A Psicologia Escolar
-
Upload
angelo-torrezan -
Category
Documents
-
view
218 -
download
0
description
Transcript of A Psicologia Escolar
7/17/2019 A Psicologia Escolar
http://slidepdf.com/reader/full/a-psicologia-escolar 1/21
3
1. Introdução
A psicologia escolar tem dado grandes passos nos últimos anos, no
entanto é comum observar as dificuldades e conflitos que acompanham o
psicólogo escolar nas instituições educativas. Principalmente por conta da
mudança de um enfoque que priorizava uma concepço individualizante e
desconte!tualizada "Patto, #$$%&, a necessidade de iluminar as tensões do
cotidiano, movimentando o que esta cristalizado, produzindo diferenciações e
modificações para que crianças, pais e professores se'am vistos como parte de
todo um conte!to que se comunica e auto influencia.
(om base nesses pressupostos, desenvolveu)se um trabalho de
observaço e pesquisa que focou a atuaço do psicólogo escolar na escola
particular. Adotando como refer*ncia os elementos colhidos através de di+rio
de campo, que suscitaro as impressões observadas no ambiente, 'untamente
de todo um con'unto teórico que fundamentara a pesquisa de forma cientifica.
oram adotados referenciais teóricos em uma perspectiva histórico
cultural, permitindo que a psicologia escolar revele uma perspectiva mais cr-tica
que contesta a idéia de uma unilateralidade da adaptaço da criança escola,
questionando par/metros impostos por abordagens psicrométricas. 0
necess+rio, no entanto, conhecer a realidade escolar particular, através do seu
envolvimento pol-tico, social, pessoal e institucional, superando entraves que
descaracterizem a funço do psicólogo com a educaço, impedindo sua efetiva
inserço no quadro escolar.
As escolas em geral, ainda esperam a aplicaço de um método eficaz da
psicologia, onde se pratica um diagnóstico e a cura, abrindo uma lacuna entre
o que é esperado da psicologia escolar e o que se permite fazer através doconsenso de professores que resistem e!ecuço das propostas dos
profissionais da psicologia escolar. (onstruir a psicologia escolar envolve um
processo de consolidaço histórica e envolvimento com desafios recentes,
onde a psicologia se torna cr-tica, no fazendo escolhas imposs-veis para o
indiv-duo, mas que faça com que a pessoa acredite que tanto o sucesso como
o fracasso so consequ*ncias de uma escolha individual.
(ompreender as pessoas no como su'eitos abstratos, mas su'eitoshistóricos que se relacionam com o mundo e com outras pessoas ser+ o
7/17/2019 A Psicologia Escolar
http://slidepdf.com/reader/full/a-psicologia-escolar 2/21
4
alicerce base dessa pesquisa, onde o homem se'a visto como produto e
produtor, compreendendo que os fen1menos no so to acess-veis como se
pensam, uma vez que suas ligações no so causais e, sim, relacionais.
Assim, destaca)se a necessidade de que a psicologia escolar, enquanto
psicologia critica cause impacto nos espaços escolares e promova a imerso
de um su'eito consciente de seus limites e de suas potencialidades a partir do
conte!to social da qual vive.
7/17/2019 A Psicologia Escolar
http://slidepdf.com/reader/full/a-psicologia-escolar 3/21
5
2. A Psicologia Escolar no Brasil.
A psicologia ao adquirir status cientifico em #2%$, apresentou o marco
que permitiu o estudo do comportamento humano sob a ótica das ci*ncias
f-sicas e biológicas. Após 3undt, vieram os estudos de 4alton "#255)#$##&,
com princ-pios eugenistas, afirmando ser poss-vel determinar por meio de
caracter-sticas heredit+rias os mais aptos, selecionando os mais capazes da
espécie humana.
A primeira escala métrica de intelig*ncia infantil foi criada por 6inet,
sendo um passo decisivo na constituiço do primeiro método psicológico
escolar, do qual até ho'e e!erce forte influ*ncia "Patto, #$27&. Possibilitando a
seleço e orientaço de crianças que necessitavam de uma educaço especial,
dividiu)se, no entanto, as crianças em grupos hegem1nicos, separando os
normais dos anormais, selecionando o que seria ensinado a cada um deles.
8o 6rasil, por volta de #$9:, foi fundado por ;anoel 6onfim o
<aboratório Pedagógico =!perimental, incentivando melhorias educacionais e
instruindo os alunos em uma metodologia cientifica de ensino inspirada nos
modelos europeus e norte)americanos ";assimi, #$$9&. A psicologia escolar no
6rasil foi elaborada ao longo de todo um processo histórico, influenciada por
médicos, moralistas e teólogos, revelando uma preocupaço com os métodos
do saber da psicologia escolar, que se fundamenta bem antes da própria
psicologia tradicional "(ruces, 599:&.
(om a ampliaço do sistema educacional em #$:9, a psicologia
educacional se fundamenta em perspectivas de adaptaço, onde o indiv-duo é
percebido como um ser que precisa ser inserido na sociedade e para isso deve
se a'ustar ao meio em que vive. Através da escola o su'eito de adapta para
receber uma educaço adequada, aos moldes de uma proposta universalistade um su'eito desconte!tualizado historicamente. (om a <ei 7##$, de 5% de
agosto de #$:5, a profisso do psicólogo é reconhecida, mas sua atuaço nas
escolas est+ fortemente vinculada a uma pratica cl-nica, atendendo
individualmente as crianças com problemas de aprendizagem "Antunes, 599>&.
8os anos %9, a pol-tica de abertura de escolas particulares e promoço
do ensino superior, percebeu)se um crescimento da categoria do psicólogo
escolar "Arau'o e Almeida, 599%&. ?nicia)se aqui o movimento de cr-tica ereviso as bases epistemológicas da psicologia, principalmente em relaço a
7/17/2019 A Psicologia Escolar
http://slidepdf.com/reader/full/a-psicologia-escolar 4/21
6
aplicaço indiscriminada de testes psicodiagnósticos em crianças e os
impactos do uso desses instrumentos na vida escolar das crianças avaliadas.
8os anos 29 houve por sua vez, uma busca por melhor qualidade de vida,
onde muitos psicólogos se enga'aram em movimentos sociais, reivindicando
uma nova viso histórica e cr-tica do homem e da psicologia "@ouza, #$29&.
8os anos $9, por sua vez, houve a criaço da A6AP== "Associaço
6rasileira de Psicologia =scolar e =ducacional, ocorrendo mudanças
significativas no conte!to educacional, refletindo diretamente na pratica do
psicólogo escolar. 8o entanto, a questo do fracasso escolar permaneceu
inalterado e o psicólogo escolar no se atualizou a ponto de entender os
problemas do cotidiano escolar, sendo necess+rio aprofundamento
epistemológico por parte do psicólogo para que se tenha clareza sobre a
finalidade de suas funções na educaço. "Arau'o e Almeida, 599B&.
(om a regulamentaço da formaço do psicólogo, formalizou)se a
atuaço do profissional da psicologia na +rea educacional, onde o mesmo
começa respondendo a um modelo de atuaço ao lado do professor. Cm
modelo preventivo, em que se trabalhou a formaço do professor e a busca de
atendimento s situações de emerg*ncia na aprendizagem "4uzzo, 599#&. 8os
dias de ho'e o psicólogo est+ afastado desse sistema, trabalhando de forma
indireta, vendo os resultados de seu trabalho quase que todo comprometido.
?nicialmente o psicólogo inserido no conte!to educativo utilizou a
psicométrica como recurso central de sua pratica e conformou)lhe a atuaço
predominantemente cl-nica, curativa, solucionando problemas de
aprendizagem, sendo essa a fonte principal dos problemas apresentados pelo
aluno "Dieira, 5992&. Erabalho esse limitado, reducionista, que atendia aos
interesses individuais, distanciando das questões sociais, econ1micas eideológicas que e!istem dentro de todas as instituições educativas.
8a década de $9 surgem relatos e analises que apontam novos
caminhos para a formaço e atuaço do psicólogo na educaço, passando a
questionar atuações tecnicistas e teorias que desfavoreciam elementos
históricos e sociais. A evoluço dessa tend*ncia cr-tica foi determinante para o
surgimento de um psicólogo escolar, participando mais ativamente com seu
trabalho nos processos sociais que constroem a vida do aluno e da instituiço"Patto, 5999&.
7/17/2019 A Psicologia Escolar
http://slidepdf.com/reader/full/a-psicologia-escolar 5/21
7
8o entanto, o psicólogo nos dias atuais é visto como um magico que
pode dar conta de atender e solucionar todos os enigmas da escola, onde os
educadores querem saber o que as crianças t*m de forma imediata, e o
psicólogo é encarado como aquele que tem o poder de intervir sempre na
soluço dos conflitos presentes nas relações interpessoais da comunidade
escolar. F psicólogo tem o desafio atual de focar seu trabalho em todo
processo de ensino)aprendizagem, começando pelo professor e depois pelos
outros profissionais que fazem parte dessa tra'etória escolar do aluno, para
assim começar a compreender a situaço pela qual o aluno est+ vivendo.
7/17/2019 A Psicologia Escolar
http://slidepdf.com/reader/full/a-psicologia-escolar 6/21
8
3. Campo de Observação sobre a atuação do Psiclogo na Escola
Particular
8o tocante ao ensino particular, o psicólogo encontra)se numa realidade
diferenciada, cu'as contradições sociais se revelam na própria origem da
instituiço particular, favorecendo as classes mais privilegiadas. 8o entanto, o
psicólogo precisa investir de um compromisso pol-tico e estar atento a limites
éticos de sua atuaço, tendo em vista v+rias concepções de educaço,
interesses e ideais que vo de encontro aos indiv-duos e a instituiço em si.
A escola particular possui algumas particularidades, como clientela de
classe média e alta e disponibilidade de recursos, mas mesmo dentro deste
ambiente podem ser observados indiv-duos carregados de sofrimento ps-quico
e dramas familiares que interferem profundamente no desempenho dos alunos
que fazem parte das instituições de ensino particulares, cabendo ao psicólogo
escolar, inserido nesse ambiente, um minucioso estudo dos fatores chaves que
compõem a realidade de cada criança em sala de aula e os elementos a serem
trabalhados quando uma delas apresenta alguma situaço de
comprometimento.
F presente trabalho fundamentou)se em pressupostos qualitativos,
através de observaço e levantamento de dados em di+rio de campo, sob o
referencial da psicologia histórico)cultural, onde o ser humano é desenvolvido
pela cultura e ideais de um determinado conte!to social "DigostisG, 5999&. As
observações foram levantadas no (olégio @anto Ant1nio Fb'etivo escola
particular de Furinhos, sob a orientaço da psicóloga Haniele (abral, que se
disponibilizou a abrir espaço para efetuar uma observaço dos alunos aos
quais ela tem trabalhado com maior afinco a fim de promover au!ilio e melhor desempenho escolar e emocional.
Iuando questionada a respeito do papel do psicólogo na escolar
particular, Haniele aponta que o (olégio Fb'etivo em Furinhos é o único a
possuir a atuaço de psicólogos escolares. Haniele percebe que a demanda,
no entanto, esta sempre em tratar os alunos que tenham alguma dificuldade de
aprendizagem ou comportamento. =la aponta duas correntes de atuaço do
psicólogo, uma que se conforma com a demanda e individualiza a questo dasdificuldades que aparecem na escola, outra corrente, ao qual ela se identifica
7/17/2019 A Psicologia Escolar
http://slidepdf.com/reader/full/a-psicologia-escolar 7/21
9
est+ na an+lise institucional, a'udando a pensar quais as forças que esto
atravessando e produzindo algum efeito no espaço escolar.
@egundo Haniele no é f+cil trabalhar nessa perspectiva, a mudança dos
professores com relaço aos alunos é lenta, porque a maioria é formada para
pensar individualmente as questões. (omo pode)se relatar o caso de uma
criança que apresenta um comportamento altamente carente e
consequentemente disposto a todas as ações para chamar a atenço, no
entanto, a atitude da professora é fria é distante, imparcial e rotulador. Apesar
dos esforços de Haniele a professora se mostra resistente a atuar de forma
diferente, no entendendo que boa parte do problema da criança se resolveria
com uma mudança de comportamento da mesma.
Erabalhar em con'unto no é uma tarefa simples, ainda mais em
instituições que concentram um certo grau de tradiço no campo do ensino,
apesar de enfrentar resist*ncias por parte de alguns profissionais, Haniele diz
que no é poss-vel tratar o aluno sem que o professor que est+ indicando esse
aluno como problema acompanhe esse trabalho. 0 preciso, segundo ela,
trabalhar 'unto com o professor, trabalhar em grupos, apontando quais as
percepções que cada um tem do lugar que est+ ocupando ali. F maior desafio
est+ em deslocar o su'eito do lugar de culpa e conscientiz+)lo da
responsabilidade que tem em mudar. Iuando se fala, em responsabilidade,
Haniele aponta para a interaço que deve ser compartilhada, pois a culpa cada
um deve carregar para si. 0 fundamental, segunda ela, problematizar com
alunos e professores qual a responsabilidade e até onde ela vai nesse
processo em que o aluno se'a problema, fazendo a discusso fluir no sentido
de que cada um perceba de que maneira elas esto se colocando nesse lugar
ou atribuindo um local para o aluno.Para Haniele a grande diferença que encontra entre as escolas
particulares e publicas est+ na perspectiva de que o mundo da escola particular
est+ protegido, logo o trabalho do psicólogo escolar nesse ambiente, no é
plenamente aceito, a no ser para as crianças que apresentem algum
problema. 8esses casos, a criança é encaminhada, mas geralmente para
atendimento fora da escola, na escola pública, essa mentalidade de que h+
elementos a serem discutidos é mais tranquilo, h+ mais aceitaço e a demanda
7/17/2019 A Psicologia Escolar
http://slidepdf.com/reader/full/a-psicologia-escolar 8/21
10
é maior. <ogo, a aceitaço do trabalho do psicólogo fica mais f+cil, embora em
momento algum reduzido em seu compromisso.
=m relaço da medicalizaço, Haniele define tal questo como um todo
que assola a sociedade em geral, refletindo também na vida escolar. =la
acredita que a medicalizaço tem sido usada equivocadamente para facilitar o
trabalho dos professores, docilizando os alunos, uma vez que no se utilizam
mais castigos corporais, essa seria uma maneira mais efetiva de controlar os
alunos e no se comprometer com qualquer problema mais profundo que eles
venham a apresentar. Fs professores, ao seu ponto de vista, '+ perderam tanto
o controle de sua autoridade sobre o aluno que essa seria a maneira mais
adequada de readquirir esse dom-nio de poder na sala de aula. 0 necess+rio
colocar em discusso essas questões, pois o papel do psicólogo est+ em
esclarecer o assunto, ele no pode medicar, como também no pode proibir. F
m+!imo que ele pode fazer é discutir com a escola, com a fam-lia e unidades
de saúde a necessidade real dessa medicalizaço.
Iuanto a questo das drogas, se!ualidade e viol*ncia, eles também no
passam desapercebidos, so temas que segunda Haniele é profundamente
atual e no da para a escola fingir que eles no e!istem. Antes que isso se
transforme em tabu é necess+rio discutir, abrir espaços para que os alunos
tenham a oportunidade de se questionar e se posicionar em relaço a esses a
eles. Para ela, quando esses temas aparecem eles devem ser tratados da
mesma maneira que outros temas que fazem parte da vida escolar. =la no cr*
que o psicólogo deva ser o su'eito que vai fazer o trabalho de prevenço, mas
que por meio da discusso esclareça e ouça as opiniões dos alunos.
8o tocante as observações e visitas no ambiente escolar contou)se com
uma aprofundada possibilidade de averiguar a relaço do psicólogo escolar com os problemas dos alunos, no que tange tanto da parte do comportamento
em si, como dificuldades de aprendizagem e fatores mais agravantes que
necessitam inclusive do apoio e da compreenso da fam-lia para sanar as
dificuldades apresentadas por algumas crianças.
Iuando pensamos em colégios particulares certamente imaginamos que
os problemas esto do lado de fora, nas periferias, nas escolas carentes, mas
os pontos de vista amadurecem e se transformam quando se conhece arealidade humana inserida num colégio de cunho particular. @egundo Haniele
7/17/2019 A Psicologia Escolar
http://slidepdf.com/reader/full/a-psicologia-escolar 9/21
11
(abral, h+ grande contingente de crianças inseridas no colégio em questo
institucionalizadas, uma vez que so trazidas muito cedo e buscadas muito
tarde, apresentando em muitos momentos dificuldade de aceitar o papel de
autoridade, sendo que ficando to pouco tempo com os pais, os mesmo as
dei!am fazer o que querem em seu ambiente familiar.
Iuestões de cunho disciplinar so facilmente corrigidos, uma vez que se
percebe o problema, discutindo 'unto ao professor e a equipe pedagógica a
melhor maneira de atuar 'unto as dificuldades do aluno em questo. 0
fundamental, segundo Haniele conscientizar os pais que as crianças por mais
hiperativas que aparentem ser, no so portadoras de EHAJ e carentes de
medicaço para aliviar suas defici*ncias de aprendizagem e distúrbios em
atenço. F importante é conceder espaço para que as crianças, em quase
#99K dos casos, tenham espaço para e!travasar sua necessidade de gastar
energia e se relacionar umas com as outras, Haniele aponta que muitas das
crianças esto trancadas quase o tempo todo dentro de casa e quando chegam
na escola esto agitadas pois no encontram outro meio para manifestar a
necessidade de gastar a energia sufocada no ambiente familiar.
Fbservou)se também problemas de cunho familiar dos mais leves aos
mais graves em questo de conservaço da saúde e do desenvolvimento de
algumas crianças em questo. =ntre dois casos, pode)se destacar
primeiramente a uma criança de desenvolvimento e boa cogniço até o
momento em que ciente da gravidez de sua me passou a apresentar
comportamento alterado e defici*ncia de aprendizagem. A psicóloga relata
nesse caso todo esforço que est+ sendo feito para com a criança, trabalhando
com os professores e com o pai, '+ que até o momento a me nunca se
apresentou a escola, alegando inúmeras impossibilidades.Futro caso em questo, mais agravante é o caso de uma criança
superprotegida pelos pais, impedida de crescer é tratada com o apelido de
nen*, mesmo tendo 7 anos de idade, por conseguinte, os pais no aceitam que
a criança coma sozinha, dei!e as fraudas e consequentemente no fala,
balbucia algumas coisas incompreens-veis. @egundo Haniele é um dos casos
mais delicados em questo, os pais '+ foram chamados diversas vezes, mas se
recusam a aceitar que esto equivocados, o caso foge das possibilidades dapsicóloga sendo por sua vez transmitido a direço que deve se pronunciar
7/17/2019 A Psicologia Escolar
http://slidepdf.com/reader/full/a-psicologia-escolar 10/21
12
sobre o caso e averiguar qual a melhor procedimento a ser tomado para que a
criança se'a a menos pre'udicada poss-vel.
=m contrapartida, outro caso com possibilidade patológica, apresenta o
caso de uma criança que possui sérios problemas com relacionamento e
sens-vel a mudanças, começando inicialmente a se recusar a entrar em sala de
aula e pouco relacionamento com outras crianças. A criança apresenta
comportamento anormal diante das outras, no entanto, os pais t*m colaborado
em tudo o que podem para oferecer o melhor tratamento a criança, embora
pouco tenha sido descoberto até o momento.
(asos dos mais variados foram vistos, embora tantos outros refletindo
as dificuldades e car*ncias na educaço de uma criança presente em quase
todas as fam-lias modernas. Para Haniele um fator agravante e preponderante
em suas observações é o acumulo de ansiedade que muitas crianças
apresentam, segundo ela, tal ansiedade é oriunda de um e!cesso de cobrança
dos pais, dese'oso de um desempenho acima da média da criança, obrigando
as mesmas a desempenharem inúmeras tarefas, cursos e atividades e
restando pouco tempo para serem crianças. Eambém se observa o pouco
comprometimento dos pais em participaço de dias festivos da escola, uma vez
que muitas crianças se frustram ao prepararem)se para festividades e no
terem a presença dos pais ou no participarem pela falta de vontade ou
compromissos particulares.
Haniele observa que para muitos pais ter filhos compõe um
compromisso social, da qual os mesmos se beneficiam de status por ter um
filho, como que correspondendo a uma e!ig*ncia social. ;as esto longe da
verdadeira consci*ncia paterna e materna, que embora ofereçam todo conforto
e amparo que sua classe social é capaz de oferecer, ainda é carente deinúmeros elementos que refletem diretamente no desenvolvimento ps-quico e
emocional de muitas crianças.
7/17/2019 A Psicologia Escolar
http://slidepdf.com/reader/full/a-psicologia-escolar 11/21
13
!. "iscussão
oi observado que no que consiste a aplicaço da psicologia escolar a
partir dos dados colhidos, que o (olégio @anto Ant1nio Fb'etivo de Furinhos é
o único estabelecimento de ensino na cidade a possuir a presença de
psicólogo escolar. 8o que consiste que a atuaço da psicóloga observada é
recém)formada, tendo no m+!imo tr*s anos de atuaço na +rea, no entanto, a
mesma tem estudado e se empenhado ao m+!imo para corresponder as
e!ig*ncias do cargo que ocupa, atendendo a alunos, pais e professores nas
mais diversas necessidades que se apresentam em relaço ao que
compromete o bom desempenho do aluno na escola.
A inserço do psicólogo na escola particular est+ intimamente
relacionada a aspectos que tendem a permitir uma maior abertura de mercado
de trabalho para o psicólogo. A autonomia do profissional nessa +rea, conforme
observada varia conforme as condições histórico)sociais e também de acordo
com a tra'etória pessoal e profissional. J+ momentos, no entanto, que para
desenvolver suas atividades e!istem inúmeras barreiras e resist*ncias a
mudanças, impossibilitando uma atuaço condizente com as funções do
psicólogo escolar.
J+ momentos em que o psicólogo acaba fazendo algumas coisas que
no so de sua alçada, atuando no lugar do professor quando o mesmo se
ausenta da sala improvisando trabalhos, apontando)se assim, problemas
relacionados a imagem desse profissional na instituiço, sendo necess+rio um
maior empenho na consolidaço de responsabilidade e empenho na
consolidaço de pr+ticas que o identifiquem como um profissional capaz de
colaborar no processo educacional de forma eficaz. (onforme foi observado ecolhido através de relatos, o profissional da psicologia escolar ainda é re'eitado
e muitos profissionais que compõem o quadro pedagógico ainda cr* que o
mesmo é desnecess+rio. Eal pensamento, est+ fundamentado no
desconhecimento sobre a verdadeira atuaço do psicólogo, ora atribuindo)lhe
poderes acima de sua compet*ncia ou desvalorizando suas funções,
acreditando ser uma tarefa supérflua.
Hiante disso, ainda que os avanços da psicologia escolar se direcionempara uma mudança no modelo de atuaço, apostando numa abordagem
7/17/2019 A Psicologia Escolar
http://slidepdf.com/reader/full/a-psicologia-escolar 12/21
14
coletiva, que envolva professores como parceiros e que conte!tualizem os
problemas educacionais, as marcas históricas vo permanecendo e marcando
a imagem do psicólogo. Hesse modo, podemos entender que umas das
razões pela qual o psicólogo escolar encontra e!pectativas para manter suas
atividades est+ na mudança do modelo de atuaço, que apesar de desafiador,
aponta para a construço de uma imagem social da profisso, dei!ando para
tr+s o estigma de um modelo fechado, individualizante e clinico.
7/17/2019 A Psicologia Escolar
http://slidepdf.com/reader/full/a-psicologia-escolar 13/21
15
#. Consideraç$es %inais
(onclui)se que a psicologia escolar ainda caminha a passos lentos,
interpretada de forma equivocada por inúmeros profissionais é apontada como
um instrumento eficaz de catalogar aos indiv-duos inteligentes e aos menos
capacitados. Eal visualizaço ainda cria barreiras para uma eficaz
implementaço de um processo de psicologia moderna que visualiza o
indiv-duo através de todas as influencias sócio históricas que o circundam.
Percebeu)se que o psicólogo ainda que empenhado e preparado para
atuar de acordo com as e!ig*ncias cab-veis dentro de um conte!to escolar,
encontra barreiras por parte de antigos profissionais que se recusam a aceitar
ideias novas e métodos modernos de como encarar o aluno problem+tico,
visualizando no somente o problema, mas elencando uma série de elementos
que compõem o problema.
A psicologia escolar visualiza o aluno como fruto de um meio sócio
histórico, fugindo de pressupostos antigos de uma f+cil catalogaço dos
inteligentes e incapacitados, mas tal procedimento toca na atuaço de um
vasto grupo solidificado, entre eles a própria escola, seus professores, seus
métodos e sua forma de conduzir o aluno, por outro lado a fam-lia e como a
mesma tem colaborado para oferecer um desenvolvimento saud+vel e afetivo
para que a criança encontre possibilidades de crescer de forma adequada
diante de uma sociedade cada vez mais multifacetada e pluriforme.
=videncia)se, assim que h+ muito ainda por ser feito, pois muitos
acreditam que psicólogo só é necess+rio em caso e!tremo e fora do conte!to
escolar, na cl-nica. Por sua vez, conforme a pesquisa somente uma única
escola na cidade de Furinhos possui um psicólogo escolar, sendo esta umcolégio particular, sem mencionar unidades públicas que apesar de possuir
alguns psicólogos na rede de ensino, possuem uma demanda to alta que
pouco pode ser feito para au!iliar poss-veis situações problem+ticas que
venham a se evidenciar.
He forma geral, conclui)se que a psicologia escolar ainda que escassa e
pouco implementada, no local em que est+ atuando e ofertando au!ilio ao bom
desenvolvimento de crianças dentro do ambiente escolar é eficaz e cumprecom a proposta oferecida, evitando ao m+!imo a inserço de medicamentos
7/17/2019 A Psicologia Escolar
http://slidepdf.com/reader/full/a-psicologia-escolar 14/21
16
indiscriminados sem uma devida orientaço medica e procurando através de
conversas com toda a equipe pedagógica e fam-lia meios adequados para
solucionar qualquer que se'a o problema apresentado por uma criança dentro
da escola e em seu desenvolvimento cognitivo e pessoal.
7/17/2019 A Psicologia Escolar
http://slidepdf.com/reader/full/a-psicologia-escolar 15/21
17
&. Bibliogra%ia
AACLF, (. ;. ;., M A<;=?HA, @. . (. Psicologia Escolar institucional'
desenvolvendo compet(ncias para uma atuação relacional. Alinea,
(ampinas. 599>.
(C(=@ A. D. Psicologia e educação' nossa )istria e nossa realidade.
Alinea, (ampinas. 599>.
4CNNF, . @. <. Psicologia Escolar e a nova con*untura educacionalbrasileira. Atomo, (ampinas. 599#.
;A@@?;?, ;. +istria da Psicologia Brasileira' da ,poca colonial at, 1-3!.
=PC, @o Paulo. #$$9.
PAEEF, ;. J. @. O ue a )istria pode di/er sobre a pro%issão do
psiclogo' a relação Psicologia0Educação. (ortez, @o Paulo. 599>.@FCNA, ;. P. . Pronturios revelando os bastidores do atendimento
psicolgico ueia escolar . (asa do Psicólogo, @o Paulo. 599%.
D?=?A, ita de (+ssia. O psiclogo e o seu %a/er na educação' uma cr4tica
ue * não , mais bem0vinda. (asa do Psicólogo, @o Paulo. 599>.
D?4FE@O?, <. @. Educação e 5ociedade' 6anuscrito de 1-27. Atica, @oPaulo, 5999.
7/17/2019 A Psicologia Escolar
http://slidepdf.com/reader/full/a-psicologia-escolar 16/21
18
8. Aneos
Entrevista com a Psicloga "aniele Cabral.
109 :a sua opinião; ual o papel do psiclogo na escola nos dias de )o*e<
Percebo que a demanda esta continuamente voltada em tratar o aluno que
tenha dificuldades de aprendizagem ou de comportamento e geralmente essa
demanda é a mais comum. =!istem, ao meu ver, duas correntes para a
atuaço do psicólogo, uma que se conforma com a demanda e cria um
processo de individualizaço na criança e no discute fatores de dificuldade de
aprendizagem ou de comportamento. Futra corrente seria a que discute
perspectivas para entender o que esta acontecendo em uma determinada sala
de aula e esta produzindo dificuldades de comportamento e de aprendizagem.
=u trabalho nessa perspectiva da analise institucional, que a'uda a pensar
quais so as forças que esto atravessando aquele campo e que esto
tornando doente o espaço escolar.
29 Os psiclogos tem conseguido trabal)ar dessa %orma<
Acredito que sim, mas no é uma tarefa f+cil, é um trabalho lento e demorado.
;udar as perspectivas dos professores com relaço aos alunos e em relaço a
eles mesmos é um processo lento, porque cada um é formado de forma
sub'etiva, para pensar individualmente as questões. =sse pensamento é muito
dif-cil de ser destru-do.
39 "e ue %orma o psiclogo pode intervir na escola; *unto aos
pro%essores; e alunos<
0 comum ir de encontro a problemas cristalizados e eu particularmente no
acredito que temos de fechar os olhos para essa demanda, mas eu costumotrabalhar de maneira que e!ista a chance de discutir o que esta acontecendo e
ouvir o aluno, para saber como ele se sente sendo um aluno com problema,
com dificuldades. ;as ressalto que é imposs-vel tratar o aluno sem que o
professor acompanhe esse trabalho. 4eralmente, isso d+ certo e a escola se
abre para que façamos esse trabalho com grupos de alunos, grupos de
professores, ou até 'untando os grupos. A grande questo est+ em conseguir
fazer um deslocamento do aluno do papel de culpado e tentar começar aproblematizar mais com ele a questo de responsabilidade. Iuando falo de
7/17/2019 A Psicologia Escolar
http://slidepdf.com/reader/full/a-psicologia-escolar 17/21
19
responsabilidade, estou falando em interaço, porque a responsabilidade
precisa ser compartilhada e a culpa no, a culpa cada um toma para si mesmo.
!09 5abe di/er a di%erença entre o trabal)o nas escolas particulares e
p=blicas<
8a escola particular é dif-cil a aceitaço do trabalho do psicólogo, porque e!iste
uma ideologia de que tudo est+ muito perfeito, muito seguro. =nto, os
professores acreditam muito que o trabalho do psicólogo se'a necess+rio
somente para aquelas crianças que possuem algum problema e nesse caso é
encaminhada para um atendimento fora da escola. 0 mais dif-cil trabalhar na
escola particular, pois na escola pública, essa mentalidade de que as coisas
precisam ser discutidas é mais tranquila, a aceitaço é maior, até porque ela
possui menos recursos.
#09 Como , para voc( a uestão da medicali/ação na escola<
A medicalizaço é um fato que no passa somente pela escola, ela tem
permeado todas as instancias da vida de forma geral. 8a escola, percebo que
a medicalizaço entra como um elemento facilitador do trabalho do professor,
uma espécie de docilizaço dos corpos, sendo que os castigos corporais foram
abolidos, no se encontrou outro meio seno controlar o corpo por meio da
medicalizaço. Fs professores acreditam que '+ perderam o controle de sua
autoridade sobre o aluno.
&09 Como o psiclogo interv,m nessas situaç$es<
F psicólogo no é alguém que pro-be medicalizações por que ele no medica.
F m+!imo que ele pode fazer é discutir, tanto na escola quanto com a fam-lia eas unidades de saúde se necess+rio. 0 um trabalho que tem que ser integrado,
mas no sentido de colocar esse assunto em discusso.
809 Como o psiclogo pode trabal)ar temas do cotidiano ue passam pela
vida escolar; como drogas e viol(ncia<
=sses temas esto na vida, na escola e fazem parte de todo um con'unto
e!istencial. =nto no d+ para fechar os olhos e no encarar essas questões,fingindo que elas no e!istem. Pelo contr+rio, corremos o risco de criar tabus,
7/17/2019 A Psicologia Escolar
http://slidepdf.com/reader/full/a-psicologia-escolar 18/21
20
tornando o assunto inacess-vel. =u costumo dizer que tudo que no é dito
acaba maldito. <ogo, é preciso abrir espaços para que as pessoas possam
entrar em contato com realidades que permeiam nossa vida de forma geral. F
psicólogo no pode ser um profissional que se ocupa de prevenções, ele no
tem esse papel, ele deve conscientizar, esclarecer e ouvir opiniões, trazendo o
maior esclarecimento sobre a pertin*ncia de temas to relevantes.
709 Como a %ormação do psiclogo pode auiliar na %orma como ele atua
na escola<
=u, enquanto psicóloga, sou apai!onada pelo que faço e creio que a psicologia
escolar ainda tem muito que galgar no campo de aprofundamento de sua
atuaço e esclarecimento sobre o seu papel na +rea educacional. Acho que é
dever de todos nós reforçar isso, até porque usamos tudo que é emergente na
escola como forma de atuar na transformaço do ser humano, principalmente
aqueles que esto em fase de formaço. Hevemos romper com esse panorama
enquadrado na tradiço cl-nica, rotulador. Eemos a- um campo de intervenço
fant+stico, mas ainda assim é um trabalho lento e de muitas lutas.
7/17/2019 A Psicologia Escolar
http://slidepdf.com/reader/full/a-psicologia-escolar 19/21
21
"iario de campo
Hia 5797 @e!ta eira
ui recebido pela psicóloga Haniele (abral que me permitiu acompanh+)
la na observaço dos alunos. iquei pró!imo a ela fazendo uma observaço
geral, enquanto ela me apontava alguns casos particulares acerca de algumas
crianças em particular. Cma das crianças que ela inicialmente me apresentou e
que estava sendo seu foco de observaço mais preocupante era de uma
menina que se recusava a entrar em sala de aula com outras crianças.
=nquanto os outros alunos entravam na sala e se acomodavam, a menina se
mantinha inerte e temerosa 'unto a au!iliar de sala. Após todos os alunosentrarem na sala a menina foi conduzida chorando, demonstrando medo e
protesto, mas após algum tempo se acalmou. =mbora, a psicóloga me
posicionou que h+ um trabalho muito trabalho ainda a ser feito, considerando
que a menina no responde a v+rios est-mulos, como que presa em seu
mundo, no fala como as outras crianças e apresenta um desempenho
atrasado em relaço as crianças de sua idade. ;uito '+ foi tratado com os pais
dessa criança que apesar de terem buscado au!ilio de v+rios médicos aindano detectaram um diagnóstico preciso acerca do comportamento irregular que
a menina apresenta. 8o decorrer de toda a observaço focamos a nossa
atenço em particular a essa menina. Eerminado o tempo dispon-vel para
acompanh+)la agradeci e me retirei, combinando um novo retorno.
Hia 5%97 @egunda)eira
(heguei ao colégio e me encontrei com a psicóloga Haniele quepercorreu comigo algumas salas de aula, em uma delas ela entrou em se
sentou como de costume e me e!plicou que aquela era uma sala mista,
composta de crianças que permaneciam no per-odo da manh e tarde, nesse
ambiente as crianças e!ercitavam seu lado lúdico, brincando e se
sociabilizando. Haniele me e!plicou a dificuldade que e!istem com as crianças
mais institucionalizadas que o colégio possui, sendo alguns casos mais
preocupantes, onde a criança pouco convive com os pais e muito se encontra
na escola. =ssas crianças apresentam dificuldades com o e!erc-cio de poder
7/17/2019 A Psicologia Escolar
http://slidepdf.com/reader/full/a-psicologia-escolar 20/21
22
dos professores, so rebeldes e indom+veis, uma vez que muito tempo
passando longe dos pais, quando esto com eles dei!am fazer tudo, no
impondo limites. L+ se tentou de muitas formas conscientizar alguns pais, mas
alguns so infle!-veis na compreenso de que as crianças deveriam passar
mais tempo com a fam-lia, ameaçando até retirar os filhos da escola caso no
fosse atendidos em suas necessidades. Após um tempo de observaço,
conversei um pouco com a psicóloga e apresentei a ela algumas questões para
entrevista, da qual ia compor em parte minha pesquisa, ela ainda e!pressou
algumas alegrias e dificuldade que encontra no e!erc-cio da psicologia escolar,
mas demonstra muita satisfaço em e!ercer essa funço, apesar de
incompreensões e barreiras de mentalidade retrogradas e conservadoras que
ainda permeiam o ambiente escolar.
Hia 5297 Eerça)eira
Ao chegar ao colégio como combinado com a psicóloga Haniele, fomos
em uma sala em particular onde a mesma que apresentou o caso de um aluno
que passou a apresentar bai!o rendimento escolar, certamente por conta de
uma repreenso que levou em voz alta de uma professora por conta de mau
comportamento. Hevido ao e!cesso, mas 'untamente com a companhia de
outros amigos, que no apresentaram nenhuma mudança de comportamento,
a criança em questo se e!clui do grupo, no participando das atividades. @eu
caso chamou a atenço dos professores, que viram uma mudança brusca em
seu comportamento desde ento. A psicóloga se mostrou empenhada em
conhecer o histórico da criança e me revelou que esse menino est+ prestes a
ganhar uma irm, a vida dele, portanto est+ passando por mudanças familiares
que tem provocado uma sensibilidade muito grande na vida desse menino. Hefato, a psicóloga tentou de v+rias formas falar com os pais, mas somente
conseguiu contato com o pai, enquanto a me do menino no se apresentou
em momento algum, alegando falta de tempo e indisposiço devido a gravidez.
Haniele ainda indicou que h+ muitos pais totalmente incess-veis a realidade e o
comportamento da criança, no se apresentando ou se recusando a conversas
com ela, para tentar esclarecer certos comportamentos e verificar como se d+ a
vida familiar de algumas crianças. @egundo ela é um trabalho de muita luta eempenho, mas que ainda sim apresenta resultados a longo prazo.
7/17/2019 A Psicologia Escolar
http://slidepdf.com/reader/full/a-psicologia-escolar 21/21
23
Hia 5$97 Q Iuarta eira
ui recebido pela psicóloga Haniele e fui convidado a acompanha)la a
aula de musicalizaço, l+ as crianças foram dispostas em c-rculo, da qual a
professora respons+vel ofereceu alguns instrumentos de precurso para cada
uma enquanto promoveu uma din/mica, através de uma música onde cada
uma respondia ao seu papel tocando seu instrumento no momento adequado,
em seguida cada criança trocava de instrumento e continuava a brincadeira. A
psicóloga observou que a menina que possui problemas com alteraço de
ambiente se sociabilizava bem e interagia conforme a atividade musical se
desenrolava, favorecendo uma observaço mais rica para compreender o que
o caso que tanto intriga sua observaço. Ao termino das atividades todas as
crianças foram para a sala de aula e a menina com resist*ncia a mudanças
chorou e se recusou a se ausentar da sala de musicalizaço. Após isso, conclui
minha entrevista com a psicóloga da qual a mesma me e!plicou sua
perspectiva sobre a psicologia escolar e como seu trabalho reflete no
desenvolvimento das atividades com os alunos no colégio em que trabalha. Por
fim, a acompanhei em mais uma sala de aula onde observamos o
comportamento no só dos alunos, mas também da professora que apresenta
um certo descontentamento profissional e isso tem refletido de forma evidente
no comportamento das crianças.