A VISÃO DO GESTOR EM RELAÇÃO À FORMAÇÃO DA … Maria de... · consciência ambiental na...
Transcript of A VISÃO DO GESTOR EM RELAÇÃO À FORMAÇÃO DA … Maria de... · consciência ambiental na...
Isabel Maria de Oliveira Carvalho
Liane Cristina Bloch Chu
A VISÃO DO GESTOR EM RELAÇÃO À FORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA AMBIENTAL NA ESCOLA
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Faculdade de Educação
Curso de Pedagogia São Paulo – 2007
Isabel Maria de Oliveira Carvalho
Liane Cristina Bloch Chu
A VISÃO DO GESTOR EM RELAÇÃO À FORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA AMBIENTAL NA ESCOLA
Trabalho apresentado como requisito para
conclusão da Habilitação Administração
Escolar sob a orientação da Profª. Drª.
Maria Otilia J. M. Mathias.
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Faculdade de Educação
Curso de Pedagogia São Paulo – 2007
Isabel Maria de Oliveira Carvalho
Liane Cristina Bloch Chu
A VISÃO DO GESTOR EM RELAÇÃO À FORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA AMBIENTAL NA ESCOLA
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. ________________________________________________________
Prof. Dr. ________________________________________________________
Prof. Dr. ________________________________________________________
Resumo
O papel do gestor em relação à formação da consciência ambiental na
escola foi objeto de estudo desta pesquisa.
Procuramos diagnosticar em que medida o gestor atua junto às
comunidades trabalhando questões sobre a preservação dos ecossistemas e a
redução dos danos causados ao meio ambiente por ações antrópicas.
Nessa perspectiva, delimitamos como público alvo de nossa pesquisa
gestores que atuam em quatro escolas: escola pública municipal, escola pública
estadual, escola particular religiosa e escola particular laica.
Para realizarmos a coleta de dados utilizamos como instrumento um
questionário composto por questões fechadas com várias alternativas e questões
abertas.
Entendemos que por meio da Educação Ambiental pode-se preparar os
educandos para o exercício da cidadania pela participação individual e coletiva.
Assim, educar no caminho da cidadania exige novas estratégias de fortalecimento
da consciência crítica, a fim de preparar homens e mulheres para que possam
exigir seus direitos e cumprir seus deveres; obter uma participação social e uma
representatividade expressiva, de modo que contribuam na formulação de
políticas públicas e na construção de uma cultura democrática participativa.
Acreditamos que, por meio da Educação Ambiental estruturada a partir de
bases políticas, conceituais, filosóficas e ideológicas poderemos propor novas e
positivas formas de abordagem e de planejamento para o processo de
desenvolvimento local, nacional e mundial com sustentabilidade
Palavras-chave: sustentabilidade, preservação, educação ambiental,
gestão democrática e participativa, cidadão crítico.
DEDICATÓRIA
Por Isabel Maria de Oliveira Carvalho
À pessoa que deu nova dimensão em minha vida. A você Nelvy, meu
marido, pela incansável paciência, carinho, amor, companheirismo, compreensão
e cooperação, sem o qual jamais teria conseguido.
A minha Mãe que me deu a vida me ensinou a lutar e jamais deixou de
acreditar, me incentivando e dando animo para o recomeço...
Aos meus irmãos que fazem parte do meu sucesso e em especial a você
João José que foi a mola mestra ao me impulsionar nos momentos mais difíceis
da minha vida.
Aos meus sobrinhos, cunhados, primos e tios.
Aos meus amigos.... por tudo que representam em minha vida.
Em especial à minha Profª. Drª. Maria Otilia J. M. Mathias e o Professor
Joaquim Pedro Villaça de Souza Campos que me serviram de exemplo ao longo
da caminhada.
Aos meus companheiros de sala que me ajudaram de todas as formas, na
conclusão desse curso, especialmente a você Liane, com toda a sua delicadeza,
seu afeto e parceria, sempre me apoiou, me deu forças, em todos os sentidos, a
minha eterna gratidão.
À todos pelo apoio, colaboração e incentivo constante.
Danielle Aline Bruna Carla
Natali Ângela de Paula Gicélia Lara
Paula Schein Maria Nelma Pedro Roseli
Mario Natália Erica Vânia
Edmara Mariana Morin Manuela Mara
Letícia Mariana Dantas Valéria Lívia
Vilma
Agradeço a todos aqueles que me ajudaram, de uma forma ou outra, a
realizar uma travessia como esta. São pessoas especiais que não preciso indicar
seus nomes, pois elas sabem quem são.
Por Liane Cristina Bloch Chu
Dedico este trabalho a duas pessoas que é a razão por me dedicar a voltar
aos estudos. Em primeiro lugar, ao meu companheiro de todas as horas,
Vanderlei Chu, que além do apoio, estímulo, carinho e amor, me ensinou a
ordenar a mente no caminho certo a seguir.
Em segundo, ao meu filho Jimmy Bloch Chu, pela paciência que teve
comigo e pelas horas que o deixei sozinho, para poder escrever e me dedicar ao
TCC.
Muito obrigada! Tudo que espero ser devo a vocês, eu tenho muito orgulho
disso...
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, agradeço em especial à Profª. Drª. Maria Otilia J. M.
Mathias, que me acolheu em momentos difíceis durante o curso de Pedagogia da
PUC/SP e de modo carinhoso sempre me mostrou o caminho certo a seguir. É
um exemplo de professora e profissional para mim. Obrigada pelas diversas
recomendações de leitura e pelo apoio e incentivo à pesquisa.
Agradeço em especial a minha amiga Isabel Maria de Oliveira Carvalho
(Belita), pela paciência, pelos comentários e correções dos rascunhos e
principalmente pela ajuda nos momentos difíceis que passamos nestes 4 anos de
convivência, foram momentos incríveis que considero como uma irmã estudiosa e
muito inteligente.
Agradeço as minhas amigas que estiveram comigo no decorrer desses
quatros anos de faculdade, compartilhando muitos momentos bons e
inesquecíveis. São elas: Danielle, Natalie, Paula Schein, Lívia, Mara, Edimara,
Letícia, Mário, Pedro, Gicélia, Vilma, Nelma, Vânia, Belita, Bruna, Lara, Carla e
Aline.
Agradeço a todas as professoras da Habilitação em Administração Escolar
e em especial à Profa. Ana Maria Di Grado Hessel, que nos mostraram o quanto é
desafiador ser um gestor educacional e o quanto é gratificante trabalhar na área
da educação.
Preâmbulo para a Agenda 21
Carta da Terra
Nós somos a Terra, gente, plantas e animais;
somos chuva e oceanos.
Honramos a Terra que é o lugar de todos os seres vivos.
Apreciamos a beleza da Terra e sua diversidade de vida.
Agradecemos a capacidade da Terra em renovar-se e ser base
Para todas as formas de vida.
Reconhecemos o lugar especial da Terra em que
tem povos indígenas, seus territórios, seus costumes e suas
relações únicas que mantêm com a Terra.
Estamos constrangidos pelo sofrimento humano,
pela pobreza e pelos danos provocados à ela, em decorrência da desigualdade do poder.
Aceitamos a responsabilidade compartilhada para proteger e restaurar a Terra, para seu
uso racional e equilibrado dos recursos e esperar um equilíbrio ecológico, assim
como os novos valores sociais, econômicos e espirituais.
Em toda a nossa diversidade, somos únicos.
Nosso lugar comum está crescentemente ameaçado.
Portanto, comprometemo-nos com os seguintes princípios, ressaltando
em todo o momento, as necessidades
particulares das mulheres, dos grupos indígenas, do
“Sul”, dos incapacitados e de todos aqueles que
se encontram em desvantagem.
Pontifícia Universidade Católica – São Paulo
Faculdade de Educação – Pedagogia
Métodos e Técnicas de planejamento em educação – 2007
Nome do (a) Aluno (a): Liane Cristina Bloch Chu
Isabel Maria de Oliveira Carvalho
Tema (TCC): A visão do gestor sobre o seu papel frente à formação da
consciência ambiental na escola.
Problema: Como é a atuação do gestor junto às comunidades a preservação do
ecossistema e a redução dos danos causados ao meio ambiente?
Justificativa: Estudos atuais demonstram uma crescente preocupação mundial
com questões sobre o aquecimento do planeta, a destruição dos recursos
naturais e do meio ambiente. Questões que afetam as pessoas nas dimensões da
saúde, da qualidade de vida e esperança para o futuro. Em que medida o gestor é
capaz de desenvolver a prática de uma consciência ecológica / ambiental que
garanta a sustentabilidade tanto local como global.
Levantamento Bibliográfico
LEFF, Enrique. Epistemologia Ambiental. São Paulo: Cortez, 2002.
JR PHILIPPI, A.; PELICIONI, M. C. F. (org.) Educação Ambiental e
Sustentabilidade. Barueri: Manole, 2005.
REIGOTA, Marcos (org.) Verde Cotidiano – o meio ambiente em discussão. 2ª.
ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.
RICHARDSON, Roberto Jarry e colaboradores. Pesquisa Social - Métodos e
Técnicas. São Paulo: Atlas, 1999.
SATO, Michèle. Educação Ambiental. São Carlos: Rima, 2003
Sumário Justificativa............................................................................................................ 11Introdução............................................................................................................. 17Objetivos gerais.................................................................................................... 18Objetivos específicos ............................................................................................ 18Fundamentação Teórica........................................................................................ 19Procedimentos Metodológicos.............................................................................. 34Análise de dados................................................................................................... 35Considerações Finais............................................................................................ 40Projeto de Assessoria Pedagógica........................................................................ 48Referência Bibliográfica........................................................................................ 61Apêndice............................................................................................................... 63
11
A vida é uma grande amiga da gente
Nos dá tudo de graça pra viver
Sol e céu, luz e ar,
Rios e fontes, terra e mar
Somos os herdeiros do futuro
E pra esse futuro ser feliz
Vamos ter que cuidar
Bem desse país
(Música Herdeiros do Futuro, Cantor: Toquinho)
Justificativa
Os estudos realizados em 2004 na disciplina Biologia da Educação I e II no
curso de Pedagogia tiveram como foco central a temática Educação Ambiental e
Saúde, os quais levantaram diferentes questões que mereceram abordagem mais
detalhada.
Passamos a observar os diferentes espaços que compõem o campus
universitário. Também realizamos duas entrevistas que trouxeram informações
importantes para nosso “pré-projeto de pesquisa”, assim denominado no ano
2004.
Participamos do projeto “A PUC que temos e a PUC que queremos”,
desenvolvido pela disciplina Biologia da Educação I e II. Os resultados
demonstraram que a discussão – Educação Ambiental e Saúde – estava aberta
na Universidade, o que nos instigou a elaborarmos uma iniciação científica com o
tema: O papel da Universidade na formação da consciência ambiental.
Esses conhecimentos, mesmo que iniciais, despertaram nosso interesse
em pesquisar sobre a área ambiental dentro de nossa Universidade. Acreditando
na importância da educação ambiental e para possibilitar mudanças dos valores e
comportamentos dos indivíduos e os significados dos seus princípios
fundamentais para alcançar a sustentabilidade nas dimensões econômicas, ética
e técnica, procuramos saber que ações pontuais e/ou projetos a Universidade
desenvolveria em relação à coleta de lixo e mais especificamente de pilhas e
baterias de celulares.
A sociedade mostra-se cada vez mais preocupada com as crises que
prejudicam o meio ambiente e com o desenvolvimento sustentável, mas
principalmente o que tem sido causa de maior preocupação é o fato de que esses
problemas afetam as pessoas nas dimensões da saúde, da qualidade de vida e
da esperança para o futuro.
12
Um dos problemas centrais do fim do século XX e início do século XXI é a
questão ambiental e sua compatibilidade com o desenvolvimento econômico
sustentável, prova disso é o Protocolo de Kioto1.
A consciência dessa questão por parte dos diferentes governos e suas
populações constitui a base de qualquer estudo referente à possibilidade de um
futuro com melhor qualidade de vida.
O desenvolvimento científico nos séculos XIX e XX partiu da idéia da
dominação da natureza e de sua transformação pelo processo de industrialização,
sem ter consciência de que os recursos naturais eram limitados. Não havia
conscientização por parte da população, nem aplicação da legislação ambiental
que pudessem modificar ou coibir as ações então desenvolvidas que provocaram
alterações do ambiente e uso indiscriminado de seus recursos.
A partir do final do século XX, de modo especial na Europa, surgem
movimentos sociais que procuram conscientizar as populações da limitação dos
recursos naturais e do perigo que representa a sua destruição. A crise do petróleo
certamente teve papel importante no despertar desse debate. Por toda parte,
organizações não governamentais como Greenpace2 promovem ações como
forma de contestação, ao mesmo tempo em que a indústria de reciclagem
representa em alguns países europeus, e atualmente também no Brasil um
importante setor da economia. Por exemplo, na Alemanha, o alumínio e o papel
são obtidos em 30% pelo processo de reciclagem.
No Brasil, desenvolve-se o processo de reciclagem de alumínio e papel
criando um personagem típico das grandes cidades – catadores de papel e latas
– que percorrem as cidades recolhendo matéria-prima para a crescente indústria
da reciclagem em muitos Estados do país.
Na mesma direção, as destruições dos rios que cortam a cidade de São
Paulo, transformados em canais de detritos, passam a ser objeto de projetos de
recuperação financiados por agentes econômicos internacionais. Destacam-se
nesse contexto, os rios Tietê, Tamanduateí e Pinheiros, além das represas, que
1 Protocolo de Kioto é um documento que se refere à emissão de gás carbônico para a atmosfera e o compromisso dos países que o assinaram em trabalhar para a diminuição dessa emissão. 2 Greenpace é uma ONG internacional cuja função é iniciar e coordenar atividades de campanhas e programas referentes às ações políticas e econômicas com relação ao meio ambiente.
13
para produzirem eletricidade a partir da década de 1940, provocaram a inversão
do rio Pinheiros causando efeito poluidor nas represas.
Diante do quadro descrito, é fundamental a formação de profissionais – nas
mais diversas áreas-, com consciência crítica para instigar a participação das
comunidades sociais na proteção da natureza, partindo do princípio de que a
preservação dos ecossistemas3 é condição necessária para a sobrevivência do
homem no futuro. É importante também, desenvolver pesquisas com o objetivo de
promover um processo industrial - hoje abalizado no desenvolvimento técnico,
trazido pela informatização -, com a tecnologia sustentável, que otimizam os
recursos utilizados de modo a reduzir a produção de lixo, a poluição e a
destruição ambiental.
Atualmente, deparamo-nos com uma situação problema relacionada com
o descarte de baterias dos 70 milhões de celulares utilizados no Brasil que se
apresenta como uma questão ambiental grave, causando grande efeito poluidor.
O modo que os usuários descartam baterias e pilhas constituem um indicador
eficiente do seu grau de consciência dessa problemática e da prática
conseqüente. É necessário defendermos idéias tais como a diminuição na
produção do lixo, pois o melhor lixo é aquele que não foi produzido pelo homem,
ou ainda uma vez produzido, é fonte de riqueza quando reciclado e industrializado
adequadamente.
A partir desse contexto, podemos considerar que a educação como
instância integralizadora fundamentada em valores éticos, visando à vivência da
sustentabilidade4 encontra na Escola um locus privilegiado.
De fato, a questão ambiental tornou-se, nos últimos anos, objeto de
atenção e estudo em diferentes disciplinas, tanto na área das ciências naturais
como das ciências humanas. Por outro lado, os projetos que envolvem a
Pedagogia na atualidade devem ter como foco a interdisciplinaridade5, o que cria
3 Ecossistemas é a natureza limitada a um espaço físico onde há um conjunto estável e dinâmico de seres vivos e componentes do ambiente físico gerando um fluxo de energia e ciclos de formação de nutrientes. 4 Sustentabilidade: desafio a ser alcançado na atualidade onde a produtividade, a lucratividade e a conservação do meio ambiente seriam conciliadas; esse termo se mostra bastante polêmico, não havendo consenso sobre um significado específico. 5 Zabala (1998, p. 143) explica interdisciplinaridade como a interação entre duas ou mais disciplinas, que pode ir desde a simples comunicação de idéias até a integração recíproca dos conceitos fundamentais e da teoria do conhecimento, da metodologia e dos dados da Pesquisa.
14
interesse especial para o estudioso da ciência da Educação no tema Educação
Ambiental e Saúde.
Para Leff (2002, p.117), “a consciência ambiental se manifesta como uma
angústia de separação e uma necessidade de reintegração do homem na
natureza”. Dar ênfase a um desenvolvimento sustentável, numa ação equilibrada
do progresso no presente e garantir a qualidade ambiental para as gerações
futuras, é uma das funções que cabe a Educação e a Sociedade.
A educação ambiental divulga-se nos últimos anos, desde a educação
infantil até o ensino superior, por meio dos Parâmetros Curriculares Nacionais
Meio Ambiente e Saúde – Temas Transversais - como componente da matriz
curricular. Essa divulgação poderá ser realizada por meio de diferentes projetos
educativos, voltados para a realidade do indivíduo e da comunidade, formando
capacitadores educacionais, enfocando a interdisciplinaridade e o
desenvolvimento sustentável.
Educar, ensinar a cuidar e instruir no sentido de socializar, é um papel
integralizador fundamentado em valores morais, éticos e espirituais, visando à
vivência da sustentabilidade. Sendo assim, a educação requer um trabalho
interdisciplinar de consciência, conhecimento de saberes, uma postura de
integração apreendida como instrumento de transformação individual e coletiva,
de ações diretas e intencionais, atitudes e comportamentos na dimensão do
educar e do (re) educar.
Para isso, busca-se a construção da cidadania por meio do
desenvolvimento de projetos, além de atividades pontuais, que dêem condições
de se construir conhecimentos, reverem valores para compreender e interpretar o
mundo e conseqϋentemente agir sobre o mesmo. Portanto, é necessário que em
todos os espaços educativos, formais e não formais, se desenvolvam pesquisas,
projetos e debates multidisciplinares com o objetivo de construir o pensamento
crítico, reflexivo frente às condutas automatizadas geradas pela sociedade atual,
baseada na racionalidade econômica6.
6 Segundo Leff (2001), racionalidade econômica caracteriza-se por sua capacidade de destruição, de entropia, de degradação dos ecossistemas e da maioria da população.
15
Estamos diante de algumas questões centrais que deverão ser
questionadas e recolocadas para compreender quais os comportamentos e ou
ações precisam ser tomadas e desenvolvidas, bem como quem são os agentes
sociais que poderão reverter o quadro de degradação ambiental.
Atualmente, o educador deve possibilitar ao educando o desenvolvimento
de competências relacionadas ao criar, estruturar, dinamizar as situações de
aprendizagem e estimular as capacidades individuais para o aprender, realizando
as tarefas concretas na teoria e prática. Têm que repensar o seu papel,
recontextualizarem na sua identidade e responsabilidade mantendo um constante
processo de auto-formação e identificação profissional.
Nosso trabalho se propõe a diagnosticar como o gestor trabalha na
unidade escolar - junto à comunidade local -, a preservação do ecossistema e a
redução dos danos causados ao meio ambiente.
A escola é uma comunidade social organizada de modo a criar condições
de reflexividade, individuais e coletivas. Um grupo social constituído por alunos,
professores e funcionários com fortes ligações, envolvendo a comunidade por
meio dos pais e dos representantes do poder público, fatores relevantes da
gestão democrática e participativa7. Portanto, a escola é um locus privilegiado de
trabalho para a promoção dessa gestão, assim como, as disciplinas que compõe
a matriz curricular dos diferentes níveis de ensino são recursos pelos quais os
conhecimentos científicos de que disponíveis à sociedade são colocados ao
alcance dos alunos.
O envolvimento de gestores, coordenadores, professores, alunos,
funcionários da escola, pais e a comunidade, onde se insere a escola para
participarem de debates sobre temas contemporâneos – como a sustentabilidade
da comunidade local -, que afetam de forma direta suas vidas e as futuras
gerações é um grande desafio. Cabe a escola como instituição e ao gestor
7 Segundo ABU-DUHOU, I. Uma gestão mais autônoma das escolas. Brasília: UNESCO, IIEP, 2002. Gestão democrática participativa esta associada ao estabelecimento e mecanismos legais e institucionais e á organização de ações que desencadeiem a participação social: na formulação de políticas educacionais; no planejamento; na tomada de decisões; na definição do uso de recursos e necessidades de investimento; na execução das deliberações coletivas; nos momentos de avaliação da escola e da política educacional. Também a democratização do acesso e estratégias que garantam a permanência na escola, tendo como horizonte a universalização do ensino para toda a população, bem como o debate sobre a qualidade social dessa educação.
16
promoverem ações educativas e sociais por meio da gestão democrática
participativa que, além de criar uma abertura para o diálogo, proporciona a
valorização do ser humano, como um elemento de transformação da realidade
social, impulsionando toda a comunidade local para a formação de cidadãos
críticos e conscientes sobre a questão ambiental.
Enfim, potencializar por meio da educação à compreensão sócio-política
das questões ambientais, a formação da consciência ambiental, a construção de
valores para o exercício da cidadania são objetivos que gestores, e demais
educadores deverão perseguir e alcançar.
17
Introdução
Nosso trabalho está pautado nas problemáticas e discussões das questões
ambientais, assim como na preocupação em que o tema tem sido minimizado nas
escolas, cujo enfoque deve ser prioritariamente do ensino de uma educação
ambiental voltada ao incentivo de práticas e ações na preservação do meio
ambiente.
A escola é um local que tem todas as características abarcadas para
processar um ensino onde os indivíduos, futuros cidadãos incumbidos de
preservar o mundo que o cercam, consigam assimilar os conceitos aprendidos e
interiorizar suas atitudes, mediante a aquisição de comportamentos que
conseqüentemente permitirão compreender de que maneira a sociedade pode ter
uma relação de interdependência entre os fatores de produção, o
desenvolvimento econômico juntamente com sua ideologia e sua estrutura do
poder dominante, usufruir os recursos oferecidos pela natureza, sem causar
riscos para a saúde do homem e danos ao planeta, e obter uma melhoria na
qualidade de vida.
Sabemos que a educação ambiental representa um exercício de cidadania
estabelecendo uma participação conjunta e comunitária do individuo e não
individualista. Essa educação deve despertar em todos a consciência de que o
ser humano é parte integrante do meio em que vive e tentar superar a visão
antropocêntrica, holística, que fez com que o homem se tornasse
preferencialmente o centro de tudo esquecendo a importância da natureza, que
significa um fator essencial para a sobrevivência das espécies.
Portanto, os processos por meio dos quais os indivíduos e a sociedade
coletivamente irão construir os valores morais, éticos e sociais, dependem dos
conhecimentos, habilidades, atitudes, comportamentos e competências adquiridas
na educação ambiental, voltadas para a conservação do meio ambiente, que
representa um bem comum à humanidade, primordial na qualidade de vida e da
sua preservação e sustentabilidade.
18
Objetivos gerais
Diagnosticar como o gestor trabalha na unidade escolar e na
comunidade local a preservação dos ecossistemas e a redução dos
danos causados ao meio ambiente.
Caracterizar em que medida o gestor cria ou permite criar
possibilidades para a formação de uma consciência ambiental nos
alunos, professores, pais e demais participantes da escola,
desenvolvendo capacidades e competências relacionadas à
consciência ambiental, preparando-os para o exercício de
cooperação na realização de ações comuns, que minimizem os
danos ambientais.
Objetivos específicos
Investigar em que medida o gestor proporciona e incentiva o
desenvolvimento de ações, atividades ou projetos, que garantam a
sustentabilidade sócio-econômica em relação com a problemática
ambiental.
Levantar informações sobre ações educativas elaboradas e
praticadas pela comunidade escolar que contribuem para a
preservação da natureza, a redução do aquecimento global e a
destruição ambiental.
Diagnosticar quais conhecimentos que o gestor, o professor e
demais participantes da comunidade escolar têm com relação às
conseqüências da degradação ambiental oriundos do não
recolhimento de lixo reciclável e materiais tóxicos.
Buscar possíveis relações entre o conhecimento adquirido pelo
gestor durante o curso de formação universitário, com a prática da
consciência e a formação continuada dos atores que compõe o
espaço escolar.
19
Será que no futuro haverá flores?
Será que os peixes vão estar no mar?
Será que os arco-íris terão cores?
E os passarinhos vão poder voar?
Será que a terra vai seguir nos dando
O fruto, a folha, o caule e a raiz?
Será que a vida acaba encontrando
Um jeito bom da gente ser feliz?
Vamos ter que cuidar bem desse país
(Música Herdeiros do Futuro, Cantor: Toquinho)
Fundamentação Teórica
Nos dias atuais já existem propostas fundamentadas na sustentabilidade
para enfrentar situações de degradação do meio ambiente. O desenvolvimento
sustentável entendido como um desenvolvimento que atende as necessidades
humanas sem esgotar os recursos naturais para as gerações futuras, de forma
que esses recursos que nos servem, estarão à disposição dessas gerações que
estão por vir.
Entretanto, apesar dos avanços da Ciência e da Tecnologia, do empenho
de uma parcela da população “consciente ambientalmente” e das experiências
existentes, há uma grande distância entre o conhecimento e a prática educativa
da maioria dos professores em exercício, que tem como base de referência
teórica os Parâmetros curriculares nacionais. Portanto, é preciso formar
profissionais com o conhecimento em políticas públicas para a elaboração e
implementação de planos, projetos e programas que viabilizem o alcance dos
objetivos referentes aos conhecimentos científicos necessários sobre saúde,
educação e meio ambiente, associados também as práticas interdisciplinares
compatíveis com a realidade escolar; capazes de formar profissionais de atuar em
equipes multiprofissionais envolvendo diferentes setores, áreas e instituições.
Nessa perspectiva, a formação da consciência ambiental na escola se dará pela
busca de autonomia e emancipação social:
[...] Educação Ambiental entendida como por meio do
processo de construção do papel social de cada
indivíduo dentro de suas comunidades, visando à
melhoria da qualidade de vida e da estrutura da
sociedade. É um resgate de valores, visando
mudanças de comportamentos, buscando a
integração do homem com o meio ambiente, o
20
conhecimento interdisciplinar da natureza e da
História e a discussão do papel do homem sobre o
mundo. (Magozo, H.M.C.,2005; Subjetividade no
Processo Educativo: Contribuições da Psicologia à
Educação Ambiental in: Educação Ambiental e
Sustentabilidade, Pelicioni & Philippi Jr. p. 425.
Há um processo a ser considerado na experiência permanente do
educador. No dia-a-dia ele recebe e transmite conhecimentos que são
acumulados pelo professor e vice-versa, o aluno e o professor apreendem em
conjunto.
No entanto, como o ser humano não aprende apenas aquilo que lhe é
ensinado pelo professor, mas também principalmente aprende na relação com o
outro, a educação tem uma estratégia de caráter social que leva os indivíduos a
serem criativos e a desenvolverem as suas capacidades e competências,
preparando-os para o exercício da cooperação na realização de ações comuns.
Uma educação libertadora freireana, a qual apenas o aprender dos conteúdos
não significa a libertação do ser humano, também é enfatizada por Pelicioni,
Castro, Philippi Jr (2005):
[...] É preciso que a educação vá além do
pragmatismo, é preciso fazer a unidade dialética
contraditória, ou seja, estabelecer uma relação entre
a leitura da palavra e a leitura do mundo. È preciso
fazer a leitura do texto e do contexto [...]. Se somos
educadores, somos políticos. Se somos educadores
e, portanto políticos, temos que ter certeza com
relação à nossa opção. Enquanto educadores, nosso
sonho não é pedagógico, mas, político. As formas de
trabalhar, os métodos utilizados nesse trabalho, tem
muito de pedagógico, mas, são eminentemente
políticos”. (PELICIONI; CASTRO; PHILIPPI JR.; 2005,
p. 688).
A concepção de educação libertadora e transformadora freireana, percebe
o homem como um ser autônomo. Essa autonomia está presente na definição de
vocação ontológica de “ser mais” que está associada à capacidade de transformar
21
o mundo. É exatamente aí que o homem se diferencia do animal, por este viver
num presente indiferenciado e por não se perceber como um ser unitário distinto
do mundo, o animal não tem história. Surge a opção pela concepção
problematizadora da educação, a qual compreende o homem como ser em
constante busca, capaz de lidar com novas situações e de exercer sua
autonomia, inserido num contexto social e cultural, podendo intervir e modificar.
Nesse sentido, os educandos tornam-se investigadores críticos em diálogo com o
educador e com outros educandos.
A educação problematizadora favorece o desenvolvimento de trabalhos
colaborativos e permite o exercício da autonomia do aluno, pois o torna
responsável pela construção do conhecimento para a configuração de propostas
e soluções.
A autonomia na relação pedagógica significa: reconhecer no outro sua
capacidade de ser, de participar, de ter o que oferecer, de decidir, de não
desqualificá-lo, pois, a educação é um ato político, de liberdade e de
compartilhamento, o que implica em partir da compreensão do sujeito como ser
capaz de gerir seu processo de aprendizado e responsável pela organização de
seu próprio estudo.
A pessoa autônoma não é aquela que faz tudo o que deseja que se
auto-governa sem se importar com as pessoas a sua volta. Pelo contrário, o
sujeito autônomo sabe coordenar as regras, idéias, decisões e preferências de
seu grupo social, agindo de forma harmônica.
Vê-se que Freire (1983 p. 39) parte sempre da análise do contexto da
educação como um processo de humanização, ou seja, o caráter problematizador
que se dá por meio do diálogo, tem a base existencialista, visto que o diálogo "se
impõe como caminho pelo qual os homens ganham significação enquanto
homens .
Então, a prática não pode prender-se à leitura descontextualizada do
mundo, ao contrário, vincula o homem nessa busca consciente de ser, estar e agir
no mundo num processo que se faz único e dinâmico, melhor dizendo, é o
22
apropriar-se da prática dando sentido à teoria. Sobre essa conceituação assim se
expressa Freire Freire (1983 p. 40) "[...] a práxis, porém, é ação e reflexão dos
homens sobre o mundo para transformá-lo" Portanto, a função da prática é a de
agir sobre o mundo para transformá-lo.
A educação problematizadora responde à essência do ser e da sua consciência, que é a intencionalidade. A intencionalidade está na capacidade de
admirar o mundo, ao mesmo tempo desprendendo-se dele, nele estando, que
desmistifica, problematiza e critica a realidade admirada, gerando a percepção
daquilo que é inédito e viável. Resulta em uma percepção que elimina posturas
fatalistas que apresentam a realidade dotada de uma determinação imutável. Por
acreditar que o mundo é passível de transformação a consciência crítica liga-se
ao mundo da cultura e não da natureza. O educando deve primeiro descobrir-se
como um construtor desse mundo da cultura. Essa concepção distingue natureza
de cultura, entendendo a cultura como o acréscimo que o homem faz ao mundo,
ou como o resultado do seu trabalho, do seu esforço criador. Essa descoberta é a
responsável pelo resgate da sua auto-estima, pois, tanto é cultura a obra de um
grande escultor, quanto o tijolo feito pelo oleiro. Procura-se superar a dicotomia
entre teoria e prática, pois durante o processo, quando o homem descobre que
sua prática supõe um saber, conclui que conhecer é interferir na realidade,
percebe-se como um sujeito da história. Para ele "não se pode separar a prática
da teoria, autoridade de liberdade, ignorância de saber, respeito ao professor de
respeito aos alunos, ensinar de aprender".
Nessa concepção, o conhecimento não pode advir de um ato de "doação"
que o educador faz ao educando, mas sim, um processo que se realiza no
contato do homem com o mundo vivenciado, o qual não é estático, mas dinâmico
e em transformação contínua. O diálogo supõe troca, os homens se educam em
comunhão, mediatizados pelo mundo.
“... e educador já não é aquele que apenas
educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em
diálogo com o educando, que ao ser educado,
também educa..." Freire, Paulo - Pedagogia da
23
autonomia: saberes necessários à pratica educativa –
Rio de Janeiro,: Paz e Terra ,1977 p. 182)
Desse processo, advém um conhecimento que é crítico, porque foi obtido
de uma forma autenticamente reflexiva, e implica em ato constante de desvelar a
realidade, posicionando-se nela. O saber construído dessa forma percebe a
necessidade de transformar o mundo, porque assim os homens se descobrem
como seres históricos e dialógicos.
Para Freire o diálogo está na essência da educação libertadora.
Essa educação libertadora recolhe na experiência permanente do
educador, todos conhecimentos e conteúdos acumulados pelo sujeito no dia-a-
dia, e deve transformá-los na dialética do saber aprendido e ensinado. Quando se
pensa que quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender,
o ensinar, não é entendido apenas como a transferência de conhecimentos,
conteúdos e formação, mas é propriamente a ação de apreender e, portanto, o
ensino dialógico só terá existido quando este resultou num aprendizado em que o
aprendiz se tornou capaz de recriar, refazer ou repassar aquilo que lhe foi
ensinado, ou seja, existirá na medida em que, o que foi ensinado for realmente
aprendido pelo aprendiz.
Esta é para nós pesquisadores o cerne da vivência racional e autêntica,
exigida pela prática do ensinar-aprender e apreender na Educação Ambiental e,
que fatalmente trará uma postura ativista por meio de uma reflexão crítica sobre a
prática de ontem, de hoje, para então poder melhorar a próxima prática. Assim
como também é uma experiência total, diretiva, política, ideológica, pedagógica,
estética, moral e ética, capaz de transformar o sujeito num ser social e histórico,
ser pensante, criador, consciente, que usa sua capacidade de aprender não
apenas para se adaptar ao meio, mas, para apreensão da realidade.
Entendemos que com um processo educativo articulado e compromissado
com a sustentabilidade e ações de todos os participantes da escola privilegiando
o diálogo e as diferentes áreas do saber, elaboraremos premissas que nortearão
24
mudanças na forma de pensar, construir conhecimentos e transformar, e propor
novas práticas educativas que discutam a complexidade ambiental.
Refletir sobre a complexidade ambiental possibilitará o surgimento de
diferentes olhares e oportunidades para compreender a geração de novos atores
sociais que se mobilizarão para a apropriação da natureza.
A necessidade de abordagem da questão - complexidade ambiental- é
decorrente da percepção e do processo de reflexão acerca das práticas
existentes ao se pensar a realidade de modo complexo. É imprescindível que
essa complexidade seja definida como uma nova racionalidade e um espaço em
que se articulam natureza, técnica e cultura.
Para não comprometer os sistemas ecológicos e sociais que sustentam as
comunidades e ameaçar diretamente o planeta pelos riscos socioambientais e
seus danos, devemos garantir medidas sócio-políticas e econômicas que gerem
mudanças. Essas mudanças possibilitarão que a preocupação com o
desenvolvimento sustentável reorganize a natureza conjuntamente com práticas
coletivas e ações solidárias aprendidas por meio da Educação Ambiental.
Assim, entendemos que a educação depende da união dos saberes, pois o
que existe hoje é a total fragmentação, divisão, onde encontramos duas linhas de
educação: de um lado a escola, dividida em partes, de outro lado à vida, onde os
problemas são cada vez mais multidisciplinares, globais e planetários. Afirma
ainda que a insuficiência do conhecimento e informações decorra da educação
recebida, ou seja, é a forma como a educação se organiza que é simplista, é o
“olhar” simplificador da educação. Não podemos dividir a educação do ser
humano, porque o ser humano não é divisível, assim não podemos dividi-lo em
partes para estudá-lo.
O autor defende a idéia de que na educação do futuro deveremos
concentrar o ensino na condição humana, onde quer que o homem se encontre. A
importância da educação voltada para a condição humana é primordial, porque
essa concepção de educação nos mostra como o ser, como animal e como
humano pertence a um conjunto de ação-reação ora encontrada no mundo.
25
Desta maneira, se concebe a educação como um fenômeno social e
universal, sendo uma atividade humana necessária à existência e funcionamento
de todas as sociedades. Cada sociedade precisa cuidar da formação dos
indivíduos, auxiliar no desenvolvimento de suas capacidades físicas e espirituais,
prepará-lo para a participação ativa e transformadora nas várias instâncias da
vida social. Não há sociedade sem educação, nem educação sem sociedade. A
educação não é apenas uma exigência da vida em sociedade, mas também o
processo de prover os indivíduos dos conhecimentos e experiências culturais,
científicas, morais e adaptativas que os tornam aptos a atuar no meio social,
mundial e planetário.
Para o autor, a educação corresponde a toda modalidade de influências e
inter-relações que convergem para a formação de traços de personalidade social
e do caráter, implicando uma concepção de mundo, ideais, valores, modos de
agir, que se traduzem em convicções ideológicas, morais, políticas, princípios de
ação frente as situações e desafios da vida prática.
Defende que a educação acontece nas mais variadas esferas da vida do
ser humano desde o seu nascimento passando pelas incertezas, destruições,
desenvolvimento, e verdadeiras metamorfoses das evoluções desorganizadas até
sua morte.
A Terra vive uma situação de total transformação, seja ela física, (natureza
e a transformação causada pelo homem) como também a transformação dos
próprios sistemas criados pelo homem, (usinas, telecomunicações). E porque não
dizer da situação do próprio ser humano, toda sua existência, por isso devemos
lembrar que a educação passa pela compreensão de todos estes sentidos, e
também pelos sentidos da natureza do homem como ser social, (espírito, alma,
intelectualidade). Porém, existem obstáculos para a compreensão completa do
ser humano, para a sua total conscientização desde o mesmo ser para com os
demais e, também com o universo. Dessa forma, a concepção completa aos
indivíduos que terão de passar por uma total integração de indivíduo / sociedade /
espécie, etapas essas que são inseparáveis, porque os termos que se completam
um com o outro não é o fim, e sim o meio de um processo.
26
Portanto, um indivíduo para ter a compreensão total, e por conseqüência a
educação tão desejada, tem que passar e conviver com a democracia, com a
igualdade, e ter o completo domínio do sentido abrangente do que é ser um
cidadão do mundo, tratando-o como se fosse seu, sem distinção de raça ou de
qualquer outro preconceito.
Na medida em que a ênfase nos aspectos econômicos serve para
redirecionar e reconsiderar o sentido relacionado com equidade, justiça social,
qualidade de vida, equilíbrio ambiental e a própria ética dos seres vivos, a política
educacional precisa estimular permanentemente responsabilidades morais, como
critério básico e integrador da sustentabilidade, por meio de práticas centradas na
educação ambiental, que garantam conscientização, mudança de comportamento
e valores, desenvolvimento de competências, aperfeiçoamento de habilidades
que são condições básicas para motivar maior integração e harmonia dos
indivíduos com o meio ambiente.
Uma educação fundamentada nas tendências libertadora e humanista (e
não humanitária) defendida pela pedagogia e filosofia freireana pode ser
transportada para a Educação Ambiental em duas fases:
A 1ª fase é a possibilidade da transformação das sociedades por meio de
ações participativas e políticas dos estudantes.
A 2ª fase, a pedagogia escolar cessa e tende a se transformar na
pedagogia humana, num processo contínuo de libertação. A descoberta da
“libertação” não pode ser caracterizada puramente como um processo
intelectualizado, porém ela deve envolver a ação com a reflexão, à qual Freire
(1992) chama de práxis que representa a praticabilidade do processo de tomada
de decisões.
Essa práxis identifica duas dimensões - ação e reflexão -, que são
semelhantes às duas esferas do desenvolvimento sustentável - necessidade e
limitação. A interação entre essas duas dimensões significa que quando uma é
sacrificada, mesmo em parte a outra imediatamente sofre as conseqüências. A
perspectiva crítica desse pressuposto é que a Educação Ambiental somente será
vitoriosa se forem consideradas todas as dimensões que compõe uma sociedade,
isto é, seus aspectos biofísicos e sociais.
27
As questões ambientais transcendem as dimensões biológicas, químicas e
físicas; devem ser compreendidas também como questões sócio-politícas que
exigem um processo de formação da consciência ambiental e preparação do
indivíduo para o pleno exercício da cidadania; por meio de ações fundamentas
nos conhecimentos das ciências: humanas, da natureza e exatas. Informação e
vivência participativas são recursos importantes desse processo que almeja o
desenvolvimento da consciência ambiental e consequentemente da cidadania.
Para tanto, é necessário à aquisição dos conhecimentos e conteúdos
relacionados com os direitos e deveres previstos em lei assim como, adquirir
experiências e participação social que promovam comportamentos individuais e
coletivos organizados para conhecer os interesses e as necessidades dos grupos
sociais. Essas ações desenvolvidas representam os componentes necessários no
processo educativo.
Constatamos em nosso projeto de iniciação científica, que o papel
institucional das Universidades na preparação de profissionais competentes é
imprescindível para promover a preservação dos ecossistemas e a sobrevivência
do homem no futuro.
Segundo Sato (2003),
“A proposta do ensino universitário deve ser a
capacitação profissional no sentido de aplicar seus
conhecimentos para reduzir os problemas ambientais
do mundo contemporâneo. Nesse contexto, a
Educação Ambiental deve ser estruturada
efetivamente nos objetivos e conteúdos de todas as
áreas”. (SATO, 2003, p.39)
Aceito esse princípio, se faz necessária à interação dos alunos dos
problemas ambientais complexos na perspectiva interdisciplinar, provocando o
diálogo e a relação entre os diversos componentes do currículo.
Em 1991 segundo Sato (2003 pg. 37), a UNESCO & UNEP8 reforçaram o
papel das Universidades na implementação da Educação Ambiental a partir dos
seguintes objetivos:
8 UNESCO & UNEP – United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization & United Nations Environment Programme
28
Definir os conceitos da Educação Ambiental
nas universidades, considerando os aspectos
culturais e naturais do planeta;
Focalizar atenções para os trabalhos de
campo, em nível local e global;
Definir os conteúdos da Educação Ambiental;
Promover a interdisciplinaridade e
estabelecer normas para a prática da
Educação Ambiental numa perspectiva supra
departamental;
Estabelecer programas de pós-graduação
compatíveis com os programas das
graduações.
Podemos entender, a partir desses objetivos, a preocupação de relacionar
a educação com a vida do aluno, seu meio, sua comunidade e a importância de
educar os futuros cidadãos – brasileiros – para que como empreendedores,
venham agir de modo responsável, com sensibilidade, conservando o meio
ambiente saudável no presente e futuro. Como participantes do governo ou
representantes da sociedade civil, saibam cumprir suas obrigações, exigir e
respeitar os direitos próprios e os de toda comunidade, tanto local quanto global.
Enfim, que tenham consciência em relação à questão ambiental e desenvolvam
ações para sua permanência.
O grande desafio para a educação é trabalhar com atitudes, com a
formação de valores, com o ensino e a aprendizagem de habilidades e
procedimentos, participando dessa tarefa toda a sociedade. Cabe a Educação
Ambiental, como processo político e pedagógico formar para o exercício da
cidadania desenvolvendo conhecimentos interdisciplinares baseados na nova
visão de mundo globalizado. Tal formação permite que cada indivíduo ou grupo
social investigue, reflita e aja sobre as causas que geram os problemas
ambientais como seus efeitos, por exemplo, doenças do aparelho respiratório,
danos no sistema nervoso central, alterações genéticas e até câncer, que afetam
a qualidade de vida e a saúde da população.
29
Na Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 1988,
estão explicitas propostas com objetivos fundamentais de uma educação
comprometida com a construção da cidadania, apontando para as necessidades
de transformações das relações sociais nas dimensões política, econômica e
cultural, garantindo a todos a efetivação do direito de serem cidadãos.
Foram descritos nos Parâmetros Curriculares Nacionais os eixos
norteadores curriculares, elencando um conjunto de temas transversais
apresentados como conhecimentos necessários aos alunos para que ao se
apropriarem deles pelo processo ensino e aprendizagem desenvolvam a
autonomia, a cooperação e a participação por meio de práticas sociais, discutindo
o sentido ético da convivência humana e suas relações com as várias dimensões
da vida social como: o ambiente, a cultura, a sexualidade e a saúde.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais Meio Ambiente e Saúde
(2002 pg.212) enfatiza que:
“Para cada ser vivo que habita o planeta
existe um espaço ao seu redor com todos os outros
elementos e seres vivos que com ele interagem, por
meio de relações e troca de energia. Esse conjunto
de elementos, seres e relações constituem o seu
meio ambiente, porém não está falando dos seres
apenas nos aspectos físicos e biológicos, mas coloca
o ser humano como parte integral desse meio e as
relações que são por ele estabelecidas, ou seja, as
relações sociais, econômicas e culturais que farão
constituir uma grande rede de seres”.
Diante dessa complexidade os Parâmetros curriculares nacionais
oferecem instrumentos para desenvolver valores, atitudes e posturas éticas, que
são conceitos necessários para aquisição da consciência ambiental e formação
do cidadão crítico. Posto isso, se faz necessário compreender a educação como
função transformadora, promotora da cooperação e do entendimento entre os
indivíduos, objetivando desenvolver uma consciência ética sobre todas as formas
de vida com as quais compartilhamos este planeta. Respeitar seus ciclos vitais e
impor limites à exploração dessas formas de vida pelos seres humanos;
30
considerar a pluralidade cultural; desenvolver atitudes sócio-políticas exercitando
a cidadania local e planetária, são metas da educação e da educação ambiental.
Podemos então considerar que, uma educação transformadora envolve:
uma visão ampla de mundo; a clareza do ato educativo; uma posição sócio-
política e uma competência pedagógica para elaborar projetos, resultantes da
formação profissional competente. Propostas enfatizadas por Magozo (2005 pg.
423), que devem direcionar uma escola reflexiva, na qual o mecanismo para as
práticas dessas indicações, são fundamentadas e promulgadas nos princípios da
Educação Ambiental e pela Conferência de Tbilisi (1977):
1. “Deve permitir que o ser humano
compreenda a natureza complexa do meio ambiente,
resultante das interações de seus aspectos
biológicos, físicos, sociais e culturais; deve facilitar os
meios de interpretação da interdependência desses
diversos elementos no espaço e no tempo, a fim de
promover uma utilização mais reflexiva e prudente
dos recursos naturais para satisfazer às
necessidades da humanidade;
2. Deve mostrar com toda a clareza as
interdependências econômicas, políticas e ecológicas
do mundo moderno, no qual as decisões e o
comportamento de todos os paises podem afetar e ter
conseqüências de alcance internacional;
3. Não pode ser uma nova disciplina; há de
ser uma contribuição de diversas disciplinas e
experimentos educativos ao conhecimento e à
compreensão do meio ambiente, assim como a
resolução dos seus problemas e à sua gestão; sem o
enfoque interdisciplinar não será possível estudar as
inter-relações, nem abrir o mundo da educação à
comunidade, incitando seus membros à ação.”
(Magozo, H.M.C.,2005; Subjetividade no Processo
Educativo: Contribuições da Psicologia à Educação
Ambiental in: Educação Ambiental e Sustentabilidade,
Pelicioni & Philippi Jr. p. 423/424)
31
Em 1992, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento no Rio de Janeiro, a Eco 92, elaborou um tratado para o
desenvolvimento de Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, que
confirma entre outros princípios aqueles que se aproximam da proposta de gestão
democrática e participativa:
• “A educação ambiental deve tratar das
questões globais críticas, suas causas e inter-
relações em uma perspectiva sistêmica, em seu
contexto social e histórico, em seus aspectos
primordiais relacionados com o desenvolvimento e o
meio ambiente, tais como: crescimento populacional,
paz, democracia, direitos humanos, fome,
degradação da flora e da fauna;
• A educação Ambiental deve promover a
cooperação e o diálogo entre indivíduos e instituições,
com a finalidade de criar novos modos de vida e
atender às necessidades básicas de todos, sem
distinção étnicas, físicas, de gênero, idade religião ou
classe social.” (Magozo, H.M.C.,2005; Subjetividade
no Processo Educativo: Contribuições da Psicologia à
Educação Ambiental in: Educação Ambiental e
Sustentabilidade, Pelicioni & Philippi Jr. p. 424).
Tendo em vista que o programa de gestão democrática participativa está
vinculado com o trabalho em conjunto com a comunidade (pais, alunos,
professores e funcionários) é necessário que o projeto político pedagógico esteja
embasado não apenas em contemplar os conhecimentos teóricos formais e
técnicos, mas também o saber formal popular das comunidades.
Podemos considerar que os princípios da gestão democrática e
participativa acima exemplificados reafirmam a análise de Sorrentino (1997)
quando descreve o processo de construção de um móvel, sua venda, utilização e
descarte, chamando a atenção para a importância do educador fazer uma
reflexão sobre o processo de produção de uma maneira integrada, ultrapassando
a visão segmentada de cada ação nesse processo, como o lenhador, o
marceneiro e o vendedor de móveis. Ou seja, deixa de ser uma idéia simplista
32
para se tornar uma realidade complexa. Idéia esta que corroborada no conceito
defendido por Magozo (2005):
“instigar o indivíduo a analisar e participar da resolução
dos problemas ambientais da coletividade: a Educação Ambiental
compromete-se com a ação de indivíduos críticos e da coletividade
na direção de um meio ambiente mais equilibrado e que propicie
uma qualidade de vida.” (MAGOZO, 2005, p. 427)
Atualmente há várias modalidades didáticas que podem ser utilizadas na
realização de atividades na educação ambiental: aulas expositivas, discussões
em grupo, dramatizações, visitas monitoradas, grupo de estudos, oficinas,
seminários, mesas redondas, estudo de caso entre outras. Portanto, a parte
prática pode ou não referir-se à elaboração de projetos transdisciplinares de
pesquisa e intervenção em educação no meio ambiente, cujo tema deverá ser
escolhido no início do curso e desenvolvido com base nos módulos teóricos e
conteúdos. Esse processo permitirá a visualização imediata da possibilidade de
aplicação dos conceitos teóricos, sua utilidade na resolução dos problemas à
serem enfrentados, no desenvolvimento das atividades, servindo como
instrumento para apreender os principais objetivos propostos pelo curso
(conceitual, procedimental e atitudinal).
De acordo com os Parâmetros curriculares nacionais, os conteúdos são
abordados em três grandes categorias:
Conteúdos conceituais que envolvem fatos e princípios; conteúdos
procedimentais envolvem a execução de ações e procedimentos e conteúdos
atitudinais que envolvem a abordagem de valores, normas e atitudes. (PCN,
2000; p.74).
Explicitando melhor, os conteúdos conceituais tratam da operacionalização
com símbolos, idéias, imagens e representações que devem ser adquiridos para
organizar a realidade, designam o que o indivíduo deve saber. Já os conteúdos
procedimentos está atrelado aos conteúdos conceituais, pois os alunos precisam
de procedimentos didáticos e informações para poder compreender os conceitos
e vivenciar situações que os ajudem a solucionar as situações problemas que a
33
escola lhes atribuem como desafios na construção de conhecimentos, ou seja,
são ações colocadas em prática ou decisões que devem ser elaboradas ou
executadas, para conseguir uma meta adquiridas anteriormente. Em outras
palavras é o que o individuo deve saber fazer, não apenas restringindo a
execução dessas atividades, mas também procedendo com reflexão de como
realizá-las. Finalizando, os conteúdos atitudinais relaciona-se com a formação do
cidadão, isto é, quando ouvimos falar que a construção do cidadão deve levar em
consideração o “sujeito como um todo”, como este deve ser, estamos tratando
da formação também dos valores necessários para a cidadania, para perpetuação
da nossa espécie no planeta, para que tornemos a nossa existência mais feliz e a
nossa convivência mais agradável. Mas para isso, é necessário o tratamento de
valores e atitudes nas salas de aulas. Tais conteúdos não devem ser tratados
isoladamente, mas abordados de maneira transversal, articulado às disciplinas do
currículo, procurando desenvolver o hábito de refletir sobre nossos problemas
sociais do cotidiano. Os Parâmetros Curriculares Nacionais propõem esse
desdobramento com o tratamento dos “Temas Transversais” que inclui outros
temas como a violência, a saúde, o meio ambiente que trata da degradação e o
uso inadequado dos recursos naturais; que de acordo com os textos
constitucionais está diretamente ligado com os seguintes princípios: Direito da
pessoa, Igualdade de Direitos, Participação, Co-responsabilidade pela vida social.
34
Procedimentos Metodológicos
Reafirmamos que nosso interesse pelo tema “A visão do gestor em relação
à formação da consciência ambiental na escola” tem como objetivos: caracterizar
a atuação do gestor junto às comunidades no que diz respeito à preservação dos
ecossistemas e a redução dos danos causados ao meio ambiente; diagnosticar
quais são as ações pedagógicas dessas escolas, cujo objetivo foi apresentar a
relação das ações sócio-educativas desses profissionais, que tem como foco a
temática Educação Ambiental e formação da consciência ecológica, em parceria
com a comunidade escolar.
Nas leituras já realizadas, os autores são unânimes ao indicarem que há
carência de profissionais capacitados para desenvolverem projetos de pesquisa e
intervenções na área da Educação Ambiental, relacionando-os com a questão da
saúde individual e coletiva.
Opção pelos participantes da pesquisa Solicitamos que três gestores/diretores e um assistente de diretoria
pedagógica participassem da pesquisa.
O público alvo em nossa pesquisa foi delimitado em quatro escolas:
(1) Escola pública municipal;
(1) Escola pública estadual;
(1) Escola particular religiosa;
(1) Escola partícular laica;
Opção pelo instrumento de coleta Para realizar a coleta de dados, decidimos utilizar como instrumento o
questionário composto por questões fechadas, com várias alternativas, e
questões abertas.
O questionário foi composto por 10 questões fechadas e 6 questões
abertas, distribuídas em quatro campos: I. Dados Pessoais, II. Formação
Acadêmica, III Atuação Profissional e IV No ambiente escolar.
Para tabulação dos dados das questões fechadas e abertas, optamos por
uma análise qualitativa de textos.
35
Análise de Dados
Os gestores participantes de nosso estudo são predominantemente do
sexo feminino, no total de (3); sendo: (2) gestoras em escolas públicas e (1)
gestora numa escola particular religiosa; apenas (1) representante masculino
referente à escola particular laica.
Em relação à formação acadêmica, (3) gestores são graduados em
Pedagogia com formação nas séries iniciais; desses (3) somente (1) gestora fez
habilitação em Administração Escolar e Orientação Educacional, O assistente de
direção pedagógica é formado em Educação Física.
Quanto à realização de cursos de formação continuada oferecidos pelas
Diretorias e Secretarias de Ensino, (3) gestores confirmaram suas participações,
mas somente (1) gestor identificou o curso. O gestor da escola particular laica não
respondeu a questão.
No que diz respeito a realizar cursos de especialização, mestrado ou
doutorado as respostas se apresentam da seguinte maneira: (2) gestores, da
escola pública estadual e escola particular religiosa, fizeram pós-graduação em
Psicopedagogia, sendo que (1) deles é mestre em Educação Arte e História da
Cultura. Uma gestora da escola pública municipal fez pós-graduação Lato Sensu
em Didática do Ensino Superior e (1) gestor da escola particular laica respondeu
que não realizou cursos desse nível.
Com referencia à formação acadêmica, formulada na questão cinco sobre
o que o ensino proporcionou-lhes, as alternativas se apresentaram da seguinte
maneira:
Os gestores da Escola Municipal e da escola particular religiosa
responderam que o conhecimento sobre a educação ambiental e a
consciência ecológica, somente foram adquiridos pela mídia;
O gestor da Escola Estadual respondeu que o ensino forneceu
condições para ele se organizar como gestor: planejar estudos,
realizar os trabalhos, desenvolver pesquisas com o objetivo de
mudar comportamentos e posturas e também favoreceu condições
36
para vivenciar um clima favorável no que diz respeito ao
desenvolvimento sustentável;
No entanto, o assistente de diretoria pedagógica da escola particular
laica também pontuou igualmente as respostas do gestor da Escola
Estadual e acrescentou uma terceira alternativa “proporcionou uma
base e conhecimento suficiente para acompanhar os conceitos de
consciência ecológica”.
Portanto, apuramos que as respostas acima descritas, reafirmam o que os
estudos comprovaram até agora, que o ser humano não aprende aquilo que lhe é
ensinado somente pelo professor ou por uma única fonte de conhecimento, mas
também principalmente na relação de aprender com o outro, a educação tem um
caráter social que leva os indivíduos a serem criativos e a desenvolverem
habilidades e competências. Outro item importante à ressaltar é a formação do
indivíduo, o ser humano que direciona e atualiza a sua formação em Educação,
tem mais oportunidades de colocar em prática uma vivência pedagógica
diferenciada do que os demais, em outra formação.
Na questão seis, que trata da atuação profissional e questiona com relação
às horas trabalhadas pelos gestores, todos respondentes trabalham período
integral, isto é, oito horas por dia. Já na questão sete, referente aos anos de
exercício da função de Diretor/Vice-Diretor/Coordenador Pedagógico, a
freqüência simples apresentou-se da seguinte forma: assistente de diretoria
pedagógica da escola particular laica, de 20 à 30 anos; diretora da escola pública
municipal, 11 à 20 anos; escola particular religiosa, 6 à 10 anos; diretora da
escola pública estadual, 1 à 5 anos.
Nas questões referentes ao ambiente escolar, questão oito, que diz
respeito ao grupo de alunos que freqüenta a escola e como os mesmos se
preocupam com Educação Ambiental, somente na escola pública municipal o
gestor caracterizou que todos os componentes do grupo/classe não possuem
conscientização e isto, impedem decisões coletivas. Os demais gestores (escolar
particular laica, escola particular religiosa e escola pública estadual) enfatizaram
que, existe uma conscientização entre o grupo/classe, e que algumas vezes estes
grupos se encontram divididos em pequenos sub-grupos, elaboram ações
37
coletivas e a escola favorece o espaço para que a comunidade local possa
participar.
Na questão nove, que se refere à freqüência que são realizadas as
atividades, palestras ou eventos sobre educação ambiental vinculados ao Projeto
Político Pedagógico na escola, três gestores afirmaram que a escola desenvolve
essas atividades, de quatro à seis vezes ao ano. Somente um gestor da Escola
Municipal afirmou que, desenvolve atividades sobre Educação Ambiental de uma
à três vezes ao ano, o que corrobora com a questão anterior, na qual o grupo de
alunos não adquiriu uma consciência ambiental formada pela gestão escolar.
No entanto na questão dez, relativo à desenvolvimento dos projetos de
trabalho e de pesquisa em educação ambiental que estão relacionados ao Projeto
Político Pedagógico, somente a escola estadual desenvolve essas propostas de
quatro à seis vezes ao ano. Os demais gestores – Escola Municipal, escola
particular religiosa e laica – afirmaram que desenvolvem de uma a três ao ano.
Em relação à questão onze, sobre o que viabiliza a aquisição de
conhecimentos e ações de cidadania na Educação Ambiental no âmbito escolar
todos foram unânimes nas respostas enfatizando que são: realizações de
atividades, palestras, eventos, projetos de trabalho, projetos de pesquisa
relacionados ao Projeto Político Pedagógico e promoção de campanhas
incentivadas pela mídia em datas comemorativas relacionadas com o meio
ambiente.
Na questão doze, o que contribui para a aquisição de conhecimentos e
ações de cidadania em educação ambiental na comunidade externa, o
representante da Escola Municipal respondeu que é a realização de atividades,
palestras ou eventos relacionados ao Projeto Político Pedagógico. O gestor da
Escola Particular Religiosa respondeu que é a realização de projetos de trabalhos
ou de pesquisa relacionados ao Projeto Político Pedagógico. O gestor da Escola
Estadual optou igualmente pelas duas alternativas respondidas anteriormente. O
assistente de diretor da Escola Particular Laica além de responder igualmente as
duas alternativas anteriores, acrescentou uma terceira alternativa que é a
promoção de campanhas incentivadas pela mídia nas datas comemorativas
relacionadas com o meio ambiente.
38
Na questão treze, quando questionados se nas reuniões de HTPC/JEI
ocorrem discussões e estudos em relação à Educação Ambiental, somente o
gestor da Escola Estadual afirmou que acontece e que geralmente estes estudos
e discussões são encaminhados pela coordenadoria/direção por meio de textos
pertinentes, vídeo conferência e projetos ligados a proposta Política Pedagógica
da Escola. Nas demais escolas infelizmente não se promovem esse tipo de
discussão; na Escola Particular Religiosa o gestor afirmou que só existe a
discussão desse tema quando há algum evento ou data específica, os gestores
da Escola Particular Religiosa e Laica deixaram a resposta em branco.
Ao compararmos as respostas da questão anterior com a questão nove, ou
seja, qual a freqüência que a escola desenvolve atividades, palestras ou eventos
em Educação Ambiental, fica evidente que as atividades são realizadas quando
há somente um evento ou data específica, como por exemplo, o Dia da Árvore, o
Dia do Índio e o Dia da Água, o que denota uma característica cultural na
formação do gestor compromissado com as problemáticas ambientais, e que as
discussões e os estudos na área de Educação Ambiental não são prioridades na
visão do gestor.
Na última questão, referente às atitudes do gestor para incentivar e
implementar a Educação Ambiental na escola e na comunidade, o gestor
responsável pela escola particular religiosa não respondeu, deixou a resposta em
branco. O gestor da escola particular laica, afirmou que por meio de palestras,
eventos, atividades, projetos de trabalho e pesquisas são alternativas para o
incentivo. O gestor da escola pública municipal apontou que campanhas e
oficinas de reciclagem são ações que incentivam a educação ambiental. No
entanto, o mais importante é a sistematização dos procedimentos, como inserir
estes conteúdos no dia a dia dos alunos e criar o hábito de pensar em Educação
Ambiental. E por último, merece destaque a resposta do gestor da Escola
Estadual onde este afirma; “que as ações implementadas na comunidade formam
o cidadão para o desenvolvimento sustentável do Planeta e, que tem sido uma
prática constante por meio de palestras e projetos que possibilitam ao aluno e aos
pais perceberem as condições atuais do Planeta, do País, do Estado e da
comunidade, apontando para o que se pode fazer no “local” para mudar posturas
e atitudes em relação a natureza e a qualidade de vida. Cada qual tem sua
39
parcela de responsabilidade e todos devem saber disso. Para isso, deve servir a
Educação para orientar e alertar.”
Ressaltamos, porém que nesta última questão a fala do gestor da Escola
Municipal é contraditória quando afirma que as suas ações no ambiente escolar
estão voltadas para o incentivo de práticas e criação de hábitos direcionados a
uma Educaçao Ambiental. No entanto, ao mesmo tempo afirma que os alunos
freqüentadores dessa escola, não possuem a consciência ambiental e ainda
impedem as decisões coletivas.
Assim, as respostas dessa última questão evidenciam o que Leff afirma em
seus estudos:
“a consciência ambiental se manifesta como
uma angústia de separação e uma necessidade de
reintegração do homem na natureza. Dar ênfase a um
desenvolvimento sustentável, numa ação equilibrada
do progresso no presente e garantir a qualidade
ambiental para as gerações futuras, é uma das
funções que cabe a Educação e a Sociedade.” (LEFF, 2002, p.169).
Portanto, é preciso buscar nos seres humanos, os maiores responsáveis
pela degradação do meio ambiente, uma proposta educacional que introduza o
processo de (re) valorização das identidades culturais, das práticas tradicionais,
dos processos produtivos que envolvam a sociedade e o seu desenvolvimento,
possibilitando a reapropriação dos valores conservacionais e do comportamento
humano.
40
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O levantamento inicial de leitura de textos acadêmicos, livros, palestras e
eventos apresentados no Curso de Pedagogia da PUC-SP, nos possibilitaram ter
uma visão preliminar de que os problemas socioeconômicos gerados por
problemas ambientais só serão identificados e aceitos na perspectiva enquanto
ciência. Para compreensão das questões ambientais complexas, fomos buscar
embasamento teórico nos princípios da teoria da administração científica ou
clássica, inseridas por Taylor e posteriormente Fayol, que introduziram o
chamado processo administrativo.
Defendiam como proposta fundamental a ênfase na produtividade,
deixando em segundo plano a devida consideração ao comportamento humano,
ou seja, às relações humanas. A partir de então, outros estudos se seguiram:
Weber criou o conceito de burocracia propondo uma estrutura de poder e
autoridade; Mayo apresentaram a abordagem das relações humanas e do
comportamento.
Uma das conseqüências foi um tratamento “mais amenizado” e “menos
mecanicista” dado à administração, pelos clássicos, embora o próprio Mayo tenha
mostrado mais, o que não era verdadeiro a respeito do comportamento humano
na organização, do que na realidade representava de fato.
Entendemos que a administração é uma atividade específica do ser
humano, pois somente o homem é capaz de estabelecer objetivos livremente e
utilizar-se dos recursos de modo racional. Nesta perspectiva, a administração é
um processo de planejar, organizar, dirigir e controlar recursos humanos,
materiais, financeiros e informacionais visando à realização dos objetivos.
Em função do progresso, verificado nas práticas adotadas na
Administração de empresas, esse modelo de processo administrativo clássico foi
assimilado muito lentamente pela administração escolar, mesmo apresentando
certa resistência de classes tradicionalistas.
Porém, essa proposta de assimilação do modelo empresarial para o
escolar, exige um cuidado específico no que tange à consideração que deve
observar, em se tratando de educação, pois, esse processo desenvolve-se na
esfera das dimensões humana, técnica e político-social.
41
Embora a administração escolar tenha algumas características
semelhantes da administração em geral, diante das funções burocráticas de
escrituração e registros escolares, até a função catalisadora das interações
humanas que convivem numa organização escolar, devemos considerá-la
divergente em muitos outros aspectos. Por exemplo, os professores não podem
ser comparados ou assemelhados à operários qualificados e nem tampouco os
alunos à matéria-prima que deve ser trabalhado na obtenção de um produto. Atualmente, o termo gestão democrática é disseminado em vários âmbitos
educacionais e o Ministério da Educação investe em projetos de gestão
democrática divulgando-os, para priorizar o princípio constitucional da
democratização escolar, estabelecidos na Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 e
embasados no artigo:
Art.3º. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da
legislação dos sistemas de ensino;
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I – Participação dos profissionais em educação na elaboração do projeto
pedagógico da escola;
II – Participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares
ou equivalentes;
O sistema educacional brasileiro tem como prioridade a idéia de autonomia
escolar, no entanto, “limita” esta prática autônoma por meio de normas, impondo
regras, regulamentações, decretos para nomeação de cargos de confiança,
concede verbas para auto-gestão e não prioriza a qualidade do ensino e os
resultados. Em conseqüência desse círculo vicioso, o gestor é caracterizado por
suas práticas individualistas, dificuldades de implementar o projeto pedagógico,
desenvolver uma gestão autoritária, pela falta de diálogo e a não transparência
dos resultados da gestão à sociedade, ocorrendo uma desvalorização do conceito
de gestão democrática participativa que é tão divulgado.
No entanto, o gestor tem o respaldo da lei federal no. 9.394/96 que
estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional e em seu Título IV – da
Organização da Educação Nacional – as seguintes cláusulas:
42
Artigo 8º. “A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração os respectivos sistemas de ensino”.
Parágrafo 2º. Os sistemas de ensino terão liberdade de organização nos
termos desta lei.
Artigo 12º. “Os estabelecimentos de ensino respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino terão a incumbência de:
I - Elaborar e executar a sua proposta pedagógica;
II - Administrar o seu pessoal e os recursos financeiros:
III – Assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas aulas estabelecidas;
IV – Velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;
V – Prover meios para recuperação dos alunos de menor rendimento;
VI – Articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de
integração da sociedade com a escola;
VII – Informar os pais e responsáveis sobre a freqüência e rendimentos dos
alunos, bem como sob a execução de sua proposta pedagógica;
VIII – Notificar ao Conselho Titular do município, ao Juíz competente da
Comarca e ao respectivo representante do Ministério Público a relação dos
alunos que apresentem quantidade de faltas acima de 50% do percentual
permitido em Lei;
Artigo 15º. “Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro público”.
A gestão democrática também está assegurada na Lei no. 11.229, de 26
de junho de 1992 que dispõe sobre o Estatuto do Magistério Público Municipal em
seu: Título I – Das Disposições Preliminares, Capítulo I Princípios Norteadores.
Artigo 1º. “Esta Lei dispõe sobre o estatuto do Magistério Público Municipal que tem como princípios:”
I – A gestão democrática da educação;
II – O aprimoramento da qualidade do ensino público municipal;
III – A valorização dos profissionais da educação;
IV – Escola pública de qualidade e Laica para todos;
43
Artigo 2º. “A gestão democrática da educação consistirá na participação da comunidade internas e externas, na forma colegiada e representativa observada a legislação federal pertinente.”
A autonomia não se resume à questão financeira, mas também implica na
dimensão política isto é, refere-se à capacidade de tomar decisões
compartilhadas e comprometidas, usando o talento e a competência
coletivamente organizada e articulada para a resolução dos problemas e desafios
educacionais, assumindo a responsabilidade por estes resultados e ações.
Contudo, a descentralização é um meio para formação democrática dos alunos e,
não um fim da construção da autonomia.
Os problemas relacionados com a educação estão no âmbito da
coletividade e, não exclusivamente do governo. Portanto, as conseqüências e
soluções devem ser decididas em conjunto, governo, comunidade local e escolar
e a reflexão, a negociação e o convencimento devem ser coletivos e praticados
em espaços onde se há a autonomia.
Partindo do pressuposto de que o modelo de gestão democrática
participativo é uma variável na articulação da ação educacional dentro da escola,
todos os indivíduos que participam são coadjuvantes do processo da construção
em um ambiente educativo e, responsáveis pelo trabalho compartilhado e
coletivo.
A participação é o instrumento para assegurar a gestão democrática na
escola pública. Somente por meio da participação da comunidade é que podemos
conseguir um excelente relacionamento entre direção, professores e alunos. A
gestão da escola tem que ter um compromisso com a educação e aprendizagem.
O princípio da participação valoriza a autonomia: capacidade das pessoas
governarem-se por suas próprias normas e dirigir-se por vontade própria, opondo-
se as formas autoritárias.
Segundo Libâneo (1989), existem dois sentidos de participação:
1º. Caráter mais interno: professores e alunos exercem uma prática
formativa de aprendizagem, ou seja, existe um relacionamento ético, afetivo,
social, intelectual, estético para uma participação na vida social, econômica e
cultural;
44
2º. Caráter mais externo: pais e alunos participam do processo de direção
da escola por meio dos conselhos de escola, associação de pais e mestres e
grêmio estudantil e etc.
O princípio e o atributo da gestão democrática exigem mais do que a
participação, exigem a responsabilidade, pois todos serão responsáveis
diretamente ou indiretamente pelo sucesso ou fracasso do Projeto Político
Pedagógico da escola.
A direção da escola além de organizar, planejar, orientar e dinamizar as
relações do processo de ensino aprendizagem fornece dados e diretrizes de
trabalho que se difere de uma direção empresarial, pois ela é responsável pela
mobilização da comunidade influenciando socialmente e politicamente para
construírem um Projeto Pedagógico. Portanto, cabe ao gestor aglutinar as
pessoas, transformar-se em líder cooperativo não podendo simplesmente cuidar
somente das questões administrativas e burocráticas, rompendo com a
concepção de gestão autoritária que existe nas escolas brasileiras atualmente.
O progresso e a manutenção de uma sociedade, ou seja, a sua
continuidade e o desenvolvimento dependem da transmissão de culturas
acumuladas, assim como da produção de bens culturais por ela repassada às
futuras gerações.
A escola tem nesse contexto, papel relevante como transmissora e
produtora desses conhecimentos e saberes, pois se caracteriza acima de tudo
como lócus privilegiado para aquisição da educação, que inclui conhecimentos,
atitudes, habilidades, fatores cooperativos na formação e construção de seres
com pensamento crítico, aptos para questionar, agir, criar e tomar decisões, que
favoreçam o crescimento desses indivíduos, como cidadãos conscientes e
competentes para exercer sua cidadania.
Assim, a escola transformar-se-á em um ambiente educativo com o
envolvimento e a participação de todos em sua gestão, tomando as decisões que
direcionarão seu rumo.
Segundo Albuquerque (2005), “Administração exige querer, saber e fazer. Não se
aprende gestão democrática. Ela tem de ser exercida. Os
momentos de trabalho compartilhados para elaboração do projeto
pedagógico, para o diagnóstico das dificuldades, das expectativas
dos diferentes segmentos, do rumo que se quer imprimir na escola,
45
as horas de trabalho coletivo são potencialmente ricos, pois
propiciam a aplicação o aperfeiçoamento de teorias e a criação da
cultura escolar de participação e co-responsabilidade.”
(ALBUQUERQUE; ROSSETTI; 2005, p. 86)
Cada escola precisa ter autonomia para elaborar seu projeto institucional e
pedagógico, visando à melhoria da qualidade de ensino com equidade.
Para tanto é necessário um esforço integrado e compartilhado entre todas
as esferas e agentes do processo educativo, ou seja, a União, o Estado e
Município são também responsáveis. Os professores, os dirigentes escolares, as
famílias, os alunos e a sociedade civil devem fazer parte da participação da
gestão, na luta pela recuperação dessa qualidade da educação pública do país.
A gestão democrática tem objetivos e por isso ela procurou estratégias
básicas de trabalho que pudessem concretizar esses objetivos que só terá
resultados, com a mudança de paradigmas, por meio de tratamento com as
pessoas, com respeito, com inteligência e perspicácia, atitudes difíceis, mas não
impossíveis.
O estabelecimento de relações igualitárias, de respeito cooperativo, de
diálogo, de liberdade de pensamento, de expressão, criatividade e criticidade são
atitudes fundamentais para uma gestão democrática, com autonomia, propiciando
uma concepção de educação democrática, levando a um processo educativo e o
desenvolvimento de todos como seres humanos.
A introdução da Educação Ambiental no sistema educacional provoca a
necessidade de um novo modelo de formação de gestor e professor, bem como
uma nova organização curricular.
Essa necessidade ocorre porque a Educação Ambiental é um processo
que afeta a totalidade da pessoa, possibilitando a formação de atitudes e
competências como, por exemplo, consciência, conhecimentos contextualizados e
a capacidade de avaliação crítica no mundo.
Na visão de Medina e Santos (1999), “não se trata tão somente de ensinar sobre a
natureza, mas de educar “para” e “com” a natureza,
para compreender e agir corretamente ante os
grandes problemas das relações do homem com o
ambiente; trata-se de ensinar sobre o papel do ser
humano na biosfera para a compreensão das
46
complexas relações entre a sociedade e natureza e
dos processos históricos que condicionam os
modelos de desenvolvimento adotados pelos
diferentes grupos sociais.” (Medina e Santos, 1999,
pg. 25).
Com essa perspectiva, a Educação Ambiental não pode ser confundida
com a Ecologia; ela se utilizará dos conhecimentos ecológicos de diferentes áreas
como a Geografia, a História, a Psicologia, a Sociologia, a Biologia e a Pedagogia
entre outras, tendo como base a Educação na identificação dos métodos de
trabalho, sempre que for preciso, para formar cidadãos que tenham uma ação
social corretiva e/ou transformadora de realidade.
Cabe à Educação Ambiental promover as mudanças de paradigmas que
apresentem uma visão extremamente reducionista e conservadora da sociedade,
do desenvolvimento e da realidade à ser transformada.
Reafirmamos que a Educação Ambiental é um processo de educação
política que desenvolve a aquisição de conhecimentos, habilidades e
competências, bem como a formação de atitudes que se transformam em práticas
de cidadania que garantam uma sociedade sustentável.
No entanto, sabe-se que a consciência ambiental não garante uma ação
transformadora, mas sim ajuda a manter a sociedade tal qual se encontra. A
Educação Ambiental somente se efetivará se os conhecimentos e habilidades
forem incorporados, e que as atitudes formadas a partir de valores éticos e de
justiça social sejam predispostas à ação.
Em razão da complexidade da questão ambiental, surge a necessidade de
processos educativos que dê condições para os seres humanos adquirirem
conhecimentos, habilidades e atitudes que tenham um poder de intervenção nos
processos decisórios de forma democrática e participativa.
Em nossa pesquisa observamos que os gestores utilizam poucas
estratégias para formar a consciência ambiental na comunidade escolar. O
desenvolvimento e interesses em Educação Ambiental ainda se encontram no
âmbito das datas comemorativas, incentivos sazonais promovidos pela mídia e
projetos incentivados pela Secretaria da Educação Municipal e Estadual. O
gestor ainda não tem uma autonomia para exercer a prática democrática. É na
Educação Ambiental que se prepara os educandos ao exercício da cidadania por
47
meio de participação ativa individual e coletiva. Assim, educar no caminho da
cidadania exige novas estratégias de fortalecimento de consciência crítica a fim
de preparar homens e mulheres que possam exigir seus direitos e cumprir seus
deveres, obter uma participação social e uma representatividade expressiva, de
modo a contribuir e influenciar a formulação de políticas públicas e a construção
de uma cultura democrática participativa.
Evidentemente, trata-se de um ponto de partida, que deverá prosseguir
com outros estudos após a graduação do curso de Pedagogia. Assim, estimular
as pesquisas científicas, incentivar uma visão crítica perante aos fatos,
compreender e relacionar as causas e conseqüências como, por exemplo, as
mudanças climáticas que estão ocorrendo, o cultivo e distribuição de alimentos
transgênicos, a reciclagem do lixo e o armazenamento de matérias tóxicos na
superfície terrestre, não podem deixar por conta de interesses de ordem
econômica, política ou cultural que interfiram na tomada de decisões.
Acreditamos que por meio da Educação Ambiental, estruturada a partir de
bases políticas, conceituais, filosóficas e ideológicas, é que poderemos agregar
novas e positivas formas de abordagem e de planejamento para o processo de
desenvolvimento local, nacional e mundial com sustentabilidade.
Enfim, apesar dos avanços, do empenho e das experiências existentes,
ainda há uma grande distância entre o conhecimento e a prática da maioria dos
professores e gestores, e as novas concepções sobre o trabalho e a escola que
esses movimentos vêm produzindo. Desse modo, deixamos uma questão para os
próximos estudos. Sabemos que os alunos precisam vivenciar a teoria e a prática,
enfrentando situações concretas de aprendizagem, construindo e ampliando seus
conhecimentos de forma participativa e democrática
Se o caminho aponta que por meio de programas de capacitação,
mudanças de estratégias e planejamento metodológicos, a reestruturação dos
conteúdos curriculares, nos orientam nos processos formativos como construir
pontes entre a realidade das práticas educativas e o que se pretende realizar?
48
Projeto de Assessoria Pedagógica Caracterização da Assessoria – Objetivo da Empresa ECOEDUCAÇÃO – Assessoria Especializada em Educação Ambiental.
Localizado à Av. Paulista, 2100 cj35. 1º. Andar – César Cerqueira – São
Paulo – SP – Cep. 13211-710.
Temos por objetivo valorizar e expandir a consciência ambiental frente as
grandes mudanças climáticas, o aquecimento global, a destruição dos
ecossistemas, a globalização, a importância do lixo reciclável, o desenvolvimento
sustentável e as políticas de prevenção à saúde do ser humano.
Metas Caminhar na direção para o exercício permanente da cidadania e da
educação ambiental e da sustentabilidade.
49
Planta baixa
Sala de aula
WC Mas. WC Fem.
Área de Convivência
Copa
Saguão de entrada
Recepção
almoxarifado
Sala de aula
50
PLANO DE NEGÓCIOS –
Recursos Humanos, Físicos e Materiais
INFRA-ESTRUTURA FÍSICA
O escritório de assessoria funcionaria em uma sala comercial na Av.
Paulista, 2100 cj35. 1º. Andar – César Cerqueira – São Paulo – SP – Cep. 13211-
710. A sala comercial tem duas salas de aula, dois sanitários (sendo masculino e
feminino), uma área de convivência, uma copa e um almoxarifado, mantém um
convênio com o estacionamento localizado à Alameda Santos, 1300 (Parkhour).
Para montar o escritório de assessoria, serão necessários 10 funcionários
(um administrador, um (a) coordenador pedagógico, quatro professores, um(a)
auxiliar de limpeza, uma recepcionista e dois funcionários para área de
convivência).
O espaço será de 92 metros quadrados, hall de entrada, recepção,
almoxarifado, salas de aula, sanitários, copa e área de convivência.
Serão necessárias duas linhas telefônicas de uso exclusivo do escritório,
uma máquina de xérox, computador, armário para arquivo de documentos, mesa
de reunião, mesas individuais com cadeira, carteiras com apoio, mesas e cadeiras
plásticas para a área de convivência e um sofá para a recepção. Além, de lousa
para as salas de aula, duas televisões e dois aparelhos de DVD.
51
ORÇAMENTO
ORÇAMENTO Descrição Valores
computadores R$ 2.140,00lousa R$ 600,00carteiras R$ 150,00sofá R$ 1.100,00armários R$ 460,00televisão R$ 500,00DVD R$ 400,00mesa de reunião R$ 900,00mesas individuais c/ cadeiras R$ 800,00mesas e cadeiras plásticas R$ 750,00material de escritório R$ 850,00material escolar R$ 650,00apostilas R$ 950,00xerox R$ 200,00
TOTAL R$ 10.450,00
GASTOS FIXOS MENSAIS
GASTOS FIXOS MENSAIS Valores
Combustível R$ 300,00Aluguel R$ 1.000,00IPTU R$ 350,00Água R$ 200,00Luz R$ 500,00Telefone R$ 400,00Celular R$ 200,00Recepcionista R$ 600,00Professores R$ 6.000,00Auxiliar de limpeza R$ 500,00copeiros R$ 1.200,00
TOTAL R$ 11.250,00
52
Exigências Burocráticas
Exigências burocráticas (taxa, TEDEC, registro na junta comercial,
INPS/JAPAS, registro do livro, xérox e autenticações).
Procedimentos Burocráticos Para a abertura de uma Assessoria de Educação Ambiental, torna-se
necessário:
Legislação específica –
• Contrato Social e Registro na Junta Comercial; preenchimento de
formulários e protocolá-los na JUCESP. (www.jucesp.sp.gov.br).
• Registro na Secretaria da Receita Federal;
• Registro na Secretaria da Fazenda. (www.receita.fazenda.gov.br)
• Registro na Prefeitura do Município;
• Registro no INSS, através do site (www.previdencia.gov.br).
Inscrição na Prefeitura do Município
Para a inscrição / prestação de serviços a sociedade de uma empresa é
preciso:
• DECON (Declaração ao Contribuinte)
• Viabilidade
• Xérox do cartão do CNPJ
• Xérox do Contrato Social
• Xérox da capa e contracapa do IPTU local
• Xérox do Cic e Rg dos sócios
Secretaria Municipal de Educação
• Entregar no setor de Protocolo Geral, o Regimento e o Relatório, este
último contendo:
• Identificação da Empresa e do seu endereço
• Nome do Diretor responsável, com a sua titulação e “curriculum vitae”.
53
• Prova da natureza jurídica da entidade mantenedora, acompanhada de
CGC ou de registro Nacional de Pessoa Jurídica.
• Prova das condições legais de ocupação do prédio onde funcionaria o
estabelecimento.
O novo empresário deve procurar a prefeitura da cidade onde pretende
montar seu empreendimento para obter informações quanto às instalações físicas
da empresa (com relação à localização), e também o Alvará de funcionamento.
Além disso, deve consultar o PROCON para adequar seu produtos ás
especificações do Código de Defesa do Consumidor (LEI No. 8.078 de
11.09.1990).
CONTRATO SOCIAL 1º Da denominação A sociedade civil gira sob a denominação social de ECOEDUCAÇÃO –
Assessoria Especializada em Educação Ambiental, que será empregada em
todos os negócios sociais.
2º - Da Sede Social A sociedade tem sede na Av. Paulista, 2100 cj35. 1º. Andar – César
Cerqueira – São Paulo – SP – Cep. 13211-710, podendo estabelecer mais filiais
em todo território nacional.
3º Do Objeto Social A sociedade tem por objeto assessorar e desenvolver nos
estabelecimentos de ensino, público ou privado, instituições comerciais ou ONGS,
cursos e treinamentos com enfoque em valorizar e expandir a consciência
ecológica frente as grandes mudanças climáticas, o aquecimento global, a
destruição dos ecossistemas, a globalização, a importância do lixo reciclável, o
desenvolvimento sustentável e as políticas de prevenção à saúde do ser humano.
4º Da Duração A sociedade terá início em 23/11/2007 e o seu prazo de duração será por
tempo indeterminado.
5º Do capital Social O capital Social é da quantia de R$ 23.000,00 (vinte e três mil reais),
dividido em 23.000 (vinte e três mil) cotas de R$ 1,00 (Um real) cada uma,
54
totalmente integralizado na forma do contrato social,distribuído entre os sócios da
seguinte forma:
Sócios: Quotas: % Valor:
Isabel Maria de Oliveira Carvalho 11.500 50% R$ 11.500,00
Liane Cristina Bloch Chu 11.500 50% R$ 11.500,00
TOTALIZANDO 23.000 100% R$ 23.000,00
Parágrafo único: Nos termos do artigo 1.052 do Código Civil Brasileiro, a
responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos
respondem solidariamente pela integralização do capital social.
6º Da Administração A Administração da sociedade assim como o uso da denominação social
serão exercidos por ambos os sócios, tanto em conjunto como individualmente,
com poderes e atribuições de administradores, inclusive para representá-las ativa
e passivamente, judicial ou extra-judicialmente, porém e tão só em negócios de
exclusivo interesse social, sendo-lhes proibido usá-la pra fins estranhos, aos
sócios, tais como: avais, cartas de fiança, endossos de favor e tudo mais que
possa ou venha comprometer o patrimônio da sociedade.
7º Do Pró-Labore Ambos os sócios, terão direito a uma retirada mensal, a título de “pró-
labore”, de quantia limitada ao máximo permitido pela legislação vigente do
imposto de renda e que será lançada na conta de despesas da sociedade.
8º Dos Resultados Em cada exercício social, que coincidirá com o ano civil, os
administradores prestarão contas justificadas de sua administração, procedendo à
elaboração do inventário, do balanço patrimonial e do balanço de resultado
econômico, cabendo aos sócios, na proporção de suas quotas, os lucros ou
perdas apuradas, ou a seu critério, serem conservados e reservas da sociedade.
Parágrafo único: Anualmente, reavisar-se-á, uma assembléia dos sócios,
para julgamento e aprovação das contas, impreterivelmente no primeiro
quadrimestre, após o término do exercício social, sendo que os sócios
administradores, deverão colocar estes documentos á disposição dos demais
55
sócios, até 30 (trinta) dias da referida assembléia, nos termos do Artigo 1.078 do
Código Civil Brasileiro.
9º Da Cessão de Cotas As quotas são indivisíveis, e não poderão ser cedidas ou transferidas a
terceiros, sem o consentimento unânime dos sócios, aos quais assegurados, em
igualdade de condições e preço, direito de preferência para a sua aquisição se
postas a venda, formalizando, se realizada a cessão delas, o instrumento de
alteração contratual pertinente.
10º Do Falecimento O falecimento ou interdição de qualquer sócio, não dissolvera a sociedade,
podendo nela ingressar os herdeiros, sucessores ou incapaz. Não sendo possível,
ou inexistindo interesses destes, ou do (s) sócio(s) remanescentes, o valor de
seus haveres, será apurado e liquidado com base na situação patrimonial da
sociedade, à data da resolução, verificada em balanço especialmente levantado.
Parágrafo único: O mesmo procedimento será adotado em outros casos
em que a sociedade se dissolva em relação a seu sócio.
11º - Das Omissões Para as decisões cujas diretrizes estejam omissas neste instrumento, será
observada a legislação pertinente,nas épocas próprias.
12º Do Foro As partes elegem o foro desta capital, para dirigir eventuais controvérsias
oriundas deste instrumento, com expressa renuncia sobre qualquer outro por mais
privilegiado que seja.
13º Das Disposições Finais Os sócios declaram, sob as penas da lei, que não estão impedidos de
exercer a administração da sociedade, por lei especial, ou em virtude de
condenação criminal, ou por se encontrarem sob os efeitos dela, a pena que
vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime
falimentar, de prevaricação, feita ou suborno, concessão, ou contra a economia
popular, contra o sistema financeiro nacional, contra normas de defesa da
concorrência, contra as relações de consumo, fé pública, ou a propriedade.
E, por estarem plenamente de acordo, firmam o presente Contrato Social
em (03) três vias de igual teor e forma, perante (02) duas testemunhas,
56
destinando-se a primeira delas ao arquivamento na Junta Comercial do Estado de
São Paulo.
São Paulo, 23 de novembro de 2007.
_________________________________
Isabel Maria de Oliveira Carvalho
________________________________
Liane Cristina Bloch Chu
TESTEMUNHAS: ___________________________
Roseli Almeida Neves
___________________________
Pedro Almeida Neves
57
Assessoria e Formação para funcionários, professores e proprietários de
estabelecimentos de ensino do Município de São Paulo.
Os 5’rs da Educação Ambiental
COORDENAÇÃO/CORPO DOCENTE: Isabel Maria de Oliveira Carvalho
(Pedagoga pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo/PUC-SP,
Licenciatura Plena, Administração Escolar).
RELAÇÕES INSTITUCIONAIS: Liane Cristina Bloch Chu
(Diretora Administrativa)
EMENTA: Aproveitar o momento para fazer também uma discussão sobre a
consciência ambiental. Sensibilizar e valorizar atitudes ou ações que transformem
a realidade social dos alunos. Pontuar os grandes problemas ambientais como: as
mudanças climáticas, o aquecimento global, lixos comuns e lixos recicláveis,
políticas públicas preventivas que favoreçam o desenvolvimento sustentável.
OBJETIVOS: Propiciar bases para sustentar uma atitude de percepção multidisciplinar
voltada à resolução das questões ambientais.
Dar aos profissionais subsídios nos aspectos relacionados à legislação, às
interações envolvidas no meio ambiente, ao planejamento de ações, tecnologias
voltadas para a minimização de impactos ambientais e implantação de programas
estratégicos nas empresas públicas e privadas, na adequação do programa de
gestão ambiental.
Dar uma visão sistêmica de meio ambiente e gestão ambiental.
58
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
MÓDULO I: FUNDAMENTOS BÁSICOS Fundamentos de Ecologia Natureza e Sociedade Introdução à Gestão Ambiental
MÓDULO II: POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL Política Ambiental no Brasil Gestão Urbana e Meio Ambiente Saneamento Ambiental com ênfase em Resíduos Urbanos
MÓDULO III: EDUCAÇÃO AMBIENTAL Fundamentos de Educação Ambiental Educação Ambiental nas Escolas e na Comunidade Educação Ambiental nas Empresas MÓDULO V: RESPONSABILIDADE SOCIAL Interesses sociais e ambientais Sustentabilidade e ecoeficiência: conceitos e aplicação em empresas Soluções
MÓDULO VI: LEGISLAÇÃO Legislação Ambiental Política de Educação Ambiental Política de Gestão de Resíduos (urbanos, domésticos, de saúde).
AVALIAÇÃO
• Freqüência;
• Participação em sala de aula;
• Participação nos exercícios vivenciais;
• Pratica e desenvolvimento;
• Auto-avaliação.
59
ESTRATÉGIAS: A metodologia utilizada no curso é em forma de módulos. Estes foram
elaborados de forma a se constituírem em espaços de reflexão, criação e
construção do conhecimento. Estes módulos são constituídos de conteúdo
textual, para leitura e reflexão individual do aluno.
Cada módulo possui a seguinte metodologia:
• Conteúdo escrito - para leitura e reflexão individual do
estudante;
• Vídeos - serão indicados vídeos e apresentações para
aprofundamento e interação do aluno.
• Exercícios auto-avaliativos - objetivam uma revisão do
módulo estudado;
• Biblioteca - Textos diversos para enriquecimento dos temas
propostos.
A QUEM SE DESTINA
São voltados para profissionais interessados em adquirir conhecimentos
atualizados e avançados para sua formação, capacitação e aperfeiçoamento
profissional em educação e gestão ambiental.
HORÁRIO:
Segunda-feira, Quarta-feira e Sexta-feira. Horário:Livre (adequado ao
horário do aluno)
Terça-feira e Quinta-feira, 9h00 ao 12h00 e 14h00 às 16h00.
DURAÇÃO:
• Início: 02/03/2008. ( Segunda-feira, Quarta-feira e Sexta-feira) *
(Termino ao completar 720 horas).
60
• Início: 01/03/2008 a 30/08/2008 (Terça-feira e Quinta-feira) * 3
meses ou 720 horas.
CARGA HORÁRIA:
• 720 horas.
NÚMERO DE VAGAS: 30 (trinta/por turma)
TAXA DE INSCRIÇÃO: R$ 50,00
MENSALIDADE: R$ 280,00
À vista 10% de desconto
BIBLIOGRAFIA DO CURSO:
JR PHILIPPI, A.; PELICIONI, M. C. F. (org.) Educação Ambiental e Sustentabilidade. Barueri: Manole, 2005. LEFF, Enrique. Epistemologia Ambiental. São Paulo: Cortez, 2002.
REIGOTA, Marcos (org.) Verde Cotidiano – o meio ambiente em discussão. 2ª.
ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.
SATO, Michèle. Educação Ambiental. São Carlos: Rima, 2003
CERTIFICAÇÃO O certificado será concedido pela ECOEDUCAÇÃO – Assessoria
Especializada em Educação Ambiental, a todos os estudantes que cumprirem
satisfatoriamente as atividades propostas pelo curso.
61
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABU-DUHOU, I. Uma gestão mais autônoma das escolas. Brasília: UNESCO, IIEP, 2002. ALBUQUERQUE, H.M.P. & MARTINS, M.A.V. (org.) Fazendo Educação Continuada. São Paulo, Avercamp, 2005. FAYOL, H. Administração industrial e geral. 9ª. ed. , São Paulo: Atlas, 1981.
FREIRE, P. Freire, Paulo - Pedagogia da autonomia: saberes necessários à
pratica educativa – Rio de Janeiro,: Paz e Terra ,1977 p. 182. __________. Pedagogia do oprimido, -Rio de Janeiro, 13 ed. Rio de Janeiro, Paz
e Terra, pgs. 39-40, 1983.
___________.Pedagogia da esperança. Rio de Janeiro, Editora Paz e Terra, 1992.
FREIRE, P. & PICHON-RIVIÈRE (1991). O processo educativo segundo Paulo
Freire e Pichon-Rivière. Petrópolis, Editora Vozes.
JR PHILIPPI, A.; PELICIONI, M. C. F. (org.) Educação Ambiental e
Sustentabilidade. Barueri: Manole, 2005.
LEFF, Enrique. Saber Ambiental. Petrópolis: Vozes, 2001.
__________. Epistemologia Ambiental. São Paulo: Cortez, 2002.
LIBÂNEO, J.C. Democratização da escola pública. A pedagogia crítica-social dos
conteúdos, 8ª. ed. , São Paulo: Loyola, 1989.
MAGOZO, H.M.C., pgs. 423-424, 2005; Subjetividade no Processo Educativo:
Contribuições da Psicologia à Educação Ambiental in: Educação Ambiental e
Sustentabilidade, Pelicioni & Philippi Jr., São Paulo, ed., Manole (Coleção
Ambiental pgs.878).
PARO, V.H. “A utopia da gestão escolar democrática.”In: cadernos de pesquisa,
(60), São Paulo, Fevereiro. 1987
PCNS Brasília. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental,
Parâmetros Curriculares Nacionais: Introdução. 2ª ed., vol.!, Introdução aos
parâmetros curriculares nacionais.
PCNS Brasília. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental,
Parâmetros Curriculares Nacionais: Meio Ambiente e Saúde. 2ª ed., vol.!X, .
REIGOTA, Marcos (org.) Verde Cotidiano – o meio ambiente em discussão. 2ª. ed.
Rio de Janeiro: DP&A, 2001.
RICHARDSON, Roberto Jarry e colaboradores. Pesquisa Social - Métodos e
Técnicas. São Paulo: Atlas, 1999.
62
SATO, Michèle. Educação Ambiental. São Carlos: Rima, 2003.
SORRENTINO, M. Educação ambiental como política pública. Revista
Educação e Pesquisa vol.31 no.2, Ministério do Meio Ambiente, São Paulo, 1997.
TAYLOR F.W. Princípio de Administração científica. 7ª. ed. , São Paulo: Atlas,
1978.
ZABALA, A. A prática educativa – como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.
63
Apêndices
64
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu, _________________________________________, RG _____________,
abaixo qualificado, DECLARO para fins de participação em pesquisa, na condição
de sujeito objeto da pesquisa, que fui devidamente esclarecido da Tese de
Conclusão de Curso intitulado “A visão do gestor em relação à formação da
consciência ambiental na escola”; desenvolvido pelas alunas Isabel Maria de
Oliveira Carvalho e Liane Cristina Bloch Chu, do Curso de Pedagogia habilitação
em administração escolar da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo,
Campus Monte Alegre sob a orientação da Profa. Dra. Maria Otilia José M.
Mathias, RG: 9423635-5, telefone para contato (11) 69596188, quanto aos
seguintes aspectos:
a) justificativa, objetivos e procedimentos que serão utilizados na tese de
conclusão de curso;
b) garantia de esclarecimentos antes e durante o curso da pesquisa sobre a
metodologia;
c) liberdade de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em
qualquer fase da pesquisa ;
d) garantia de sigilo quanto aos dados confidenciais envolvidos no
questionário, assegurando-lhe absoluta privacidade;
DECLARO, outrossim, que após convenientemente esclarecido pelo pesquisador
e ter entendido o que me (nos) foi explicado, consinto voluntariamente (em
participar/que meu dependente legal participe) desta pesquisa.
65
Nome Assinatura Data
Entrevistado ______________________________________ _______________________
Testemunha ______________________________________ _______________________
Pesquisador ______________________________________ _______________________
Este é um documento de duas vias, sendo uma do entrevistado e outra do entrevistador.
1ªvia: entrevistador
66
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu, _________________________________________, RG _____________,
abaixo qualificado, DECLARO para fins de participação em pesquisa, na condição
de sujeito objeto da pesquisa, que fui devidamente esclarecido da Tese de
Conclusão de Curso intitulado “A visão do gestor em relação à formação da
consciência ambiental na escola”; desenvolvido pelas alunas Isabel Maria de
Oliveira Carvalho e Liane Cristina Bloch Chu, do Curso de Pedagogia habilitação
em administração escolar da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo,
Campus Monte Alegre sob a orientação da Profa. Dra. Maria Otilia José M.
Mathias, RG: 9423635-5, telefone para contato (11) 69596188, quanto aos
seguintes aspectos:
a) justificativa, objetivos e procedimentos que serão utilizados na tese de
conclusão de curso;
b) garantia de esclarecimentos antes e durante o curso da pesquisa sobre a
metodologia;
c) liberdade de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em
qualquer fase da pesquisa ;
d) garantia de sigilo quanto aos dados confidenciais envolvidos no
questionário, assegurando-lhe absoluta privacidade;
DECLARO, outrossim, que após convenientemente esclarecido pelo pesquisador
e ter entendido o que me (nos) foi explicado, consinto voluntariamente (em
participar/que meu dependente legal participe) desta pesquisa.
67
Nome Assinatura Data
Entrevistado ______________________________________ _______________________
Testemunha ______________________________________ _______________________
Pesquisador ______________________________________ _______________________
2ªvia: entrevistado
68
QUESTIONÁRIO
Prezada Diretora, Prezado Diretor,
O objetivo deste questionário é caracterizar como ocorrerá atuação
do gestor junto à comunidade escolar e ao bairro em relação à educação
ambiental – tema transversal -.
Os dados coletados serão subsídios valiosos para nosso trabalho de
Conclusão de Curso (TCC), no curso de Pedagogia, na Faculdade de Educação
da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Ressaltamos que todas as informações fornecidas por meio deste
questionário serão mantidas em absoluto sigilo, respeitando-se a identidade dos
participantes.
Sua participação é muito importante, agradecemos sua
disponibilidade em oferecer seu tempo.
Atenciosamente,
Isabel Maria de Oliveira Carvalho
Liane Cristina Bloch Chu
69
Nome da Escola:________________________________________
Cargo / Função:________________________________________
I Dados pessoais:
1 Sexo:
a. ( ) feminino
b. ( ) masculino
II Formação Acadêmica:
2 Qual é a sua formação inicial?
_________________________________________________________.
3 Você realiza ou realizou cursos de formação continuada oferecidos
pelas Diretorias e Secretaria de Ensino oferecidos pela Rede? Quais?
__________________________________________________________
_________________________________________________________.
4 Você realiza ou realizou cursos de especialização, mestrado ou
doutorado? Quais?
__________________________________________________________
_________________________________________________________.
70
5 Você considera em sua vida acadêmica que o ensino em algum
momento lhe:
a. ( ) proporcionou uma base de conhecimento suficiente para
acompanhar os conceitos de consciência ecológica.
b. ( ) forneceu condições para você se organizar como gestor:
planejar estudos, realizar os trabalhos, desenvolver pesquisas
com o objetivo de mudar comportamentos e posturas.
c. ( ) forneceu condições para vivenciar um clima favorável no que
diz respeito ao desenvolvimento sustentável.
d. ( ) conhecimento sobre o assunto somente pela mídia.
III Atuação profissional
6 Você trabalha em tempo:
a. ( ) parcial (4 horas)
b. ( ) integral (8 horas)
7 Há quantos anos você exerce a função de Diretor/Vice-
Diretor/Coordenador Pedagógico?
a. ( ) 1 à 5 anos
b. ( ) 6 à 10 anos
c. ( ) 11 à 20 anos
d. ( ) 20 à 30 anos
e. ( ) acima de 30 anos
IV No ambiente escolar
8 Em relação à Educação Ambiental ( qualidade de vida, produção e
reciclagem do lixo, consumo consciente, preservação e degradação de
ambientes), você percebe no grupo de alunos que freqüenta esta escola:
a. ( ) que existe uma conscientização entre todos os componentes
deste grupo/classe, demonstrada em decisões coletivas,
71
participação nas atividades realizadas no ambiente escolar e na
comunidade.
b. ( ) que este grupo/classe apresenta-se dividido em pequenos
subgrupos que se conscientizam, permitindo decisões coletivas
que favoreçam o ambiente escolar e a comunidade local.
c. ( ) que todos os componentes deste grupo/classe não possuem
conscientização e ainda impedem decisões coletivas.
d. ( ) não consigo perceber minha escola como um local para a
conscientização desse tema provocando transformações na
realidade social.
9 Com que freqüência a escola desenvolve atividades, palestras ou
eventos sobre educação ambiental, relacionados ao Projeto Político
Pedagógico:
a. ( ) de uma à três vezes ao ano
b. ( ) de quatro à seis vezes ao ano
c. ( ) nenhuma vez
10 Com que freqüência a escola desenvolve projetos de trabalho ou
projetos de pesquisa sobre educação ambiental, relacionados ao Projeto
Político Pedagógico:
a.( ) de uma à três vezes ao ano
b.( ) de quatro à seis vezes ao ano
c.( ) nenhuma vez
11 Para o gestor o que viabiliza a aquisição de conhecimentos e ações de
cidadania em relação à Educação Ambiental na escola:
a. ( ) é a realização de atividades, palestras ou eventos .
b. ( ) é a realização de projetos de trabalho ou projetos de
pesquisas relacionados ao Projeto Político Pedagógico.
c. ( ) é a promoção de campanhas incentivadas pela mídia nas
datas comemorativas relacionadas com o meio ambiente.
72
d. ( ) é o desenvolvimento da Educação Ambiental como tema
transversal proposto pelo PCN’s sobre Saúde e Educação
Ambiental.
12 Para o gestor o que viabiliza a aquisição de conhecimentos e ações de
cidadania em relação à Educação Ambiental na comunidade:
e. ( ) é a realização de atividades, palestras ou eventos
relacionados ao Projeto Político Pedagógico .
f. ( ) é a realização de projetos de trabalho ou projetos de
pesquisas relacionados ao Projeto Político Pedagógico.
g. ( ) é a promoção de campanhas incentivadas pela mídia nas
datas comemorativas relacionadas com o meio ambiente.
13 Nas reuniões de HTPC são promovidas discussões e estudos sobre
Educação Ambiental?
a. ( ) sim b. ( ) não
14 Se respondeu não justifique a sua resposta.
_________________________________________________________.
15 Se respondeu sim explique como as discussões e os estudos são
realizados.
_________________________________________________________.
73
16 Como gestor, quais atitudes você teria para incentivar e implementar a
Educação Ambiental em sua escola e na comunidade?
_________________________________________________________.
74
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES 2007
ATIVIDADES/PERÍODO MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
1. Escolha do tema. x
2. Construir cronograma e PERT.
x
3.Levantamento Bibliográfico sobre o tema.
x x
4.Conceitos de Educação, Sociedade e Mundo
x x
5. Selecionar textos da bibliografia ler e resumir. x x x x
6. Escolha das visitas à 2 instituições escolares. x x
7. Preparação dos esquemas para conhecimento da realidade relativa ao tema.
x x x
8. Elaboração do questionário de pesquisa
x x
9. Aplicação da pesquisa e tabulação dos dados.
x x
10. Relatório analítico x
11. Proposta de projeto x
12. Apresentação do TCC x
75
PERT
ESCOLHA DO TEMA
31/03/07
Construir cronograma e
PERT. 30/04/07
Levantamento bibliográfico sobre
o tema. 31/05/07
Conceito de Educação, Mundo
e Sociedade. 30/06/07
Selecionar textos da bibliografia, ler e
resumir. 31/07/07
Preparação dos esquemas para conhecimento da realidade. 31/08/07
Escolha das visitas à 2 instituições
escolares. 31/07/07
Elaboração do questionário de
pesquisa. 31/07/07
Aplicação da pesquisa e tabulação dos
dados. 30/09/07
Relatório analítico. 31/10/07
Proposta de projeto.
31/10/07
Apresentação do TCC. 30/11/07