A utilização da Web 2.0 como um diferencial competitivo nas organizações: estudo de caso...
Click here to load reader
-
Upload
felipe-j-r-vieira -
Category
Technology
-
view
2.704 -
download
0
description
Transcript of A utilização da Web 2.0 como um diferencial competitivo nas organizações: estudo de caso...
A utilização da Web 2.0 como um diferencial competitivo nas organizações: estudo de caso aplicado ao SENAISE.
Felipe José Rocha Vieira¹, Diego Armando de Oliveira Meneses¹, Diego Mota Mesquita¹, Andreza Cruz Trindade dos Reis¹, Rogério P.C. do Nascimento¹
1Departamento de Computação – Universidade Federal de Sergipe (UFS)São Cristóvão – SE – Brasil
[email protected],{diegoarmandoo,diego_mota_88}@hotmail.com, [email protected], [email protected]
Abstract. The Web 2.0 provides the interaction between all involved in business. This paper aims to present ways to use Web 2.0 in the corporate environment, thus creating a competitive differential. A scenario was developed through a hypothetical case study to be applied to the Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Sergipe (SENAISE). To implement this scenario were conducted research on Knowledge Management, Web 2.0 services and applications such as Blogs, Wikis, RSS, Mashup, Social Networks and Social Bookmarking and AJAX technologies , SOA and XML Family.
Resumo. A Web 2.0 proporciona a interação entre todos envolvidos no processo de negócio. Este artigo tem o objetivo de apresentar formas de utilizar a Web 2.0 no ambiente corporativo, criando assim um diferencial competitivo. Foi desenvolvido um cenário hipotético através de um estudo de caso a ser aplicado ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Sergipe (SENAISE). Para implantação deste cenário foram realizadas pesquisas sobre Gestão do Conhecimento, serviços e aplicações Web 2.0 como Blogs, Wikis, RSS, Mashup, Redes Sociais e Social Bookmarking e tecnologias AJAX, SOA e Família XML.
1. IntroduçãoCom a globalização as mudanças estão cada vez mais rápidas. Empresas líderes de mercado hoje, podem ser apenas mais uma entre as demais amanhã. O mercado exigente faz com que concorrentes desenvolvam produtos e serviços de ótima qualidade e busquem meios para otimizar seus processos. Em um ambiente como este o que fará uma organização se manter sempre a frente?
Uma solução é a utilização do capital intelectual, que para Lacombe e Heilborn (2006), é a soma dos conhecimentos, informações, propriedade intelectual e experiência de todos em uma empresa, que podem ser utilizados para gerar riqueza e vantagem competitiva. Já que atualmente o diferencial deixou de ser a mãodeobra barata e os recursos naturais, e sim, o conhecimento e a capacidade de gerar inovações.
Para maior “rentabilidade” deste capital intelectual, devese investir em novas tecnologias que possibilitem a troca de informações rapidamente. Para isso usase serviços de colaboração ágil e simplificada, aumentando a agilidade e produtividade.
A Web 2.0 traz todos esses conceitos, disponibilizando serviços e tecnologias necessárias para tornar essa colaboração e compartilhamento possíveis. Através de blogs,
wikis, web services, entre outros, desenvolvese a inteligência coletiva, criando um diferencial competitivo às empresas que a utilizam.
Na seção 2, será mostrado o referencial teórico da pesquisa, onde serão descritos conceitos, serviços e tecnologias. Após, na seção 3, apresentarseá um cenário hipotético da aplicação de soluções Web 2.0 no SENAISE, seguido de como a Web 2.0 pode trazer vantagens competitiva a organização, na seção 4. Por último, na seção 5, farseão as considerações finais.
1.1. Trabalhos RelacionadosSegundo Carneiro et al (2008) considera que a Gestão do Conhecimento tem se tornado um dos fatores mais significantes para determinar o sucesso organizacional. Em Vieira et al (2008) apresenta a Web 2.0 como uma plataforma aberta e dinâmica, na qual incide interação entre os internautas e, ainda, os mesmos controlam seus dados.
Benevides et al (2007) demonstra como que a tecnologia da informação aliada às ferramentas mercadológicas podem contribuir no desenvolvimento de estratégias competitivas nas empresas de pequeno e médio porte.
Este trabalho mostra a utilização da Web 2.0 como ferramenta que possibilita o acúmulo de conhecimento por parte da empresa, e também, maior comunicação e interação entre funcionários.
2. Referencial TeóricoPara o desenvolvimento da pesquisa foram compiladas informações consideradas fundamentais e pertinentes ao assunto. Estas apontam a linha de raciocínio seguida e estão estruturadas em três grupos: conceitos gerais, aplicações e serviços e tecnologias envolvidas.
2.1. Conceitos GeraisNuma visão geral, será apresentado a Gestão do Conhecimento e a Web 2.0, base da estruturação do artigo. A junção destes dois conceitos possibilita observar como podese desenvolver inovação, através da colaboração proposta por estas idéias, sendo este o intuito da Enterprise 2.0.
2.1.1. Gestão do ConhecimentoPara Terra (2005) Gestão do Conhecimento (GC) significa organizar as principais políticas, processos e ferramentas gerenciais e tecnológicas à luz de uma melhor compreensão dos processos de geração, identificação, validação, disseminação, compartilhamento e uso dos conhecimentos estratégicos para gerar resultados (econômicos) para empresa e benefícios para os colaboradores.
Na organização encontrase dois tipos de conhecimento: o explícito e o tácito. O primeiro, é aquele que pode ser, ou está, registrado, através de manuais, normas, etc., sendo assim facilmente encontrado e armazenado. Já o tácito é aquele que se dá a partir das interações dos indivíduos que constituem a organização, por meio de troca de experiências, ideais, emoções, etc. Zabot e Silva (2002).
A relação entre o conhecimento tácito e o explícito resulta em quatro modos de conversão do conhecimento: socialização, externalização, combinação e internalização (figura 1), que representam os mecanismos através dos quais o conhecimento individual
é articulado e amplificado na organização. Tenório (2007).
Figura 1. Processo cíclico de conversão do conhecimento.
2.1.2. Web 2.0O termo Web 2.0, conhecido também como Web Social ou Web Colaborativa, não está caracterizado por novas especificações técnicas da Web. E sim, por ampliar as formas de publicar, compartilhar e organizar informações, aumentando a interação entre os usuários. Isto descaracteriza uma nova versão da Web, na verdade, o que ocorreu foi uma nova visão da mesma (tabela 1), abrindo novas possibilidades, inexistentes anteriormente.
Tabela 1. Características e tendências da Web 2.0, comparandoas com a Web. Adaptação baseada em Bastos (2007)
Web Web 2.0Complexidade Simplicidade
Audiência de Massa Nichos
Proteger Compartilhar
Assinar Anunciar
Precisão Disponibilização Rápida
Edição Profissional Edição pelo Usuário
Discurso Corporativo Opinião Franca
Publicação Participação
Poucos Muitos
O'Reilly (2006), idealizador do termo Web 2.0, a defini da seguinte forma: é a mudança para uma Internet como plataforma, e um entendimento das regras para oferecer sucesso nesta nova estrutura. Entre outras, a regra mais importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos de rede para se tornarem melhores, quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando a inteligência coletiva.
Esta nova tendência proporcionou a entrada de novos serviços que atendiam as premissas propostas por O’Reilly (2005): serviços e não software empacotado, com
“escalabilidade” de custo eficiente; controle sobre fontes de dados únicas e difíceis de serem criadas e que ficam mais ricas quanto mais as pessoas as utilizarem; confiança nos usuários como codesenvolvedores; agregação de inteligência coletiva; estimular a cauda longa através de autoserviço para o cliente; software para mais de um dispositivo; interfaces de usuário, modelos de desenvolvimento e modelos de negócios leves.
Atualmente, já se consegue perceber o amadurecimento da Web 2.0, pois muitos dos serviços que iniciaram este “boom” foram adquiridos por grandes organizações, como o Youtube e FeedBurner pelo Google e Del.icio.us e Flickr pelo Yahoo!, entre outros.
2.2. Aplicações e Serviços aos Moldes da Web SocialAnteriormente foi mostrado que a intenção da Web 2.0 é proporcionar interatividade e colaboração. Aplicações e serviços que seguem esta estrutura possibilitam a geração de conhecimento necessário para as organizações. Devido a isto, há a necessidade de conhecêlas. A seguir, descreveremos sucintamente as principais aplicações e serviços que existem atualmente:
Blogs: são sistemas que permitem a criação e atualização rápida de conteúdo multimídia online. Através da adição de conteúdo por um ou mais autores ocorre a interação com usuários que participam através de comentários. Normalmente blogs abordam temáticas específicas. Para Stepp (2006), Blogs poderão criar o que a BusinessWeek chama de “mídia das massas”, um campo de força “editorial do cidadão” por “jornalistas autônomos”, podendo quebrar “o monopólio dos principais meios de comunicação”.
Wikis: wikis possibilitam adicionar ou editar conteúdo coletivamente, no entanto, diferentemente dos Blogs, são mais estruturados e possuem um âmbito formal. O objetivo é melhorar as informações sobre determinado tema, através da colaboração do público.
RSS: Really Simple Syndication ou Rich Site Summary é um formato, baseado em XML, que possibilita a criação e padronização de conteúdos informativos onde estes podem ser consumidos por sites ou softwares agregadores de informação. O usuário não precisa procurar atualizações de conteúdo, estas vão até ele. Seu uso no ambiente corporativo é importante para que a divulgação de notícias na empresa seja mais abrangente e atrativa.
Mashup: Segundo Merrill (2007), Mashup são utilizados para agregar serviços já existentes, disponibilizados através do SOA, criando um serviço novo, singular e inovador. Dependendo do propósito da criação pode se usar vários serviços já disponíveis na Web. Com isso as organizações podem conciliar sua base de dados com os mashups para disponibilizar serviços que gerem informações tratadas que possam ser usadas na tomada de decisão da empresa.
Redes Sociais: As redes sociais são definidas através de atores (pessoas, instituições ou grupos) e suas conexões. Formamse laços, devido a possuírem fins, objetivos ou desejos em comum. Recuero (2005). A Web Social possibilitou a criação de diversos serviços com este intuito.
Social Bookmarking: É um sistema de marcadores que disponibiliza, de forma online, pública e gratuita, os favoritos do usuário, possibilitando fácil acesso e compartilhamento. Com a utilização de Social Bookmarking, é possível encontrar
pessoas com os mesmos interesses e conhecer novos sites através das sugestões destas.
2.3. Tecnologias que Suportam a Web 2.0Se devidamente usadas, as tecnologias da Web 2.0 podem gerar grandes benefícios para as corporações. A família XML, por exemplo, pode ajudar a diminuir custo na troca de dados, descrever e consumir serviços da Web. Esta dissemina de forma padronizada dados gerados pela organização, servindo de fontes seguras de informação que possam ser lidos e entendidos por todos.
O AJAX facilita a implementação de interfaces com o usuário, tornando as aplicações Web mais rápidas e atrativas para estes. Já o SOA tem o objetivo de tornar as aplicações “banco de serviços”, podendo ser agregados a outros sistemas. Isto garante a redução de custos, aumento da produtividade, abstração da complexidade do desenvolvimento, retorno de investimento, ambientes heterogêneos e maior integração entre os sistemas.
2.3.1. Família XMLExtended Markup Language (XML) esboçado por Jon Bosack e continuado pelo W3C, foi desenvolvido para comunicarse com as linguagens e poder ser entendido pelos softwares.
Obedece alguns princípios que regem sua portabilidade como por exemplo, a separação do conteúdo da formatação, simplicidade e legibilidade, criação de tags sem limitação, foco na estrutura da informação e não na sua aparência. Então XML nada mais é que um padrão para troca de dados. Segundo Almeida (2002) o XML possibilita ao autor especificar a forma dos dados no documento, além de permitir definições semânticas, podendo conter, simultaneamente, dados e a descrição do documento.
Pela sua grande difusão e capacidade de adaptação, gerando vantagens na recuperação e compartilhamento dos dados na internet, o XML tornase um padrão para a criação dos modelos e serviços que são disponibilizados na Web. Estes são conhecidos por “Família XML”. Fazem parte desta família as tecnologias WSDL, RSS, XHTML, SOAP, UDDI, entre outras. A seguir, será explicado o uso e conceito de algumas delas:
WSDL: Web Services Description Language (WSDL), de acordo com W3C (2001), o WSDL descreve serviços de rede (Web services) como um conjunto de parâmetros. WSDL é extensível para permitir a descrição dos parâmetros e das suas mensagens, independente do formato da mensagem ou do protocolo de rede que será usado para se comunicar. Fornece documentação para sistemas distribuídos e serve como uma receita para automatizar os detalhes envolvidos em aplicações em comunicação.
SOAP: Simple Object Access Protocol (SOAP), para W3C (2000), é um simples protocolo que permiti que aplicações troquem informações sobre HTTP. Já que este é suportado por todos os navegadores e servidores de Internet.
UDDI: Universal Description, Discovery and Integration (UDDI), em UDDI (2002), é um serviço de diretórios para armazenamento e pesquisa de informações sobre Web services, descritas através de WSDL, comunicandose via SOAP.
2.3.2. AJAXPara Garrett (2005), Asynchronous Javascript And XML (AJAX) é um agregado de
técnicas de desenvolvimento para Web composta por XHTML e CSS, que apresentam os dados, DOM, que possibilita a exposição e interação dinâmica, XML, que realiza o intercâmbio e manipulação dos dados, XMLHTTPREQUEST, que recupera de forma assíncrona os dados e Javascript, que as uni. Isto aumenta a velocidade e a facilidade de uso das aplicações Web.
Com isso essa coleção de tecnologias é responsável pelo aumento no conteúdo colaborativo existente na internet e também no crescimento de usuários comuns que até então não possuíam conhecimentos necessários para publicar conteúdo e utilizar informação de forma rápida e constante na internet pela falta de aplicações de uso simples.
A utilização do AJAX torna as aplicações Web mais parecidas com as aplicações desktop criando assim um atrativo, a usabilidade. Esta é muito importante, pois possibilita combinar a interação do usuário e as solicitações ao servidor de forma mais completa. Com isso podemos criar aplicações Web mais dinâmicas e criativas, que contenham funcionalidade.
2.3.3. SOAA Web 2.0 baseiase em uma arquitetura tecnológica e num modelo de desenvolvimento já existentes somado a um novo paradigma de implementação, construção e execução das aplicações.
Essa arquitetura chamase Serviceoriented Architecture (SOA), que em português significa: arquitetura orientada a serviços. Com ela, mudase a forma como os serviços de aplicações são diferenciados e a forma como são desenvolvidos, criando aplicações inteiras, consumindo serviços de diferentes sistemas, independente da linguagem usada. O SOA fornece um modelo globalmente conectado e desenvolvido em redes. No entanto, para Benedete Junior (2007) existe diversas definições para SOA. Segundo o mesmo, a depender do ponto de vista o conceito pode ser interpretado de outras maneiras.
3. Criação de um Cenário Hipotético para Utilização da Web 2.0 no SENAISE
Para o desenvolvimento da pesquisa foi escolhida uma instituição, neste caso o SENAISE, levando em consideração seu perfil, missão e visão. Após isto, foi realizado uma análise do seu site para observar a existência de recursos Web 2.0. E por último elaborado um cenário hipotético para a utilização destes, não se limitando apenas ao site, mas também, sugerindo soluções que gerassem agilidade na comunicação dentro da organização, possibilitando maior competitividade para a mesma.
3.1. Situação Atual do SENAISEO SENAISE, criado em 1942, é um dos mais importantes pólos nacionais de
geração e difusão de conhecimento aplicado ao desenvolvimento industrial. Em Sergipe, atua desde 1945, quando inaugurou seu primeiro Centro de Formação Profissional em Aracaju. SENAISE (2008).
Ao analisar a missão e a visão da instituição, que tem como base contribuir para o desenvolvimento industrial do Estado de Sergipe, através da educação para o trabalho e da cidadania, assistência técnica e tecnológica, geração, adequação e difusão de novas tecnologias, buscando autosustentação, procurando assim ser um referencial de
excelência para a Região Nordeste. Percebese o caráter inovador da instituição, sendo este o principal motivo para a escolha do SENAISE como estudo de caso.
Figura 2. Site do SENAISE
O site (Figura 2) tem caráter informativo, divulgando notícias, eventos, cursos, informações sobre a instituição, projetos, entre outros. No entanto, não encontrase nenhuma forma de interatividade com o usuário. A informação é transmitida unidirecionalmente, não havendo espaço para opinião daqueles que a acessam. Recursos que possibilitem a interação aumentam a satisfação dos frequentadores deste portal.
3.2. Cenário Hipotético PlanejadoO cenário hipotético foi criado através de serviços tradicionais da Web 2.0 já
utilizados em larga escala. A divisão destes serviços foram feitas de acordo com o perfil de acesso: funcionários, clientes e visitantes, seguindo esta ordem de permissão (Figura 3). Pois funcionários podem ser tanto visitantes, quanto clientes, possuindo acesso a todos os serviços propostos.
Na figura 3, ilustrase o público alvo e os serviços disponibilizados para cada perfil. Para os funcionários especificamente são utilizados Wikis, Redes Sociais, Web Services e Mashup. Os EduBlogs (Blogs Educacionais) estão disponíveis aos clientes e funcionários, assim como RSS, Mapas e Fotos, estes acessíveis também aos visitantes.
Figura 3. Público alvo dos serviços disponibilizados.
O primeiro a ser implementado é o RSS, para que os usuários recebam feeds que informem as atualizações do portal. Este é um recurso fundamental, pois avisará sobre as novas turmas existentes.
Outro importante serviço são os visualizadores de mapas, facilitando a localização das unidades da instituição. Em pesquisas pela Internet foi encontrado algumas referências do SENAI em sites de localização, entretanto, estas não estão associadas ao site. Uma forma de agregar maior valor a este recurso, é vincular imagens do local informado, apresentando as instalações aos usuários.
A utilização de blogs podem ser adequados para o cenário em questão, criando blogs educacionais com as matérias dadas nos diversos cursos do SENAISE. Assuntos, datas de provas, referências usadas para criação do conteúdo, ficariam disponibilizados para os alunos e outros interessados, onde podem ser acessados a qualquer momento de qualquer lugar que tenha condições para o tal acesso, além de poder receber comentários e opiniões dos alunos, criando assim um conteúdo colaborativo aos moldes da Web 2.0, satisfazendo a todos.
O uso de blogs pode ser potencializado com o uso de serviços onde podese postar vídeos e áudios e acessálos em qualquer página Web. Esses podem ser usados como complementos, com a disponibilização de novos materiais ou da aula, de forma parcial ou total, podendo vim a ser também uma forma de ensino à distância.
Outro serviço que pode ser usado neste cenário, só que no âmbito dos funcionários do SENAISE são os wikis. Estes podem servir para gerência e documentação de projetos e processos criados pelos funcionários e ainda na descrição de setores da organização tudo isso ao alcance dos colaboradores.
O uso de redes sociais também pode ser bem construtivo, como forma de análise de mercado e satisfação do cliente, tendo assim a possibilidade de melhor atendêlos. Existe diversos tipos de redes sociais, dentre estas as voltadas para fins profissionais. Podese aproveitar destas como fontes de pesquisa na hora da contratação de funcionários e professores e disponibilizar aos clientes o perfil profissional das pessoas que trabalham na instituição.
A implantação de uma intranet personalizável (mashup) possibilita, através de web services, a criação de páginas que atendessem o perfil de cada funcionário da organização, agilizando o processo de comunicação, pois as informações mais relevantes estarão próximos de quem a necessita.
4. A Web 2.0 como Facilitador na Criação de Vantagem CompetitivaAtravés dos estudos desenvolvidos, percebese que a GC é fundamental para se manter competitivo no mercado atual, no entanto temos algumas dificuldades em sua implantação, existe um paradoxo entre a necessidade de uma cultura colaborativa e a existência de uma atitude individualista do ser humano (Bastos 2007). Um dos fatos que levam a isto é a resistência a mudança, pois as pessoas interpretam como ameaça, uma agressão ao seu estado de conforto. Porém isto está mudando.
A utilização da Web 2.0 está se popularizando cada vez mais, redes sociais, blogs, wikis atingem altos índices de audiência, isto faz com que o termo colaboração se difunda na sociedade, e isto não é só uma tendência de jovens “antenados”, Daniel (2007) mostra uma pesquisa realizada pela Booz Allen Hamilton que estudou 2400 consumidores distribuídos entre companhias dos Estados Unidos, Reino Unido e
Alemanha, um dos objetivos era descobrir a relevância da Web 2.0 em determinada faixa etária e descobriuse que nos EUA 41% do usuários do MySpace possuem mais de 35 anos, no Reino Unido o número foi 35% e na Alemanha 29%. Isto mostra que não só são jovens que utilizam a Web 2.0. Os funcionários que atualmente constituem as organizações já estão se familiarizando com estas ferramentas.
Outro dado importante desta mesma pesquisa é em relação a influência da Web 2.0 na opinião das pessoas, 39% dos pesquisados buscam informações no MySpace antes da compra de algum produto.
4.1. Enterprise 2.0: uma Nova Visão para Web 2.0Como foi comentado anteriormente, os meios de geração, compartilhamento e refinação de informações já estão populares na Internet. Está forma de interação é importantíssima para a GC nas organizações. A utilização da Web 2.0 com foco no mundo corporativo é definido como Enterprise 2.0, termo criado por Andrew P. McAfee.
McAfee (2006), indicou seis componentes necessários para a Enterprise 2.0. São eles: search, links, authoring, tags, extensions e signals, conforme ilustrado na Tabela 2 abaixo:
Tabela 2. Componentes da Enterprise 2.0
search a informação deve ser de fácil localização
links as informações devem estar conectadas, artigos que ligamse com outros
authoring ferramentas de fácil utilização para motivar a colaboração
tags os usuários tem a capacidade de classificar informações de forma relevante para ele
extensions os usuários devem ter a capacidade de sugerir e recomendar conteúdo
signals deve haver formas que informem aos usuários a existência de novos conteúdos
As vantagens da Enterprise 2.0 são: inovação, colaboração, compartilhamento de conhecimento, inteligência coletiva, pesquisas e descobertas. Estas se tornam um capital intelectual valioso para enfrentar o mercado. Pois o conhecimento gerado na organização ficará documentado, o conhecimento tácito, de certa forma, tornarseá explícito.
No entanto, para a utilização da Enterprise 2.0 são necessárias a criação de boas políticas de segurança, privacidade e governança. Os empregados devem ser motivados para a colaboração, e outro ponto importante, é que as aplicações possuam os componentes definidos por McAfee, caso o contrário, ao invés de trazer benefícios, ocasionará o aumento do trabalho.
5. Considerações FinaisEste artigo foi concebido durante as aulas da disciplina Gestão de Informação do Curso de Sistemas de Informação da UFS. O objetivo deste, foi mostrar como os serviços da Web 2.0 podem ser usados no âmbito corporativo regional, agregando valor e criando
facilidades para as empresas, levando a mesma a obter um diferencial competitivo.
Para mostrar como isso é possível foi criado um cenário hipotético no SENAISE, onde pudemos explicar como os serviços poderiam ajudar a melhorar ou acrescentar funcionalidades para gerar um ambiente de colaboração com participação dos estudantes, da comunidade e dos funcionários do SENAISE.
Outro ponto importante foi observar a necessidade das empresas se adaptarem a este novo modelo de negócio que surge com o advento de uma Web Social, tanto no ambiente interno, quanto o externo à organização.
5.1. Trabalhos FuturosA sequência da pesquisa se dará através de estudos técnicos sobre a implantação da Web 2.0 e tentará, junto ao SENAISE, a viabilidade da implantação do cenário proposto neste artigo.
ReferênciasAlmeida, Maurício Barcellos (2002) “Uma introdução ao XML, sua utilização na
Internet e alguns conceitos complementares”, Brasília.
Bastos, Jaime S. Yamassaki (2007) “Web 2.0: Gestão do Conhecimento e ética informacional.” Revista GCBrasil, 5ª Edição, Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento, p. 2630.
Benedete Junior, Antonio Carlos (2007) “Roteiro para a definição de uma arquitetura SOA utilizando BPM”, São Paulo.
Benevides, Gustavo; Andreoli, M. E. e Santos, H. (2007) “A Tecnologia da Informção como Diferencial Competitivo: o CRM para Empresas de Pequeno e Médio Porte.”
Carneiro, Pedro J. de S.; Costa, Ricardo A. e Meira, Silvio R. L. (2008) “Uma Ferramenta para Realização de Gestão do Conhecimento e Recomendação Automática de Leituras em Fábricas de Software”.
Daniel, Diann (2007) “Urgent Need for Adapting to Web 2.0, Concludes Study”, http://www.cio.com/article/28562/Urgent_Need_for_Adapting_to_Web_._Concludes_Study, acessado em 07/12/2008.
Garrett, Jesse James (2005) “Ajax: A New Approach to Web Applications”, http://www.adaptivepath.com/ideas/essays/archives/000385.php, acessado em 08/12/2008.
Lacombe, F. J. M. e Heilborn, G. L. J. (2006) “Administração: princípios e tendências.”, São Paulo, Editora Saraiva, p. 489500.
McAfee, Andrew P. (2006) “Enterprise 2.0: The Dawn of Emergent Collaboration”.
Merrill, Duane (2007) “Mashups: O Que São? Conheça Os Seus Tipos E Tecnologias De Suporte – Parte 1”, http://www.masternewmedia.org/pt/gestao_de_informacao_e_visualizacao_de_dados/agregarconteudos/mashups/oqueeummashuptiposdemashupstecnologiasdesuporteamashups.htm, acessado em 08/12/2008.
O'Reilly, Tim (2005) “What is Web 2.0: Design Patterns and Business Models for the Next Generation of Software”,
http://www.oreillynet.com/pub/a/oreilly/tim/news/2005/09/30/whatisweb20.html, acessado em 04/12/2008.
O'Reilly, Tim. (2006) “Web 2.0 Compact Definition: Trying Again”, http://radar.oreilly.com/archives/2006/12/web20compact.html, acessado em 04/12/2008.
Recuero, Raquel da Cunha. (2005) “Um estudo do capital social gerado a partir de Redes Sociais no Orkut e nos Weblogs.” Revista FAMECOS, número 28, Porto Alegre, p. 88106.
SENAISE. (2008) “Histórico do SENAI”, http://www3.se.senai.br/senai/conteudo.php?c=20, acessado em 07/12/2008.
Stepp, Carl Sessions. (2006) “The Blog Revolucion”, http://www.ajr.org/article.asp?id=4045, acessado em 07/12/2008.
Tenório, Fernando Guilherme. (2007) “Tecnologia da Informação transformando as organizações e o trabalho”, Rio de Janeiro, Editora FGV, p. 128132.
Terra, José Cláudio. (2005) “Definindo Gestão do Conhecimento”, http://www.terraforum.com.br/sites/terraforum/Biblioteca/Forms/DispForm.aspx?ID=72, acessado em 03/12/2008.
UDDI (2002) “UDDI Version 2.04 API Specification” http://uddi.org/pubs/ProgrammersAPIV2.04Published20020719.htm, acessado em 08/12/2008
Vieira, D. V.; Lazzarin, F. A. e Brito, J. L. (2008) “ Uma proposta de modelo baseado na Web 2.0 para Bibliotecas das Universidades Federais”.
W3C (2000) “Simple Object Access Protocol (SOAP) 1.1”, http://www.w3.org/TR/2000/NOTESOAP20000508/, acessado em 08/12/2008.
W3C (2001) “Web Services Description Language (WSDL) 1.1”, http://www.w3.org/TR/wsdl, acessado em 08/12/2008.
Zabot, João Batista M. e Silva, L. C. Mello da. (2002) “Gestão do Conhecimento: Aprendizagem e Tecnologia Construindo a Inteligência Coletiva”, São Paulo, Editora Atlas.