A ROTA DAS ABOLIÇÕES DA ESCRAVIDÃO E DOS DIREITOS … · quem insistiu nos deveres do cidadão e...

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A ROTA DAS ABOLIÇÕES DA ESCRAVIDÃO E DOS DIREITOS HUMANOS LESTE DA FRANÇA - EUROPA ---------------------------- CASA DA NEGRITUDE CHAMPAGNEY- HAUTE-SAONE MUSEU SCHOELCHER FESSENHEIM-HAUT-RHIN CASA DO ABADE GREGÓRIO EMBERMENIL-MEURTHE ET MOSELLE CASTELO DE JOUX-TOUSSAINT LOUVERTURE LA CLUSE ET MIJOUX-PONTARLIER-DOUBS ROTEIRO DO DEVER DE MEMÓRIA SOBRE O TRÁFICO NEGREIRO E A ESCRAVIDÃO

Transcript of A ROTA DAS ABOLIÇÕES DA ESCRAVIDÃO E DOS DIREITOS … · quem insistiu nos deveres do cidadão e...

A ROTA DAS ABOLIÇÕES DA ESCRAVIDÃO

E DOS DIREITOS HUMANOS

LESTE DA FRANÇA - EUROPA ----------------------------

CASA DA NEGRITUDE CHAMPAGNEY- HAUTE-SAONE

MUSEU SCHOELCHER FESSENHEIM-HAUT-RHIN

CASA DO ABADE GREGÓRIO EMBERMENIL-MEURTHE ET MOSELLE

CASTELO DE JOUX-TOUSSAINT LOUVERTURE LA CLUSE ET MIJOUX-PONTARLIER-DOUBS

ROTEIRO DO DEVER DE MEMÓRIA SOBRE O TRÁFICO NEGREIRO E A ESCRAVIDÃO

Plano

INTRODUÇÃO 1° - A mensagem histórica dos sítios da “rota das abolições da escravidão” P. 3 2° - Locais e personagens históricos precursores P. 4 3° - As homenagens aos personagens da “rota das abolições da escravidão” P. 5 4° - A mensagem da “rota das abolições da escravidão” lançada pelo futuro P. 6

I - UM PROJETO DIRECIONADO PARA UMA DINÂMICA NACIONAL E INTERNACIONAL

1° - As origens do projeto P. 7 2° - O projeto internacional « da rota do escravo” da UNESCO P. 8 3° - O reconhecimento da escravidão como crime contra a humanidade pela França P. 9 4° - O ano 2004 : ano internacional de comemoração da luta contra a escravidão e P. 10 da sua abolição

II – APRESENTAÇÃO DA ROTA DAS ABOLIÇÕES DA ESCRAVIDÃO

E DOS DIREITOS HUMANOS 1° - Os objetivos do projeto P. 11 2° - Os 4 locais da rota das abolições P. 12-13 3° - Os patrocínios e apoios ao projeto ao nível nacional e internacional P. 14-15 4° - As principais visitas nos locais da rota das abolições da escravidão P. 16 5° - A mídia que falou da rota das abolições da escravidão P. 17 6° - As maiores comemorações organizadas nos locais da rota das abolições da escravidão P. 18

III - A ESTRATÉGIA E AS AÇÕES DO PROJETO DA ROTA DAS ABOLIÇÕES DA ESCRAVIDÃO E DOS DIREITOS HUMANOS

1° - A procura do reconhecimento a nível nacional e internacional P. 19 2° - A organização de comemorações P. 19 3° - As ações de promoção e comunicação P. 19 4° - As relaçoes públicas P. 20 5° - O ensino e os vínculos pedagógicos P. 20 6° - Os vínculos com centros de pesquisa histórica P. 20 7° - A organização de eventos P. 20

IV - INFORMAÇÕES PRÁTICAS 1° - Acesso e visitas aos locais P. 21-22 2° - Contatos úteis P. 23 3° - Informações gerais sobre as regiões P. 23

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INTRODUÇÃO

1° - A MENSAGEM HISTÓRICA DA ROTA DAS ABOLIÇÕES DA ESCRAVIDÃO E DOS DIREITOS HUMANOS

“ os habitantes de Champagney não podem pensar nas dores que padecem os negros nas colônias sem ficar com o coração sensibilizado pelo maior sofrimento...”

Artigo 29 do caderno de apresentação das reivindicações da Revolução Francesa do município de

Champagney. Dia 19 de março de 1789.

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“os homens nascem e ficam livres e iguais em direitos”

Abade Henrique Grégoire (1750-1831), autor do Artigo Primeiro da declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Paris dia 26 de Agosto de 1789.

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“ao me fazer cair, vocês só derrubaram o tronco da árvore da liberdade dos Negros, ele virá a crescer pelas raízes, porque elas são profundas e numerosas”

Toussaint Louverture (1743-1803), líder da insurreição dos escravos no Ilha de Santo-Domingo.

Dia 7 de junho de 1802.

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“reconheçamos e digamos aos nossos filhos que até ficar um só escravo na terra, a escravidão desse homem é um insulto permanente à raça humana inteira”

Victor Schoelcher (1804-1893), secretário de Estado pelas colônias do Governo Provisório da

República Francesa. Paris 1848.

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2° - LOCAIS E PERSONAGENS PRECURSORES

Dia 19 de março de 1789, os habitantes de Champagney lançavam o primeiro grito do povo contra o tráfico negreiro e a escravidão. Na Revolução de feveireiro de 1848, milhares de operários em

Paris assinaram petições para a abolição da escravidão. De 1850 até 1880, dos Estados Unidos até o Brasil se desenvolveram importantes movimentos populares contra a escravidão.

Se a denúncia do tráfico negreiro e da escravidão foi feita primeiro pelos inteletuais, foram afinal

os movimentos e insurreições populares que derrubaram os regimens escravagistas. Os 78 anônimos de Champagney acenderam a primeira faísca.

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Líder da única insurreição vitoriosa da História, Toussaint Louverture escreveu, com o nascimento

do Haiti; primeira república Negra, uma nova página na história universal.

Precursor do movimento de emancipação das colônias, iniciador do proceso das abolições da escravidão, ele foi uma das primeiras e maiores figuras do Poder Negro. Neste sentido virou um

modelo para os líderes dos movimentos pelas independências, os combatentes pelos direitos cívicos, os resistentes contra o aparteid ou os defensores da identidade negra.

Na História, Toussaint Louverture é hoje reconhecido como o “primeiro dos negros”

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Emancipador dos Judeus e dos Negros, Gregoire, ao lado de um trajeto político excepcional,

deixou à França uma obra considerável nas reformas da instrução, na proteção do patrimônio, da universalisação da língua francesa, do fomento das ciências.

Mas foi no campo dos direitos humanos que a sua obra passou à imortalidade e à universalidade. Foi ele quem gravou na memória da história que “os homens nascem livres e iguais em direito”;

quem insistiu nos deveres do cidadão e das nações. Foi na obra de Gregoire que René Cassin encontrou a inspiração para escrever a Declaração Universal dos Direitos Humanos proclamada

pelas Nações Unidas em 1948.

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Humanista, Victor Schoelcher liderou todos os combates contra a miséria humana e a opressão: após a vitória pela a abolição na França, segue esse combate pela abolição nos EUA,

em Cuba e no Brasil. Lutou pela melhoria das condições dos ex-escravos nas colônias e sua integração na sociedade. Foi partidário dos direitos das mulheres, da liberdade de imprensa,

e militou contra a pena de morte.

Secretário de Estado durante a II República, foi eleito Senador durante a III República. Puro repúblicano, Schoelcher tinha entendido que só a forma republicana do Estado podia fomentar as

verdadeiras condições de emancipaçao dos homens.

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3° - AS HOMENAGENS AOS PERSONAGENS “DA ROTA DAS

ABOLIÇOES DA ESCRAVIDÃO”

“O antilhano da diáspora africana, exprime seu maior reconhecimento aos homens e mulheres de CHAMPAGNEY A GRANDE. Mas longe dos erros, das culpas e dos crimes, essa mão dada com franqueza desde 1789, obliga os descendentes de escravos a seguir homenageando a França. Da

qual alma foi salva em Champagney aquele dia 19 de março.

Camille Darsières, deputado da Martinica. Livro de Ouro de Champagney.

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“Quando Toussaint Louverture veio, foi para tomar ao pé da letra a Declaração dos Direitos do Homem, foi para indicar que não há raça pária, que não há países marginais, que não há povo

diferenciado”.

Aimé Césaire, pai do movimento pela negritude, ganhador do “prêmio internacional Toussaint Louverture” proclamado pela Unesco.

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“A história afirmou... a figura do Abade Gregoire aparece e cresce a medida que as instituções que ele criou vão se desenvolvendo e que as idéias apoiadas por ele entram nos Direitos dos Homens.

Gregoire é cada dia mais presente na história da humanidade, pela qual ficará um dos bem feitores.

René Cassin, redator da declaração Universal dos Direitos do Homem proclamada pela Organização das Nações Unidas em 1948.

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“ao ler em voz alta, da poltrona presidencial, esse texto de lei, breve e claro, que consagrava a

imortalidade de Schoelcher, ficava muito comovido. Via surgir ao redor de mim, e subir, como se fosse uma ressurreição súbita, a fila inumerável de todos os oprimidos que durante largos séculos tinham padecido da servidão e que por meio da minha voz unida a sua, gritavam neste instante:

Scholcher é um dos bem feitores da Humanidade”

Gaston Monnerville, neto de escravo e Presidente do Conselho da República francesa, na leitura do texto que autoriza a transferência das cínzas de Victor Schoelcher no Panteão Nacional.

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“aos grandes homens, a patria agradecida”

Panteão Nacional. Paris.

Em 1949, pelo centenário da abolição da escravidão, as cínzas de Victor Schoelcher são

transferidas no Panteão. Em 1989, nas comemorações do bicentenário da Revolução Francesa, o Panteão acolhe o Abade Gregoire. Nesse mesmo ano uma inscrição é colocada pela memória de

Toussaint Louverture.

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4° - A MENSAGEM DA ROTA DAS ABOLIÇÕES DA ESCRAVIDÃO PARA O FUTURO

Os habitantes de Champagney recusavam a idéia da condição de escravo e não viam a cor do

homem negro. No negro só reconheciam um ser humano, um semelhante. Igual a eles.

Gregoire, esse fervente católico quem fará a apologia da igualdade dos Direitos, nos lembrou os deveres dos cidadaões.

Com Toussaint Louverture, apareceu com toda sua complexidade e modernidade

a problemática da sociedade multicultural.

Por fim, Schoelcher nos ensinou do que a verdadeira emancipação, além da mera retirada das correntes e cadeias, passa pela instrução e a integração econômica.

Todos, paisanos, negro escravo, homem da igreja ou alto burguês, ateu e maçônico, se reúniram pelo COMBATE PELA DIGNIDADE DO HOMEM.

DE TODOS OS HOMENS.

Do século XV ao século XIX, o tráfico negreiro e a escravidão, primeira forma de mundialização da história, esmagaram mais de 20 milhões de africanos. Este episódio, pelo custo humano, a

ideologia que o justificou e pelo tamanho das destruições econômicas, sociais e culturais provocadas, é qualificado hoje como crime contra a humanidade.

Os anonimos de Champagney, o catolico Grégoire, o revoltado Toussaint Louverture e o senador repúblicano Schoelcher transmitiram a luz da justicia e da liberdade. Nos mostraram o caminho. Esse caminho continua hoje nessa “rota das abolições da escravidão e dos Direitos do Homem”

que, da homenagem a suas memórias, nos incita a transmitir sua mensagens.

Na madrugada nascente do XXI século, a Organização Internacional do Trabalho, nos ensina que hoje em dia HÁ MAIS DE 250 MILHÕES DE ESCRAVOS NO MUNDO, ou seja, 15 vezes mais

do que foi transportado por todos os barcos negreiros durante mais de quatro séculos.

Mais que nunca, o grito de revolta dos justos de Champagney, de Gregoire, de Toussaint Louverture e de Schoelcher ecoa na atualidade e até nós.

Essa “rota das abolições da escravidão e dos Direitos do Homem” nos convida a seguirmos seus combates. Eis o sentido e a direção dessa rota que lhes convidamos a seguir.

Os responsáveis da Casa da Negritude, do Castelo de Joux Toussaint Louverture, da Casa do Abade Gregoire e da Casa Victor Schoelcher.

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I - A ROTA DAS ABOLIÇÕES DA ESCRAVIDÃO : UM PROJETO DIRECIONADO PARA UMA DINÂMICA NACIONAL E

INTERNACIONAL 1°- AS ORIGENS DO PROJETO No ano 2002 iniciou-se entre as regiões Alsace, Lorraine e Franche-Comté no Leste da França o projeto « a rota das abolicões da escravidão » que une os locais da Casa da Negritude de Champagney, o Museu Victor Schoelcher em Fessenheim, a Casa do Abade Gregoire em Embermenil e o Castelo de Joux-Toussaint Louverture em Cluse et Mijoux-Pontarlier. O projeto e a estratégia foram elaborados com o objetivo de se integrar e surgir como resposta a três movimentos: - primeiro, esse projeto se relaciona ao importante movimento iniciado em 1994 sobre o

reconhecimento do tráfico negreiro e a escravidão como um episódio dramático na história da humanidade.

Esse movimento foi desenvolvido através do projeto “da rota do escravo”, amplo trabalho liderado pela UNESCO e que mobilizou pesquisa histórica e científica e a elaboração de programas sobre a memória entre locais e museus na África, no Caribe, nas Américas e na Europa.Aquele trabalho foi organizado, acompanhado e reconhecido pelas maiores organizações internacionais (Organização Mundial do turismo e Assembléia da Organização das Nações Unidas). - Paralelamente a essa dinâmica internacional, os deputados e senadores da República francesa,

adotaram unanimemente a Lei do 21 de Maio de 2001 que « reconhece o comércio negreiro e a escravidão como crimes contra a humanidade ». Atualmente a França é o único país no mundo que adotou tal atitude através de uma Lei de estado e por isso foi homenageada pela comunidade dos países negros na última conferência mundial da ONU sobre o racismo e a xenofobia em Durban no mês de setembro 2001.

- após o pedido da Conferência geral da UNESCO, a Assembléia Geral da Organização das

Nações Unidas proclamou o ano 2004 « ano internacional de comemoração da luta contra a escravidão e da sua abolição » em relação com o projeto « a rota do escravo » da UNESCO, projeto designado como sendo prioritário na declaração e o plano de ação da última conferência mundial da ONU.

Fortalecido por esse movimento internacional e apoiado pelo compromisso nacional, o projeto da « rota das abolições da escravidão e dos direitos humanos » foi inaugurado oficialmente em 2004 como a contribuição da França para o ano internacional de comemoração. Por isso, a “rota das abolições da escravidão”, primeiro e único circuito do dever de memória sobre o tráfico negreiro, a escravidão e sua abolição na Europa, recebeu naquela ocasião os patrocínios e reconhecimientos das organizações internacionais (ONU, Unesco,..) e do mais alto nivel do Estado francês ( Présidencia da República, Ministérios, Senado,...).

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2°- O PROJETO INTERNACIONAL DA « ROTA DO ESCRAVO » DA UNESCO « Primeiro sistema de mundialização da história, o comércio negreiro transatlântico e a escravidão, constituem a matéria invisível das relações entre a Europa, a África, as Américas e as Antilhas. Este episódio dramático da história da humanidade chama, devido à seu caráter humano (várias dezenas de milhões de vítimas), por causa da ideologia que o justificou (a construção intelectual do desprezo do africano e do racismo para justificar a venda de seres humanos como bens conforme com à definição do Código negro francês) e visto o tamanho da desestruturação econômica, social e cultural do continente africano, a atenção para se interrogar sobre o sigilo histórico que o rodeou durante muito tempo » (Doudou DIENE). Sob a proposta do Haiti e países da África, iniciadores do projeto, a Conferência geral da UNESCO aprovou em 1993 o lançamento do projeto « a rota do escravo » que foi feito oficialmente em 1994 em Ouidah no Benin. A ação central da « rota do escravo » é o programa científico sobre o comércio negreiro (transatlântico, no Mediterrâneo e no Oceano Índico) e a escravidão. Esse programa foi lançado através de setores temáticos de pesquisa em três direções : - O programa de educação e ensino : Aquele programa estruturado mediante uma « Task Force » internacional é sustentado por programas nacionais e resultados de pesquisas científicas. O setor da educação da UNESCO através da Unidade de coordenação da rede das Escolas associadas, é responsável pelo programa, em relação com a divisão do diálogo inter-cultural. - O programa sobre a promoção das culturas vivas e das manifestações artísticas e

espirituais : Trata-se de promover as atividades culturais, artísticas e as manifestações espirituais nascidas nas interações do comércio negreiro nas Américas e no Caribe e as tradições africanas, ou seja, o patrimônio comum e material dos povos africanos, ameríndios e europeus que o comércio negreiro que levou a existência de sociedades plurais. - O programa sobre a memória da escravidão e a diáspora negra : O comércio negreiro constitui pela sua ignorância, uma das formas mais radicais de negação histórica. « A rota do escravo » iniciou-se , com a intenção de manter viva a memória do comércio negreiro em dois projetos : o programa de turismo cultural sobre a « rota do escravo » e a criação de museus da escravidão. Hoje em dia, a “rota das abolições da escravidão e dos direitos humanos” atua com laços e vínculos com a “rota do escravo” da Unesco.

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3°- O COMPROMISSO DA REPÚBLICA FRANCESA SOBRE O RECONHECIMENTO DA ESCRAVIDÃO : A LEI DO 21 DE MAIO 2001

Unanimemente, os deputados e senadores da República francesa adotaram no dia 21 de maio 2001 a Lei n° 2001-434 que reconhece « o comércio negreiro e a escravidão como crimes contra a humanidade », com o seguinte conteúdo: « A Assembléia nacional e o Senado adotaram, O Presidente da República promulga a Lei seguinte : Artigo 1er

A República Francesa reconhece que o comércio negreiro transatlântico assim como no Oceano Índico de um lado, e a escravidão por outro lado, cometidos a partir do século XV nas Américas, no Caribe, no Oceano Índico e na Europa contra os povos africanos, indu-americano, malgaxes e índios constituem um crime contra a humanidade. Artigo 2 Os programas de ensino escolares e os programas de pesquisa em história e ciências humanas dão ao comércio negreiro e a escravidão o lugar importante que merecem. A cooperação que permite relacionar os arquivos escritos disponíveis na Europa com fontes orais e conhecimentos arqueológicos acumulados na África, nas Américas, no Caribe e em todos os demais territórios que padeceram de escravidão, será favorecida e estimulada. Artigo 3 Um pedido de reconhecimento do comércio negreiro transatlântico bem como no Oceano Índico e a escravidão como crime contra a humanidade será apresentada frente ao Conselho da Europa, às Organizações internacionais e à Organização das Nações Unidas. Esse pedido terá também como objetivo a procura de uma data comum - a nível internacional - para comemorar a abolição do comércio negreiro e da escravatura, sem prejuízo das datas comemorativas próprias em cada departamento ultramarino. Primeiro país que decretou a abolição da escravidão em 1794, a França foi o primeiro país no mundo, sendo ainda o único, que adotou esse tipo de Lei. Na última conferência mundial sobre o racismo e a xenofobia reunida pela ONU em Durban na África do Sul durante o mês de setembro 2001 a comunidade dos países negros homenageou a atitude da França. Conforme os objectivos da Lei, foram anunciadas no dia 30 de Janeiro 2006 as decisões tomadas; e o dia 10 de maio foi proclamado “dia de comemoração da escravidão e da sua abolição”. Naquela ocasião os reponsáveis dos locais da “rota das abolições da escravidao” foram recibidos pelo Presidente da Républica Francesa em Paris.

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4°- 2004 : « ANO INTERNACIONAL DE COMEMORAÇÃO DA LUTA CONTRA A ESCRAVIDÃO E DA SUA ABOLIÇÃO »

A pedido da Conferência geral da UNESCO, a Assembléia geral da Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou « 2004 ano internacional de comemoração da luta contra a escravidão e da sua abolição » que se refere ao projeto da « rota do escravo » da UNESCO, considerado como prioritário na declaração e o plano de ações da conferencia da ONU em Durban. « A proclamação de 2004, ano internacional de comemoração da luta contra a escravidão e da sua abolição será a oportunidade de encontros fraternais, novo diálogo apesar das feridas da história, entre a Europa, a África e as Américas. Comemoração aberta sobre o mundo, mas também e sobretudo momento privilegiado para os haitianos descobrirem sua história com uma visão construtiva para um novo futuro após tanta dor. » O objetivo daquele ano internacional de comemoração da luta contra a escravidão e da sua abolição, conforme com a resolução 31C-28 encara « elaborar, sobre a base de propostas dos estados o projeto de programa para este acontecimento ». As várias propostas sugeridas serão organizadas em três orientações : contribuição pela investigação científica sobre o tema do comércio negreiro e a escravatura, desenvolvimento de ações de ensino e pedagógicos sobre a memória, encontros e diálogos interculturais com um método intersetorial, pluridisciplinário e inter-agências, tendo como uso principal o projeto da « rota do escravo ». Foi sublinhada a atualidade dessa comemoração devido a persistência hoje em dia de várias formas de discriminações. Este aspecto chama a atenção das novas gerações. Por isso a comemoração deve ter alcance universal, porque essa ferida pertence à toda humanidade e a comemoração não deve se referir só ao passado mas também abrir os olhos sobre os problemas atuais e encarar novas perspectivas duradouras para o futuro. Foi nesse contexto do ano 2004 e dos objectivos lançados a nível mundial, que foi inaugurado o projeto “da rota das abolições da escravidão e dos direitos humanos” com a presença das organizações internacionais (Unesco, ONU,...), do estado francês ( Ministérios, senadores e deputados) e represententes de vários paises das Americas, da África e do Caribe.

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II - APRESENTAÇÃO DA ROTA DAS ABOLICÕES DA ESCRAVIDÃO 1°- OBJETIVOS DO PROJETO DA ROTA DAS ABOLICÕES DA ESCRAVIDÃO Naqueles movimentos iniciados em níveis nacionais e internacionais, o projeto da « rota das abolições da escravidão » surgiu como uma resposta concreta e operacional em três direções: - O projeto oferece um produto turístico e de memória original e único :

. novo, pois permite, através de 4 sítios, descobrir as principais etapas do processo das abolições da escravidão na França e suas colônias. . moderno, pois chama a atenção sobre combates contra crimes que ainda persistem atualmente no mundo. . acessível, pois se refere aos maiores movimentos pelos direitos humanos da história universal que pertencem a todos os povos e civilizações.

- O projeto surge como a tradução operacional das decisões tomadas pela França

conforme com seu compromisso da Lei do 21 de maio 2001 ao atuar com três objetivos:

. a ação pedagógica já liderada pelos sítios na direção dos públicos jovens e o desenvolvimento de laços e cooperações com outros sítios e centros de pesquisa em história ou ciências humanas. . a organização de eventos e comemoração da abolição da memória da escravidão e da sua abolição . o desenvolvimento de lugares e sítios para valorizar a memória através de exposições e museografia relacionadas com esse episódio da história.

- O projeto se inscreve no grande plano internacional da « rota do escravo » da UNESCO

levando uma nova dinâmica, a « rota das abolições da escravidão »aparecendo sendo : . a continuação histórica do projeto da UNESCO pois após o período do comércio negreiro (que legitima a denominação « rota do escravo ») foi desenvolvida o do movimento das abolições . . a continuação geográfica no coração do continente europeu, o que permite levar melhor equilíbrio das dinâmicas entre a África e as Américas ( que contam com numerosos sítios e museus sobre o assunto) e a Europa ( que durante muito tempo contava com poucos projetos e iniciativas nessa direção).

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2°- OS 4 SÍTIOS DA ROTA DAS ABOLIÇÕES DA ESCRAVIDÃO 2-1 A CASA DA NEGRITUDE E DOS DIREITOS HUMANOS DE CHAMPAGNEY No dia 19 de março 1789, caso único na história dos cadernos de apresentações das reinvidicações que iniciaram o processo da Revolução Francesa, os habitantes do pequeno município de Champagney interpelam, com um nível de ousadia digno de admiração e muito respeito, o Rei da França Luis XVI, lançando o primeiro grito do povo contra o comércio negreiro e a escravidão : « Os habitantes de Champagney não podem pensar nas dores que padecem os negros nas colônias sem ficar com o coração penetrado pelo maior sofrimento, e se considerando como seus semelhantes , além disso unidos a eles pela religião, e sabendo que são tratados como se fossem animais. Não podem imaginar e aceitar que pode se fazer consumo dos produtos dessas colônias sem esquecer que foram regados pelo sangue de seus semelhantes. Receiam as geraçõs futuras mais educadas e filósofas, acusem os franceses daquele século de terem sido antropófagos, e que se oponham ao fato de sermos franceses e mais do que tudo cristãos. Por isso, sua religião lhes manda suplicar humildemente Sua Majestade o Rei Luis XVI, de acordar todos os meios para esses escravos chegarem a ser cidadãos úteis pelo Rei e pela pátria ». No Ano 1971 para homenagear e manter a lembrança do desejo de 1789 e manter o espírito de justiça da dignidade e da fraternidade, foi criado em Champagney a Casa da Negritude e dos Direitos Humanos que recebeu o alto patronato da sua Excelência Leopoldo Sedar Senghor, Presidente da Républica do Senegal, pai do movimento da negritude. 2-2 O MUSEU DO ABADE GREGÓRIO EM EMBERMENIL No dia 4 de junho 1793, o Abade Gregoire, figura lendária e carismática da sociedade anti escravatura « dos Amigos dos Negros » suplica aos deputados da Convenção, de aplicarem totalmente todos os princípios da declaração dos Direitos Humanos e do Cidadão : « ainda existe uma forma de aristocracia, a da cor da pele ! mais imponentes do que seus predecessores que a instituiram vocês darão as ordens para ela desaparecer ». Após uma última intervenção de Danton : « proclamamos hoje em dia a vista do Universo e as gerações futuras encontraram a glória neste decreto, a liberdade universal », os deputados da Convenção proclamam no dia 4 de fevereiro 1794, e pela primeira vez na história do mundo, a abolição da escravidão. Cura do município de Embermenil , o Abade Gregório (1750-1831) liderou o combate contra o comércio negreiro e a escravidão. Arrancou a abolição da escravidão e igualdade para os judeus. Liderou muitas reformas sobre a instrução pública, o patrimônio, a agricultura durante o período da Revolução Francesa. No Ano 1989, pelas comemorações do Bicentenário da Revolução Francesa, a França agradecida pela sua obra, consagrou a imortalidade do Abade Gregório ao transferir seus restos no Panteão Nacional em Paris.

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2-3 O CASTELO DE JOUX EM CLUSE ET MIJOUX-PONTARLIER No dia 12 de junho 1802, o negro Toussaint Louverture que liderou a primeira e única insurreição vitoriosa de escravos na história até estabelecer um governo negro oficial na colônia de onde ia nascer a primeira república negra no mundo (Haiti), proclama, ao subir no navio da frota expedicionária mandada por Napoleão I - que veio para restabelecer a escravidão nas colônias - essa frase profética : « ao me fazer cair, vocês só derrubaram o tronco do árvore da liberdade dos Negros, ele virá a crescer pelas raízes, porque elas são profundas e numerosas ». Aquele que tinha nascido escravo numa fazenda da colônia francesa de Santo Domingo no Caribe e que, na história da humanidade surgiu sendo o precursor do movimento de libertação das colônias indígenas e negras, desencadeou o processo das abolições da escravidão e apareceu como a primeira figura do poder negro, morreu em deportação dia 7 de abril de 1803 numa cela do castelo de Joux onde desapareceram seus vestígios. No ano 1989, uma inscrição no Panteão Nacional em Paris valoriza a lembrança de quem foi nomeado « o Primeiro dos Negros ». Durante as festividades do bicentenário do seu falecimento em 2003, dezenas de representantes das comunidades negras do mundo homenagearam Toussaint Louverture no castelo de Joux, onde foi inaugurado seu memorial. 2-4 O MUSEU VICTOR SCHOELCHER EM FESSENHEIM No dia 27 de abril 1848, o abolicionista Victor Schoelcher, nomeado secretário de estado pela colônia no novo governo revolucionário que acabava de derrubar o último Rei da história da França, termina o processo daquele longo combate pela abolição da escravidão e pela igualdade das raças ao redigir o decreto histórico : « O governo provisório, Considerando que a escravidão é um atentado contra a dignidade humana, Que ao destruir o livre arbítrio do homem, suprime o princípio natural do direito e do dever, Que é uma violação flagrante da divisa republicana Liberdade, Igualdade, Fraternidade, Decreta : Artigo 1er : A escravidão será totalmente abolida em todas as colônias e possessões francesas dois meses após da promulgação do presente decreto nas colônias, todo castigo corporal e toda venda de pessoas não livres serão formalmente proibidos ». Desde o ano 1982, o Museu de Fessenheim apresenta a ação e a obra de Victor Schoelcher ( 1804-1893). Este homem que tinha como conduta moral, valores de liberdade e de justiça, repousa desde o ano 1949 no Panteão Nacional em Paris.

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3° - AS PATROCÍNIOS E APOIOS AO PROJETO O projeto “da roto das abolições da escravidão e dos direitos humanos” recebeu jà os apoios e patronagens seguintes: A nível internacional: - da UNESCO (United Nations for Education, Sciences and Culture Organisation) e da

direçao do projeto “da rota do escravo” assim como da Comissão nacional francesa da Unesco, tendo concretizando seu apoio atravès de:

. a patrocínio dado por ocasião de vários comemorações: bicentenario da morte de Toussaint Louverture no Castelo de Joux em 2003, lançamento oficial do projeto da “rota das abolições da escravidão e dos direitos humanos” em 2004... . o apoio técnico pela realização da exposição “da rota das abolições” e nas ações pedagógicas atravès da rede das Escolas Associadas da Unesco. . a presença de vários representantes da organização nos locais da rota, a Casa da Negritude de Champagney sendo também membro dos Clubes Unesco.

- do Alto Comitê pelos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas: Com respeito à lendária imagem do Abade Gregoire, pai espriritual de René Cassin quem redatou a Declaração Universal dos Direitos Humanos adotada pela ONU em 1948, o Alto Comitê pelos Direitos Humanos deu apoio na iniciativa tomada pelos locais fundadores desta rota e participando por ocasião do seu lançamento. - da sua Excelência Abdou DIOUF, ex-présidente da Répública do Senegal e secretário da Organização Internacional da Francofonia: Através desses prestigiosos apoios, o projeto “da rota das abolições da escravidão” resforça seus vínculos com África em geral e o Senegal, cujo primeiro Presidente, Léopold Sédar Senghor, já tinha dado seu apoio à Casa da Negritude de Champagney. Para finalizar, o projeto “da rota das abolições da escravidão e dos direitos humanos” fica também muito orgulhoso de ter recebido numerosas provas de reconhecimento e parabéns por parte de vários representantes dos corpos diplomáticos que nos visitaram ou nos receberam com muito interesse. Por isso direcionamos nossos maiores agradecimentos, e pelo momento, aos paises seguintes: Senegal, Cabo Verde, Bénin, Togo, Angola, República Dominicana, Cuba...

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A nível nacional: - a Presidência da Répública Francesa: Incarnando os ideais nascidos da Revolução Francesa e sua universalização por uma parte, e os principios fundadores do modelo repúblicano estabelecidos e defendidos pelas figuras de Louverture, Gregoire e Schoelcher por outra parte, a Presidência da República aceitou de inmediato dar seu apoio ao projeto “da rota das abolições” o qual surgiu como uma resposta concreta aos objetivos da Lei do 21 de maio 2001. Por isso os responsáveis do projeto foram convidados na Présidencia da República nos dias 30 de janeiro e 10 de maio 2006 por ocasião dos anúcios e das comemorações sobre a memória da escravidão e da sua abolição. - os ministérios do Turismo, do Ultra-Mar, da Cultura, da Educação e dos Assuntos Exteriores do Estado Francês : Na ocasião do seu lançamento e da realização das ações do seu plano, o projeto “da rota das abolições da escravidão” pôde contar com o apoio técnico ou financeiro por parte de vários ministérios do estado francês: realização e difusão de uma exposição, organização de viagens para jornalistas do exterior,.... - o Senado da República Francesa: Na sua história, o Senado foi sempre comprometido na defesa das liberdades e da promoção dos valores repúblicanos. Neste aspecto, quis ser parceiro do projeto “da rota das abolições da escravidão”, homenageando dessa forma as lendárias figuras do Abade Gregoire e Schoelcher, ambos tendo sido senadores. Foi no Senado em Paris que se inaugurou a exposição realizada pela “rota das abolições da escravidão” e apresentada pela primeira vez o dia 10 de maio por ocasião da comemoração nacional da memória da escravidão e da sua abolição.

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4° - AS PRINCIPAIS VISITAS NOS LOCAIS DA ROTA DAS ABOLIÇÕES DA ESCRAVIDÃO

Existindo e abertos há anos, os locais da “rota das abolições da escravidão e dos direitos humanos” já atenderam importantes personagens nacionais e internacionais: - personalidades políticas francesas: François MITTERAND, Presidente da República Francesa (Castelo de Joux 1987), Gaston MONNERVILLE, Presidente do Senado (Fessenheim 1987), Christian PONCELET, Presidente do Senado (Embermenil 2003), Laurent FABIUS, Presidente da Assemblea Nacional (Embermenil 1989 e Champagney 1998), Lionel JOSPIN, Primeiro Ministro (Champagney 1998), Edgard FAURE, Presidente do Conselho da República (Castelo de Joux), Michel ROCARD, ex-primeiro ministro ( Champagney 1998)... Ao mesmo tempo vieram cerca de 15 ministros da República representando várias cargos e diferentes governos que se sucederam ao longo dos últimos 15 anos. - personalidades políticas internacionais: Blaise COMPAORE, Presidente da República do Burkina-Faso (Champagney 2006), Leslie MANIGAT, Ex-Presidente da República de Haiti (Castelo de Joux 1989), Nicéphore SOGLO, Ex-Presidente da República do Benin (Champagney 1989), Joseph CONOMBO, ex-primeiro Ministro da República do Burkina-Faso (Fessenheim 1987), Lilas DESQUIRON, Ministro da Cultura da República do Haiti (Castelo de Joux 2002),.... - personalidades da cultura e das artes: Euzhan PALCY, cineasta (Castelo de Joux e Champagney 2003), Edouard GLISSANT, escritor (Castelo de Joux 2002), Rene DEPESTRE, escritor (Castelo de Joux 2003), Patrick CHAMOISEAU, escritor (Fessenheim 1993 e Champagney 1998), Raphael CONFIANT, escritor (Fessenheim 1993), Madison SMART BELL, escritor (Castelo de Joux 2005).... - outras personalidades: Danielle MITTERAND, esposa do Presidente da República e presidente da associação França-Liberdades (Champagney 1998), Christiane TAUBIRA, deputada autora da Lei do 21 de maio 2001 (Champagney 2002 e Castelo de Joux 2003), Amalia BOYNTON ROBINSON, companheira de Martin Luther King na luta para os direitos civis no EEUU (Embermenil 2006).... Ao mesmo tempo, foi também um prazer para os responsáveis dos locais da rota das abolições da escravidão atenderem várias dezenas de deputados, senadores, representantes das organizações nacionais ou internacionais e dos corpos diplomáticos dos paises da África, das Américas, do Caribe, do Oceano Índico e da Europa.

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5° - OS PRINCIPAIS MÍDIAS QUE FALARAM DA ROTA DAS ABOLIÇÕES DA ESCRAVIDÃO

A atualidade mundial e nacional sobre o dever de memória sobre o tráfico negreiro, a escravidão e suas abolições, favoreceu o interesse dos mídias com respeito às initiativas tomadas, especialmente a liderada pelo projeto “da rota das abolições da escravidão”. Até hoje, destacaram-se reportagens nas seguintes mídias: - a nível internacional: Estados Unidos: American Legacy, Black Diaspora Brasil: Revista Raça, A Tarde (Salvador da Bahia), Proxima Viagem,… Caribe: L’intelligent (Haïti), Réseau France Outre-Mer, France-Antilles, Hello Carribean África: Grioo.com, Radio France International, Réseau France Outre-Mer, Jeune Afrique… Gra-Bretanha: The Times, History Today, Black Heritage Alemanha: Die Tagzeitung, Sonntag Aktuell Zeitung, Freizeit, Speyerer Morgensport, Herbroner Tageblat Paises-Baixos: En Route Portugal: Público Suíça: La Tribune de Geneve, Le Temps, 24 Heures, Le Nouvelliste, Le Jeudi Espanha: Radio Cataluniya Dinamarca: La Nouvelle France - ao nível nacional: Revistas: Marianne, Gazette du tourisme, Bus et Car, Pelerin Magazine, Carnet de Route, Régions Magazine, CEC Magazine, Univers des Voyages, Télé Loisirs, Autocar Info, … Jornais: Le Monde, Le Figaro, L’Est Républicain, l’Alsace, Le Progrès, Le Dauphiné Libéré, Le Bien Public, Nord Eclair, Dernières Nouvelles d’Alsace, Républicain Lorrain, Yonne Républicaine, Liberté de l’Est, …. Televisão / Rádios : France 3, France Bleue, Radio France, …. Durante os três últimos anos, os locais da “rota das abolições da escravidão“, graças ao apoio das instituções oficiais de promoção turistica e do Ministerio de Turísmo, receberam mais de 150 jornalistas provenientes de mais de 15 paises.

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6° - OS MAIORES EVENTOS E COMEMORAÇÕES ORGANIZADOS NA ROTA DAS ABOLIÇÕES DA ESCRAVIDÃO - 1989: Bicentenário da Revolução Francesa: . Emberménil e Paris: transfereência das cinzas do Abade Gregoire no Panteão, emissão do selo Abade Gregoire, inauguração do monumento em Emberménil. . Champagney: manifestação e emissão: primeiro dia do selo Fraternidade. . Castelo de Joux: manifestação com a presença do ex-presidente de Haiti. - 1994: Bicentenário da primeira abolição da escravidão: inauguração da Casa do Abade Gregoir em Emberménil. - 1998: 150 aniversário da abolição da escravidão: . Champagney: sítio nacional de comemoração com a presença de 10 ministros do governo. . Fessenheim: recepção e visita dos ministros da Cultura e do Ultra-Mar. - 2003: Bicentenário da morte de Toussaint Louverture com a alta patronagem do Senhor D. Jacques Chirac, Presidente da Répública Francesa e da Unesco: programa de encontros e manifestações durante 6 meses. - 2003: 250 aniversário do nascimento do Abade Gregoire: inauguração do memorial em Embermenil com a presença do Presidente do Senado da República. - 2004: Bicentenário do nascimento de Victor Schoelcher: manifestações em Fessenheim e na Unesco em Paris. - 2004: “ano internacional de comemoração da luta contra a escravidão e da sua abolição”: . Champagney: lançamento oficial da “rota das abolições da escravidão” com a presença de representantes das organizações internacionais e do governo francês. . Paris: convite dos responsáveis da “rota das abolições” no Senado da República, nas ceremônias na Unesco, no Clube dos embaixadores da Amercia Latina.... . Castelo de Joux, Champagney, Fessenheim, Embermenil: visita de jornalistas do exterior. - 2006: dia de comemoração nacional da lembrança sobre a escravidão e da sua abolição: . Paris: convite dos responsáveis da “rota das abolições da escravidão” na Presidência da República: apresentação das medidas governamentais e encontro com o Presidente da República. Exposição realizada pelos locais no Senado dia 10 de maio. . Champagney, Castelo de Joux, Embermenil e Fessenheim: manifestações com a presença das autoridades locais e do Estado no dia 10 de maio Além dos eventos puntuais, cada ano os locais da “rota das abolições da escravidão”, celebram as datas comemorativas da sua propia história: o dia 19 de março em Champagney, o dia 7 de abril no Castelo de Joux, o dia 27 de abril em Fessenheim,.....

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III – ESTRATÉGIA E PLANO DE AÇÕES DA ROTA DAS ABOLIÇÕES DA ESCRAVIDÃO

O projeto da « rota das abolições da escravidão » elaborou um programa de ações que tem como ambição atuar em sete direções : 1° - fortalecer o reconhecimento do projeto em níveis nacionais e internacionais - a nível nacional pois o projeto pretende obter o reconhecimento e a denominação « sítio de

memória »conforme com as orientações da Lei do 21 de maio 2001 adotada pela França. - a nível internacional ao solicitar apoio aos maiores organismos para obter seu patrocínio ou

sua marca. 2° - a organização de comemorações e eventos Para maior atratividade do projeto é preciso que os sítios da rota organizem com freqüência todo tipo de manifestações; e neste aspecto já estão programados : - a nível local, com as diversas manifestações ligadas à historia da cada sitio da rota das

abolições: dia 19 de março, aniversário do grito de Champagney; dia 7 de abril, aniversário do falecimento de Toussaint Louverture; dia 27 de abril, aniversário do decreto da abolição .

- a nível nacional especialmente com a comemoração da data do 10 de maio que foi

escolhida pela França como dia de homenagem à escravidão e a sua abolição. O projeto pretende ser um dos maiores lugares onde se comemorara esta data organizando entre os sítios uma manifestação.

- a nível internacional tal como aconteceu em 2004 com as festividades do Bicentenário do

nascimento de Victor Schoelcher em Fessenheim ou as manifestações sobre o Bicentenário da morte de Toussaint Louverture em castelo de Joux que tiveram lugar em 2003.

3° - as ações de promoção e comunicação: - o folheto específico de apresentação da « rota das abolições », emitido em mais de 10.000

exemplares e para informar todo tipo de público visitante e profissionais ; - as viagens de jornalistas, ações lideradas e organizadas pelos serviços de promoção do

turismo francês no estrangeiro e das três regiões. Regularmente são acolhidos nos sítios para visitas e descobrimentos, todo tipo de jornalistas nacionais o internacionais para reportagens de artigos em jornais, rádios ou filmes e documentários para televisão. (durante os três ultimos anos vieram uns 150 jornalistas representantes de mais de 15 paises).

- o sitio internet, que apresenta os objetivos, o conteúdo e as informações práticas sobre o

projeto (novo sítio em preparação). - a criação e a montagem de roteiro turístico que pode oferecer ao público a compra de um

produto completo de visita para quem estiver interessado.

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4° - as relações públicas A necessidade de a « rota das abolições » ser reconhecida por todo tipo de organização com o fim de receber apoio em todos os aspectos da sua estratégia implica atuar em várias direções : - as autoridades e líderes locais : neste aspecto foram solicitados todos os públicos específicos

nos diferentes níveis como instituições (Presidentes de câmaras do municípios, dos departamentos, governadores das regiões, responsáveis nos serviços do estado e ministérios) mundo da instrução pública, associações culturais e humanitárias, …

- as personalidades do mundo artístico e da cultura : as referências históricas desenvolvidas

pelos sítios e o projeto surgem como uma oportunidade para artistas quem estiverem interessados em encontrar materiais de inspiração para a produção de obras como filmes, documentários, redação de romance histórico, peças para teatro…

- a recepção de personalidades que se justifica pelo alcance histórico dos personagens

famosos valorizados neste roteiro da « rota das abolições ». Já os sítios se distinguiram por acolher vários ministros franceses, embaixadores e chefes de estados de países Africanos e do Caribe que vieram para homenagear os defensores da liberdade dos negros.

5° - o programa de animação pedagógica A ação pedagógica e o ensino sobre a época da escravidão e suas abolições constitui uma ação central na estratégia do projeto conforme com as orientações da atitude da França na Lei de 2001 e do programa da UNESCO. Nessa intenção o projeto pretende se implicar com três objetivos : - a elaboração de um dossier pedagógico específico sobre a história da escravidão e das suas

abolições para os alunos dos estabelecimentos que se interessarem por essa história que ainda não esta desenvolvida nos manuais escolares oficiais.

- a organização de viagens para alunos descobrirem e visitarem os sítios da « rota da abolição

da escravidão » e dessa forma aperfeiçoarem seus conhecimentos sobre essa tragédia humana. que já mobilizou a comunidade local de alunos em escolas locais o do exterior.

- a nível internacional, pois além de laços entre estabelecimentos escolares locais e nacionais,

surgiu o interesse e o pedido para contatos com estabelecimentos em países da África, das Américas o do Caribe com o apoio da rede das escolas associadas da UNESCO que permitiram estabelecer laços de amizade, diálogo e trabalho entre as novas gerações.

6° - a contribuição à investigação científica Além das ações de comunicação direcionadas ao público jovem e turistas, a « rota das abolições da escravidão » tem a vocação de ser reconhecida como um lugar onde se pode encontrar toda a informação e documentos sobre essa história. A identificação de todo o material que possa interessar públicos de pesquisadores se iniciou com o objetivo, a médio prazo, de ser identificado como centro de pesquisas e assim desenvolver laços com outros centros especializados. 7° - a organização de eventos A última ação prevista é a de apresentar « a rota das abolições » como rede que possa organizar eventos como seminários ou congressos relacionados com os temas sobre a defesa dos direitos humanos e previstos por todo tipo de organizações. Já estão programados encontros em 2006 (coloquio internacional Abade Gregoire) e 2007 (seminário europeu dos sítios e museus sobre a escravidão)

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IV – INFORMAÇÕES PRÁTICAS E LINKS

1°- O ACESSO E AS VISITAS AOS SÍTIOS

- CASA DA NEGRITUDE E DOS DIREITOS HUMANOS 24 Grande Rue – 70290 CHAMPAGNEY Tel/Fax : 03.84.23.25.45 email : [email protected] Visita : . a igreja de Champagney, onde se encontra o Quadro representando a « adoração dos reis magos » que chamou a atenção dos habitantes de Champagney sobre a existência de homens negros e a entrada da igreja onde aconteceu a redação do pedido de libertação dos negros. . o museu da Negritude, que apresenta o pedido contra a escravidão, exposição sobre o comércio negreiro, a escravidão e sua abolição, e conseqüências atuais : racismo, escravidão moderna,… Abertura : . 1 de abril a 31 de outubro: de quarta-feira a sábado, das 10h às 12h e das 14h às 18h. Nas terças-feiras e domingos : das 14h às 18h. . 1 de novembro a 31 de março : de terça-feira a sábado das 13h30 às 17h30. . visitas guiadas são possíveis para grupos já constituídos. Marcar horário antecipadamente.. Tarifas : . adultos : 3 euros. Grupos de dez a mais pessoas: 2 euros. Menores de 18 anos : grátis Localização e acesso : entre Vesoul (40 quilômetros) e Belfort (20quilômetros)

- CASA DO ABADE GREGOIRE Place de l’Abbé Grégoire – 54370 EMBERMENIL Tel : 03.81.71.20.56 ou Tel/Fax 03.83.71.20.57 Visita : . O museu Abade Gregório que apresenta a obra e a vida de Embermenil : vitrais, quadros temáticos, peças de arquivos… frente ao museu : cruz, estrela e memorial. Abertura : . de meados de março até fim de outubro : domingos e feriados das 14h30 às 18h30 . todo o ano mediante reserva Tarifas : . adultos : 3 euros. De 10 a 14 anos : 1 euro. Menores de 10 anos : grátis . grupos de 10 ou mais pessoas: 2 euros Localização e acesso : entre Luneville (18 quilômetros) e Sarrebourg (40 quilômetros)

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- O CASTELO DE JOUX -TOUSSAINT LOUVERTURE LA CLUSE ET MIJOUX – PONTARLIER

Communauté de communes du Larmont – 8A, rue de la Grande Oie – 25300 HOUTAUD Tel : 03.81.39.40.02 – Fax : 03.81.39.43.44 Castelo de Joux : Tel : 03.81.69.47.95 – Fax : 03.81.69.53.11 Sitio internet : www.chateaudejoux.com Email : [email protected] Visita : . visita guiada do castelo : descobrimento de dez séculos na evolução da arquitetura militar, museu de armas, poço, celas da prisão de estado… . cela onde foi detido e morreu Toussaint Louverture, exposição sobre de Toussaint o escravo que chegou a ser governador da colônia, estátua de Toussaint. . festival durante o verão e animações. Abertura : . julho e agosto : todos os dias das 9h às 18h. . do 1 de abril até 15 de novembro : todos os dias das 10h às 11h30 e das 14h às 16h30 . nao tem visitas para individuais entre o 10 de novembro até 31 de março. So estao atendidos grupos mediante reserva e possibilidades de visitas em alemão e inglês. Tarifas : . adultos : 5,80 € . De 6 a 14 anos : 3 € . Estudantes: 4,70 € . grupos de adultos de 20 ou mais pessoas : 4,70 € e grupos de menores de 14 anos : 2,60 € Localização e acesso : Entre Pontarlier (4 quilômetros) e Vallorbe (Suíça 20 quilômetros)

- CASA SCHOELCHER Associação dos Amigos de Schoelcher – 13 rue des Seigneurs 68740 FESSENHEIM Tel : 03.89.48.60.99 (Associação) – 03.89.48.60.02 (Município) Visita : . Exposições sobre a vida de Victor Schoelcher : processo da última abolição da escravidão nas colônias francesas, exposição sobre as antilhas, arquivos numa fazenda típica da região. Abertura : . de junho a setembro : fins de semana das 14h às 18h . todo o ano para grupos sob reservas. Tarifa : grátis Localização e acesso : entre Mulhouse (25quilômetros) e Neuf-Brisach (12 quilômetros)

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2°- PROJETO DA ROTA DAS ABOLIÇÕES DA ESCRAVIDÃO E DOS DIREITOS HUMANOS

- Direção do projeto e contato:

. Philippe PICHOT – Chefe do projeto de desenvolvimento do Castelo de Joux Coordenador do projeto da “rota das aboliçoes da escravidao” CCL, 8b rue de la Grande Oie 25300 HOUTAUD Tel : (33) 3.81.46.59.17 – Fax : (33) 3.81.46.77.72 Email : [email protected](fala português)

Sitio internet (em português): www.ville-pontarlier.fr/abolition/menu.php

3° - INFORMAÇÕES TURÍSTICAS GERAIS SOBRE AS REGIÕES - informações sobre as regiões Alsace, Lorraine e Franche-Comté

. Comitê Regional de Tourisme d’Alsace : 20A rue Berthe Molly 68000 COLMAR Tel : (33) 3.89.24.73.50 Fax : (33) 3.89.27.73.51 Internet : www.tourisme-alsace.com mail : [email protected] . Comitê Régional de Tourisme de Lorraine : Abbaye des Prémontrés BP97 PONT A MOUSSON - Tel : (33) 3.83.80.01.80 Fax : (33) 3.83.80.01.88 Internet : www.tourisme-lorraine.fr mail : [email protected] . Comitê Régional de Tourisme de Franche-Comté : La City, 4 rue Plançon 25000 BESANCON - Tel : (33) 3.81.25.08.08 Fax : (33) 3.81.83.35.82 Internet : www.franche-comte.org mail : [email protected]

- organização de roteiro turístico « rota das abolições da escravidão »

. roteiro turístico de dois ou mais dias para grupos ou individuais incluindo transferências, alojamento, comida e visitas : Agêcia de viagens Sylver Tours 28 avenue Pasteur 39600 ARBOIS - Tel : (33) 3.84.66.22.46 Fax : (33) 3.84.37.49.62 Internet : www.sylver-tours.com mail : [email protected]

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Os responsaveís da « Rota das abolições da escravidão e dos Direitos Humanos » agradecem ás organizacões

nacionais e internacionais por seu apoio ao nosso projecto :

Champagney Emberménil Fessenheim C.C. Larmont

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