A vida sem graça de Charllynho...

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APRESENTAÇÃO Charllynho Peruca! Você já imaginou como deve ser a vida de um menino com esse nome? Pois a de Charllynho não tem graça alguma. Ele passa os dias correndo de um lado para o outro, a fim de entregar os lanches que seu pai fabrica. É tudo sempre igual. Até que um dia o menino terá que fazer uma entrega em um prédio com aparência de mal-assombrado. Na esquina, um suspeito garoto o observa. Quem poderá ajudar o Peruca a sair da embrulhada que ele se meterá? MOTIVAÇÃO A motivação tem por objetivo chamar a atenção do aluno para o livro que será lido, inserindo-o na “atmosfera” literária, sem, contudo, fazer referência ao livro em si. Somente após a atividade motivacional o professor apresentará o livro aos alunos. Motivação significa motivar para a ação da leitura. Atividade: O(A) professor(a) destaca aos alunos que muitas pessoas, talvez a maioria, acaba sendo conhecida muito mais pelo apelido que tem do que pelo próprio nome, sendo que isso acaba por conceder-lhes, de certa forma, uma nova identidade. Então, pede que os alunos apresentem exemplos de sua família, de sua rua, de seu bairro, em que isso ocorre, ou seja, que os alunos citem pessoas de sua convivência que são conhecidas por apelidos. Após, o(a) professor(a) escreve em pequenos pedaços de papel alguns apelidos e os sorteia aos alunos. (Sugestões: ZÉ ANTA, VAGALUME, MEIO-COPO, MORTO-VIVO, ANZOL, FEIOMAR, DENGUE, DEDINHO, CÁCTUS.) 2. Após, pede-lhes que criem um sóciodrama (encenação) em que um dos alunos assumirá o papel do personagem dono do apelido e em que este contará à classe o porquê de ter tal apelido: que evento provocou o apelido? Quem o nominou assim? Por quê? Ele se agrada ou não do apelido? Feito isso, o professor escreve no quadro a palavra PERUCA e pede aos alunos que digam como deve ser um personagem que tenha tal identidade. Após as sugestões dos alunos, ele(a) apresentará o livro A vida sem graça de Challynho Peruca, destacando que o personagem principal da história também tem um apelido que acaba por “apagar” seu identidade. A vida sem graça de Charllynho Peruca Gustavo Piqueira ISBN: 978-85-7848-037-0 16 x 23 cm | 1 x 1 cor| 120 páginas Editora Biruta Ltda. Rua João Moura, 166 – São Paulo Site: www.editorabiruta.com.br Tel. (11) 3081-5741 E-mail: [email protected] (11) 3081-5739

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APRESENTAÇÃOCharllynho Peruca! Você já imaginou como deve ser a vida de um menino com esse nome? Pois a de Charllynho não tem graça alguma. Ele passa os dias correndo de um lado para o outro, a fim de entregar os lanches que seu pai fabrica. É tudo sempre igual. Até que um dia o menino terá que fazer uma entrega em um prédio com aparência de mal-assombrado. Na esquina, um suspeito garoto o observa. Quem poderá ajudar o Peruca a sair da embrulhada que ele se meterá?

MOTIVAÇÃOA motivação tem por objetivo chamar a atenção do aluno para o livro que será lido, inserindo-o na “atmosfera” literária, sem, contudo, fazer referência ao livro em si. Somente após a atividade motivacional o professor apresentará o livro aos alunos. Motivação significa motivar para a ação da leitura.

Atividade:O(A) professor(a) destaca aos alunos que muitas pessoas, talvez a maioria, acaba sendo conhecida muito mais pelo apelido que tem do que pelo próprio nome, sendo que isso acaba por conceder-lhes, de certa forma, uma nova identidade. Então, pede que os alunos apresentem exemplos de sua família, de sua rua, de seu bairro, em que isso ocorre, ou seja, que os alunos citem pessoas de sua convivência que são conhecidas por apelidos. Após, o(a) professor(a) escreve em pequenos pedaços de papel alguns apelidos e os sorteia aos alunos. (Sugestões: ZÉ ANTA, VAGALUME, MEIO-COPO, MORTO-VIVO, ANZOL, FEIOMAR, DENGUE, DEDINHO, CÁCTUS.)

2. Após, pede-lhes que criem um sóciodrama (encenação) em que um dos alunos assumirá o papel do personagem dono do apelido e em que este contará à classe o porquê de ter tal apelido: que evento provocou o apelido? Quem o nominou assim? Por quê? Ele se agrada ou não do apelido?

Feito isso, o professor escreve no quadro a palavra PERUCA e pede aos alunos que digam como deve ser um personagem que tenha tal identidade. Após as sugestões dos alunos, ele(a) apresentará o livro A vida sem graça de Challynho Peruca, destacando que o personagem principal da história também tem um apelido que acaba por

“apagar” seu identidade.

A vida sem graça de Charllynho PerucaGustavo Piqueira

ISBN: 978-85-7848-037-016 x 23 cm | 1 x 1 cor| 120 páginas

Editora Biruta Ltda. Rua João Moura, 166 – São PauloSite: www.editorabiruta.com.br Tel. (11) 3081-5741 E-mail: [email protected] (11) 3081-5739

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LEITURA OBJETIVADAAo indicar uma leitura, é interessante que o professor sempre a objetive, fornecendo chaves para que o leitor possa mergulhar no livro, a partir de certos indícios sobre em que deverá prestar atenção.

A mediação do professor, encaminhando rotas de leitura e acompanhando os alunos, a fim de perceber suas dificuldades na compreensão do lido, é de fundamental importância no trabalho de formação do leitor literário. É importante também estar aberto às interpretações, ideias, vindas dos alunos. Ler é troca. Sempre.

Assim, o professor pode pedir que os alunos leiam o livro percebendo o cotidiano de Charllynho, observando se, de fato, a vida do garoto não tem graça.

Um outro olhar pode centrar-se nas pessoas que circundam Charllynho: sua família e os frequentadores da lanchonete. Em que medida eles se revelam motivo de frustração ou de incentivo ao menino?

EXPLORAÇÃOExplorar o texto literário significa perceber a cosmovisão do aluno sobre o texto lido, além de buscar a qualificação de sua leitura, apontando aspectos pertinentes do livro, que interessem ao professor explorar. As atividades devem priorizar questões de compreensão, interpretação, opinião, visão do mundo, através de atividades reflexivas e também lúdicas.

I Atividade geral:1. Elaborar um quadro, tendo por base os personagens do livro, dividindo-os em dois grupos: aqueles que tornam a vida de Charllynho sem graça e aqueles que dão alguma graça à vida do menino.2. Solicitar que os alunos retomem o livro, observando seus recursos gráficos: destaques em negrito ou em caixa alta, oscilações do tamanho da letra, fotos. Promover discussão sobre o motivo que levou o designer a pensar o livro dessa maneira. O que tais recursos acrescentam ao livro, ao modo de contar a história? Como você avalia o uso de tais recursos visuais?

II Algumas atividades específicas:1. Questões estruturais:a) O narrador (quem conta a história) é alguém que conhece Charllynho, alguém que observa os eventos, mas não faz parte da história do menino, a não ser na cena final. Quem você acredita que seja esse narrador? Pode-se dizer que ele se confunde com o autor, Gustavo Piqueira? Em que aspectos?b) O olhar do narrador, muitas vezes, apresenta a situação vivida por Charllynho de um modo bem humorado. Assim, o que podia ser trágico (se a gente pensar o que o menino está vivendo, sentindo) acaba se tornando cômico. Destaque momentos do texto em que o humor aparece e posicione-se em relação ao mesmo, dizendo se você aprecia textos que

“brinquem” com as situações pelas quais o personagem passa.

2. Questões de compreensão e de interpretação:a) Na página 19, está escrito que “Charllynho admirava Manfred”. Quem é Manfred e qual o motivo da admiração do menino? É possível dizer que Manfred destoa dos demais personagens que frequentam a lanchonete? Por quê?

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b) Percebe-se no livro que o pai de Charllynho é um homem insensível, voltado apenas parasua atividade profissional. Trace um perfil de Charlão.c) A mãe de Charllynho aparece pouco na trama. Sua importância, todavia, na vida sem graça do filho é enorme. Justifique.d) Charllynho, no episódio da entrega do lanche a Edilene, acaba fazendo uma leitura errada das pessoas. Comente tal afirmação.e) “Ao virar as costas, deu de cara com o menino maltrapilho da semana anterior, parado na mesma esquina” (p. 37). Quem era esse menino? Por que ele apavorava o Peruca? Charllynho, de fato, tinha motivos para temê-lo? Por quê?3. Questões de opinião, de ampliação do mundo do leitor:a) Ao julgar pelas aparências, Charllynho acabou se angustiando e perdendo a chance de criar um evento diferente em sua vida, já que poderia ele ter sido o herói e não Harmoney. Você acha certo julgar alguém apenas pela aparência, assim como Charllynho fez com Edilene e Harmoney? Por quê?b) Em outro momento do texto, Charllynho viverá uma situação semelhante. Porém, agora, o preconceito será contra ele. Que situação foi essa e como o Peruca se sentiu ao ser discriminado e debochado? Você, no lugar dele, como agiria? Por quê?c) Na página 20, Manfred diz que Charllynho precisa ter sonhos maiores do que ser apenas um motoboy. Que outros sonhos o menino poderia ter? Você acredita que existam sonhos maiores e sonhos menores? Quais são seus maiores sonhos?d) Na sua opinião, o que Charllynho sentiu ao ser ludibriado pelo homem que fazia truques na praça? Você, no lugar dele, o que faria (ou faz) ao perceber que alguém o enganou?e) O narrador, em determinado momento, diz que Peruca já havia visto vários filmes de terror, mas que ele, o narrador, não curte este tipo de filme. Será que o fato de adorar filme de terror fez de Charllynho um menino mais suscetível a impressionar-se com situações como a vivida com a cigana Edilene? E você, costuma ver filmes de terror? O que eles provocam em você? Dentro do universo de terror, que tipo de filme o atrai mais? Por que os jovens, geralmente, se sentem atraídos por histórias de terror e sobrenatural?4. Ampliação de conhecimento, relações interdisciplinares.a) Manfred, em vários momentos, cita Paris. Auxiliado pelos professores de História e de Geografia, construir com os alunos um painel sobre a capital da França, destacando, sobretudo, os pontos referidos por Manfred no livro. É importante destacar a relevância de tal cidade para as Artes como um todo.b) Manfred destaca para Charllynho a importância de ter classe. O que, afinal, significa ter classe? Cite alguma pessoa pública que, na sua opinião, tem classe, justificando.c) Manfred também diz ao menino que “Gastronomia é a arte culinária. Tem comida, tem bebida...” (p. 41). Trazer aos alunos algumas receitas, a fim de que eles percebam a estrutura deste tipo de texto: ingredientes, modo de preparo, porções, além do tipo de linguagem: impositiva (verbos no imperativo). Após, solicitar que os alunos inventem uma receita tendo por base alguns temas do livro: Receita do amigo ideal, Receita do lanche perfeito, Receita de filme de terror, Receita de pai...d) Na página 88, Charllynho deseja ser o Super-Homem, pois se o fosse “não seria tão imbecil”. E você, caso fosse um super-herói, o que faria para si e para os outros?

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EXTRAPOLAÇÃOA extrapolação é um momento em que o(a) professor(a), a partir dos elementos destacados, discutidos e trabalhados no livro, desafiará os alunos a criar, a ir além do experimentado com a leitura, extrapolando sua mera condição de leitores.

Atividade: A CIDADE QUE NINGUÉM VÊ1. No livro, a cidade de São Paulo funciona quase como uma personagem. Afinal, seu colorido, suas ruas, sua gente são pano de fundo para o que vive Charllynho. Assim, uma atividade interessante é, após destacar a importância de São Paulo na construção do livro, sugerir que os alunos saiam pela sua cidade, realizando um trabalho de campo em que deverão perceber aspectos inusitados de sua cidade ou ainda desconhecidos por eles: ambientes, cenas, gente, curiosidades, flagrantes. O ideal é orientar a sensibilidade dos alunos para perceberem aquilo que, normalmente, não é percebido, buscando revelar aspectos não relevantes de sua cidade, tais como pontos turísticos badalados.2. Tal trabalho de campo deverá ser registrado através de fotografias.3. Após, o(a) professor(a) e os alunos organizarão uma exposição, cujo nome será “A cidade que ninguém vê”.4. Abaixo de cada foto, os alunos escreverão pequenos textos com suas percepções sobre os flagrantes documentados.5. Durante a exposição, alunos-monitores explicarão como se deu a escolha dos locais, das cenas, dos flagrantes fotografados e que novo olhar sobre sua cidade tal exposição lhes trouxe.

Atividade: GALERIA DE RETRATOS1. Uma das coisas que mais fascinava Challynho eram os retratos pintados pelo velho hippie, tanto que, em seu aniversário, no final do livro, é o que ele receberá de presente-surpresa. Assim, orientados pelo professor de Arte, os alunos serão convidados a retratarem personalidades referidas no livro, tais como Tom Cruise, Malu Mader, Madonna, Cauby Peixoto, Roberto Carlos, Maria Bethânia, Michael Jackson.2. Após, o(a) professor(a) organizará com os alunos uma exposição dos retratos, sendo que os retratistas apresentarão detalhes das vidas dos retratados, podendo, inclusive, usar músicas cantadas ou cenas de filmes realizados pelos mesmos como ambientação sonora da exposição.

Atividade: NOVA MOEDA1. Tendo como inspiração o dinheiro falsificado com a efígie do Roberto Carlos e auxiliados pelos professores de Arte, de Geografia e de História, os alunos, em pequenos grupos, deverão criar uma nova moeda: nome, valores, câmbio em relação às principais moedas em circulação no mundo.Obs.: É interessante uma pesquisa anterior sobre o sistema monetário em geral, bem como sobre a evolução dos sistemas econômicos até à chegada da moeda como valor de troca.2. Feito isso, os alunos, em grupo, serão desafiados a criar as cédulas da nova moeda com seus respectivos valores e “personagens” homenageados.