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TATIANE GODINHO GUIMARÃES SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO CURSO SUPERIOR DE LICENCIATURA EM LETRAS A RELEVÂNCIA DO ENSINO GRAMATICAL E SUAS IMPLICAÇÕES NA APRENDIZAGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA.

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Ibirité2017

TATIANE GODINHO GUIMARÃES

SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADOCURSO SUPERIOR DE LICENCIATURA EM LETRAS

A RELEVÂNCIA DO ENSINO GRAMATICAL E SUAS IMPLICAÇÕES NA APRENDIZAGEM DA LÍNGUA

PORTUGUESA.

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A RELEVÂNCIA DO ENSINO GRAMATICAL E SUAS IMPLICAÇÕES NA APRENDIZAGEM DA LÍNGUA

PORTUGUESA.

Trabalho de Letras apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média Semestral nas disciplinas de Língua Portuguesa: Conceitos Gerais, Leitura e Produção de Textos I, Teoria da Literatura, Metodologia Científica e Seminário III.

Orientadores: Juliana Fogaça Sanches Simm, Andressa Aparecida Lopes, Celso Leopoldo Pagnan, Eliane Provate Queiroz e Ednéia de Cássia Santos Pinho.

TATIANE GODINHO GUIMARÃES

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................3

2 DESENVOLVIMENTO..............................................................................................5

3 CONCLUSÃO...........................................................................................................7

4 REFERÊNCIAS........................................................................................................8

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1. INTRODUÇÃO

Quando falamos sobre diversidade na educação, é referente os

perfis de alunos que compõem a escola e as salas de aula. Isso significa que temos

de dar oportunidades a todos os alunos de acesso e permanência na escola, com as

mesmas igualdades de condições, respeitando as diferenças. Ao se abordar a

questão da diversidade, não se remete somente às minorias ou às crianças com

necessidades especiais. É muito mais amplo, pois todos nós seres humanos somos

únicos, portanto diferentes uns dos outros. Isso denomina a diversidade como as

diferentes condições étnicas e culturais, as desigualdades sócioeconômicas, as

relações discriminatórias e excludentes presentes em nossas escolas e os diversos

grupos sociais.

Entende-se então que cada aluno é único, portanto, tem suas

características particulares que merecem ser consideradas pelos professores e os

demais na escola. O professor tem o dever de ensinar o aluno o que é cidadania e o

que é o respeito às diferenças, não com a intenção de acentuar as desigualdades,

mas de respeitar as diversidades entre os indivíduos e ter conciência de que não é

possível desenvolver uma ação pedagógica única e homogênea.

É muito importante que o professor de lingua portuguesa, se

preocupe em desenvolver sua aula reconhecendo essa diversidade dos alunos,

senão estará desenvolvendo um ensino igual para todos, valorizando somente a

transmissão de conteúdos, onde não os leva a produção de uma verdadeira

aprendizagem, fazendo com que o ensino se efetive somente para alguns alunos,

não atingindo o todo.

Este pensamento é corroborado pelo Conselho Nacional de

Educação no seu Parecer n. 017/2001, quando reconhece que,

A consciência do direito de constituir uma identidade própria e do reconhecimento da identidade do outro se traduz no direito à igualdade e no respeito às diferenças, assegurando oportunidades diferenciadas (eqüidade), tantas quantas forem necessárias, com vistas à busca da igualdade. O princípio da eqüidade reconhece a diferença e a necessidade de haver condições diferenciadas para o processo educacional. (BRASIL, 200, p.11)

De acordo com uma pesquisa de campo que  foi realizada na escola

José Inácio Gomes Parente, no distrito de Jordão, um professor de Lingua

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Portuguesa informou que sem dúvida o ensino da gramática em sala de aula é

essencial e indispensável para a formação do discente, pois o aluno deve ter o

conhecimento sobre a forma padrão da língua e esse conhecimento deve ser

discutido e gerado em sala de aula. Sua posição, de que este ensino deva ser

“essencial e indispensável”, é coerente pois, não se trata de uma questão de ensinar

gramática com o objetivo de que os alunos tenham uma grande capacidade de

escrita, no devido uso da norma padrão, se trata de ensinar gramática, no entanto,

com o objetivo que os alunos dominem tal conhecimento e que dele façam uso

quando necessário.

Entende-se que o ensino de gramática, não deve ocorrer apenas

para proteger ou conservar a composição da língua, mas para auxiliar o usuário e

falante no conhecimento de sua própria língua materna.

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2. DESENVOLVIMENTO

O plano de aula é caracterizado pela descrição específica de tudo

que o professor realizará em classe durante as aulas de um período. Na elaboração

do plano de aula I (Gramática com textos: 7º ano- pronomes pessoais e

possessivos), foi apresentado o texto O Negrinho do Pastoreiro,onde o professor fez

a leitura do mesmo e indagou aos alunos se eles já tinham conhecimento da história

e qual foi a fonte desse conhecimento. Após fez uma análise da narrativa e uma

breve interpretação do texto em grupo, com o objetivo de analisar o foco narrativo

presente e relaciona-lo ás pessoas do discurso.

Na segunda etapa o professor iniciou o ensino da gramática, onde

os alunos iam reescrever o texto apresentado, alterando a terceira pessoa e a

primeira pessoa para a presença do “nós”.

Na terceira e quarta etapa o professor utilizou uma dinâmica em

dupla e em grupo, em que alunos continuaram a reescrita com a mudança do foco

narrativo, concluindo com a leitura do resultado. Após fez a retomada ao ensino da

gramática referente a sistematização dos pronomes, com o objetivo de demonstrar a

substitutição do nome no interior do texto para os pronomes pessoais, e finalizou

com a avaliação que foi proposto a substituição dos pronomes de trechos textuais.

O plano de aula apresentou critérios bem elaborados apontando

vários aspectos positivos, onde o professor preparou a classe utilizando a

interdisciplinariedade, trazendo um texto para interpretação e estudo da gramática.

Teve a realização de um experimento, a resolução de exercícios, dinâmica em grupo

e avaliação encerrando o conteúdo trabalhado, que é onde o professor faz a

verificação dos resultados obtidos pelos alunos na fase do desenvolvimento.

Como aspecto negativo destaca-se o tempo gasto de elaboração e

pode-se observar que o plano não aprofunda a explanação do conteúdo da

gramática, que seria o estudo dos pronomes, e é importante que o aluno conheça a

estrutura, os usos e o funcionamento da lingua materna em todos os seus niveis de

ocupação, e não somente superficial. Ensinar gramática é desenvolver a

competência comunicativa do aluno, para que ele possa usar adequadamente a

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norma padrão, culta da língua, importante por seu status social, inclusive no modo

escrito.

Analisando o papel do texto no plano de aula apresentado, entende-

se a sua importância, pois estimulou a leitura nos alunos, despertou a curiosidade

pelo lado histórico do texto, e o aprendizado da matéria se tornou mais interessante

e prazeroso e os alunos utilizando a prática da leitura, conseguem aprimorar o

vocabulário, a escrita, o raciocínio e a interpretação. Referente a gramática, a

mesma foi atribuida de forma simplificada, desempenhando um papel básico.

O plano de aula II (Funções dos Pronomes), utilizou uma

metodologia tradicional de ensino, aplicando a gramática normativa em sua

totalidade que teve o papel de de estabelecer “ordem” na comunicação, um padrão

para a escrita que se preocupa com a forma culta.

De acordo com Perini (2000) os alunos passam vários anos

estudando os mesmos conteúdos em vão. Esse conjunto de conteúdos resume-se

ao ensino de gramática, que o autor classifica como um sofrimento, tanto para o

aluno como para o professor, pois possibilita um “sentimento de frustração,

inutilidade e finalmente ódio que tantos experimentaram” (PERINI, 2000, p. 48).

Portanto, para elaborar um plano de aula desse perfil, sem que o

aluno perca o interesse pela matéria, é necessário que os conteúdos gramaticais,

sejam trabalhados de forma a fazer o aluno pensar sobre a língua e linguagem, é

interessante o trabalho com textos, que tem o papel de auxiliar na formação de

cidadãos e leitores críticos, problematizando e desencadeando situações favoráveis

para o desenvolvimento linguístico.

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3. CONCLUSÃO

O trabalho do professor de língua portuguesa é avaliado de acordo

com os componentes que seguem seu papel de mediador no processo de ensino e

aprendizagem e ela ocorre quando o professor percebe a utilidade e a necessidade

da mesma.

O professor deve ser interdisciplinar, participativo, onde ele

coordena e orienta atividades que envolvam outras disciplinas e, por consequência,

trabalhe junto a outros professores para lidar com saberes diversos, colocando a

língua materna a serviço da análise e da construção de textos, sendo também um

orientador nas partes de revisão de material escrito.

São fundamentais para a aprendizagem da análise e interpretação

de texto: “a troca de experiências; o compartilhamento de percepções, dificuldades,

sentimentos; a oferta de oportunidades de contato com os diferentes gêneros

discursivos”. E o professor de língua portuguesa deverá ser o principal incentivador

deste processo, mediando debates, organizando seminários, formando grupos de

interesses diversos (teatro, música, dança, poesia, etc.) Ele deve garantir também o

respeito e a consideração ao conhecimento prévio do aluno sobre o que for tratado e

analisado nos textos.

Nos dias atuais, os professores estão diante de um desafio que é

conseguir reverter o quadro de exclusão, reprovação e evasão escolar. Nas

condições atuais é difícil manter o aluno em sala de aula com motivação, interesse,

atenção e etc. Mas o professor, mesmo assim, deverá criar as condições ideais para

os seus alunos, mesmo que nem sempre a remuneração e as condições de trabalho

são motivadoras para o processo de ensino e aprendizagem que se faz necessário.

O professor de língua portuguesa tem o desafio de trabalhar com as

linguagens, os códigos e suas tecnologias como área mediadora da comunicação e

da expressão oral e escrita na formação de seus alunos, responsabilidade que vem

com o peso de uma formação sólida e continuada.

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4. REFERÊNCIAS

______. Conselho Nacional de Educação. Parecer nº 017/2001. Brasília. MEC/CNE 2001.

_____. Declaração Mundial sobre Educação para Todos: plano de ação para satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem. UNESCO, Jomtiem/Tailândia, 1990.

______. Inclusão é o privilégio de conviver com as diferenças. Revista Nova Escola. ed. 182. maio d 2005.

ANTUNES, Maria Irandé Costa Moraes. Muito além da gramática: por um ensino de gramática sem pedra no caminho. São Paulo, Ed. Parábola, 2007.

CLARINDO, Heliomar; EUFRASIO, Francisco Edivaldo; VASCONCELOS, Jackson Monteiro. O Ensino da Gramática na visão do professor. Disponível em: http://www.recantodasletras.com.br/artigos/3804388. Acesso em 17 de Julho de 2017.

REHFELDT, Gládis Knak. O ensino da Língua Portuguesa: por uma gramática do texto. Porto Alegre: EST, 1981.

ROCHA LIMA, Carlos Henrique da. 1915-1991. Gramática Normativa da língua portuguesa. - 45ª edição - Rio de Janeiro: José Olympio, 2006.

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