ABIM 005 JV Ano XI - Nº 88 - Ago/17 - Entre Irmãos · PDF filese refere aos fatos...

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ABIM 005 JV Ano XI - Nº 88 - Ago/17

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A Revista Arte Real é um periódico maçônico virtual, fundado em 24 de fevereiro de 2007, de periodicidade mensal, distribuído, gratuitamente, pela Internet, atualmente, para 33.154 e-mails de leitores cadastrados, no Brasil e no exterior, com registro na ABIM - Associação Brasileira de Imprensa Maçônica, sob o nº 005 JV, tendo como Editor Responsável o Irmão Francisco Feitosa da Fonseca, 33º - Jornalista MTb 19038/MG.

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Editorial

O Maçom, como um buscador da Verdade, em sua vereda iniciática, mesmo que já tenha galgado os mais altos graus de seu

rito, jamais, poderá se considerar que absorveu todo o conhecimento. A busca da Verdade é um exercício diário e infinito na evolução do homem. Encontrá-la seria a maior das utopias, pois quando nos certificarmos de algo, logo, um amplo terreno de dúvidas se abre a nossa frente.

A palavra “Verdade” poderia se traduzir em “qualidade de ver”, estando, estritamente, condicionada ao estado de consciência de cada um, em relação a algo. Cada um de nós é o portador de sua Verdade. A Verdade Absoluta é a Divindade, o Grande Arquiteto do Universo. Como criaturas, e criados à imagem e à semelhança do Criador, somos partículas infinitesimais de Deus. A nossa Verdade se expande conforme se amplia a consciência da divindade dentro de nós. Dizia o Mestre Jesus: “Eu Sou a Verdade e a Vida, ninguém vai ao Pai, senão por Mim!”

Sua origem transcende aos três tempos verbais, passado, presente e futuro. Haja vista que, tal palavra no grego, chama-se “aletheia”, referindo-se as coisas que são; no latim, chama-se “veritas”, e se refere aos fatos que foram; já no hebraico, chama-se “emunah”, com relação as coisas que serão.

A cada vez que assistimos o ministrar das mesmas instruções maçônicas, a cada momento a interpretamos através de uma nova ótica, angariando um novo aprendizado. Em verdade, não foi a instrução que se modificou, mas o nosso estado de consciência. A nossa Verdade que se expandiu com relação àquele ensinamento e passamos a enxerga-lo por um outro prisma.

Buscar a Verdade é buscar o nosso Deus Interno, a fagulha divina que habita em cada um de

nós. É o despertar de nossa quintessência, o espírito. Seu despertar é início do domínio do espírito sobre a matéria, sobre o quaternário dos elementos. Esse é o princípio do trabalho da Iniciação, ou seja, é o “início” da “ação”, ou a “ação de iniciar” uma caminhada, à guisa da parábola bíblica do “Filho Prodígio de Volta à Casa do Pai”, a fim de que a centelha (nós) se una, novamente, à Chama do Eterno.

O trabalho é constante e requer do postulante à Iniciação, disciplina e dedicação, pois a busca é eterna, como é eterno o aprendizado. Ao nos considerarmos um eterno aprendiz, não estamos falando que estaremos limitados, para sempre, à condição de ser um Aprendiz Maçom, de ficarmos restritos ao aprendizado relativo ao Primeiro Grau Maçônico. Em verdade, o Eterno Aprendiz é aquele que, independente do Grau já adquirido, coloca-se, incondicionalmente, receptivo a novos conhecimentos, permitindo que sua Verdade se expanda.

O Teatro da Cerimônia de Iniciação, realizado quando ingressamos na Ordem, não nos concede o “status”, a partir de então, de nos considerarmos um iniciado. O seu enredo é, tão somente, a trajetória iniciática que se espera que alcancemos um dia. Talvez, e muito provavelmente, tal conquista não se dará uma só vida!

Portanto, devemos seguir, humildemente, nossa infinita caminhada, sem buscar atalhos, sem nos deixarmos desviar do verdadeiro caminho, devido ao iminente risco de sermos iludidos pelo falso brilho das alfaias, altos cargos e funções. O aprendizado é eterno, daí sermos eternos aprendizes em busca da Verdade Absoluta! Esse é o verdadeiro caminho da Iniciação, cuja estrada não nos conduz para fora, mas sim, para dentro de nós mesmo!

“Um eterno aprendiz, jamais, deve ser confundido com um Aprendiz eterno!”

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Revista Arte Real nº 88 - Ago/17 - Pg 03

O Mestre Instalado no REAAINVENÇÃO?

Marcelo Abuchaim Fattore

Após a cisão no Grande Oriente do Brasil, em 1927, e a criação das Grandes Lojas Estaduais, uma das consequências mais contundentes foi

o “azulamento” do Rito Escocês Antigo e Aceito, visto que, por motivos que não cabem discutir neste trabalho, o REAA praticado nas Grandes Lojas foi, em boa parte, desvirtuado e aproximado do Rito Inglês – York ou, ainda, Emulation.

Esse “azulamento” não se restringiu à cor dos aventais, e uma das práticas introduzidas no rito, foi a instalação dos mestres eleitos para presidir a loja, prática, até então, exclusiva do Rito de York.

Tanto que o Grande Oriente do Brasil resistiu a essa prática até 1968, quando “o Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil, Álvaro Palmeira, mandou imprimir um Ritual de Instalação, padrão para todos os ritos, e decalcado, indisfarçavelmente, nos rituais utilizados pelas Grandes Lojas Estaduais.” (Castellani – Manual do Mestre Instalado, pg. 12).

Em virtude disso, frequentemente, deparamo-nos com questionamentos quanto à condição de “Mestre Instalado”, visto que, considerando o anteriormente exposto, essa condição é estranha, não só ao REAA, mas a todos os demais ritos, que não o Rito de York.

Entretanto, mesmo no Rito de York essa prática não era unanimidade entre as Lojas inglesas, conforme nos ilustra o Irmão Nevile B. Cryer em seu trabalho “A Parte do Mestre: Uma Reapresentação”, traduzido pelo Irmão Gilson da Silveira Pinto e publicado no livro “Pérolas Maçônicas” – volume III, Ed. A Trolha, quando afirma: “Um segundo fator é aquele conquanto entre os modernos, da assim chamada “Instalação”, não se tornou uma característica regular de lojas (Craft)

operativas particulares, até a última parte do século XVIII, e é bastante esclarecido pelos Antigos como um passo essencial para o que eles consideravam ser o verdadeiro coração e medula da franco-maçonaria”.

Então, parece-nos claro, pelo até aqui analisado, que a “Instalação” não é uma prática inerente e nata da Maçonaria Operativa, tendo surgido e se consolidado ao longo do primeiro século da Maçonaria Moderna.

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Revista Arte Real nº 88 - Ago/17 - Pg 04

Assim, como o Grau de Mestre, a lenda hirâmica e outras tantas práticas, foi (a instalação) introduzida, gradualmente, no seio das lojas inglesas, tal qual o foi, posteriormente, introduzida nos demais ritos praticados no Brasil.

Entretanto, o que queremos demonstrar, efetivamente, é que a condição de ex-Venerável ou Mestre Instalado, com ou sem Cerimônia de Instalação e Posse, sempre existiu, inclusive e, principalmente, nos primórdios da Maçonaria moderna.

Podemos comprovar através do mesmo trabalho de Nevile, onde diz: “...a contribuição mais importante em nossas transações para esta parte da minha tese é o trabalho feito pelo Irmão Norman B. Spencer (premiado com o Prize Essay) sobre “A Cerimônia de Instalação” (aqc 72). No curso do seu argumento e nos comentários que se seguiram, diversos fatores significantes são esclarecidos. O primeiro é que na ocasião da Constituição de 1723, e, portanto, presumivelmente, em um período anterior àquela data, existiu no mínimo na ocasião de formação de uma nova Loja, alguma cerimônia especial, com um sinal ou sinais, palavra e toque, que era, somente, para ser comunicado para um Maçom, que era para assumir a posição de “mestre encarregado de uma loja de companheiros”.

Ainda, a Constituição de Anderson, em pelo menos dois artigos, reconhece a figura do ex-Mestre

de Loja: nos artigos IV e II dos Regulamentos Gerais, quando trata, no primeiro, dos requisitos para assumir o cargo de Grande Vigilante (“... nem Grande Vigilante antes de ter sido Mestre de Loja...”) e no segundo, quando estabelece a substituição do Mestre de Loja impedido para o cargo (“... não se algum Irmão que tenha sido Mestre desta loja, anteriormente, estiver presente; pois, neste caso, a autoridade do Mestre ausente reverte para o último (grifo nosso) Mestre presente...”)

Tendo sido o título de Mestre, posteriormente, transformado em grau – pois até então, em Loja de Companheiros, só era Mestre o eleito para o cargo – a condição de Mestre Instalado vem resgatar a necessária diferenciação daqueles Maçons que foram em seu momento eleitos para dirigir uma Loja, tendo, portanto, experiência e autoridade suficientes para assim serem distinguidos.

Entende-se que ante a deterioração das relações humanas e o declínio moral da sociedade, a própria Maçonaria sofre o reflexo e tem preparado mal seus integrantes, o que faz com que se duvide, em alguns casos, da autoridade de um determinado elemento, unicamente pela condição que ostenta, o que não ocorria nos tempos imemoriais, mas daí a dizer que a condição de Instalado ou Ex-Venerável foi inventada, já é outra história.

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Revista Arte Real nº 88 - Ago/17 - Pg 05

A Ética

e a MoralLuiz da Silva Muzzi

Secularmente, é a experiência que nos vai dizendo o que é ou não conveniente para a vida digna do homem, seja ele Maçom ou

não. Um simples olhar para o fato, na maioria das vezes, já nos mostra a ausência ou presença da ética e da moral no que se nos apresentam. É a experiência que alguns chamam, equivocadamente, de instinto, que nos orienta de acordo com os nossos motivadores internos.

Observe a alegria de alguns em ver uma conduta malévola e a revolta de outros em identificá-las quando lançadas, sempre, sob o manto da hipocrisia. Observe que alguns, sempre, buscam a companhia dos maus e perversos, mesmo que não consigam amealhar qualquer vantagem, mas, para estar ali com os poderosos, o que lhes dá prazer e emoção quando ouvem uma simples cogitação de maldade, de fraude, de perversão, de desvio, ao passo que, outros só de saberem que um desequilibrado está por perto, que alguém está sendo lesado ou ferido, já se sente mal como se tivesse sendo atingindo, também.

Assim, de acordo com o que nos move em nossas vidas, alegramo-nos ou nos revoltamos, cotidianamente, com esses verdadeiros simulacros e artimanhas.

Observem, também, a prévia campanha intimidatória que os hipócritas de plantão, sempre, arremessam sobre todos aqueles que declaram sua revolta à grosseria imposta às inteligências dos que vivem na verdade. Mas, isso tudo acontece para possibilitar o afastamento dos éticos e dos que vivem sob a égide da moral, dos que precisam de espaços vazios para fomentarem sua rede de crise.

Enquanto o lado bom e o bem na vida quer agrupar e reunir, o lado mal e sua cangalha quer separar e destruir independente de qualquer motivação.

A luta contra a aeticidade e a imoralidade é o principal sustentáculo de sobrevivência da ética e da moral. Quando os éticos e morais se calam a barbárie se engrandece e afasta a todos que não comungam de sua cartilha. É o princípio do fim, como acontece em um câncer que vencendo a luta da parte boa do corpo o leva à morte.

Observem, também, que toda a estrutura podre da ausência de ética e da moral se vale da busca constante pelo poder secular, pela busca de acesso a oportunidades materiais e, essa constante procura de “poder ou reconhecimento”, afastada da ética e da moral desqualifica por completo, de uma maneira geral, a honestidade e a dignidade nos meios para atendimento dos fins.

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Revista Arte Real nº 88 - Ago/17 - Pg 06

Pensemos no que vivemos e no que vemos, e o que nos contraria por não acreditarmos nos propósitos que mascarados tentam nos enganar, para chegar a objetivos inconfessáveis de poder a qualquer custo.

Bem examinado, ver-se-á que a conclusão paradoxal, por princípio, que consente na prática de conduta que distancia o que é moral do que é legal, é um absurdo, mas, que encontra realidade no mundo que modifica para atender a interesses do custe o que custar. É o verdadeiro cada um por si.

Alguns homens, em seu modo de viver, buscam essencialmente prazeres físicos

momentâneos, alheios, alienados, inconscientes ou desinteressados, no fato de que esse enriquecer material os afastam da natureza disposta por Deus à vida do homem na Terra.

Nessa adversidade diária, nessa cruel luta contra si mesmo, encontramos o principal sustentáculo da imoralidade e da aeticidade. Olhe a seu lado, olhe a sua vida e diga para você o que está vendo e se é isso que você quer para você e para a Maçonaria. Se você não estiver satisfeito, ajude a fazer uma Maçonaria melhor.

*O autor é membro da Academia Maçônica de Letras do Estado do Espírito Santo.

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Revista Arte Real nº 88 - Ago/17 - Pg 07

VaticanoMaçônico

Para muitos maçons mal informados, a GLUI - Grande Loja Unida da Inglaterra exerce função de “xerife” do mundo maçônico, sendo a legítima

guardiã da regularidade maçônica, devendo ditar as regras a serem seguidas pelas demais Obediências. Para esses, se a Maçonaria fosse uma religião, a GLUI seria uma espécie de Vaticano Maçônico. É importante esclarecer que a GLUI não tem essa autoridade e que isso é totalmente contrário a todos os princípios maçônicos de autonomia, soberania e igualdade entre Obediências.

A quase submissão das Grandes Lojas da Escócia, Irlanda, Índia e de algumas Grandes Lojas da Austrália e Canadá é até tolerável, considerando terem esses países pertencido ao Império Britânico e a GLUI ter sido a provedora de tais Grandes Lojas. Porém, a submissão presenciada por outras Obediências no restante do mundo, e até mesmo no Brasil, é inaceitável e demonstra que o “complexo de vira-lata” alcança até as fileiras maçônicas.

Para quem não está familiarizado com o termo, o “complexo de vira-lata” é uma expressão de autoria de Nelson Rodrigues para se referir à inferioridade

e submissão que muitas vezes o brasileiro se impõe voluntariamente. E, infelizmente, essa postura foi historicamente institucionalizada na Maçonaria Brasileira, em relação à Inglaterra.

O desavisado que visitar a Maçonaria Regular nos chamados países desenvolvidos descobrirá que essa idolatria à GLUI não é compartilhada pelos mesmos. Muito pelo contrário! Verdade é que a GLUI não faz parte da vanguarda maçônica, seguindo várias vezes a tendência impulsionada por outras Grandes Lojas, quase que pressionada pelas mesmas a sair da inércia.

Antes de elevar a GLUI ao posto de “rainha do mundo maçônico”, posto esse que os britânicos já estão familiarizados pelo modelo de Estado, reflita um pouco sobre isso: a Maçonaria está diretamente ligada ao princípio de Liberdade, considerado direito natural dos homens. E, enquanto, o mundo ocidental, ainda, experimentava o gosto amargo das monarquias absolutistas, a Maçonaria já sentia o doce sabor da democracia em suas Lojas e Grandes Lojas. Sendo precursora dos ideais libertários e democráticos, a Maçonaria participou ativamente e, de forma

Kennyo Ismail

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Revista Arte Real nº 88 - Ago/17 - Pg 08

determinante, da Revolução Francesa e da libertação de praticamente todos os países do continente americano. Atualmente, até mesmo em países como Cuba, que vive uma Ditadura Castrista há mais de 50 anos, a Maçonaria mantém intacta a chama da democracia em seu interior, elegendo periodicamente seu Grão-Mestre. No entanto, eu pergunto: qual é a única Grande Loja do mundo que traiu esse princípio de democracia, tirando do povo maçônico o direito sagrado de escolher entre os seus membros um Grão-Mestre? A Grande Loja Unida da Inglaterra.

O Príncipe Eduardo, Duque de Kent, é Grão-Mestre da GLUI desde 1967, ou seja, uma “ditadura maçônica” que dura 45 anos. Alguns podem questionar essa afirmação, dizendo que ele é constantemente “reeleito”. Porém, não devemos nos esquecer que Fidel Castro, também, era. Ambos, por motivos óbvios, sempre, foram candidatos únicos.

Se a Maçonaria Regular Mundial acha por bem tolerar tal situação proveniente da GLUI, entendendo que é uma questão de cultura dos maçons ingleses que, assim como os cidadãos daquele país, ainda, sujeitam-se em dividir os homens (e os maçons) entre nobres e plebeus, e favorecer esse primeiro grupo, em detrimento do segundo, isso é fraternalmente compreensível. Afinal de contas, a tolerância é um dos

belos ensinamentos transmitidos pela Maçonaria. Mas que fique claro ao maçom que lê estas palavras, que a Grande Loja Unida da Inglaterra não é um modelo a ser seguido, quanto mais uma autoridade a ser obedecida.

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Entusiasmo

A palavra entusiasmo vem do grego e significa “ter um Deus dentro de si”. Os gregos eram politeístas, isto é, acreditavam em vários deuses. Para eles, a

pessoa entusiasmada era aquela que era possuída por um dos deuses e, por isso, poderia transformar a natureza e fazer as coisas acontecerem.

Segundo os gregos, só as pessoas entusiasmadas eram capazes de vencer os desafios do cotidiano.

O entusiasmo é diferente do otimismo. Otimismo significa acreditar que uma coisa vai dar certo ou, talvez, torcer para que ela dê certo. Muita gente confunde otimismo com entusiasmo.

No mundo de hoje, para vencer os desafios de um negócio é preciso ter entusiasmo. A pessoa entusiasmada é aquela que acredita em sua capacidade de transformar as coisas, de fazer seu plano dar certo, nem que, para isso, ela tenha que mudar os elementos, as coisas e as pessoas. A pessoa entusiasmada é aquela que acredita em si e, também, nos outros que compõem a sua equipe.

O seu posicionamento face à adversidade é, sempre, pró-ativo, acredita-se que não se está naquela posição por acaso e que Deus o capacitará na solução de qualquer problema. Acredita-se na força que as pessoas têm de transformar o mundo e a própria realidade em que se está inserido.

Só há uma maneira de agir entusiasticamente: é não ficar esperando as condições ficarem ideais para se começar a agir. Devemos acreditar em nossa capacidade, em nossos objetivos e criarmos as condições necessárias para começar a realizá-los.

Há diversas pessoas que estão esperando as condições melhorarem, os filhos crescerem, os juros baixarem, o desemprego diminuir, etc., para depois se entusiasmarem. A verdade é que isso, jamais, realizar-se-á, pois o entusiasmo é que traz uma nova visão da vida.

O seu tempo, a sua hora e o seu espaço estão aqui e agora, portanto, entusiasme-se e contagie outros com o seu poder de realização, que é o poder realizador de Deus dentro de você.

David Raphaell