A utopia e a ficção científica

34
A Utopia e a Ficção Científica Nelson Marques ([email protected]) Uma das afirmações filosóficas de Einstein se revela, hoje, de fundamental importância: em épocas complexas, como a que tivemos nestes tempos modernos, a imaginação é mais importante que o conhecimento. Nesse sentido, apesar das afirmações em contrário de alguns pensadores e historiadores, quase toda a aventura humana ao longo dos tempos e em qualquer âmbito que se olhe – científico, religioso ou político - está, de alguma forma, envolvida com o pensamento utópico. A(s) utopia(s) traçaria(m), então, o perfil do futuro. Bernard Lown, Prêmio Nobel da Paz de 1985, afirmou: "... só aqueles que vêem o invisível podem realizar o impossível...". Fernando Aínsa, um escritor e pensador uruguaio, autor de diversos livros relacionados com a utopia (Los buscadores de la utopia, 1977; Necesidad de la utopia, 1990; La reconstrucción de la utopia, 1999), escreve em seu artigo "As utopias morreram, viva a utopia!", em 1991, que o projeto utópico significa uma esperança para o futuro... e embora não deva se constituir num programa de ação, pode se converter, por intermédio da ficção (grifo meu) em fonte de conhecimento. A maioria das utopias estimula a reflexão crítica sobre uma determinada época: seu projeto imaginário, seu ideal, é sempre concebido em função dos valores dominantes na sociedade do autor. A idéia básica da maioria das utopias é a de criticar o presente pensando em como mudar o futuro (Cioran, 1960). A utopia traduz a esperança. A utopia se manifesta pela invenção de um outro mundo, re-elabora a imagem mítica dos reinos da abundância, do bem estar, físico e espiritual, da ordem e da organização, tenta elaborar um novo futuro, propondo modelos de sociedades alternativas, comunitárias

Transcript of A utopia e a ficção científica

Page 1: A utopia e a ficção científica

A Utopia e a Ficção CientíficaNelson Marques

([email protected])

Uma das afirmações filosóficas de Einstein se revela, hoje, de fundamental importância: em épocas complexas, como a que tivemos nestes tempos modernos, a imaginação é mais importante que o conhecimento.

Nesse sentido, apesar das afirmações em contrário de alguns pensadores e historiadores, quase toda a aventura humana ao longo dos tempos e em qualquer âmbito que se olhe – científico, religioso ou político - está, de alguma forma, envolvida com o pensamento utópico. A(s) utopia(s) traçaria(m), então, o perfil do futuro. Bernard Lown, Prêmio Nobel da Paz de 1985, afirmou: "... só aqueles que vêem o invisível podem realizar o impossível...".

Fernando Aínsa, um escritor e pensador uruguaio, autor de diversos livros relacionados com a utopia (Los buscadores de la utopia, 1977; Necesidad de la utopia, 1990; La reconstrucción de la utopia, 1999), escreve em seu artigo "As utopias morreram, viva a utopia!", em 1991, que o projeto utópico significa uma esperança para o futuro... e embora não deva se constituir num programa de ação, pode se converter, por intermédio da ficção (grifo meu) em fonte de conhecimento.

A maioria das utopias estimula a reflexão crítica sobre uma determinada época: seu projeto imaginário, seu ideal, é sempre concebido em função dos valores dominantes na sociedade do autor. A idéia básica da maioria das utopias é a de criticar o presente pensando em como mudar o futuro (Cioran, 1960).

A utopia traduz a esperança. A utopia se manifesta pela invenção de um outro mundo, re-elabora a imagem mítica dos reinos da abundância, do bem estar, físico e espiritual, da ordem e da organização, tenta elaborar um novo futuro, propondo modelos de sociedades alternativas, comunitárias muitas vezes, sem os vícios daquelas reais, ou mesmo propondo plataformas de ação política em cidades ideais, ou ilhas paradisíacas. Para alguns utopistas, trata-se de re-estabelecer o homem na sua integridade e em perfeita harmonia com a natureza. De forma paradigmática isso aparece numa utopia do século XVIII, Basiliada, de Morelly, escrita em 1753 na linha das "utopias insulares", onde não há mais propriedade, política, matrimônio, privilégios e, até mesmo, leis, e em pleno século XX, com a obra Os despossuídos. Uma utopia ambígua, de Ursula K. Le Guin, de 1974, onde se estabelece o princípio de liberdade integral, mesmo que de forma ambígua, colocando terror e esperança, lado a lado.

Em um de meus ensaios anteriores, fiz uma relação possível entre as utopias e a ficção científica através do tema da viagem(ns) no tempo e o encontro de outros mundos (Marques, 2002a). Como chamei a atenção naquele ensaio, a descrição fantástica de novos mundos e sociedades e os relatos de viagem constituem um tema comum às utopias e à ficção científica. Estas "viagens no tempo", tão características das histórias de ficção científica, se interpenetrariam com os relatos de viagem e descrição de novas

Page 2: A utopia e a ficção científica

sociedades, típico das utopias clássicas, constituindo, de uma certa maneira, as primeiras histórias de ficção científica, ainda quando esta não existia como tal. As primeiras histórias de ficção científica começam com a descrição de mundos utópicos, ainda na Renascença. Não é gratuito que alguns autores classificam essas histórias numa categoria, apenas didática, da proto-história da ficção científica. Relacionei naquele ensaio, várias das utopias clássicas e histórias de ficção científica.

Graças a esses utopistas "históricos" podemos dizer hoje, sem nenhuma dúvida, que inúmeras das exigências ou reivindicações utópicas levaram a avanços sociais, inegavelmente. Por exemplo, a igualdade entre os sexos, a organização social e do trabalho, a medicina preventiva e o lazer construtivo (ou mesmo como ócio criador, colocado por um autor contemporâneo, Domenico de Masi, em pleno século XXI). Tudo isso, de uma certa maneira, deve ser creditado a Morus, Campanella, Rabelais e tantos outros, se incluirmos as questões acerca do meio ambiente, energias alternativas, tecnologias de ponta, planificação social e urbana, etc., etc.

Por outro lado, estas mesmas questões podem levar às formulações altamente negativas, distópicas, projetando um futuro sombrio, assustador e ameaçador, longe da esperança e perfeição esperada de uma utopia. Chamei a atenção naquele e num ensaio seguinte (Marques, 2002b) sobre as grandes distopias deste século, escritas por autores os mais diversos, como Zamiatin, Huxley, Orwell, Bradbury, Clarke, Lem, Miller, Pohl, entre tantos outros.

Seja utópica ou distópica, de qualquer modo, "... confrontada ou não com a realidade, a função utópica, a "fascinação do impossível", surge como um dos motores da história da humanidade. A utopia dimensiona a esperança que impulsiona o homem a atuar...". É o que escrevia Aínsa, naquele ensaio de 1991. Tillich (1976) é ainda mais categórico "... onde não existe uma utopia que abra possibilidades, encontramo-nos num presente estancado, estéril... (...) ... pois o presente só está plenamente vivo na tensão entre o passado e o futuro...".

Naquele segundo ensaio de 2002, quando falei das utopias e da ficção científica, chamei a atenção para os temas fundamentais da ficção científica utópica (e/ou distópica): o desenvolvimento científico e tecnológico, a relação com as máquinas, as catástrofes bélicas, ou não, neste caso, quase sempre ambientais, revelando uma das questões centrais das histórias, que é a da possibilidade de descontrole tecnológico. O ensaísta soviético Vsevolod Revitch (1991), autor de algumas obras sobre utopia e a fantasia na literatura de ficção, em seu artigo "Algum dia, o paraíso...", afirma que os utopistas, como romancistas do futuro, costumam dar a suas mensagens uma forma de ficção semi-política, semi-fantástica. O que significa que os limites entre utopia "pura" e ficção científica tendem, cada vez mais, a desfazer-se.

Esta questão, de qualquer modo, será sempre controversa. Mesmo que utilizemos uma definição de utopia recente, como a de Darko Suvin (1976), comentada por Sargent (1979) – utopia é a construção verbal de uma comunidade particular quase-humana, onde instituições sócio-políticas, normas e relações individuais, são organizadas de acordo com um princípio mais perfeito do que a da comunidade do autor – sempre faltará alguma coisa mais precisa, ou algum aspecto não delineado, ou mesmo alguma coisa mais consistente com uma sociedade e/ou estado imaginário. Principalmente em se

Page 3: A utopia e a ficção científica

tratando de histórias curtas, como freqüentemente acontece na ficção científica.

Estas histórias, pelo seu tamanho, dificultam a análise da própria sociedade alternativa sugerida por ela. Isso porque, cada utopia deveria descrever de forma razoavelmente completa uma sociedade imaginária. O que não acontece de forma freqüente no gênero ficção científica. Ainda mais que as mudanças apresentadas nas histórias de ficção científica, envolvem muito freqüentemente alterações de tecnologia, mas apenas sugere, isso quando o faz, que estas implicariam em alterações sociais. O exemplo que Sargent dá, emblemático por si, é a história de Bob Shaw, One million tomorrows, de 1970. Aqui é apresentado um mundo onde os homens se tornam imortais apenas tornando-se impotentes, diferentemente das mulheres que podem se tornar imortais, mas mantendo a sua vida sexual normal. Não há mais nenhuma descrição e/ou explicitação das mudanças sócias decorrentes destas alterações possíveis ou menção de conexão direta com as relações sexuais. Segundo Sargent, ela é claramente uma utopia, mas não há detalhes sociais suficientes para se dizer alguma coisa mais sobre a sociedade assim criada.

Desde os anos 40 do século passado há uma considerável discussão a respeito das relações entre utopia e ficção científica. Antes disso, praticamente não há menção sequer desta possibilidade. Pode-se dizer hoje, com certeza, que a história ou novela utópica faz parte do universo da ficção científica, praticamente constituindo um sub-tipo ou sub-gênero (Sargent, 1972). Apesar de que há, ainda, muita discussão a respeito (Ketterer, 1973; Philmus, 1973; Suvin, 1973; Trousson, 1998 & 2003).

Não é nosso objetivo, obviamente, entrar, resolver, ou participar dessa discussão. Mesmo por que, dificilmente ela será resolvida de forma definitiva. Apenas para cumprir nosso objetivo, de ampliar o levantamento de referências envolvendo ficção científica e utopia, assumimos que uma utopia deve conter uma descrição detalhada de um sistema social não existente, mas localizado no tempo e no espaço. Isto pode ser fornecido apenas como um cenário, como em muitas das obras correntes de ficção científica, ou pode ser o foco central do trabalho utópico, como no caso da trilogia Fundação, do Isaac Asimov.

Continuando a linha desenvolvida naqueles dois ensaios anteriores (Marques, 2002a & b), apresento, em seguida, uma listagem de outras obras de caráter utópico, que têm alguma relação com a ficção científica (seja ela maior, ou menor). Algumas delas, apesar de estritamente não serem ficção científica, ou mesmo pertencerem ao gênero, ocorrem num cenário típico de ficção científica (planetas, estrelas, etc.), o que nos autoriza a colocá-las aqui, pelo menos como curiosidade. Das obras de ficção científica, selecionamos aquelas que, pelo menos sob o nosso ponto de vista e de outros autores que serviram de fontes primárias, tivessem genuinamente um caráter utópico. Como fontes primárias de pesquisa e consulta utilizamos os trabalhos de Negley (1977), Sargent (1979), Clute e Nichols (1995) e Baccolini e Moylan (2003) e até mesmo o "site" da Amazon.com (http://www.amazon.com). Para se ter uma idéia da atualidade e da preocupação contemporânea com as utopias (e mesmo com a ficção científica) a consulta eletrônica pelos unitermos "utopia", "distopia" e "eutopia" trouxe 18.883, 41 e 113 referências para cada um deles, respectivamente. Se estes são associados com o unitermo "science fiction", obtêm-se, respectivamente, 12.297, 34 e 94 resultados

Page 4: A utopia e a ficção científica

positivos (em junho de 2004).

É claro que há muitas informações redundantes nesse universo de resultados, o que exigiria uma "filtragem" mais elaborada para se ter a real dimensão do campo, ou mesmo o significado preciso das informações obtidas. Mas, mesmo o dato bruto, como apresentado, serve claramente para demonstrar a atualidade do tema e a sua permanência como uma preocupação real dos pensadores contemporâneos. É importante dizer também, que este levantamento bibliográfico tem, já de início, um viés difícil de superar, em razão das fontes primárias utilizadas, que é o da presença maciça de obras escritas na língua inglesa, representando primordialmente a produção literária do mundo anglo-saxão. De qualquer modo, para que um trabalho como este fosse mais completo e abrangente, seria necessário o acesso a outras fontes primárias, às quais o autor ainda não teve, que tratam de universos bibliográficos de outras origens e línguas. Para isto, quando for a ocasião e se fizer a oportunidade, lembro, por exemplo, de algumas referências importantes: Yershov (1954), Dubos (1961), Messac (1962), Adams (1962), Suvin (1971), Cioranescu (1972), Versins (1972), Herp (1973), Sadoul (1973), Trousson (1975), Meireles (1976), Suvin (1976), Fontana (1981), Goimard e Aziza (1986/1987), Wu e Murphy (1989), Holstein e Morais (1993), Sadoul (2000/2001), Takayuki et al. (2002) e Beresnevicius (2004).

Neste primeiro artigo apresentamos as obras, até o início do século XX, que consideramos preencher os requisitos explicitados anteriormente. É importante frisar que trabalhos de levantamento bibliográfico, por mais amplos que eles sejam, o que, obviamente, não é o nosso caso, sempre deixarão obra(s) de fora. Pedimos a compreensão do leitor para as possíveis falhas que iremos cometer. Mas, mais do que isto, gostaríamos de ter a colaboração dos leitores para o preenchimento das lacunas que porventura existirem.

Bibliografia

Adams, Percy G. 1962. Travellers and travel liars 1660-1800. Berkeley: University of California Press.

Aínsa, Fernando. 1977. Los buscadores de la utopía. Caracas: Monte Ávila.

Aínsa, Fernando. 1990. Necesidad de la utopía. Buenos Aires/Montevideo: Tupa/Nordan-Comunidad.

Aínsa, Fernando. 1991. "As utopias morreram, viva a utopia!". O Correio da Unesco, v. 19, n. 4, abr. 1991, pp. 7-10.

Aínsa, Fernando. 1999. Reconstrucción de la Utopía. La marcha sofrida de la utopía latino-americana. México: El Correo de la Unesco.

Asimov, Isaac. 1951-1953 e 1964. Foundation (1951),Foundation and

Page 5: A utopia e a ficção científica

Empire (1952), Second Foudation (1953) eFoundation Trilogy (1964). New York: Gnome Press (em português,Fundação (trilogia). 1978. São Paulo: Hemus).

Baccolini, Raffaella e Moylan, Tom, eds. 2003. Dark horizons: Science fiction and the dystopian imagination. New York: Routledge.

Beresnevivius, Gediminas. 2004. The background of Lithuanian SF. (acesso eletrônico em 16 de junho ao sítiohttp://www.qedata.se/dr/eindex.htm).

Bradbury, Ray. 1954. Fahrenheit 451. New York: Ballantine (em português, Fahrenheit 451. sem data (s.d.). São Paulo: Melhoramentos).

Cioran E. M. 1960. Histoire et utopie. Paris: Gallimard (em português, História e utopia. 1980. São Paulo: Rocco).

Cioranescu, Alexandre. 1972. L´Avenir du passe. Utopie et littérature. Paris: Gallimard.

Clarke, Arthur C. 1953. The city and the stars, ou Against the fall of night. New York: Gnome Press (em português, A cidade e as estrelas. 1967. Rio de Janeiro: GRD).

Clute, John e Nicholls, Peter. 1995. The encyclopedia of science fiction. New York: St. Martin´s Griffin.

Dubos, René. 1961. The dreams of reason. Science and utopias. New York: Columbia University Press.

Fontana, Jean-Pierre. 1981. "Petit histoire de la science-fiction française et de l’edition de science-fiction en France de 1371 à 1981". In: Grande enciclopedia della fantascienza. Milan: Del Drago, pp. 295-301 (acesso também porhttp://www.noosfere.org/heberg/fontana).

Goimard, Jacques e Aziza, Claude. 1986/1987. Encyclopedie de poche de la SF (2 vol.). Paris: Pocket, collection Pocket.

Herp, Jacques Van. 1973. Panorama de la science fiction: Les temes, les genres, les écoles, les problèmes. Marabout: André Gérard.

Holstein, Álvaro de Sousa e Morais, José Manuel. 1993.Bibliografia da ficção científica e fantasia portuguesa. Porto: Black Sun Editores, coleção The Impossible Papers.

Huxley, Aldous. 1932. Brave New World. Garden City: Doubleday, Doran (em português, Admirável mundo novo. 1969. Rio de Janeiro: Bradil).

Ketterer, David. 1973. "Utopian fantasy as millenial motive and science-fictional motif". Studies in the Literary Imagination, n. 6, Fall, p. 81.

Le Guin, Ursula K. 1974. The dispossessed: An ambiguous utopia. New York:

Page 6: A utopia e a ficção científica

Harper &Row (em português, Os despossuídos. Uma utopia ambígua. 1978. Rio de Janeiro: Nova Fronteira).

Lem, Stanislaw. 1961. Solaris. London: Faber, 1970 (em português, Solaris. 1971. Rio de Janeiro: Sabiá, coleção Asteróide).

Marques, N. 2002a. "A(s) máquina(s) do tempo. A ficção científica tem futuro?". Ciência e Cultura. Temas e Tendências – Tempo, v. 54, n. 2, Out./Dez., pp. 47-49.

Marques, N. 2002b. "As viagens no tempo e as utopias".Notícias... do Fim do Nada, n. LV, Out./Dez., pp. 22-33.

Masi, Domenico de. 2000. O ócio criativo. Rio de Janeiro: Sextante, 7a. edição.

Meireles, Isabel. 1976. "Coordenadas bibliográficas da ficção científica francesa". In: O sexo na moderna ficção científica. Antologia de autores franceses. Porto: F. Ribeiro de Mello/Edições Afrodite, pp. 343-373.

Messac, Régis. 1962. Esquisse d´une chrono-bibliographie des utopies. Lausanne: Club Futopia, Collection Denebienne, n. 1.

Miller, Walter M., Jr. 1960. A canticle for Leibowitz. Philadelphia: J. B. Lippincott (em português, Um cântico para Leibowitz. 1963. Rio de Janeiro: GRD).

Morelly, Etienne-Gabriel. 1753. Naufrage des cités flottantes, ouBasiliade du célèbre Pilpai. Paris: Messine.

Negley, Glenn Robert. 1977. Utopian literature: A bibliography with a supplementary listing of works influential in utopian thought. Lawrence: University of Kansas, 1978.

Orwell, George (pseudônimo de Eric Blair). 1949. 1984. London: Secker & Warburg (em português, 1984. 1970. São Paulo: Companhia Editora Nacional).

Philmus, Robert M.1973. "The language of Utopia". Studies in the Literary Imagination, n. 6, Fall, pp. 61-78.

Pohl, Frederik. 1954. "The Midas plague". In: The Science Fiction Hall of Fame, Ben Bova, ed., 2 vol. Garden City: Doubleday & Co.

Revitch, Vsevolod, 1991. "Algum dia, o paraíso...". O Correio da Unesco, v. 19, n. 4, Abr. 1991, pp. 24-28.

Sadoul, Jacques. 1973. Histoire de la science-fiction moderne, 1911-1971. Paris: A. Michel.

Page 7: A utopia e a ficção científica

Sadoul, Jacques. 2000/2001. Une histoire de la science-fiction (5 vol.). Paris: Libro.

Sargent, L. T. 1972. "Utopia and distopia in contemporary science fiction". The Futurist, 1972, pp. 93-98

Sargent, L. T. 1979. British and American utopian literature 1516-1975. An annotated bibliography. Boston, Mass.: G. K. Hall & Co.

Shaw, Bob. 1970. One million tomorrows. London: Pan Books.

Suvin, Darko. 1971. "Utopian tradition of Russian science fiction".Modern Language Review, 66 (Jan.), pp. 139-159.

Suvin, Darko. 1973. "Defining the literary genre of Utopia: Some historical semantics, some genology, a proposal and a plea". Studies in the Literary Imagination, n. 6, Fall, p. 121-145.

Suvin, Darko. 1976. Russian sciencefiction 1956-1974: A bibliography. Original books, translated books, and an annotated checklist of criticism, with an appendix on criticism of Russian SF before 1956. Elizabethtown, New York: Dragon Press.

Takayuki, Tatsumi, Botton, Christopher e Csicsery-Ronery, Jr. (eds.). 2002. Japanese science fiction. Science Fiction Studies, 29 (3), Nov. (número especial).

Tillich, Paul. 1976. "Critique and justification of Utopia". In:Utopias and utopian thought, Frank E. Manuel, ed. Boston: Beacon Press, pp. 296-309.

Trousson, Raymond. 1975. Voyage aux pays du nulle part: Histoire littéraire de la pensée utopique. Brussels: Université Libre de Bruxelles, Faculté de Philosophie et Léttres.

Trousson, Raymond. 1998. D´utopie et d´utopistes. Paris: L´Harmattan.

Trousson, Raymond. 2003. Sciences techniques et utopias. Paris: L´Harmattan.

Versins, Pierre. 1972. Encyclopédie de l´utopie et de la science fiction. Lausanne: L´Age de Homme.

Wu, Dingbo e Murphy, Patrick D. (eds.). 1989. Science fiction from China. ?: Praeger.

Yershov, Peter. 1954. Science fiction and utopian fantasy in Soviet literature. New York: Research Program of the U.S.S.R. (East European Fund, Inc.).

Zamiatin, Evgueni. 1920. Nous autres, ou We. Paris: Gallimard, 1929 (em português, A muralha verde. 1963. Rio de Janeiro: GRD).

___________________________________________________

Page 8: A utopia e a ficção científica

Lista cronológica de literatura utópica com viés de ficção científica, do Século XVI até o início do Século XX (data sublinhada indica a existência da obra em português)

Século XVI

1516. [More, St. Sir Thomas]. Libellus vere aureus nec minus salutaris quam festivus de optimo reip[ublicae] statu, deq[eu] noua Insula Utopia. [Louvain]: Arte Theodorice Martini. O trabalho clássico conhecido como A Utopia, que iniciou todo um sub-gênero literário (em português, Utopia, São Paulo: Martins Fontes, 1999).

Século XVII

1602 (1623). Campanella, Tommaso.Politicae civitas, solis idea reipublicae philosophocae. (La citá del sole). Frankfurt: ?, 1623, como apêndice à parte 4 de Realis philosophiae epilogriticae. Utopia clássica, com toda uma nova organização social, representada na organização da cidade (em português, A cidade do sol, Lisboa: Guimarães & Cia, coleção Ensaios Filosofia, 1980).

1605. Arthus, Thomas. L´Isle des hermaphrodites Nouvellement decouvertes. Primeira edição sem data ou local de publicação. Brussels: Heirs of Herman Demon, 1724. Sátira à corte de Henrique III, com aspectos sexuais bastante avançados para a época.

1619. Andreae, Johann Valentin. Christianopolis (Republicae christianopolitanae descriptio. Strasbourg: Héritier de L. Zetzner. Comunidade ideal, cristã, na ilha de Capharsalama.

1638. Bacon, Francis. New Atlantis (trabalho não finalizado e juntado ao Sylva sylvarium, ou A Natural History. In ten centuries. London: J. H. for W. Lee (em português, A nova Atlântida, São Paulo: Abril Cultural, Coleção Os Pensadores, 1984, 3a. ed.). Eutopia cristã, com ênfase no sistema familiar tradicional, com fundamentos científicos.

1634. Kepler, Johannes. Somnium, sive Astronomia Lunari, ouDream or Astronomy of the Moon. Escrito em 1609 e publicado postumamente em 1634. Frankfurt: M. Ludovico Kepler (filho). Viagem à Lua e encontro com os selenitas, os seus habitantes.

1638. [Godwin, Francis]. The man in the Moone, ou A discourse of a voyage thither, by Domingo Gonsales (pseud.). London: Printed by John Norton. Eutopia,

Page 9: A utopia e a ficção científica

passando na Lua, onde a terra fornece tudo, mesmo sem o trabalho.

1657-1662. Bergerac, Cyrano de. Histoire comique, par Monsieur de Cyrano de Bergerac. Contenant les États et Empires de la Lune. Paris: C. de Servy. Obra publicada postumamente, com cortes. A edição integral só foi publicada em 1921, com o título L’autre mond ou les États et Empires de la Lune. (em português, O outro mundo, Lisboa: Panorama, s.d.p.; Viagem cômica na Lua, São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1939; Viagem aos impérios do Sol e da Lua, São Paulo: Clube do Livro, 1955;O outro mundo (Os estados e os impérios do Sol e da Lua), Lisboa: Estampa, 1975}. Viagens espaciais, a outros mundos e sociedades.

1660. New Atlantis. Begun by the Lord Verulam, Viscount St. Albans: and continued by R. H. Esquire. Wherein in set forth a platform of Monarchical government. With a pleasant intermixture of diverse rare inventions, and wholsom customs, fit to be introduced into all kingdoms, states, and commom-wealths. London: Printed for John Crooke. Monarquia, onde religião e educação são enfatizadas.

Século XVIII

1726. [Swift, Jonathan]. Travels into several remote nations of the world. In four parts, by Lemuel Gulliver (pseud.). London: Printed for Beng. Motte (em português, Viagens de Gulliver, São Paulo: Círculo do Livro, s.d.p.). Base de todo um sub-gênero das utopias onde as viagens imaginárias (daí a relação com a ficção científica) levam a mundos e povos diferentes. Muitas das viagens, mostram eutopias.

1750. Voltaire (pseud. de François-Marie Arouet). Micromègas. Paris: Lambert M., 1752 (em português, Micromegas, São Paulo: Martins, 1956). História de um habitante do planeta Sírio, um filósofo gigante, que visita diversos planetas de nosso sistema solar, viajando num raio de luz do Sol e onde se discute o absurdo das guerras, dos mundos infinitamente pequenos e infinitamente grandes.

1755. A voyage to the world in the center of the Earth. Giving an account of the manners, customs, laws, government and religion of the inhabitants. Their persons and habits described: With several other particulars. In which is introduced, the history of an inhabitant of the air, written by himself. With some account of the planetary words. London: Printed for S. Crowder and H. Woodgate. Sociedade racional e vegetariana.

1763. The reign of George VI 1900-1925. London: Printed for W. Nicholl. Monarquia baseada na arte e na literatura.

1764-1765. [Gentlemen, Francis]. A trip to the Moon. Containing an account of the Island of Noibla. Its inhabitants, religious and political customs, Etc.2 vol.

Page 10: A utopia e a ficção científica

(vol. 1 , York: A. Ward; vol. 2, London: S. Crowder). Reedição: Gulliverian: I, editado por Jeanne Welcher e George E. Bush, Jr. (Gainesville, FL: Scholar´s Facsimiles and Reprints, 1970, pp. 97-204). Leis simples, nada a haver com ficção científica, apenas com a Lua.

1770. Mercier, Louis-Sébastien. L’an deux mille quatre cent quarante. Revê s´il em fut jamais. Amsterdan: Van Harrevelt (Londres, 1774). Uma das primeiras obras de antecipação modernas, mas bastante conformista.

1781. Bretonne, Nicholas Restif de la. La découverte australe par un homme volant, ou Le Dédale français. Paris: Veuve Duchesne. Estado utópico baseado em princípios de filosofia natural e progresso científico.

1787 (8?). Casanova de Seingalt, Giovanni Giacomo.Icosaméron ou Histoire d’Edouard et d’Elisabeth Qui passèrent quatre-vingt-un ans chez les Mégamicres, habitants aborigènes du Protocosme dans l’intérieur de notre globe, traduite de lánglais par Jacques Casanova de Seingalt, Vénitien. Praga: Ecole Normale Obra redescoberta já no começo do Século XX, contando as aventuras do casal na sociedade formada no interior do centro da Terra.

1793. Aratus (pseud.). A Voyage to the Moon; Strongly recommended to all lovers of real freedom. London: Edição do Autor. Distopia na Lua, comentando a Inglaterra da época.

1793. Godwin, William. An enquiring concerning political justice, 2 vol. London: G. G. & J. Robinson. Utopia otimista onde a tecnologia aumenta produção de bens, as pessoas vivem de forma racional, sem leis e instituições.

1794. Godwin, William. Things as they are, ou The adventures of Calleb Williams, 3 vol. London: B. Crosby Utopia otimista onde a tecnologia aumenta a produção.

Século XIX

1813. Fowler, Georg[ge]. A flight to the Moon, ou The vision of Randalthus. Baltimore: A. Miltenberger. Eutopias que se passam na Lua e no Sol.

1820. Symmes, John Cleves (Captain Adam Seaborn, pseud.).Symzonia; A voyage of discovery. New York: J. Seymour (reedição: Gainesville, FL: Scholar´s Facsimiles and Reprints, 1965). Civilização no centro da Terra (talvez uma das primeiras obras com caráter de ficção científica moderna).

1824. [Banim, John]. Revelations of the dead-alive. London: W. Simpkin and R.

Page 11: A utopia e a ficção científica

Marshall. Sátira que se passa em 2083.

1827. [London, Jane, ou Webb, Jane] (pseuds.?). The Mummy! A tale of the twenty-second century. 3 vol. London: Henry Colburn. Romance científico (anônimo), com avanços técnicos. Monarquia feminina absolutista.

1827. [Tucker, George]. A voyage to the Moon: with some account of the manners and customs, science and philosophy, of the people of Morosofia, and others Lunarians, by Joseph Atterley, pseud.). New York: Elam Bliss. Sátira e eutopia.

1835. Bolokitten, Oliver (pseud.). A sojourn in the city of Amalgamation in the year of Our Lord 19--. New York: Edição do autor. Distopia racista que se passa no século seguinte.

1836. [Griffith, Mary]. "Three hundred years hence". In:Camperdown, ou News from our neighborhood: being sketches. Philadelphia: Carey, Lea and Blanchard (reedição: American Utopias, Arthur O. Lewis, Jr., ed. New York: Arno Press and The New York Times, 1971). Sociedade reformada e igualdade econômica entre os sexos. Primeira novela utópica em língua inglesa a endossar o otimismo de Mercier.

1837. Williams, R. F. Eureka: A prophecy of the future (3 vol. em 1). London: Longman, Rees, Orme, Brown, Green, and Longman. Apenas aventuras, mas passadas no futuro.

1838. Prospero, Peter (L. L. D., pseud.). "The Atlantis: A southern world, - Or a wonderful continent, - Discovered in the Great Southern Ocean, and supposed to be The Atlantis of Plato, or The Terra Australis Incognita of Dr. Swift, during a voyage conducted by Alonzo Pinzon Commander of the American metal chip Astrea". The American Museum of Science, Literature and the Arts, 1 (set.-out.). País onde os grandes homens do passado estão vivos.

1838. [Walker, Richard]. Oxford in 1888. A fragmentary dream. Oxford: Henry Slatter. Um sonho sobre a Oxford do futuro, com toda a cidade mapeada.

1840. Cabet, Étienne. Voyage et aventures de Lord William Carisdall. Paris: H. Souverain (Voyage en Icarie, Paris: au bureau du Populaire, 1840). Apologia de um comunismo idealizado.

1841. Etzler, J[ohn] A[dolphus]. The New World or mechanical system, to perform the labours of man and beast by inanimate powers, that cost nothing, for producing and preparing the substances of life. Philadelphia: C. F. Stollmeyer. Eutopia através da tecnologia.

1845-1846. Souvestre, Emile. Le monde tel qu´il sera. Paris: W. Coquebert. Antecipação de quase um século da história de Huxley, Brave new world. Tem inquietações semelhantes às de Huxley, relacionadas com um mundo

Page 12: A utopia e a ficção científica

mecanizado e sem alma.

1848. [Appleton, Jane Sophia]. "Sequel to the vision of Bangor in the twentieth century". In: Voices from the Kendukeag. Bangor: David Bugbee (reedição: American Utopias, Arthur O. Lewis, Jr., ed. New York: Arno Press and The New York Times, 1971).

1848. [Kent, Edward]. "A vision of Bangor in the twentieth century". In: Voices from the Kendukeag. Bangor: David Bugbee (reedição: American Utopias, Arthur O. Lewis, Jr., ed. New York: Arno Press and The New York Times, 1971).

1849. Poe, Edgar Allan. "Mellonta Tauta". Godey´s Lady´s Book, 38, fevereiro. Sátira no futuro com avanços tecnológicos, mas o individualismo e a democracia se foram.

1855. Whiting, Sydney. Heliondé, ou Adventures in the Sun. London: Chapman and Hall. Utopia religiosa.

1856. Moore, David A. The age of progress, ou A panorama of time in four visions. New York: Sheldon, Blakeman and Company. Nova sociedade baseada na educação e no cristianismo.

1858. Wood, George. Future life, ou Scenes in another world. New York: Derby and Jackson (há uma edição de 1869, com o títuloThe gates wide open. Boston: Lee and Shepard). O céu apresentado como uma utopia de beleza e arte.

1859. Lang, Herrmann. The air battle: A vision of the future. London: William Penney. (reedição, London: Cornmarket Reprints, 1972). Aventura científica, onde o poder mundial está nas mãos das nações negras.

1862. The Times no. 55,567, Thursday, May, 1962. Sátira, que se passa 100 anos à frente.

1864. The history of a voyage to the Moon; with an account of the adventurers´ sub-sequent discoveries. An exhumed narrative supposed to have been ejected from a lunar volcano, by Stephen Howard (pseud.) and Carl Geister (pseud.). Editado por Chrysostom Trueman (pseud.). London: Lockwood. Eutopia com linguagem simples e ausência de corrupção.

1866. Heliomanes (pseud.). A journey to the Sun. London: James Cornish. Sátira utópica.

1866. The monk of the mountains, ou A description of the joys of paradise: being the life and wonderful experiences of an aged hermit, who was taken by his deceased friend to the first heaven, and there shown the beauties and happiness of the spirit land; with the destiny and condition of the nations of the Earth for one hundreds years to come, por "The Hermit Himself" (pseud.). Indianapolis: Downey and Brouse. Projeção de uma sociedade do futuro.

1873. Bulwer-Lytton, Edward (Lord Lytton). The coming race. Edinburgh: William

Page 13: A utopia e a ficção científica

Blackwood. Utopia clássica que se passa no centro da Terra.

1873. "The travels and adventures of a philosopher in the famous empire of Hulee. From an old MS., A.D. 2070". Fraser´s Magazine, no. 3, jun., pp. 703-717. Sátira anti-socialista e tecnológica.

1873. Brown, Fred H. "What John Smith saw in the Moon; A Christmas story for parties who were children twenty years ago". In: One dollar´s worth (por ele mesmo). Chicago, 1893. Utopia, tecnologicamente avançada.

1873. Butler, Samuel. Erewhon ou Over the range. London: Trübner. Sátira utópica clássica antimecanicismo. Há uma continuação em 1901, Erewhon revisited (em português, Erewhon, Lisboa: Panorama, s.d.p.).

1873. Landis, S[imon] M[ohler]. An entirely new feature of a thrilling new novel! Entitled, the social war of the year 1900, ou The conspirators and lovers! A lesson for saints and sinners. Philadelphia: Landis Publishing Company. Ênfase em conspiração e revolta, com uma constituição autoritária.

1873. An Octogenarian (pseud.). The British Federal Empire. A speech delivered in a certain year of the twentieth century, in a certain city of the Empire. London: Charles H. Clarke. O Império Britânico aperfeiçoado.

1873. Aermont, Paul (pseud.). A narrative of the travels and adventures of Paul Aermont among the planets. Boston: Rand, Avery. Uma série de sociedades são apresentadas.

1873. [Dudgeon, Robert Ellis]. Colymbia. London: Trubner and Company. Mistura de sátira e reforma, que ocorrem num mundo submarino.

1873. [Lumley, Benjamin] (publicado com o pseud. de Hermes).Another world, ou Fragments from the star city of Montalluyah. London: Samuel Tinsley. Eutopia baseada no cultivo correto do caráter.

1873. Maitland, Edward. By and by. An historical romance of the future. 3 vol. London: Richard Bentley and Son. Aventuras ocorrendo numa sociedade melhor.

1874. [Blair, Andrew]. Annals of the twenty-ninth century, ou The autobiography of the tenth president of the World-Republic. 3 vol. London: Samuel Tinsley. Eutopia científica e da razão.

1874. [Collins, J. L]. Queen Krinaleen´s plagues, ou How a simple people were destroyed. A discourse in the twenty-second century (por Jonquil, pseud.). New York: American News Co. A destruição da America devido à moda feminina.

1874. [Mortimer, Edward James]. Transmigration (por Mortimer Collins, pseud.). 3 vol. London: Hurst and Blackett. Eutopia em Marte, com vida simples.

Page 14: A utopia e a ficção científica

1875. [Davis, Ellis James]. Pyrna: A commune, ou Under the ice. London: Bickers and Son. Eutopia que se passa dentro de uma geleira na Suiça, com ênfase no sistema educacional.

1875. In the future: A sketch in ten chapters. Hampstead: G. S. Jealous. Eutopia que se passa em uma Londres perfeita.

1878. Wright, Henry. Mental travels in imagined lands. London: Trübner Company. Viagens através da Labourland, Fortuneland e Nomunniburgh (a utopia).

1879. Verne, Jules. Les cinq cents millions de la Bégum. Paris: J Hetzel (ou, The 500 millions of the Begums, ou, The Begum’s fortune. New York: G. Munro). Emprego da ciência no militarismo e destruição massiva com supremacia racial (antecipação do nazismo?).

1879. [Watson, H. C. M] (ou, Marriot-Watson, H. C.).Erchomenon ou The Republic of Materialism. London: Sampson Low, Marston, Searle and Rivington. Eutopia que se passa 600 anos num futuro em que todos vivem nas cidades.

1880. [Gaston, Henry A]. Mars revealed, ou Seven days in the spirit world: Containing an account of the spirit´s trip to Mars, and his return to earth. What he saw and heard on Mars. With vivid and thrilling descriptions of its majestic scenery; Its mountains; Its mines; Its valleys, rivers, lakes, and seas; Its people, temples of learning, worship, religion, music, manners, customs, laws; Its highly cultivated and productive lands, together with its beautiful parks, and its delightful paradise. Being a work full of diamonds, of tought, and of absorbing interest. A thrilling poem, in beautiful prose (por "A Spirit Yet in the Flesh", pseud.). San Francisco: A. L. Bancroft and Company. Eutopia espiritualista.

1880. Pratt, Parley Parker. The angels of the prairies. A dream of the future. Salt Lake City: Deseret News Printing and Publishing Establishment. Eutopia futura com os princípios dos Mórmons.

1881. Hartshorne, Henry. 1931. A glance at the twentieth century. Philadelphia: E. Claxton. Uma projeção futura, com tecnologia, democratização e enriquecimento espiritual.

1881. Hay, William Deslile. Three hundred years hence, ou A voice from posterity. London: Newman. Sociedade de caráter racista, socialista e tecnológico.

1882. Besant, Sir Walter. The revolt of man (há uma edição de 1896, London: Chatto and Windus). Inversão dos papéis sexuais.

1882. Green, Nunsowe (pseud.). A thousand years hence, being personal experiences. London: Sampson, Law, Marston, Searle and Rivington. Igualdade entre os sexos. Muitos avanços técnicos. Também mantida pelos preceitos dos Mórmons.

1883. [Baker, William Elliott Smith]. The battle of Coney Island, ou Free trade overthrown. A scrap of history written in 1900, por An Eye Witness (pseud.).

Page 15: A utopia e a ficção científica

Philadelphia: J. A. Wagenseller. Comércio livre traz a depressão.

1883. Centennius, Ralph (pseud.). The Dominion in 1983. Peterborough, Ontario: Toker and Company. Canada como uma utopia em 1983.

1883. Lach-Szyrma, Rev. W[ladjslaw] S[omerville]. Aleriel, ou A voyage to other worlds. London: Wyman. Poucos elementos utópicos numa obra que é muito mais ficção científica.

1883. [Macnie, John]. The Diothas, ou A far look to ahead (por Ismar Thiusen, pseud.). New York: Putnam´s Sons. Livro semelhante ao de Bellamy, antecipando-o de alguns anos.

1883. [Welch, Edgar L]. Politics and life in Mars: A story of a neighboring planet. London: Sampson Low, Marston, Searle and Rivington. Sátira sobre a Londres contemporânea.

1884. [Brookfield, Arthur]. Simiocracy. A fragment from future history. Edinburgh: William Blackwood. Sátira em que os macacos tomam conta da Inglaterra.

1884. Cridge, Alfred Denton. Utopia, ou The history of an extinct planet. Oakland: Winchester and Pew. Pequenas comunidades, mas termina negativamente com a destruição ecológica do planeta (seria uma antecipação de nosso futuro?)

1884. England in 1910. London: Willing and Company (publicado também como Glasgow in 1910. Glasgow: Macrone and Company). Sociedade transformada, tecnologicamente avançada.

1884. The socialist revolution of 1888, por An Eye-Witness (pseud.). London: Harrison and Sons. Distopia anti-socialista.

1884. Truman, O. H. The conquest: A story of the past, present and future, real and ideal. Monticello, Iowa: O. H. Truman. Eutopia conseguida por transformação religiosa.

1885. Jeffries, Richard. After London, ou Wild England. London: Cassel and Company. O retorno ao barbarismo leva a uma eutopia.

1885. A radical nightmare, ou England, forty years hence (por An Ex M. P., pseud.). London: Field and Tuer. Distopia anti-socialista.

1885. Shelhamer, Miss M. T. Life and labor in the Spirit World, being a description of the localities, employments, surroundings, and conditions in the Spheres. Boston: Colby and Rich. Eutopia espiritualista, com igualdade entre os sexos.

1885. Tuckwell, Rev. W. The new Utopia, ou England in 1985. A lecture delivered in the Town Hall, Birmingham, on Sunday February 8th, 1885. Birmingham: Birmingham Sunday Lecture Society. Pequenas comunidades com terras estatais alugadas aos fazendeiros, baseado nas suas qualificações.

Page 16: A utopia e a ficção científica

1886. [Bridge, James Howard]. A fortnight in Heaven. An unconventional romance, por Harold Brydges (pseud.). New York: Henry Holt and Company. Jupiter, idêntico à Terra, exceto pelos gigantes, que têm uma sociedade socialista, boa na aparência, mas corrupta.

1886. [Fayette, John B]. Voices from many hill tops, echoes from many valleys, or the experiences of spirits Eon and Eona, in Earth life and spirit spheres, in ages past, in the long, long ago, and theyr incarnations in Earth life, and other worlds, given through the Sun angel´s order of light. Springfield, Mass.: Press Springfield Printing Company. Eutopia espiritualista que se passa em vários planetas.

1886. Innominatus (pseud.). In the light of the twentieth century. London: John Hodges. Distopia autoritária.

1886. Lee, Thomas, editor e autor. Falsiver´s travels. The remarkable adventures of John Falsiver (pseud.), Seaman, at the North Pole and interior of the Earth with a description of the wonderful people and the things discovered there. London. Aventura, com algumas questões sociais.

1886. Parnell, John. Cromwell the Third, ou The Jubilee of Liberty. A letter written by Julius Boanerges to his son. London: Edição do Autor. Distopia autoritária, ocorrendo em 1951.

1887. The island of anarchy. A fragment of history in the 20thcentury (por E. W. Reading: Miss Langley, Lovejoy´s Library). Utopia comunal anarquista.

1887. [Lach-Szyrma, Wladjslaw Somerville]. "Letters from the planets", por nosso correspondente Alerial (pseud.). In: Worlds Apart, George Locke, ed. (London: Cornmarket Reprints, 1972, pp. 1-26). Publicado originalmente na Cassel´s Family Magazine. Vênus em outubro de 1887, como uma democracia ateniense.

1887. Man abroad. A yarn of some other century. New York: G. W. Dillingham (reedição: Boston: Gregg Press, 1976). Sátira, mostrando uma comunidade fundada nos princípios de Henry George.

1887. [Roe, William James]. Bellona´s husband (por Hudor Genone, pseud.). Philadelphia: J. B. Lippincott. Sátira ocorrendo em Marte.

1888. Bellamy, Edward. Looking backward: 2000-1887. Boston: Ticknor and Company. A eutopia americana clássica (em português,Daqui a cem anos – Revendo o futuro. s. d. Rio de Janeiro: Record;D’Aqui a cem anos, ?: A Editora, 1911; Rio de Janeiro: João do Rio, 1926).

1888. Besant, Sir Walter. The inner house. Bristol: Arrowsmith. Imortalidade levando à estagnação social.

1888. Richardson, Benjamin Ward. The son of a star. Romance of the second century. 3 vol. London: Longmans, Green. Sátira ao reverso.

Page 17: A utopia e a ficção científica

1889. Bellamy, Edward. "To whom this may come". Harper´s New Monthly Magazine, 78, fev., pp. 458-466 (reedição: American Utopias, Arthur O. Lewis, Jr., ed., New York: Arno Press and The New York Times, 1971). Auto-conhecimento através da percepção extra-sensorial.

1889. [Clemens, Samuel L.] A Connecticut yankee in King Arthur´s court, por Mark Twain (pseud.). New York: Charles L. Webster. Tentativa de construir uma sociedade democrática e tecnológica na época do rei Arthur (em português, Um americano na corte do Rei Artur, ?: Portugalia, s. d. p.).

1889. Corbett, Mrs. George. New Amazonia. A foretaste of the future. London: Tower. Eutopia feminista na Amazonia.

1889. [De Médici, Charles]. Two Lunatics. A remarkable story(por Um Deles, pseud.). New York: Oxford Publishing Company. Eutopia que rejeita a igualdade em favor da eqüidade.

1889. Fraser, Joseph, editor e autor. Melbourne and Mars. My mysterious life on two planets. Extracts from the diary of a Melbourne merchant. Melbourne: E. W. Cole. Eutopia baseada na abundância.

1889. Heywood, D. Herbert. The Twentieth Century. A prophecy of the coming age. Boston: F. B. Heywood. Prospecto de um livro, que parece nunca ter sido publicado, sobre uma utopia.

1889. [Lane, Mary E. (Bradley)]. Mizora: A prophecy. A Mss. Found among the private papers of the Princess Vera Zarovitch (pseud.) being a true and faithful account of her journey to the interior of the Earth, with a careful description of the country and its inhabitants, their customs, manners and government (escrito por ela mesma). New York: G. W. Dillingham. Eutopia feminista.

1889. Maccoll, Hugh. Mr. Stranger´s sealed packet. London: Chatto and Windus. Aventura que se passa em Marte, com tecnologia, igualdade e socialismo.

1889. Vogel, Sir Julius. Anno Domini 2000, ou Woman´s destiny. London: Hutchinson. Igualdade sexual.

1890. [Bachelder, John]. A.D. 2050. Electrical development at Atlantis, por um Antigo Residente. San Francisco: The Bancroft Company. Sociedade tipo "Bellamy" e a formação de uma eutopia capitalista.

1890. Berwick, Edward. "Farming in the year of 2000, A.D.".Overland Monthly, 2nd. series, 15 de jun, pp. 263-273. Mais uma utopia na trilha de Bellamy.

1890. Cromie, Robert. A plunge into space. London: Frederick Warne. Marte, técnica e esteticamente avançado.

1890. Dail, C. C. Willmoth, The wanderer, ou The man from Saturn. Atchison, Kansas: Haskill Printing Company. Sociedade polígama e vegetariana, mantida através

Page 18: A utopia e a ficção científica

de percepção extra-sensorial.

1890. [Donnelly, Ignatius]. Caesar´s column: A story of the twentieth century, por Edmond Boisgilbert, M. D. (pseud.). Chicago: F. J. Schulte and Company (reedição: Cambrige, Mass.: Belknap Press, 1960, editada por Walter B. Rideout). Novela de catástrofe, incluindo uma eutopia de cunho populista e contra o tecnicismo.

1890. Fuller, Lieut. Alvarado M. A.D. 2000. Chicago: Laird and Lee. Reforma política e econômica detalhada.

1890. [Herbert, Auberon]. "An English tax-day, June 15, 1927".The Free Life, 1 (julho 11), pp. 41-42, 1 (julho 18), pp. 47-48, 1 )julho 25), pp. 53-54 e 1 (agosto 1), pp. 59-60. Eutopia individualista, onde os impostos não são obrigatórios, mas são pagos livremente.

1890. Leggett, M[ortimer] D[ormer]. A dream of a modern prophet. Philadelphia: J. B. Lippincott. Marte, parecido com a Terra, mas mais avançado. Religião como uma forma de vida.

1890. Michaelis, Richard. Looking further forward, ou Looking forward, ou A sequel to Looking Backward or Looking further forward. Chicago: Rand McNally (reedição: Arno Press e The New York Times, 1971). Utopia anti-Bellamy.

1890. Morris, William. News from Nowhere, ou An epic of rest. Being some chapters from a Utopian romance. Boston: Roberts Bros. Eutopia socialista agrária.

1890. [Norton, Rev. Philip]. Sub sole, ou Under the Sun. Missionary adventures in the Great Sahara. Pelo Rev. Artegall Smith, D. D. (pseud.). London: James Nisbet. Eutopia de ciência e tecnologia.

1890. Satterlee, W. W. Looking Backward and what I saw. 2nd. ed. Minneapolis: Harrison and Smith (reedição: New York: Arno Press e The New York Times, 1971). Escrita contra Bellamy.

1890. Vinton, Arthur Dudley. Looking further backward. Being a series of lectures delivered to the freshman class at Shawmut College, by Professor Won Lung Li (Successor of Professor Julian West), Mandarin of the Second Rank of the Golden Dragon and Chief of the Historical Section of the Colleges in the North-Eastern Division of the Chinese Province of North America. Now, for the first time, collected, edited, and condensed. Albany, New York: Albany Book Company. Distopia anti-Bellamy.

1890. [Worley, Frederick U.]. Three thousand dollars a year. Moving forward, ou How got there. The complete liberation of all the people. Abridged from the advance sheets of a history of industrial and governmental reforms in the United States. To be published in the year 2001, por Benefices (pseud.). Washington: J. P. Wright. Utopia com sistema cooperativo.

1891. [Allen, Henry Francis]. A strange voyage. A revision of the key of industrial

Page 19: A utopia e a ficção científica

cooperative government. An interesting and instructive description of life on planet Venus, por Prunning Knife (pseud.). St. Louis: Monitor Publishing Company. Detalhamento de um sistema cooperativo.

1891. [Barlow, James William]. History of a world of immortals without a God: Translated from an unpublished manuscript in the library of a Continental University, por Antares Skorpios (pseud.). Dublin: William McGee (há uma edição de 1909, conhecida comoThe immortal´s great quest). Sociedade baseada numa vida cíclica contínua, sem reprodução e nem morte.

1891. Fitzporter, J[ohn] L. My vacation, ou The Millenium. St. Louis: ? Utopia espiritualista e vegetariana, em Vênus.

1891. Folingsby, Kenneth. Meda. A tale of the future. Glasgow: Edição do autor, com circulação privada. Mundo de inteligência fantástica, dirigido por uma monarquia e o homem não precisa mais comer.

1891. Geissler, L[udwig] A. Looking Beyond. A sequel to "Looking Backward", by Edward Bellamy, and an answer to "Looking Further Forward", by Richard Michaelis. New Orleans: L. Graham and Son. Eutopia pro-Bellamy.

1891. Ramsey, Milton W. Six thousand years hence. Minneapolis: Press of Alfred Roper. Numa visita ao Sol, são descritas algumas eutopias.

1891. Simpson, William. The man from Mars. His morals, politics and religion. 3rd. ed. Revised and enlarged by an extended preface and a chapter on woman suffrage. San Francisco: Press of E. D. Beattie, 1900 (1a. edição publicada com o pseud. de Thomas Blot). Combinação de cristianismo e socialismo.

1891. Thomas Chauncey. The crystal button, ou Adventures of Paul Prognosis in the forty-ninth century (editado por George Houghton). Boston: Houghton, Mifflin. Avanço científico e a forma como se atingiu a eutopia.

1891. Z., X. Y. (pseud.). The Vril staff. London: David Stott. História semelhante à de Bulwer-Lytton, de 1871. Um homem inventa uma droga chamada Vril e força o mundo a mudar.

1892. Braine, Robert D. Messages from Mars, by the aid of the telescope plant. New York: J. S. Ogilvie. Ciência e tecnologia levando à eutopia, com o governo realizado apenas pelos mais inteligentes.

1892. Clarke, General F. M. A maiden of Mars. Chicago: Charles H. Sergel and Company. Sociedade espiritualista, tecnologicamente avançada e percepção extra-sensorial.

1892. Everett, Henry L[exington]. The people´s program. The twentieth century is theirs. A romance of the expectations of the present generation. New York: Workmen´s Publishing Company. Esquema detalhado de uma colônia de trabalhadores.

Page 20: A utopia e a ficção científica

1892. Grimshaw, Robert. Fifty years hence, ou What may be in 1943: A prophecy supposed to be based on scientific deductions by an improved graphical method. New York: Practical Publishing Company. Descrição detalhada de uma Idade da Eletricidade.

1892. Harben, William. "In the year ten thousand". Arena, 6, nov., pp. 743-749. Sociedade avançada, sem governo, vegetariana.

1892. Herbert, William (pseud.?). The world grown young: Being a brief record of reforms carried out from 1894-1914 by the late Mr. Philip Adams millionaire and philanthropist. London: W. H. Allen. Eutopia.

1892. Hythloday Junior (pseud.). "Warrington: As it might be". In:Warrington: As it was, as it is, and as it might be. Warrington: "Sunrise" Publishing Co, pp. 167-230. Cidade de Warrington como uma eutopia 30 anos no futuro, com alta tecnologia e indústrias.

1893. Bramston, M[Ary]. "The Island of Progress". In: The wild lass of Estmere and other stories, dela mesmo. London: Seeley and Co. História refinada ocorrendo 500 anos no futuro, com igualdade, ciência e tecnologia.

1893. Brown, Fred H. "A message from the stars". In: One dollar´s worth, de Fred H. Brown. Chicago: ?, pp. 129-169. Utopia religiosa e tecnológica.

1893. Dick, Mr. (pseud.). James Ingleton: The history of a social state A. D. 2000. London: James Blackwood. Revolta contra uma distopia socialista padrão.

1893. "Englands downfall", ou The last great revolution, por An Ex-Revolutionist (pseud.). London: Digby, Long and Company. Distopia anti-socialista que ocorre em 1930.

1893. Hawtorne, Julian. "June, 1993". Cosmopolitan Magazine, 14, pp. 450-458. Anti-urbanismo e tecnológica;

1893. Hayes, Frederick W[illiam]. The great revolution of 1905, ou The story of the phalanx. London: Robert Forder (publicado também como State industrialism: The story of phalanx. London: William Reeves). Bellamy Library no. 34. Eutopia socialista padrão, do tipo daquela de Bellamy.

1893. L´Estrange, Henry. Platonia. A tale of other worlds. Bristol: J. W. Arrowsmith. Tudo se passa num pequeno planeta desconhecido, chamado Campanella, próximo a Marte.

1893. Moffat, W. Graham e White, John. What´s the world coming to? A novel of the twenty-first century, founded on the fads, facts, and fiction of the nineteenth. London: Elliot Stock. Sociedade no estilo daquela de Bellamy.

1894. Astor, John Jacob. A journey in other worlds. A romance of the future. New York: D. Appleton. Eutopia onde a eletricidade faz todos os trabalhos.

Page 21: A utopia e a ficção científica

1894. Browne, Walter. "2894", ou The fossil man (A mid-winter night´s dream). New York: G. W. Dillingham. Tecnológica, com inversão do papel dos sexos.

1894. Giles, Fayette Stratton. Shadows before, ou A century onward. New York: Humboldt Publishing Company. The Twentieth Century Library, no. 57. Apresentado como uma previsão, onde não há religião e onde os médicos são pagos para prevenir doenças.

1894. Harben, Will N[athaniel]. The land of the changing sun. New York: Merrian Company. Utopia autoritária.

1894. Lazarus, Henry, editor e autor. The English revolution of the 20th century. A prospective history. London: T. Fisher Unwin. Crítica à sociedade contemporânea na perspectiva de uma eutopia futura.

1894. Pope, Gustavus W., M. D. Journey to Mars. The wonderful world: Its beauty and splendor; Its mighty races and kingdoms; Its final doom. Romances of the planets, no. 1. New York: G. W. Dillingham (reedição: Westport: Connecticut: Hyperion Press, 1974). Uma cidade linear, com cerca de 3.200 quilômetros de comprimento e 36, de largura.

1895. Aikin, Charles. Forty years with the Damned, ou Life inside the Earth. Evanston, Illinois: Regan Printing House. Sociedade racista, com vida perfeita, sem instituições sociais.

1895. Davenport, Benjamin Rush. Uncle Sam’s cabins. A story of American life looking forward a century. New York: The Mascot Publishing Company. Mostra problemas e transições, mas não reformas.

1895. [Fitzpatrick, Ernest Hugh]. The Marshall Duke of Denver, ou The labor revolution of 1920. A novel (por Hugo Barnaby, pseud.). Chicago: Donohue and Henneberry Company. Ação revolucionária.

1895. Mears, A[melia] Garland. Mercia. The Astronomer Royal: A romance. London: Simpkin, Marshall, Hamilton, Kent and Company. Uma vida melhor paras mulheres em 2002.

1895. Mitchell, Professor W[illis]. The inhabitants of Mars. Their manners and advancement in civilization and their options of us. Malden: Massachussets: C. E. Spofford and Company. Perfeição física, tecnologicamente avançada e uso de percepção extra-sensorial.

1895. Nisbet, Hume. The great secret. A tale of to-morrow. London: F. W. White. Aventura, incluindo uma eutopia de repouso e perfeição estática.

1895. Welcome, S. Byron. From Earth’s center. A polar gateway message. Chicago: Charles H. Kerr. Eutopia capitalista.

1895. Wells, H. G. The time machine. London: William Heinemann. Uma das utopias

Page 22: A utopia e a ficção científica

clássicas (aventura? ficção científica?). Desenvolvimento gradual de duas classes sociais, os Eloi e os Morlocks, estágios finais da burguesia e do proletariado, respectivamente (em português, A máquina do tempo, Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1983).

1895. Wilkes, A. B. The great social boycot, ou Society readjusted and the causes leading to its establishment. This is a small picture gallery and your portraits hangs in it. Brownwood, Texas: Edição do autor. Sociedade dirigida por mulheres, em 1905, que se recusam a ter qualquer contato com os homens.

1896. Acworth, Andrew. A new eden. London: Ward and Lock. Sociedade em 2096, onde os humanos degeneraram mentalmente e perderam a ciência e a tecnologia do passado.

1896. Cowan, James. Daybreak. A romance of an old world. New York: George H. Richmond (reedição: New York: Arno Press e The New York Times, 1971). Eutopia suburbana em Marte.

1896. Glyn, [Alice] Coralie. A woman of tomorrow: A tale of the twentieth century. London: Women’s Printing Society. Eutopia de igualdade a ser obtida em 10 anos.

1896. Lockwood, Ingersoll. 1900, ou The last president. New York: American News Company. Eleição de Bryan causa o colapso do sistema americano.

1896. [McCoy, John]. A prophetic romance. Mars to Earth, por Lord Commissioner (pseud.). Boston: Arena Publishing Company. Eutopia conseguida pelo voto das mulheres. Todas as leis precisam ser aprovadas pelo povo.

1896. Swan, H[erbert] E. It might be: A story of the future progress of the Sciences, the wonderful advancement in the methods of government and the happy state of the people. Stafford, Kansas: H. E. Swan. Eutopia governada pelas máquinas.

1897. Bellamy, Edward. Equality. New York: D. Appleton. Expansão das idéias do trabalho de 1888.

1897. [Galloway, James M.]. John Harvey. A tale of the twentieth century, por Anon Moore (pseud.). Chicago: Charles H. Kerr. Eutopia socialista.

1897. Hendow, Z. S. The future power, ou The great revolution of 190-. Westminster: Roxburghe Press. Revolucionária, levando a uma eutopia socialista, onde as mulheres não dependem mais financeiramente dos homens.

1897. Lathrop, George Parsons. "In the deep of time". English Illustrated Magazine, 16-17, mar./abr., pp. 679-693 e 81-91. Eutopia autoritária.

1897. Munro, John. A trip to Venus. London: Jarrold. Eutopia em Vênus.

1897. Posterity. Its verdicts and its methods, ou Democracy A. D. 2100. Legislação

Page 23: A utopia e a ficção científica

eugênica, contra a igualdade.

1897. Windsor, William. Loma. A citizen of Venus. St. Paul: Windsor and Lewis. Sociedade em Vênus, organizada com princípios frenológicos, com ênfase no amor. As mulheres são iguais.

1898. Augustinus (pseud.). Two brothers: A story of the twentieth century. Cardiff: Chapple and Kemp. Divergências entre o catolicismo romano e o materialismo. Veja também a obra de 1899.

1898. Bellamy, Edward. "The blindman’s world". In: The blindman’s world and other stories, por ele mesmo. Boston: Houghton, Mifflin, pp. 1-29. Continuação da sua utopia.

1898. Buchanan, Robert. The Rev. Annabel Lee. A tale of to-morrow. London: C. Arthur Pearson. Utopia científica, sem religião.

1898. Graves, C[harles] L. e Lucas, E[dward] V. The war of the Wenuses. Bristol: Arrowsmith (Arrowsmith’s Bristol Library, vol. 78). Sátira, invasão das mulheres de Vênus.

1898. Hix, J. Emile. Can a man live forever? Chicago: Western News Company. Eutopia da vida eterna, substituindo o sangue por água destilada (!!).

1898. Howard, E[benezer]. To-morrow: A peaceful path to real reform. London: Swann sonnenschein. Eutopia suburbuna, unindo a cidade com o campo. Foi a base para o movimento chamado "Garden City".

1898. Odell, S. W. The last war, ou The triumph of the English tongue. A story of the twenty-sixth century, compiled from the official notes of Newman, reporter to the President of the United States. Chicago: Charles H. Kerr. Os anglo-saxões brancos contra o Império Sagrado (islãmismo, catolicismo e budismo).

1898. The rise and fall of the United States. A leaf from history, A. D. 2060, por A Diplomat (pseud.). New York: F. Tennyson Neely. Futuro colapso dos EUA após uma revolução contra a plutocracia.

1898. [Wellmen, Bert J.]. The legal revolution of 1902, por A. Lawabiding Revolutionist (pseud.). Chicago: Charles H. Kerr (reedição: New York: Arno Press e The New York Times, 1971). Eutopia populista.

1899. Augustinus (pseud.). Paul Rees: A story of the coming reformation. London: Simpkin, Marshall, Hamilton, Kent & Company. Declínio da Inglaterra devido às leis contra os católicos romanos.

1899. Bird, Arthur. Looking forward. A dream of the United States of the Americas in 1999. Uttica, New York: Press of L. C. Childs & Son (reedição: New York: Arno Press e The New York Times, 1971). Utopia altamente moralista e racista.

Page 24: A utopia e a ficção científica

1899. Dake, Charles Romyn. A strange discovery. New York: H. Ingalls Kimbal. Continuação da história de Poe, Narrativa of Arthur Gordon Pym. Eutopia localizada próxima ao Polo Sul.

1899. Merril, Albert Adams. The great awakening. The story of the twenty-second century. Boston: George Book Publishing Company. Colônia fundada na África, a República do Dinheiro, baseada na divisão igual da riqueza entre todos os trabalhadores.

1899. Pereira Mendes, H[enry]. Looking ahead. Twentieth century happenings. New York: F. Tennyson Neely (reedição: New York: Arno Press e The New York Times, 1971). Luta entre todas as religiões para o controle dos lugares sagrados.

1899. Wells, H. G. "A story of the days to come". In: Tales of space and time (London: Macmillan, 1920), pp. 167-324. Distopia, onde não há vida rural e nem familiar.

1899. Wells, H. G. When the sleeper wakes. London: Harper & Bros. Distopia arquetípica de Wells, com divisão de classes (na edição de 1910, mudou-se o nome para The sleeper wakes).

1900. Cole, Robert William. The struggle for the empire. A story of the year 2236. London: Elliot Stock. O triunfo dos anglo-saxões e da ciência.

1900. Edson, Milan C. Solaris farm. A story of the twentieth century. Washington, D.C.: Edição do Autor. O desenvolvimento de um sistema comunitário.

1900. Ellis, Havelock. The nineteenth century. A dialogue in Utopia. London: Grant Richards (a edição Americana teve por títuloAn utopian retrospect). Discussão do século 19 do ponto de vista de uma eutopia futura.

1900. Harney, Gilbert Lane. Philoland. New York: F. Tennyson Neely. Eutopia detalhada que ocorre no centro da terra, apresentando aspectos tecnológicos e uma cooperação econômica.

1900. McMartin, Donald. A leap into the future, ou How things will be. A romance of the year 2000. Albany, New York: Weed, Parsons. Apresenta várias reformas (na capa está escrito que é uma seqüência do Looking Backward).

Publicado originalmente no “Notícias... do Fim do Nada”, no. 62,julho/setembro 2004”