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ABIM 005 JV Ano XI - Nº 84 - Abr/17 A mim pouco importa o que sei; importa, sim, o que ainda não sei, porém, aquilo que ignorarei para sempre é o que mais me entristece e subjuga”. Professor Henrique José de Souza

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ABIM 005 JV Ano XI - Nº 84 - Abr/17

“A mim pouco importa o que sei; importa,

sim, o que ainda não sei, porém, aquilo

que ignorarei para sempre é o que mais

me entristece e subjuga”.

Professor Henrique José de Souza

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Editorial

A Revista Arte Real é um periódico maçônico virtual, fundado em 24 de fevereiro de 2007, de periodicidade mensal, distribuído, gratuitamente, pela Internet, atualmente, para 33.154 e-mails de leitores cadastrados, no Brasil e no exterior, com registro na ABIM - Associação Brasileira de Imprensa Maçônica, sob o nº 005 JV, tendo como Editor Responsável o Irmão Francisco Feitosa da Fonseca, 33º - Jornalista MTb 19038/MG.

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Mais uma vez, aproveitamos este espaço para nos dirigirmos aos nossos diletos leitores e apresentarmos as publicações desta edição. Em um primeiro momento, gostaríamos de tecer comentários sobre a matéria “A Influência da Educação Maçônica”, de autoria de Charles Evaldo Boller, publicado em seu livro “Iluminação”, no qual poderemos encontrar diversos temas interessantíssimos, abordados com a visão de um Iniciado, da estirpe de seu autor. Através dessa matéria, o autor descreve a transformação que o postulante aos Mistérios Maçônicos deverá sofrer, na busca de sua iluminação. A propósito, o autor disponibiliza livremente sua obra literária, cônscio de que o conhecimento deve estar acessível a todos e que tal gesto é sua contribuição àqueles que se embrenham na Vereda Iniciática, na busca da Iniciação Real.

Preocupados com a inclinação de nossa Ordem a se transformar em um mero “clube de serviços”, vimos, insistentemente, publicando matérias que possam elucidar àqueles que, tendo “olhos de ver”, não percam a singela oportunidade de estar em uma Escola de Iniciação, e se deixam levar pelos falsos brilhos das alfaias, cargos e tudo mais que lhe ofusque os olhos, esquecendo-se de seu principal objetivo: o de se voltar para o seu interior, na busca

de seu verdadeiro Eu. Assim, escolhemos a matéria “De Pé e à Ordem”, publicada na Revista Universo Maçônico e adaptada pelo Irmão Jupiaci Ramalho, a fim de servir-lhes como um despertar para o “Comprometimento”.

Por fim, de autoria de meu querido Confrade Robson Rodrigues, da Academia Niteroiense Maçônica de Letras, História, Ciências e Artes, apresentamos a matéria “O Candelabro Místico”, em uma abordagem síntese, porém muito esclarecedora, estimulando o leitor a se enveredar pelo estudo e pela pesquisa, sobre esse tema muitíssimo interessante e de profundo significado, dada a influência judaica, fortemente, em nossa Ordem.

No mais, desejamos a todos que nos prestigiam, uma boa leitura, e que tais matérias seja um verdadeiro estímulo em seu caminhar pelos excelsos Arcanos Maçônicos.

Críticas, sugestões e considerações, como sempre, são muito bem-vindas e, em muito, orientar-nos-á na busca da excelência deste altruístico trabalho em prol da cultura maçônica.

Encontrar-nos-emos na próxima edição!

Trata-se de uma coleção histórica de

22 edições publicadas, no período de

jul/12 a fev/16. Nada tem a ver com a

edição virtual. Confeccionada em 28

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Revista Arte Real nº 84 - Abr/17 - Pg 03

A Influência daEducação Maçônica

Charles Evaldo Boller

Especula-se que o universo é o resultado de um projeto inteligente com finalidade definida. Não é o resultado de ocasionais ocorrências

aleatórias. A vida tem propósito significativo. É lógico pensar na vida com intenção de preencher finalidade determinada, planejada.

Na contramão disso, o homem percebe que muitas de suas atividades são dispersivas e alienantes no uso da vida. Para a maioria, a vida não tem sentido, principalmente, na forma correta de usufruir o que realmente a natureza intenciona no viver bem. Na atividade do homem, não se concebe que faça o que é certo em um aspecto da vida, enquanto comete erros em outros. Como fará em sua caminhada para não perder a visão de sua vida em sentido lato? Como deve agir para usufruí-la como um conjunto indivisível?

O homem que se iniciou nos mistérios da Maçonaria descobre na vida a existência de maravilhas a serem exploradas, questionadas e aplicadas para usufruir de sua existência da maneira mais equilibrada possível, com o propósito do

Criador. Pela educação maçônica, o homem deixa de ser morto-vivo de comprometida visão da vida. A Maçonaria e seus mistérios oferecem ferramentas e instruções que removem barreiras e possibilita o usufruto da vida em sua plenitude. O senso do mistério alimenta emoções residentes na psique e que são trabalhados nas atividades maçônicas. A ciência, em forma de arte, traduz a emoção fundamental para o progresso pessoal. São mistérios que não inspiram medos, o maçom faz o bem porque isso é parte de sua nova vida e não porque tem medo de algum castigo ou almeje hipotético prêmio depois de morto.

Se aplicada passo-a-passo, de forma simples, a essência da vida é aprendida e, se for da vontade do adepto, liberta-o da escravidão, do servilismo ao sistema desumano de vida, que o espreme e suga toda a sua força ativa, até sobrar, apenas, o bagaço. Ao sujeitar a ambição ao controle racional, liberta-se do pior tipo de servilismo, pior até que a própria fome e pobreza. Ao inspirar coragem e decisão no adepto, a filosofia da Maçonaria conduz àquele que passa a confiar em si mesmo e conduz seus próprios passos

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ao prazer de conquistar a vitória sobre si mesmo. Ao sentir que é capaz de conduzir a si mesmo torna-se apto a conduzir aos que, ainda, não despertaram.

As noções filosóficas da Maçonaria auxiliam na absorção dos conhecimentos, que livram do obscurantismo e da alienação ao trabalho. São aplicadas, apenas, poucas horas semanais em treinamento e convivência, que eliminam anos de frustrantes tentativas de acertos e erros, até obter a visão necessária para dar sentido à vida. Não se trata de entendimento intelectual, político ou crença, mas de sentido misterioso, ainda, inexplicável, de intuição individual que dá sentido à vida. Cada adepto usa da Maçonaria para dar o seu próprio sentido para a vida sem ficar batendo cabeça em tentativas inúteis e fantasiosas. O sucesso pessoal não é devido, exclusivamente, à força ou ao conhecimento, mas diz respeito à vontade férrea, de coragem para agir.

O entendimento de como caminhar por conta própria advém do conhecimento esotérico, que conduz ao sucesso pessoal, familiar, social e profissional. A convivência maçônica inspira o conhecimento intuitivo e o fortalecimento do caráter, que conduzem o maçom, que inicia a si mesmo, a uma consciência

superior. Não um super-homem, mas um homem renascido de sua própria decisão de fazer de si mesmo uma criatura em permanente evolução. Ao trabalhar em si mesmo, na pedra, o adepto participa na construção de um templo social, onde ele é incentivado a ocupar cada vez mais cargos, públicos ou privados, de modo a conduzir a sociedade por bons pastos.

Não se trata de conduzir gado de corte por fértil campo de engorda e deste ao matadouro da exploração, mas de propiciar oportunidades razoáveis de vida, sem eliminar as diferenças e os desníveis, que são característica de civilizações saudáveis. É a sabedoria salomônica aplicada no dia-a-dia do cidadão.

O homem sábio é mais forte que o bruto, pois conhecimento aplicado com sabedoria é eficiente. O conhecimento provê a base sólida da construção pessoal, que se afasta da alienação do sistema de coisas humanas pela aplicação do pensamento sábio. Maçonaria é arte. É a ciência que permite construir o intelecto, cuja compreensão possibilita o despertar, o abraçar da iluminação, que vem da racionalidade conduzida por balanceada espiritualidade, diferente de religiosidade.

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A luz que o maçom busca é o aperfeiçoamento pessoal em seu dia-a-dia. A Maçonaria faz desse entendimento o ponto essencial a ser alcançado. É mero coadjuvante o esforço das atividades maçônicas restantes ao objeto central, que é a evolução do homem. O estado de iluminação inspirado pela Maçonaria destrói a máscara da ilusão do sistema de coisas humanas, que manipula separações e quebra de relações, que conduzem a alienação da vida para objetivos fúteis e inúteis. No instante em que o maçom abre os olhos e vê a luz do que é certo e errado, torna-se sensato. Desaparece a ilusão e ele deixa de experimentar o que está errado na tentativa de acertar, torna-se mais objetivo e acerta mais vezes, já no primeiro ensaio. Some o ilusionismo com seus truques que submetem o homem ao servilismo voluntário, em virtude da perda de noção da realidade.

Surge nova consciência, quando a iluminação esclarece a diferença entre religiosidade e espiritualidade. Fica claro o entendimento de que a crença em verdades absolutas, ditadas pelos sistemas religiosos, não torna seus adeptos pessoas espiritualizadas. Também, não é espiritualizado o maçom que não iniciou a si mesmo, que insiste em aprisionar-se na execução de rituais, sem penetrar em seus significados; daquele que estaciona no básico que o símbolo desvela e não se esforça em enxergar para além do símbolo.

A intenção da educação maçônica é criar a identidade própria do indivíduo afastado de influência ditatorial externa e aproxima-lo da dimensão espiritual que já reside dentro dele. O símbolo maçônico não foi exposto para revelar, mas para ocultar significados, que só acordam quando devidamente provocados. Essa visão de outra dimensão existe em todos, basta que acorde.

Não está contida, exclusivamente, no pensamento, mas numa área mental diferente, a intuição. Isto só é revelado àquele que vê o símbolo

de outro ângulo. É o que acontece no contato pessoal com outras pessoas concentradas no mesmo assunto. Fenômeno absolutamente natural e sem truque ou varinha de condão. Perfeitamente explicado pela psique humana, que a ela se condiciona desde tempos imemoriais. Por isso, a filosofia maçônica incentiva à diversidade de pensamentos. Procura-se provocar no homem a obtenção de matéria prima para construir pontes evolutivas, que progridem aos saltos sobre os precipícios da ignorância. Não se admitem limitações ao pensamento como é objetivo dos sistemas alienantes de crenças.

O fato de a espiritualidade surgir em larga escala, fora do sistema de crenças, é novo para a sociedade em geral, mas é usado há séculos pelos maçons, que iniciaram a si mesmos nos mistérios da Arte Real da Maçonaria. A iluminação, o andar com as próprias pernas inspirado pela Maçonaria, desperta a compaixão, que se traduz num homem dotado de menos cobiça; torna-o mais alegre, porque a sabedoria o afasta do sofrimento; alimenta a igualdade, onde se produzem mais amigos unidos pelo poderoso laço do amor fraterno; inspira a ternura, que remove a discriminação que produz tantos inimigos. Afasta ignorância, falsas imaginações, desejos viciantes e estultícia, todas nascidas na própria mente, manifestadas pelas ilusões e manipuladas pelo ego.

A mudança estimulada pela educação maçônica repele os desejos da mente e afastam os sofrimentos, lutas inúteis alimentadas pela cobiça, estultícia e ira. Maçom que se iniciou é homem armado com espada, a sua língua, a sua oratória, é o escudo, o conhecimento de seu cérebro. Pela iluminação, (Kant, Aufklärung) anda com os próprios pés. Está, sempre, pronto para o bom combate, com a mente treinada para alcançar o objetivo de construir uma sociedade humana dentro dos desígnios estabelecidos pelo Grande Arquiteto do Universo.

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De Pé e à Ordem!

A Maçonaria é uma instituição admirável, por seus princípios, por sua história e por sua razão de ser. Dentre os princípios que

lhe asseguram a existência, destacam-se como fundamentais o culto permanente à virtude e o combate sem trégua a toda sorte de vícios.

Do ponto de vista de sua história, pode-se afirmar que nenhuma nação do planeta pode se jactar de não lhe dever a consolidação de suas conquistas, sobretudo no que respeita à defesa de seus direitos fundamentais, sobremaneira a liberdade.

A luta permanente em defesa da fraternidade universal e o combate sem trégua a todas as ideologias e ações que atentem contra a dignidade do homem e à ética nas relações de convivência, dentre outras, justificam, cabalmente, sua razão de ser.

É dever fundamental de todos aqueles que, por meio da Iniciação, penetram, ainda que superficialmente, nos mistérios da Maçonaria, conhecer e interpretar seus símbolos e alegorias. Não se pode entender que o Maçom não saiba o significado da ritualística que pratica e da liturgia dos diversos atos maçônicos.

Se o Maçom não sabe o significado real de sua Iniciação e o que significam os símbolos que ornamentam o interior de uma Loja Maçônica, jamais poderá fazer progresso na Sublime Ordem, e o que é pior, inapelavelmente, por não saber o que está fazendo na Maçonaria, seu desinteresse e sua inércia só concorrerão para a fragilização da Instituição.

A obediência cega, sem curiosidade aos comandos daqueles que dirigem as Lojas, é perniciosa e inglória. Não se trata aqui de aplaudir o velho chavão sem lógica, mas usado com frequência, de que “fulano entrou para a Maçonaria, mas a Maçonaria não entrou nele”. Não é isso, quem entra para a Maçonaria tem que conhecê-la para poder amá-la e contribuir para o fortalecimento de sua existência.

Quem entra para Maçonaria tem que honrar os sagrados juramentos que faz e os compromissos a que se submete. Quem entra para a Maçonaria tem que tomar posse de seus postulados, estes sim devem penetrar no território de seus conhecimentos.

A Maçonaria já se prega com frequência, não é mais aquela sociedade secreta que, pelos segredos de suas ações despertou intrigas, inveja, perseguição

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dos déspotas e até a condenação da Igreja Católica Apostólica Romana.

O que, ainda, consegue-se, de algum modo preservar, a despeito das atitudes estúpidas dos boquirrotos que conseguiram ludibriar nossa vigilância e iniciaram na sublime Instituição, é a forma de comunicação entre os Maçons.

De igual modo, apesar da devassa da Internet, o ritual e o desenrolar das sessões, ainda estão, de algum modo, preservados. A Maçonaria, segundo palavras do saudoso Irmão Octacílio Schuller Sobrinho, é uma Escola de Conhecimento.

Os conhecimentos adquiridos conduzem o Maçom à senda da Perfeição, da Justiça, da Moral e dos Bons Costumes; se praticados dentro de um Templo interior, que denominamos de Cátedra Maçônica, que em nossa interpretação é o Templo Sagrado, onde o Irmão eleva-se espiritualmente, em presença do Ser Onisciente e Onipotente, e isso é o que difere de uma cátedra comum no mundo profano.

O que significa estar o Maçom “de pé e à ordem? Qual a definição da expressão “de pá e à ordem? Significa o Irmão de forma digna, séria, elegante, com o corpo ereto, erguido verticalmente, estando de pé ou sentado no interior de um Templo Maçônico; significa que, estando o Maçom em Loja “de pé e à ordem”, ele estará fazendo o sinal do grau em que a Oficina da Arte Real está funcionando, de forma absolutamente correta.

Que o Irmão ao dizer-se “de pé e à ordem” para outro irmão, seu Grão-Mestre, Grão-Mestre Adjunto, Venerável Mestre, 1º Vigilante, 2º Vigilante, etc., ele está dizendo que está pronto para receber e cumprir ordens e, principalmente, que o Maçom diz-se “de pé e à ordem” por estar cônscio de suas obrigações para com a Sublime Ordem, a Família, a Pátria e a Humanidade.

“De pé e à ordem” o Maçom é elegante, ou seja, é aquele que demonstra interesse por assuntos que desconhece; quem cumpre o que promete; quem retribui carinho e, primordialmente, solidariedade; é muito elegante não falar de dinheiro nos bate-papos informais. Sobrenome, joias e nariz empinado não substituem a elegância!

O primeiro ensinamento que nos passam na Iniciação diz respeito ao sinal de ordem, cuja interpretação tem conexão com o juramento que

prestamos. Aprende-se, também, no mesmo momento, que o dito sinal não se faz quando se estiver sentado e nem quando nos movimentamos em Loja. Ensina-se na mesma ocasião que o sinal de ordem deve ser usado quando de pé, sempre de pé, quando se pede a palavra ou se está entre colunas.

E quando aquele que preside a sessão (Grão Mestre, Venerável Mestre, etc.), determina, às vezes, tem o som do autoritarismo, até porque alguns ao invés de pronunciarem “de pé e à ordem” pronunciam, erradamente, “de pé é à ordem”.

Mas por que de pé? Porque sem dúvida alguma em todos os costumes conhecidos o gesto de ficar de pé, expressa respeito, reverência e consideração e, em alguns casos, quer significar forte homenagem. É o caso, por exemplo, quando se aplaude de pé alguém que pronunciou um belo discurso, ou que adentra a um determinado recinto...

De pe´e à ordem, sem embargo de melhor entendimento, para mim significa que estamos aguardando ordem, à disposição, tanto individual quanto coletivamente. Pronto para receber e procurar cumprir as ordens emanadas de quem pode dar.

Pode, ainda, expressar um gesto de humildade, dado que, a humildade é uma das muitas virtudes cultuadas pelos Maçons e pela Maçonaria.

Finalmente, toda organização se rege por normas, por regras que se destinam a assegurar a hierarquia e a disciplina.

De pé e à ordem é mais do que uma mera passagem ritualística; é um ato que homenageia a liturgia maçônica. Faz lembrar que nas missas, em alguns momentos, fica-se de pé, em outros de joelho, tudo para obedecer à liturgia.

Faz lembrar, também, que, em algumas solenidades, fica-se de pé, quando certa autoridade chega; fica-se de pé, quando se executam ou se cantam os hinos oficiais.

Em nossos Templos Maçônicos, quando neles adentram certas autoridades, fica-se de pé, ainda que para isso seja necessária a ordem do dirigente.

Texto publicado na Revista Universo Maçônico - dez/2010 - adaptado pelo Irmão Jupiaci Ramalho da ARLS Luz e Caridade 1398 - Or∴ Mantena-MG.

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A maioria dos Graus que compõem a Loja de Perfeição, no REAA, pertence a uma classe, também, denominada graus israelitas, bíblicos,

judaicos, salomônicos, principalmente, por estarem baseados na Bíblia e constituírem um desdobramento da Lenda do 3º Grau. Por isso, estão recheados de passagens, lendas, símbolos, extraídos do Livro Sagrado, particularmente, da Torá ou Pentateuco, ou seja, os cinco primeiros livros da Bíblia (Gênese, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio).

O Menorah, que significa Candelabro, de tão importante para a civilização hebraico-judaica, é considerado um dos principais símbolos da religião mosaica. Tanto é assim que hoje o Menorah é usado como brasão do Estado de Israel, o qual foi estabelecido no século passado, em 1948.

Ele já estava presente entre os hebreus desde a construção do Tabernáculo, determinada por Moisés, por ordem de Javé, quando este conduzia seu povo pelo deserto, fugindo do Egito em direção à Palestina. Era no Tabernáculo que os israelitas oficiavam seus cultos, até que o Rei Salomão mandasse construir o famoso Templo de Jerusalém, o primeiro, já que dois outros foram construídos posteriormente. Melhores detalhes sobre a construção do Tabernáculo e seu mobiliário, dentre os quais o Menorah, são encontrados no Livro de Êxodo, capítulo 25, versículos 10 a 22. O Menorah ou “Candelabro de Sete Braços”, também, foi construído por ordem de Javé, segundo o que consta nos versículos 31 a 39, do mesmo capítulo do livro de Êxodo, como aqui transcrito: “Farás um Candelabro de

ouro puro; e o farás de ouro batido, com o seu Pedestal e a sua haste; seus cálices, seus botões e suas flores formarão uma só peça com ele. Seis braços sairão dos seus lados, três de um lado e três de outro. Num braço haverá três cálices em forma de flor de amendoeira, com um botão e uma flor; noutro haverá três cálices em forma de flor de amendoeira, com um botão e uma flor; e assim por diante, para os seis braços do Candelabro. No Candelabro mesmo haverá quatro cálices em forma de flor de amendoeira, com seus botões e suas flores: um botão sob os dois primeiros braços do Candelabro, um botão sob os dois braços seguintes e um botão sob os dois últimos: e assim será com os seis braços que saem do Candelabro. Estes botões e estes braços formarão um todo com o Candelabro, tudo formando uma só peça de ouro puro batido. Farás sete lâmpadas que serão colocadas em cima, de modo a alumiar a frente. Seus espevitadores e seus cinzeiros serão de ouro puro. Empregar-se-á um talento de ouro puro para confeccionar o Candelabro e seus acessórios”.

Segundo Nicola Aslan, um dos nossos maiores escritores maçônicos, tanto Flávio Josefo como Filon, e, também, Clemente, bispo de Alexandria, defendem que o Candelabro de sete braços representava os sete planetas conhecidos da antiguidade: “De cada lado partem três braços, suportando cada um uma lâmpada, diz esse último; no meio estava a lâmpada do Sol, centralizando os seus braços, porque este astro, colocado no meio do sistema planetário, comunica sua luz aos planetas que estão abaixo e acima, segundo as leis de sua ação divina e harmônica”.

O Candelabro MísticoRobson Rodrigues

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No Tabernáculo, ou tenda, o Menorah era colocado ao norte, no local denominado Santos dos Santos (em hebraico: Kodesh ha Kodashim), simbolizando não só a luz dos sete “planetas” conhecidos na antiguidade (Sol, Lua, Marte, Mercúrio, Júpiter, Vênus e Saturno), como, também, os ventos setentrionais, que traziam a chuva, estimulando o desenvolvimento das plantações. É preciso, no entanto, salientar que nem todos eram planetas, pois o Sol é uma estrela e a Lua, um satélite.

Por ocasião da construção do primeiro Templo, em Jerusalém, tanto o Menorah como os demais utensílios utilizados no Tabernáculo, seguiram a mesma disposição.

O número sete (sete braços ou sete luzes) constante do Candelabro Místico não foi escolhido aleatoriamente, pois se trata de um número considerado sagrado para os antigos povos, que lhe atribuíam um

valor mágico e astrológico. Os hebreus não ficaram imunes às inúmeras influências herdadas de outros povos e daí que é possível ver o número sete em várias passagens bíblicas.

Na Maçonaria, o número sete, também, tem uma importância vital. Sete são as ciências que o maçom deve conhecer: Gramática, Retórica, Lógica, Aritmética, Geometria, Música e Astronomia. É o número místico do Mestre e simboliza a perfeição alcançada na evolução espiritual.

O Candelabro Místico de Sete Braços está presente em determinados Graus do REAA, porque era um dos principais utensílios do Tabernáculo e, posteriormente, também, do Templo de Jerusalém. A Maçonaria do século XVIII pegou emprestado esse e outros objetos da religião hebraica, dado o elevado valor histórico e simbólico, em especial, para os chamados Altos Graus.

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