A raiz e a flor

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A raiz e a flor O que não expressamos permanece reprimido Imagens: Mandalas de flor by Kathy Klein Mark Nepo

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A raiz e

a florO que não expressamos permanece

reprimido

Imagens:

Mandalas de flor

by Kathy Klein

Mark Nepo

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Parece que quanto mais nos expressamos, quer dizer, quanto maiscolocamos para fora o que está em nosso interior, mais vivos estamos.

Quanto mais damos voz à nossa dor de viver, menos barreiras entrenossa alma e o mundo.

Por outro lado, quanto mais nos reprimimos, quanto mais represamos,e nos fechamos em nós mesmos, menores nos tornamos.

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Quanto mais acumulamosem nosso coração e em

nosso cotidiano, mais temosde nos esforçar para sentir

a vida diretamente.

Tanto que nossa vidanão expressada

pode se tornar um caloque carregamos e cuidamos,

mas nunca removemos.

A vida pode, de fato, perder sua suavidade.

Erroneamente concluímos que ela está perdendo seu sentido,quando somos nós que não estamos sentindo mais o sabor

das emoções essenciais.

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Por exemplo, para uma pessoaque não percebe que está com

catarata, é o mundo que parece escurecer, não sua

vista.

Quantas vezes achamos o mundo menos estimulante,inconscientes de que nosso

coração está diminuído e sufocado por todas as coisas

que permaneceram reprimidas?

Confesso que, por muitas razões, sempre me senti invisível

em minha família e em certos grupos.

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Inicialmente, o problema se originou por querer agradar a

todo custo uma mãe centralizadora.

Isso me levou a anos de mágoas e rejeições nunca

reveladas, que formaram um calo no meu coração.

Sou e sempre fui uma pessoamuito aberta e sensível, mas,

além de certo ponto,meu íntimo não podia ser

tocado.

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Embora esse calo tenha começado

a se desenvolver a partir

do relacionamento

com minha mãe, isso afetou o modo

como me relacionava com qualquer um.

Finalmente,

percebi que o mundo não

estava perdendo sua cor,

mas eu é que estava apagando as

cores das emoções.

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Dizer isso agoratão calmamente não reflete

como foi difícil,longo e doloroso tomar

consciência desse problema.

Ele veio à tona para mimgradualmente, à medidaque passei a reconhecer

e dar vozà sensação de invisibilidade

que carreguei por toda a vida.

Parece que a nossa autenticidade está ligada

ao que é expresso e ao que é reprimido.

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Assim como as floresprecisam de raízes saudáveis

para florescer,os sentimentos somente podem expressarsua beleza, quando estão cuidadosamente

enraizados em nós,rompendo o solo de algum modo

e desabrochando.

É esse delicado e paradoxalpedacinho de chão

entre a superfície e o fundo,entre a flor e a raiz,

entre o que é libertado e o que é contido,que continuamente determina se

estamos vivendo nossa vida, ou não.

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Texto extraído de:O Livro do Despertar

Mark NepoSão Paulo

Editora Gente – 2006

Imagens:agradecimentos a

Vera Alba pelo envio

Música;La Puerta

Orquestra Romântica Brasileira

Formatação:Eliana Crivellari

20/10/2012