aa Doenças de transmissão sexual

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República de Angola Instituto Médio Politécnico de Cambambe-Dondo Trabalho de Pesquisa de Higiene e Saúde “Tema: Doenças de transmissão sexual ” Grupo nº 01 Turma – A Classe – 12ª Opção – Geo/ História Relação nominal dos participantes 1 º Alberto de Sousa 2 º Cilíria da Silva Diogo 3 º Delfina Geraldo André 4 º Domingas Manuel Gonçalves Bartolomeu 5 º Nicolau Agostinho Damião dos Santos -1-

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República de AngolaInstituto Médio Politécnico de Cambambe-Dondo

Trabalho de Pesquisa de Higiene e Saúde

“Tema: Doenças de transmissão sexual ”

Grupo nº 01 Turma – AClasse – 12ªOpção – Geo/ História Relação nominal dos participantes1 º Alberto de Sousa2 º Cilíria da Silva Diogo 3 º Delfina Geraldo André4 º Domingas Manuel Gonçalves Bartolomeu5 º Nicolau Agostinho Damião dos Santos

O Docente: Dr. Mendes

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Dondo, Outubro de 2011

AGRADECIMENTO

É com muita honra que nós (membros do grupo nº 01) vimos por este meio, agradecer de princípio ao professor pela escolha do tema, visto que é um tema muito complexo; este tema é um problema social que devemos lutar para vencermos. Gostaríamos também de agradecer à todos os colegas do grupo supracitado que deram o seu melhor para a realização do mesmo e finalmente à aquelas pessoas que forneceram-nos alguns conteúdos relacionado com o tema.

O nosso muito obrigado…

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ÍNDICE

AGRADECIMENTO -------------------------------------------------------------------------- 02INTRODUÇÃO -------------------------------------------------------------------------------- 04

CAPÍTULO I – AS DOENÇAS DE TRANSMISSÃO SEXUAL OU DTS ------------05

1.1. Conceito de Doenças de Transmissão Sexual ------------------------------------------ 05 1.2. Incidência ------------------------------------------------------------------------------------051.3. Classificação -------------------------------------------------------------------------------- 051.3.1. Sífilis ---------------------------------------------------------------------------------------061.3.1.1. Sintomas ---------------------------------------------------------------------------------071.3.1.2. Estádio primário ------------------------------------------------------------------------ 071.3.1.3. Estádio secundário ----------------------------------------------------------------------071.3.1.4. Estádio latente ---------------------------------------------------------------------------071.3.1.5. Estádio terciário -------------------------------------------------------------------------081.3.1.6. Diagnóstico-------------------------------------------------------------------------------081.3.2. Gonorreia ---------------------------------------------------------------------------------- 091.3.2.1. Sintomas ---------------------------------------------------------------------------------091.3.2.2. Diagnóstico------------------------------------------------------------------------------ 101.3.3. Úlcera mole --------------------------------------------------------------------------------101.3.3.1. Sintomas e diagnóstico ---------------------------------------------------------------- 101.3.4. Linfogranuloma venéreo -----------------------------------------------------------------101.3.4.1. Sintomas e diagnóstico -----------------------------------------------------------------111.3.5. Granuloma inguinal ---------------------------------------------------------------------- 111.3.5.1. Sintomas e diagnóstico ---------------------------------------------------------------- 111.3.6. Tricomoníase ----------------------------------------------------------------------------- 121.3.7. Candidíase genital ------------------------------------------------------------------------ 121.3.7.1. Sintomas e diagnóstico ---------------------------------------------------------------- 121.3.8. Herpes genital ---------------------------------------------------------------------------- 131.4. Infecções intestinais de transmissão sexual --------------------------------------------- 131.5. Doenças de transmissão sexual debatidas quarta-feira em Lisboa ------------------ 13

CONCLUSÃO ------------------------------------------------------------------------------------14GLOSSÁRIO ------------------------------------------------------------------------------------- 15SUGESTÕES -------------------------------------------------------------------------------------16BIBLIOGARIA ---------------------------------------------------------------------------------- 17

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INTRODUÇÃO

Este trabalho relata sobre as Doenças de Transmissão Sexual ou DTS.

DTS são doenças de causas múltiplas, que têm em comum a transmissão sexual.

A transmissão de todas estas doenças só ocorre através do contacto íntimo com a pessoa infectada, porque todos os organismos causadores morrem rapidamente se forem removidos do corpo humano. Apesar da área de contacto ser normalmente as genitais, a prática de sexo anal e oral pode também causar infecções. Gonorreia, sífilis e infecção clamidial podem ser transmitidas de um portadora grávida ao filho que está sendo gerado, tanto através do útero como através do parto.

Apesar das doenças venéreas se manifestarem na genitália externa, elas podem atingir a próstata, o útero, os testículos e outros órgãos internos. Algumas dessas infecções causam apenas uma irritação local, coceira e uma leve dor, porém a gonorréia e clamídia podem causar infertilidade em mulheres.

As DTS têm alto risco de disseminação e podem causar danos graves à saúde, tais como distúrbios emocionais, doença inflamatória pélvica (DIP), infertilidade a quadros infecciosos dramáticos, lesões fetais, câncer.

Este trabalho tem como objectivo de alertar a sociedade em geral sobre os perigos das DTS e de modo a nos prevenirmos. É um o tema deste trabalho nos ajudará no nosso quotidiano; para elaboração do mesmo foi utilizado o método de investigação cientifica. Se encontra estruturado por um capítulo que é (AS DOENÇAS DE TRANSMISSÃO SEXUAL OU DTS) e vário subtítulos como: Conceito de Doenças de Transmissão Sexual, Incidências, Classificação, Infecções intestinais de transmissão sexual e Doenças de transmissão sexual debatidas quarta-feira em Lisboa.

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CAPÍTULO I – AS DOENÇAS DE TRANSMISSÃO SEXUAL OU DTS

1.1. Conceito de Doenças de Transmissão Sexual

As DTS são doênças transmitidas por relações sexuais anais, vaginais e orais sem uso de preservativo, ou seja, as chamadas relações desprotegidas. Sua transmissão é possível desde o momento da infecção e, conforme o caso, até depois que nenhum sintoma/sinal seja percebido. Isso é mais uma razão para que o preservativo esteja sempre presente em nossas atividades sexuais.

Como a actividade sexual dá oportunidade para que os microrganismos encontrem novos hospedeiros, uma grande variedade de microrganismos infecciosos podem transmitir-se deste modo. Eles englobam desde vírus microscópicos (por exemplo, o vírus da imunodeficiência humana) até insectos visíveis (por exemplo, o piolho-ladro ou púbico).

O contágio em algumas doenças venéreas (sexual) não exige penetração genital. Apesar de as referidas afecções serem o resultado das relações sexuais vaginais, orais ou anais com uma pessoa infectada, ocasionalmente podem ser transmitidas ao beijar ou manter um contacto corporal íntimo. Certos agentes de doenças de transmissão sexual podem ser transmitidos através dos alimentos e da água ou então das transfusões de sangue, dos instrumentos médicos contaminados ou das agulhas utilizadas pelos toxicodependentes. (Fonseca, Eliana da Costa).

1.2. Incidência

As doenças venéreas figuram entre as infecções mais frequentes do mundo. Nos países ocidentais, o número de pessoas com estas afecções aumentou de forma estável desde a década de 50 até à década de 70, mas de um modo geral estabilizou-se na década de 80. No final da década de 80, contudo, aquele número começou a aumentar de novo em muitos países, particularmente os casos de sífilis e de gonorreia.

Mais de 250 milhões de pessoas em todo o mundo infectam-se cada ano com gonorreia. Quanto à sífilis, os números indicam 50 milhões de pessoas em todo o mundo. Outras doenças de transmissão sexual, como a tricomoníase e o herpes genital, são provavelmente mais frequentes, mas, como os médicos não têm a obrigação de as comunicar aos organismos públicos, os seus números são menos fiáveis.

Actualmente, os tratamentos curam rapidamente a maioria as doenças de transmissão sexual e evitam que se propaguem. Contudo, certos microrganismos mais antigos, resistentes aos medicamentos, disseminaram-se amplamente, em parte devido ao transporte aéreo. Essa mobilidade foi parcialmente responsável pela rápida propagação do vírus da imunodeficiência humana (VIH). (Fonseca, Eliana da Costa).

1.3. Classificação

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Tradicionalmente cinco doenças foram classificadas como de transmissão sexual: a sífilis, a gonorreia, a úlcera mole, o linfogranuloma venéreo e o granuloma inguinal. Contudo, muitas outras se transmitem sexualmente, incluindo o herpes genital, a hepatite, o Molluscum contagiosum, o piolho-púbico, a sarna e a infecção pelo VIH, que causa a SIDA. Outras, como a salmonelose e a amebíase, transmitem-se por vezes durante a actividade sexual, mas em geral não são consideradas doenças de transmissão sexual.

As doenças venéreas geralmente são agrupadas segundo os sintomas e sinais que produzem. Tanto a sífilis o herpes genital como o cancróide provocam úlceras (feridas) sobre a pele ou nas membranas que cobrem a vagina e a boca. Tanto a gonorreia como as infecções clamidiais causam uretrites (inflamação e secreção da uretra) nos homens, cervicite (inflamação e secreção do colo uterino) e infecções pélvicas nas mulheres e infecções oculares nos recém-nascidos. (Ginecologia e Obstetrícia).

As Primeiras doenças de transmissão sexual reconhecidas:

Úlcera mole ou cancróide. Gonorreia. Granuloma inguinal. Linfogranuloma venéreo. Sífilis.

As Doenças de transmissão sexual mais recentemente reconhecidas:

Cervicite por Chlamydia. Piolho-ladro (pediculose púbica). Candidíase genital (geralmente não transmitida por via sexual). Herpes genital. Verrugas genitais. Infecção por VIH e SIDA. Molusco contagioso. Uretrite não gonocócica (em geral uma infecção por Chlamydia ou micoplasma). Sarna. Tricomoníase.

As Doenças ocasionalmente transmitidas por via sexual:

Amebíase. Infecção por Campylobacter. Infecção causada por citomegalovírus. Giardíase. Hepatite A e B. Salmonelose. Shigellose.

1.3.1. Sífilis

A sífilis é uma doença de transmissão sexual causada pela bactéria Treponema pallidum.

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Esta bactéria penetra no organismo através das membranas mucosas, como as da vagina ou da boca, ou então através da pele. Horas depois chega aos gânglios linfáticos e em seguida propaga-se por todo o organismo através do sangue. A sífilis também pode infectar um feto durante a gravidez, causando defeitos congénitos ou outros problemas.

O número de afectados com sífilis atingiu o seu ponto máximo durante a Segunda Guerra Mundial, para depois cair de forma espectacular até à década de 60, quando os índices começaram a subir novamente. Durante este período, um grande número de casos de sífilis surgiu entre homens homossexuais. Essas taxas permaneceram relativamente estáveis até meados da década de 80, porque, devido à epidemia de SIDA e à prática de sexo seguro, a incidência entre eles decresceu. Como consequência, o número geral de pessoas com sífilis também diminuiu. No entanto, esta redução foi seguida por um rápido incremento de casos entre consumidores de cocaína, principalmente entre as mulheres ou os seus filhos recém-nascidos. Recentemente, os programas de controlo voltaram a reduzir a incidência em alguns países desenvolvidos.

Uma pessoa que tenha sido curada de sífilis não fica imune e pode voltar a infectar-se.

1.3.1.1. Sintomas

Os sintomas costumam começar de 1 a 13 semanas depois do contágio; a média é de 3 a 4 semanas. A infecção com Treponema pallidum passa por vários estádios: o primário, o secundário, o latente e o terciário. A infecção pode durar muitos anos e raramente provoca lesões cardíacas, cerebrais ou a morte.

1.3.1.2. Estádio primário

No estádio primário, aparece uma ferida ou úlcera indolor (sifiloma, também designado por cancro) no local da infecção, geralmente sobre o pénis, a vulva ou a vagina. O cancro também pode aparecer no ânus, no recto, nos lábios, na língua, na garganta, no colo uterino, nos dedos ou, raramente, noutras partes do corpo. Em regra, manifesta-se uma única ferida, mas por vezes podem ser várias.

O sifiloma começa como uma pequena zona vermelha saliente que em breve se converte numa ferida aberta (úlcera), porém continua a ser indolor. A ferida não sangra, mas ao tocar-lhe liberta-se um líquido claro altamente infeccioso. Os gânglios linfáticos próximos costumam aumentar de volume, embora permaneçam indolores. Como a lesão causa tão poucos sintomas, é habitualmente ignorada. Cerca de metade das mulheres infectadas e um terço dos homens infectados não sabem que a têm. Costuma sarar em 3 a 12 semanas, depois do que o indivíduo afectado parece encontrar-se perfeitamente bem.

1.3.1.3. Estádio secundário

O estádio secundário inicia-se com uma erupção cutânea, que costuma aparecer de 6 a 12 semanas após a infecção. Cerca de 25 % dos infectados ainda têm uma ferida que está a sarar durante esta fase. Aquela erupção pode durar pouco tempo ou então prolongar-se durante meses. Mesmo que a pessoa não receba tratamento, habitualmente desaparece. No entanto, pode aparecer de novo semanas ou meses mais tarde.

1.3.1.4. Estádio latente

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Uma vez que a pessoa recuperou do estádio secundário, a doença entra num estádio latente em que não se verificam sintomas. Esta etapa pode durar anos ou décadas ou durante o resto da vida. Durante a primeira parte do estádio latente, por vezes as úlceras recidivam.

1.3.1.5. Estádio terciário

Durante a terceira etapa (estádio terciário), a sífilis não é contagiosa. Os sintomas oscilam entre ligeiros e devastadores. Podem aparecer três tipos principais de sintomas: sífilis terciária benigna, sífilis cardiovascular e neurossífilis.

A sífilis terciária benigna é muito rara na actualidade. Em vários órgãos aparecem formações chamadas gomas, que crescem lentamente, saram de forma gradual e deixam cicatrizes. Estas lesões podem aparecer em quase todo o corpo, mas são mais frequentes na perna mesmo abaixo do joelho, na parte superior do tronco e no couro cabeludo. Os ossos podem ser afectados, provocando uma dor profunda e penetrante que se costuma agravar à noite.

A sífilis cardiovascular costuma aparecer de 10 a 25 anos depois da infecção inicial. O doente pode desenvolver um aneurisma (enfraquecimento e dilatação) da aorta (a principal artéria que sai do coração) ou uma insuficiência da válvula aórtica. Estas perturbações podem causar dor no peito, insuficiência cardíaca ou morte.

A neurossífilis (sífilis do sistema nervoso) afecta cerca de 5 % de todos os sifilíticos não tratados. As três classes principais são a neurossífilis meningovascular, a neurossífilis parética e a neurossífilis tabética.

1.3.1.6. Diagnóstico

O médico suspeita de que uma pessoa tem sífilis a partir dos seus sintomas. O diagnóstico definitivo baseia-se nos resultados das análises laboratoriais e no exame objectivo.

Utilizam-se dois tipos de análises de sangue. O primeiro é uma análise de controlo, como a chamada VDRL (iniciais de «laboratório de investigação de doenças venéreas») ou RPR (de «reargina rápida do plasma»). Estas análises são fáceis de fazer e não se revelam dispendiosas. Em certos casos dão resultados falsos positivos, mas têm a vantagem de se tornarem negativas quando se repetem depois de um tratamento correcto. É possível que o médico precise de repetir este tipo de exames, porque os resultados podem ser negativos nas primeiras semanas de sífilis primária. O segundo tipo de análise de sangue, que é mais exacto, detecta anticorpos contra a bactéria que causa a sífilis; contudo, uma vez que se obtenha um resultado positivo, os seguintes serão sempre positivos, mesmo depois de um tratamento bem sucedido. Uma destas provas, chamada FTA-ABS, utiliza-se para confirmar que o resultado positivo de uma análise de controlo é realmente causado pela sífilis.

Nos estádios primário e secundário, é possível diagnosticar a doença colhendo uma amostra de líquido de uma úlcera da pele ou da boca e identificando as bactérias ao microscópio. Também se pode utilizar a análise de pesquisa de anticorpos efectuada sobre uma amostra de sangue. Para a neurossífilis, efectua-se uma punção lombar para realizar uma pesquisa de anticorpos. No estádio latente, a sífilis só se diagnostica

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através de provas de anticorpos efectuadas com amostras de sangue ou líquido espinhal (liquor). No estádio terciário, diagnostica-se a partir dos sintomas e do resultado de uma pesquisa de anticorpos.

1.3.2. Gonorreia

A gonorreia é uma doença de transmissão sexual causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, que infecta o revestimento mucoso da uretra, do colo uterino, do recto e da garganta ou da membrana branca (conjuntiva) dos olhos.

A bactéria pode propagar-se através da corrente sanguínea para outras partes do corpo, especialmente a pele e as extremidades. Nas mulheres, pode subir pelo tracto genital para infectar as membranas que se encontram dentro da bacia, causando dor pélvica e problemas reprodutivos.

1.3.2.1. Sintomas

Nos homens, os primeiros sintomas costumam aparecer de 2 a 7 dias depois da infecção. Começam com queixas ligeiras na uretra, seguidas, poucas horas depois, de uma dor fraca ou intensa ao urinar e uma secreção de pus proveniente do pénis. O homem tem uma necessidade imperiosa e frequente de urinar, que piora à medida que a doença se estende à parte superior da uretra. O orifício do pénis pode adoptar uma cor vermelha e inchar.

Nas mulheres, os primeiros sintomas costumam surgir entre 7 e 21 dias após a infecção. As mulheres infectadas não apresentam habitualmente sintomas durante semanas ou meses e a doença só se descobre depois de se ter diagnosticado a mesma afecção no seu parceiro masculino e ela ser examinada por ter estado em contacto com ele. Se aparecerem sintomas, costumam ser ligeiros. Contudo, algumas mulheres têm sintomas graves, como uma necessidade frequente de urinar, dor ao urinar, secreção vaginal e febre. O colo uterino, o útero, as trompas de Falópio, os ovários, a uretra e o recto podem ser infectados e provocar uma grande dor pélvica ou queixas durante o coito. O pus, que aparentemente provém da vagina, pode provir da cérvix, da uretra ou das glândulas próximas do orifício vaginal.

As mulheres e os homens homossexuais que mantêm relações sexuais por via anal podem contrair gonorreia rectal. A doença pode causar mal-estar à volta do ânus e secreções provenientes do recto. A zona que rodeia o ânus torna-se vermelha e fica em carne viva, enquanto as fezes se cobrem de muco e pus. Quando o médico examina o recto com um anuscópio (tubo de visualização), é possível distinguir muco e pus sobre a parede do mesmo.

A infecção vaginal nas crianças e raparigas pequenas costuma ser o resultado de um abuso sexual por parte de adultos; porém, em casos raros pode resultar da manipulação de objectos caseiros infectados. Os sintomas compreendem irritação, vermelhidão e inflamação da vulva, com secreção de pus proveniente da vagina. A jovem refere habitualmente queixas na zona vaginal ou uma sensação dolorosa ao urinar. O recto também pode ficar inflamado e as secreções podem manchar a sua roupa interior.

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1.3.2.2. Diagnóstico

O diagnóstico é feito de imediato ao identificar-se a bactéria (gonococo) ao microscópio. Em mais de 90 % dos homens infectados, diagnostica-se através de uma amostra da secreção uretral. Contudo, este diagnóstico só se consegue fazer em 60 % das mulheres infectadas utilizando uma amostra da secreção cervical. Se não se descobrem bactérias ao microscópio, esta secreção é enviada ao laboratório para a sua cultura.

Se o médico suspeitar de que existe uma infecção da garganta ou do recto, colhem-se amostras dessas zonas para efectuar uma cultura. Apesar de não existir uma análise de sangue para detectar a gonorreia, é possível colher uma amostra de sangue para diagnosticar se a pessoa também tem sífilis ou uma infecção causada pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH). Algumas pessoas têm mais de uma doença de transmissão sexual.

1.3.3. Úlcera mole

A úlcera mole (ou cancróide) é uma doença de transmissão sexual causada pela bactéria Haemophilus ducreyi, que produz úlceras genitais dolorosas e persistentes.

Apesar de ter sido uma doença rara, o número de casos de úlcera venérea mole tem aumentado nos últimos tempos. Uma pessoa com uma úlcera de cancróide tem mais probabilidade de se infectar com o vírus da imunodeficiência humana (VIH) se for exposta a ele.

1.3.3.1. Sintomas e diagnóstico

Os sintomas começam de 3 a 7 dias depois da infecção. As bolhas pequenas e dolorosas localizadas nos órgãos genitais ou à volta do ânus rompem-se rapidamente para formar úlceras superficiais. Estas podem aumentar de tamanho e unir-se entre si. Os gânglios linfáticos da virilha podem tornar-se muito sensíveis, aumentar de tamanho e fundir-se, formando um abcesso (acumulação de pus). A pele que cobre o referido abcesso pode adoptar uma cor vermelha de aspecto brilhante e provavelmente rasga-se, o que determina uma descarga de pus sobre a pele.

O diagnóstico da úlcera mole baseia-se no seu aspecto clínico e nos resultados das análises quanto a outras causas de úlcera. O facto de se colher uma amostra de pus de uma lesão e se conseguir cultivar a bactéria, procedimento tecnicamente difícil, pode ajudar o médico no seu diagnóstico.

1.3.4. Linfogranuloma venéreo

O linfogranuloma venéreo é uma doença de transmissão sexual causada por Chlamydia trachomatis, uma bactéria de crescimento intracelular.

O linfogranuloma venéreo é causado por variedades de Chlamydia trachomatis diferentes das que provocam inflamação da uretra (uretrite) e do colo (cervicite). Ocorre geralmente nas zonas tropicais e subtropicais.

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1.3.4.1. Sintomas e diagnóstico

Os sintomas começam aproximadamente de 3 a 12 dias após a infecção. No pénis ou na vagina aparece uma pequena bolha indolor cheia de líquido. Em geral, esta converte-se numa úlcera que sara rapidamente e costuma passar despercebida. Mais tarde, os gânglios linfáticos da virilha de um ou de ambos os lados podem aumentar de volume e tornar-se sensíveis ao tacto. A pele que cobre a zona infectada adquire uma temperatura mais elevada e torna-se avermelhada. Se não se tratar, podem aparecer orifícios (fístulas) na pele que os cobre. Estes orifícios descarregam pus ou líquido sanguinolento e geralmente curam-se, mas podem deixar uma cicatriz e recorrer. Outros sintomas incluem febre, mal-estar, dor de cabeça e das articulações, falta de apetite e vómitos, dor de costas e uma infecção do recto que produz secreções purulentas manchadas de sangue.

Depois de episódios prolongados ou repetidos, os vasos linfáticos podem obstruir-se e isso faz com que o tecido se inflame. A infecção rectal causa ocasionalmente cicatrizações que redundam num estreitamento do recto.

O médico suspeita desta doença baseando-se nos seus sintomas característicos. O diagnóstico pode ser confirmado mediante uma análise de sangue que identifique anticorpos contra a Chlamydia trachomatis.

1.3.5. Granuloma inguinal

O granuloma inguinal é uma doença causada pela bactéria Calymmatobacterium granulomatis, que causa uma inflamação crónica nos órgãos genitais.

O granuloma inguinal é raro em climas temperados, mas frequente em algumas zonas tropicais e subtropicais.

1.3.5.1. Sintomas e diagnóstico

A sintomatologia inicia-se de 1 a 12 semanas depois da infecção. O primeiro sintoma é um nódulo indolor e de cor avermelhada que lentamente se converte numa massa arredondada. Os pontos de infecção incluem o pénis, o escroto, a virilha e as coxas, nos homens.

A vulva, a vagina e as áreas de pele circundantes são as zonas nas mulheres. Tanto nos homens como nas mulheres, o ânus, as nádegas e o rosto podem ser afectados. No final, as massas podem chegar a cobrir os órgãos genitais. A cura é lenta e deixa cicatrizes. Em regra, os nódulos superinfectam-se. Se o granuloma inguinal não receber tratamento, a infecção pode espalhar-se a todo o corpo, até aos ossos, às articulações ou ao fígado, provocando uma acentuada perda de peso, febre e anemia.

O diagnóstico estabelece-se a partir das massas típicas, vermelhas e brilhantes, que o doente apresenta. O exame ao microscópio de fragmentos para amostra extraídos do bordo dessas protuberâncias pode confirmar o diagnóstico.

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1.3.6. Tricomoníase

A tricomoníase é uma doença de transmissão sexual da vagina e da uretra causada por Trichomonas vaginalis, um organismo unicelular com um flagelo semelhante a um chicote.

Apesar de a Trichomonas vaginalis poder infectar o tracto geniturinário tanto dos homens como das mulheres, os sintomas são mais frequentes entre as mulheres. Cerca de 20 % delas sofrem tricomoníase vaginal durante os seus anos férteis.

Nos homens, o organismo infecta a uretra, a próstata e a bexiga, mas só raras vezes causa sintomas. Em algumas populações, as Trichomonas podem ser responsáveis por todos os casos de uretrite não gonocócica. O organismo é mais difícil de detectar nos homens do que nas mulheres.

1.3.7. Candidíase genital

A candidíase genital é uma infecção causada por uma levedura (fungo) que afecta a vagina ou o pénis; é habitualmente causada por Candida albicans.

O fungo Candida normalmente reside na pele e nos intestinos. A partir destas zonas pode propagar-se para os órgãos genitais. A Candida não é habitualmente transmitida por via sexual.

É uma causa muito frequente de vaginite. A candidíase genital tem-se tornado muito frequente, principalmente devido ao uso cada vez maior de antibióticos, contraceptivos orais e outros medicamentos que modificam as condições da vagina de um modo que favorece o crescimento do fungo. A candidíase é mais frequente entre as mulheres grávidas ou que estão menstruadas e nas diabéticas. Com muito menos frequência, o uso de fármacos (como os corticosteróides ou a quimioterapia contra o cancro) e a presença de doenças que deprimem o sistema imunitário (como a SIDA) podem facilitar a infecção.

1.3.7.1. Sintomas e diagnóstico

As mulheres com candidíase genital costumam ter prurido ou irritação na vagina e na vulva e, ocasionalmente, uma secreção vaginal. A irritação é habitualmente incómoda, mas a secreção é ligeira. A vulva pode ficar vermelha e inflamar-se. A pele pode ficar em carne viva e, em certos casos, gretar. A parede vaginal cobre-se de uma substância semelhante a um queijo branco, mas pode também ter um aspecto normal.

Os homens não apresentam habitualmente sintomatologia, mas a extremidade do pénis (a glande) e o prepúcio (nos homens não circuncisos) por vezes irrita-se e dói, especialmente depois do coito. Às vezes aparece uma pequena secreção proveniente do pénis. A sua extremidade e o prepúcio podem adoptar uma cor avermelhada, apresentar pequenas ulcerações ou vesículas com crosta e estar cobertos por uma substância semelhante a um queijo branco.

Um diagnóstico imediato é possível, colhendo amostras da vagina e do pénis e examinando-as ao microscópio. Estas também podem ser cultivadas.

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1.3.8. Herpes genital

O herpes genital é uma doença de transmissão sexual da zona genital (a pele que rodeia o recto ou as áreas adjacentes), causada pelo vírus do herpes simples.

Existem dois tipos de vírus do herpes simples, chamados VHS-1 e VHS-2. O VHS-2 costuma transmitir-se por via sexual, enquanto o VHS-1 em geral infecta a boca. Ambos os tipos podem infectar os órgãos genitais e a pele que rodeia o recto ou as mãos (especialmente os leitos das unhas) e podem ser transmitidos a outras partes do corpo (como a superfície dos olhos). As úlceras herpéticas não se infectam habitualmente com bactérias, mas algumas pessoas com herpes têm também dentro das úlceras outros microrganismos transmitidos por via sexual, como por exemplo os agentes da sífilis ou da úlcera mole.

1.4. Infecções intestinais de transmissão sexual

Diversas bactérias (Shigella, Campylobacter e Salmonella), vírus (hepatite A) e parasitas (Giardia e outras amibas) causadores de infecções intestinais podem ser transmitidos sexualmente, em particular através de actividades nas quais a boca entra em contacto com os órgãos genitais ou o ânus. Os sintomas são tipicamente os do organismo específico transmitido e muitos podem causar uma combinação de diarreia, febre, entumescimento, náuseas e vómitos, dor abdominal e icterícia. As infecções recidivam com frequência, especialmente entre os homens homossexuais com muitos parceiros sexuais. Algumas infecções não dão sintomas. (Maternidade Dr. Alfredo da Costa).

1.5. Doenças de transmissão sexual debatidas quarta-feira em Lisboa

Angola com uma média de 60 mil casos positivos de VIH/SIDA participou no III Congresso da CPLP (quarta-feira em Lisboa 15 de Março, 2010).

O III Congresso da CPLP sobre VIH/SIDA e Infecções de Transmissão Sexual (ITS) teve lugar de 17 a 19 do mês supracitado, em Lisboa, Portugal, e nele Angola estava representada por uma delegação de 40 participantes, soube a Angop de uma fonte da organização do evento.

A delegação angolana foi chefiada pelo ministro da Saúde, José Van-Dúnem, integrou o bastonário da ordem dos advogados, Inglês Pinto, que falou sobre a concretização normativa dos direitos humanos, e a directora nacional de luta contra o SIDA, Dulcelina Serrano, que se debruçou sobre a evolução dos indicadores epidemiológicos em Angola.

Angola registou cerca de 60 mil casos positivos de VIH/SIDA desde 1985 a Dezembro de 2009.

Segundo a mesma fonte, este Congresso debateu quatro temas fulcrais, nomeadamente “Prevenção e Tratamento”, “Mundo do Trabalho”, “Cooperação” e Recursos Humanos.

CONCLUSÃO

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O grupo nº 01 Concluiu que a natureza epidémica das doenças transmitidas sexualmente as torna de difícil controlo. Algumas autoridades em saúde pública atribuem o aumento no número de casos destas doenças ao aumento de actividade sexual. Outro factor que também contribui significativamente é a substituição do uso de camisinha (condom) - que oferece alguma protecção - por pílulas e diafragmas com métodos anticonceptivos. Os padrões das doenças sexualmente transmitidas são bastante variáveis. Enquanto a sífilis e a gonorreia eram ambas epidémicas, o uso intensivo de penicilina fez com que a frequência da sífilis caísse para um nível razoavelmente controlado; a atenção voltou-se então ao controle da gonorreia, foi quando a frequência da sífilis aumentou novamente. Os casos de herpes genital e clamídia também aumentaram durante a década de 70 e durante o início da década de 80.

O tratamento de doenças sexualmente transmissíveis é feito basicamente com antibióticos. A penicilina tem sido uma droga eficiente contra a sífilis e a gonorreia, porém muitos dos organismos causadores da gonorreia são hoje resistentes à penicilina; usa-se nestes casos o ceftriaxone ou a spectinomicine. A tetraciclina é usada para tratar o linfogranuloma venéreo, o granuloma inguinale e a uterite clamidial.  Existem tratamentos específicos para a maioria das doenças sexualmente transmitidas, com excepção do molluscum contagiosum. A droga antivirus aciclovir tem se mostrado útil no tratamento da herpes.

MINI GLOSSÁRIO

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Microrganismos – micróbios, bactéria, bacilos, vibrião, microzoários, animálculo. Hospedeiros – estalajadeiros, hoteleiros, hospitaleiros, acolhedores. Venéreas – sexual. Genital – reprodutor, sexual, gerador. Fiáveis – torcíeis, tramáveis, confiáveis, acreditáveis, afiançáveis. Mobilidade – motilidade, volubilidade, inconstância, mutabilidade, instabilidade. Úlceras - feridasUretrites - inflamação e secreção da uretra. Cervicite - inflamação e secreção do colo uterino Congénitos – conaturais, inatos, acomodados, apropriados. Incremento – desenvolvimento, crescimento, aumento, dilatação, prospero. Imune – isento, livre, refractário. Úlcera indolor – ferida ou vício suave ou abrando. Latente – oculto, encoberto, disfarçado, dissimulado. Ligeiros – leves, superficiais, delicados, delicados, esbatidos, velozes, rápidos.

SUGESTÕES

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O grupo vem por este meio sugerir à população em geral de modo a praticarem o sexo seguro e se por vezes notar qualquer destes sinais/sintomas de alerta à presença de DTS, o melhor é suspender as atividades sexuais e procurar um serviço médico.

BIBLIOGRAFIA

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Ginecologia e Obstetrícia - Manual Para o TEGO - 1ª. Ed. - 1997.

Copyright © 2000 e Health Latin America

Texto: Fonseca, Eliana da Costa. Iraci Borges

http://www.faac.unesp.br/pesquisa/nos/olho_vivo/dsts/introducao.htm

Maternidade Dr. Alfredo da Costa. Hospital Articulado com a Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa

http://www.uro.com.br/dst.htm

Doenças de transmissão sexual debatidas quarta-feira em Lisboa 15 de Março, 2010

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