A Segurança Na Utilização Da Grua Na Construção Do Edifício

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A segurança na utilização da grua na construção do edifício - Página 2 Na Figura 07, a primeira foto da Obra 06, mostra a desmontagem da grua, no momento da retirada da lança por um guincho. Na segunda foto na Obra 05, uma passarela sem segurança é observada, situação de risco para o operador. Na foto da Obra 14 são percebidos itens obrigatórios de segurança, como a luz de topo e passarela segura para a torre metálica da grua. A cabine para telescopagem, isto é, para introdução de elementos para aumentar a altura da grua é observado. Já a foto da Obra 18, a grua possui cabine protegida contra raios solares atendendo as normas, Figura 08.

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Seguran;ca do trabalho grua

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A segurana na utilizao da grua na construo do edifcio - Pgina 2

Na Figura 07, a primeira foto da Obra 06, mostra a desmontagem da grua, no momento da retirada da lana por um guincho. Na segunda foto na Obra 05, uma passarela sem segurana observada, situao de risco para o operador.

Na foto da Obra 14 so percebidos itens obrigatrios de segurana, como a luz de topo e passarela segura para a torre metlica da grua. A cabine para telescopagem, isto , para introduo de elementos para aumentar a altura da grua observado. J a foto da Obra 18, a grua possui cabine protegida contra raios solares atendendo as normas, Figura 08.

De acordo com as recomendaes, as gruas devem possuir ao longo da lana placas indicativas de carga admissvel, conforme especificado pelo fabricante, inclusive na ponta (Figura 09). Alm das placas, o operador deve possuir noo dos pesos dos materiais e at onde podem ir as cargas; a grua deve possuir sistema de limitador de momento mximo; de carga mxima para bloqueio do dispositivo de elevao; de fim de curso para o carro da lana nas duas extremidades e de altura que permita frenagem segura para o moito.

A imagem da Figura 10 referente colocao da cabine para telescopagem de elementos, no momento da insero na torre da grua na Obra 31 e a outra imagem na Obra 10, onde a grua estava em operao, movimentando um pallet de bloco. Nesta ltima, pode-se observar a proximidade do equipamento dos cabos de energia da rua, um fator de risco, que poderia ser evitado observando as medidas preventivas relativas ao limitador de movimento.

Poucas obras possuem o anemmetro nas gruas e, das poucas que possuem, muitas esto com esse equipamento desativado, justificando-se a desativao como um mecanismo de pouca importncia. Na Figura 11 possvel a identificao do item obrigatrio de segurana na Obra 14.

5.2 Anlise do questionrio

O enfoque maior foi dado no questionrio para obteno de dados reais e atuais, a fim de se observar se os possveis acidentes esto relacionados a fatores que podem ser atribudos a instalao (montagem/desmontagem), utilizao e manuteno. Com todos os itens do questionrio devidamente preenchidos, foi possvel a contagem de 28 itens totalmente atendidos, 33 parcialmente atendidos e 3 itens que no so atendidos nas obras, como se observa na Figura 12. Os itens que foram respondidos como no se aplica ganham pontuao nula prevalecendo as outras respostas, podendo-se observar que 5% dos itens no foram atendidos na totalidade e 51 % foram apenas parcialmente atendidos.

A Figura 12 merece uma maior ateno nos itens que no foram atendidos em nenhuma das 15 obras visitadas, fazendo com que se pense em solues para o cumprimento dessas recomendaes. Observando quais as dificuldades encontradas na pesquisa de campo, dificuldades em geral, porque foi unnime o resultado de no atendimento em determinados itens.

Como o questionrio foi elaborado em trs grandes grupos, a anlise de itens por atendimento ficou muito abrangente, perdendo a real noo dos resultados. Ento a estratgia foi de uma anlise de itens por categoria instalao/montagem, operao e manuteno. O resultado pode ser observado na Figura 13. Nas categorias de instalao e operao boa parte de itens so atendidos, numa ordem decrescente que vai de itens totalmente atendidos a itens no atendidos. O grfico indica que na operao se concentra a maior parte dos itens no atendidos.

A partir disso, conclui-se que o maior risco de acidentes na operao.Atualmente os acidentes mais graves, que envolvem mortes e feridos, so na categoria de montagem e, posteriormente, na utilizao, juntamente com a falta de manuteno. Todas as categorias so relevantes pela sua importncia, para a preveno de acidentes, principalmente, no cumprimento de todos os itens referentes s categorias.

A seguir so apresentados os quadros, que foram usadas como questionrio para a pesquisa de campo. Com espaos de preenchimento unitrio, isto , cada assero tem apenas uma resposta, foi feita a pontuao referente a todos os questionrios aplicados. O Quadro 02 apresenta resultados que atendem aos aspectos de segurana, pois a maioria das afirmaes certificada. Apenas o item A.4 no foi atendido nas obras visitadas, sendo justificada pelas empresas construtoras de que houve um aterramento na grua, no existindo a necessidade de um pra-raios, j que a prpria estrutura da grua, que composta por uma torre metlica serve como um. Mesmo no tendo dados de ocorrncia de acidente na montagem e desmontagem em Salvador, deve-se atentar para continuar prevenindo, porque a categoria que mais tem acidentes no mundo.

Depois da instalao da grua, deve-se observar seu perfeito funcionamento obedecendo aos requisitos estabelecidos pelas Normas. necessrio tambm estar de acordo com as recomendaes do fabricante, de modo a obter garantia de segurana na operao. Portanto, a Quadro 03 visa um aprofundamento sobre o conhecimento do operador em relao ao equipamento que ele trabalha.

O exame psicotcnico no foi realizado em nenhuma obra, o critrio usado para avaliar a resposta com sim, foi a realizao do exame admissional mdico. Outro item que relevante da investigao, a verificao diria do prumo, pois este notado apenas quando no se precisa de prumo para se constatar que a grua no est perpendicular ao solo. Por fim, a documentao que acompanha a grua, bem como o conhecimento dos principais mecanismos deve ser posse do operador, que necessita ser treinado para tal.

O Quadro 04 foi elaborada, para que a asseverao fosse respondida apenas com base na observao da utilizao da grua durante a visita, bem com para resposta do operador. No Quadro 04, os itens foram preparados com base na norma e manual de instrues e a partir desta tabela a resposta no se aplica ser apontada, isto porque as afirmaes dependem muito da fase e caractersticas da obra e, na maioria delas, a grua no tinha sido desmontada, como tambm, no havia ocorrido o iamento de pallet.

merecido destaque para dois itens do Quradro 04, no que se refere a execuo da NR18. O primeiro item B.2.16, a princpio de difcil execuo, tendo em vista a mobilidade que o equipamento oferece e a necessidade de transportes simultneos, por no haver um estudo da disposio do canteiro. O segundo item complementar do primeiro, B.2.17.

Na Figura 14, visto um exemplo de que perfeitamente possvel instalar vias de acessos, delimitada e sinalizada, com isso, o trajeto fica isolado e a lana percorre commovimentao das cargas sem provocar situaes de risco.

A conferncia diria dos itens a serem observados Quadro 05, no foram atendidos em 100%. Algumas construtoras dizem no ter conhecimento da importncia desta verificao, alegando ser responsabilidade do fabricante ou locatrio da grua, mostrando o desconhecimento na norma. Outras construtoras fazem a conferncia com frequncias estabelecidas pelo fabricante.

Poucas gruas em Salvador possuem cabine. A maioria das obras possuem grua com botoeiras, oferecendo ao operador uma maior mobilidade. Contudo, apresenta um ponto negativo, relativo condio do transporte quando no visvel, nesses casos, as manobras de movimentao devem ser executada por meio de cdigos de sinais convencionais.

J o Quadro 06, da manuteno em geral, alguns itens so observados com frquencia, porque so itens que comprometem a estrutura, alm de serem facilmente visveis. Observou-se que em muitas construtoras a manuteno um servio terceirizado, por isso mesmo, alguns itens so vistos com maiores prazos, por conta do custo. Normalmente so revisados todos os itens de manuteno quando da execuo da telescopagem suspeno da grua atraves de acionamento hidrulico, que acontece sempre quando existe a necessidade de aumentar altura do equipamento acompanhando a estrutura da edificao por conta das ancoragens que so feitas na estrutura da laje.

medida que foi sendo aplicado o questionrio, perguntas complementares foram sendo feitas, acrescentando informaes para a concluso dos resultados. Uma pergunta importante foi sobre a obteno e elaborao do plano de cargas na obra em questo.

Apenas em uma das obras visitadas foi encontrada o Plano de Cargas conforme recomendaes da NR 18 ANEXO III, isto , um documento onde devem constar diversas informaes como: dados do local da instalao, empresa responsvel pela obra, dados do equipamento, proprietrio do equipamento, responsvel pela manuteno, pela montagem e outros servio, alm da elaborao do croqui do canteiro, sistema de segurana, descrio do pessoal tcnico (atividades com exigncia de qualificao). Deve constar tambm toda a interveno feita no equipamento, registrando atravs de relatrios e ART para servios de montagem, desmontagem, ascenses, telescopagens e manutenes.

Em reportagem, divulgada a necessidade do estudo do canteiro, pois nele que se estabelece o plano de cargas. O plano de cargas, estabelece a localizao das reas de estocagem, vias de circulao pessoal, redes eltricas, edificaes vizinhas, recuos, posio de rvores, elevadores e de qualquer item que interfira na movimentao da grua (OLIVEIRA, 2007).

obrigao do usurio da grua fazer o plano de cargas, como tambm, de inteira responsabilidade do mesmo o termo de entrega tcnica, que prev a verificao operacional e de segurana, bem como o teste de carga, respeitando-se parmetros indicados pelo fabricante. J a montagem do equipamento, a responsabilidade do posicionamento da primeira ancoragem, bem como o intervalo entre ancoragens posteriores fica com o fabricante, fornecedor ou empresa responsvel, devendo manter disponvel no local as especificaes pertinentes aos esforos atuantes na estrutura da ancoragem e do edifcio.

Os acidentes que mais tm acontecido, ou melhor, os acidentes que so mais divulgados pela imprensa so da ordem de grandeza considervel como trgicos, de desabamento do equipamento na montagem e de utilizao. Existem contradies entre os resultados obtidos atravs da pesquisa de acidentes com grua e o questionrio de atendimentos da norma. Por causa da pequena amostragem da aplicao do questionrio as pesquisas no podem ser comparadas, primeiro porque o interesse principal da imprensa vender e no alertar para os riscos de acidentes e, segundo, porque o questionrio apenas um instrumento de investigao de aplicao de normas e recomendaes para a utilizao do guindaste.

6. ConclusoCom a analise do questionrio, observa-se que itens importantes de segurana no so atentidos em todas as obras em Salvador, itens que devem ser impostos para seu cumprimento, como exemplo: proibio de pessoas transitando sob trajetrias de objetos suspensos pela grua.

O incidente normal de acontecer, como se fosse um aviso para um acidente. necessrio uma ateno para os incidentes, pois como comum, pode passar despercebido. Todavia, devem ser evitados pois, podem levar a acidentes, os quais podem atingir propores de catstrofes, com prejuzos generalizados.

A partir da pesquisa com o questionrio em Salvador no foi possvel concluir que o maior risco de acidente na montagem, como se observou nas pesquisas de acidentes divulgados pela imprensa. Atravs do questionrio, pode-se observar que o maior risco na operao do equipamento, pela falta de cumprimento de itens. Acidentes graves e fatais foram relatados entre 1999 e 2008, acidentes com grua s tendem a aumentar por causa do crescimento da construo civil e necessidade de prazos cada vez mais apertados, j que estes equipamentos atendem ao mercado atual. Por isso, a importncia de estudos para a preveno de acidentes, minimizando custos de danos materiais e vidas. Assim como, a divulgao dos riscos que esse equipamento oferece por falta de cumprimento da legislao em vigor.

Do questionrio merecem destaque dois itens (B.2.16 e B.2.17) do Quadro 04, pois so de difcil execuo, tendo em vista a mobilidade que o equipamento oferece e a necessidade de transportes simultneos, por no haver um estudo do arranjo fsico adequado do canteiro. Na pesquisa de campo foi encontrado um exemplo de como delimitar as reas de circulao.

Acidentes devem ser prevenidos e o passo importante para isso o cumprimento das normas. O trajeto a ser percorrido pela lana da grua deve ser isolado, sinalizado e delimitado para que, em momento algum, as pessoas fiquem sob a carga. A constante transformao do canteiro de obras faz com que esse item se torne um problema para o engenheiro, que deve obter solues tornando o canteiro um lugar seguro para trabalhar.

Deve-se fazer um estudo logstico do canteiro de obras em evoluo, atravs do projeto, das distintas etapas com arrumao de estoque, juntamente com delimitaes de reas de risco na trajetria (vias de circulao). Esse estudo deve estar no Plano de Cargas com desenho ou croqui do canteiro de obra. Vias de circulao, de materiais e pessoas, devem constar do Plano de Cargas, documento que deve estar na obra. Vale salientar que alm das pessoas que esto frente da operao da grua, todos os trabalhadores da obra devem estar instrudos atravs de treinamentos para o esclarecimento do risco. fundamental para todos que transitam na obra, desde a gerncia administrativa at os serventes. Todos devem saber como lidar com as situaes de riscos que a grua oferece.

7. Referncias

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