A simbologia universal e os círculos nas plantações...Naturale dezembrojaneiro - 4 Sempre levando...

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Naturale dezembro/janeiro - 2013 Caros leitores, tenho imenso prazer em trazer para vocês uma reflexão sobre os famosos círculos que constantemen- te aparecem em plantações, serras e em rochas por todo mundo, fato que se re- pete há muitas décadas e que sempre nos intriga. Afinal, quem são os verda- deiros autores desses círculos? E mais, qual o sentido agregado à sua confec- ção? E quais são as mensagens contidas em sua simbologia? Vamos pensar um pouco sobre is- so... É evidente que a proposta deste artigo não visa provar a origem desses símbolos. Não temos respostas objeti- vas ou provas contundentes quanto à procedência dos círculos, mas o inegá- vel é que cada um deles possui um vasto universo simbólico. Em muitos casos uma perfeição assustadora em A simbologia universal e os círculos nas plantações Por Marcelo Lambert sua confecção e no seu resultado esté- tico. Antes de pensarmos diretamente a questão, é fundamental lembrar que vá- rias civilizações antigas e grupos huma- nos sempre buscaram representar em forma de símbolos o seu cotidiano. Te- mos em quase todos os continentes esse tipo de manifestação e o que nos chama a atenção é o fato de que mui- tos desses círculos ou símbolos apenas podem ser vistos do céu, tornando a questão mais enigmática ainda, como o caso clássico do deserto de Nazca no Peru, onde observamos uma quantida- de imensa de símbolos representando animais, estradas, círculos e todos eles são vistos apenas do alto, trazendo a nós uma profunda reflexão quanto ao sentido e a utilização daquela estrutura representativa. Relevante é a quantidade imensa de símbolos criados ao longo da história da humanidade para representar os anseios políticos, sociais, religiosos. Todos os dias a arqueologia encontra novos sítios que demonstram essas representações no solo, e na maioria das vezes, enten- der o sentido e o valor estético é muito complexo pois cada símbolo remete a uma mentalidade ou “universo” cultu- ral daquelas pessoas que o criaram ou àquela civilização. Mas o que hoje leva a surgir da noite para o dia esses círculos em propriedades rurais? E não apenas isso, quais as verdadeiras intenções? E quem os confecciona? Ao que tudo indica e os registros demonstram, esses círculos em planta- ções começaram a aparecer a partir de 1980, tendo a Inglaterra a primeira in- dicação para o evento, seguida pela Nazca no Peru

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Caros leitores, tenho imenso prazer em trazer para vocês uma reflexão sobre os famosos círculos que constantemen- te aparecem em plantações, serras e em rochas por todo mundo, fato que se re-pete há muitas décadas e que sempre nos intriga. Afinal, quem são os verda-deiros autores desses círculos? E mais, qual o sentido agregado à sua confec-ção? E quais são as mensagens contidas em sua simbologia?

Vamos pensar um pouco sobre is-so...

É evidente que a proposta deste artigo não visa provar a origem desses símbolos. Não temos respostas objeti- vas ou provas contundentes quanto à procedência dos círculos, mas o inegá- vel é que cada um deles possui um vasto universo simbólico. Em muitos casos uma perfeição assustadora em

A simbologia universal e os círculos nas plantações

Por Marcelo Lambert

sua confecção e no seu resultado esté-tico.

Antes de pensarmos diretamente a questão, é fundamental lembrar que vá- rias civilizações antigas e grupos huma- nos sempre buscaram representar em forma de símbolos o seu cotidiano. Te-mos em quase todos os continentes esse tipo de manifestação e o que nos chama a atenção é o fato de que mui-tos desses círculos ou símbolos apenas podem ser vistos do céu, tornando a questão mais enigmática ainda, como o caso clássico do deserto de Nazca no Peru, onde observamos uma quantida-de imensa de símbolos representando animais, estradas, círculos e todos eles são vistos apenas do alto, trazendo a nós uma profunda reflexão quanto ao sentido e a utilização daquela estrutura representativa.

Relevante é a quantidade imensa de símbolos criados ao longo da história da humanidade para representar os anseios políticos, sociais, religiosos. Todos os dias a arqueologia encontra novos sítios que demonstram essas representações no solo, e na maioria das vezes, enten-der o sentido e o valor estético é muito complexo pois cada símbolo remete a uma mentalidade ou “universo” cultu-ral daquelas pessoas que o criaram ou àquela civilização. Mas o que hoje leva a surgir da noite para o dia esses círculos em propriedades rurais? E não apenas isso, quais as verdadeiras intenções? E quem os confecciona?

Ao que tudo indica e os registros demonstram, esses círculos em planta- ções começaram a aparecer a partir de 1980, tendo a Inglaterra a primeira in-dicação para o evento, seguida pela

Nazca no Peru

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Escócia, Canadá, Alemanha, Rússia, Aus- trália, Japão e Espanha. Os desenhos possuem formas esféricas, círculos con-cêntricos, espirais, linhas retas e uma mecânica muito complexa. Sem contar a impressionante técnica utilizada que não danifica as plantações. Para que os símbolos sejam feitos, as plantas não são arrancadas mas sim dobradas de tal maneira que além de formar símbo- los perfeitos nada é deteriorado, a plan- ta continua seu desenvolvimento nor-mal, incluindo também o fato que são feitos geralmente à noite.

Até hoje, mediante várias investi-gações e pesquisas não se sabe como o fenômeno se realiza. Muitos estudiosos de símbolos identificam representações diversas como mapas astrológicos, ma-pas astronômicos, representações do DNA humano, mapas e plantas de cida-des de antigas civilizações. O fato de que essas figuras representem manifesta- ções ufológicas, como uma tentativa de comunicação ou até mesmo sinais dei- xados como profecias, ou códigos cien- tíficos para o avanço de nossa civiliza-ção e como muitos já afirmaram que as figuras eram representações do pouso de naves espaciais, é claro que tudo não passa de especulação e tais argumentos nunca foram provados de forma consis-tente.

Em todo mundo, as pesquisas so- bre esta questão não param de cres-cer, podemos ressaltar inclusive que na

Inglaterra surgiu um grupo de pesquisa-dores chamados de cereologistas que pautam os seus trabalhos sobre esses círculos e símbolos que periodicamen-te são registrados em campos de todo mundo, principalmente na Europa.

Depois de alguns levantamentos estatísticos, os pesquisadores chega- ram a um número surpreendente. Em um prazo de 20 anos foi catalogado a incidência de mais de 10 mil círcu-los e símbolos espalhados pelo globo. Mediante essa imensa quantidade de representações, muitos testes foram feitos, inclusive em instituições extre- mamente respeitadas no meio acadê-mico e científico. Em Cambridge, foram estudadas amostras de grãos de trigo tiradas de campos que sofreram as in-fluências dessas manifestações e foram identificadas alterações celulares de grande relevância. Além disso, foram feitos testes eletromagnéticos e geoló-gicos para criar padrões de análise em relação a toda a área pesquisada. Po-demos afirmar que existe um número imenso de especulações sobre a ques- tão e nenhuma resposta científica é conclusiva, o que cria uma atmosfera de grande mistério em relação a esses fenômenos.

Entre os vários símbolos encontra-dos nessas representações, o círculo é o principal deles. Pela simbologia clássica, o círculo representa o Sol. Encontrado em todas as culturas, possui um sig-

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nificado filosófico amplo, universal. O círculo representa o todo, o ser comple-to, a integridade, a iluminação, o ciclo da vida, o renascimento, a roda da vi-da, a Pedra Filosofal da alquimia e, em muitas tradições, ele é o que tudo vê, o olho que tudo sabe, determinando assim na sua simbologia os ciclos do mundo natural, como também a repre-sentação da igualdade. Para Carl Jung o círculo simbolizava o processo da natu-reza, o Cosmos e os ciclos do universo. Como está evidenciado aqui, o círculo traz um grande conteúdo de visões e in-terpretações, mas todas elas não estão apartadas da humanidade e de suas an-siedades. Dessa forma fica comprovada que uma das principais figuras represen-tadas nessas manifestações é carregada de simbolismos e de abstrações filosófi-cas e mentais.

Os círculos nas plantações, in-variavelmente, são acompanhados no seu interior por outro símbolo consi-derado sagrado e extremamente antigo que é a figura da espiral. Temos provas arqueológicas da utilização dessa repre-sentação a mais de 5.000 anos, como foi caracterizada em algumas construções de Creta e Tibete. A espiral no sentido horário, principalmente no ocidente, está relacionada à água e ao seu movi-mento constante, caracteriza mudança e a migração de pessoas. Identificamos também que em outras culturas a espi-ral simboliza o Sol, para os irlandeses e para os Celtas significa expansão e cres-cimento, bem como energia cósmica. Como é possível perceber através des- ses exemplos, símbolos que são univer- sais e que de alguma forma represen- tam o imaginário global, possuem de-finições e especificidades regionais e culturais, transformando assim a inter-pretação dos círculos nas plantações um grande desafio.

No Brasil, temos dados que re-

metem a situações semelhantes as da Europa, como os círculos encon-trados em Ipuaçu-SC, Riolândia-SP, Buritama-SP, Mauriti-CE, e em outras regiões brasileiras, mas não tivemos res-postas conclusivas sobre a questão. O que é fato e determinante é a incidência dessas manifestações em todo o globo.

Farei uma análise específica sobre os símbolos encontrados na cidade de Ipuaçu, onde é possível perceber uma relação direta simbólica com uma re-presentação radiônica, pois existe uma conexão entre os dois elementos re- presentados. Os 33 círculos menores ligados entre si abrigam em seu inte-rior mais um círculo, que objetivamente caracteriza o sentido hermético do se- gredo, como também a conexão da ener-gia cósmica e telúrica através dos ciclos.

Outro elemento simbólico relevan-te em Ipuaçu é a ideia de movimento que as figuras agregadas representam, tra-

zendo a nós a construção metafórica do movimento, que através do seu ritmo faz com que a natureza se manifeste na sua totalidade. Agora é fundamental citar aqui que a maioria das figuras são carre-gadas de grande subjetividade simbólica.

Quanto aos 33 círculos menores, podemos trazer à tona várias alegorias, afinal, desde a antiguidade existe uma problematização quanto ao valor mís- tico desse número. Ele é agregado a per-sonagens históricos, ordens iniciáticas, bem como ao seu “poder” energético de transformação, sabedoria e conheci-mento. Na outra extremidade o círculo menor possui um ponto no seu centro que remete diretamente à representação do Sol.

Temos documentos que provam que os alquimistas utilizavam em seus experimentos uma gama enorme de materiais, sendo que todos eles eram representados por símbolos. Muitos destes símbolos foram encontrados nos desenhos nas plantações, ou seja, são semelhantes às figuras utilizadas no processo alquímico.

Apesar da polêmica quanto à ve- racidade da confecção dos círculos, che- gamos a um ponto importante, indepen- dente das intenções escondidas por trás da realização dessas figuras, temos a manifestação notória e simbólica da história da humanidade. Percebemos que várias figuras são milenares e fun- damentadas em uma geometria sagra- da, que através do seu traçado, carre- gam uma gama de informações e có- digos que nos desafiam. Infelizmente, existe uma exploração mercadológica que acompanha esses fatos, inclusive muitas vezes, tira a seriedade das pes-quisas sobre os círculos, trazendo uma reflexão pautada no “achismo”, sem fun- damentação e interpretação baseada em experimentos e metodologias cientí-ficas para uma análise racional do fato.Ipuaçu-SC, Brasil

Ipuaçu-SC, Brasil

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Como historiador e pesquisador não tenho condições de fazer uma análise conclusiva sobre a questão, a não ser tra-zer a todos que privilegiam a leitura da revista Naturale, mais um grande mistério da história da humanidade, como tantos outros que, infelizmente, ficaram sem respostas ao longo de séculos. Temos inúmeras manifestações espalhadas pelo mundo que a ciência ainda não conseguiu entender, mas o mais importante é debater, discutir, constatar e pesquisar muito, sempre com seriedade e rigor. Não podemos, é claro, fechar os olhos, pois enquanto não tivermos respostas con-cretas, a nossa missão continua, no sentido de trazer à tona, as respostas mais próximas da possível verdade, pois afinal termino este artigo questionando: existe uma verdade???

Muita LUZ a todos, até a próxima edição.

Marcelo Lambert, Historiador, escritor e palestrante. www.marcelolambert.com

Fonte das imagens: As fotos que ilustram a matéria são provenientes de vários si-tes, entre eles: www.temporarytemples.co.uk; www.cropcircleconnector.com/anasazi/spiral.html; lucypringle.co.uk.

Com o objetivo de promover o fortalecimento e a união das mulheres empreendedoras, a ACIEI (Associação Comercial, Indus-trial e Empresarial de Itajubá) deu posse em novembro à primeira Diretoria da Câmara da Mulher Empreendedora de Itajubá (CMEI) que traz o slogan “Saltos em Negócios”.

Trata-se de um espaço dedicado ao desenvolvimento do ta-lento empreendedor e da capacidade administrativa das mulheres de Itajubá e região. Com a proposta de elaborar planos de consul-toria e educação gerencial, promover oportunidades que resultem em geração de emprego e renda, “serão realizados cursos e pales-tras para capacitar as empreendedoras”, afirma a presidente da Câmara da Mulher Empreendedora, Priscila Moraes de Carvalho.

O presidente da ACIEI, Remy de Andrade Filho, lembrou o papel de destaque que a mulher vem conquistando ao longo dos anos, “de acordo com o governo brasileiro, em 2010, as mulheres já representavam 49,3% dos empreendedores do Brasil. Em nú-meros absolutos, 10,4 milhões de mulheres no comando de suas empresas. Em 2012, podemos afirmar, sem sombra de dúvida, que as mulheres já são maioria entre os empreendedores do país”, e chamou atenção para as conquistas a serem alcançadas: “Juntos, podemos mais. Já passou da hora de termos uma cooperação e participação mais efetiva de vocês mulheres em nossa entidade”.

Câmara da Mulher Empreendedora

O presidente da ACIEI e a Diretoria da Câmara da Mulher Empreendedora

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