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ABIM 005 JV Ano IX - Nº 81 -Jan/17 O Mestre aponta o Caminho; o discípulo segue sozinho até encontrar, novamente, o Mestre, mas desta vez dentro de si mesmo! (Professor Henrique José de Souza.)

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ABIM 005 JV Ano IX - Nº 81 -Jan/17

O Mestre aponta o Caminho; o discípulo segue sozinho até encontrar, novamente, o

Mestre, mas desta vez dentro de si mesmo! (Professor Henrique José de Souza.)

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A Revista Arte Real é um periódico maçônico virtual, fundado em 24 de fevereiro de 2007, de periodicidade mensal, distribuído, gratuitamente, pela Internet, atualmente, para 33.154 e-mails de leitores cadastrados, no Brasil e no exterior, com registro na ABIM - Associação Brasileira de Imprensa Maçônica, sob o nº 005 JV, tendo como Editor Responsável o Irmão Francisco Feitosa da Fonseca, 33º - Jornalista MTb 19038/MG.

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Trata-se de uma coleção histórica de 22 edições publicadas, no período de jul/12 a fev/16. Nada tem a ver com a edição virtual. Confeccionada em 28 pg, em papel couchê, diagramação e edição de imagens de alto padrão. Solicite-nos através do e-mail [email protected]

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PROMOÇÃO

Revista Arte Real

Edição Impresssa

22 exemplares

EditorialIniciamos o ano de 2017 trazendo para nossos

leitores alguns temas, que visam leva-los à reflexão e a reavaliarem suas posturas diante de alguns fatos. É notória a degradante situação que assola nosso país, no aspecto político, refletindo-se no financeiro e desequilibrando a harmonia de nossas famílias. De autoria do filósofo francês Joseph-Marie Maistre (1753-1821), a frase “Cada povo tem o governo que merece!” começa a fazer sentido, quando percebemos que tais políticos não tomaram seus cargos de assalto, e sim pelo voto popular.

O ex-jogador e atual senador da República, Romário, disse que o Pelé, de boca fechada, é um poeta, devido às “perolas” pronunciadas em suas declarações à imprensa. Certa vez, pronunciou a frase “o povo brasileiro não está preparado para votar, por falta de prática e de educação. Vota mais por amizade”. Na época, quase crucificaram o rei do futebol. Analisando friamente, em particular, esta frase, preciso discordar do Romário, pois, em parte, o autor não estava tão longe da verdade, pois é o que o vemos, lamentavelmente, ainda, nos dias atuais.

Precisamos rever nossa postura de eleitor, com relação ao comprometimento com a política, e entender que tal omissão é a mãe de todos os males, como a corrupção, a injustiça social, a impunidade e tantos outros. Platão (427-348 a.C.), filósofo grego, dizia que “Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente, serão governados por aqueles que gostam”.

Este breve preâmbulo tem como objetivo justificar a publicação das matérias desta edição e convidá-los à

reflexão, como eleitor e, especialmente, como Iniciado e membro de uma instituição que tanto contribuiu para o progresso de nosso Brasil.

Aproveitando o ensejo, e a título de homenagem, republicamos uma breve matéria, de autoria de uma querida escritora, Zélia Scorza Pires, colaboradora de nossa Revista, que nos deixou esta semana, intitulada “Entrave entre a Justiça e a Impunidade”, uma estória com final feliz, mas que, de certo, a autora contava com a imprescindível e efetiva participação do povo brasileiro para tal desfecho.

Ainda, nesta edição, a matéria “Enfim, Chegaram as Férias”, de autoria do Irmão Rogério Vaz, alerta-nos quanto à prática do recesso no calendário maçônico, fazendo analogia com outras instituições iniciáticas e religiosas. De nossa autoria, a matéria “O Que Viemos fazer Aqui?”, também, visando nos despertar para o nosso trabalho de verdadeiros iniciados, dentro e fora de nossos Templos, ressalta o momento atual do país e a nossa inércia, contrariando a história de nossa instituição!

Complementando, nosso Irmão Osvaldo Novaes nos presenteia com sua bela matéria “Sic Transit Gloria Mundi”, frase a nós pronunciada, no momento em que defrontamos com a Luz, a fim de que não nos deixemos nos iludir pelo falso brilho dos cargos e alfaias e lembremos que entramos para Ordem Maçônica, a fim de evoluir espiritualmente, sendo, até mesmo o progresso no mundo profano, apenas, consequência disso.

Boa leitura para todos!

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Enfim,Chegaram

as “Férias”Rogério Vaz

No princípio, Deus criou os céus e a terra e nos seis dias seguintes teve muito trabalho para criar o nosso mundo. Tendo tudo feito no

sétimo dia, descansou! Se até Deus descansou, que sobra a nós, reles mortais? As férias! Curiosamente, a palavra “férias”, em português, e “vacation”, em inglês, originam-se do latim, porém as palavras de que derivam são diferentes. Os Romanos tinham a “feriae”, que eram os dias em que não trabalhavam por razões religiosas e era nessas ocasiões que as pessoas aproveitavam para fazer negócios (iam à feira). “Vacation” vem de “vacationem”, que significa lazer ou folga do trabalho, que por sua vez deriva de “vacare” = vazio, livre.

Assim, como hoje, naquela época (século III), os dias da semana eram sete e tinham a palavra “feria” acompanhada do seu nome: “Prima feria, Secunda feria, Tertia feria, Quarta feria, Quinta feria, Sexta feria e Septima feria”. Mais tarde, “Prima feria” recebeu o nome de “Dominiciues dies”, ou seja, “Dia do Senhor”, o nosso conhecido Domingo, e “Septima feria” transformou-se em “Shabat”, significa “descanso,” “cessação,” ou “interrupção”, e é o sétimo dia da semana dedicado à oração e ao descanso, pois, segundo a tradição hebraica, Deus descansou no sétimo dia, após completar a criação do universo (Gênesis 2:1-3).

Para nós, o Sábado do futebol, do churrasco e da cerveja! Tirar umas férias é o desejo de todo o trabalhador, que durante um ano suou, enfrentou crises, desafios, metas e mudanças, e depois de toda essa tempestade laborativa, enfim, o merecido descanso. Há quem almeje férias eternas, à beira do mar ou no local de seus sonhos, seja campo ou

cidade! Claramente uma utopia. Nascemos seres inquietos e, logo, teremos novas rotinas. Para mim, basta uma semana, que o não trabalhar, o não fazer algo, já se tornam uma verdadeira tortura.

Sou adepto do Ócio Produtivo, onde Domenico de Masi teorizou: “Aquele que é mestre na arte de viver faz pouca distinção entre o seu trabalho e o tempo livre, e distingue uma coisa da outra com dificuldade. Almeja, simplesmente, a excelência em qualquer coisa que faça, deixando aos demais a tarefa de decidir se está trabalhando ou se divertindo.”

Na Maçonaria fala-se em férias maçônicas, mas é possível suspender por determinado tempo nossa ânsia em erguer templos à virtude, praticar a fraternidade, sermos solidários com todos que nos cercam? No meu entender, não há como, simplesmente, acionar um botão, On (Maçom Ativo) – Off (Maçom em férias). Este texto é uma prova da

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minha inquietude como maçom, mesmo estando em “férias”, não deixo de ler, de entender ou aprender Maçonaria. É uma prática constante. Como irei tirar férias de algo que gosto e me dá prazer?

Outro dia, em uma roda de bate papo com irmãos de minha Loja, fizeram-me a seguinte pergunta: - Que tempo eu dedicava aos estudos da Maçonaria. Respondi que era diário, pois creio que ser maçom é vigiar nossos atos e comportamentos, é buscar a prática do bem, cultivar a verdade e conhecer a importância das virtudes. E para que possa entender tudo isso, adquiri o hábito da leitura; sou leitor de tudo que estiver ao alcance do olhar, de bula de remédio a um tratado de filosofia. É o meu prazer diário, tanto que minha inspiração vem do pensamento de André Maurois - “leitura de um bom livro é um diálogo incessante: o livro fala e a alma responde”.

Voltando sobre a interrupção dos trabalhos maçônicos, a Constituição do Grande Oriente do Brasil, em seu Art. 135, explicita que as férias maçônicas ocorrem no período de vinte e um de dezembro a vinte de janeiro do ano seguinte e, optativamente, a critério das Lojas, no mês de junho ou julho. Essa prática é bem recente. Lendo um artigo do Irmão José Castellani, ele cita o caso da Loja Amizade, de São Paulo, onde dois padres, Manoel Joaquim Gonçalves de Andrade e José Joaquim dos

Quadros Leite, foram iniciados em 25 de dezembro de 1832 e no dia 30 de dezembro, respectivamente.

Para ilustrar que não havia interrupções nos trabalhos das Lojas, ainda, do artigo do Irmão Castellani, diz que no dia 31 de dezembro de 1914, a Loja Monte Líbano, de São Paulo, realizara uma sessão magna para iniciação de Júlio dos Santos Martins, português, agente comercial. Ainda, nesse mesmo artigo, Castellani discorda dessa prática, que considerava esdrúxula, porque o trabalho maçônico é constante e ininterrupto, como o de outras entidades filosóficas, iniciáticas, assistenciais e de aperfeiçoamento do homem (seria, realmente, cômico, se a Igreja, por exemplo, entrasse em férias).

A evolução da humanidade foi marcada por quebras de paradigmas, causando rupturas e cisões. A Maçonaria, como uma Instituição que congrega em seu meio pessoas que representam o pensamento de diversas correntes, não poderia ocorrer de forma diferente, ela vai modificando e se adaptando às novas formas de viver. Ao primeiro momento, são assustadoras e causam grande furor, mas com o tempo a poeira vai baixando e a normalidade retorna. Ainda, veremos muitas modificações e evoluções. Enquanto elas não chegam... cabe-me desejar-lhe boas férias.

FÉRI S?Como Assim?

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O Que Viemos

Fazer Aqui?

Francisco Feitosa

Um novo ano começa e a esperança de um novo tempo invade nossos corações e mentes! A entrada do Ano Novo nos remete à reflexão, à

reavaliação de nossas metas, sempre, na expectativa de progredirmos e de evoluirmos, pois ambas as correntes devem caminhar juntas.

Em meio à troca de presentes, aos abraços e as rabanadas, ficaram para trás as comemorações natalinas. O comércio nessa época registra recordes de vendas. Falando em consumo excessivo de final de ano, ficamos a pensar onde está a razão do Natal? Comemoramos o nascimento do Mestre Jesus, com mesa farta, presentes e roupas novas, em um voraz consumismo, enquanto seu real significado trata-se do renascimento interno, através dos excelsos ensinamentos pregados por esse Avatara, que se doou em sacrifício, e não me canso de repetir, em “Sacro-Ofício”, para que a humanidade pudesse ascender em estado de consciência, e não em “status” social, material, etc.

Pobre e cega humanidade, que se aferra à própria vaidade e ao falso brilho do que é efêmero!

Permitimo-nos aproveitar a virada do ano, para sugerirmos, aos que nos prestigiam, lendo nossas despretensiosas linhas, uma profunda reflexão dos reais valores da vida e começarmos um novo ano sem os grilhões da materialidade, ou, pelo menos, predispondo-nos a retirá-los.

Já que as catastróficas previsões do “fim do mundo” foram descartadas, retomemos a vida, seguindo “para frente e para alto”, como nos ensina a “Oração do Combatente da Montanha”. Denodadamente, ostentemos nosso avental e coloquemos em prática o que repetimos a cada Sessão: “tornar feliz a humanidade”. Para tanto, precisamos nos modificar; precisamos rever nossas metas e nos questionarmos, a cada dia, se estamos fazendo parte da solução ou do problema.

Toda transformação no mundo começa dentro de nós. Não se pode esperar resultados diferentes agindo da mesma maneira, como quando criamos o problema. Portanto, aproveitemos esse início de ano, esse breve recesso maçônico, para refletirmos, antes de tentarmos responder a pergunta que tanto escutamos, ao ponto de nos parecer tão simples, sendo, por demais, profunda: o que vindes fazer aqui?

Está na hora de reorganizarmos nossas gavetas, desvencilharmo-nos do inútil, liberarmo-nos da energia estagnada, e iniciarmos uma nova etapa. Rever nossos conceitos, ouvir, no silêncio de nossas consciências, os conselhos de nosso Deus Interior.

O mundo está em constante e acelerada mudança. Os influxos de uma Nova Era já se fazem notórios no mundo, nas crianças de hoje (índigo e cristal). A tecnologia avassaladora, nas mais diversas

“Nem tudo que se enfrenta pode ser modificado, mas nada pode ser modificado até que seja enfrentado.”

(Albert Einstein.)

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áreas, exige, de tudo e de todos, um constante “up grade”, a guisa de perdermos o trem da história.

Pensamos: não seria hora de iniciarmos uma reflexão sobre alguns aspectos, como: a imutabilidade dos landmarks; do modelo da Maçonaria Brasileira, pulverizada em mais de 130 Grão-Mestres, portanto, desunida e, consequentemente, sem força para defender os interesses do povo brasileiro; de analisarmos os verdadeiros conceitos de regularidade e reconhecimento ditados por uma potência estrangeira, que nem sabe e nem sequer se preocupa com os nossos interesses. Somos a 3ª maior Maçonaria do mundo e já passou da hora de nos impormos, e não agirmos como um povo colonizado; o resgate do cunho iniciático de nossa Ordem, deixando de ser um “clube de serviços”, que, muitos pseudo iniciados a estão transformando.

Sim, meus Irmãos, o momento é oportuno para revermos “o que viemos fazer aqui”. Em nossos Templos a ritualística está em terceiro plano, por descaso e/ou por falta de conhecimento e consciência de sua aplicação. Sessões vazias de conteúdo, instruções mal lidas e nem sequer comentadas, demonstram certo declínio cultural: cegos guiando cegos. O anúncio do que colheu o Tronco de Solidariedade nos leva a pensar se, com a reforma ortográfica, a palavra “óbulo” passou a ser sinônimo de “esmola”. A pressa para se terminar as Sessões, fazendo com que o ágape passasse a ser a parte mais importante do dia de reuniões, voltando aos tempos das tavernas, o que, hoje, costumamos chamar de “loja etílica”. Essa não tem hora de fechar seus trabalhos, e seus frequentadores trabalham nos graus (etílicos) mais elevados!

Já não temos mais influência alguma no meio político. As ações sociais das Lojas estão cada vez mais escassas. Lamento dizer, mas estão transformando nossa instituição em um “corpo sem alma”. Diversas Lojas encerraram suas atividades na primeira quinzena de dezembro e estarão voltando, tão somente, após o carnaval. Estão brincando de fazer Maçonaria! Volto a perguntar: o que viemos fazer aqui?

Algumas “potências” expõem nossa Ordem ao mundo profano, disputando o poder do malhete na justiça comum. E, a cada disputa, a parte derrotada se transforma em mais uma “potência maçônica”. Grão-Mestres se perpetuando no poder, formando verdadeiras dinastias, utilizando-se da influência do cargo para atender seus interesses pessoais.

Será que conseguiremos, assim, tornar feliz a humanidade, ou será que, antes não deveremos vencer nossas paixões e submeter nossas vontades? É notório, tais pseudo iniciados, apor seus inúmeros títulos abaixo de seu nome, 33º, 96º, MKT, e tantas outras siglas que, confesso, não as saberia descrever, esquecendo-se de se colocar em prática, no teatro de suas vidas, tão somente, o conteúdo do Grau de Aprendiz. A esses, recomendamos a leitura diária do livro bíblico Eclesiastes.

Quem nos conhece, pessoalmente, sabe que somos, no mínimo, um entusiasta e, nosso supracitado relato, embora seja a mais dura realidade, jamais, demonstra, de nossa parte, a menor forma de desânimo, muito pelo contrário, percebemos, com isso, que nossas responsabilidades, em muito, aumentam, pois nos estimulam a continuar elucidando nossos leitores quanto à necessidade de revermos nossa conduta diante desses inúmeros problemas, que dilaceram nossa sacrossanta instituição.

Aproveitemos, portanto, esse recesso para refletirmos e, também, iniciarmos, em nós, a mudança que gostaríamos de ver no mundo, e em nossa Ordem, em particular. Aproveitemos, também, os influxos do Natal, na acepção da palavra, como renascimento, sendo, em nosso caso, o renascimento do Mestre, de nosso Mestre Interior, e façamos essa tão esperada e necessária transformação interna, pois é grande a responsabilidade que nos cai aos ombros. Após tal mudança de postura, possivelmente, vislumbraremos a resposta para a pergunta que serve como título desta matéria: o que viemos fazer aqui?

Continuaremos a conversar!

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SicTransitGloriaMundi

Oswaldo Novaes

Trata-se de mais uma das centenas de expressões latinas (vide meu livro “Alguns Temas Maçônicos”, capítulo “A Língua Latina da

Maçonaria) inseridas nos ensinamentos maçônicos. Claro, não é porque se trata de frase latina, mas em função da lição de vida nela contida, consentânea com os princípios filosóficos que a Maçonaria pratica, séculos após séculos, e que seus adeptos compreendem como regra de vida, transmitindo-a a seus descendentes, amigos, e à sociedade em geral.

“A Glória do Mundo é Transitória”, e se os humanos vivenciassem a lição contida nesse ensino, cedo estaríamos libertados do egoísmo, do orgulho, das vaidades mundanas, da ambição desenfreada que muitas vezes suscita ódios, implantando desamor, desejos de vingança, desarmonia entre homens e mulheres em todos os tempos. Pensam muitas pessoas que, quanto mais poderosas, mais ricas, entesourando bens materiais, acumulando fama e prestígio, tornam-se imbatíveis, imortais, infensas ás adversidades da vida terrena.

Ó doce ilusão! Que triste visão do mundo, da essência do Ser Humano, desse apego ao efêmero, daquela consciência íntima da falaz existência faustosa. Todos conhecemos histórias de milionários falidos, arruinados, presos; imperadores e reis

corroídos pelas doenças ou destronados; papas envenenados; “donos’ do mundo que morreram cedo (vide Alexandre Magno) apesar da fortuna, do poder, da fama alcançada.

SIC TRANSIT GLORIA MUNDI não é invenção da Maçonaria, aparecendo em seu ritual de recepção de Neófito para, junto com outras alegorias e símbolos, alertar o recém iniciado para os valores da vida na Terra e aqueloutros da vida superior, os primeiros transitórios, estes permanentes, imperdíveis. Ao pronunciar a frase, é como se lembrássemos Carl Jung: “O efeito das imagens inconscientes tem algo de destino. Talvez – quem sabe – essas imagens eternas possam ser a realidade daquilo que é chamado destino”, citado por Gertrude Spencer, FRC, em seu livro “O Drama da Iniciação.”

A Origem da expressão tem cunho religioso, mas também filosófico, pois levando o homem a especular no ‘quem sou, de onde vim, para onde vou, o que faço aqui, por quê?’, acabará por conduzi-lo à compreensão de verdades eternas, das leis naturais, da necessária e íntima transformação do Ser essencial. Daí que, breve, poderá ser reintegrado nas virtudes e poderes primitivos de que nos fala o FRC e Maçom Martinez de Pasqually.

A Glória do Mundo é Transitória!

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No século IV, entre 1380 e 1471, viveu um eclesiástico holandês, filósofo chamado Thomas à Kempis, ou Thomas van Kempis, que, em sua obra “Imitação de Cristo”, trouxe à luz essa frase famosa, usada na cultura ocidental. Segmentos religiosos e escolas filosóficas adotaram a expressão pelo conteúdo transcendente afirmando a transitoriedade da vida material, que proporciona bem-estar, alegria, vitorias e derrotas, mas não é tudo, e a outra vida, de eterno progresso, deverá ser lembrada com primazia nas ações dos homens e mulheres em todos os lugares.

Onde já viu ataúde levando fortuna, fama, poder? Não há gavetas para levar bens, escrituras, títulos e Graus maçônicos. Na Maçonaria, o Irmão que parte para o Oriente Eterno deixa lembranças, saudades, até mesmo alguma herança, mas sua viagem não inclui saldo bancário, fazendas e gado, ações da Petrobrás (Deus o livre desse desgosto). Levará o Maçom a consciência tranquila pelo bem realizado, pela estima que gozou, pelo amor que espargiu entre seus Irmãos, pela edificação a seus cuidados da Maçonaria melhor, livre, esclarecida.

Voltando às origens (“e o pó volte à terra como o era, e o espírito volte a Deus que o deu” –

Eclesiastes, 12:7), o Maçom deverá estar livre das cadeias que o prendiam à Terra, aos bens materiais, ao apego às pessoas. Se suas práticas foram justas ou injustas; se mais quis ser amado do que amou; se viu na Maçonaria o meio de grangear prestígio, ou mesmo dinheiro; se se serviu dos IIr.: para alcançar seus fins pessoais, se, enfim, enquanto viveu seu exílio temporário na Terra buscou maus costumes e escravidão ao vício, à ambição, à prepotência, deixou boa chance de aperfeiçoar-se e ajudar seus Irmãos e demais pessoas.

Pois, então, caros Irmãos encaremos nosso existir com a prática do amor, da caridade, alimentando esperanças e não desesperos com nossas ações fraternais em benefício próprio e do nosso semelhante. Afastemos manifestações negativas a exemplo do egoísmo, orgulho, vaidade, arrogância. Devemos sempre nos lembrar de que a Sabedoria deve presidir nossa vida. A recomendação está em Eclesiastes 2:13 – “Então vi que a sabedoria é mais excelente do que a estultícia, quanto a luz é mais excelente do que as trevas.” Assim, conscientes de nossas limitações e de nossa destinação superior, atentemos para o ensinamento: SIC TRANSIT GLORIA MUNDI

“Assim Passa a Glória do Mundo”.

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Um dia a Justiça, cansada de polemizar e ser passada para trás pela Impunidade, resolveu fazer um apelo aos homens. Do jeito que as coisas estavam indo

não tinha mais sentido ela continuar na Terra... Simbolizada numa figura feminina e portando a Espada da Lei, era difícil para ela executar seu trabalho, ainda mais com aquela incômoda venda nos olhos...

A Impunidade, antiga adversária sua, ajudada por outras iguais a ela, tomara o seu lugar... Mas a Justiça ainda mantinha um lastro de esperança... Por isso ela resolveu sair em busca de um povo bom e pacífico com que pudesse trabalhar, caso no mundo existisse um povo assim. Procurou, procurou, e finalmente encontrou. Achou o Povo Brasileiro... Incrível, mas foi quando o seu infortúnio

aumentou ainda mais, pois sempre que tentava ser justa, a Impunidade se antepunha e, desacreditando a Verdade, vencia ludibriando a Lei... Os defensores dos culpados por sua vez também transgrediam a Lei... A Justiça então, tão bem representada num corpo de Mulher, antes esguio e forte, tornou-se envelhecida e curvada... Não suportou o peso da desmoralização... Aviltada, ela pensou em retirar-se; sumir daquele País... Em que tanto confiara... Sim, afastar-se, pois não mais tinha voz nem vez...

Foi justamente nessa hora que ela ouviu dentro de si uma Voz vibrante a qual não pôde resisti, e que lhe dizia assim: -- Não faça isto! Não esmoreça! Sem ti o que será deste povo amado e sofrido? Não! Ergue-te, Justiça! Arranca a venda dos olhos! Empunha a tua Espada e

Entrave entre

a Justiça e a

Impunidade

Zélia Scorza Pires

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luta! Afasta os corruptos! Ataca de frente os interesseiros! Encara os intrigantes! Enfrenta os mentirosos! Olha sem medo os maledicentes! Encara tudo com firmeza! Porque Eu, como Senhor de Todos os Poderes, vejo tudo, vigio tudo, e anoto tudo! Nada me escapa! Não deixarei que esta situação calamitosa continue. Poucos neste País grandioso conhecem os projetos gloriosos que já realizei! Levanta, Justiça! Ergue teu punho e enfrenta as perturbações! O solo abençoado do Brasil sempre acolheu as várias etnias de que se compõe “a Grande Família Universal”. O brasileiro é generoso e talentoso. Este País “já ouviu o canto mavioso das aves canoras, a segredar-lhe internamente amor a todos os seres”. Um dia ele novamente ouvirá esse Canto abençoado! Forças contrárias e vacilantes não terão vez! São muitos os que trabalham para que Meus Planos não se realizem, mas pagarão caro por isso quando Eu erguer a Minha Mão! Homens públicos da Nação Brasileira: amem a terra em que nasceram! Não provoquem Minha Ira! Avante

Justiça! Se necessário intervirei com a força do povo, se a Justiça terrena não cumprir a digna função que lhe cabe!

Depois desta Voz interior a Justiça criou alma nova. A primeira coisa que ela fez foi dar um bom piparote na Impunidade, derrubando-a do trono que esta havia usurpado e ultrajado. Em seguida ela retirou a venda dos olhos, ergueu sua Espada, e caminhou resoluta por todo o território brasileiro. Orgulhosa de sua missão, a Justiça nunca mais permitiu que a impedissem de valer o seu direito de agir com dignidade!

Esta matéria foi publicada na edição nº 08 - Out/2007, de nossa Revista, e ainda se mantém bem atual para nossos dias. Sua republicação é uma singela homenagem à autora, Escritora, Acadêmica e Membro da Sociedade Brasileira de Eubiose, por décadas. Sua vasta Obra literária visa, de uma forma lúdica e elucidativa, decifrar, em especial, para as crianças e jovens, os Mistérios da Obra dos Deuses na face da Terra, em prol da evolução humana. Nossa querida Zélia, foi colaboradora de nossa Revista, deixou o plano terreno nesta semana, na madrugada de 23 de janeiro de 2017. Obrigado por fazer parte da minha Caminhada Espiritual!

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Sua Revista Arte Real está sendo distribuída para mais de 30.000 e-mails cadastrados, além de ser difundida em mais de 50 grupos nas Redes Sociais e em

diversos Grupos de Discussão Maçônica, na [email protected] 35 99198-7175 TIM Whats App

Na 68ª Convenção Internacional da Sociedade Brasileira de Eubiose, realizada em São Lourenço-MG, no período de 20 a 24 de fevereiro de 2016,

foi levado a efeito o lançamento do livro “Monumento Eubiose”. Tal obra literária é parte do projeto da construção de um Obelisco, com 11 metros de altura, a ser erigido na cidade de Cuiabá-MT – centro geodésico da América do Sul. Dentre outros mistérios, aquele estado abriga um dos Sistemas Geográfico do planeta, polos de irradiação de energias sutis para a face da Terra e a humanidade. Todos esses assuntos, e muito mais, estão revelados neste importante livro, que te a autoria de um grupo de diversos estudiosos no assunto, no qual me incluo.

Tenho, também, a honra de ser o criador de seu projeto gráfico, da capa e da diagramação. Além de seu valoroso conteúdo, os valores arrecadados, com sua venda, serão direcionados para custear a construção desse Monumento. Saiba mais em www.monumentoeubiose.com.br

Lançamento

Esta coluna “Lançamentos” é destinada, exclusivamente, aos escritores, a fim de que possam divulgar o lançamento de seus Livros. Os interessados, por gentileza, façam contato conosco, pelo e-mail [email protected] e divulguem sua obra para os nossos quase 30.000 leitores!