dos Garrotes, Embrapa,
Movimento Slow Food, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa),
conseguiram a certificação do produto, através do selo IG (Selo de Indicação Geográfica),
hoje o produto já pode ser identificado como originário da região.
20
É possível verificar que os agricultores necessitam de mais ações governamentais,
como a implantação de pequenas barragens de acumulação de água, linhas de financiamento
para aumentar a produção, acesso à tecnologia, entre outros.
5- CONCLUSÕES
Pode-se perceber que os agricultores de Santana dos Garrotes tem como meta
principal, o fortalecimento da Associação dos produtores de arroz vermelho e o melhoramento
das condições de trabalho para o processamento do arroz colhido, e possuem como principal
fonte de apoio a Associação e a Prefeitura . Através deste estudo de caso, torna-se possível
compreender que ainda existem problemas, mas algumas soluções já estão sendo tomadas
para que o produto, arroz vermelho, tenha a devida divulgação comercial e garantia da
qualidade e notoriedade do produto, proporcionadas pela conquista do Selo Distintivo.
Os resultados do estudo levam à reflexão quanto a importância do cultivo do arroz
vermelho como alternativa de sustento e renda para os agricultores do Vale do Piancó. Tendo
em vista que é pequeno o número de agricultores que não têm auxilio do governo para
investimentos, como as linhas de crédito para suprimento de suas necessidades. Foi possível
encontrar outras situações como: a maioria dos agricultores tem renda de um salário mínimo,
sua produção é destinada ao consumo da família e a outra parte é comercializada. Os
resultados também apontam para o fato dos agricultores guardarem de um ano para outro suas
sementes para as próximas plantações e alguns ainda utilizam o corte da terra por meio
animal, ou seja, sem nenhuma tecnologia, o sistema de processamento ainda é bastante
rudimentar, afetando a qualidade do produto.
A produção do arroz no município permanece aumentando a cada ano, apesar das
irregularidades das chuvas e da falta de tecnologia. Os agricultores comercializam sua
produção por meio de atravessadores, implicando que este agente interfere e mantém o preço
de acordo com o mercado e suas condições. Os agricultores que comercializam seus produtos
diretamente nas feiras e consumidor final conseguem um preço diferenciado, ou seja, maior.
Uma pequena parcela dos agricultores pratica a diversificação da produção e venda direta ao
consumidor, nestes casos é notória uma melhor condição de moradia e uma certa folga
financeira. Foi possível perceber que o grau de instrução tem relação direta com o
direcionamento administrativo do processo produtivo e com isso o retorno financeiro é maior,
refletindo-se numa melhor qualidade de vida do agricultor e seus familiares.
21
Portanto, conclui-se que, o município de Santana dos Garrotes-PB, tem vocação e
necessidade em desenvolver essa produção agrícola, respeitando as especificidades da região,
contudo é preciso que as políticas públicas estejam voltadas à promoção, não somente de um
projeto isolado, mas também comprometida com um desenvolvimento interligado que
corresponda com a realidade. Esses projetos necessitam fornecer crédito, mas também, fazer o
acompanhamento administrativo e técnico, pois somente desta maneira pode-se proporcionar
ao agricultor uma chance de se inserir no mercado de produtos agrícolas e que sua
importância não se restrinja somente a produzir, mas também em promover uma oportunidade
para pessoas simples e com conhecimentos empíricos, porém relevantes, de poderem viver
dignamente do seu próprio trabalho.
Francimária Florentino de Souza
Graduação: Licenciatura Especifica em Biologia- Universidade Estadual Vale do Acaraú
UVA/UNAVIDA
Pós Graduação: Educação Ambiental- Faculdades Integradas de Patos-FIP
Emprego Atual:
Professora de Ciências no Ensino Fundamental e Biologia no Ensino Médio. E. M. E. I. F.
M. Maria Sinharinha de Azevedo. Santana dos Garrotes-PB.
Professora de Ciências no Ensino Fundamental. E. M. E. I. F. Genésio Pinto Ramalho. Nova
Olinda-PB
Contato: [email protected]
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7- ANEXOS
QUESTIONÁRIO I
Questionário aplicado junto aos agricultores com o objetivo de obter informações
sobre os problemas enfrentados em suas lavouras e coletar dados sobre as ações da
gestão pública municipal e outros órgãos que possam estar envolvidos no cultivo e
incentivo à produção e comercialização do arroz vermelho.
1-Sexo:
( )feminino ( ) masculino
2-Salário:
( ) um salário( ) dois salário ( ) três salários ou mais
3-Onde costuma adquirir as sementes de suas plantações?
( ) compra
( ) guarda de um ano para outro
( ) doada pela Prefeitura ou Emater
4-Que método utiliza para o corte da terra?
( ) animal ( ) trator
5-Recebe ajuda da prefeitura municipal para o corte da terra?
( )sim ( ) não
Se sim, de que forma:__________________________________________________
6-O que o agricultor faz com a produção do arroz?
( )Utiliza apenas para subsistência da família
( ) Uma parte é para subsistência e a outra para venda
7-A associação dos produtores de arroz vermelho e a gestão pública municipal ajudam
os agricultores na produção e comercialização do arroz?
( )sim ( ) não
Se sim, de que forma:__________________________________________________
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8- Você recebe ajuda de órgãos de apoio a agricultura?
( )sim ( ) não
Se sim, qual:____________________________________________________________
9- Você já foi beneficiado com alguma ajuda de crédito rural ou assistência técnica?
( )sim ( ) não
Se sim, qual?___________________________________________________________
10- Cite sugestões quanto a atuação da prefeitura ou outros órgãos no sentido de
melhorar sua produção e comercialização:_______________________________________
QUESTIONÁRIO/ENTREVISTA II
Roteiro de entrevista aplicada com o Presidente da Associação dos produtores de arroz
vermelho da cidade de Santana dos Garrotes, a fim de coletar informações sobre o papel
da associação e as principais ações para a produção do arroz vermelho.
1-Qual os números associados?
2- Qual o papel da associação?
3- A associação conta com ajuda da prefeitura e outros órgãos?
4- Quais os benefícios que os associados disponibilizam para os agricultores?
5- Qual a meta da associação em relação a produção do arroz vermelho?
QUESTIONÁRIO/ENTREVISTA III
Roteiro de entrevista aplicada com o Secretário da agricultura do município de Santana
dos Garrotes, buscando informações sobre as principais ações da prefeitura para
produção e comercialização do arroz vermelho.
1-A prefeitura tem contribuído para a produção do arroz vermelho na cidade?
2- Existe alguma parceria entre prefeitura e a associação dos produtores de arroz
vermelho?
3- Quais os subsídios que a prefeitura oferece em prol dos agricultores?
4-Qual a meta da prefeitura para a expansão do arroz vermelho?
5- Existe divulgação do produto arroz vermelho pela prefeitura?
26
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