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A SEGUNDA INSPIRAÇÃO

UM MOMENTO COM A EQUIPE DA CARTA MENSAL

Em dezembro do ano passado, alguns casais das Equipes de Nossa Senhora participaram, juntamente com representantes de outros movi­mentos familiares católicos, de um encontro promovido pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento (IBRADES). ligado à CNBB, no contexto de um projeto mais amplo voltado ao estudo de valores em mudança e valores permanentes da famflia no Brasil. Durante dois dias, estes casais olharam, desconcertados e estarrecidos, para a triste realidade da família brasileira, que foi lhes sendo exposta, através de palestras e debates sobre o planejamento familiar, sobre a indissolubilidade do ma­trimônio, sobre o aborto. Diante das colocações feitas, foram pouco a pouco percebendo que o discurso utilitário do egoísmo, da facilidade, da entrega ao prazer tinha conseguido, no curto espaço de algumas décadas, abrir brechas aparentemente irreparáveis nos alicerces do amor conjugal, do amor materno e paterno, do amor filial, da família.

E, Inevitável, a questão .foi surgindo: Qual é o nosso discurso, de movimento de espiritualidade conjugal e familiar diante de tudo isto? Como estamos tentando introduzir os conceitos evangélicos na vivência conjugal e familiar em volta de nós, como pretendemos evangelizar esta realidade que nos cerca hoje, aqui, agora? Com o coração apertado, aqueles casais foram descobrindo quão pouco sabiam sobre a realidade, quão isolados tinham se tornado num Brasil cada vez mais pagão, cada vez mais hedonista, cada vez mais utilitário, dos 'brasileiros que gostam de levar vantagem em tudo' .

De uma certa forma, a · Segunda Inspiração " também nos coloca diante destes mesmos questionamentos. O mundo, a Igreja, os homens e as mulheres de nosso tempo, de nosso país, querem ouvir o que temos a lhes dizer sobre o amor, a felicidade, a santidade. Mas para tanto, é preciso, em primeiro lugar, que falemos uma linguagem lnteligfvel, o que, por sua vez, exige que conheçamos o discurso do mundo que nos cerca. Não podemos P!'lnsar em evangelizar uma realidade que desco­nhecemos. E os meios de comunicação social estão aí, a refletir os con­ceitos que predominam tão amplamente em nossa sociedade.

A seção 'Atualidade', que Iniciamos este mês na Carta Mensal (v. pág. 23), quer colaborar com todos os equipistas neste esforço de to­mada de consciência da realidade. Pretende trazer para vocês, cada mês, alguns aspectos do que se lê ou do qu~ se ouve nos meios de comu­nicação, a respeito dessa realidade, 'nua e crua'. Digam-nos o que vocês pensam a respeito, colaborem com seus recortes, suas observações. E principalmente com suas orações, que são o melhor melo para que saibamos como fazer a nossa parte para trazer a Paz de Cristo aos cora­ções angustiados de nossos irmãos brasileiros .

Esta Paz de Cristo que desejamos a todos vocês.

A Equipe da Carta Mensal.

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EDITORIAL

FRA TRIBUS SACERDOTIBUS . ..

Não quebrem a cabeça, o título está mesmo em latim! Penso que assim os Conselheiros Espirituais vão logo perceber que este bilhete é dirigido a eles. Mas nada impede que seja lido por todos.

Queremos, juntos, viver uma Segunda Inspiração. Quero aqui con­vidar insistentemente os Conselheiros Espirituais a dar um apoio a suas equipes neste esforço, pois seu papel pode ser determinante.

Uma das coisas que mais impressionou os participantes do Encontro de Lourdes foi a presença maciça de sacerdotes. Celebrações eucarís­ticas que reunem de 350 a 400 concelebrantes cumprindo o grande ato de seu sacerdócio ministerial constituem uma recordação marcante.

A Segunda Inspiração deve, pois, ser também a dos Conselheiros Espirituais. 1. Sabemos que existem equipes antigas, cheias de experiência, convic­tas, que no entanto, por força do hábito, roncam de contentamento, feito gatos satisfeitos. Para estas equipes, um sopro novo é indispensável: um despertar, uma nova partida em plena luz e plena consciência. Mas existem também Conselheiros Espirituais antigos, cheios de experiência, convictos . . . em estado de sonolência. Também eles precisam de uma Segunda Inspiração.

Esta é uma ocasião para que voltem a se conscientizar bem de seu engajamento junto às Equipes. Alguns destes Conselheiros são anima­dores de grupos numerosos e diversificados: têm que se 'multiplicar' ou talvez se 'dividir'. No entanto, parece que sua participação nas Equipes tem algo de especial. Em Lourdes, depois da renovação das promessas do Matrimônio, os Conselheiros presentes fizeram um ato solene de enga­jamento ao serviço das Equipes. E não se tratava simplesmente de uma manifestação folclórica! 2. Esta é também a ocasião para que os Conselheiros Espirituais voltem a ter bem presente que as Equipes de Nossa Senhora são um movimento de leigos, ou, mais corretamente, de casais (já que temos cada vez mais diáconos permanentes que, como se sabe, não são mais exatamente leigos).

Os Conselheiros Espirituais devem compreender e apoiar esta quali­dade do Movimento. Não há lugar, nas Equipes, para um certo tipo de clericalismo que se encontra por aí, nem para qualquer forma de mani­pulação dos leigos pelo clero. O Conselheiro Espiritual não é o patrão, o chefe. Não é o responsável da equipe. Lúgo, ele deve aceitar as regras do jogo. ~ um papel difícil e delicado, que exige ao mesmo tempo humil­dade e convicção.

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3. Aliás, o título 'Conselheiro Espiritual' foi escolhido na falta de outro melhor, pois não reflete realmente todo o conteúdo da função. Sem dú­vida, o padre está presente na equipe a título de pessoa sábia, experiente, competente em matéria de doutrina, capaz de dar bons conselhos: tudo de acordo com a função de conselheiro. Mas ele é mais do que isto. Ele está presente a título de sacerdote, e nesta função ele é insubstituível.

"A equipe de casais, 'reunida em nome de Cristo' e constituindo como que uma pequena célula de Seu corpo, necessita do sacerdote que representa o Cristo Cabeça e faz da equipe uma verdadeira 'ecclesiola', pequena Igreja. Aí está, sem dúvida, o aspecto mais difícil a ser com­preendido pelos casais: é um mistério de fé. Mas é também o mais fun­damental. Qualquer que seja a forma (e é possível que as circunstâncias levem a determinados arranjos de fato) , cada equipe deve ser assistida por um sacerdote" (Manual do Conselheiro Espiritual).

Fala-se muito, nas Equipes, do "casamento dos dois sacramentos"; seria talvez mais exato falar da união das duas formas de sacerdócio: o sacerdócio ministerial e o sacerdócio dos fiéis . O sacerdócio dos côn­juges é uma das grandes idéias surgidas no Concílio Vaticano 11, que ainda não aprofundamos, apesar de ser muito rica. Na minha opinião, seria tarefa dos Conselheiros Espirituais fazer com que os casais com­preendam e vivam esta doutrina da Lumen Gentium. O que acham?

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4. Na linha da Segunda Inspiração, há alguns objetivos específicos que devemos almejar, e para os quais a função do Conselheiro Espiritual é particularmente necessária. Só vou citar dois (um editorial deve ser como um sermão: curto e bom!), mas vocês poderão facilmente localizar outros.

Penso na vocação para a santidade. É a própria base da espiritua­lidade das Equipes, e é o elemento fundamental da Segunda Inspiração. Devemos ajudar os casais a se posicionar com lealdade diante desta opção. E precisamos repetir para nós mesmos que, sacerdotes, somos também chamados, talvez com ainda mais insistência, à santidade. Portanto, é juntos que caminhamos, unidos pela mesma esperança, mesmo que seja por estradas paralelas.

Penso também na meditação. Junto com a oração conjugal e familiar, a oração pessoal deve conservar um lugar de destaque na vida dos casais. Uma oração pessoal que deve, conforme nossos Estatutos, privilegiar dois tempos : a escuta da Palavra de Deus e a meditação. Uma meditação no sentido forte: a contemplação do mistério de Deus . Não tenhamos receio de ajudar os casais a praticá-la. A vida mística não existe só para os monges: é simplesmente a vida de fé , levada um pouco mais adian­te . . . Mas como é que nós, sacerdotes, poderemos guiar os casais a chegar a ela, se nós mesmos não a praticamos de verdade?

Há certos campos da vida dos casais onde podemos admitir que nãe sejamos peritos, mas neste, não temos desculpas!

Bernard OLIVIER, o.p.

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CARTA DE EQUIPE RESPONSAVEL INTERNACIONAL

- Não me caso contigo porque te amo, mas para te amar. - A ternura de Deus não tem manifestações deslumbrantes, é pre-

ciso estar atento aos pequenos sinais. - A riqueza não é só de dinheiro; temos talentos que devem ser

partilhados. - De nada adianta estar em regra; é preciso estar em marcha. - Saber romper o formalismo da reunião, para lhe dar novo fôlego

e espontaneidade e estar à escuta.

Caros Amigos no mundo inteiro, As linhas acima são apenas algumas frases colhidas, entre tantas

outras, dos relatórios das equipes da peregrinação que fizemos a Lour­des. Podem dar uma idéia das cerca de 500 sínteses impressionantes, entregues depois das quatro reuniões de equipe que tivemos a ventura de poder ler e aprofundar nas semanas que se seguiram a Lourdes. Nossa profunda gratidão se dirige a todos aqueles que as redigiram: estão nos dando - como também a seus amigos no mundo inteiro - a possibi­lidade de participar da vivência e das descobertas essenciais daqueles dias tão densos e tão cheios de graças.

Ao percorrer todos esses testemunhos, sentimo-nos como imersos num grande rio de fé , de esperança e de caridade. E também de boa vontade e de esforço para enfrentar e orientar a vida de cada dia no espírito evangélico. Eles dão vazão a uma intensa força espiritual, a uma grande confiança e sobretudo a um profundo reconhecimento de cada. um para com a sua equipe de base e para com todo o Movimento das ENS, que marcaram e estimularam tão profunda e fundamentalmente nossa vida em comum, no casal e na equipe.

Ocorreu-nos então, espontaneamente, uma idéia: se este mesmo entu­siasmo, esta mesma boa vontade, esta mesma convicção nos animarem, quando respondermos ao apelo - ao desafio - da "Segunda Inspira­ção", então o que surgir só poderá ser algo de grande, de bom, de impor­tante;. então poderemos assistir ao início de uma renovação que injetará um novo impulso, um novo espírito no matrimônio, na família, na nossa equipe e na Igreja.

Durante estas últimas semanas, vocês leram e aprofundaram a bro­chura consagrada à " Segunda Inspiração". Com certeza, vocês perce­beram o que está basicamente em jogo, a intenção profunda e o apelo que é dirigido a todos nós: trata-se de tomar consciência das mudanças, da nova situação, na Igreja e no mundo em que vivemos hoje. Trata-se de discernir os sinais dos tempos à luz e no espírito do Evangelho. Tra­ta-se de procurar respostas a questões urgentes. Trata-se de mudança e de conversão, trata-se de nossa vocação e de nossa missão de cristãos casados na Igreja e no mundo de hoje.

Mas todas estas idéias, para não serem apenas palavras, devem ali­cerçar-se em atos concretos. Coisas talvez bastante simples, que cada

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casal deverá encontrar para si. Pessoalmente, fizemos assim: individual­mente, numa leitura vagarosa e atenta, sublinhamos os trechos que nos pareciam particularmente importantes, que nos levavam a sentir-nos cha­mados para algum tipo de renovação, que nos incitavam a refletir e a mostrar nossas criatividade. Depois, num dever de sentar-se, compa­ramos nossos trabalhos e nos questionamos: em que este aspecto nos diz respeito, individualmente e na nossa vida de casal, no nosso compor­tamento na vida de cada dia? Que mudanças se revelam necessárias? Em que devemos nos questionar: nosso estilo de vida, nossos engajamentos, nossas idéias, nossos conceitos, nossos preconceitos? Quais são, no meio em que vivemos, os problemas urgentes? Onde percebemos a aflição, a pobreza, o desamparo, a confusão? Em que devemos mudar a nossa mentalidade, abrir-nos, desapegar-nos, para melhor compreender a boa nova do reino de Deus, para melhor vivê-la e comunicá-la aos outros?

O que retiramos, pessoalmente, desta troca de idéias? Nossos filhos estão à procura de um amor verdadeiro, de um rela­

cionamento duradouro. Ao conversar com eles, nós nos defrontamos, a todo momento, com nossa incapacidade de achar uma linguagem que nos permita travar com eles um verdadeiro diálogo sobre sua experiência e a nossa, no campo do amor e do casamento vividos na fé. Descobrimos nossa pobreza, quando queremos trocar idéias com eles sobre nossa cami­nhada na fé, sobre nossas alegrias e nossas dificuldades. Percebemos também a sua confusão, a sua falta de pontos de referência seguros, a sua busca por valores verdadeiros, assim como as suas dificuldades para crer, para se integrar na Igreja.

Esta situação extraída da própria vida, estes questionamentos, esta vivência, eis o que representam para nós hoje o impulso concreto e o desafio da "Segunda Inspiração". Queremos aceitar este desafio, que­remos esforçar-nos por encontrar a linguagem adequ-ada, por abrir-nos, por estar à escuta, por ser disponíveis, por levar a ·sério e respeitar decisões que sejam diferentes das nossas. Queremos tentar caminhar com estes jovens, ir ao seu encontro onde estiverem. Quem sabe, nosso relacionamento, nosso testemunho deverão também tornar-se mais autên­ticos, mais convincentes! Temos a certeza de poder contar, para tanto, com a ajuda de nossa equipe.

E para vocês, quais são os impulsos e os desafios da "Segunda Inspiração"?

Esta "Segunda Inspiração" marca o início de uma longa etapa. Oxalá nos acompanhe e nos conforte ao longo de toda esta parte de nossa caminhada. Estamos impacientes para ver onde nos levará. A todos, desejamos muita perseverança e criatividade, e, acima de tudo, o espírito da boa nova e o espírito de discernimento.

Na alegria da amizade,

pela Equipe Responsável Internacional

Dorotea e Peter Bitterli

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A ECIR CONVERSA COM VOCES

Caros amigos

Gostaríamos de falar-lhes aqui um pouco sobre a comunicação, tema da última campanha da fraternidade.

Mas, o nosso desejo de falar-lhes a respeito, não se prende unica­mente a isso, mas também, e principalmente, porque a comunicação tem representado, nas E.N.S. uma dificuldade. E, conseqüências, às vezes meio graves, têm advindo desse fato.

Sentimos, pojs, ser necessário um grande empenho, por parte de todos, para superar essa dificulade, principalmente agora, diante da "Se­gunda Inspiração", pois para que ela provoque toda a busca, reflexão e vivência, enfim, toda a renovação à qual se destina, uma perfeita comu­nicação, em todos os níveis, é imprescindível.

Comunicar, na linguagem fria do dicionário, é fazer saber, tornar comum, participar.

Mas precisamos ir além. Dependendo do conteúdo da mensagem a ser comunicada, existem algumas exigências, tanto no que se refere à comunicação em si, quanto ao comunicador e aos destinatários da mesma.

Vejamos: - Se o que se pretende comunicar é uma simples notícia, deve

haver por parte do comunicador o compromisso com a verdade e clareza. Atenção é a exigência para os destinatários.

Por exemplo:

"Comunica-se a todos os casais das equipes que neste ano assumirão ~ responsabilidade, pelas E.N.S. no mundo, o casal espanhol, que já esteve duas vezes no Brasil, Mercedes e Alvaro Gomes Ferrer. ~ um casal extraordinário, muito aberto e pos­suidor de grande discernimento".

~ uma notícia muito importante e que poderá provocar algumas reações (de alegria, de esperança, de curiosidade ... ) , mas pelo menos de momento, não passa de uma informação, que deve respeitar as exi­gências da veracidade, clareza e atenção.

- Se a comunicação a fazer é uma idéia, uma proposição, que ne­cessita de reflexão, de aceitação e de adesão, além das exigências ante­riores, existem outras.

A,ntes de mais nada, é necessário que o comunicador tenha com­preendido bem o conteúdo daquilo que vai comunicar e, ou, conforme

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o caso, os objetivos da proposição a fazer, para transmití-los às pessoas às quais se dirige a comunicação. ~ necessário também um esforço de sua parte para motivá-las.

Por exemplo: Vai haver um retiro, um encontro, uma sessão de formação, etc., e o casal responsável do Setir precisa conseguir a adesão dos casais. Ele deve esclarecer os objetivos e a importância daquele evento para a vida pessoal, do casal, da equipe, para a realização de sua missão, etc. Deve levá-los a refletir sobre o assunto e motivá-los para que adiram ao convite, ou convocação, e se disponham a superar todas as possíveis dificuldades nesse sentido.

Há casos em que a proposta comunicada necessita ainda de um em­penho continuado no sentido de uma vivência. Nesses casos, é necessário um esforço também continuado da parte do comunicador, buscando im­pulsionar as pessoas para a busca, o empenho contínuo em aprofundar viver e fazer viver a proposta.

O comunicador deve ainda procurar sentir o que sentiria se estivesse na situação e circunstâncias em que se encontram as pessoas às quais · se dirige, para melhor poder entendê-las e assim ser melhor compreendido por elas.

Sem dúvida, o que move o comunicador, o que o leva a realizar esse esforço contínuo, a procurar fazer essa intervenção na história daqueles que por alguma razão ele se sente responsável, são a crença na validade, na importância, na necessidade daquilo que está comunicando para as pessoas e o amor que o une a elas.

Afinal, uma comunicação não é algo entre uma pessoa e um ser inanimado, mas entre pessoa e pessoa. Assim, na comunicação deve haver uma interação: um interêsse, uma preocupação, em função do amor do comunicador pelos destinatários e uma disponibilidade, uma resposta, uma participação (it).terêsse, dúvida, desejo de esclarecimento, crítica, ma­nifestação de uma opinião, entusiasmo, propósito de adesão, etc.) destes.

A comunicação tem pois os aspectos importantíssimos: a comuni­cação em sí, a inten;ção que deve causar entre as pessoas envolvidas e a transformação que objetiva.

Com relação à comunicação das idéias que foram os dois grandes temas dos EACRES: a "Segunda Inspiração', e o novo enfoque da par­tilha, diríamos que ela exige boa compreensão do assunto, entusiasmo, reconhecimento de sua importância e necessidade, muita reflexão, adesão às propostas nelas contidas, preocupação com os casais que vão recebê-las, possibilidade de participação dos mesmos, acompanhamento e consciência da missão a cumprir.

Reflitamos um pouco sobre a grande comunicação da história da salvação estabelecida entre Deus e Maria: A Anunciação.

Não é a comunicação de uma simples notícia. B a comunicação de um acontecimento que encerra um mistério, isto é, algo escondido e que

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vai sendo revelado aos poucos, dependendo da abertura de quem o aco­lhe; um mistério que começa a ser revelado a Maria; um acontecimento que vai alterar completamente sua vida e não somente a dela; uma inter­venção na sua hi~tória e de toda a humanidade, que requer, por parte dela, aceitação, disponibilidade e confiança sem limites em Deus.

Pode-se sentir aqui:

• O amor sem limites de Deus (o comunicador) a toda a humani­dade a quem se dirige a mensagem através de Maria, a escolhida;

• A interação que se estabelece. Maria não é uma ouvinte passiva. Ela argumenta, participa. Estabelece-se um diálogo. Há a preo­cupação com a clareza; Há o respeito pelo outro. .

• Maria reflete, certamente. Tem consciência de todas as impli­cações, decorrentes de uma aceitação, em sua vida. Não é nenhu­ma bobinha. E uma mulher, embora jovem, de sabedoria. Pe­netra fundo no mistério. Mas é uma pessoa de total disponibili­dade e de uma fé absoluta, por isso aceita o risco e acolhe, mais do que isso, assume a missão que lhe é confiada. Estabelece-se a comunhão de vontades (de Maria e de Deus) e por isso Deus se faz um de nós, muda o rumo da história dos homens.

Procuremos refletir um pouco mais, a partir dessa passagem do Evan­gelhe, sobre a necessidade, em qualquer caminhada, de uma boa comu­nicação e quais os esforços que cabem, a cada um de nós, para que ela melhore nas E.N.S., afim de que estas melhor correspondam aos objetivos pelos quais existem.

Muito carinhosamente,

Cidinha e Igar

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A PALAVRA DO PAPA

No dia 25 de março de 1987, festa da Anunciação, o Papa João Paulo li assinava uma importante Carta Encíclica. Pareceu oportuno, neste mês de maio, re­lembrar as linhas mestres deste documento.

Carta Encíclica de João Paulo li sobre

A MÃE DO REDENTOR

Introdução

Maria aparece antes de Cristo no horizonte da história da Salvação. No ano 431, o Concílio de tfeso confirma a Maternidade Divina como fé da Igreja: ela é a "teotokos", isto é, a Mãe de Deus, mãe de Jesus. Por essa razão, ela é também mãe da Igreja, Corpo Místico de Cristo. Este duplo vínculo afirma sua presença ativa e exemplar na vida da Igreja.

Primeira Parte: Maria no mistério de Cristo.

Maria é introduzida no mistério da Incarnação do Verbo pela Anun­ciação do Anjo. De uma certa maneira, Maria recebe a vida espiritual daquele a quem deu a vida carnal. Entrega-se então a Deus comple­tamente, na obediência da fé.

Pouco tempo depois, impelida pela caridade, Maria visita sua prima Izabel. Canta então sua imensa alegria e sua plena confiança através do Magnificat.

Depois do nascimento, quando vai ao Templo de Jerusalém, o velho Simeão lhe dá uma luz nova: Jesus é o Salvador, luz para iluminar todos os homens.

Inicia-se então um longo tempo de vida oculta com Cristo em Deus na fé. Maria vive o início da Nova Aliança. Ocasionalmente aparece, em Caná, por exemplo; ela intervém, provocando o primeiro milagre feito por Jesus. Ela intercede pelos homens: é, como um pré-anúncio da mediação de Maria. Na hora da crucifixão, ela está de pé, ao lado da cruz. Seu Filho a confia então a João, e confia João à sua mãe. Essa nova maternidade de Maria, gerada pela fé, é fruto do novo amor que nela amadureceu definitivamente ao pé da cruz.

No cenáculo de Jerusalém, no dia de Pentecostes, ela se torna, por vontade de seu Filho e por obra do Espírito Santo, presente no mistério da Igreja.

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Segunda Parte: A Mãe de Deus no centro da Igreja que está caminhando.

O Concílio Vaticano 11 fala da Igreja que está caminhando, em êxodo. O caráter essencial dessa peregrinação da Igreja é porém interior: trata-se de uma peregrinação mediante a fé, através dos homens e dos povos. Testemunha especial do mistério de Jesus, Maria é a que primeiro acreditou. No cenáculo, ela recebe a confirmação de sua fé, nascida das palavras da Anunciação. Depois da Ressurreição, a promessa co­meça a transformar-se em realidade: sua fé heróica precede o teste­munho apostólico da Igreja, cuja fé participa em certo sentido da fé de Maria.

A caminhada da Igreja, especialmente em nossa época, está mar­cada pelo sinal do ecumenismo, que tem por base a 'obediência na fé' de Maria. A unidade dos cristãos só poderá ser reencontrada verda­deiramente se estiver fundada sobre a unidade da fé. ~ bom preságio, que todas as Igrejas Ortodoxas como as antigas igrejas orientais, se sintam profundamente unidas no amor e louvor à Mãe de Deus, como o manifestam tão bem seus belíssimos hinos e seus inúmeros ícones.

A Virgem Maria está constantemente presente nessa caminhada de fé do povo de Deus em direção à Luz. Demonstra-o de modo especial o cântico do Magnificat que, tendo jorrado da profundidade da fé de Maria, por ocasião da Visitação, não cessa de vibrar no coração da Igreja ao longo dos séculos. O amor preferencial pelos pobres acha se nele admiravelmente inscrito, assim como o sentido cristão da liberdade e da libertação.

Terceira Parte: Mediação materna.

A mediação de Maria está intimamente ligada à sua maternidade, permanecendo subordinada à mediação do próprio Cristo, único Salva­dor. Assim ela é ao mesmo tempo especial e extraordinária, por unir num só amor o da virgindade e o da maternidade. A maternidade de Maria perdura, pois, incessantemente na Igreja, como Mãe da Igreja e Mãe dos homens, que a imploram em todos os perigos e necessidades. A virgindade consagrada a Deus é fonte da maternidade no Espírito Santo: nisso ela se apresenta na Igreja também como modelo. Ela coopera com amor de mãe para a regeneração e a formação dos filhos e das filhas da Mãe Igreja.

Conclusão

A história da humanidade entra na plenitude dos tempos. A Igreja é sinal dessa plenitude. O mistério da Encarnação mudou a situação do homem, divinizando-o pelo intermédio de Maria.

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A PALAVRA DOS CONSELHEIROS ESPIRITUAIS

Este mês de maio é extremamente rico, do ponto de vista litúrgico: Ascensão, Pentecostes; festa da Santíssima Trindade, dos Santíssimos Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi), da Visitação. Neste con­texto, dando seqüência ao que iniciou em março, a Carta Mensal publica a seguir duas meditações pro­postas pelo Pe. João Leopoldo de Almeida, na pere­grinação das Equipes de Taubaté a Aparecida, no ano passada. Referem-se ao segundo e terceiro mis­térios gozosos do terço.

A ASCENSÃO

Jesus voltou ao Pai. Seu tempo histórico passou. Já não caminha pelas estradas da Palestina, já não prega em templos e praças, já não cura, impondo as mãos, já não conta suas encarnadas parábolas. Voltou ao Pai. Voltou para o seu lugar: o de ser o mediador único entre o Pai e os homens. Os homens de ontem, de hoje, de sempre.

Mas a história da salvação continua. E é preciso continuar a cami­nhada pelas estradas de todo o mundo, é preciso continuar a pregar em templos e praças, a curar doentes é preciso continuar a contar a todos a grande parábola do homem em busca de Deus.

Ser cristão não é conseguir o céu para si, mas construir, para o irmão e com o irmão, o céu . . . a salvação para todos.

Deus é comunidade e ninguém, sozinho, participa desta comunidade de amor. Ser cristão é ser um continuador do anúncio de Jesus Cristo. Esta é a ordem-missão: "Ide por todo o mundo ... ensinai a todos os homens". Eu estarei convosco ...

Ensinai a todos. Ensinai pela palavra, pelo gesto, pela vida. A melhor catequese é a do testemunho. Mais converte quem vive como cristão, quem dá um sentido cristão a toda a sua existência, do que quem apenas fala bem e bonito do que é ser cristão. A palavra cristã sem vida cristã é estéril e vazia; pode comover, jamais converter. E a popu­lação do céu não é de comovidos, mas de convertidos.

A tarefa é dura? "Eu estou convosco". O trabalho é imenso, com imensas dificuldades? "Eu estou convosco". B preciso lutar, denunciar injustiças, carregar cruzes, morrer em novos e solitários calvários armados pelos poderosos da terra? "Eu estou convosco, todos os dias, até o fim do mundo".

REFLEXÃO: Sentimos a presença de Jesus, caminhando conosco, em nossa caminhada cristã?

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A VINDA DO ESPtRITO SANTO

A vinda do Espírito Santo, no dia de Pentecostes, marca o começo do tempo de missão da Igreja. Este tempo, que já leva quase dois mil anos de história, tem a certeza da realização da promessa de Jesus, de estar com a sua Igreja, pela assistência do Espírito Santo: "Como o Pai me enviou, eu também vos envio. Recebei o Espírito Santo ... ".

O livro dos Atos dos Apóstolos narra como aconteceu. ~ muito significativo que tenha sido em forma de "línguas de fogo", pois a língua lembra alguém que anuncia, e anuncia com amor.

Essas línguas de fogo, os dons do Espírito Santo, não são iguais para todos: "há diversidade de dons, mas um só é o Espírito. Os ministérios são diversos, mas um só é o Senhor", nos lembra São Paulo.

Uma das melhores conseqüências do Vaticano 11 é a consciência que as comunidades cristãs vão tomando da sua responsabilidade em anunciar Jesus Cristo. E anunciá-lo não apenas pela vida cristã no lar, pela participação nos sacramentos, mas igualmente e principalmente pela palavra e pela ação. Passou o tempo, graças ao Espírito de Deus, que continua vivo e atuante, em que bom cristão era aquele que apenas não faltava à missa dominical.

Durante muito tempo, a comunidade cristã esteve com os discípulos de Jesus: "trancada em casa, com medo do mundo". Assim como os dis­cípulos só falavam de Jesus lá dentro de casa (onde só eram ouvidos pelos outros discípulos), assim os cristãos só o eram dentro de suas igrejas. Sua fé não explodia para fora , para o mundo, para os homens; era fé para consumo interno.

A comunidade cristã, ainda criança na fé, rezava como criança, só fazia o que mandavam, como as crianças. Não tinha iniciativa própria, não acreditava ter a luz e a força do Espírito.

Pentecostes é o nascimento do cristão adulto, do cristão que já não conhece o medo, do cristão que sai de casa e anuncia Jesus a todos; do cristão consciente que busca a verdade, que diz a verdade, mesmo que doa e faça perder amigos.

Pentecostes é o nascimento do cristão, com o qual a comunidade humana pode contar para a construção do reino de Deus, na justiça, no perdão e no amor. Do cristão que vive sua fé em comunidade e crê, firmemente, que toda a comunidade cristã tem a luz e a força do Espí­rito Santo de Deus.

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REFLEXÃO: Atendemos ao sopro do Espírito, ou temos medo?

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PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO

Margarida e Agostinho Tavares são Casal Respon­sável da Região Minas Gerais. Enviaram esta con­tribuição para a Carta Mensal.

Esforço é a capacidade de um ser ue mobiliza todas as suas forças físicas ou morais para atingir um determinado fi . Para se atingir- a esse fim, são necessários Pontos Concretos, sobre os quais todas as forças serão canalizadas, num esforço consta.nN e Jlermanente.

Sabemos de cor quais são os Pontos Concretos que o Movimento nos oferece. !: preciso saber se estamos conscientes do fim a que eles nos querem levar: UM MODO MAIS CRISTÃO DE VIVER. ,

As ENS aspiram fazer de nós cristãos adultos. E serão justamente os Pontos Concretos de Esforço, cÓnscientemente adotados e fielmente vividos, que nos permitirão uma progressão gradativa na nossa vivência cristã, que nada mais é que agir como o Cristo e vê-Lo em cada irmão. São eles que nos dão condições de dar constantemente o passo à frente em direção a Deus, visando o nosso aprofundamento interior. São nossas ferramentas de trabalho e nossas armas de defesa contra a nossa incons­tância, contra a tentação do desânimo, contra a nossa preguiça.

Eles não são impostos, mas propostos. São obrigações de hom~s · es. Podemos ter a tentação de sentir-nos submissos a uma regra e

isso pode causar uma repulsa instintiva se não nos colocarmos em ati­tude de discípulos e se não estivermos convencidos da sua profundidade e do seu valor em nossas vidas. No entanto, sabemos ue nada se cons-

-t · · lina justamente porque S.Q!!l9S inconstantes_e

Esses Pontos Concretos de Esforço não são meras obrigações que nos impomos e que cumprimos para dar satisfação a outrem. De nada valerão se não forem meios para desenvolver em nós ATITUDES DE VIDA e uma COERENCIA INTERIOR (Ver documento "Os Pontos Concretos de Esforço e a Partilha") .

Os Pontos Concretos só terão valor se nos transformarem, como pessoas e como casal.

Três pontos nos parecem básicos para orientar nossa reflexão a este respeito:

1. Para nos abrir à vontade e ao amor do Pai, é preciso sabermos que a vontade de Deus sobre nós é o b a felicidade, a realização do homem ainda neste mundo. Portanto, para seguir esta orientação, é pre­ciso estarmos atentos à passagem de Deus em nossas vidas, deixando que Ele nos fale, nos ame, nos transforme.

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2. Para tanto, é preciso desenvolver nossa capacidade de tomar cons­ciência de nós mesmos, de assumir nossa verdade, de construir e tra­balhar a partir dela.

3. Viver esse encontro e comunhão exige todo um aQrendizado para modificar nossa maneir de viver, que eve escentralizar-se de nós mesmõ'Se nos levar a caminhar para os outros, para o outro, deixando

e o outro · esmo, começando a doar-nos não naquilo que queremos dar, mas naquilo que o outro precisa receber.

* * * Depois dessa reflexão, podemos afirmar que os Pontos Concretos de

Esforço não são realmente obrigações inventadas arbitrariamente e que se acrescentam a muitas outras que a vida nos impõe; são, ao contrário, um profundo caminho de conversão que exige assiduidade, lnteriorizaçã realismo e comunhão.. --

Não basta esforçar-nos apenas em um ou alguns deles, porque estão entrelaçados e não têm sentido isoladamente. Existe uma pedagogia que os une. Existem elos que os integram e lhes dão um sentido de conjunto.

Porque .. . Não se pode admitir que alguém escute a Palavra e não a medite em

seu coração, procurando a vontade de Deus em sua vida. Esse esforço de conversão, se não for partilhado na Oração Conju~l. numa busca con­junta de Deus, se perde no vazio de nossa individualidade, e é a dois que precisamos nos salvar. Se o Dever de Sentar-se não provocar em nós novas Regras de Vid~. não terá cumprido a sua finalidade. E, final­mente, se durante todo o ano procuramos viver nesse estado de busca e de graça e não nos dispomos a parar com o objetivo de, juntos, pau­tarmos a nossa vida num R~tiro , nao teremos forças para a caminhada, porque é preciso deixar espaço para que Deus venha a nosso meio através de um verdadeiro 'deserto'.

No entanto, os Pontos Concretos de Esforço não são apenas para nosso crescimento pessoal , conjugal e familiar. Um dia nos unimos em equipe, porque acreditamos na força da comunidade e do Cristo que se faz presente através dela. Portanto, é preciso reconhecer estes Pontos como nossos sinais de identidade na busca de um mesmo ideal, que é o ideal da perfeição. Estamos juntos no mesmo barco. Devemos, pois , viver juntos essas três fases :

/1

- Aprendizado - Assimilação - Vivência e Auxílio Mútuo (que se realtza na Partilha).

Quando esses- sinais de identidade realmente nos identificarem na mesma busca, poderemos .dizer que somos uma verdadeira comunidade cristã : uma Equipe de Nossa Senhora.

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Para isto, ainda outros meios nos são oferecidos: presença à reunião, oração (das equipes, na reunião, em família), estudo do tema, leitura da Carta Mensal (especialmente do Editorial), contribuição mensal, partici­pação nos eventos da Coordenação ou _do Setor.

Vividos em casal e partilhados em equipe, os Pontos Concretos de Esforço se pautam por três diretrizes:

• A gradualidade: O Senhor nos colhe no ponto em que estamos. Não se trata de queimar etapas e de forçar o ritmo. Trata-se, isto sim, de querer progredir a partir da situação em que cada um se encontra.

• A personalizaÇão: O mesmo ritmo não é possfvel para todos, pois a caminhada é ao mesmo tempo pessoal e própria do casal. Os Pontos Concretos de Esforço não devem resultar em desânimo, mas, ao con­trário, em inspiração e auxflio ao longo de toda a nos~a vida.

• O esforço: Assim como não existe amor sem o momento do en­contro, nem meditação sem tempo forte de escuta e diálogo, tampouco existe conversão pessoal e em casai ~m a decisã.o de traduzi ssos

\....desejos, um tanto quanto difusos, na forma concreta de ações bem deter­minadas que irão mudando nossa vida e, aos poucos, nos edificando. .

A luz desta pequena reflexão, perguntemo-nos se os Pontos Con­cretos de Esforço estão nos levando a novas ATITUDES DE VIDA e a uma COERI:NCIA INTERIOR:

- A Escuta da Palavra me ajuda a pautar a vida a partir da men­sagem recebida, vendo a. realidade da minha vida pessoal, concretizando em atos o amor revelado pelo Pai?

- Através da Meditação diária estamos nos abrindo para compreen­der o que Deus nos diz pela Sua Palavra ou por meio dos acontecimentos do nosso dia, descobrindo a verdade do mundo que nos cerca, dispostos a uma manifestação de amor?

- Por meio da Oração Conjugal, somos capazes de descobrir a ver­dade do nosso cônjuge , naquilo que o aflige, procurando uma maior inte­ração na busca da unidade conjugal, revendo o nosso dia, procurando ser fiéis aos apelos de Deus?

- Nossa Regra de Vida tem sido ocasião para pautarmos o nosso viver de acordo com a vontade de Deus, ajudando-nos a nos conhecer em nossos dons e nossas limitações, dispondo-nos a mudar nossas atitudes na busca do encontro e da comunhão?

- O Dever de Sentar-se tem nos dado a oportunidade de buscarmos cada vez mais a santificação nossa e de nosso cônjuge num diálogo aberto, sem máscaras e meias verdades, unindo-nos cada vez mais?

- O Retiro que fazemos uma vez por ano tem nos ajudado a com­preender e aceitar o plano de Deus para nós, reformulando nossa vida para um viver mais autêntico, descobrindo o que impede a manifestação do amor no meio em que vivemos?

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Recebemos de Nancy Moncau o texto que aqui publicamos. Ela nos diz: · Continuando a trabalhar nos escritos de Pedro, encontrei esta meditação, ainda não publicada, e que talvez seja útil à Carta Mensal ". Temos a certeza de que será utilíssima para todos nós.

SEGUNDA MULTIPLICAÇAO DOS PÃES

Vendo a multidão que se comprimia ao seu redor, Jesus diz a seus discípulos:

"Tenho pena desse povo porque já está comigo há três dias e não tem o que comer. Se eu os mandar em jejum para casa, desfale­cerão no caminho, pois muitos vieram de longe."

(Me. 8,2-3)

Procuremos transpor este trecho para o plano espiritual, em nossos dias. Todos os domingos, em nossas Igrejas, é também uma multidão que se comprime ao redor de Cristo. Escutam a Palavra que lhes é transmitida, alguns com " ouvidos que ouvem" muitos distraídos e indiferentes. Eu mesmo, quantas vezes distraído, preocupado . . . ausente . . .

E quando a Missa termina retornam às suas casas, mas, não "alimentados ". Estão prestes a desfalecer em sua caminhada coti­diana, subjugados pela força de atração do que é da terra.

Para não desfalecer, para não cair de inanição, a Palavra só não basta. 1: preciso um alimento que permita fazer "nossa" a Palavra ouvida ; que penetre em nós, que seja assimilada, fixada, que o nosso ser interior dela se aproprie. 1: preciso que ela se incorpore ao nosso ser, a nossa consciência e seja capaz de dina­mizar nossa vontade, para que se traduza em atos.

Assim como o alimento material que permite ao nosso corpo se refazer, o alimento - o pão - para nosso ser espiritual é a graça que o nutre.

A graça que nos é dada gratuitamente pelo Cristo. A graça que nos é comunicada principalmente pelos sacramentos.

"E tomando os sete pães, deu graças, os partiu, e os deu aos seus discípulos para que os distri­buissem à multidão." (Me. 8, 6)

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Os sacramentos -elementos materiais que transmitem a vida da alma, como o pão comunica a vida do corpo.

Os sacramentos - que o Cristo dá aos seus discípulos mais próximos, os sacerdotes, para que eles os distribuam à multidão!

Como o médico, eles temem pelo doente que morre de ina­nição e anemia, consumido pela febre e que recusa o alimento que lhe oferecem.

Como o médico, eles temem ainda por aqueles que não assi­milam o alimento que recebem ...

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Senhor, dai à multidão que vos cerca, a fome de vossa Palavra. E que eles cuidem da saúde de suas almas, para que vossa graça neles penetre, seja assimilada e neles se transforme em Vida.

Vida que seja neles atividade, movimento, realizações, Vida alegre e ativa.

Vida que seja irradiação de calor, de amor. E, fruto desse amor, Vida que seja fecunda.

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NOSSA SENHORA DO BÊRÇO

Um bêrço com uma criança dentro é a mais rica fonte de promessas que povoa a terra. Quando este bêrço oscila ao embalo amoroso das mãos maternas as esperanças assumem um ar de certeza e quando sobre­o berço se derrama uma canção de ninar, fogem todos os medos e o dia se enche de luz. Mãe, ao lado de um bêrço, é a realização suprema de sua maternidade. Realmente, embala o mundo de amanhã, porque este mundo é história e a história é feita pelos homens, por estes homens que hoje dormem tranqüilos num bêrço, em qualquer casa, em qualquer canto deste agitado mundo. Haverá guias, amanhã, porque há mães embalando berços. Haverá homens inteiramente dedicados aos outros, porque, hoje, há mães inteiramente dedicadas aos berços povoados de vida e de futuro .

Também Cristo, embora filho de Deus, tomou a forma de uma criança e como todas as crianças precisou de um berço, que, no primeiro momento, não passou de uma mangedoura forrada de feno. E precisou também de uma mãe que lhe arrumasse o berço, que lhe embalasse o berço, que lhe cantasse cantigas de ninar. Porque ele era verdadeira­mente homem e nenhum homem verdadeiro pode dispensar este embalo e esta canção de ninar.

E Maria foi mãe como todas as mães. Deve ter parado embeve­cida ante as manifestações primeiras do filho que a reconhecia. Do filho que lhe correspondia ao sorriso. Deve ter contado, feliz, a José, quando voltava do seu trabalho, os progressos que o bebê ia fazendo na sua exploração do mundo que o envolvia. Deve ter-se inclinado sobre o berço e, com o coração apertado, feito a pergunta cheia de interro­gação: "Que será desta criança?"

A preocupação, o temor, o senso de advinhar devem tê-la levado a juntar as mãos e pedir a Deus, uma grande benção para aquela criança inocente, ainda desligada das grandes maldades que povoam o mundo, das grandes lutas que os homens prepararam, dos grandes esforços que lhe seriam pedidos dentro em breve. E de seu coração subia uma prece amorosa: que seu caminho seja suave, que sua tarefa seja leve: que seu fardo não o esmague! Que os homens o compreendam e o aceitem! Que ela possa estar ao lado dele, em todos os momentos decisivos . . .

Maria, embalando um berço, provando a alegria profunda da mater­nidade e o gosto amargo da preocupação pelo amanhã,: como tantas mãe­zinhas nossas . ..

Frei Hugo D. Baggio, o.f.m.

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PASTORAL DA FAMILIA

O trecho que segue é extraído da tradução de um tema de estudo utilizado pelo MFC - Movimento Familiar Cristão, da Argentina. O documento, inti­tulado "Charlas en Colegios ", destina-se a • pro­mover e fortalecer a evangelização das famílias através de uma conveniente formação de docentes, pais e alunos". Serve de guia aos casais do refe­rido Movimento em suas exposições e debates em grupos. (1)

FAMfLIA: EDUCADORA DA FÉ

Missão evangelizadora

A missão evangelizadora da família deve dar-se em uma tríplice dimensão:-

a) A nível conjugal: cada cônjuge, em virtude do sacramento que mutuamente se administraram, deve ter bem claro que, ou encontra e 'serve a Cristo em seu cônjuge, ou o ilude conscien­temente. Em conseqüência, ambos devem assumir a responsabi­lidade de manifestar reciprocamente o rosto de Cristo, que assu­miram em seu sacramento, e ajudar-se a cres~er até alcançar a idade adulta de Cristo (Efésios 4,13). Os cônjuges cristãos não só são chamados a simbolizar no amor mútuo o amor de Cristo e da Igreja, senão a uma maravilha ainda maior: podem realizá-lo nos outros, encarná-lo, atualizá-lo. São como um ramo vivo, como um ramo florido no meio das árvores por onde circula a seiva do amor divino.

Esse amor divino é o que pode nutrir nosso amor de esposos e santificar assim a nossa vida conjugal.

Vivida na graça, nossa vida conjugal se transforma num meio de salvação e progresso na santidade.

b) A nível paternal: esta missão da família é insubstituível e não se pode atribuir sua responsabilidade a terceiros (colégios religiosos, catequese paroquial). Os pais são os professores, cate­quistas e os primeiros ministros da oração e do culto a Deus. Assim se renova a imagem de Nazaré: "Jesus crescia em sabe-

(1) O texto completo da tradução do tema aqui apresentado poderá ser obtido no Secretariado Nacional das E.N.S.

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daria, em estatura e em graça diante de Deus e de seus pais." (Lc. 2,62) (Puebla 586).

A educação na fé, para ser efetiva, necessita de certas con­dições indispensáveis: um contexto de amor; precocidade e teste­munho.

!: evidente que nenhum outro grupo humano pode reunir estas características, senão apenas a família.

- Um contexto de amor: as primeiras noções de Deus, como Pai e Criador, para que não permaneçam num nível abstrato e inte­lectualizado, necessitam de um ambiente adequado onde em cada atitude de vida se manifesta o amor.

O testemunho dos pais é o que contribuirá mais eficazmente na obra da educação, que é uma obra de amor.

- Precosidade: os primeiros anos de vida de uma criança são importantíssimos quanto à receptividade e transcendência para o futuro. E como são anos chaves na existência, a educação na fé deve começar desde cedo. !: maravilhoso saber que os filhos tem seu primeiro encontro com Deus através· de seu pai e de sua mãe. A criança se encontra com um mundo, com um Deus, feito segundo a imagem de seu pai e de sua mãe.

A criança modela, nos primeiros anos, todo o seu ser, se~ sistema nervoso, seu temperamento, sua vida psíquica futura e sobretudo sua vida de relações, e a religiosidade é uma relação pessoal com Deus Pai.

As crianças vêem Deus através das obras das pessoas, princi­palmente membros da família, e como estas se reduzem ao mundo familiar, encontram Deus através delas.

De onde o filho aprenderá esse sentido de Igreja, senão na sua família?

De onde aprenderá o sentido da paternidade divina, senão atra­vés de seu pai?

Como intuirá o sentido do dever, da norma, senão através da vontade reta de seus pais?

Como poderá saber o que é a oração, senão de acordo com o que escutou, dialogou e aprendeu de seus pais?

Como compreenderá o sentido da providência divina, senão na medida em que a experimentou através de seus pais?

A primeira revelação de Deus no coração do homem, Deus a realiza através dos pais, da família.

- Testemunho: é muito importante o testemunho religioso dos pais. A convivência religiosa diária ajuda a formar os modos de pensar, sentir e atuar.

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Em nossa forma de conv1vencia, e através dos gestos mais simples, os filhos descobrem como deve ser a convivência entre os homens e no mundo: o respeito à pessoa, a atitude de serviço por meio da qual expressamos o sentido da autoridade, etc.

Quando a criança entra no Colégio ou vai ao catecismo, já deve ter sua escala de valores. Os valores religiosos só se trans­mitem por quem os vive , de modo que nada pode substituir o exemplo dos pais . Estes devem ser para seus filhos a lição viva das virtudes que lhes são ensinadas .

Nossa verdadeira escala de valores deve se fazer sentir a cada momento, no dia-a-dia.

c) A nível familiar e social : esta missão educadora da fé não se restringe aos cônjuges nem · aos filhos , mas deve estender-se necessariamente à totalidade do grupo familiar e projetar-se na comunidade à qual pertence. A família cristã cabe a apresentação total da mensagem de Cristo, pelo testemunho de vida cristã de seus membros e pelo anúncio da Palavra, o que dará às estruturas humanas o sentido redentor de Cristo. Desse modo, os homens podem descobrir o modelo de humanidade que é o Senhor.

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NOTICIAS BREVES

• A CNBB, através da Linha de Pastoral 1, Setor Família, cujo Bispo Responsável é D. Marcelo Pinto Carvalheira, com a partticipação de todos os movimentos e institutos familiares do Brasil, programou para 21, 22 e 23 de abril de 1989, em Belo Horizonte, a realização do I Encontro Nacional de Movimentos e Institutos Familiares. Em nossa próxima edi­ção, esperamos poder relatar esse Encontro aos equipistas .

• Por outro lado, está também programada pela mesma Linha de Pas­toral 1, Setor Família, para os dias 16, 17 e 18 de junho próximos, a I Reunião da Coordenação Nacional de Pastoral Familiar, em Brasília. Ambos os eventos estão ligados ao Plano Bienal dos Organismos Na­cionais- 1989/1990, da CNBB (v. documento CNBB n.o 41) .

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ATUALIDADE

Nesta seção, a. Carta Mensal quer apresentar periodicamente a seus leitores, alguns recortes ou ecos dos meios de comunicação social sobre assun­tos ligados à espiritualidade conjugal e familiar. ~ bom frizar que, evidentemente, os textos apre­sentados não representam a opinião das Equipes de Nossa Senhora, mas querem provocar a refle­xão dos equipistas, a partir de certas maneiras de ver a realidade, apresentada pelos meios de comu­nicação social.

O assunto deste mês está ligado à concepção que os meios de comuni­cação apresentam a respeito de 'casamento', 'indissolubilidade', e os efeitos da separação sobre os filhos do casal.

(Do jornal 'O Estado de São Paulo' , edição de 20-09-87):

Nada de papéis. O amor basta.

Morar junto, sem papéis e compro­missos formais, é hoje a fórmula en­contrada pela maior parte dos paulis­tanos e cariocas para concretizar uma união. Estatística realizada pela seção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Rio de Janeiro, mostra que em São Paulo e no Rio 55% dos casais preferem o concubinato, contra 45% que optaram pelo casamento. Os resultados da pesquisa foram di­vulgados por Ávaro Villaça de Aze­vedo ( .. . ). Villaça atribui a prefe­rência das pessoas por morar junto ao fato de "o casamento no papel ser tão complicado, com regras tão rígi­das, que não se aplicam à vida mo­derna". Para os pobres, o ato de "juntar os trapos" é uma solução fá­cil usada para "resolver o problema familiar de forma natural, sem re­gras". Já a classe média opta pelo

concubinato quando um dos mem­bros do casal passou por uma expe­riência "desastrosa" no casamento e quer evitar sua repetição, principal­mente no caso da separação. Villaça aponta também exemplos de pessoas que "por uma filosofia de vida" pro­curam uma relação afetiva sem vín­culos legais, com total "liberdade do casal".

Ele divide o concubinato em três ca­tegorias. A dos puros, que são rela­cionamentos entre pessoas desimpedi­das (solteiros, viúvos, desquitados e divorciados). Os impuros são envol­vimentos incestuosos ou adulterinos (estes últimos quando uma pessoa ca­sada mantém simultaneamente uma união de concubinato). E os desleais caracterizam-se por duas ou mais re­lações de concubinato paralelas.

(Do Jornal 'O Estado de São Paulo', edição de 24-07-88, artigo assinado pelo correspondente do jornal em Paris):

O casamento, essa instituição que nos últimos 20 anos sofreu um lento de­clínio, estaria em vias de voltar? Ain­da não há certeza, mas estudos re-

centes, publicados pela revista 'Popu­lation', indicam que os dias da união livre passaram de moda. Os jovens hoje retomam de bom grado o cami-

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nho do cartório e da igreja, para consagrar as suas núpcias.

( ... ) O progresso das uniões livres foi impressionante: em 1968, somen­te 2% dos casais franceses viviam em 'concubinato". Em 1986, essa porcen­tagem subiu para 9,9%.

Foi mais ou menos a partir de 1986 que a união livre começou a se esta­bilizar. Assim, chegamos a um fenô­meno novo: é cada vez mais freqüente ,casais livres sentirem repentinamente a necessidade de oficializar a sua união.

Os demógrafos, evidentemente, se per­guntaram se esse movimento, caso

fosse confirmado no futuro, poderia ter efeitos sobre o número de nasci­mentos. Ora, todos os estudos pare­cem responder que não, pois os ca­sais livres denotavam uma grande energia procriadora: o número de nas­cimentos fora do casamento foi mul­tiplicado por 2,5 entre 1975 e 1985.

Por outro lado, a contra-ofensiva do casamento poderia ter conseqüências sobre a estabilidade da sociedade francesa. Com efeito, um casal não casado tem uma esperança de que sua união dure apenas de três a cin­co anos, enquanto um casal casado tem uma esperança de duração de 12 anos em média. ( ... )

(No dia 29 de janeiro de 1989, o jornal 'O Estado de São Paulo' traz volu­mosa matéria sob o título: "Filhos do divórcio estão mais felizes". Eis alguns extratos:)

- A separação judicial, ao contrário do divórcio, é um processo relativa­mente rápido e barato - caso seja do interesse consensual do casal. Se­parações amigáveis são a maioria nos fóruns de família. Segundo o Insti­tuto Brasileiro de Geografia e Esta­tística (os números são de 1986), houve no país 68.418 separações con­sensuais e apenas 6.693 "separações por conduta desonrosa ou grave vio­lação dos deveres do casamento".

- e. inevitável que os filhos sofram com a separação. Afinal, eles estão diante de um processo traumático que envolve as duas pessoas que mais amam. A primeira tarefa dos pais é mostrar aos filhos que a família não desmoronou e ambos estarão sempre próximos. "Existe por parte da crian­ça o medo de que o pai possa ir em­bora de casa para sempre", constata o psicólogo infantil Auro Neves, de São Paulo. "Mas a criança lida com a situação de uma maneira mais tran­quilo que o adulto."

- "Hoje, há uma presença maior dos pais separados, na vida dos filhos",

afirma Neves, para quem o rompi­mento do casamento permite a alguns homens descobrir o quanto é signifi­cativa sua relação com os filhos.

- Na opinião da socióloga da Fun­dação Carlos Chagas, Cristina Brus­chini, autora da tese de doutorado "Estrutura familiar e vida cotidiana na cidade de São Paulo", com a fa­lência do antigo modelo de casamen­to, em que o homem era o chefe do casal, cabia à mulher uma participa­ção secundária nos destinos da famí­lia; a separação, considerada "trans­gressão" ou "desgraça", hoje é aceita naturalmente. Em alguns es·tratos so­ciais, o que causa sur•presa são os ca­samentos de longa duração.

- Os filhos de matrimônios desfei­tos, que no passado eram automatica­mente classificados como crianças­problema, hoje são vistos como crian­ças iguais a quaisquer outras. Em al­guns grupos sociais, os adolescentes que ainda têm pai e mãe vivendo juntos já são quase minoria.

- A vida melhorou não só para as crianças. Também quem já chegou à

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idade de casar está mais à vontade. "Homens e mulheres não querem mais repetir as histórias infelizes de seus pais e avós", interpreta o psi­quiatra paulista Sérgio Perazzo, espe­cialista no atendimento de casais. ''A idéia da separação é hoje vista com naturalidade em todos os casamentos, mesmo os mais conservadores."

- É normal que logo após a separa­ção as crianças atravessem momentos de angústia, que podem se refletir na queda do rendimento escolar, perda de apetite e momentos de melancolia. Não há motivos para grandes preocu­pações; desde que a criança receba carinho, ela supera naturalmente essa fase.

(Em sua edição de 6 de fevereiro de 1989, a revista americana 'Time' publica artigo sob o título "As marcas duradouras do divórcio". Deste também damos a seguir alguns extratos:)

O divórcio, todos concordam, é um evento traumatizante para as crianças. No entanto, muitos pais são conso­lados pela idéia de que a maior parte dos jovens podem recuperar-se da do­lorosa desintegração de suas famílias. Dentro de 2 ou 3 anos eles irão re­tornar ao seu desenvolvimento natural e no fim eles serão beneficiados. Afi­nal, se o divórcio é bom para o pai e para a mãe, ele será bom para os filhos.

Agora esta verdade aceita conforta­velmente está sendo contestada. Ba­seada em um estudo de duração sem precedentes sobre os efeitos do divór­cio, a psicóloga Judith Wallerstein descobriu que um número perturba­dor de jovens continua sofrendo as conseqüências da ruptura familiar muitos anos depois dela ter aconte­cido.

Wallerstein afirma: "Quase a metade dos filhos de pais divorciados entra na idade adulta como pessoas preo­cupadas, mal sucedidas, com um sen­timento de auto-desaprovação e algu­mas vezes de revolta."

Suas conclusões, apresentadas no li­vro "Second Chances", foram deriva­das de entrevistas conduzidas ao lon­go de um período de 15 anos com 60 famílias, a maior parte de classe média branca.

As entrevistas compreendem o depoi­mento de 131 filhos, que tinham entre

2 a 18 anos na época do divórcio. Entre as descobertas:

e 3 em cada 5 jovens se sentem re­jeitados por pelo menos um dos pais;

e Metade dos jovens cresceu numa situação na qual a hostilidade entre os pais perdurou após o divórcio;

e Dois terços das meninas, mesmo as que pareciam ter atravessado bem a crise, tornaram-se adultas ansiosas, não conseguindo manter compromis­sos duradouros, com receio de serem traídas em relacionamentos mais ín­timos;

e Muitos dos rapazes mais visivel­mente perturbados nos anos seguintes ao divórcio não conseguiram desen­volver um sentido de independência, confiança ou determinação.

A adaptação das crianças depende muito de relacionamento posterior dos pais. Para algumas famílias o di­vórcio representa o fim das hostili­dades; para outras, ao contrário, a situação se deteriora ainda mais, e os filhos, além de ter que conviver com as hostilidades, acabam sendo usados como mensageiros do conflito.

Deixar de lado a raiva pelo bem das crianças é uma das coisas mais difí­ceis que os pais precisam fazer depois da separação. Se a paz não é decla­rada, as crianças, segundo Wallers­tein, não podem deixar de sentir: "Afinal, para que serviu o divórcio?"

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ENTREVISTAS

Continuando com suas entrevistas dos Casais Res­ponsáveis Regionais, a Carta Mensal ouve, este mês, o C. R. da

REGIÃO SÃO PAULO SUL 11

O Casal Responsável da Região: Sílvia Cury Maluf Pontes e Francisco (Chico) de Assis Pontes, casados há 15 anos, 12 de Movimento e dois filhos: a Sandra com 12 anos e o Flávio com 10. Anteriormente já foram casal Piloto e o casal responsável pela criação de novas equipes no setor de Sorocaba. Assumiram a função de Casal Responsável da Região em fins de 87.

Carta Mensal (C.M.): -Que cidades abrange a Região São Paulo Sul 11? Casal Responsável da Região (R.R.): - A nossa Região compreende 3 setores: Sorocaba, ltú e Jundiaí e uma Coordenação: Bragança Paulista. Além destas cidades temos equipes em Salto , Louveira e Araçoiaba da Serra.

C.M.: - Como as Equipes nasceram nesta Região?

R.R .: - Consta que em fins de 1961 um casal de ltú (Neide e Carlos Bruni) que residira por uns tempos no Ceará e lá tomara contato, durante algum tempo com o MFC (Movimento Familiar Cristão); retornando a ltú desejaram ali implantar este Movimento. Para isto procuraram a ajuda de Frei Tiago, da ordem dos Carmelitas. Este tentou, em São Paulo, obter informações sobre os movimentos para leigos casados e em vez de trazer o MFC trouxe as E.N.S. Em fevereiro de 1962 formou-se a primeira Equipe, tendo sido casal piloto a Zélia e o Duprat de São Paulo .

Quatro dos casais desta Equipe ainda hoje continuam no movimento. O primeiro Conselheiro Espiritual foi o próprio frei Tiago.

C.M.: - Quem é o conselheiro espiritual mais antigo no Movimento? R.R. : - Hoje é o frei Agostinho Keijzers . C.M.: - Estão os casais equipistas de Sua Região inseridos em ativi­dades eclesiais , fora do Movimento?

R.R.: - Quase todos os nossos equipistas estão engajados nas ativi­dades de suas respectivas paróquias ou em outros trabalhos importantes para a vida da comunidade , prestando o seu serviço e dando seu teste­munho de vida. Os trabalhos mais comuns são com Cursos de Noivos, Encontros de Casais com Cristo e grupos de reflexão. Gostaríamos de dizer a todos aqueles que um dia forem convidados a exercer uma res­ponsabilidade, em qualquer nível , que nunca encarem estes trabalhos como um peso, pois acabamos por receber muito mais do que damos. Deus é pródigo em suas dádivas e bênçãos.

C.M .: - Ainda sobre os Conselheiros Espirituais, eles participam da vida do Movimento?

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Qual é a opinião deles sobre o Movimento?

t fácil conseguir um C.E. na sua Região?

R.R. - Com relação aos C.Es. podemos dizer que sua participação no movimento é boa. Temos tido mais dificuldade com os de ltú que são sempre muito sobrecarregados e que não têm podido participar como gostaríamos do Movimento. Existe muita dificuldade em se obter novos C.Es. para as Equipes.

Quanto à avaliação deles é de que nosso Movimento é muito válido. e importante, mas que muitos casais não foram ainda devidamente des­pertados para um compromisso mais sério e eficaz. Acreditam, no en­tanto, que podemos ser luz para muitas famíl ias desejosas de uma espi­ritualidade conjugal mais profunda.

C.M .: - Não temos mais perguntas . R.R.: - Gostaríamos de usar a Carta Mensal para enviar nosso abraço fraterno a todos os irmãos equipistas e muito obrigado.

C.M .: - Somos nós que lhes agradecemos.

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UM CONSELHEIRO SE TORNA BISPO!

Estamos felizes (nós , nossa equipe, nosso setor, todo o movimento) porque Pe . Valter Carrijo, salvatoriano, do Colégio Divino Salvador de Jundiaí, vai receber o último grau do sacramento da Ordem: vai ser orde­nado bispo para servir à diocese do Brejo, Maranhão, divisa com Piauí. Vai receber um grande rebanho para ser o pastor, aquele que cuida , que orienta, aquele que, pela graça de Deus, santifica.

Somos todos chamados , eleitos e missionados, mas é uma graça muito grande ver um irmão, um amigo , responder à esse chamado e aceitar a missão.

Pe. Valter , para quem não sabe, há aproximadamente 25 anos assiste Equipes de Nossa Senhora e atualmente estava assistindo, além da equipe do setor, mais 6 equipes .

Isto sem esquecer as inúmeras sessões de formação e os grandes encontros que ajudou a preparar, além dos retiros espirituais que pregou ao longo desses anos, tudo porque, além de acreditar no movimento das Equipes de Nossa Senhora, é uma pessoa revestida do Cristo e do seu espírito de serviço .

Finalizando, queremos deixar uma de suas palavras: " só os cristãos que viverem em comunidade, sobreviverão"

Vai, mensageiro de Cristo , para que outros tenham vida e a tenham em abundância .

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Osmar e Ana Maria Equipe 6 - Jundiaí

CONTRIBUIÇÃO

( REFLEXõES SOBRE MARIA )

Tudo começou quanâo lemos-n evangelho de São João (Jo 3,16) que "Deus amou tanto o mundo, que lhe deu seu Filho único para que todo o que n'Ele crer não pereça, mas tenha a vida eterna". Sentimos que o que mais evidencia esse amor do Pai, é que o Deus Criador se faz criatura; o Senhor Nosso, se faz nosso irmão, e o Filho de Deus, se faz filho de uma mulher. E como o plano de Deus torna-se realidade, muito tempo antes, o profeta !saias já profetizava nestes termos: "Eis que· uma Virgem conceberá e dará à luz um filho que se chamará Emanuel, que significa Deus Conosco." (ls 7,14).

Maria aceitou participar desse plano e com isso nos deu o grande exemplo, pois se fez missionária, permitindo que o Espírito Santo habi­tasse em seu coração e todo o seu ser . . E o início dessa sua missão se deu quando ela se fez serva, se fez obediente, sujeitando-se à vontade de Deus.

No evangelho de São Lucas, cap. 1, vemos Maria ser saudada pelo anjo: "Ave cheia de graça, o Senhor é contigo" (Lc 1,28). E depois lhe anuncia como se dará o nascimento de Jesus, nos versículos 30 a 35. Maria, ao se dar conta que tudo se fará por obra do Espírito Santo, aceita e diz: "Eis aqua a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1 ,38). Temos assim, a prova de que a obra do Espí­rito Santo é gerar Jesus Cristo em nós! E felizes somos se cremos nas palavras do Senhor, pois Ele cumpre aquilo que diz. Foi exatamente siso que Isabel disse a Maria: "Bem aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas" (Lc 1,45).

E Maria não se conteve. Cheia do Espírito Santo, a oração de louvor brotou naturalmente do seu coração e ela, então, louvou e exaltou o nosso Deus, com as palavras do tão conhecido Magníficat (Lc 1,46-55).

Com Maria nós aprendemos a também louvar o nosso Deus. Com Maria nós aprendemos a ouvir o Senhor. E através da intercessão de Maria junto a seu Filho Jesus, muitas graças e bênçãos nos são conce­didas, pois Jesus não deixa de atendef\ os pedidos de sua mãe.

No cap. 2 do evangelho de São João, nós lemos a narração das bodas de Caná, onde Maria percebendo que faltava vinho e sentindo a dificuldade do dono da casa, fala para Jesus do problema, ao mesmo tempo que diz aos serventes para fazer tudo o que Ele lhes ordenasse.

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E assim acontece o milagre por parte de Jesus! Não é Maria quem faz o milagre, mas ela intercede. Porém, há a necessidade de que as pessoas façam a sua parte, que é ouvir o que o Senhor diz e obedecê-lo.

Ainda no Evangelho de São João, cap. 19, vemos Jesus nos fazendo filhos de Maria, na pessoa do apóstolo João, e fazendo dela nossa Mãe. E isso também é uma graça imensa, pois Maria é a mãe de Jesus, e nós cremos que Jesus é verdadeiramente Deus.

Na festa de Petencostes, encontramos Maria também no cenáculo em oração fortalecendo os discípulos com a sua presença, e esperando com confiança o cumprimento da promessa de seu Filho Jesus, de enviar sobre eles o Espírito Santo. E assim, na presença dela, se dá o nasci­mento da Igreja.

Pela simplicidade, pela aceitação da missão que Deus lhe confiou, pela obediência, pela docilidade ao Espírito Santo, e por sua intercessão por nós, a nossa devoção a Maria cresce e se torna rica. O mais impor­tante, porém, não é o que Maria fez por Deus, mas o que Deus fez por ela. E ela mesma nos ensina que é a seu Filho Jesus que devemos ouvir e obedecer. E ela mesma que se diminui, para que seu filho Jesus Cristo cresça e seja exaltado. E ela mesma nos ensina que é Jesus quem realiza tudo. Ela intercede, Jesus realiza! Não é idolatria, pois a própria Maria nos adverte a adorar unicamente seu Filho: o Verbo de Deus, antes de habitar entre nós, viveu primeiro em seu seio. Sem Maria não temos o Verbo de Deus. Em Maria sempre encontramos Jesus. Com Maria, em oração sempre virá o Espírito Santo, que nos ensina todas as coisas nos revela toda verdade, e nos faz adoradores do Pai em espírito e verdade.

Essa nossa Mãe do Céu, que também é Mãe da Igreja, vê as neces­sidades e os sofrimentos nesse mundo, e por isso em vários lugares e através de diversas pessoas, tem pedido e exortado a todos nós que re­zemos o terço todos os dias , implorando a sua intercessão pela conversão dos pecadores, pelos sacerdotes, por toda a Igreja, pelas famílias e por cada um de nós. Pois como disse a Irmã Lúcia de Fátima, "não há problema material ou espiritual, pessoal ou familiar, nacional ou inter­nacional que a reza do terço não possa ajudar a resolver". E de fato , muito se ouve e lê sobre inúmeras pessoas que receberam grandes graças, curas, conversões, soluções de problemas na família , vida mais feliz, e outras bênçãos, com a oração do terço.

Se nos espelharmos em Maria, crescerá em nós cada vez mais, o desejo de querer fazer da nossa vida, uma vida de oração, de louvor, enfim, um ato de amor. E tudo isso para amar e servir melhor o nosso Deus. Amém!

Maria Tereza e Valdison

Eq. 12 - São José dos Campos - SP

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TESTEMUNHO

SETOR PAGA METADE DOS CUSTOS DO EACRE

Recebemos do Setor B da Região São Paulo Sul-1 (Capital) , o seguinte testemunho:

Durante o ano de 1988, o nosso Setor achou que já era hora de fazer com que todos os equipistas passassem a considerar com mais seriedade o compromisso assumido quando de sua entrada no Movimento, no que diz respeito à Contribuição Mensal.

Através de informações e esclarecimentos constantes, atin­gimos algumas metas que consideramos relevantes. São elas:

1. Deixamos claro que a contribuição deve ser feita conforme os Estatutos, sem maiores delongas ou queixas, pois é colocada no mesmo nível de importância que os pontos concretos de esforço (ler Estatutos).

2. Ela deve ser corrigida mensalmente, conforme os reajustes efe­tivos nas receitas do casal.

3. Ela é necessária para que o Movimento tenha fundos para fazer frente a suas despesas.

4. Não é pecado falar em dinhei ro no Movimento, pois é uma ne­cessidade material como qualquer outra.

Com isto, a contribuição média mensal por casal cresceu, em termos reais, cerca de 23% no ano passado. Assim, com a retenção de 1 O% sobre o total arrecadado, tornou-se possível ao Setor B custear as suas despesas, e ainda pagar 50% da taxa do EACRE/89 para todos os seus casais responsáveis de equipe.

Estamos conscientes de que tal resultado só foi alcançado com o apoio do C.R. do Setor e dos casais responsáveis das equipes.

Gostaríaímos de finalizar afirmando que ainda temos um longo caminho até chegar ao que pedem os Estatutos, pois ainda hoje acreditamos que cerca de 30% dos casais do Setor B não constri­buem com a exatidão, a constância e a rapidez devidos .

Heitor e Lígia

Casal Tesoureiro

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NOTICIAS E INFORMAÇÕES

NOVAS EQUIPES

Caçapava/SP

Equipe n.0 4 Cons. Esp.: Fr. Paulo Bettoni C. Piloto: Celina e Nelson

Catanduva/SP

Equipe n.0 11 - N. S. de Fátima Cons. Esp.: Pe. Sylvio Fernando Fer-

reira C. Piloto: Neusa e Luiz

S. José do Rio Preto/SP

Equipe n.0 10 - N. S. Mãe dos Pasto-rinhos

Cons. Esp. : Pe. Cezarino C. Piloto: Cristina e Donizete

Equipe n.0 11 - N. S. Mãe das Flores Cons. Esp.: Pe. Cezarino C. Piloto: Soninha e Vicente

Recife/PE

Equipe n.0 9 Cons. Esp.: Frei Lira C. Piloto: Marcia e Luiz

Equipe n.0 10 Cons. Esp.: Frei Athaide C. Piloto: Ana Maria e Oscar

MUDANÇAS NOS QUADROS

Setor E - Rio de Janelro/RJ

Maura e Sérgio assumem a função de C. Resp. de Setor em substituição a Aparecida e Souza.

Setor Niterói/RJ

Ieda e Jorge são o novo C. Resp. de Setor, substituindo a Maria de Lourdes e Erimá.

Setor B - Curltiba/PR

Janete e Rolando foram escolhidos pa­ra C. Resp. de Setor em substituição a Angela e Moacir.

VOLTA AO PAI

Carlito (esposo de Maria Odete), da Equipe 5 de Jaú/SP, em 21/11/88.

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EACRES. No momento do fechamento deste número da Carta Mensal, ainda estamos recebendo notícias sobre os EACREs que foram realizados em fevereiro, março e abril. Assim, tivemos que protelar para o número de junho as informações a respeito.

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úLTIMA PAGINA

Cada dia, ao meio-dia, um pobre velho entrava na igreja e, poucos minutos depois, saia. Um dia, o sacristão lhe perguntou o que vinha ' fazer (pois havia objetos de valor na igreja).

- Venho rezar, respondeu o velho.

- Mas é estranho, disse o sacristão, que você consiga rezar tão depressa.

- Bem, retrucou o velho, eu não sei recitar aquelas orações com­pridas. Mas todo dia, ao meio dia, eu entro nesta igreja e só falo : "Oi Jesus, é o Zé. " Num minuto, já estou de saída. E só uma oraçãozinha, mas tenho certeza que ele me ouve.

Alguns dias depois, o Zé sofreu um acidente e foi internado num hospital. E na enfermaria, passou a exercer uma grande influência sobre todos: os doentes mais tristes se tornaram alegres, e muitas risadas pas-saram a ser ouvidas. -

- Zé, disse-lhe um dia a irmã, os outros doentes dizem que foi você que mudou tudo aqui na enfermaria. Eles dizem que você está sempre tão alegre ...

- E verdade, irmã. Estou sempre alegre. E por causa daquela visita que recebo todo dia. Me faz feliz .

A irmã ficou atônita. Já tinha notado que a cadeira encostada na cama do Zé estava sempre vazia. O Zé era um velho solitário, sem ninguém.

- Que visita? A que horas?

- Todos os dias, respondeu Zé, com um brilho nos olhos. Todos os dias, ao meio-dia. Ele vem, fica ao pé da cama. Quando olho para ele, ele sorri e diz : "Oi Zé, é o Jesus."

(Da Carta Mensal francesa)

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MEDITANDO EM EQUIPE

TEXTO DE MEDITAÇÃO (Atos 2, 1-4)

Quando chegou o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído semelhante ao soprar de impetuoso vendaval, e encheu toda a casa onde se achavam. E apare­ceram umas como línguas de fogo, que se distribuíram e foram pousar sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e come­çaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os impelia falassem.

ORAÇÃO LITúRGICA

Salve, Mãe da alegria celeste! Salve, tu que alimentas em nós um júbilo sublime. Salve, sede da alegria que salva. Salve, tu que ofereceste o gáudio perene. Salve, ó místico lugar da alegria inefável. Salve, ó campo digníssimo da alegria indizível. Salve, ó fonte abençoada da alegria infinita . Salve, ó tesouro divino da alegria sem fim . Salve, ó árvore frondosa da alegria que dá vida. Salve, ó Virgem, intacta em tua integridade. Salve, espetáculo admirável, que deixa aquém todos os prodígios!

Quem poderia descrever o teu esplendor? Quem poderia relatar o teu mistério? Quem seria capaz de proclamar a tua grandeza? Ornaste a natureza humana, superaste as legiões de anjos . . . superaste todas as criaturas .. .

Nós te aclamamos : Salve, ó cheia de graça!

(Sofrônio de Jerusalém)

Um momento com a equipe da Carta Mensal ................ .

Editorial - Pe. Olivier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

Carta da Equipe Responsável Internacional

A ECIR conversa com vocês ....... . ....................... .

A Palavra do Papa ....................... ... . .............. .

A Ascenção . . ..... . .. . ............................... . .... .

A Vinda do Espírito Santo .......... . ....................... .

Pontos Concretos de Esforço ......... . .................... . .

Segunda Multiplicação dos Pães ...... . ..................... .

Nossa Senhora do Berço

Família: Educadora da Fé .... . ..... . .. . .................... .

Atualidade ........................... ....................... .

Entrevista: Região São Paulo Sul 11 .. . . . ....... . ... .... .. ... .

Um Conselheiro se torna bispo! ...... . .... . ..... . .......... .

Reflexões sobre Maria ...................... . ....... . ...... .

Setor paga metade dos custos do EACRE . .................. .

Notícias e Informações . ..... . ...................... .. ... . . .

última página .. . .................... . ..................... .

Meditando em equipe ..... . ........ . . . ..................... .

EQU IPES DE NOSSA SENHORA

01050 Rua João Adolfo.ll8 · 9' · cj. 901-Tel. 34 8833

São Paulo - SP

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