ABNT NBR 14040 - Gestao Ambiental - Avaliacao Do Ciclo de Vida - Principios E Estrutura

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    NOV 2001 NBR ISO 14040Gesto ambiental - Avaliao do ciclode vida - Princpios e estrutura

    Origem: Projeto 38:000.05-001:2001ABNT/CB-38 - Comit Brasileiro de Gesto AmbientalCE-38:000.05 - Comisso de Estudo de Avaliao do Ciclo de VidaNBR ISO 14040 - Environmental management - Life cycle assessment -Principles and frameworkEsta Norma equivalente ISO 14040:1997Vlida a partir de 31.12.2001Palavras-chave: Meio ambiente. Gesto ambiental. Ciclo de

    vida10 pginas

    SumrioPrefcioIntroduo1 Objetivo2 Referncia normativa3 Definies4 Descrio geral da ACV5 Estrutura metodolgica6 Relatrio7 Anlise crticaANEXOA Bibliografia

    Prefcio

    A ABNT - Associao Brasileira de Normas Tcnicas - o Frum Nacional de Normalizao. As Normas, cujo contedo de responsabilidade dos Comits Brasileiros (ABNT/CB) e dos Organismos de Normalizao Setorial (ABNT/ONS), soelaboradas por Comisses de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas fazendo parte:produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratrios e outros).

    Os Projetos de Norma Brasileira, elaborados no mbito dos ABNT/CB e ABNT/ONS, circulam para Consulta Pblicadentre os associados da ABNT e demais interessados.

    Nesta Norma foram includas notas de rodap em 4.1, 5.1.2.1 e na seo 6, para proporcionar melhor esclarecimentoquanto interpretao do texto.

    Esta Norma contm o anexo A, de carter informativo.

    Introduo

    A crescente conscientizao sobre a importncia da proteo ambiental e dos possveis impactos associados aprodutos1) manufaturados e consumidos tem aumentado o interesse no desenvolvimento de mtodos para melhorcompreender e diminuir estes impactos. Uma das tcnicas em desenvolvimento com este propsito a Avaliao doCiclo de Vida (ACV). Esta Norma descreve os princpios e a estrutura para se conduzir e relatar estudos de ACV einclui certos requisitos mnimos.

    ________________ 1) Nesta Norma, o termo produto usado isoladamente no inclui somente sistemas de produto, mas pode tambm incluir sistemasde servio.

    Sede:Rio de JaneiroAv. Treze de Maio, 13 - 28 andarCEP 20003-900 - Caixa Postal 1680Rio de Janeiro - RJTel.: PABX (21) 210-3122Fax: (21) 220-1762/220-6436Endereo eletrnico:www.abnt.org.br

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    A ACV uma tcnica para avaliar aspectos ambientais e impactos potenciais associados a um produto mediante:

    - a compilao de um inventrio2) de entradas e sadas pertinentes de um sistema de produto;

    - a avaliao dos impactos ambientais potenciais associados a essas entradas e sadas;

    - a interpretao dos resultados das fases de anlise de inventrio e de avaliao de impactos em relao aos objetivosdos estudos.

    A ACV estuda os aspectos ambientais e os impactos potenciais ao longo da vida de um produto (isto , do bero aotmulo), desde a aquisio da matria-prima, passando por produo, uso e disposio. As categorias gerais de impactosambientais que necessitam ser consideradas incluem o uso de recursos, a sade humana e as conseqncias ecolgicas.

    A ACV pode ajudar:

    - na identificao de oportunidades para melhorar os aspectos ambientais dos produtos em vrios pontos de seu ciclode vida;

    - na tomada de decises na indstria, organizaes governamentais ou no-governamentais (por exemplo,planejamento estratgico, definio de prioridades, projeto ou reprojeto de produtos ou processos);

    - na seleo de indicadores pertinentes de desempenho ambiental, incluindo tcnicas de medio; e

    - no marketing (por exemplo, uma declarao ambiental, um programa de rotulagem ecolgica ou uma declaraoambiental de produto).

    Esta Norma reconhece que a ACV ainda est em um estgio inicial de desenvolvimento. Algumas fases da tcnica de ACV,como a avaliao de impacto, ainda esto em relativa infncia. Resta ainda considervel trabalho a ser feito e experinciaprtica a ser adquirida para desenvolvimento adicional do nvel da prtica de ACV. Portanto, importante que os resultadosde ACV sejam interpretados e aplicados apropriadamente.

    Para que a ACV obtenha sucesso em apoiar a compreenso ambiental de produtos, essencial que a ACV mantenha suacredibilidade tcnica ao mesmo tempo em que proporciona flexibilidade, praticidade e efetividade de custo na suaaplicao. Isto particularmente verdadeiro se se pretende aplicar ACV no mbito das pequenas e mdias empresas.

    O escopo, as fronteiras e o nvel de detalhamento de um estudo de ACV dependem do assunto e do uso pretendido doestudo. A profundidade e a extenso dos estudos de ACV podem diferir consideravelmente, dependendo do objetivo de umestudo de ACV em particular. Entretanto, em todos os casos, conveniente que sejam seguidos os princpios e a estruturaestabelecidos nesta Norma.

    A ACV uma das vrias tcnicas de gesto ambiental (por exemplo, avaliao de risco, avaliao de desempenhoambiental, auditoria ambiental e avaliao de impacto ambiental) e pode no ser a tcnica mais apropriada a serempregada em todas as situaes. Tipicamente, a ACV no aborda os aspectos econmicos ou sociais de um produto.

    Pelo fato de todas as tcnicas terem limitaes, importante compreender aquelas que esto presentes na ACV. Entre aslimitaes incluem-se as seguintes:

    - a natureza das escolhas e suposies feitas na ACV (por exemplo, estabelecimento das fronteiras do sistema, seleodas fontes de dados e categorias de impacto) pode ser subjetiva;

    - os modelos usados para anlise de inventrio ou para avaliar impactos ambientais so limitados pelas suassuposies e podem no estar disponveis para todos os impactos potenciais ou aplicaes;

    - os resultados de estudos de ACV enfocando questes globais ou regionais podem no ser apropriados paraaplicaes locais, isto , as condies locais podem no ser adequadamente representadas pelas condies globais ouregionais;

    - a exatido dos estudos de ACV pode ser limitada pela acessibilidade ou disponibilidade de dados pertinentes, ou pelaqualidade dos dados, por exemplo, falhas, tipos de dados, agregao, mdia, especificidades locais;

    - a falta de dimenses espaciais e temporais dos dados do inventrio usados para avaliar o impacto introduzincerteza nos resultados dos impactos. Esta incerteza varia de acordo com as caractersticas espaciais etemporais de cada categoria de impacto.

    Em geral conveniente usar a informao desenvolvida em um estudo de ACV como parte de um processo de decisomuito mais abrangente, ou us-la para compreender as solues de compromissos amplas ou gerais. Comparar resultadosde diferentes estudos de ACV s possvel se as suposies e o contexto de cada estudo forem os mesmos. conveniente que estas suposies sejam explicitamente declaradas, por razes de transparncia.

    Esta Norma fornece princpios e estruturas e alguns requisitos metodolgicos para conduo de estudos de ACV. Detalhesadicionais relativos aos mtodos so fornecidos nas Normas complementares: ISO 14041, ISO 14042 e ISO 14043, emrelao s vrias fases da ACV.

    Esta Norma, como as demais Normas, no se destina ao estabelecimento de barreiras no tarifrias ao comrcio ou aoaumento ou alterao das obrigaes legais das organizaes.

    ________________2) Um inventrio pode incluir aspectos ambientais que no so diretamente relacionados s entradas e sadas do sistema.

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    1 Objetivo

    Esta Norma especifica a estrutura geral, princpios e requisitos para conduzir e relatar estudos da avaliao do ciclo devida. Esta Norma no descreve a tcnica da avaliao do ciclo de vida em detalhes.

    2 Referncia normativa

    A norma relacionada a seguir contm disposies que, ao serem citadas neste texto, constituem prescries para estaNorma. A edio indicada estava em vigor no momento desta publicao. Como toda norma est sujeita a reviso,recomenda-se queles que realizam acordos com base nesta que verifiquem a convenincia de ser usada a edio maisrecente da norma citada a seguir. A ABNT possui a informao das normas em vigor em um dado momento.

    ISO 14041:19983) - Environmental management - Life cycle assessment - Goal and scope definition and life cycleinventory analysis

    3 Definies

    Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes definies:

    3.1 alocao: Repartio dos fluxos de entrada ou de sada de uma unidade de processo no sistema de produto sobestudo.

    3.2 afirmao comparativa: Declarao ambiental relativa superioridade ou equivalncia de um produto em relao aum produto concorrente que realiza a mesma funo.

    3.3 fluxo elementar:

    (1) material ou energia que entra no sistema sob estudo, que foi retirado do meio ambiente sem transformao humanaprvia.

    (2) material ou energia que deixa o sistema sob estudo, que descartado no meio ambiente sem transformao humanasubseqente.

    3.4 aspecto ambiental: Elemento das atividades, produtos ou servios de uma organizao, que pode interagir com omeio ambiente.

    3.5 unidade funcional: Desempenho quantificado de um sistema de produto para uso como uma unidade de referncianum estudo de avaliao do ciclo de vida.

    3.6 entrada: Material ou energia que entra em uma unidade de processo

    NOTA- Materiais podem incluir matrias-primas e produtos.3.7 parte interessada: Indivduo ou grupo interessado ou afetado pelo desempenho ambiental de um sistema de produto,ou pelos resultados da avaliao do ciclo de vida.

    3.8 ciclo de vida: Estgios sucessivos e encadeados de um sistema de produto, desde a aquisio da matria-prima ougerao de recursos naturais disposio final.

    3.9 avaliao do ciclo de vida - ACV: Compilao e avaliao das entradas, das sadas e dos impactos ambientaispotenciais de um sistema de produto ao longo do seu ciclo de vida.

    3.10 avaliao do impacto do ciclo de vida: Fase da avaliao do ciclo de vida dirigida compreenso e avaliao damagnitude e significncia dos impactos ambientais potenciais de um sistema de produto.

    3.11 interpretao do ciclo de vida : Fase da avaliao do ciclo de vida na qual as constataes da anlise de inventrioou da avaliao de impacto, ou de ambas, so combinadas consistentemente com o objetivo e o escopo definidos paraobter concluses e recomendaes.3.12 anlise do inventrio do ciclo de vida: Fase da avaliao do ciclo de vida envolvendo a compilao e aquantificao de entradas e sadas, para um determinado sistema de produto ao longo do seu ciclo de vida.

    3.13 sada: Material ou energia que deixa uma unidade de processo.NOTA - Materiais podem incluir matrias-primas, produtos intermedirios, produtos, emisses e resduo.

    3.14 executante: Indivduo ou grupo que conduz uma avaliao do ciclo de vida.

    3.15 sistema de produto: Conjunto de unidades de processo, conectadas material e energeticamente, que realizauma ou mais funes definidas.

    NOTA- Nesta Norma, o termo produto usado isoladamente no inclui somente sistemas de produtos, mas pode tambm incluirsistemas de servio.

    ________________3) O ABNT/CB-38 est traduzindo a ISO 14041.

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    3.16 matria-prima: Material primrio ou secundrio que usado para produzir um produto.

    3.17 fronteira do sistema: Interface entre um sistema de produto e o meio ambiente ou outros sistemas de produto.

    3.18 transparncia: Apresentao de informao de forma aberta, abrangente e compreensvel.

    3.19 unidade de processo: Menor poro de um sistema de produto para a qual so coletados dados quando realizada

    uma avaliao do ciclo de vida.3.20 resduo: Qualquer sada do sistema de produto que disposta.

    4 Descrio geral da ACV

    4.1 Caractersticas-chave da ACV

    A lista a seguir resume algumas das caractersticas-chave da metodologia da ACV.

    - conveniente que estudos da ACV abordem sistemtica e adequadamente os aspectos ambientais de sistemas deproduto, desde aquisio de matria-prima at a disposio final.

    - O grau de detalhe e o perodo de tempo de um estudo da ACV podem variar em larga escala, dependendo da definio deobjetivo do escopo.

    - Convm que o escopo, as suposies, a descrio da qualidade dos dados, as metodologias e a sada de estudos da ACVsejam transparentes. Convm que os estudos da ACV discutam e documentem as fontes de dados e que sejam clara eapropriadamente comunicados.

    - recomendado que sejam tomadas providncias, para respeitar questes de confidencialidade e propriedade, dependendoda aplicao pretendida do estudo da ACV.

    - Convm que a metodologia da ACV permita a incluso de novas descobertas cientficas e melhorias no estado-da-arte datecnologia.

    - So aplicados requisitos especficos a estudos da ACV, que so usados para fazer uma afirmao comparativa que

    disponibilizada ao pblico.- No existe base cientfica para reduzir resultados da ACV a um nico nmero ou pontuao globais, uma vez que existem

    trade offs 4) e complexidades para os sistemas analisados em diferentes estgios do seu ciclo de vida.

    - No existe um nico mtodo para conduzir estudos da ACV. Convm que as organizaes tenham flexibilidade paraimplementar praticamente a ACV conforme estabelecido nesta Norma, com base na aplicao especfica e nos requisitosdo usurio.

    4.2 Fases de uma ACV

    A avaliao do ciclo de vida deve incluir a definio de objetivo e escopo, anlise de inventrio, avaliao de impactos einterpretao de resultados, conforme ilustrado na figura 1.

    Resultados da ACV podem ser entradas teis para uma variedade de processos de tomada de deciso. Aplicaes da ACV,como os exemplos listados na figura 1, no fazem parte do escopo desta Norma.

    Estudos de inventrio do ciclo de vida devem incluir a definio de objetivo e escopo, anlise de inventrio e interpretao deresultados. Os requisitos e recomendaes desta Norma, com a exceo daquelas prescries relativas avaliao de impacto,tambm se aplicam a estudos de inventrio do ciclo de vida.

    ________________4) Balano entre prs e contras.

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    Figura 1 - Fases de uma ACV

    5 Estrutura metodolgica

    Alm dos requisitos gerais especificados a seguir, um requisito desta Norma que o inventrio e as definies de objetivoe escopo obedeam s prescries respectivas da ISO 14041.5.1 Definio de objetivo e escopo

    O objetivo e escopo de um estudo da ACV devem ser consistentes com a aplicao pretendida e devem ser claramentedefinidos.5.1.1 Objetivo do estudo

    O objetivo de um estudo da ACV deve declarar inequivocamente a aplicao pretendida, as razes para conduzir oestudo e o pblico-alvo, isto , para quem se pretende comunicar os resultados do estudo.5.1.2 Escopo do estudoNa definio do escopo de um estudo da ACV devem ser considerados e claramente descritos os seguintes itens:

    - as funes do sistema de produto ou, no caso de estudos comparativos, dos sistemas;

    - a unidade funcional;- o sistema de produto a ser estudado;

    - as fronteiras do sistema de produto;

    - procedimentos de alocao;

    - tipos de impacto e metodologia de avaliao de impacto e interpretao subseqente a ser usada;

    - requisitos dos dados;

    - suposies;

    - limitaes;- requisitos da qualidade dos dados iniciais;

    - tipo de anlise crtica, se aplicvel; e

    - tipo e formato do relatrio requerido para o estudo.

    Estrutura da avaliao do ciclo de vida

    Definiode objetivoe escopo

    Anlise deinventrio

    Avaliaode impacto

    Aplicaes diretas:

    - Desenvolvimento e melhoriado produto

    - Planejamento estratgico- Elaborao de polticaspblicas

    - Marketing - Outras

    Interpretao

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    Convm que o escopo seja suficientemente bem definido para assegurar que a extenso, a profundidade e o grau dedetalhe do estudo sejam compatveis e suficientes para atender o objetivo estabelecido.

    A ACV uma tcnica iterativa. Portanto, o escopo do estudo pode necessitar de modificao enquanto o estudo estiversendo conduzido, quando informaes adicionais forem coletadas.

    5.1.2.1 Funo e unidade funcionalO escopo de um estudo da ACV deve especificar claramente as funes do sistema em estudo. Uma unidade funcional uma medida do desempenho das sadas funcionais5) do sistema de produto. O propsito principal de uma unidade funcional fornecer uma referncia para a qual as entradas e sadas so relacionadas. Esta referncia necessria para assegurara comparabilidade de resultados da ACV. A comparabilidade de resultados da ACV deve ser particularmente crtica quandodiferentes sistemas estiverem sendo avaliados, para assegurar que tais comparaes sejam feitas numa base comum.Um sistema pode ter vrias funes possveis e aquela selecionada para um estudo dependente dos objetivos e doescopo do estudo. A unidade funcional relacionada deve ser definida e mensurvel.EXEMPLO - A unidade funcional para um sistema de pintura pode ser definida como a unidade de superfcie protegida porum perodo de tempo especificado.5.1.2.2 Fronteiras do sistema

    As fronteiras do sistema determinam quais unidades de processo devem ser includas na ACV.Vrios fatores determinam as fronteiras do sistema, inclusive a aplicao pretendida do estudo, as suposies feitas, oscritrios de corte, restries de dados e custo, e o pblico-alvo pretendido.A seleo de entradas e sadas, o nvel de agregao numa categoria de dados e a modelagem do sistema devem serconsistentes com o objetivo do estudo. Convm que o sistema seja modelado de tal modo que as entradas e sadas nassuas fronteiras sejam fluxos elementares.Os critrios usados no estabelecimento das fronteiras do sistema devem ser identificados e justificados no escopo doestudo. Estudos da ACV usados para fazer uma afirmao comparativa que disponibilizada ao pblico devem realizaruma anlise dos fluxos de material e energia para determinar sua incluso no escopo do estudo.5.1.2.3 Requisitos da qualidade dos dados

    Os requisitos da qualidade dos dados especificam em termos gerais as caractersticas dos dados necessrios ao estudo.Os requisitos da qualidade dos dados devem ser definidos para possibilitar que os objetivos e o escopo do estudo da ACVsejam alcanados. Convm que os requisitos da qualidade dos dados abordem:

    - perodo de tempo coberto;

    - rea geogrfica coberta;

    - tecnologias cobertas;

    - preciso, completeza e representatividade dos dados;

    - consistncia e reprodutibilidade dos mtodos usados ao longo da ACV;

    - fontes dos dados e sua representatividade;

    - incerteza da informao.

    Quando um estudo usado para apoiar uma afirmao comparativa que disponibilizada ao pblico, os requisitos daqualidade dos dados acima mencionados devem ser abordados.5.1.2.4 Comparaes entre sistemas

    Em estudos comparativos, a equivalncia dos sistemas que so comparados deve ser avaliada antes da interpretao dosresultados. Sistemas devem ser comparados usando a mesma unidade funcional e consideraes metodolgicasequivalentes, como desempenho, fronteiras dos sistemas, qualidade dos dados, procedimentos de alocao, regras dedeciso na avaliao de entradas e sadas e avaliao de impactos. Quaisquer diferenas entre sistemas com respeito aestes parmetros devem ser identificadas e relatadas.No caso de afirmaes comparativas disponibilizadas ao pblico, esta avaliao deve ser conduzida de acordo com oprocesso de anlise crtica descrito em 7.3.3. Outro requisito para afirmaes comparativas disponibilizadas ao pblico que deve ser realizada uma avaliao de impacto.5.1.2.5 Consideraes sobre anlise crtica

    Anlise crtica uma tcnica para verificar se um estudo da ACV satisfez os requisitos desta Norma quanto metodologia,aos dados e ao relatrio. Deve ser definido no escopo do estudo se e como ser conduzida a anlise crtica, assim comoquem a conduzir.

    ________________ 5) Para os efeitos desta Norma, sada funcional refere-se s sadas do sistema de produto, relacionadas com a sua funo; por exemplo,a sada funcional de um sistema de embalagem poder ser a quantidade de material embalado (ver 3.5).

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    Em geral, anlises crticas de uma ACV so opcionais e podem utilizar quaisquer das opes de anlise delineadasem 7.3.

    Uma anlise crtica deve ser conduzida para estudos da ACV usados para fazer uma afirmao comparativa que dispo-nibilizada ao pblico e deve empregar o processo de anlise crtica delineado em 7.3.3.

    5.2 Anlise do inventrio do ciclo de vida

    5.2.1 Descrio geral do inventrio do ciclo de vida

    Anlise do inventrio envolve a coleta de dados e procedimentos de clculo para quantificar as entradas e sadaspertinentes de um sistema de produto. Estas entradas e sadas podem incluir o uso de recursos e liberaes no ar, nagua e no solo associados com o sistema. Podem ser feitas interpretaes destes dados, dependendo dos objetivos e doescopo da ACV. Estes dados tambm constituem a entrada para a avaliao do impacto do ciclo de vida.O processo de conduo de uma anlise do inventrio iterativo. Na medida em que os dados so coletados e conhecido mais sobre o sistema, podem ser identificados novos requisitos ou limitaes para os dados que requeiramuma mudana nos procedimentos de coleta de dados, de forma que os objetivos do estudo ainda sejam alcanados. svezes, podem ser identificadas questes que requeiram revises de objetivo ou do escopo do estudo.5.2.2 Procedimento de coleta de dados e clculo

    Os dados qualitativos e quantitativos para incluso no inventrio devem ser coletados para cada unidade de processo queesteja includa dentro das fronteiras do sistema.

    Os procedimentos usados para a coleta de dados podem variar dependendo do escopo, da unidade de processo ou daaplicao pretendida para o estudo.A coleta de dados pode ser um processo de intensiva demanda de recursos. Convm que restries prticas coleta dedados sejam consideradas no escopo e documentadas no relatrio do estudo.Algumas consideraes significativas de clculo so delineadas a seguir:

    - Procedimentos de alocao so necessrios quando se lidam com sistemas que envolvem produtos mltiplos (porexemplo, produtos mltiplos do refino de petrleo). Os fluxos de materiais e de energia, assim como as liberaes aoambiente associadas, devem ser alocados aos diferentes produtos de acordo com procedimentos claramenteestabelecidos, que devem ser documentados e justificados.- Convm que o clculo do fluxo de energia leve em considerao os diferentes combustveis e fontes deeletricidade usados, a eficincia de converso e distribuio do fluxo de energia, assim como as entradas e sadasassociadas com a gerao e o uso daquele fluxo de energia.

    5.3 Avaliao do impacto do ciclo de vidaA fase de avaliao do impacto da ACV dirigida avaliao da significncia de impactos ambientais potenciais, usandoos resultados da anlise de inventrio do ciclo de vida. Em geral, este processo envolve a associao de dados deinventrio com impactos ambientais especficos e a tentativa de compreender estes impactos. O nvel de detalhe, aescolha dos impactos avaliados e as metodologias usadas dependem do objetivo e do escopo do estudo.Esta avaliao pode incluir o processo iterativo de anlise crtica do objetivo e do escopo do estudo da ACV, paradeterminar quando os objetivos do estudo foram alcanados ou modificar o objetivo e o escopo, se a avaliao indicarque eles no podem ser alcanados.A fase de avaliao de impacto pode incluir, entre outros, elementos como:

    - correlao de dados de inventrio por categorias de impacto (classificao);

    - modelagem dos dados de inventrio dentro das categorias de impacto (caracterizao);

    - possvel agregao dos resultados em casos muito especficos e somente quando significativos (ponderao).

    NOTA - Convm que dados anteriores ponderao permaneam disponveis.

    A estrutura metodolgica e cientfica para avaliao de impacto ainda est sendo desenvolvida. Modelos de categorias deimpacto esto em estgios diferentes de desenvolvimento. No h nenhuma metodologia aceita de forma geral para aassociao consistente e acurada de dados de inventrio com impactos ambientais potenciais especficos.Existe subjetividade na fase da avaliao de impacto do ciclo de vida, tal como a escolha, a modelagem e a avaliao decategorias de impacto. Portanto, transparncia crtica na avaliao de impacto para assegurar que as suposies sejamclaramente descritas e relatadas.5.4 Interpretao do ciclo de vida

    Interpretao a fase da ACV na qual as constataes da anlise do inventrio e da avaliao de impacto ou, no caso deestudos de inventrio do ciclo de vida, somente os resultados da anlise de inventrio, so combinados, de formaconsistente, com o objetivo e o escopo definidos, visando alcanar concluses e recomendaes.As constataes desta interpretao podem tomar a forma de concluses e recomendaes para os tomadores dedeciso, de forma consistente com o objetivo e o escopo do estudo.A fase de interpretao pode envolver o processo iterativo de anlise crtica e reviso do escopo da ACV, assim como danatureza e da qualidade dos dados coletados de forma consistente com o objetivo definido.

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    Convm que as constataes da fase de interpretao reflitam os resultados de qualquer anlise de sensibilidade que sejarealizada.Embora decises e aes subseqentes possam incorporar implicaes ambientais identificadas nas constataes dainterpretao, elas ficam alm do escopo do estudo da ACV, uma vez que outros fatores, como desempenho tcnico, aspectoseconmicos e sociais, tambm so considerados.

    6 Relatrio

    Os resultados da ACV devem ser relatados ao pblico-alvo de forma fiel, completa e exata. Devem ser definidos o tipo e oformato do relatrio na fase de escopo do estudo.Os resultados, dados, mtodos, suposies e limitaes devem ser transparentes e apresentados com detalhe suficientepara permitir ao leitor compreender as complexidades etrade-offs inerentes ao estudo da ACV. O relatrio tambm devepermitir que os resultados e a interpretao sejam usados de um modo consistente com os objetivos do estudo.Quando os resultados da ACV destinam-se comunicao a qualquer terceira parte, isto , parte interessada que no sejao solicitante ou o executante do estudo, independentemente da forma de comunicao, deve ser preparado um relatrio deterceira parte. Este relatrio constitui um documento de referncia e deve ser tornado disponvel a qualquer terceira partepara a qual a comunicao seja feita.O relatrio de terceira parte deve cobrir os seguintes aspectos:

    a) aspectos gerais:

    1) solicitante da ACV, executante da ACV (interno ou externo);

    2) data do relatrio;

    3) declarao que o estudo foi conduzido de acordo com os requisitos desta Norma;

    b) definio do objetivo e escopo;

    c) anlise do inventrio do ciclo de vida: procedimentos de coleta de dados e de clculo;

    d) avaliao do impacto do ciclo de vida: a metodologia e os resultados da avaliao de impacto que foi realizada;

    e) interpretao do ciclo de vida:

    1) os resultados;2) suposies e limitaes associadas com a interpretao dos resultados, relacionadas tanto metodologia quanto

    aos dados;

    3) avaliao da qualidade dos dados.

    f) anlise crtica:

    1) nome e vnculo ou representao dos analistas;

    2) relatrios de anlise crtica;

    3) respostas s recomendaes.Para afirmaes comparativas, os seguintes assuntos devem ser tambm abordados no relatrio:

    - anlise do fluxo de material e energia para justificar sua incluso ou excluso;

    - avaliao da preciso, completeza e representatividade dos dados usados;

    - descrio da equivalncia dos sistemas em comparao conforme 5.1.2.4;

    - descrio do processo de anlise crtica.

    7 Anlise crtica

    7.1 Descrio geral das anlises crticas

    O processo de anlise crtica deve assegurar que:

    - os mtodos usados para conduzir a ACV so consistentes com esta Norma;

    - os mtodos usados para conduzir a ACV so cientfica e tecnicamente vlidos;

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    - os dados usados so apropriados e razoveis em relao ao objetivo do estudo;

    - as interpretaes refletem as limitaes identificadas e o objetivo do estudo;

    - o relatrio do estudo transparente e consistente.

    Considerando que esta Norma no especifica requisitos acerca dos objetivos ou usos da ACV, uma anlise crtica nopode verificar nem validar os objetivos que so escolhidos para uma ACV ou os usos para os quais os resultados da ACVso destinados.O escopo e o tipo da anlise crtica desejados devem ser definidos na fase de escopo de um estudo da ACV.7.2 Necessidades da anlise crtica

    Uma anlise crtica pode facilitar a compreenso e aumentar a credibilidade de estudos da ACV, por exemplo envolvendoas partes interessadas.

    O uso de resultados da ACV para apoiar afirmaes comparativas levanta preocupaes especiais e requer anlisecrtica, uma vez que esta aplicao provavelmente afeta partes interessadas que so externas ao estudo da ACV. Paradiminuir a probabilidade de mal-entendidos ou efeitos negativos em relao s partes interessadas externas, devem serconduzidas anlises crticas em estudo da ACV, quando os resultados so usados para apoiar afirmaes comparativas.

    Porm, o fato de uma anlise crtica ter sido conduzida no implica de modo algum em um endosso de qualquerafirmao comparativa que seja baseada num estudo da ACV.

    7.3 Processos de anlise crtica

    Se se pretende que um estudo da ACV seja analisado criticamente, convm que o escopo da anlise crtica seja definidodurante a fase de definio do objetivo e do escopo do estudo. indicado que o escopo identifique por que a anlisecrtica est sendo realizada, o que ser coberto e em que nvel de detalhe e quem necessita ser envolvido no processo.

    Convm que acordos de confidencialidade relativos ao contedo do estudo da ACV faam parte, quando necessrio.

    7.3.1 Anlise crtica por especialista interno

    Uma anlise crtica pode ser conduzida internamente. Em tal caso, deve ser realizada por um especialista internoindependente do estudo da ACV.

    Convm que este especialista esteja familiarizado com os requisitos desta Norma e tenha a competncia cientfica etcnica necessrias.

    Uma declarao sobre a anlise crtica preparada pela pessoa que conduz o estudo da ACV e ento analisadacriticamente pelo especialista interno independente. A declarao sobre a anlise crtica tambm pode ser preparada emsua totalidade pelo especialista interno independente.

    A declarao sobre a anlise crtica deve ser includa no relatrio de estudo da ACV.

    7.3.2 Anlise crtica por especialista externo

    Uma anlise crtica pode ser conduzida externamente. Em tal caso, deve ser realizada por um especialista externo,independente do estudo da ACV.

    Convm que este especialista esteja familiarizado com os requisitos desta Norma e tenha competncia cientfica etcnica.

    Uma declarao sobre a anlise crtica preparada pela pessoa que conduz o estudo da ACV e ento analisadacriticamente pelo especialista externo independente. A declarao sobre a anlise crtica tambm pode ser preparada emsua totalidade pelo especialista externo independente.

    A declarao sobre a anlise crtica, comentrios do executante e qualquer resposta s recomendaes feitas peloanalista devem ser includos no relatrio de estudo da ACV.

    7.3.3 Anlise crtica por partes interessadas

    Um especialista independente externo selecionado pelo solicitante original do estudo para agir como coordenador deuma comisso de anlise crtica. Baseado no objetivo, no escopo e no oramento disponvel para a anlise crtica, ocoordenador seleciona outros analistas qualificados independentes.

    Esta comisso pode incluir outras partes interessadas afetadas pelas concluses derivadas do estudo da ACV, comoagncias governamentais, grupos no-governamentais ou concorrentes.

    A declarao sobre a anlise crtica e o relatrio da comisso de anlise crtica, assim como comentrios do especialistae quaisquer respostas s recomendaes feitas pelo analista ou pela comisso, devem ser includos no relatrio deestudo da ACV.

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    /ANEXO A

    Cpia no autorizada

  • 8/6/2019 ABNT NBR 14040 - Gestao Ambiental - Avaliacao Do Ciclo de Vida - Principios E Estrutura

    10/10

    NBR ISO 14040:200110

    Anexo A (informativo)Bibliografia

    {1} ISO 14042:2000,Environmental management - Life cycle assessment - Life cycle impact assessment.

    {2} ISO 14043:2000,Environmental management - Life cycle assessment - Life cycle interpretation.

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    Cpia no autorizada